Relatório Eletrônica Industrial - Retificadores Controlados
Relatório Eletrônica Industrial - Retificadores Controlados
Relatório Eletrônica Industrial - Retificadores Controlados
RETIFICADORES CONTROLADOS
LIANA DE SOUZA RITTER LCIO ALVES JOS EVANDO COLT DE ALMEIDA MARLON
RESENDE - RJ
2 01 de Maro de 2013 LIANA DE SOUZA RITTER LCIO ALVES JOS EVANDO COLT DE ALMEIDA MARLON
RETIFICADORES CONTROLADOS
Relatrio de experimento apresentado Associao Educacional Dom Bosco, Faculdade de Engenharia de Resende, como exigncia da disciplina do Curso de de Eletrnica Industrial
RESENDE
3 01 de Maro de 2013
RESUMO
Neste relatrio apresentamos os procedimentos, resultados e concluses para a experincia sobre retificadores controlados meia onda. So apresentadas fundamentaes tericas como aplicaes, princpio de funcionamento, maneiras de disparar, mtodos de comutao e o retificador controlado monofsico de meia onda. Palavras-chave: Retificador controlado monofsico de meia onda. Tiristor. Retificador controlado de silcio
INTRODUO Os retificadores controlados so utilizados para controlar e converter potncias. O elemento mais representativo da famlia dos semicondutores controlados de potncia o trisistor, um dispositivo com quatro camadas, PNPN. Dentre os dispositivos PNPN o que mais se destaca o Retificador Controlado de Silcio (SCR).
FUNDAMENTAO TERICA Para analisar a operao dos retificadores controlados, faz-se necessrio compreender
como opera o tiristor. Esse um dispositivo utilizado para o controle do fluxo de potncia para a carga em retificadores completamente controlados.
1.1
Tirisistor
O nome tiristor engloba uma famlia de dispositivos semicondutores que operam em regime chaveado, tendo em comum uma estrutura de 4 camadas semicondutoras numa seqncia p-n-p-n, apresentando um funcionamento biestvel. So utilizados largamente para converter e controlar grandes potncias em sistemas AC ou DC, utilizando-se de pequena potncia para controle. O tiristor de uso mais difundido o SCR (Retificador Controlado de Silcio), usualmente chamado simplesmente de tiristor. Outros componentes, no entanto, possuem basicamente a mesma estrutura: LASCR (SCR ativado por luz), TRIAC (tiristor triodo bidirecional), DIAC (tiristor diodo bidirecional), GTO (tiristor comutvel pela porta), MCT (Tiristor controlado por MOS).
1.1.1 Aplicaes do Tiristor Fontes de Alimentao Reguladas; Inversores; Retificadores; Carregadores ; Controle de Motores; Entre outros.
1.1.2
Acima mostrada a analogia com um modelo simplificado com dois transistores (Fig. 1). O nodo (A) e o ctodo (K) so os terminais de potncia da chave e o gate (G), o terminal de controle.
Quando uma corrente Ig positiva aplicada, Ic2 e Ik crescero. Como Ic2 = Ib1, T1 conduzir e teremos Ib2=Ic1 + Ig, que aumentar Ic2 e assim o dispositivo evoluir at a saturao, mesmo que Ig seja retirada. Tal efeito cumulativo ocorre se os ganhos dos transistores forem maior que 1. O componente se manter em conduo desde que, aps o processo dinmico de entrada em conduo, a corrente de ando tenha atingido um valor superior ao limite IL, chamado de corrente de "latching". Para que o tiristor deixe de conduzir necessrio que a corrente por ele caia abaixo do valor mnimo de manuteno (IH), permitindo que se restabelea a barreira de potencial em J2.
(a)
(b)
(c)
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Figura 2: Estados de Operao de um Trisistor
1.1.3
Dentre todos os dispositivos PNPN, o SCR o de maior interesse e importncia atualmente. Existem verses para controlar potncias de at 10MW.
