Apostila de Máquinas Hidráulicas e Pneumáticas

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Curso Tcnico de Mecnica Mquinas Hidrulicas e Pneumticas

Escola Tcnica Estadual Repblica Pgina 1












Mquinas Hidrulicas e

Pneumticas














Profs.: Hlio Frana Junior
Jos Estrogido Guimares








Curso Tcnico de Mecnica Mquinas Hidrulicas e Pneumticas


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MQUINAS HIDRULICAS

Cap. I - Hidrosttica

Os estudos de hidrosttica, mais antigos a que temos conhecimentos, datam de 287 a
212 a.C com o grego Arquimedes que lanou teorias que formam a base de muitos estudos
ainda hoje. Outros estudiosos agora na Idade Mdia complementaram essas teorias que hoje
so largamente utilizadas no avano tecnolgico. Assim Stevin (1548/1620), Torricelli
(1608/1647), Pascal (1623/1662), entre outros, apresentaram teorias que permitiram o avano
nesse ramo do conhecimento.

I .1 - Fluido
assim denominada toda substncia que escoa, isto , pode fluir com certa facilidade. Por
isso os lquidos e gases so chamados fluidos.

I . 2 - Densidade absoluta ou massa especfica.
denominada massa especfica ou densidade absoluta de um corpo a relao entre a sua
massa e seu volume.

= m / V onde m massa do corpo
V volume do corpo

A unidade de densidade absoluta no Sistema Internacional (S I) o quilograma por metro
cbico.

I . 3 Presso
Se considerarmos uma fora F atuando perpendicularmente uma rea A, poderemos
definir presso como a relao entre a intensidade da fora e a rea onde ela atua.

p = F / A onde F fora atuante
A rea onde atua a fora F

A unidade de presso, no Sistema Internacional (SI) denominada Pascal e definida como

Pa = N / m
2
onde N Newton - unidade de fora
m
2
metro quadrado unidade de rea

Temos tambm outras unidades muito utilizadas:

Atmosfera - 1 atm = 760 mmHg = 10
5
N / m
2
= 10,33 m coluna de H
2
O (mca)

Assim podemos tambm definir presso, como uma coluna de fluido, sendo:

p = .g.h onde densidade absoluta do fluido
g acelerao da gravidade
h altura da coluna do fluido.
a) Exerccio.
Temos um recipiente cilndrico, cuja rea da base vale 8 cm
2
, preenchido de gua em
20 cm de altura. Considerando: g = 10 m/s
2
, e densidade absoluta da gua 1 g/cm
3
,
calcule:
1) a presso exercida no fundo do recipiente.
2) a fora que a gua exerce no fundo do recipiente.

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gua =
1 g/cm
3
= 1 kg/dm
3
= 10
3
kg/m
3

g = 10 m/s
2

h = 20 cm = 0,2 m
A = 8 cm
2
= 8.10
-4
m
2


1) Presso no fundo - p = g.h = 10
3
.10.0,2 ento p = 2.10
3
N/m
2

2) Fora no fundo p= F/A ento 2.10
3
= F / 8.10
-4
assim F = 1,6 N

b) Exerccios propostos.
1) Calcule a presso e a fora, exercidos no fundo do recipiente abaixo. Adote g = 10
m/s
2
e

Hg
= 13,6 g/cm
3



Hg

20 cm


4cm
4cm

Resp p = 2,72. 10
4
N/m
2

F = 43,52 N

2) Um depsito de gua possui, no fundo, uma vlvula de 6 cm de dimetro. A
vlvula se abre sob a ao da gua quando esta atinge 1,8 m acima do nvel
da vlvula. Supondo a densidade da gua 10
3
kg/m
3
e a acelerao local da
gravidade 10 m/s
2
calcule a fora necessria para abrir a vlvula.
Resp. 50,87 N


I 4 Presso atmosfrica
Em torno da Terra encontramos uma camada de gases que chamamos
atmosfera, cuja altura aproximadamente 80 km. Esses gases exercem uma presso
sobre os corpos que neles estiver imersos. Torricelli descobriu que no nvel do mar
essa presso podia ser medida com uma coluna de mercrio e concluiu que ela vale;

p
atm
= 760 mm
Hg


Assim para efeito de clculo vamos adotar;

P
atm
= 10
5
N/ m
2
= 760 mm
Hg



I 5 Presso Absoluta.
a presso medida em relao ao vcuo total.

