Homeopatia e Espiritismo - Entrevista Com Gilson Freire (CVDEE)

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Homeopatia e Espiritismo - Entrevista com Gilson Freire (CVDEE).txt26/3/2009 CVDEE - Centro Virtual de Divulgao e Estudo do Espiritismo http://www.cvdee.org.

br Entrevista Virtual Entrevistado(a): Gilson Freire Tema: Homeopatia e Espiritismo Num. Questes: 37 Nota: O contedo das respostas de inteira responsabilidade do autor, cabendo ao CVDEE o papel de divulgao e incentivo ao estudo da Doutrina Esprita. Obs: A entrevista pode ser divulgada livremente em outros meios de comunicao, sendo obrigatria a citao da fonte. --- Questo [#000] Apresentao e Introduo ao tema Resposta: Apresentao: Gilson Teixeira Freire Mdico formado pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais em 1980 e especializado em Homeopatia pela Escuela Mdica Homeoptica Argentina em 1982. Membro fundador do Instituto Mineiro de Homeopatia, onde exerce atividade docente desde 1985, formando mdicos nesta especialidade. Participa ainda como professor colaborador nos cursos de formao de especialista em Homeopatia da Associao Mdica Homeoptica do Estado de Minas Gerais e da Associao Mineira de Farmacuticos Homeopatas. Tem formao esprita de bero e, tendo desenvolvido habilidades psicogrficas, j publicou algumas poucas obras de literatura medinica, como caro Redimido, a Borboletinha Azul e Nestor, o beija-flor que queria ser anjo. Maiores informaes podero ser obtidas no site: www.imh.com.br/gilson. E-mail: [email protected] Antes de iniciarmos nossas respostas s questes formuladas, julgo interessante fazermos uma abordagem geral sobre o assunto, descendo posteriormente s particularidades. HOMEOPATIA: UMA RPIDA INTRODUO A Homeopatia nasceu das idias e das prticas de um mdico alemo, chamado Samuel Hahnemann, que viveu entre 1755 e 1843. A caracterstica fundamental dessa medicina, aquilo mesmo que a define, o emprego de medicamentos segundo o princpio de semelhana, tambm chamado de Lei de similitude. Isto quer dizer que ela usa para curar uma doena, uma substncia capaz de provocar sintomas semelhantes. Esse princpio se ope exatamente ao utilizado pela escola aloptica, que busca uma substncia que age de forma contrria enfermidade. Assim, diante de uma insnia, enquanto o mtodo aloptico prescreve uma droga de efeitos sonferos, a Homeopatia indicar uma substncia que pode produzir a mesma insnia que o paciente sofre. Esta caracterstica responsvel inclusive pela denominao dessa cincia, pois o prefixo homo significa semelhante e o radical patia quer dizer doena, lembrando ainda que prefixo grego alo expressa aquilo que contrrio. Estes dois mtodos teraputicos atravessaram, na verdade, muitos sculos, pois desde a Grcia antiga, a escola de Cos, representada por Hipcrates, j defendia o emprego dos semelhantes, em oposio escola de Cnido, preconizada pelo mdico Galeno, que indicava o uso dos opostos para a cura das enfermidades.

Homeopatia e Espiritismo - Entrevista com Gilson Freire (CVDEE).txt26/3/2009 No entanto, para que o medicamento no sobreponha seus efeitos aos da prpria enfermidade, ele submetido a uma diluio e agitao, processo chamado dinamizao, de forma a ser empregado em doses mnimas e infinitesimais. Desta maneira perde a substncia todo e qualquer efeito txico e passa a agir estimulando o organismo a reagir contra a sua prpria enfermidade. Portanto, podemos considerar que a Homeopatia age dentro dos princpios de ao e reao, estimulando o organismo a reagir contra o seu prprio mal. E poderemos ainda dizer que, enquanto a Homeopatia age como um catalisador estimulando o prprio organismo a se curar, seguindo os seus prprios mecanismos de cura, a Alopatia se empenha na utilizao de drogas que artificialmente combatam a doena, mas que uma vez suspensas, deixam o organismo to susceptvel quanto antes de adoecer-se novamente. No emprego da lei dos semelhantes, a Homeopatia usa substncias oriundas da natureza, de fontes vegetais, animais ou minerais. No entanto no deve ser confundida com a Fitoterapia, que utiliza chs, infuses e outras formas de uso de ervas medicinais, mas que no obedece lei dos semelhantes. Por isso muito comum ouvirmos pessoas dizendo que esto se tratando com a Homeopatia pelo simples fato de estarem usando determinados produtos naturais, mas que na verdade no esto sendo empregados segundo a lei de similitude e no esto dinamizados, portanto no diz respeito a esta medicina, propriamente dita. A Homeopatia usa verdadeiros venenos da natureza, substncias txicas que, se ingeridas em bruto, podem trazer srios danos ao organismo, como por exemplo os venenos de serpentes e aranhas, com Lachesis e Tarentula, plantas nocivas, como Belladona e Nux vomica e metais txicos como Arsenicum album e Mercurius, mas que devido ao avanado processo de diluio perdem toda a possibilidade de qualquer efeito nocivo, pois so usados em doses infinitesimais. Pode-se assim considerar o medicamento homeoptico como uma forma de energia, tal o grau de diluio em que se encontra. H que se considerar ainda um importante fator que em Homeopatia chamamos de terreno. Enquanto a Alopatia se empenha no tratamento do rgo doente, ou da doena propriamente dita, a Homeopatia investe toda sua potencialidade no tratamento do doente. Este visto como uma unidade, como um todo indivisvel, de modo que o motivo do tratamento homeoptico passa a ser o doente e no as suas doenas isoladamente. Poderemos comparar este fato com o extermnio de plantas nocivas que crescem em determinado ambiente. O mtodo aloptico ir cuidar de extirp-las, jogando-lhes venenos ou simplesmente arrancando-as. A Homeopatia ir estudar o terreno onde elas esto crescendo e aplicar um estmulo para que estas condies ambientais sejam modificadas. Assim a Homeopatia estar na verdade tratando o ambiente e no as plantas em si mesmas. Estar estimulando uma modificao neste ambiente, para que essas plantas deixem de nascer ali. Quando simplesmente as arrancamos, deixamos o terreno susceptvel para que as mesmas plantas, ou outras piores ainda, voltem a nascer no mesmo lugar, uma vez que este continua convidativo aos seus 2

Homeopatia e Espiritismo - Entrevista com Gilson Freire (CVDEE).txt26/3/2009 desenvolvimentos. O tratamento do doente como um todo pressupe o conhecimento de todo o indivduo, de seu processo de vida, de peculiaridades de sua personalidade, de seus traumas, de suas fraquezas e pendores. Isso faz da Homeopatia um processo que trabalha o indivduo por inteiro, o dono da doena, dizemos, e por isso, ao visitar um mdico homeopata, esteja disposto a levar-lhe, no somente as suas queixas fsicas, mas tambm a sua alma. De modo geral a Homeopatia preconiza o uso de um medicamento de cada vez e, raramente ele ser associado a um outro. Quando isso acontecer, ser por fora de uma necessidade momentnea, pois o tratamento homeoptico recomenda somente um remdio, aquele chamado medicamento de fundo, ou de terreno, embora voc possa estar doente de mais de uma enfermidade. Existem no entanto, outras maneiras de entender e aplicar a Homeopatia. Uma forma mais simples de se us-la empreg-la para se tratar um rgo doente, ou uma doena em seu momento de manifestao. Dessa forma o mdico estar tratando apenas o rgo e a sua enfermidade especfica e no a condio que propicia o doente a desenvolv-la. Essa forma pouco se diferencia da Medicina tradicional, sendo chamada de Homeopatia Organicista. Ela usar mistura de medicamentos em baixas dinamizaes, os chamados complexos, em frmulas padronizadas para o tratamento das mais variadas condies clnicas que acometem o ser humano. A escola que procura tratar o doente e no suas doenas isoladamente, considerando o todo mente-corpo na sua propenso adoecer, chamada de Homeopatia Unicista, por abordar o organismo como se fosse uma unidade. Ela pressupe a necessidade de tratar o campo com base no qual a doena se desenvolve, ou seja, a predisposio mrbida do indivduo. O Unicismo homeoptico de fato que se fundamenta na existncia de um organismo imaterial sustentando o substrato fsico, que a Homeopatia chama de Energia vital, onde se escondem os desequilbrios provenientes da mente, fonte primria de todas as enfermidades. Esta sim nos parece ser uma medicina revolucionria que, introduzindo-nos nos paradigmas da imponderabilidade, nos conduz Medicina do Esprito. A Homeopatia organicista considerada uma forma primitiva da medicina hahnemanniana, sendo aquela que se difundiu e ainda existe como uma prtica popular, por ser de fcil aplicao. J o Unicismo homeoptico se restringiu aos crculos acadmicos, por exigir uma formao mais cuidadosa e estudos mais acurados do profissional que a ela se dedica, sendo uma medicina que se adentra no mundo emotivo e psquico do homem, ou seja, em sua alma, a procura das razes mais profundas da enfermidade. Uma ltima e importante caracterstica da Homeopatia o conhecimento da maneira como o organismo reage ao estmulo do medicamento dinamizado e aplicado segundo a lei dos semelhantes. Havendo uma reao adequada, o organismo ir responder com uma srie de reaes peculiares que em seu conjunto compem o que chamamos de Lei de Cura. De modo geral podemos dizer que haver inicialmente uma etapa de piora dos sintomas para se seguir uma melhora duradoura e abrangente. Essa piora poder se acompanhar de um retorno de sintomas antigos que se fazem numa ordem determinada, dos ltimos para os primeiros e de 3

