Pontofixo PDF
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Esse texto e uma reescrita de [1] feito de forma mais detalhada. Foi escrito como uma das notas de apresenta ca o para a Profa. Dra. Lucia R. Junqueira, IME-USP, no primeiro semestre de 2009. Teorema 1 (Teorema do Ponto Fixo de Banach). Seja (X, d) um espa co m etrico completo. Seja T uma contra c ao denida em X . Ent ao: Existe um u nico x pertencente a X tal que T (x) = x Qualquer que seja x0 pertencente a X , a sequ encia denida por a0 = x0 e an = T (an1 ) converge para x Qualquer sequ encia da forma anterior satisfaz d(an , x) cn1 d(a0 , a1 ) 1c
Demonstra c ao. Vamos provar primeiramente que, se existe um ponto xo de T , ele eu nico. Faremo-lo por absurdo. Suponha que existam x1 e x2 que satisfa cam a condi c ao do ponto xo, ent ao: d(T (x1 ), T (x2 )) = d(x1 , x2 ) Como T e uma contra ca o tamb em temos: d(T (x1 ), T (x2 )) c d(x1 , x2 ) Juntando as duas rela co es e tendo em mente que a m etrica e uma fun ca o estritamente positiva para pontos diferentes, obtemos um absurdo (1 c). Provaremos agora que, qualquer que seja x0 xado em X , a sequ encia denida como no enunciado no teorema e uma sequ encia de Cauchy e que o limite dessa sequ encia de Cauchy (que existe porque X e completo) satisfaz a condi ca o do ponto xo. Para isso precisaremos do seguinte lema (que ser a provado por indu c ao): d(an , an+1 ) cn1 d(a0 , a1 )
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JONAS GOMES
Para n = 0 eo bvio (porque T e uma contra ca o). Suponha que essa rela ca o valha para n k , para n = k + 1 teremos: d(ak+1 , ak+2 ) = d(T (ak ), T (ak+1 )) c d(ak , ak+1 ) Usando a hip otese de indu c ao obtemos: d(ak+1 , ak+2 ) cck1 d(a0 , a1 ) d(ak+1 , ak+2 ) ck d(a0 , a1 ) Assim a rela c ao e v alida para qualquer n N Agora, provaremos que a sequ encia e uma sequ encia de Cauchy para qualquer x0 .
p1
d(an , an+p )
i=0
d(an+i , an+i+1 )
Mas, para cada i temos a seguinte rela ca o d(an+i , an+i+1 ) cn+i1 d(a0 , a1 ). Do que obtemos:
p1
d(an , an+p ) c
n1
(
i=0
ci )d(a0 , a1 )
1 i 1 e menor do que 1 Mas a soma p , que e a soma dos innitos i=0 c c termos da s erie geom etrica associada as somas parciais indexadas por p. Assim: cn1 d(an , an+p ) d(a0 , a1 ) 1c n1 . Como c1c torna-se arbitrariamente pequeno, a sequ encia e de Cauchy. Assim, como X e completo, existe x tal que, para aquele x0 xado (mostraremos adiante que x n ao depende de x0 ) limn an = x. Mostraremos que x e ponto xo de T :
d(an , x) = d(T (an1 , T (x))) d(T (an1 , T (x)) d(an1 , x) Como limn d(an1 , x) = 0, ent ao T (x) = x. Da unicidade do ponto xo, provamos consequentemente que o ponto de converg encia de qualquer sequ encia da forma do enunciado converge para o mesmo ponto. Corol ario 1. Se T e uma fun c ao de X em X e se, para algum m N Tm e uma contra c ao (T m e a m- esima iterada de T ), T tem um u nico ponto xo (que coincide com o ponto xo de T m ) e x0 X a sequ encia {T n (x1 )}nN converge ao ponto xo. Demonstra c ao. Fixado m N provaremos que, se T m e uma contra c ao, ent ao T tem um e s o um ponto xo, que coincide com o ponto xo de T m . Para provar a unicidade, mostraremos que: x0 ponto xo de T x0 ponto xo de T m Se x0 e ponto xo de T , ent ao n N T n (x0 ) = x0
Para n = 0 eo bvio. Supondo que valha para n = k , para n = k + 1 teremos: T k+1 (x0 ) = T (T k (x0 )) T k+1 (x0 ) = x0 Em particular, se n = m, ent ao todo ponto xo de T e tamb em ponto xo de T m . Assim, pela unicidade do ponto xo em T m , T tem no m aximo um ponto xo. Seja x o ponto xo de T m , ent ao teremos: T m+1 (x) = T (T m (x)) T m+1 (x) = T (x) Mas T m+1 (x) = T m (T (x)) T m (T (x)) = T (x) e ponto xo de T m . Da unicidade do ponto xo obtemos: Assim T (x) T (x) = x Fixado x1 X se tomarmos a subsequ encia de {T nm (x1 )}, pelo Teorema 1, ent ao essa subsequ encia converge ao ponto xo. Pra as subsequ encias da forma {T nm+r (x1 )}, com r N, basta tomar x0 = T r (x1 ) e aplicar o Teorema 1. Como todas as subsequ encias de {T n (x1 )} convergem para o ponto xo, ent ao {T n (x1 )} converge ao ponto xo. Teorema 2. Seja (M, d) um espa co m etrico completo e (X, ) um espa co topol ogico. Para X , seja T : X F (M, M ) que satisfaz: 0 X , existe uma vizinhan ca V0 de 0 e uma constante cV0 < 1 tais que: d(T (x0 ), T (x1 )) cV0 d(x0 , x1 ) (x1, x2) M 2 V0 A fun c ao T e cont nua em M para todo X Se para cada , x denota o ponto xo de T , ent ao a fun c ao H : X M tal que H () = x e cont nua em X. Demonstra c ao. Seja 0 X e V uma vizinhan ca de 0 e V . Ent ao: d(x , x0 ) = d(T (x ), T0 (x0 )) Mas d(T (x ), T0 (x0 )) d(T (x ), T (x0 )) + d(T (x0 ), T (x0 )) Assim, por 1): d(T (x ), T (x0 )) cV d(x , x0 ) + d(T (x0 ), T (x0 )) d(x , x0 )(1 cV ) d(T (x0 ), T (x0 )) d(T (x0 ), T (x0 )) d(x , x0 ) 1 cV Assim, dado > 0, seja V0 ( ) a vizinhan ca de 0 tal que V0 ( ) d(T (x0 ), T (x0 )) < 1cV . Se tomarmos V ( ) = V0 ( ) V , teremos: V ( ) d(x , x0 ) Logo, H e cont nua.
JONAS GOMES
ncias Refere
[1] H onig, Chaim Samuel Aplica c oes da Topologia ` a An alise, Rio de Janeiro, Instituto de Matem atica Pura e Aplicada, CNPQ, 1976