SISMOLOGIA
SISMOLOGIA
SISMOLOGIA
Tal como a propagao dos raios X permite auscultar o interior do corpo humano ou dos cristais, as ondas ssmicas permitem auscultar o interior da Terra.
Allgre, C., A Espuma da Terra
SISMOS
Os sismos ou tremores de terra, de cujo estudo se ocupa a Sismologia, so movimentos vibratrios com origem nas camadas superiores da Terra, provocados por uma libertao instantnea de energia. Normalmente um sismo no um processo geolgico isolado; o abalo principal , frequentemente, precedido e sucedido por uma sucesso de pequenos abalos, os abalos premonitrios e as rplicas, respectivamente.
SISMOS
SISMOS
SISMOS
MACROSSISMOS
(so sentidos pela populao)
MICROSSISMOS
(no causam danos significativos ou so mesmo imperceptveis)
Alasca 1964
Naturais
Desabamento de grutas Actividade vulcnica Tectnica de placas Desprendimento de massas rochosas nas encostas das montanhas
Sismos vulcnicos provocados por fortes presses que um vulco experimenta antes de uma erupo e por movimentos de massas magmticas relacionadas com fenmenos de vulcanismo.
Foras compressivas os materiais so comprimidos, tendendo a diminuir a distncia entre as massas rochosas.
Foras distensivas levam ao estiramento e alongamento do material, aumentando a distncia entre duas massas rochosas.
Foras de cisalhamento os materiais so submetidos a presses que provocam movimentos horizontais, experimentando alongamento na direco do movimento e estreitamento na direco perpendicular ao alongamento.
Posio inicial;
Formao de uma falha rotura do material acompanhada por movimento dos blocos. Sismo energia elstica acumulada libertada sob a forma de ondas ssmicas e calor;
Ressalto elstico o deslocamento dos blocos rochosos permite que estes recuperem parte da sua forma original;
Perodo tempo que uma partcula demora a executar um ciclo. Amplitude distncia a que uma partcula se afasta de uma posio de referncia.
SUPERFICIAL Foco entre 0 e 100 km. INTERMDIO Foco entre 100 e 300 km. PROFUNDO Foco entre 300 e 700 km.
Ondas Ssmicas
Ondas Ssmicas
Ondas Superficiais
Propagam-se apenas na superfcie da geosfera Resultam da interao das ondas P e S com a superfcie terrestre
Ondas de Love
Ondas de Rayleigh
propagao; Comprimem e distendem a matria, havendo variaes do volume do material; As partculas do meio vibram na mesma direco de propagao da onda, sendo designadas ondas longitudinais; Propagam-se em meios slidos, lquidos e gasosos; A velocidade da onda diminui na passagem de meios slidos para lquidos e destes para gasosos. Incidem verticalmente nas estruturas.
Ondas P
Deslocam-se com menor velocidade que as ondas P; As partculas do meio vibram perpendicularmente direco de propagao da onda - onda transversal (ondas de corte); Deformam os materiais sua passagem sem alterao do seu volume; Propagam-se s em meios slidos; Incidem transversalmente nas estruturas.
Ondas S
Simulao da propagao
As ondas de Rayleigh agitam o solo segundo uma trajetria elptica, no sentido contrrio ao dos ponteiros do relgio, semelhante das ondas do mar.
As ondas de Love varrem a superfcie terrestre horizontalmente, da esquerda para a direita, segundo movimentos de torso.
So ondas de grande amplitude (ondas longas), sendo, por isso, as mais destrutivas.
A velocidade de propagao das ondas ssmicas internas depende das propriedades fsicas das rochas que atravessam, nomeadamente da rigidez, da densidade e da incompressibilidade.
INCOMPRESSIBILIDADE (k) avalia a resistncia de um corpo slido variao de volume em funo da presso Vs = r d
Vp =
k + 4/3r d
Sismgrafo
Sismgrafos
sismograma
Os sismogramas so os registos efectuados pelos sismgrafos. As primeiras ondas a serem registadas so as ondas P (as mais rpidas), seguidas das ondas S e, por ltimo, as ondas L (as mais lentas). Um sismograma, quando no se verifica qualquer tipo de vibrao, deveria ser constitudo por um conjunto de linhas rectas, o que nunca acontece pelo facto de a Terra estar constantemente a ser perturbada por microssismos.
Anlise do Sismograma
DETERMINAO DO EPICENTRO DE UM SISMO
Anlise do Sismograma
DETERMINAO DO EPICENTRO DE UM SISMO
Conhecendo a distncia epicentral e o tempo gasto a percorrer essa distncia, calcula-se a velocidade de qualquer tipo de onda.