I 6 Presso Manomtrica
a presso medida adotando como referncia a presso atmosfrica, denominada
tambm presso relativa ou presso efetiva. Mede-se com o auxlio de manmetros,
cujo zero corresponde presso atmosfrica local. Quando o valor da presso medida
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no manmetro menor que a presso atmosfrica local, teremos presso relativa
negativa, que chamamos de vcuo.

I 7 Presso de Vapor
Em um fluido, a uma determinada temperatura, coexistem as fases do estado
lquido e vapor. A presso na qual existe equilbrio entre as duas fases, denominamos
presso de vapor do lquido e se refere sempre a uma temperatura. Para a gua
temperatura de 20C, a presso de vapor vale 0,239 m ou o,0239 kgf/cm
2
. 100C a
presso de vapor da gua 10,33 m ou 1,033 kgf/cm
2
.

I 8 Peso Especfico
o peso de uma substncia relacionado a uma unidade de volume

= P / V onde P - peso
V volume

I 9 Massa especfica
a relao entre a massa e o volume de um fluido.

= m / V onde m massa
V - volume


I 10 Vazo
Indica o volume de um fluido que passa por um duto em uma unidade de tempo.

Q = V / t onde V - volume
t tempo

I 11 Velocidade
a relao entre a vazo do fluido escoado e a rea da seo do duto por onde
escoa o fluido.

V
e
= Q / A onde A rea
Q vazo


I 12 Viscosidade
uma caracterstica do fluido. Representa a resistncia que esse fluido apresenta
ao seu escoamento.
Vamos encontrar duas medidas de viscosidade; a absoluta e a cinemtica. Mais
utilizada, a viscosidade cinemtica :


= /


A unidade de medida de viscosidade cinemtica o Stoke. Uma unidade muito grande
por isso mais utilizada a sua frao; centistoke (cSt)




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I 13 - Teorema de Stevin

Considerando um lquido de densidade , em equilbrio no recipiente da figura.
Sejam os pontos A e B do lquido situados a uma distncia h
A
e h
B
,
respectivamente, da superfcie do lquido. As presses devido coluna do lquido
so:





h
A

A
h
B


B




p
A
= .h
A
.g
p
B
= .h
B
.g

fazendo p
B
p
A
= .h
B
.g - .h
A
.g = .g (h
B
h
A
) e assim temos:

p
B
= p
A
+ .g.h



I 14 Teorema de Arquimedes

Todo corpo, imerso total ou parcialmente em um lquido, recebe uma fora vertical,
de baixo para cima, igual ao peso da poro de lquido deslocado pelo corpo.
Esse teorema descrito para lquidos mas o mesmo teorema se aplica aos gases e
podemos trocar a palavra, lquido, por fluido.
A essa fora denominamos empuxo.



a) Exerccio.

1) Um cubo de madeira de densidade absoluta 0,2 g/cm
3
e com 20 cm de aresta
flutua na gua.Determine a altura da parte imersa do cubo.
Para haver equilbrio necessrio que o empuxo seja igual ao peso do cubo,
ento;


E = P

P = .V = 0,2. 20
3
= 1600 g


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O volume de gua deslocado 20.20.h (cm
3
) = 400 h = E ento se;

E = P temos 1600 = 400.h e ento,
h = 1600/400
h = 4 cm



b) Exerccios propostos.