Quando o SCR est diretamente polarizado (VT > 0) e aplicado um pulso positivo de corrente de seu gate (G) para o catodo (K), este dispositivo entra em conduo permitindo circulao da corrente IT entre anodo e catodo. Uma vez em conduo, o pulso de gate pode ser removido e o SCR continua em conduo como um diodo, ou seja, no pode ser comandado a bloquear. Para que o tal deixe de conduzir necessrio que a corrente I T caia abaixo do valor mnimo de manuteno (IH), desta forma o SCR entra novamente na regio de corte. Quando o SCR est reversamente polarizado (VT < 0) ele no conduz.
9 1.1.3.1 Maneiras de disparar um SCR A seguir so apresentadas as formas de disparo de um SCR. 1.1.3.1.1 Disparo por Pulso de Gatilho Esta a forma usual de disparo. Como j foi dito, quando o SCR est diretamente polarizado e recebe um pulso positivo de corrente de gate para ctodo, ele entra em conduo. O componente se manter em conduo desde que, aps o processo de entrada em conduo, a corrente de anodo tenha atingido um valor superior ao limite IL (corrente de latching). Sendo assim, a durao do sinal de disparo deve ser tal que permita corrente atingir o valor IL antes que o sinal de disparo seja retirado. 1.1.3.1.2 Disparo por Sobretenso medida que se aumenta a tenso entre anodo e catodo (diretamente polarizado), possvel iniciar o processo de conduo mesmo sem corrente no gate. Este procedimento, nem sempre destrutivo, raramente utilizado na prtica. 1.1.3.1.3 Disparo por Taxa de Crescimento da Tenso Direta Uma vez que o SCR esteja diretamente polarizado, mesmo sem corrente de gate, pode haver a entrada em conduo devido taxa de crescimento da tenso entre anodo e catodo. Se esta taxa for suficientemente elevada (a tenso crescer rapidamente), o SCR entra em conduo. Este disparo, normalmente no desejado, evitado pela ao de um circuito de proteo conhecido como snubber, que se trata de um circuito RC em paralelo com o tiristor. 1.1.3.1.4 Disparo por Temperatura Em altas temperaturas, a corrente de fuga numa juno p-n reversamente polarizada pode assumir valor suficiente para que leve o tiristor ao estado de conduo. Para evitar este disparo, utilizam-se dissipadores de calor evitando o aumento excessivo de temperatura.
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1.1.3.2 Mtodos de comutao de um SCR Se por um lado fcil a entrada em conduo de um SCR, o mesmo no ocorre para o seu bloqueio. A condio para o bloqueio que a corrente de anodo fique abaixo do valor I H corrente de manuteno, cujo valor estabelecido pelo fabricante. Existem duas formas bsicas de bloqueio de um SCR.
1.1.3.2.1 Comutao Natural Em um circuito CA, a corrente normalmente passa por zero em algum instante levando o SCR ao bloqueio. Este tipo de comutao chamado comutao pela rede. Em circuitos CC, onde a comutao depende da caracterstica da prpria carga, a comutao definida como comutao pela carga. 1.1.3.2.2 Comutao Forada utilizada em circuitos CC onde no possvel a reverso da corrente de anodo. Sendo assim, deve-se oferecer um caminho alternativo para a corrente, enquanto se aplica uma tenso reversa sobre o SCR. Normalmente utilizado um capacitor carregado previamente com uma tenso reversa, em relao aos terminais do SCR. No instante desejado para o corte, coloca-se o capacitor em paralelo com o SCR aplicando sobre ele uma tenso reversa. Entre os parmetros importantes a serem especificados em um SCR, tm-se: ITAV Corrente direta mdia; ITRMS Corrente direta eficaz; ITSM Surto mximo de corrente; VDRM e VRRM Mximos valores de tenso direta e reversa; VGT e IGT tenso e corrente de gate; IL e IH corrente de latching e de manuteno.