Homeopatia e Espiritismo - Entrevista com Gilson Freire (CVDEE).txt26/3/2009 dentro para fora do organismo. Expliquemos melhor: podemos considerar que nosso organismo obedece a uma ordem para se enfermar e uma ordem para se curar e que ambas percorrem direes opostas e complementares. Para compreender isso preciso considerar que temos no nosso corpo planos de hierarquias, ou seja, nossa organizao psicobiolgica est estruturada em nveis diferenciados de importncia, que vo da pele mente. Assim o mais superficial em ns a pele, posteriormente temos as mucosas oral, farngea e nasal, depois a rvore brnquica, seguindo-se a mucosa do aparelho digestivo (lembrando que mucosas, so as nossas peles internas) e posteriormente os rgos internos, como o sistema circulatrio, o articular, o endcrino, caminhando para o que chamamos rgos vitais, como corao e rins, depois o sistema nervoso e, finalmente a mente, o eu interno. Compomos ento uma unidade estruturada em nveis hierrquicos, configurando-nos a imagem de crculos concntricos ou espiralados, da pele conscincia, sem soluo de continuidade. Por estes planos caminha a nossa enfermidade, partindo de dentro para fora e tendendo a se projetar no plano mais superficial possvel. Assim as pessoas mais saudveis adoecem prioritariamente da pele. E por isso o beb tende a apresentar as dermatites, nas mais diversas formas, e suas enfermidade febris e virticas terminam quase sempre na pele, em processos chamados exantemas. Posteriormente a criana passar a enfermar-se em nveis cada vez mais internos, adoecendo de rinites, amigdalites, otites e mais tarde um pouco, comear a ter bronquites. E, uma vez adulto aprofundar ainda mais as suas doenas, fazendo-as incidirem no aparelho gastro-intestinal, onde ocorrem as famosas gastrites e lceras gstricas e duodenais prprias do adulto jovem. Posteriormente assistiremos ao avano da doena para rgos paulatinamente mais profundos, pois ela ir se transformar, por exemplo na hipertenso arterial. Um passo mais e a veremos nos reumatismos, para depois se alojar nas enfermidades cardacas. Se o indivduo no sucumbe, ento o fenmeno progride para as deficincias neurolgicas e mais profundas. O trmino desta estranha jornada do fenmeno mrbido termina na mente, onde a doena comparece destruindo o que temos de mais nobre em ns, nossa razo, nossa conscincia e nossa vida de relaes. Desta forma vemos que a enfermidade segue uma via de interiorizao, caminhando de fora para dentro. A doena assim, depois de nascer do Esprito, caminha pelos diversos planos do organismo, terminando na mente, como desequilbrios psquicos graves, se no provoca antes a aniquilao do organismo. E sua forma mais saudvel possvel de manifestar-se na pele, o rgo mais superficial e mais apto para aloj-la. Dessa forma, se uma pessoa responder adequadamente ao estmulo curativo do medicamento homeoptico, ir apresentar uma curiosa movimentao de sua enfermidade de dentro para fora. Do rgo mais profundo que ela adoece, ir passar a doenas antigas e mais superficiais, na ordem inversa ao seu aparecimento. Por exemplo, se tratamos um doente cardaco com uma enfermidade reversvel, ele ir melhorar, mas logo reapresentar dores reumticas, pois ter a mesma gastrite de jovem, para logo em seguida com a ter bronquite e amigdalite como se fora menino novamente e, finalmente, apresentar coceiras e irritaes cutneas como se fosse beb outra vez. Isso levou o conhecimento popular a considerar que a Homeopatia joga a doena para fora e ns dizemos 4

Homeopatia e Espiritismo - Entrevista com Gilson Freire (CVDEE).txt26/3/2009 que ela superficializa ou drena a enfermidade, favorecendo o adoecimento da melhor e mais saudvel maneira possvel. A Lei de cura mostrou aos estudiosos da Homeopatia que, ao retornar, as doenas na verdade no haviam sido curadas e no eram simplesmente fenmenos aleatrios dos rgos, mas distrbios de um campo biolgico no fsico que neles insidiam, fazendo-os adoecerem. Isso levou ento a concluso de que a doena, na verdade, no o que se v e se analise por meios materiais, mas sim a projeo de uma energia mrbida proveniente da mente ou Esprito, sendo ento absorvida pelo rgo em uma tentativa, na verdade se aliviar ou curar os planos mais profundos. E concluiu-se ainda que um rgo poder se ver livre do processo mrbido sem que na verdade se cure a sua doena, ou seja, ela pode ser simplesmente suprimida, o termo habitualmente usado pelos mdicos homeopatas para definirem esse fenmeno, normalmente negado pela medicina convencional. A supresso dos sintomas fsicos, faz ento o organismo lanar o adoecimento em um lugar mais profundo. E cada vez que se aprofunda a doena, o sistema emocional ir piorando, at o ponto em que somente ele adoecer. O processo se aloja ento na prpria mente. Podemos ento comparar a enfermidade a uma vlvula de uma panela de presso. Ela apita porque a presso da panela se alterou, em uma tentativa de aliviar essa presso interna. Se nos dispomos a fechar essa vlvula, a panela ter, obrigatoriamente, que lanar mo de uma vlvula, para que no exploda. E, assim, novas vlvulas surgiro na tentativa de se salvar a integridade da panela. Dessa forma vemos que as doenas fsicas so, na verdade, mecanismos defensivos da mente ou Esprito. Dessa forma a Homeopatia entendeu que uma doena pode ser suprimida sem ser efetivamente curada, acusando os procedimentos alopticos de fazer exatamente isso, ou seja, a eliminao momentnea de sintomas, sem de fato curar, por estar agindo sempre nos efeitos e no nas causas. Assim ao longo da vida o indivduo ir adoecer de modo cada vez mais grave, pois a nossa natureza espiritual trabalha para alijar nossos males de nossa intimidade espiritual, ainda que, para isso, sacrifique o organismo. Com o estmulo homeoptico, a enfermidade ir retroceder aos planos superficiais novamente, processo este conhecido como superficializao, drenagem ou exonerao da doena. Por isso se diz que a Homeopatia trata de dentro para fora e pode expurgar a enfermidade para nveis cutneos. E a alopatia, considerada em sua ao repressora da doena, apenas colocaria a doena para dentro. A Homeopatia convenientemente aplicada, portanto, um processo que dinamiza a via centrfuga de enfermidade ou o caminho de cura do organismo e pode transladar o local onde ele preferencialmente adoece, mudando a doena de um plano mais profundo para um mais superficial e transformando um mal mais grave em outros mais brandos, at que o processo se esgote. Assim que assistiremos com freqncia ao aparecimento de reaes na pele em pessoas que se tratam convenientemente com a Homeopatia. 5

