Orelha
Orelha
Orelha
Orelha humana
Latim
Auricula
Sistema
Sistema sensorial
Orelha (do latim: auricula), rgo vestibulococlear ou ouvido (parte interna)(portugus europeu), o rgo do sistema auditivo responsvel pela audio e equilbrio.1 2 Nos mamferos, ela se apresenta aos pares e se localiza na cabea, podendo estar localizado em outras partes do corpo ou mesmo ser ausente em outros animais. As aranhas possuem pelos nas patas que so responsveis pela deteco do som. A orelha dos rpteis apresenta apenas um osso, a columela, que considerado homlogo ao estribo dos mamferos. Em muitos animais, as orelhas apresentam msculos que as seguram ao crnio capazes de executar movimentos semicirculares, ampliando a rea de alcance das orelhas. Morcegos possuem orelhas excepcionalmente grandes e complexas que operam como receptor de ondas hipersnicas emitidas pelo animal, que refletem sobre qualquer superfcie e so interpretadas pelo crebro como uma imagem, e assim permitem a localizao espacial do animal no escuro. J os elefantes e outros animais de savana apresentam orelhas grandes que possuem outras funes, como radiador por dissipao. Intensamente irrigadas por vasos sangneos, as orelhas so abanadas de forma a dissipar o calor em excesso do corpo, equilibrando a sua temperatura interna. Nos seres humanos, as orelhas possuem arquitetura complexa, mas so relativamente menores que em outros grandes primatas, como o chimpanz, e raramente possuem capacidade de movimento. Muitas culturas utilizam a orelha como chamariz, prendendo adornos de pedra, metal, ou outros materiais sua cartilagem. Em algumas comunidades, a lacerao do lbulo da orelha um smbolo de status, e quanto maior o buraco (aberto e ampliado por objetos como discos, ou pesos), mais alta a posio do indivduo na sociedade. De maneira geral, o lbulo da orelha, bem como sua curva superior, so apontadas como zonas ergenas. A orelha humana dividida em trs regies anatmicas: orelha externa, orelha mdia e orelha interna.1 3
ndice [esconder] 1 Orelha externa 1.1 Pavilho da orelha 1.2 Meato acstico externo 2 Orelha mdia 3 Orelha interna
O pavilho da orelha humana e seus componentes: 1.hlice; 2.fossa escafoide; 3.fossa triangular; 4.anti-hlice; 5.concha; 6.trago; 7.antitrago; 8.lbulo
O pavilho da orelha o apndice que se situa lateralmente na cabea e circunda a abertura do meato acstico externo.1 Tambm chamado de pina, formado por uma lmina de cartilagem elstica de formato irregular, recoberta por uma fina camada de pele. Possui vrias depresses e elevaes, sendo a concha a maior depresso.4 A margem elevada da orelha chamada de hlice, e, localizada logo abaixo da hlice se encontra a escafa ou fossa escafoide, que uma longa depresso que se encontra logo abaixo da hlice. Abaixo da escafa, se encontra uma elevao chamada anti-hlice, que termina bifurcada em dois ramos, encontrando-se uma fossa entre eles, chamada de fossa triangular ou navicular. O lbulo uma pequena poro de tecido mole que se encontra na regio inferior do pavilho. Localizados superiormente ao lbulo, encontram-se o trago e o antitrago, o primeiro localizado logo na abertura do meato acstico externo e o segundo, logo acima do lbulo.
A funo principal do pavilho auditivo coletar sons, agindo como um funil e direcionando o som para o conduto auditivo.3 Outra funo a filtrao do som, processo este que ajuda a localizar a origem dos sons que chegam ao individuo. Alm disso, no caso dos humanos, o processo de filtrao seleciona sons na faixa de frequncia da voz humana facilitando o reconhecimento.
O meato acstico externo tem a funo de transmitir os sons captados pela orelha para o tmpano, alm de servir de cmara de ressonncia ampliando algumas frequncias de sons. Nos seres humanos, o meato se estende por cerca de 25-30 milmetros de comprimento, desde a concha at a membrana do tmpano,5 que divide a orelha externa da orelha mdia.1 Tem composio cartilaginosa em seu tero lateral, e ssea nos dois teros mediais. revestido por uma pele fina, sem papilas drmicas, que se torna mais fina internamente, onde cobre a face externa da membrana do tmpano e se prende firmemente ao peristeo. O tecido subcutneo da sua poro cartilaginosa apresenta glndulas sebceas, ceruminosas e folculos pilosos.6 A presena de glndulas apcrinas tubulares enoveladas que secretam cerume um elemento caracterstico do revestimento cutneo do meato acstico externo.7 J na poro ssea, pelos e glndulas ocorrem apenas na parede superior.6
A orelha mdia um espao no osso temporal preenchido com ar,2 situado entre a membrana do tmpano e as estruturas da orelha interna.7 composta pelos ossculos martelo, bigorna e estribo, denominados dessa forma por sua semelhana conspcua com esses objectos,8 3 e pela tuba auditiva ou trompa de Eustquio. Os mamferos so os nicos animais que possuem trs ossos no
ouvido, ligando o tmpano orelha interna. Os ossculos so os menores ossos do corpo humano e j esto em seu tamanho completo ao nosso nascimento, menores do que um gro de arroz. Esto localizados na cavidade em forma de ervilha da orelha mdia, e conectam-se entre si, formando uma ponte entre a membrana timpnica e a janela oval. A principal funo da orelha mdia transmitir os sons da membrana do tmpano s estruturas cheias de lquido da orelha interna.7 As vibraes sonoras so conduzidas pelos ossculos atravs de um sistema de membranas. Enquanto as ondas sonoras movem a membrana timpnica, esta move os ossculos, por meio de um sistema de alavancas que transfere a energia das ondas sonoras. Outra parte da orelha mdia a tuba auditiva que conecta a cavidade da orelha mdia com a nasofaringe.9 8 A extremidade superior normalmente aberta, pois rodeada de ossos, enquanto que a inferior normalmente fechada, pois cercada por um tecido fino. A tuba auditiva ajuda a manter o equilbrio da presso do ar entre a cavidade timpnica e o ambiente externo.10 A tuba apresenta-se normalmente fechada, mas abre-se durante a mastigao, a deglutio e o bocejo, permitindo uma equalizao entre a presso do ouvido externo e do ouvido mdio.2 Uma sensao de presso pode ser causada na orelha por este processo de equalizao em um avio ou em situaes de mudanas de altitude.