Vp = D/t
LOCAIS Menor que 150 km. CLASSIFICAO DOS SISMOS, ATENDENDO DISTNCIA EPICENTRAL PRXIMOS Menor que 1000 km
Anlise do Sismograma
DETERMINAO DO EPICENTRO DE UM SISMO
Regra de um modo aproximado
Obtm-se a quilmetros.
distncia
epicentral
em
milhares
de
EXEMPLO: (se a diferena de tempo de chegada das ondas for 7,4 minutos)
DE = 7,4 1 = 6,4 minutos; 6,4 x 1000 = 6400 km
Anlise do Sismograma
DETERMINAO DO EPICENTRO DE UM SISMO
Regra de um modo aproximado
Anlise do Sismograma
COMO SE DETERMINA O EPICENTRO DE UM SISMO?
Para determinar o epicentro de um sismo:
traa-se sobre uma carta uma circunferncia com centro na estao e raio igual distncia epicentral, convertida na escala da carta.
fica-se a saber que o epicentro deve estar localizado num ponto da circunferncia, mas desconhece-se a direco.
com dados relativos a outra estao, procede-se de modo idntico. As duas circunferncias intersectam-se em dois pontos e, por isso, um desses pontos dever corresponder ao epicentro. a posio ser definida recorrendo a dados de uma terceira estao e procede-se de modo idntico. O ponto de interseco das trs circunferncias deve corresponder ao epicentro.
Anlise do Sismograma
COMO SE DETERMINA O EPICENTRO DE UM SISMO?
Intensidade ssmica
A intensidade caracteriza os efeitos produzidos por um sismo nas pessoas, objectos, estruturas construdas e meio ambiente, num determinado local. A cada conjunto de efeitos corresponde um determinado grau de intensidade.
A intensidade depende da/do: energia libertada pelo sismo distncia ao epicentro profundidade do foco ssmico caractersticas geolgicas do local tipo de construo nmero de pessoas que habitam o local
Intensidade ssmica
CARTA DE ISOSSISTAS
Isossistas - linhas que unem os pontos onde a intensidade do sismo foi a mesma
Quando numa zona h incerteza sobre
MAGNITUDE SSMICA
Energia libertada no foco
MAGNITUDE SSMICA
DETERMINAO DA MAGNITUDE DE UM SISMO M = log A/T + Y
A = Amplitude mxima (distncia mxima a que
uma partcula se afasta da sua posio de referncia)
MAGNITUDE SSMICA
ESCALA DE RICHTER
Escala logartmica, isto , o aumento de uma unidade na escala corresponde, na amplitude da onda, a um aumento de 10 vezes
M = 1 + 2/3 I
M Magnitude
I Intensidade no epicentro
ENERGIA LIBERTADA
(aproximadamente)
0,5 kg de TNT
VII
VIII a IX X a XI XII
4,7 a 5,9
6 a 6,5 6,6 a 7,7 7,8 a 9
SISMOS
INTERPLACAS Ocorrem nas zonas de fronteira de placa, verificandose uma maior ocorrncia nas zonas de coliso.
INTRAPLACAS Ocorrem no interior das placas tectnicas, sendo, muitas vezes, consequncia de falhas activas.
SISMOS E TECTNICA
FRONTEIRAS CONVERGENTES
Inicialmente sismos de foco pouco profundo e depois sismos de foco progressivamente mais profundo medida que se avana no sentido do continente ou do arco de ilhas. A repartio dos focos ssmicos ao nvel das fossas faz-se segundo um plano inclinado designado plano de Benioff.
SISMOS E TECTNICA
FRONTEIRAS DIVERGENTES
Sismos de foco pouco profundo menos de 70 km e geralmente de menor magnitude. Os sismos tm o foco ao longo das falhas paralelas ao rifte.
SISMOS E TECTNICA
FRONTEIRAS CONSERVATIVAS Zonas em que as placas deslizam em sentidos opostos geram-se frequentemente sismos, de pequena profundidade no superior a 100 km. As zonas em que os blocos se deslocam no mesmo sentido no so sismicamente activas
SISMOS E TECTNICA
SISMICIDADE EM PORTUGAL
Sismicidade Interplaca
Portugal situa-se na placa Euro-Asitica, limitada a Sul pela Falha AoresGibraltar (limite entre a Placa Euro-Asitica e a Placa Africana, a qual se desloca para Norte), e limitada a Oeste pela Dorsal Mdio-Atlntica
Sismicidade Intraplaca
Est relacionada com um sistema de
falhas activas em Portugal. De entre a diversidade de falhas activas,
destacam-se:
Falha Manteigas-Vilaria-Bragana (1) Falha Nazar Pombal (2) Falha do Vale inferior do Tejo (3) Falha de Messejana (4) Falha do Alqueva (5)
Aores
O Arquiplago dos Aores tem um contexto tectnico particular Juno Tripla dos Aores fronteira entre as placas EuroAsitica, Norte Americana e Africana; Com intensa atividade ssmica, as ilhas dos Aores so afetadas por numerosos microssismos, sendo periodicamente afetadas por sismos moderados a fortes.