Homeopatia e Espiritismo - Entrevista com Gilson Freire (CVDEE).txt26/3/2009 O processo pode ser ainda compreendido facilmente quando comparamos o nosso corpo com uma casa. As doenas so impurezas oriundas dos desleixos do morador. Um observador externo pode pensar que no h morador na casa e que suas impurezas so casualidade, dispondo-se ento a cimentar e pintar suas infiltraes e escondendo seus dejetos sob os tapetes, por exemplo. Isso ir produzir incmodos cada vez maiores para a casa e para o seu morador, pois chegar um momento que este no agentar mais estar em sua casa, recebendo de volta aquilo que produto dele mesmo. A Homeopatia se compara ento a algum que chega nessa casa com uma vassoura e se dispe a uma limpeza, fazendo no incio um certo rebulio e trazendo as impurezas para fora da casa, que ento, sero vistas na sua parte externa (a nossa pele, no caso), trazendo alvio para o morador, que passar a se sentir bem em sua moradia. E compreenderemos ainda que, enquanto a Alopatia suprime, a Homeopatia apenas estimula a eliminao dos nossos processos mrbidos, mas no pode verdadeiramente impedir que os continuemos acumulando ao longo da vida. E compreendemos que a cura verdadeira um atributo do prprio ser, pois ele quem se deixa contaminar com a enfermidade, que se torna assim um produto de nossa vida emocional em desacordo com a Lei de Deus. Esse exemplo nos propicia ainda entender que as bactrias e vrus, considerados como causadores das doenas infecto-contagiosas, nada mais so do que agentes atrados nossa casa em decorrncia das impurezas que ela contm, desempenhando, na realidade, um papel de faxineiros da natureza. Mat-los, nesse caso, traduz-se em aparente e momentneo benefcio, pois eles tendero a voltar at que todo o lixo da casa seja consumido. Ento a doena, mesmo sendo grave, nunca pode ser reprimida? E poderemos sempre aplicar a Homeopatia para toda e qualquer enfermidade? Devemos compreender muito bem os princpios expostos acima, a fim de no perdermos o bom senso. Se compararmos a impureza da casa a um curso de um esgoto, compreendemos que ele deve ser drenado a fim de proporcionar alvio ao morador e equilbrio e segurana construo fsica. Se detivermos esse esgoto, a situao a longo prazo, tanto do morador quanto da casa ser prejudicada, bem verdade. No entanto, se estivermos diante de uma verdadeira enxurrada, preciso detla a qualquer custo, pois sua marcha violenta ir derrubar toda a casa. Por isso, diante de doenas graves, que ameaam a vida da pessoa, temos por vezes, que adotar medidas repressivas da doena, mas no podemos considerar o processo como de ordem curativo. Ele apenas deter momentaneamente o fluxo mrbido, que retomar o seu caminho mais tarde e a necessidade de se processar uma drenagem comedida e orientada do processo se torna evidente e necessria para a ordem da casa e o bem-estar do morador. A Homeopatia poder fazer exatamente isso. No queremos dizer com isso que a Homeopatia no se presta ao tratamento de doenas 6

Homeopatia e Espiritismo - Entrevista com Gilson Freire (CVDEE).txt26/3/2009 graves, mas sim que o organismo poder no ter recursos para reagir ao estmulo curativo do medicamente dinamizado, necessitando medidas convenientes ao sustento da vida. Um paciente com apendicite aguda, por exemplo, deve ser encaminhado ao hospital, embora ele possa ser curado pela Homeopatia, no podemos deix-lo entregue possibilidade de no reagir, colocando-o em grave perigo de vida. Assim, todo bom senso exigido do mdico homeopata no acompanhamento do enfermo, que poder optar por recursos alopticos, como antibiticos ou intervenes cirrgicas, quando o seu enfermo, grave, no apresenta reaes curativas. E, finalmente, preciso considerar que determinadas condies orgnicas impem procedimentos mdicos insubstituveis que a Homeopatia no poder dispensar. Assim, diante de um organismo que chegou falncia completa de um rgo, h necessidade de dar a ele os servios deste rgo em falta. Um pncreas que j no tem clulas para produzir insulina, necessita de sua aplicao diria. Um rim que j no mais funciona deve ser substitudo por uma mquina de dilise, um corao que perdeu a sua irrigao sangunea, deve receber um aporte suplementar de sangue confeccionado artificialmente, e assim por diante. A Homeopatia se reserva o direito de tratar o doente e sua tendncia mrbida de adoecer, mas os rgos podem estar de tal forma destrudos, que o tratamento convencional no pode mais ser dispensado. Mas isso deve ser decidido caso a caso, diante do homeopata que usa seus conhecimentos mdicos convencionais para esta delicada avaliao. Por isso a Homeopatia deveria ser aplicada por mdicos e no por leigos, por conhecerem melhor as histrias naturais das enfermidades e suas conseqncias. Surpreendidos, vemos que esses conceitos resgatam o precioso ensinamento esprita que nos informa ser a doena um mecanismo de cura do Esprito imortal. Somos levados a concordar com o nobre mentor Andr Luiz que na obra Entre a Terra e o Cu, nos relata: A carne assim como um filtro que retm as impurezas do corpo perispiritual, liberando-o dos males nela adquiridos. [...] Compreendemos, assim, que as enfermidades complicadas e longas guardam funo especfica [...] O corpo fsico funciona como um abafador da molstia da alma, sanando-a, pouco a pouco no preciso maior clareza para compreendermos, enfim, que toda doena cumpre um papel no ordem do destino individual e no obra de mero acaso ou fracasso biolgico, como a cincia materialista nos induziu a pensar. E isso requer modificar nossos parmetros teraputicos diante dela. Para isso veio ao mundo a Medicina Homeoptica. Compreendemos ento que a Homeopatia um procedimento muito delicado que requer o conhecimento de toda a histria de vida da pessoa, uma vez que ela deve conhecer o terreno do enfermo e no somente a sua enfermidade atual. Utiliz-la, como comumente se faz, para tratar as doenas isoladamente no lhe proporciona todos os benefcios a que ela se presta. Mas para isso preciso buscar profissionais competentes e reconhecidos. Outro fator primordial 7

Homeopatia e Espiritismo - Entrevista com Gilson Freire (CVDEE).txt26/3/2009 para se tratar a confiabilidade no medicamento homeoptico, pois os criteriosos cuidados na sua preparao podem no ser motivo de preocupao de muitas farmcias que se denominam homeopticas e que, na verdade, so estabelecimentos que comercializam produtos naturais e fitoterpicos, no estando aptas delicada manipulao do remdio dinamizado. Assim indispensvel conhecer a idoneidade de sua fonte de medicamentos e em caso de dvidas convm interrogar ao seu mdico. Maiores informaes sobre a Homeopatia podero ser colhidas na literatura, onde indicamos o excelente livro Aos que se tratam pela Homeopatia de autoria da Dra. Clia Regina Barollo, que poder ser encontrado nas farmcias de Homeopatia e livrarias. Uma vez compreendido estes aspectos fundamentais, vamos ento s questes que nos foram formuladas. Seria ainda interessante que os leitores que nos interrogaram lessem todas as demais perguntas, e no somente as suas, pois muitas delas se complementam: --- Questo [#001] Minha filha tem 15 anos. Quando menor (de 3 m aos 9 anos) sofria de ASMA. Realizou vrios tratamentos mdicos: Pneumologista, Alergista e Homeopata. Aos 9 anos teve uma crise alrgica grave que afetou sua pele. De l para c nunca mais teve ASMA, mas sua pele est em constantes processos alrgicos. Isto gera graves problemas em sua auto-estima, ao ponto de no usar mangas curtas. Consultamos vrios mdicos de pele sem nenhum resultado positivo. Deveramos tentar a Homeopatia? Resposta: Sim, sem dvida, compreendendo que o que se passou com ela foi o cumprimento natural da Lei de cura, pois ela transladou para a superfcie o seu mal interno. A despeito de incomodar-lhe profundamente a apresentao pessoal, acreditamos que essa a melhor maneira dela eliminar os males que seu perisprito traz de outras existncia e deveria ento estar feliz e em acordo com as leses da pele. Qualquer tratamento que vise apenas reprimir essa manifestao cutnea ire interiorizar o mal, trazendo de volta a asma. A homeopatia poder lhe apressar as reaes curativas, mas se lhe trar ou no a cura definitiva, estar na dependncia do quantum de doena, ou seja, a quantidade e manancial mrbido que ela detm no organismo perispiritual. Se este for por demais abundante, ela ir, infelizmente, padecer o resto da vida, mas ter cumprido a finalidade nobre da doena, que alijar de sua intimidade espiritual as impurezas que lhe impregnavam a conscincia imortal. --- Questo [#002] Gostaria de saber se existe disponvel, algum texto publicado (de preferncia on-line) sobre a homeopatia. Resposta: H muitssimos, basta digitar homeopatia em qualquer buscador de Internet e estar a sua disposio. Como o assunto muito extenso, d preferncia queles que se acham ligados a associaes homeopticas. --- Questo [#003] 8