1) Dentro de um vaso aberto coloca-se 2 kg de gua. A seguir coloca-se dentro do
lquido um corpo de 500 g de massa e 50 cm
3
de volume, suspenso por um fio
conforme a figura. Calcule a intensidade da fora de trao no fio.


Resp. 4,5 N



2) Um balo para estudo atmosfrico tem massa de 50 kg (incluindo o gs),
volume de 110 m
3
e est preso Terra por meio de uma corda. Na ausncia de
vento a corda permanece esticada e vertical. Considerando a densidade do ar
igual a 1,3 kg/m
3
e g = 10 m/s
2
, calcule a intensidade da fora de trao na corda.
Resp. 930 N

3) Um corpo com massa m = 2,0 kg est em repouso, suspenso por um fio, e
encontra-se totalmente imerso em um lquido. A fora de trao sobre o fio tem
intensidade
T = 16 N. Calcule a acelerao adquirida pelo corpo imediatamente aps um
operador cortar o fio. Considere g= 10 m/s
2

Resp. 8 m/s
2



I 15 Teorema de Pascal

Um acrscimo de presso exercido num ponto de um lquido ideal em
equilbrio se transmite integralmente a todos os pontos desse lquido.
Esse teorema se baseia em um lquido ideal. Na natureza no encontramos
tais lquidos mas para efeito de clculos podemos considerar todos os lquidos
como incompressveis (lquido ideal), por to pequenos serem os erros dessa
forma calculados.
A prensa hidrulica uma das aplicaes desse teorema.
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Temos abaixo um esquema representando uma prensa hidrulica. A fora F
2

exercida no mbolo E
1
. a presso acrescida por esta fora transmitida ao mbolo
E
2
gerando uma fora F
1
. Se considerarmos que a rea do mbolo 1 seja 4 vezes
a rea do mbolo 2 temos.

F
1
F
2



E
1
E
2









A presso ocasionada pela ao do mbolo 2 ser transmitida ao mbolo 1
integralmente, ento;


p = F
2
/ A
2

p = F
1
/ A
1
e A
1
= 4.A
2


temos ento F
2
/ A
2
= F
1
/ 4.A
2
e 4 F
2
. A
2
= F
1
. A
2
assim

F
1
= 4.F
2



a) Exerccios Propostos.

1) Temos que acionar uma carga por meio de um cilindro hidrulico, como no
esquema abaixo. Sabendo que o dimetro do pisto da bomba manual 20
mm e que podemos fazer uma fora manual no pisto da bomba que vale 200
N, qual deve ser o dimetro do cilindro que aciona a carga?



40 000 N



200 N







Resp. 283 mm
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Dimetro
300 mm
2) Qual o valor da presso que acontece dentro do vaso abaixo quando colocamos
uma carga de 60 000 N sobre a plataforma?
60 000 N
Resp. 849 kPa














3) Um macaco hidrulico aciona uma carga de 40 000 N quando o acionamos com
uma fora de 15 N. Qual deve ser a fora que devemos exercer para acionar uma
carga de 60 000 N?
Resp. 22,5 N






Cap. II Hidrodinmica

II 1 Viscosidade absoluta ou dinmica ()

Viscosidade, conforme definio de Newton, a resistncia oposta pelas camadas
lquidas ao escoamento recproco.
A unidade mais usada para exprimir viscosidade o centipoise (cP)

1 poise = 1 dyn.s/cm
2


9,81 poise = 1kgf.s/m
2


II 2 Viscosidade cinemtica (u)
A viscosidade cinemtica a relao entre a viscosidade absoluta () e a massa
especfica.().

u = /

As unidades mais usadas para a viscosidade cinemtica so:

Centistoke (cSt) e m
2
/s

1 stoke = 1 cm
2
/s

1m
2
/s = 10
4
stokes = 10
6
centistokes
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Temos ainda outras unidades menos utilizadas; SSU (Segundo Saybolt
Universal), SSF (Segundo Saybolt Furol), Copo Ford, etc.