SISMICIDADE EM PORTUGAL
ZONAS DE GRANDE INSTABILIDADE
SISMICIDADE INTERPLACAS
zonamento e a caracterizao da sismicidade regional e local a reduo da vulnerabilidade do parque edificado cumprimento das normas de construo anti-ssmica
estruturas;
Liquefaco dos solos (em terrenos mal
Fendas no solo
possibilidade de soterramento;
Vitimas mortais; Falha de electricidade; Destruio da rede de gua, esgotos e
gs;
Incndios; Inundaes e destruio por tsunamis.
Colapso de edifcios
Incndios
SISMOS - PREVISO
Antes da ocorrncia de um grande sismo, abrem-se pequenas fracturas no interior das rochas nas proximidades da falha, as quais modificam as suas propriedades. Essas alteraes podem ser captadas e entre elas de salientar: Ocorrncia de microssismos devido s pequenas fracturas; Alterao da condutividade elctrica; Flutuaes no campo magntico; Modificaes na densidade da rocha; Variao do nvel da gua em poos prximos da falha; Aumento da emisso de rdon, um gs radioactivo resultante da desintegrao do rdio; Anomalias no comportamento dos animais (por exemplo, cobras e outros rpteis saem dos esconderijos em pleno Inverno).
SISMOS - PREVENO
Estudo geolgico dos terrenos:
o o o o Identificao das zonas de risco; Identificao das falhas ativas; Monitorizao das principais falhas sismogenticas; Elaborao de cartas de isossistas de intensidade mxima;
Gaiola Pombalina
Aplicao de normas e construo antisssmica; Levantamento das edificaes e avaliao do seu risco; Reabilitao/substituio das edificaes fragilizadas ou desprotegidas; Formao de pessoal; Planos de evacuao; Educao da populao.
Construo Antisssmica
K + 4 /3 r d
Vs =
r d
A velocidade das ondas ssmicas aumenta com a rigidez dos materiais e diminui proporcionalmente sua densidade.
Trajectria curvilnea dos raios ssmicos
Se a velocidade de propagao das ondas ssmicas tanto maior quanto mais profundamente elas mergulham, tem de concluir-se que a rigidez aumenta muito mais com a profundidade do que a densidade.
REFLEXO E REFRACO
existncia de superfcies no interior da Terra que separam materiais com diferente composio e propriedades superfcies de descontinuidade, assinaladas pela variao da velocidade das ondas ssmicas.
35 a 40 km
2900km 5140 km
MANTO
35 a 40 km
As ondas ssmicas que atingem essa superfcie reflectem-se ou refractam-se. As ondas que se refractam no manto aumentam a sua velocidade que passa de 6km/s para 8 km/s para as ondas P. Indica uma constituio diferente.
No h registo de ondas P e S directas - 103(cerca de 11 500 km) e os 142 (15 500 km) a partir do epicentro.
DESCONTINUIDADES INTERNAS
Descontinuidade de Gutenberg superfcie de descontinuidade que separa o manto do ncleo.
A profundidade a que se encontra esta superfcie de descontinuidade foi calculada a partir de vrios sismogramas localiza-se aos 2891 km de profundidade. Vp diminui e Vs=0 passagem para um meio de rigidez 0 pode concluir-se que parte do ncleo se encontra no estado lquido.
DESCONTINUIDADES INTERNAS
Descontinuidade de Wiechert/Lehmann - superfcie de descontinuidade que separa o ncleo externo do ncleo interno.
Localiza-se aos 5150 km
de profundidade. Verifica-se um aumento de velocidade das ondas P pode concluir-se que aumenta a rigidez dos materiais - ncleo interno encontra-se no estado slido.
Nesta zona d-se um abaixamento da velocidade das ondas, o material deve ser menos rgido, menos elstico e mais plstico que a litosfera e o manto inferior.
CRUSTA
Continental rochosa do tipo grantica (silcio e alumnio sial) 20-70 km Ocenica rochosa do tipo basltica (silcio e magnsio sima) 5-10 km MANTO Rochosa do tipo peridottica (ferro e magnsio fema) 5-70/660 km; 660-2891 km NCLEO
So os movimentos de conveco que, gerando a fora necessria para arrastar as placas litosfricas, geram tambm a acumulao de tenses e energias responsveis pela ocorrncia de sismos e formao de vulces ou de outros fenmenos vulcnicos secundrios.
A Terra um planeta em constante mutao, consequncia no s do seu dinamismo interior, do qual o vulcanismo e os sismos so testemunhos evidentes, mas tambm devido a agentes externos que constantemente alteram a sua face.
Sismos Falha Abalos premonitrios Rplicas Foco ssmico Epicentro Onda ssmica Raio ssmico Frente de onda Maremoto
Sismgrafo Sismograma Magnitude Escala de Mercalli Escala de Richter Isossistas Distncia epicentral ngulo epicentral Descontinuidade Desc. de Mohorovicic
Onda primria
Onda Secundria Onda Love Onda Rayleigh
Desc. de Gutenberg
Desc. de Lehmann Zona de sombra ssmica Litosfera