Homeopatia e Espiritismo - Entrevista com Gilson Freire (CVDEE).txt26/3/2009 Estou fazendo tratamento homeoptico para rinite. Senti uma melhora, mas preciso retornar pois acabaram os remdios. Prefiro tomar remdios naturais a ficar me intoxicando com um monte de remdios. Agora o que diz a Doutrina a esse respeito? Resposta: Sua resposta est no texto acima. Uma vez que a Homeopatia permite a drenagem mrbida do manancial da doena, essa a nica forma de nos curarmos de modo definitivo, cuidando depois para vivenciar a realidade recomendada pelo Evangelho para que no continuemos semeando males para ns mesmos. --- Questo [#004] De que maneira age a medicao homeoptica no ser humano? Resposta: foroso reconhecer que ainda no conhecemos como trabalham as energias vitais a partir do comando da conscincia interna, mas pode-se aventar que o medicamento homeoptico atua mediante a lei de ao e reao. Agindo no mesmo sentido da doena, uma vez empregado pela lei do semelhante, ele ir despertar as reaes curativas do prprio organismo. Leia o texto introdutrio acima. --- Questo [#005] Por milhares de anos, o tempo de vida mdio do homem foi de poucos mais de quarenta anos. A homeopatia se preocupa com a questo do reequilbrio natural do corpo humano. Como enxergada essa sobrevida excepcional? Resposta: inegvel que a evoluo se processa em todos os sentidos, promovendo a progressiva melhoria de todos os aspectos da vida planetria. Assim as condies higinicas e alimentares, medida que se aprimoram, refletem sobre as condies de vida do homem terreno, em resposta a suas aquisies evolutivas, contribuindo para aumentar a sua longevidade. O que a Homeopatia chama a ateno para o fato de que a sade no simplesmente um bem estar fsico e emocional que se adquire por aprimoramentos tecnolgicos e matrias, mas, sobretudo, fruto de um adiantamento moral, uma vez que ela nos suscita a compreender que o equilbrio das vestes orgnicas do homem somente ser estvel e verdadeiro se for acompanhado de um genuno progresso no campo do Esprito. Do contrrio assistiremos o que vemos hoje: as doenas fsicas esto sendo parcialmente controladas por imposio de medicamentos modernos, mas o homem, continuando doente moralmente, prossegue mudando a forma como manifesta seus desequilbrios, aumentando-se progressivamente as doenas da alma, como a depresso, medida que ele passa a viver mais, mas no se dispe reforma ntima, imprescindvel sade verdadeira. --- Questo [#006] Posso ter resultados satisfatrios tratando uma criana de 11 anos com sndrome do pnico e que tem mediunidade ostensiva, sem que para isso tenha que recorrer a remdios mais fortes? Estou tratando com homeopatia, mas a ansiedade dela e as fobias esto acentuadas: medo de metr, elevador, taquicardia, falta de ar, sensao de que vai desmaiar e medo de morrer! Estou tratando com passes 9

Homeopatia e Espiritismo - Entrevista com Gilson Freire (CVDEE).txt26/3/2009 especiais e culto do evangelho no lar. o suficiente? Resposta: Sabemos, caro amigo, que cada um de ns renascemos na Terra com marcas indelveis de um passado que nos trazem de volta os desequilbrios engendrados para que encontrem reais solues no campo de desenvolvimento do Esprito imortal. Portanto, muitas vezes, o que nos parece um dano e um mal sem justificativas, justamente a via resolutiva do equilbrio. Por isso, no trate o mal de seu filho como um empecilho sua felicidade, mas sim como um recurso de crescimento rumo a conquistas indispensveis ao seu equilbrio. Assim trabalham as leis da vida que tudo fazem para nos reconduzir ao bem e felicidade, servindo-se, muitas vezes, para isso, de caminhos tortuosos, mas indispensveis, os quais devemos seguir com bom nimo e coragem. Continue tratando-o com a Homeopatia e no dispense o tratamento esprita, pois, embora a mediunidade esteja na base desses distrbios, sem a reforma moral do ser, a casa orgnica continuar vazia, atraindo sempre as entidades afins com a perturbao que portamos, como nos disse Jesus. Portanto, o Evangelho o remdio excelso e indispensvel. Evite, na medida do possvel o uso de drogas psicotrpicas que apenas adiaro a soluo definitiva do seu processo crmico. --- Questo [#007] Qual a relao entre energia e medicamento homeoptico? O medicamento atua na rea do Perisprito? Resposta: Estamos plenamente convencidos de que a natureza fsica se sustenta em base energtica, em todas as suas conjunturas, como muito bem j determinou a Fsica quntica, ao constatar a imponderabilidade das subpartculas atmicas, feitas somente de energias coaguladas e nada mais. Portanto, tudo energtico e o medicamento homeoptico uma energia pura que se extrai das substncias constitutivas da matria, possibilitando-as atuarem no cosmos dinmico do ser. E estamos cientes tambm de que o ser humano uma indissolvel unidade psicodinamofsica sob o preponderante comando do Esprito. Portanto, toda e qualquer ao atuante no corpo fsico e no enrgico so provisrias, se no forem incorporadas pela vontade do ser. Por isso, comparemos a nossa organizao a uma carroa, com o cavalo e o cocheiro. A carroa o corpo fsico, que se quebrado perturbar tanto o cavalo quando ao condutor. O cavalo o perisprito, que, embora sob o comando do ltimo, pode, em certas ocasies disparar ou agir sob o imprio de sua instintividade. A medicina materialista atua na carroa, mas no pode afetar diretamente o cavalo e muito menos o cocheiro. Muitas vezes ela se quebra porque o cavalo est em disparada. Deve-se consert-la, mas ir se quebrar novamente enquanto no se acalmar o cavalo. O medicamento homeoptico para o cavalo, acalmando-o e estimulando a retornar a sua via normal de caminhada. Mas se o cocheiro, o Esprito, no for educado, de pouco adiantar tampouco, pois logo o veremos novamente fora do roteiro correto, atiando seu animal e quebrando de novo a carroa. Compreendemos assim que, somente a ao sobre o Esprito fator preponderante 10

