Mexicas, Incas e Astecas

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MEXICAS

A civilizao Asteca foi formada por um conjunto de etnias indgenas que possuia um idioma comum, o nhualt. Habitavam as regies de Tenochitln e Tlatelolco, na Mesoamrica, entre os sculos XII e XVI. Esta civilizao, foi, juntamente com a maia e a inca, uma das grandes civilizaes da era pr-colombiana. Apesar de no se autodenominarem astecas, o nome foi dado pois, acredita-se que a maioria das tribos era oriunda de Aztln. Depois do colapso da mtica cidade de Tollan, no princpio do sculo XII, ocorreu uma imensa migrao de ndios toltecas e chichimecasem direo a regio de Cholula, zona oeste do atual estado de Puebla, no Mxico. Os migrantes estabeleceram alianas com os habitantes nativos e conseguiram vencer os olmecas numa disputa, finalmente ocupando a zona do Planalto Central. A ltima grande migrao foi de uma outra tribo, ocorrida durante os sculos XIII e XVI e neste intervalo de tempo, o povo que agora chamamos astecas, j havia ocupado quase todo o territrio. Depois de percorrer imensos territrios, no sculo XIV, a civilizao asteca estabeleceu-se definitivamente no atual Valle do Mxico. Fundaram a capital, Tenochtitln, numa pequena ilha, nos arredores do lago Texcoco. Durante os primeiros anos, tiveram que lutar com inmeras tribos locais pela posse das melhores pores de terra para obteno do domnio poltico da regio. A medida em que ganharam terreno, foram estabelecendo um poderoso sistema baseado na obedincia, trabalho e pagamento de impostos. O alicerce daexpanso asteca foi seu poderoso exrcito. Entretanto, aps reconhecer a soberania do imperador asteca, os povos conquistados, mantinham uma representao prpria. POLITICA E SOCIEDADE Os astecas estabeleceram seu domnio econmico, ao longo da regio central do atual territrio mexicano, atravs datributao de impostos, que todos os povos conquistados, eram obrigados a pagar aoImprio. A hegemonia imperial era formada pelos trs estados confederados da Triple Alianza: Texcoco, Tlacopan e Tenochtitln alm do conjunto de territrios conquistados. Com o passar do tempo, os astecas de Tenochtitln tomaram a liderana da elite do sistema, transformando seu estado no de maior expanso territorial. Entretanto, as conquistas astecas quase sempre envolviam, essencialmente, um domnio econmico, permitindo que os povos conquistados, mantivessem seus deuses, administradores e idioma. Naturalmente houveram excesses, em funo de assentamentos estratgicos; onde encontravam rebelies ou resistncia por parte das culturas locais, os exrcitos astecas permaneceram posicionados para evitar conflitos. ESTADO

Assim como o restante das culturas mesoamericanas, o governo asteca era baseado num Estado Teocrtico, onde o poder absoluto, encontrava-se nas mos dos sacerdotes e de um sumo imperador,o huey-tlatoani, considerado um deus na terra. A eleio do huey-tlatoani era feita por um conselho, composto por membros das famlias nobres dos 20 cls que constituam a sociedade. As decises mais importantes eram tomadas em conjunto, pelo imperador e seu conselho de assessores, dentre os quais, destacava-se a figura docihuacatl, principal conselheiro e substituto do tlatoani, em caso da ausncia deste. Na base desta estrutura social encontravam-se os funcionrios pblicos, juzes que resguardavam o cumprimento das regras e leis, e os seguranas dos depsitos de armas e de alimentos. SOCIEDADE A sociedade era formada por 20 cls, ou calpullis, compostos por pessoas ligadas por um vnculo familiar. Cada calpulli tinha uma poro de terra prpria, um templo e um chefe poltico, chamadocalpullec. A pirmide social era dividida em trs classes: os nobresou pipiltin, que desempenhavam funes governamentais e religiosas eram isentos de impostos e possuam terras prprias; a classe comum, os macehualtin, composta pelos camponeses, artesos e comerciantes; e os escravos ou tlacotin, prisioneiros de guerra e delinquentes. Existiam ainda os habitantes com dvidas impagveis que eram empregados como serviais de seus credores. CIENCIA E TECNOLOGIA A cultura asteca deve a sua fora, entre outros aspectos importantes, ao avanado grau de desenvolvimento tcnico e cientfico. A educao de seu povo neste campo foi fundamental, alcanando nveis de abstrao maiores do que qualquer outra cultura, principalmente nos ramos damatemtica e da astronomia. A medicina mexicana transcendeu sua prpria poca e est presente na base de diversas bebidas e cosmticos da modernidade. A engenharia terrestre e naval, astcnicas agrcolas e o desenvolvimento de uma escrita prpriaforam outros aspectos fundamentais da civilizao asteca.
ASTRONOMIA E MEDICINA