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Se substituirmos o diodo do retificador de meia onda por um SCR, tem-se um retificador controlado, o qual permite variar a tenso de sada.
O circuito e as formas de onda do retificador monofsico de meia onda a tiristor esto representados na Figura 3:
No semiciclo positivo da tenso de entrada VS o SCR est diretamente polarizado, entretanto o mesmo no conduz, pois necessria a aplicao de um pulso de corrente entre os terminais
12 gate e catodo para que ele entre em conduo. Assim, no intervalo (0, a) o SCR encontra-se bloqueado e a tenso de carga nula. Transcorrido um certo ngulo ad (ngulo de disparo) aps a passagem da tenso Vs por zero, o circuito de disparo aplica um pulso de corrente (IG) entre os terminais gate e catodo do SCR provocando seu disparo. Com isso, a tenso na carga passa ser igual tenso de entrada. Como a carga resistiva, a forma de onda de corrente segue a forma de onda de tenso. No instante em que a tenso de alimentao e conseqentemente a tenso na carga passam por zero, a corrente de carga tambm se anula provocando o corte do SCR. No intervalo (p, 2p) a tenso da fonte torna-se negativa e o SCR se mantm bloqueado. Portanto, durante este intervalo, a tenso e corrente de carga permanecem nulas. Somente no prximo ciclo, quando for atingido o ngulo de disparo ad, que ocorre o disparo e o processo se repete. Observa-se ento, que variando-se o ngulo de disparo ad varia-se a tenso mdia de carga. Sendo VL MDIO a tenso mdia na carga, esta pode ser obtida pela expresso:
Onde VS RMS a tenso eficaz de entrada. As variaes extremas ocorrem quando: ad = 0, ento tem-se que: VL controlado); ad = p (180), onde tem-se que: VL MDIO = 0. Na Figura 5 est representada graficamente a tenso mdia na carga em funo do ngulo de disparo ad.
MDIO
Figura 5: Tenso na Carga em Funo de ad, para um Retificador Monofsico Controlado de Meia Onda com Carga Resistiva
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Note que a tenso mdia de sada dada em p.u. (valor por unidade). Assim, este grfico pode ser utilizado para qualquer valor de tenso de entrada. Por exemplo: se o ngulo de disparo for 90, pelo grfico se obtm o valor 0,225. Ento, para uma tenso eficaz de entrada de 127V, a tenso mdia de sada ser 0,225 x 127V = 28,5V.
1.2.2 Carga RL
Com carga RL o ngulo de extino b da corrente atravs do SCR maior que p. Desta forma, enquanto a corrente atravs do SCR (corrente de carga) no se anula, a tenso na carga se mantm igual da fonte. Observa-se neste caso que, sendo o ngulo de extino b maior que p, a tenso de carga assume valores negativos. Como conseqncia, o valor mdio da tenso na carga se reduzir, em relao quele para carga puramente resistiva. A tenso mdia na carga depende da tenso de entrada, do ngulo de disparo a e do ngulo de extino b. O ngulo b, por sua vez, depende da carga. Portanto, ao se variar a carga varia-se tambm a tenso mdia na mesma. Esta dependncia do valor mdio da tenso na carga, com a prpria carga, torna-se um grande inconveniente para esta estrutura retificadora.
O circuito e as formas de onda para o retificador de meia onda com diodo de circulao estorepresentados na Figura. No intervalo (0, ad) o SCR encontra-se bloqueado, sendo assim a tenso de carga nula. No instante correspondente ao ngulo ad, o SCR disparado por ao da corrente de gatilho IG. Assim, no intervalo (a, p) a tenso na carga igual tenso da fonte. No instante em que a tenso da fonte passa por zero, e na eminncia da tenso na carga se tornar negativa, o diodo de retorno polarizado diretamente desviando a corrente de carga e fazendo com que o SCR bloqueie. A corrente passa a circular pelo diodo, decaindo exponencialmente, e a tenso na carga se mantm nula.
