A economia do Antigo Regime caracterizou-se pelo predomnio das actividades agrcola e mercantil.

A produtividade agrcola era fraca devido s tcnicas e aos instrumentos utilizados ( tradicionais e rudimentares) e ao regime senhorial de explorao da terra. Nos sculos XVII e XVIII, a actividade mercantil tornou-se mais lucrativa e dinmica. Portugal, como outros pases que possuam domnios ultramarinos, praticava a poltica de exclusivo colonial. Assim se desenvolveu um crescente trfico colonial entre a Europa, a frica e a Amrica, mas a maioria do nosso comrcio externo era realizado por mercadores estrangeiros. O valor das nossas importaes no era integralmente coberto pelas exportaes, o que fazia a balana comercial portuguesa apresentar sucessivamente saldos negativos, mas as vendas dos gneros comerciais permitiam sustentar as importaes dos produtos manufacturados. A partir de 1670 os preos dos gneros coloniais ( como o acar e o tabaco) comearam a baixar, pois os rendimentos das exportaes desceram a nveis muito inferiores s elevadas importaes, dando origem a uma crise comercial agravada pelo facto de os compradores habituais de acar e tabaco passarem no s a produzi-los nas suas colnias como a procurarem outros mercados. A POLTICA MERCANTILISTA Por essa altura, a politica dominante na Europa era o mercantilismo , em que os governantes procuravam que a balana dos seus pases fosse positiva atravs do proteccionismo das atividades nacionais. Colbert, em Frana, tomou um conjunto de medidas que foram adotadas por outros Estados Europeus. Em Portugal destacaram-se as medidas do conde de Ericeira: fundao e proteo de manufaturas, nomeadamente da indstria txtil; vinda de tcnicos estrangeiros especializados; monoplio de produtos; aumento de taxas alfandegrias sobre produtos concorrentes produo nacional e publicao das pragmticas. A partir de 1699 o ouro brasileiro comea a achegar a Portugal, abandonando-se muitas das restries impostas com a doutrina mercantilista e a poltica proteccionista. Tal agravou de novo o dfice da balana comercial sendo os pagamentos em ouro, principal meio de pagamento da poca, a compensar esse dfice. Por outro lado a industria txtil seria ainda mais prejudicada com o Tratado de Methuem em 1703, entre Portugal e Inglaterra, com o objetivo de garantir um mercado certo para os vinhos portugueses e o fim do contrabando dos txteis ingleses. CONCEITOS A COMPREENDER E RELACIONAR: ANTIGO REGIME Perodo histrico que vai do sculo XVII at s revolues liberais. BALANA COMERCIAL Relao entre o valor total de importaes e de exportaes efetuadas por um pas. CRISE COMERCIAL Desequilbrio acentuado da Balana comercial.

MERCANTILISMO - Doutrina poltica e econmica aplicada na Europa nos sculos XVII e XVIII que defendia que a riqueza dos Estados consistia na posse de metais preciosos. Para tal, aumentavam-se as exportaes e restringiam-se as importaes. PROTECCIONISMO- Poltica econmica que visa proteger e desenvolver a indstria nacional. PRAGMTICAS Leis que proibiam a exibio de artigos de luxo, na sua maioria importados, e o uso de tecidos que no fossem de produo nacional.

A Populao da Europa nos sculos XVII e XVIII: crises e crescimento

Ao mesmo

tempo que no campo poltico os estados europeus eram

governados por monarcas absolutos, a sociedade e a economia eram dominados por estruturas antiquadas e seculares (longa durao - estruturas sociais e econmicas) que vigoravam na Europa desde a Idade Mdia: o antigo regime demogrfico.

Agricultura antiquada e pouco produtiva implicava baixa produtividade e elevada mortalidade na populao europeia at ao incio do sculo XVIII. A morte estava no seio das comunidades agrcolas.

Perodos de elevada mortalidade, as crises demogrficas, iniciavam-se com fomes ou epidemias que consigo arrastavam frequentemente outras doenas e um rosrio de desgraas. A mortalidade aniquilava entre 10 e 30% da populao pondo em causa a sobrevivncia das famlias e das comunidades.