As tribos primitivas da Amrica Central conheceram o conceito donmero zero, o que colaborou para a base de clculos abstratos nas civilizaes maias e astecas. Por volta de 1479, desenvolveram apedra do Sol, uma pea legtima de medidas monumentais, esculpida com os smbolos correspondentes aos dias e meses do calendrio mexicano. No terreno da medicina, o povo asteca soube ocultar suas habilidades frente s cincias medicinais europeias, durante a poca colonial. Os tratamentos das doenas foram baseados em dois aspectos: por um lado, se ocuparam da sade espiritual, cujo desequilbrio abria as portas deteriorao fsica; por outro lado, recorreram a medicamentos herbrios para ajudar na cura sintomtica.

ARMAMENTO E TRANSPORTE Sem acesso a metais, como o bronze e o ferro, os astecas tiveram que aguar a sua inteligncia para o desenvolvimento de armas eferramentas cortantes. Usaram, principalmente, as obsidianas, uma espcie de lava das rochas vulcnicas, e o slex, um mineral rgido usado na fabricao de lanas, facas e flechas. A tecnologia asteca conheceu a roda, mas, sem cavalos, mulas, nem animais de carga, dispensou qualquer veculo terrestre. No lugar disso, fabricaramcanoas para deslocarem-se ao longo dos canais e lagos. ECONOMIA Diversos fatores conjunturais e geogrficos fizeram daeconomia asteca uma das mais prsperas da regio mesoamericana. Por um lado, o controle que estabeleceram sobre os povos conquistados, atravs dos impostos, lhes permitiu acesso abundante matrias-primas, produtos e mo-de-obra. Por outro, o desenvolvimento e utilizao de avanadas tcnicas agrcolas, tais como plats de cultivo e chinampas, permitiram uma expanso demogrfica elevada e duradoura. O comrcio, por estas mesmas razes, teve um crescimento sem precedentes para a poca. Durante seu apogeu, segundo os especialistas, a cidade de Tenochtitln foi o maior mercado do mundo. AGRICULTURA A atividade agrcola produzia uma imensa variedade de hortalias, frutas e legumes, tais como: tomate, pimenta, abbora e feijo entre outros. Superados unicamente, pela agricultura da regio andina, os astecas formaram o imprio de maior evoluo em tcnicas agrrias. Aproveitando a geografia lacustre do lago Texcoco, os astecas desenvolveram um sistema hidropnico de cultivo conhecido comochinampa. Construram ilhas flutuantes com balsas de terra e galhos, ancoradas por um sistema de palafitas, sobre as quais cultivavam todo tipo de vegetais. Na regio montanhosa, utilizaram um sistema de plantio em plats. COMERCIO Apesar de contarem com moedas de escambo para o comrcio, algumas comestveis como o cacau, e outras no, como o p de ouro e as mantas, o comrcio asteca baseou-se no trueque. Desde a regio de Tenochtitln e seus arredores, os mercadores e comerciantes astecas levavam e traziam todo o tipo de produtos, que trocavam em outras naes e povoados por objetos luxuosos. Nos mercados astecas, comercializava-se cacau e frutas, assim com escravos e prisioneiros de guerra. Produtos minerais, como a obsediana, eram extrados de Sierra Madre Sur e Ocidental, para elaborao de armas e utenslios. O trabalho txtil, de alto rendimento, produzia tecidos de algodo, entre outros.
RELIGIAO