Se o ngulo de disparo for elevado, provvel que a corrente se anule antes do prximo disparo, caracterizando conduo descontnua. Da mesma forma ocorre quando a carga apresenta baixa constante de tempo L / R, ou em outras palavras, se a carga for pouco indutiva. Por outro lado, para baixos ngulos de disparo e cargas com elevada constante de tempo, possivelmente a conduo ser contnua. Seja a expresso seguinte para o calculo do valor mdio da tenso na carga.
Note que esta expresso a mesma utilizada para o retificador de meia onda com carga resistiva pura. Portanto, agora o valor mdio da tenso na carga independe do ngulo de
15 extino b, ou seja, independe da carga. Desta forma, para uma dada carga indutiva, o diodo de circulao provoca um aumento no valor mdio da tenso na carga, em relao estrutura sem este diodo.
3 MATERIAIS E EQUIPAMENTOS UTILIZADOS NAS EXPERINCIAS Abaixo seguem os materiais e equipamentos utilizados em laboratrio. 3.1 Materiais - 1 Mdulo de Disparo e Medio de ngulo Mdulo 8440 - 1 Transformador 110/24V + 24 ( de at 10A) Mdulo 8440 - 2 Tiristores TIC 126 M ou Similar Mdulo 8441 - 1 Lmpada 60W / 127V Mdulo 8440 - 3 Indutores de aproximadamente 300mH Mdulo 8844 - 4 Diodos SKN 12/08 ou similar Mdulo 8441 - 1 Resistor de 0,22 R/20 W Mdulo 8441 - 1 Motor de Corrente Contnua 1/ 8 cv Mdulo 8445 3.2 Equipamentos - 1 Osciloscpio
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4 PROCEDIMENTOS E RESULTADOS Realizamos experincias para retificadores controlados monofsicos de meia onda. Observao: Cuidado na monitorao simultnea de dois canais. A maioria dos osciloscpios possui GND comum, portanto, deve-se evitar colocar os GNDs em potenciais diferentes, para no provocar um curto via osciloscpio. Para a experincia deste capitulo, a operao do mdulo 8440 deve ser monofsica. conveniente, ao energizar a bancada, que o ngulo de disparo esteja em torno de 150. Tambm o circuito de disparo deve estar bloqueado (chave MAN), devendo ser habilitado somente depois de energizada a parte de potencia (SCRs). As experincias em SCRs ( retificadores, pontes, controladores AC/ DC), devem ser feitas, preferencialmente, com o Snubber, que evita o disparo acidental devido ao dv/dt. Pode-se executa-las depois sem o Snubber para verificar o efeito do mesmo.
4.1 Experiencia 1: Retificadores Controlados Monofsicos em Meia-Onda Montamos o circuito da Figura 8 que segue abaixo, deixando desernergizado:
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Sendo: TF1: Transformador 110/ 24 V + 24V Mdulo 8440; SCR1: Tiristor ( com Snubber) TIC 126 M Mdulo 8441 e; LA1: Lmpada 60W/ 127V Mdulo 8844. Passos: 1) Ligamos o Mdulo de Disparo e Medio de ngulo. Habilitamos o disparo com a chave em EXT. Variamos o ngulo de disparo () e observamos o ocorrido. As formas de onda foram plotadas para um valor de = 30 Obs.: VAN: Secundrio do Trafo de Fora
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5 CONCLUSO
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REFERNCIAS
POMILIO, Jos. Tiristores e Retificadores Controlados. Unicamp. Disponvel em: <http://www.dsce.fee.unicamp.br/~antenor/pdffiles/ee833/Modulo2.pdf>. Acesso em 4 de abr. de 2013. Tiristores. Ebah. Disponvel em: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAABA8EAE/apostila-eletronica-potencia?part=3>. Acesso em 4 de abr. de 2013.