Homeopatia e Espiritismo - Entrevista com Gilson Freire (CVDEE).txt26/3/2009 de equilbrio e estabilidade da sade. --- Questo [#008] Quais so as provas de que homeopatia funciona, ou seja, existem estudos publicados em revistas cientficas mostrando que h diferenas entre homeopatia e o efeito placebo? Caso contrrio, o Espiritismo no est equivocado em apoiar um tratamento cuja eficcia no est comprovada cientificamente? Resposta: O homem moderno esquivou-se do caminho da intuio e da f para se enveredar pelas rotas da razo como se fosse a medida de todas as suas verdades. A cincia negou o impondervel por no poder examin-lo nos seus frios laboratrios e exigiu que um fato somente se mostre verdadeiro se puder ser atestado pelos seus instrumentos de pesquisas, aos quais se confere os parmetros da verdade. Segundo estes postulados, o Esprito est fadado a no existir e ser mera fantasia humana, pois no pode ser comprovada pela cincia. Essa a fria realidade de nossos dias ainda dominados pelo cartesianismo materialista e reducionista. A cincia no o parmetro para a verdade e teremos que avanar, buscando por outros meios de aferio da verdade. A Homeopatia atua estimulando as prprias vias naturais de cura, por isso no se pode detectar seus efeitos no cosmos orgnico, uma vez que ela no artificializa reaes, como o caso do medicamento aloptico. Portanto no se poder comprov-la pelos meios materiais, mas somente quando a cincia avanar e penetrar no campo espiritual, fonte nica que sustenta toda a fenomenologia universal, como sabemos. Segundo o nosso parecer o Espiritismo no est errado ao ver na Homeopatia a Medicina espiritualizado do futuro e no se equivoca em apoiar o seu avano simplesmente por que os recursos de uma poca no so ainda suficientes para comprov-la. Se nos ativssemos unicamente ao que cientfico, no poderamos continuar acreditando na existncia do Mundo dos Espritos e muito menos em nossa imortalidade, o que seria lastimvel para a nossa felicidade na Terra. E, convenhamos, se fossemos aguardar a cincia dos homens para validar os ensinos espritas, estaramos ainda no mais imersos no mais absurdo materialismo e esperaramos ainda muitssimo tempo para admitir a existncia do Esprito. (leia tambm a questo 31). --- Questo [#009] A homeopatia atua no organismo material ou perispiritual ? Resposta: Como j afirmamos, atua no campo bioenergtico, o campo perispiritual ou psicosfera do ser imortal. --- Questo [#010] No caso da Homeopatia agir no campo perispiritual, como se daria o processo visto que os remdios ingeridos so "matria"? Resposta: Os medicamentos homeopticos no so veculos materiais, pois esto diludos at a inexistncia de qualquer resduo fsico neles. Transformamse em essncia depois de atingido a 12 diluio centesimal (12CH), quando se ultrapassa o limiar de disperso molecular. Por isso eles podem atuar na 11

Homeopatia e Espiritismo - Entrevista com Gilson Freire (CVDEE).txt26/3/2009 unidade sutil do ser. --- Questo [#011] Existe algum remdio homeoptico que ajude a perder peso? Alguma coisa que me ajudasse na reeducao alimentar, que me incentivasse. Resposta: A Homeopatia pode estimular equilbrios e sanar uma predisposio obesidade, mas no pode, em absoluto, reduzir o peso que j foi incorporado ao seu organismo. No existem medicamentos homeopticos para emagrecer, isso um equvoco. Existem de fato produtos fitoterpicos que muitos confundem com Homeopatia. Como j definimos a Homeopatia atua por ao do semelhante e aborda o doente e no a doena, portanto ela no se utiliza de medicamentos especficos para uma determinada enfermidade. Embora se encontre isso na prtica popular da Homeopatia, isso uma adulterao de seus princpios e no se justifica. Portanto convm evitar o uso das famosas cpsulas homeopticas emagrecedoras, pois no fazem bem, uma vez que so associaes de substncias txicas e ativas muito prejudiciais sade, como diurticos, inibidores qumicos de apetite, laxantes, hormnio tireoidiano e calmantes, juntos com alguns produtos ditos naturais, como cscara sagrada e centelha asitica. Repetimos, isso no Homeopatia, estes medicamentos no so homeopticos. Nada poder lhe dispensar a reeducao alimentar, a necessidade de atividade fsica e a mudana de hbitos. A Homeopatia poder lhe ajudar estimulando seu equilbrio emocional, reduzindo a sua ansiedade e conduzindo-a a uma sade mais completa. Apenas isso. Particularmente eu condeno todos os medicamentos redutores de apetite e as interminveis dietas de fome. Penso, em acordo com outros estudiosos da rea, que a carncia a que se submete o organismo estimula um mecanismo compensatrio de absoro e aumento do apetite. Nas mnimas oportunidades em que o inconsciente consegue romper a imposio da vontade, promove um exagero da fome, o aumento da ansiedade durante a alimentao, intensificao dos mecanismos de absoro e acmulo de gorduras. O organismo se comporta ento como se estivesse submetido privaes e necessitasse, contra as quais deve se precaver. o mesmo mecanismo que evolutivamente submetia o ser seleo natural, em pocas de privaes, e permitiam a sobrevivncia somente daqueles que mais rpido se alimentassem e mais conseguissem acumular do alimento disponibilizado no momento. S que, agora no se trata mais disto, temos alimento em abundncia, e este mecanismo passou a ser contraproducente, levando ao famoso efeito sanfona, to drstico para a sade. Para romp-lo preciso permitir-se a satisfao na alimentao. preciso convencer o organismo de que no faltar alimento, portanto, no se deve passar por longos jejuns. Devese comer com freqncia (sem exageros) de modo a no se permitir o deflagrar do gatilho da fome exagerada. Deve-se comer coisas gostosas a fim de apaziguar a satisfao psquica. Deve-se comer bem devagar, a fim de no simular uma situao de carncia, como se to cedo no fosse mais haver outra oportunidade de se comer novamente. Deve-se degustar ao mximo tudo que se come. E para isso 12

Homeopatia e Espiritismo - Entrevista com Gilson Freire (CVDEE).txt26/3/2009 preciso prestar bastante ateno ao que est na boca, no fazendo outra coisa do que comer na hora de comer, evitando ler, ver televiso, conversar afoitamente, distraindo o organismo da apreciao do alimento. Deve-se evitar lquidos na refeio, pois eles tambm impedem essa degustao do alimento, se deseja bebe, fao-o moderadamente e aps ter engolido o alimento e terminado de lhe sentir os ltimos sabores. Exagere na mastigao, pois ela informa ao crebro o grau da satisfao psquica do alimento. Quanto mais rpido voc comer, menos sentir o sabor e mais comer para satisfazer esse apetite psquico, que o simples desejo de saborear os alimentos. Deve-se comer de tudo, inclusive massas, porm reduzindo drasticamente a sua quantidade, bem como das gorduras. Evite ainda o uso abusivo de protenas em substituio s gorduras e massas, pois est provado que quando em exagero, elas podem desencadear o mecanismo da privao. Retire tudo que for gordura de sua dieta: manteiga, margarina, sorvete, carnes gordas, maioneses, pratos cremosos, ovos em excesso e, naturalmente, as frutas e verduras so liberadas a gosto. Prefira sempre alimentos fibrosos, integrais, pois as fibras no sendo absorvidas, aumentam a nossa saciedade e retm gorduras no bolo alimentar. Particularmente recomendo a prece sistemtica antes de comer, como um eficaz mecanismo apaziguador da ansiedade. E so contra-indicadas estas dietas baseadas em maantes clculos calricos, que promovem uma verdadeira neurose em quem as adota. Junte a tudo isso uma moderada mas constante atividade fsica e pronto. Com pacincia e bom animo d certo. Evidentemente se voc puder contar com uma orientao nutricional bem conduzida lhe ser de grande proveito. --- Questo [#012] H registros que mostrem como o Espiritismo chegou ao Brasil atravs de Homeopatas? Resposta: Sim, segundo registros histricos consta-se que Benoit Mure, o famoso mdico francs, aportou Terra do Cruzeiro ainda em 1840, trazendo junto com seu botequim de medicamentos homeopticos, os primeiros livros espritas para a nossa terra. Alm de exercer a Homeopatia, ele aplicava passes em seus enfermos e falava de Deus, Cristo e caridade. Segundo consta ainda, o Dr. Bentinho, como era chamado pelos brasileiros, ajudou na formao de nosso primeiro mdico homeopata, o dr. Melo Morais, que em 1853 fundou no Rio de Janeiro o primeiro grupo esprita de nossa nao. Depois outros surgiram, e dentre os seus seguidores logo de destacou o eminente dr. Bezerra de Menezes, que logo abraou, junto com o Espiritismo, a Homeopatia, consorciando-os em uma simpatia recproca, que os conduziria juntos at os nossos dias. --- Questo [#013] As casas espritas podem utilizar a hometopatia como auxilio no tratamento, curas e cirurgias espirituais? A Homeopatia reconhecida como um mtodo de tratamento mdico? Que tipo de profissionalizao temos dentro desse tema? Resposta: Acredito sinceramente que as casas espritas deveriam se restringir ao uso da teraputica qual est habilitada e se especializou, ou seja, a fluidoterapia atravs de gua magnetizada, passes e intervenes do mundo espiritual, da desobsesso e da educao medinica. Extrapolando estes 13