Gradualmente as melhorias nas tcnicas de cultivo, das condies de vida nas cidades, do aperfeioamente do combate as doenas, das melhorias no saneamento bsico, e os benefcios obtidos com a Revoluo Industrial, fizeram com que a taxa de mortalidade declinasse, ampliando assim o crescimento natural, melhores condies de vida e mais sade levando a um aumento de populao que se vai acentuar ao longo do sculo XVIII culminando na Revoluo Industrial. (ver Maltusianismo).

Anlise do grfico (doc 4) da pgina 14. Imagem a analisar Frana sculo XVIII

Caractersticas do Antigo Regime Demogrfico:

Natalidade elevada 40% Mortalidade elevada, 35%: pestes, epidemias, fomes, secas, guerras. Crises demogrficas recorrentes como no sc XVII: quebras de 15 a 20% de populao

Crescimento demogrfico do sculo XVIII: novo regime demogrfico

mortalidade? natalidade? esperana de vida?

Anlise do grfico da pgina 19 (Taxas de natalidade e mortalidade em Inglaterra) Anlise da tabela da pgina 20 Factores que explicam a quebra acentuada e progressiva da mortalidade.

inovaes na agricultura- melhores tcnicas de cultivo, maquinizao da agricultura permitem melhor produo. avanos na medicina, vacinao permite combater e evitar doenas; maiores cuidados higienico-sanitrios; criam-se as primeiras ctedras da obstetrcia que permitem uma melhor qualidade de vida para a me como para os seus filhos.

desenvolvimento dos transportes. Clima propicio actividade agricola o que originou boas colheitas. Progressos na indstria porque permitem um desenvolvimento da economia que resulta numa melhor qualidade de vida. mais emprego vai aumentar mais os rendimentos das famlias.

Aspectos a considerar ainda na discusso do novo regime demogrfico:

Uma nova atitude perante a criana. Assiste-se desde meados do sculo XVIII a uma maior preocupao pelo bem estar da criana e do jovem (J.J. Rousseau, texto livro pg 21). Rousseau destaca o desprezo que at ao sculo XVIII se tinha pela criana e pelos jovens como uma das razes para a elevada mortalidade que atingia as crianas at ento. A nova atitude para com a criana permite a esta uma vida mais longa e deste modo um crescimento populacional muito superior ao anterior apesar do decrscimo da natalidade tpico das sociedades industriais europeias.

O casamento no Antigo Regime. Em termos de percentagem no se pode considerar, segundo P. Guillaume que o nmero de casamentos fosse superior ao da actualidade e o segundo casamento afectava principalmente os homens tornando a casar geralmente no primeiro ano de viuvez. A durao do casamento era curta geralmente devido baixa esperana de vida e levava a que os filhos nas famlias numerosas nascessem com pouco tempo de intervalo entre si e num curto espao de anos, sendo o perodo de feritlidade das mulheres inferior ao actual, decaindo a partir dos 38 anos. A elevada mortalidade entre as parturientes levava a que os segundos casamentos fossem frequentes e que os filhos no mesmo agregado familiar fossem provenientes de diferentes casamentos.

Caractersticas da Sociedade do Antigo Regime.

Estratificao acentuada da sociedade. Fraca mobilidade dos estratos da sociedade de Antigo Regime. (texto pg 30). Atender definio de Antigo Regime.

Cada ordem ou grupo social tem um traje, forma de tratamento, honras, direitos e deveres com estatuto jurdico prprio. Recolha de vrios textos da web sobre a nobreza, privilgios e formas de tratamento. Maria Eugnia Reis Gomes et al, Manual Histria de Portugal 10 ano, vol 2, Texto Editora. Lisboa. 1989.

Estratos sociais do Antigo Regime.

Alto clero constituido por filhos segundos da nobreza constituido por cardeais, arcebispos, bispos enquanto o baixo clero de origem mais humilde, povo. (leitura do texto pg 32).

Nobreza constituida por vrios estratos: nobreza de sangue ou espada e nobreza de toga ou administrativa. Terceiro Estado constituido grosso modo pela burguesia e pelo povo (analisar estratos variados do Terceiro Estado).