A religio asteca, assim como sua civilizao, foi um mosaico e sntese de culturas e tradies milenrias. Suacosmognese foi complexa, ao tentar responder a profundos dilemas sobre a existncia, a criao do cosmos e o homem, sob a perspectiva divina, associada chuva e agricultura. Assim, conceberam a matria como formadora da parte animada e tangvel, e outra parte intangvel e interna, constituda por sua vez por duas foras, uma luminosa e outra escura. Os deusesmantinham uma comunicao constante com os homens e, como estes, possuam partes claras e escuras. Tudo o que havia na terra era permeado por esta dualidade, que estabelecia um equilbrio dinmico entre o micro e o macro cosmo, equilbrio este que devia ser mantido por meio de cultos e oferendas. RITUAIS E CULTOS Como smbolo da dualidade criadora e destrutora, as festas religiosas da cultura asteca buscavam equilibrar ambas vontades csmicas, com o objetivo de garantir um ciclo contnuo na vitalidade e agricultura. Os humanos podiam alojar os deuses de maneira espordica ou permanente, nas manifestaes de virtude ou perversidade. De qualquer forma, o sangue era o veculo da continuidade entre os ciclos e o alimento dos deuses, o que baseou os cultos nos sacrifcios humanos. No caso da elite asteca, praticavam a antropofagia ritual. ARQUITETURA Os monumentais templos,pirmides e palcios do povo asteca, refletiram o conjunto de valores e preceitos religiosos que deram origem a sua civilizao. Seu conceito arquitetnico era voltado manifestao do poder que os protegia como herdeiros do deus Huitzilopochtli. Cada lugar, inclusive as residncias dos cidados comuns, eram construdas com solenidade e rituais de culto, portanto cada local era sagrado na vida do povo asteca da grande Tenochtitln e o conjunto de suas cidades imperiais. A medida que avanavam sobre um novo territrio, sistematicamente, comeavam pela construo de um templo de adorao para seu deus principal e a seguir, nas imediaes, um campo de futebol, onde praticavam o jogo ritual mais difundido entre as culturas da Mesoamrica. AS PIRAMIDES Existiam diferentes tipos de construes piramidais. Entre as mais profusas encontramos as pirmides redondas, situadas, principalmente, ao longo do Vale de Toluca. Foram construdas em honra ao deus do vento, Ehcatl, e sua estrutura circular permitia, precisamene, uma corrente de ar, de forma que o deus pudesse circular em seu interior sem obstculos. As pirmides de escadas gmeas, abrigavam em seu topo, dois templos: o templo situado ao lado esquerdo era dedicado a Tlloc, divindade responsvel pelas chuvas; o da direita honrava Huitzlopochtli. O primeiro era pintado

de azul e branco, smbolo da gua; o segundo, de vermelho e branco, smbolo do sacrifcio e das guerras.

ARTE A Civilizao Asteca foi bastante destacada por sua arquitetura e, sobretudo, pelo estilo prprio, na escultura.Utilizaram todos os tamanhos de rochas e pedras para captar a essncia de suas esculturas, refletindo grande riqueza de detalhes. As esculturas de grandes dimenses eram mais utilizadas para representar deuses e imperadores, enquanto as menores representavam mais animais e temas cotidianos. Utilizavam pinturas e cravao de pedras para adornar as esculturas, feitas em pedra e em madeira. Na arte asteca, a msica era uma expresso artstica utilizada em atos civis e religiosos tais como cerimnias de casamento, funerais, ritos de guerra, atos polticos, rituais e sacrifcios. Os astecas tambm destacaram-se bastante na arte txtil, elaborando tecidos ricos e roupas coloridas. PINTURA A pintura asteca tinha uma especial relao de simbologia com ascores. Utilizavam pigmentos bastante puros, sem matizes cromticos, brilhos ou sombras. De modo geral, a pintura estava bastante ligada ao adorno de diferentes projetos arquitetnicos. Outra expresso da pintura era nos cdices astecas, feitos com folhas de papel fabricados com cortes da casca do tronco das rvores; nelas um grupo de artesos pertencentes elite imperial, conhecidos com tlacuilos, descreviam importantes faanhas de seu povo, deuses e imperadores. MAIAS Os antroplogos at hoje no conseguiram chegar a um consenso sobre a origem dacivilizao maia, cultura desenvolvida ao longo de uma extensa regio chamadaMesoamrica, que englobava vastos territrios no sudeste do atual Mxico, e grande parte daAmrica Central. Estima-se que, a existncia das etnias maias, ocorreu entre os anos 2.000 A.C e 1546 D.C., apesar de ser impossvel afirmar com preciso. Entre as diferentes teorias, existe um consenso na anlise do desenvolvimento prhispnico, em trs etapas principais. Especula-se que, os habitantes originrios, migraram da zona do Golfo do Mxico, formando tribos, como a olmeca, possivelmente relacionada com outros assentamentos migratrios oriundos da regio de El Petn, na atual Guatemala. Com uma grande expanso, a populao comeou a organizar-se, ao redor de uma classe de nobres e sacerdotes, que encabeavam a pirmide social. Entre 320 D.C e 987 D.C. desenvolveu-se a era clssica, ou teocrtica, com grandes progressos em termos de