Homeopatia e Espiritismo - Entrevista com Gilson Freire (CVDEE).txt26/3/2009 limites, ela incorre em riscos, uma vez que os tratamentos mdicos, homeopticos ou alopticos requerem um seguimento adequado. Mesmo o uso do medicamento homeoptico demanda conhecimentos e acompanhamento especfico a fim de orientar o doente no caminho de cura. Como vimos, isso somente se consegue mediante reaes com retornos de sintomas antigos, drenagens e superficializaes que, se no forem orientados no produziram benefcios alm de simples efeitos sugestivos. Sabemos que prtica medinica corrente em nosso pas o receiturio, sobretudo medinico, e muitas vezes eles atendem caridade de se ajudar um doente em desespero, nesse caso a Homeopatia normalmente praticada a organicista, que se utiliza de medicamentos de baixas dinamizaes que somente paliam e no estimulam verdadeiramente a lei de cura. Estejamos, portanto, cientes do fato de que se trata uma paliao, praticada em nome de genuna caridade, e no, em absoluto, da verdadeira Medicina homeoptica, que extrapola em muitos os objetivos em questo. Quanto oficializao, a Homeopatia no Brasil foi reconhecida como especialidade mdica pelo Conselho Federal de Medicina em 1981. --- Questo [#014] Porque tantos espritas so adeptos da homeopatia? Resposta: Por se tratar de uma medicina que considera a preponderncia do Esprito em todos os fenmenos que ocorrem no corpo fsico, mero campo de efeitos e no das causas e trata o ser humano segundo sua inquestionvel realidade espiritual. --- Questo [#015] Quais as vantagens da homeopatia em relao alopatia? Resposta: J evidenciamos essa questo, mas em ltima anlise podemos considerar que a Alopatia apenas reprime a manifestao da enfermidade e a Homeopatia estimula um processo de cura no organismo. Seria o mesmo que combater um cogumelo que nasce em determinado local: os medicamentos alopticos iro atuar inibindo o seu crescimento, assim como a cirurgia ir extirplo, mas compreendemos que o problema no o cogumelo em si, mas o terreno onde ele nasce, a sim est a doena e a se deveria atuar para que ele no volte a nascer ali. Por isso se diz em Homeopatia que h doentes e no doenas. --- Questo [#016] Que tipos de doenas podem ser tratadas com homeopatia? Resposta: Todas, mas evidentemente, nem todas se curam. Como j afirmamos, a Homeopatia trata predisposies, e muitas vezes, embora se estabelea uma cura do terreno mrbido, a alterao orgnica j de tal monta que no pode ser revertida, requerendo recursos de sustento que somente a Alopatia pode dar. Isso no pressupe um fracasso da Homeopatia, mas somente o reconhecimento dos limites de sua atuao no campo mdico. Assim uma glndula que faliu completamente, como um pncreas que no pode mais produzir insulina, precisa de uma reposio artificial e cuidados mdicos especficos e indispensveis que simplesmente o medicamento homeoptico no poder lhe dar. Assim como tambm passes e gua fluida, embora lhe dem um valioso apoio vibracional, no podero restituir um rgo que no pode mais fazer o seu servio. Questo ento de 14

Homeopatia e Espiritismo - Entrevista com Gilson Freire (CVDEE).txt26/3/2009 bom senso, no mesmo? --- Questo [#017] O tratamento homeoptico costuma ser to caro quanto o tratamento convencional? E as consultas? Resposta: O tratamento homeoptico muito mais barato do que o aloptico, os medicamentos so vendidos a preos irrisrios, em minha cidade, por exemplo, custam entre R$3,00 e R$5,00 um vidro para um ms, aproximadamente. As consultas homeopticas custam o mesmo que uma consulta mdica habitual. A vantagem que o mdico homeopata, de modo geral, por estudar o campo mrbido do enfermo, no se baseia tanto em exames laboratoriais como o alopata, solicitando muito menos exames do que a norma, tendo em vista que a medicina moderna converteu o mdico em um leitor de exames tcnicos e nada se faz sem eles na atualidade. --- Questo [#018] Como posso saber se preciso desse tipo de tratamento? Resposta: De modo geral todos nascemos com o perisprito portando mazelas do passado, os nichos fludicos, como os chama Andr Luiz, fonte primria de toda e qualquer doena orgnica. Este o alvo do tratamento homeoptico. Contudo, se o seu perisprito estiver em dia com a sua drenagem mrbida, no h de fato necessidade de se tratar. Entretanto muito difcil percebermos isso e o tratamento, de modo geral, est indicado para qualquer pessoa. E as pessoas que se acham em dia com a exonerao miasmtica no tm reao com o medicamento homeoptico, que lhes incuo e nada sentiro com ele. --- Questo [#019] Fui curado de uma depresso atravs da homeopatia estudar o espiritismo e descobri que a mediunidade quando causa a depresso. Neste caso por coincidncia o mdico chamou a ateno. Sobre isto que coloquei voc poderia dar e aps a cura comecei no desenvolvida que esprita, o que me sua opinio?

Resposta: A Homeopatia simplesmente estimulou o seu organismo energtico a uma correta reao ante os males que voc se incorporou, por isso, ele apenas lhe ajudou mas no o curou de fato. A cura patrimnio espiritual, tendo em vista que a predisposio depresso e mediunidade desequilibrada no se curam com medicamentos, no verdade? A depresso, na verdade causada por uma conjuno de fatores e no somente o mediunismo mal orientado, sendo o assunto muito mais vasto, no sendo possvel aqui desenvolv-lo em toda a abrangncia que ele suscita. Apenas posso lhe dizer que cuidando da aquisio de valores evanglicos genunos voc estar, no somente se curando, mas precavendo-se de futuros males iguais ou maiores. Caso voc se interesse, no livro caro 15