A orelha interna composta por uma parte anterior, relacionada com a audio e denominada cclea ou caracol, e uma parte posterior, relacionada com o equilbrio, e formada pelo vestbulo e pelos canais semicirculares.3 O ltimo osso da cadeia ossicular, o estribo, est acoplado a uma fina membrana chamada de janela oval. A janela oval na realidade uma entrada para a orelha interna, que contm o rgo da audio, a cclea. Quando o osso estribo move, a janela oval move com ele. No outro lado da janela oval est a cclea, um canal em forma de caracol preenchido por lquidos e, quando as vibraes chegam cclea provenientes da orelha interna, so transformadas em ondas de compresso que por sua vez ativam o rgo de Corti que responsvel pela transformao das ondas de compresso em impulsos nervosos que so enviados ao crebro para serem interpretados.8 O lquido agitado pelos movimentos da janela oval e, dentro da cclea, o rgo de Corti formado por milhares de clulas ciliadas que so colocadas em movimento toda vez que o lquido movimentado. A estimulao destas clulas, por sua vez, causa impulsos eltricos que so enviados para o crebro. Os impulsos eltricos representam a quarta mudana na mensagem sonora de uma energia para a outra: da energia acstica das ondas sonoras entrando na orelha, para a energia eltrica dos impulsos que viajam para o crebro. O ouvido interno tambm contm um rgo muito importante que est na verdade conectado com a cclea, mas que no contribui para o nosso sentido da audio, o sistema vestibular, formado por trs pequenos canais semicirculares, que nos ajudam a manter o equilbrio e auxiliar na viso j que as rotaes da mesma precisam ser compensadas para que possamos ter uma viso clara sem ser borrada. atravs dele que se pode saber por exemplo quando se esta com o corpo inclinado mesmo estando de olhos vendados. Problemas com os canais semicirculares podem resultar em sintomas como a vertigem. A audio um factor chave na manuteno de trocas intelectuais, mas possivelmente ainda mais importante, a audio supre o pano de fundo auditivo que d o sentimento de participao e segurana.
Afeces [editar]
Os acontecimentos que acometem a orelha externa (pavilho auricular
e conduto auditivo externo) podem ser desde malformaes congnitas at processos inflamatrios e infecciosos, inclusive metablicos. O diabetes pode favorecer infeces no aparelho auditivo. So exemplos de malformaes congnitas: a anotia, a microtia, a macrotia e a atresia do conduto auditivo. O tubrculo de Darwin, o Coloboma Auris, e a fstula pr-auricular so tecidos remanescentes de malformaes congnitas. A orelha de couve-flor um problema decorrente de leso.
O pavilho auricular e o conduto auditivo podem ainda sofrer os mesmos processos que a pele: Queloide Cisto sebceo Alergia de contato Pericondrite Hematoma Leses por congelamento (alpinistas) Lacerao do lbulo Avulso Impetigo Erisipela Furnculo Herpes zoster Cerume Corpo estranho
Ouvido [editar]
Desde 1895, especialistas buscam criar uma nomenclatura anatmica padronizada.11 Em 1935, o Congresso de Anatomia realizado na cidade de Jena, na Alemanha, aprovou uma proposta, chamada Jenaer Nomina Anatomica (JNA), que continha os nomes em latim, facultando a cada pas a traduo dos termos nas lnguas nacionais. O sistema auditivo era dividido em duas partes, traduzidas como "auris interna" e "auris externa". Posteriormente, a "auris interna" foi subdividida em "auris mdia" e "auris interna". Com a Segunda Guerra Mundial, a JNA no foi amplamente adotada, e em 1950, um comit foi formado para produzir um novo padro. A primeira verso do documento, que passou a se chamar simplesmente Nomina Anatomica, foi aprovada no Congresso Internacional de
Anatomia de 1955, realizado em Paris, e publicada em 1956. A Sociedade Brasileira de Anatomia cogitava publicar uma nomenclatura em lngua portuguesa, possivelmente com apoio de Portugal e formou uma comisso para elaborar proposta, discutir com as universidades e apresentar em seus congressos. Em 1958, surgia a primeira nomenclatura anatmica brasileira oficial, na qual o rgo da audio passava a ser denominado "orelha", dividido em "orelha interna", "orelha mdia" e "orelha externa".11 Segundo a traduo da ltima edio da Nomina Anatomica (que mudou de nome, passando a chamar-se Terminologia Anatomica) para a lngua portuguesa, publicada pela Sociedade Brasileira de Anatomia em 2001, usa-se orelha para designar tanto o rgo da audio em sua totalidade, como a parte visvel e externa que corresponde ao pavilho auricular. Em Portugal mantm-se a denominao de ouvido em lugar de orelha para o rgo da audio.