agricultura (tcnica e comercial), que produziu as condies necessrias para erguer grandes edifcios em cidades destinadas ao culto religioso e ao comrcio. A partir do ano 900 D.C, os centros teocrticos maias entraram em colapso e foram, paulatinamente, abandonados. Com a queda de Teotihuacan e o posterior colapso dos centros mais, originou-se a etapa ps-clssica, situada entre os anos 1.000 e 1687 D.C, que termina com a conquista espanhola e suas consequncias. Grandes movimentos migratrios de etnias mais, em maioria dos nhuatl, agruparam-se numa corrente chamada putn. Estes, fundaram grandes povoados, dominaram as rotas martmas comerciais da Pennsula de Yucatn, conquistaram cidades, comoChichn e formaram alianas, como a Confederacin de Mayapn. Mais tarde, aps a queda dos principais centros culturais, Yucatn foi dividida em 16 estados independentes. POLITICA E SOCIEDADE A sociedade maia foi organizada em torno de uma rgida estrutura hierrquica, na qual, desde seu incio e, atravs de seu desenvolvimento, a classe nobre, os almenehoob, encontravam-se no topo da pirmide social e detinham todo o poder poltico e religioso. Os laos entre as castas dirigentes eram sempre hereditrios, o que fez com que o governo fosse mantido nas mos de famlias nobres e seus descendentes. A nica excesso era o caso dos comerciantes, que, pelo fato de conhecerem caminhos e cidades distantes, alcanavam um status social de nobreza, por fornecer informaes estratgicas ao imperador. No geral, a civilizao maia era uma sociedade teocrtica, onde o poder correspondia aos sacerdotes e ao imperador, que era tido como um deus na terra.
SOCIEDADE

De modo geral, os estados maias foram organizados como provncias independentes. Cada provncia era governada por apenas umgovernante, chamado Ahau, que concentrava o poder poltico,religioso e militar. Cada povoado da provncia era governado peloBatab, o chefe local, subordinado ao Ahau da provncia. Em seguida, cada bairro, de cada povoado, era dirigido por um Ah Cuch Cab, o chefe menor. Durante a poca de guerra, as milcias eram comandadas pelo Nacom, o chefe militar supremo, que, como qualquer outro funcionrio, tambm respondia ao Ahau da provncia. Na mesma classe social do chefe Batab estava o sacerdote, chamadoAhkin; o superior mximo do poder sacerdotal era o Ahuacn, supremo sacerdote, encarregado de todos os templos, rituais e sacrifcios, assim como responsvel pela astronomia, escritura e os clculos dos calendrios. Na base da pirmide social estavam osartesos, os camponeses e os escravos.
POLITICA

Durante o perodo clssico, o governante de uma provncia era chamado Ahau Te e os senhores governantes dos povos da provncia, eram chamados Sahl. No final deste perodo, j adentrando a era ps-clssica, existiu um governo de provncias confederadas chamadoMultepal. Sob este sistema poltico existiam duas grandes hegemonias localizadas, primeiramente na cidade de Chichn Itz e em Mayapn, tempos depois. O comando estava a cargo de vrios chefes ligados por um conselho de governo. CIENCIA E TECNOLOGIA A cultura maia caracterizou-se por um carter prtico extraordinrio. Sua monumental arquitetura, seus diversos tipos de calendrios, as magnficas observaes astronmicas, seu sistema numrico e suas eficientestcnicas agrcolas, comprovam esta teoria. To prtica foi a cincia e a tecnologia desta cultura, que, apesar de conhecerem, jamais utilizaram a roda, alm de uso para brinquedos. Por no possuir animais de carga, nunca necessitaram construir veculos, e portanto, no necessitavam de estradas. Por outro lado, sua literatura, destruda pelos conquistadores espanhis, foi rica e complexa. Foram brilhantes em tcnicas de escultura, cermica e pintura.
MATEMATICA E ASTRONOMIA

Os maias empregavam um sistema numrico vigesimal, bastante sofisticado, capaz de executar clculos com centenas de milhes de registros e datas to extensas, que seram necessrias vrias linhas de uma folha de caderno moderno para serem escritos. Um dos pontos mais altos da cincia maia foi a descoberta e a implementao do conceito do nmero zero, que representavam com um caracaol. A exatido com que fizeram suas observaes astronmicas , comparativamente, muito mais precisa que as verificadas em qualquer outra civilizao anterior ao advento do telescpio.
AGRICULTURA E HIDRAULICA

Os maias chegaram a produzir cerca de 100 quilos de milho por hectar, de forma intensa e constante, atravs da utilizao dos platse do sistema de pagamento pela terra. Alm disto, foram verdadeirosengenheiros hidrulicos, o que lhes permitiu obter uma excelente irrigao das reas cultivadas. Algumas das mais recentes descobertas arqueolgicas demonstram que os maias das zonas dePalenque, na selva de Chiapas, desenvolveram canais de gua pressurizada, antes da chegada do Imprio espanhol. Utilizaram a combinao da fora da gravidade e o estreitamento dos aquedutospara conseguir uma mudana na presso da gua. Apesar de no haver certeza absoluta sobre o uso deste sistema, especula-se que serviu para regar reas altas e decorar praas com fontes de gua.
ECONOMIA