Homeopatia e Espiritismo - Entrevista com Gilson Freire (CVDEE).txt26/3/2009 Redimido h um estudo muito amplo sobre o assunto e que deveria ser conhecido a fim de ajuizar-se das causas reais dos transtornos depressivos, oriundos sempre do Esprito. Onde encontrar e que livro esse? Bem, procure na editora Boa-Nova e Candeias via Internet e certamente voc o achar. --- Questo [#020] A homeopatia pode curar o "Pnico", ou seja os remdios homeopticos substituem neste caso os alopticos? Resposta: Imagine uma carroa em disparada. O medicamento aloptico ir agir freando o veculo, agindo sobre suas rodas, a parte fsica. O medicamento homeoptico ir atuar sobre o cavalo, a fora motriz do conjunto, estimulando-o a se acalmar e voltar trajetria natural da vida. Mas somente uma doutrina bem orientada poder influenciar o cocheiro, adestrando-o na conduo adequada de sua organizao psicodinamofsica a fim de que ele se mantenha no caminho adequado. A compreendemos, nesse exemplo, que muitas vezes o nico meio de se conter a disparada desse conjunto quebrando a viatura, forando o dinamismo vital a se reorientar e o condutor psquico a rever seus papeis na jornada humana. Por isso a doena fsica s vezes o nico meio de se curar o Esprito. bom lembr-lo ainda que o um tratamento homeoptico conveniente, aquele chamado unicista, poder estimular o seu organismo a mudar a forma como ele adoece, fazendo transladar para a superfcie o mal que lhe acomete internamente, no caso o pnico. Assim, voc poderia ter aliviado o seu mal interno mediante o estabelecimento de doenas superficiais mais amenas, consumindo-se nas regies mais externas de seu ser as energias mrbidas que agora se alinham em seus planos mais internos. --- Questo [#021] Gostaria de saber de que maneira a homeopatia pode favorecer o equilbrio orgnico e, principalmente equilbrio espitritual (se pode) Resposta: Leia, por favor a nossa introduo e as respostas a algumas das perguntas acima, pois j respondemos essa questo. Resumindo, o medicamento homeoptico suscita a limpeza de uma casa para que o morador nela contido encontre conforto e bem estar, mas ela no poder lhe orientar nas medidas indispensveis para mant-la limpa. Isso da alada da educao do Esprito, o verdadeiro dono da casa e responsvel pelos desmazelos que a perturbam e, por reflexo, se voltam sobre ele mesmo. A casa nosso corpo, as impurezas so nossas doenas, assim compreendendo, espero que lhe fique clara a questo. --- Questo [#022] Pode-se utilizar recursos materiais do mundo espiritual (energias e ectoplasma) para formular remdios homeopticos? Resposta: possvel que os Espritos possam utilizar o medicamento homeoptico para lhes veicular energias de natureza espiritual, mas no tenho conhecimento de como isso feito. --- Questo [#023] Em que consiste efetivamente os processos na confeco do material homeoptico e sua relao com os espritos? 16

Homeopatia e Espiritismo - Entrevista com Gilson Freire (CVDEE).txt26/3/2009 Resposta: Os medicamentos homeopticos so produzidos a partir de uma sutilizao em que se elimina todo o seu resduo fsico, ficando apenas o seu campo energtico estrutural. Consegue-se isso com diluies e suces sucessivas, preparadas da seguinte forma: em um frasco com 100 gotas de gua alcoolizada, dilui-se 1 gota do medicamento pura e agita-se 100 vezes. Deste mesmo frasco, retira-se nova gota e a dilui em outras 100 gotas de gua, da novamente retira-se outra gota que outra vez diluda em outro frasco com 100 gotas, agitando-se sempre 100 vezes. Como se percebe as diluies so infinitesimais. Ao chegar na 12a diluio atinge-se o nmero de Avogadro, o limite da disperso molecular. Portanto acima da 12 Centesimal diluio hahnemanniana, como chamado esse mtodo, abreviadamente CH, no h mais matria no medicamento, tratando-se apenas de uma essncia ainda indetectvel pelos mtodos habituais da cincia atual. A est a sua relao com os Espritos, eles tambm so invisveis, porm representam uma das foras atuantes da natureza.. --- Questo [#024] H ligao entre homeopatia e florais? Resposta: At o momento no conheo. Apenas sei que Bach, o idealizador da medicina dos florais, era tambm homeopata. A nica aproximao que ambos trabalham com medicamentos considerados energias, mas a Homeopatia, ao contrrio dos Florias, os emprega segundo a lei dos semelhantes, so diludos e agitados. J os florais so produzidos apenas por suspenso. Particularmente acredito neles, mas reconheo maior valor ao medicamento homeoptico por ter o poder de suscitar a lei de cura, como explicamos em nossa introduo. --- Questo [#025] Sou mdico homeopata e aluno do primeiro ano bsico do espiritismo (Seara Bendita - SP). Durante todo o meu estudo de Homeopatia que fiz no Inst. Hahnemanniano do RJ., bero da Homeopatia no Brasil, o Dr. Bezerra de Menezes nunca foi citado como um representante na especialidade de Homeopatia. Por outro lado, Dr. Samuel Hahnemann, o iluminado mdico que descobriu a Homeopatia, foi tambm colaborador no livro dos espritos e por trs ou quatro vezes ele vem nos falar dos temperamentos e da importncia em agitar os medicamentos homeopticos antes de tom-los. Perguntas: 1) Dr. S. Hahnemann j era esprita enquanto encarnado? 2) Dr. Bezerra de Menezes sempre foi Homeopata? Resposta: Caro amigo, Hahnemann desencarnou em 1843, portanto 14 anos antes da primeira edio de O Livro dos Espritos, que marca o surgimento da Sagrada Doutrina na Terra. Assim ele no conheceu o Espiritismo em vida, ao que nos consta, pois em sua velhice Kardec ainda se iniciava nos estudos das mesas girantes. J Bezerra de Menezes tornou-se esprita aps ter sido presenteado com a primeira traduo de O Livro dos Espritos, por Joaquim Carlos Travassos, em um ponto do bonde no Botafogo. Alguns anos depois, sua segunda esposa, D. Cndida Augusta de Lacerda Machado, desenganada com um quadro de tuberculose pulmonar, foi curada pela Homeopatia, que logo em seguida o curou tambm de uma gastrite, convencendo-o dessa prtica mdica, levando-o a estud-la e 17

Homeopatia e Espiritismo - Entrevista com Gilson Freire (CVDEE).txt26/3/2009 pratic-la pelo resto de sua vida. Tornou-se assim o mais famoso mdico homeopata de seu tempo e at os dias de hoje seu nome est filiado Medicina de Hahnemann, sobretudo nos redutos espritas, consorciando-se ao receiturio medinico praticado em nome da caridade em todo o Nosso pas. --- Questo [#026] Allan Kardec pronunciou algo sobre a Homeopatia? Resposta: Sim, ele deixou algumas poucas consideraes na Revista Esprita que, infelizmente no tenho no momento para relatar-lhe com exatido as suas palavras, mas pode ser encontrada na rica e extenso coleo dessas revistas, editadas pela FEB. Recordo-me de que ele estranhava o fato da Homeopatia poder curar os temperamentos, pois ele, acertadamente e como um verdadeiro vitalista, acreditava na ascendncia do Esprito sobre o corpo. Leia a responda pergunta 31 abaixo. --- Questo [#027] Os espritos superiores recomendam a homeopatia? Resposta: Particularmente acredito que sim, pois j vi receiturios de Chico Xavier e Divaldo Franco de Homeopatia, assinados por entidades superiores. --- Questo [#028] Como ocorre o processo de cura com a homeopatia? Resposta: Essa questo est respondida no texto acima, solicito l-lo, pois iria simplesmente repetir tudo aqui. Basicamente admitimos que a Homeopatia apenas estimula o prprio organismo a se curar, mediante a lei de ao e reao. Sendo um estmulo igual doena, faz com que o organismo reaja o contrrio, e nesse caso, contra a sua prpria enfermidade. --- Questo [#029] A homeopatia foi estabelecida aqui na terra com a ajuda da espiritualidade superior? Resposta: Acreditamos que sim. Tudo nos leva a crer que o seu fundador, Samuel Hahnemann tenha sido a reencarnao de Hipcrates, famoso medico vitalista grego, considerado o pai da medicina. Seus ensinos so muito parecidos. Ele nos ensinou que o ser humano um composto ternrio, feito de Esprito, uma energia vital e o corpo fsico e que todos os processos mrbidos partem do primeiro para o ltimo. Estes ensinamentos bastavam para atestar o seu carter altamente espiritualizado, facultando-lhe o ttulo de Medicina do Futuro. --- Questo [#030] Tendo em vista que no existem doenas, mas sim doentes, a homeopatia representaria, pelo seu mecanismo de ao, a maneira "mais espiritual" de tratar os pacientes? Resposta: Sem dvida alguma. No texto acima j consideramos exatamente isso que o amigo pensa. Trata-se de uma forma espiritualizada de tratar as doenas do corpo e v-las como produtos do Esprito e no meros acasos, cumprindo funes na economia espiritual do ser em evoluo.