Principios do Absolutismo monrquico

O Absolutismo rgio era legitimado por um conjunto de princpios orientadores da sua aco (texto de Bossuet pg 38). Quais so esses princpios?:

Divino Paternal Absoluto Submetido Razo Privilgios e poderes do monarca no Estado absoluto. Fraca participao das restantes ordens sociais na governao por intermdio das Cortes. Encenao do poder: a corte rgia, modelo de virtuosismo. A corte era dominada pelo Rei, garante da ordem social no sendo aceite qualquer desobedincia ou infidelidade punida imediatamente e de forma brutal pelo monarca. A corte era espelho do poder imagem da grandeza e da influncia de que todos os que rodeavam o rei desfrutavam: nmero de convidados, opulncia dos banquetes, riqueza do vesturio, complexidade do protocolo e cerimonial

Sociedade e poder em Portugal no Antigo Regime:

Preponderncia duma nobreza fundiria e mercantilizada que impede o crescimento de uma burguesia activa e empreendedora. Ver os cargos ligados administrao ultramarina.

Acumulao de honras com rendas comerciais e cargos administrativos pela nobreza mercantilizada. Dificuldades de enriquecimento da burguesia nacional fraca e pouco influente.

Complexo sistema burocrtico do Estado absoluto, pesado lento e burocrtico. Porqu? D. Joo V imagem do Estado absoluto. Luxo, etiqueta, mecenato, poltica externa neutral, esplendor da arte barroca. Nobreza de sangue ocupava os cargos superiores da monarquia em Portugal acumulando cargos e honras. Dificuldades no enriquecimento da burguesia portuguesa, travada no acesso aos melhores negcios ultramarinos por uma nobreza que se apoderava dos melhores cargos e negcios

Durante o reinado de d Joo V as Cortes deixaram de ser convocadas- o rei, e s o Rei , mandava. Sociedade de ordens Sociedade estratificada do Antigo Regime condicionada pelo poder e pelos privilgios do grupo social de pertena.

2.2 - A Europa dos parlamentos

Provncias Unidas da Holanda (consultar link informao histrica) Na Europa do sculo XVI e XVII nem todos os pases europeus seguem o modelo de governao absoluta. Luta pela independncia das Provncias Unidas iniciada em 1568 devido entrada da Inquisio em 1550 nas Provncias Unidas com a revolta de Guilherme de Orange frente dos aristocratas das provncias da Holanda. Sociedade

nobreza ocupava-se de funes militares

burguesia controlava os negcios e magistraturas

Depois de vrios anos de luta pela preponderncia poltica a burguesia conseguiu impor o seu domnio na governao do Estado. A defesa da Liberdade martima Hugo Grotius escreveu em 1608 um manifesto pela liberdade dos mares que se pode entender no contexto de guerras com as potncias crists do sul da Europa. Reclamava para a Holanda e outros pases europeus a possibilidade de comerciarem livremente nos mares de todo o mundo. Analisar: Antecedentes da polmica Factos histricos implicados com a questo Correco da questo de TPC.

Prvio De acordo com as recomendaes dadas em aula, a organizao de uma resposta na disciplina de Histria deve seguir os seguintes passos nos aspectos gerais, dependendo sempre do tipo de questo e daquilo que solicitado:

Contextualizao do problema. Descrio do ambiente histrico - espao, tempo- descrio geral dos acontecimentos, personagens e situaes que se relacionam com a pergunta, informaes relacionadas com os acontecimentos descritos, relaes entre os intervenientes.

Referncias aos documentos, com transcrio fiel das passagens dos documentos que tm a ver com os aspectos descritos atrs. Deve-se fundamentar todas as informaes avanadas na contextualizao com referncias s fontes ou seja ao documento escrito , tabela, grfico ou imagem, fornecidos.

Concluso,

interpretao

fundamentando

as

consequncias

ou

concluses com a ideia mais importante que resulta do texto ou

documento e a partir da justificando as afirmaes e avanando com as consequncias dos actos a que os documentos se referem. Questo Analisa o documento 31 da pgina 62, luz dos conflitos ou rivalidades que existiam entre os pases do norte e do sul da Europa.