A agricultura foi um elemento primordial da civilizao maia, no apenas pelas abundantes produes, como tambm pelo profundo grau de conhecimento que os mais tiveram sobre diferentes tcnicas de plantioe a eficincia com que diversificaram, planejaram e, definitivamente, construram seu sistema agrcola. Apesar de explorarem, na maior parte, os territrios da floresta tropical, a agricultura tambm proliferou em terrenos e climas bastante diversos, com variao trmica e frequncias fluviais oscilantes, adaptando-se a explorao dos recursos com base nas diferentes tcnicas de produo e preparo da terra. Todos estes fatores demonstram como a agricultura foi, de fato, a atividade econmica mais importante da cultura maia. A utilizao de moeda no existia. Utilizavam o trueque, com uma variao: as mercadorias podiam ser pagas com sementes de cacau.
COMERCIO

Alm de agricultores, os maias tambm foram caadores, arboristas,pescadores e mineiros. Os extensos territrios de sua geografia incluam regies com produes bastante diversificadas, portanto o intercmbio, atravs do comrcio, foi um pilar fundamental na economia regional. Os centros urbanos possuam grandes mercados, chamados ppolom, onde existiam inmeros tipos de produtos. Os grandes comerciantes, situados na casta nobre da sociedade, realizavam longas viagens a fim de vender seus produtos a comerciantes de menor porte, que, por sua vez, distribuam os produtos adquiridos, de casa em casa, nos povoados menores.
A TERRA E OS CAMINHOS

As terras eram propriedade do governante. De acordo com a classe social e as necessidades de cada famlia, o governo era encarregado de dividir e distribuir a produo, o pagamento dos impostos e o comrcio. O transporte terrestre tornou-se possvel por meio da construo de extensas estradas, construdas com terra pisada e cobertas por poeira calcria. O transporte aqutico empregava canoas, tanto em gua doce, como salgada. Entre os produtos mais comercializados destacam-se o jade, a obsidiana, penas, algodo, conchas do mar e pescado, cacau e objetos de cermica.
RELIGIAO

A mitologia maia, em torno da qual organizou-se a sociedade e todas as suas atividades, era politesta, onde um conjunto de deuses era adorado ao mesmo tempo. Suas crenas eram baseadas na observao de fenmenos naturais, ou seja, davam um carter mstico aos elementos da natureza. A cosmogonia desta civilizao, que contemplava opostos como complementrios igualmente divinos, tinha umaconcepo dupla da divindade.

Existem trs deuses principais, que participaram na criao do homem: Kukulkn, deus das tempestades, quem deu vida atravs da gua e instruiu o homem, mestre na arte do fogo; Huracn, deus do vento e corao do cu, do fogo e da tormenta; por ltimo, Tepeucompleta a trilogia, ele o deus conquistador. No inferno encontravamse os Seores de Xibalb, divindades malgnas, entre as quais destacam-se como governantes os demnios Vucub-Cam e Hun-Cam.
ARTE

A arte da civilizao maia, especialmente a correspondente ao perodo clssico, teve um grau de delicateza e talento to sublimes que chega a ser comparada s artes clssicas do ocidente europeu. Nas diferentes regies, os artesos trabalharam com altssimo nvel de qualidade tcnica e estilos diversos, considerando em sua arte, desde perspectivas scio-culturais, como poltica e religiosa. Fosse na construo monumental de pirmides e palcios, ou na fabricao de utenslios domsticos, a arte era totalmente vinculada ao status social e hierarquia poltica, tanto na vida, quanto na morte, representada nos adornos das tumbas funerrias. A pintura caracterizava-se por reproduzir personagens de perfil, utilizando tcnica de afrescos e tambm perspectiva. No mbito da msica, inventaram instrumentos de sopro, feitos de madeira, e tambores.
ARQUITETURA

As principais edificaes, como Chichn Itz e Uxmal, por exemplo, nasceram como centros religiosos, comerciais ou burocrticos e foram crescendo, at transformaremse em verdadeiras cidades. De modo geral, as construes adaptavam-se ao tipo de terreno, aproveitando tanto depresses como elevaes, sem uma planificao anterior, terminando por unir os grandes centros sociais com caladas e inmeras praas. Destacam-se os templos cerimoniais, os palcios e os observatrios astronmicos, todos eles com acabamento de pedra talhada e ornamentados suntuosamente, sobretudo, com pinturas.
CERAMICA E ESCULTURA