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Homeopatia e Espiritismo - Entrevista com Gilson Freire (CVDEE).txt26/3/2009 --- Questo [#031] Na Revista Esprita, existem 2 artigos de Kardec criticando a Homeopatia, em maro de 1867 e junho de 1867. Se o prprio Kardec criticou a Homeopatia, porque os espritas de hoje insistem, mesmo sem ter base cientfica alguma, de que ela funciona? Resposta: O amigo tem razo, Kardec no concordou com o fato de que a Homeopatia pudesse interferir e tratar os estados morais mrbidos do ser humano. E Kardec tem razo, no se pode pretender que medicamentos de qualquer natureza possam modificar temperamentos, abrandar tendncias mrbidas produzindo-se um homem santo por mero artifcio qumico. Isso se deve a um mal-entendido dos efeitos da Homeopatia, segundo o nosso parecer. Quando comparamos o ser humano como uma trilogia de cocheiro, cavalo e carroa, compreendemos melhor o processo. A Alopatia atua apenas na carroa e a Homeopatia capaz de acalmar o cavalo. Serenando-se este, natural que o cavaleiro, por sua vez se acalme tambm, exatamente porque os trs esto integrados como uma perfeita unidade. Mas sabemos fora de dvida, que se o cavaleiro no aproveitar o momento para corrigir a forma como ele conduz o seu animal, este tornar a entrar em disparada. Assim a Homeopatia, acalmando o campo energtico do Perisprito, termina por acalmar tambm a intimidade consciencial do Esprito, mas no poder lhe transformar em outra pessoa, em absoluto. Porm, no se pode negar que a Homeopatia uma medicina essencialmente espiritual e afinada com os princpios da Doutrina Esprita, da a preferncia dos espritas por ela. O fato de consider-la ou no cientfica diz respeito aos limites da cincia, que no pode, em absoluto ser a medida da verdade, como j discutimos acima. Se formos acreditar somente no que a cincia atesta como realidade, teremos tambm que negar a comunicao com os mortos, a existncia do Mundo Espiritual e do prprio Esprito que habita em ns, ou seja, os fundamentos da Doutrina Esprita que ainda no foram comprovados em laboratrios e no se enquadram nos preceitos da epistemologia cientfica. E a Homeopatia, caso no detivesse um efeito comprovado experimentalmente j teria sido banida do arsenal teraputico do homem, pois ela sobrevive h mais de 2 sculos como uma prtica mdica e apresenta resultados reais. E contra fatos no h argumentos, ainda que no possamos atest-los em experimentos laboratoriais, como quer a cincia atual. Eu por exemplo, exero a Homeopatia e dela sobrevivo h 22 anos e como mdico j vi coisas surpreendentes e guardo o relato de casos clnicos incontestveis, pacientes desenganados pela medicina convencional e que se curaram completamente mediante o estmulo do medicamento dinamizado. Portanto, meu amigo, acho um disparate a nossa tendncia de negar o que no se conhece, simplesmente por no compreendermos. (leia tambm a questo 8). --- Questo [#032] Podemos considerar os Florais como sendo ferramentas auxiliares na busca do equilbrio emocional e espiritual ou podemos prescindir destes? Somente a prece e a confiana seriam suficiente? Resposta: Podemos assim consider-los, como a prece e a autoconfiana, mas no podemos perder de vista que nada substitui a reforma ntima no estabelecimento 19

Homeopatia e Espiritismo - Entrevista com Gilson Freire (CVDEE).txt26/3/2009 do equilbrio emocional, uma conquista que se obtm somente de dentro para fora, o seja, essencialmente um patrimnio que se adquire atravs do esforo evolutivo de auto-aprimoramento. --- Questo [#033] Qual a relao entre o remdio homeoptico e as necessidades espirituais da pessoa? O mdico homeopata tem que ser esprita? Resposta: O mdico homeopata normalmente espiritualista, ou seja, acredita que o corpo fsico dominado por uma energia sutil e comandado por um esprito, mas no necessariamente esprita. A maioria dos mdicos, contudo, chegam Homeopatia por se tornarem antes espritas, facilitando-se assim a ultrapassarem os paradigmas da medicina materialista atual. Agora, no podemos pressupor que o medicamento homeoptica venha a satisfazer as necessidades espirituais do homem, pois tambm um recurso externo e j entendemos que a sade real somente se conquista de dentro para fora. Como j afirmamos, ele apenas estimula processos de cura, apenas isso. --- Questo [#034] Na homeopatia existe algum tratamento para AIDS? Resposta: Se o amigo leu a sntese exposta acima, ele j compreendeu que a Homeopatia trata doentes e no doenas. Portanto podemos com a medicina dos semelhantes estimular um processo de cura de uma pessoa com Aids. Tenho alguns pacientes tratando-se com Homeopatia, mas uma condio muito delicada, pois impossvel deix-los sem o tratamento habitual sem gerarmos um problema de ordem social e moral. Assim, todos eles fazem tratamentos conjuntos, como deve ser, a despeito de impossibilitar uma fiel observao dos efeitos do medicamento homeoptico. Particularmente acredito que no seja possvel a reverso do quadro, uma vez que ele se instala como conseqncia de uma degenerao das energias sexuais adulteradas por muitas encarnaes de desatinos e trata-se, na verdade, de um fator de realinhamento de uma morbidez espiritual secular. Visto assim, compreendemos que ela , na verdade, uma exonerao das energias negativas da sexualidade mrbida e no se curar enquanto o perisprito no ser ver livre delas e o ser no se reeducar no correto uso das sagradas energias da reproduo. --- Questo [#035] Como funciona a homeopatia nos casos de cncer? pode haver uma teraputica conjunta, por exemplo, homeopatia - passes - quimioterapia? A quimio altera o efeito da homeopatia? Resposta: No se pode perder de vista que o ser humano no adoece por obra do acaso, mas traz doenas graves, como o cncer, j inseridas em sua histria de vida, prontas a se realizar em seu destino, pois so enfermidades nitidamente de carter crmico, pr-reencarnatrio. Assim, acreditamos que se trata de uma patologia produzida ao longo de muitas encarnaes e que, na verdade, tem carter curativo, pois uma verdadeira drenagem de energias mrbidas do perisprito, alijando-o de cargas miasmticas do passado, embora possa destruir o corpo fsico. que na perfeita economia da vida a organizao de carne construo fugaz e provisria e deve ser sacrificada em prol do Esprito imortal. A Homeopatia poder dar um suporte ao equilbrio emocional e ajudar o 20

Homeopatia e Espiritismo - Entrevista com Gilson Freire (CVDEE).txt26/3/2009 organismo no seu esforo de desvencilhar-se do processo mrbido, mas dificilmente poder verdadeiramente curar. J a quimioterapia uma tentativa de obstaculizar a drenagem perispiritual, impondo-lhe um freio. No acreditamos que ela verdadeiramente cure, pois no pode agir na fonte real da enfermidade, somente no campo dos efeitos. Quando a cura se processa por mrito do paciente e porque a carga cancergena mrbida foi completamente evacuada da intimidade perispiritual. Quando esta significativa, infelizmente, o cncer prosseguir at a sua completa eliminao ou a desencarnao do indivduo, como muitas vezes se observa. Parece-nos uma terrvel falncia biolgica, contra a qual o homem materialista se revolta, mas compreendemos que o processo redunda sempre em benefcios para o Esprito, por isso deve ser tolerado com bom nimo e coragem. A melhor opo, ante a gravidade do quadro optar por um tratamento conjunto, mas estejamos cientes de que a quimioterapia, ao inibir o crescimento tumoral, debilita e deprime tambm as reaes de cura do organismo, mas infelizmente, no h melhor coisa a se fazer. --- Questo [#036] Minhas filhas tem bronquite, e ataca mais quando eu e meu marido brigamos, tem alguma possibilidade de cura? Resposta: Sem dvida. A Homeopatia poder disp-las a um verdadeiro processo de cura, trazendo a enfermidade para a pele, onde pode ser tolerada com mais facilidade. O fato delas piorarem com os desentendimentos de vocs um dado de grande interesse do mdico homeopata e dever lhe ser informado. Mas procure, se possvel o tratamento que chamamos de unicismo, aquele que considera o doente todo, pois se ela tomar apenas medicamentos para a brnquica, ainda que homeopticos, elas certamente no estimularo um desejvel nvel de cura.

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