Correco Em 1602 a nau portuguesa Santa Catarina foi apresada por navios holandeses. O facto levantou celeuma na poca nomeadamente entre a Espanha e a Holanda. No entanto outros pases apoiaram a posio da Holanda visto que os holandeses procuravam reclamar a liberdade de navegao. De facto, desde o Tratado de Tordesilhas de 1494 assinado entre Portugal e Espanha, s os dois pases ibricos tinham liberdade para navegar com fins comerciais pelos mares do Mundo. Aos portugueses tinha sido atribudo a liberdade de navegao no hemisfrio oriental e aos espanhis o hemisfrio ocidental lanando as bases da teoria do Mare Clausum. Desde ento, aos navios dos restantes pases da Europa, Holanda, Frana e Inglaterra era negada a possibilidade de comerciar o que desencadeou ataques martimos dos corsrios ingleses, franceses e holandeses contra os navios ibricos. Perante o apresamento daquela nau, o jurista holands Hugo Grcio fundamentou a posio holandesa atribuindo-lhe legitimidade pelo direito natural: "... o prprio Deus estabeleceu este princpio atravs da Natureza(...) o facto de Deus ter abraado a Terra com um oceano navegvel em todas as direces, e de os ventos soprarem ora de um, ora de outro quadrante no prova suficiente que a Natureza deu a todos os povos o direito de aceder a todos os outros?(...)" Na poca, alm das posies jurdicas, juntavam-se questes polticas e religiosas. A Holanda tornara-se independente da Espanha em 1578 e era um estado protestante enquanto a Espanha e Portugal eram pases ferozmente catlicos. Aos interesses comerciais juntaram-se portanto questes religiosas e polticas o que levou Grotius a negar aos pases ibricos o direito exclusivo de comrcio, posio que interessava aos restantes estados do norte da Europa

assentando as bases da teoria do Mare Liberum que passou a vigorar desde ento apesar de a todos os pases interessar o domnio exclusivo do comrcio principalmente entre a Amrica a Europa e o Oriente.

Inglaterra sculo XVII Na Inglaterra o poder do monarca foi desde sempre limitado pelo Parlamento que procurou sempre limitar a influncia daquele evitando os abusos de poder. As bases do Parlamentarismo estavam por isso lanadas desde o sculo XIII. Durante o sculo XVII Jaime I e Carlos I tentaram impor um estilo de governao absoluta que no conseguiram devido oposio do Parlamento. Apesar de assinar a Petio dos Direitos, em 1628 Carlos I dissolveu o Parlamento e procurou governar de forma absoluta iniciando um perodo de lutas internas que se estende entre 1642 e 1649 quando deposto e executado. Inicia-se ento um perodo de governo republicano dominado por Oliver Cromwell que governa de forma tirnica depois de dissolvido o Parlamento. So tomadas medidas importantes de apoio ao comrcio martimo e de consolidao do poder colonial ingls. tambm um perodo de perseguies e emigrao para as colnias da Amrica. Em 1658 Cromwell morre e sucede-lhe Carlos II que assina o Habeas Corpus documento que limita os abusos policiais proibindo detenes prolongadas. A Carlos II sucede Jaime II catlico e autoritrio que semeia de novo o descontentamento e a desordem social com perseguies e emigrao intensa que leva Revoluo de 1688 em que Guilherme de Orange aps desembarcar frente de um exrcito protestante jura respeitar a Declarao dos Direitos. (ver texto)

1628 Petio dos Direitos -comprometeu ao respeito as antigas leis , no procedendo as prises arbitrarias nem arrecadando impostos sem o consentimento dos ingleses, exigindo a aprovao do parlamento .

1679 Habeas Corpus - lei que limita os abusos dos agentes judiciais, proibindo detenes prolongadas sem que a acusao tenha sido devidamente formalizada.

1689 Declarao dos direitos- Documento que reitera os princpios da liberdade individual e a no interferncia dos monarcas nas decises parlamentares. Esta declarao compromete a Coroa. O uso de bens tem de ser aprovado pelo Parlamento. Estas leis do uma grande autoridade ao Parlamento Ingls. Imagens de Bill of Rights John Locke e a teoria do direito natural Segundo Locke a propriedade privada indissocivel da felicidade humana e deve ser garantida pelo mutuo acordo entre governantes e governados. O poder de governar resulta do acordo entre governantes e governados mas a sua fonte e origem est na igualdade de direitos e na liberdade individual. Todo o poder deve ser consentido pelos governados e por isso todo o poder abusivo ou autoritrio antinatural. Motivaes das lutas polticas em Inglaterra. As lutas polticas em Inglaterra no sculo XVII, tiveram variados motivos e fundamentos. Ver cronologia: Polticos sociais Religiosos