A cermica foi empregada tanto no uso cotidiano, para produzir travessas, pratos e tigelas, como na religio, sendo utilizada em cultos. Eram peas cozidas em grandes fornalhas, adornadas com aquarelas e relevos de diferentes figuras geomtricas, ou escrituras maias sobre faanhas religiosas ou militares. A escultura era exibida nos altares, lpides, vergas, colunas e tronos. Entre as obras mais belas encontram-se as trilhas, enormes pedaos de lage, semi-enterrados verticalmente, entalhados em baixo relevo, exibindo e relatando acontecimentos ocorridos em determinados perodos de tempo, ao longo da histria. INCAS

A partir do sculo XIII, depois do colapso de seu reino, o povoado de Taypiqala comeou a reestabelecer-se no vale do rio Huatanay, organizando-se atravs de um processo que deu origem fundao do Estado de Cuzco, que teve como seu primeiro governador, o Inca Manco Cpac. Atribue-se a ele a unificao das tribos pr-incaicas dispersadas na regio de Cuzco (que ao reunirem-se formaram a dinastia dos Urin Cuzco) e a expulso das populaes inimigas. No sculo XIV, a sucesso dos governos incas estreitou os vnculos entre as chefias tribais subordinadas Cuzco, entrelaando os interesses e necessidades de cada um, com base num sistema de reciprocidade entre o estado inca e seus participantes.

O incio de Tahuantinsuyo, o maior estado da Amrica do Sul pr-colonizada, foi fruto da vitria das etnias de Cuzco, atual Peru, sobre os estados chancas, durante os conflitos de 1438. O Inca Pachactec dividiu o territrio em quatro regies ou suyus, ao fundar o Tahuantinsuyo, que em quchua significa as quatro divises, o que deu origem ao modelo imperial em que se baseou o estado Inca. O pagamento de impostos e os favores recprocos entre os chefes, assim como a excelente distribuio da produo, favoreceram a fase da maior expanso na histria do Imprio Inca, que, a partir do sculo XV, extendeu-se at ocupar em torno de 2 milhes de kilmetros quadrados, entre o Oceano Pacfico e a selva amaznica, ao longo da cadeia andina. Quando um espao era reclamado pelosIncas, seus ocupantes podiam optar entre lutar ou subjugar-se. Como as possibilidades de triunfo eram praticamente nulas, as diferentes tribos preferiam unir-se ao imprio, em troca de apoio em caso de conflito com outros povos e a obteno da mo-de-obra para trabalhos, entre outras vantagens. Atravs do pagamento de impostos e a poltica de reciprocidade, desenvolveu-se uma das civilizaes mais complexas e poderosas da humanidade. POLITICA E SOCIEDADE O sistema social dos incas foi organizado com base no princpio que regeu toda sua cultura: a dualidade. No caso das famlias do Imprio, agrupavam-se em pares deayllus, ou grupos de famlias unidas por um lao de parentesco, que podia ser real ou mtico, e cujos nomes, significavam lugares de referncia, por exemplo: em cima, embaixo, antes e depois, dentro e fora, etc. Esta dualidade no era uma demonstrao de relaes opostas e sim, complementares, com obrigaes mtuas e recprocas.
DIVISAO DO TAHUANTINSUYO

Com base na diviso das quatro grandes regies pr-Inca, Pachactec organizou os quatro territrios ou suyos do estado Inca:Chinchasuyo, Antisuyo, Collasuyo e Contisuyo, a partir da cidade de Cuzco. Logo, cada suyo agrupava as provncias,

ou wamanis, que, por sua vez, eram sub-divididas em partes, ou sayas, formadas, cada uma por um ayllus. Um ayllu era composto por famlias com um ancestral em comum, adorando uma mesma mmia, o que criava um lao mitolgico, que dava um sentido transcendente a interao, expressa nos direitos e deveres que todos compartilhavam ao trabalhar a terra. O curaca de cada ayllu organizava as tarefas, que, alm do mais, eram supervisadas por um llacta camayoc, um nobre enviado pelo Inca, que reportava ao Imprio.
ESTRUTURA SOCIAL

A pirmide social tinha no topo o imperador inca, autoridade mxima e encarnao do deus Sol, na terra. Contava com o apoio do conselho imperial, composto pelos mais altos representantes polticos, militares e religiosos. A elite do imprio era completada pelas panacas, ou famlias de sangue real. A sociedade era hierrquica e severa. Na base social estava o povo, os cidados comuns: os hatun runa eram os jovens que, ao atingirem a maioridade passavam a trabalhar para o imprio; os Mitmaqkuna eram trabalhadores que migravam de uma regio para outra e, juntamente com os yanakuna, trabalhadores estrangeiros escolhidos para trabalhar com os incas, formavam uma classe social que tinha direitos, herana e terras. Tambm existiam ospiakuna, serventes, apesar de terem posse de terras para sua prpria subsistncia.
CIENCIA E TECNOLOGIA

Os incas foram grandesastrnomos e concentraram sua observao no sol e nasestrelas. Baseado no comportamento dos astros, conseguiam estabelecer padres exatos para o plantioe a colheita. Utilizando construes de pedra, conseguiam a medida do tempo, antecipar o clima e, inclusive, prever os eclipese. Fizeram verdadeiros laboratrios para sua agricultura, conseguindo manter diversas espcies vegetais em diferentes altitudes do imprio. O consistente avano de sua civilizao ensinou s diferentes culturas, devido exatido dos resultados obtidos pelos incas. Em matria militar, aproveitaram a excelncia no manuseio dos metais, para construir armas poderosas, como faces, machados e macanas, que eram bolas de metal com pontas de estrela, numa base de madeira.
MEDICINA E AGRICULTURA

Os bruxos feiticeiros chegaram a executar intervenes cirrgicas para tirar ossos fraturados, pedaos de metal ou restos de armas dos crnios dos guerreiros feridos. Utilizavam uma ferramenta chamadaTumi, uma faca em formato de T, smbolo do deus da medicina inca. Entretanto, sua cincia mdica baseou-se na natureza, utilizando animais e plantas para a cura de doenas, que atribuam ao abandono do corpo pelo esprito, quando ocorria algo. Cutivaram com sucesso mais de 70 espcies vegetais, entre muitas batatas e gros, tomates, alho e quinoa.

Utilizaram terraos para aproveitar o solo, utilizando fatores como a umidade para criar micro-climas e pequenas lagoas.
ESCRITAS E CALCULOS MATEMATICOS

Os incas no possuam um alfabeto. Desenvolveram excelentes ferramentas para medir, atravs dos quipus, um sistema de registro com cordas de diferentes cores, que representavam o resultado de um clculo previamente realizado com os yupana, uma espcie de baco. Estima-se que todo tipo de informao alfa-numrica era armazenada com a utilizao deste sistema, apesar do fato ainda estar sob investigao.
ECONOMIA

Os estudos da conquista doPeru destacam a excelncia do sistema Inca de abastecimento e distribuio da produo, tanto agrcolacomo pecuria, que foi possvel atravs de uma assertiva administrao dos recursos e da contabilidade. O trabalho era baseado no revezamento da mo-de-obra, uma caracterstica tradicional da cultura andina que os incas conseguiram otimizar. As terras eram de propriedade comum e repartidas entre as famlias, de acordo com a necessidade de cada uma. Apesar da base da economia ter sido a agricultura, os incas criavam camlidos (espcie da qual a lhama e o camelo fazem parte), eram pescadores e caadores de aves silvestres. O trabalha era dividido em funo do objetivo: a mita, correspondia ao trabalho para o Estado; a chunga, ao trabalho feminino envolvendo o cuidado dos povoados nos temas relacionados sade e apoio; a minca, referia-se ao trabalho para o ayllu, ou culto aos deuses, j que os incas entregavam sua terra a eles; e o ayni, correspondia ao trabalho comunitrio de responsabilidade entre as famlias.
COMERCIANTES

Este grupo scio-econmico era composto, sobretudo, por habitantes do litoral, que dedicavam-se ao intercmbio dos produtos. A economia inca no utilizava a moeda, como sistema de pagamento e sim otrueque. Tanto pelo mar, como por estradas de terra, os comerciantes levavam e traziam cobre, pescado seco, roupa, l, algodo e sal, entre muitas outras coisas.
RECIPROCIDADE E DISTRIBUI;AO

A reciprocidade era um antigo costume andino, mesmo na poca inca. Consistia em trocar trabalhos ou pertences, entre as famlias que formavam um ayllu, entre ayllus vizinhos, e com os Incas, que praticavam a reciprocidade assimtrica, o imperador no retribuia com trabalho, seno com proteo e assistncia. Este princpio operativo no era considerado um favor, mas uma obrigao entre os incas. A redistribuio consistia na diviso do excedente de produo que o Imprio fazia com sua populao. Os

produtos eram armazenados emtambos para utilizao de acordo com a necessidade. Em caso de secas ou guerras, recorria-se ao depsito.
RELIGIAO

A civilizao Inca e sua religio eram intrnsecas. A sociedade Inca era politesta e adorava, principalmente ao sol, que chamavam Inti, considerando-o a fonte de toda existncia e criador de todos os deuses. OInca imperador era o filho do sol e sua encarnao na terra. Portanto, durante o transcurso de sua vida como monarca, servia como mediador entre a divindade e os seres humanos. Ao morrer, retornava ao cu para estar junto de seu pai.
ARTES

O imprio Inca, como conglomerado cultural, contava com excelente mo-de-obra, nas diferentes expresses da arte. Desde sua arquitetura, caracterizada por formas simples, em harmonia com o ambiente natural, por vezes, robustas e belas, os incas souberam implementar os princpios da Fsica em suas construes, a maioria das quais mantiveram-se praticamente intactas at os dias de hoje. A pedra foi o cona desta cultura e os Collasforam, provavelmente, os maiores escultores do Tahuantinsuyo.
CERAMICA ESCULTURA E OLARIA

Em sintonia com um sistema que lhes permitiu uma fenomenal expanso cultural, os incas fizeram circular, por todo seu territrio, os diferentes melhores produtos produzidos em cada regio, de forma que, com o passar do tempo, todos fossem assimilados, redefinindo o padro global. No caso da cermica, estabeleceu-se a produo de todo tipo de vasilhas e utenslios atravs de moldes para produo em massa. A escultura, assim como a olaria, baseava-se em formas geomtricas simples, sbrias, que resultavam em abstraes sintticas da realidade imediata, com um foco predominante no aspecto funcional da obra. Os incas foram ourives excelentes que executaram todo o tipo de objeto, desde ferramentas, armas e objetos luxuosos at objetos decorativos.
TECELAGEM, PINTURA E MUSICA

Os produtos txteis eram caracterizados por sua delicadeza e acabamento. Em seus desenhos, sempre simtricos e coloridos, estampava-se a viso universal andina, representante da perspectiva religiosa, poltica e social. A pintura manifestou-se tanto na tecelagem, atravs de mantos, como na arquitetura, em murais gigantescos. Empregaram tambm a pintura para esquematizar as regies conquistadas, no formato de mapas. Os instrumentos musicais, por excelncia eram os tambores e as quenas, que por vezes, eram construdos com ossadas humans. Destacavam-se

ossikus, feitos com cana e as flautas. Havam melodias para a agricultura, o amor, a guerra e a morte. COMPARA;AO
Essas trs civilizaes tinham como base as caractersticas gerais do Modo de Produo Asitico, possuindo portanto semelhanas com civilizaes mais antigas do Oriente Prximo, mas tambm diferenas significativas entre si. A economia era essencialmente agrria, sendo a terra considerada como propriedade do Estado e trabalhada pelas comunidades camponesas, existindo atividades complementares como a criao de animais, o comrcio e a minerao, esta ltima especialmente entre ao Astecas no Mxico e os Incas no Altiplano Andino. As comunidades camponesas conservavam pequena parcela de terra para uso familiar, mas a maior parte das terras pertencia sacerdotes e elites locais (lderes dos cls) no caso de Maias a Astecas. Entre os Incas a terra era divida em: Terra do Estado, Terra dos sacerdotes e Terra comunitria, onde cada famlia possua um lote para cultivo prprio, onde produziria aps trabalhar as terras do imperador e dos sacerdotes. A explorao do trabalho dos camponeses pelo Estado ainda era realizada atravs da mita , ou seja, toda comunidade estava obrigada a fornecer homens para as obras pblicas ou para o trabalho nas minas. Apenas os Incas desenvolveram de fato um Imprio centralizado e teocrtico, onde o Imperador, chamado Sapa Inca era considerado um deus, descendente direto do sol, supremo legislador e comandante do exrcito, suplantando a antiga unidade social, o Ayllu, (cl). Na Pennsula do Iucat, os Maias desenvolveram um tipo de organizao, onde cada centro urbano possua autonomia e comandava as comunidades camponesas ao seu redor. Na medida em que lderes locais e sacerdotes se fortaleceram, essas sociedades viram a formao de classes sociais, rigidamente estratificada, consideradas portanto como estamental. Entre esses trs povos havia uma elite de sacerdotes, militares e artfices do Estado e uma grande massa de camponeses responsvel pela produo de excedentes, que concentravam-se nas mos da elite. A religiosidade caracterizava-se pela crena em vrios deuses, normalmente vinculados a elementos da natureza, como sol, chuva ou fertilidade, influenciando suas manifestaes artsticas, principalmente a construo de grandes templos. Os povos da Mesoamrica realizaram obras arquitetnicas colossais, representadas por templos e palcios em terraos com forma piramidal, assim como produziram objetos com carter decorativo, obras de ourivesaria de prata, ouro e pedras preciosas dos astecas, utilizadas para decorar palcios e templos.

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