II 3 Escoamento de fluidos em tubulaes

Os escoamentos podem ser classificados em:
- laminar ou turbulento
- permanente ou transitrio
- uniforme ou no uniforme
- incompressvel ou compressvel.

O escoamento laminar definido como sendo aquele onde todos os filetes lquidos
so paralelos entre si e as velocidades em cada ponto so invariveis em direo e
grandeza.
O escoamento chamado turbulento quando as partculas movem-se em todas as
direes, com velocidades variveis, em direo e grandeza, de um ponto para outro e
no mesmo ponto, de um momento para outro.
No regime turbulento no permite uma rgida anlise matemtica.
Na prtica definimos os dois regimes atravs do nmero de Reynolds.


II 4 - Nmero de Reynolds


Re = D.V./ ou Re = V.D/ u onde:


Re nmero de Reynolds
V velocidade de escoamento do fluido
D dimetro interno da tubulao
u viscosidade cinemtica do fluido na temperatura de bombeamento
viscosidade absoluta



O nmero de Reynolds define assim o regime de escoamento.
Re < 2 000 regime laminar
Re > 4 000 regime turbulento.


Entre 2 000 e 4 000 temos uma faixa crtica mas que no representa muitas
preocupaes porque na prtica quase todos os escoamentos so turbulentos
excetuando quando acontecem muito baixas velocidades no escoamento ou quando
os lquidos bombeados so muito viscosos. Serve assim o nmero de Reynolds para
orientar o projeto.

Para uso prtico, as velocidades de escoamento mais econmicas so:
Velocidade de Suco 1,5 m/s (limite 2,0 m/s)
Velocidade de Recalque 2,5 m/s (limite 3,0 m/s)

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Nos fluidos reais vamos verificar que os escoamentos sempre apresentam
velocidades diferenciadas em uma seo do tubo, como no esquema
abaixo.

No esquema anterior apresentamos as diversas velocidades de escoamento de
um fluido dentro de um tubo. As velocidades variam, por causa do atrito entre o fluido
e as paredes do tubo, bem como pelo atrito entre as molculas do fluido, devido sua
viscosidade.



II 5 - Teorema de Bernouilli

Bernouilli desenvolveu estudos tericos de escoamento de fluidos ideais. Como,
na prtica, os fluidos apresentam viscosidade, atritos diversos e turbilhonamento
temos que adaptar sua equao para:


Z
1
+ P
1
/ + V
1
2
/2g = Z
2
+ P
2
/ + V
2
2
/2g + h
f
onde:

Z altura esttica (altura geomtrica compreendida entre o ponto 1 e o ponto 2)
V
1
velocidade do fluido no ponto 1
V
2
velocidade no ponto 2
P
1
presso no ponto 1
P
2
presso no ponto 2
peso especfico do fluido
h
f
perda de carga do sistema (energia perdida pelo lquido, por unidade de peso,
para se deslocar do ponto 1 para o ponto 2).


II 6 - Perda de carga (h
f
)

A perda de carga pode ser calculada teoricamente pela frmula;

h
f
= f L/D x V
2
/2g sendo

h
f
perda de carga
f coeficiente adimensional
D dimetro interno do tubo
L comprimento do tubo
V velocidade do fluido
g = acelerao da gravidade

Porm na prtica podemos determinar as perdas de carga tanto em tubulao
quanto em componentes como curvas, vlvulas, joelhos, derivaes, furaes, etc,
atravs de tabelas.
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Apresentamos, no final, em anexo, tabelas utilizadas para obteno de perdas de
carga, em tubulaes e diversos componentes, de tubulaes.


Cap. III Tubos e Tubulaes

Tubulaes so conjuntos de tubos e seus acessrios. Aplica-se em diversas
atividades como: distribuio; de vapor para fora ou aquecimento, de gua potvel ou
de processos industriais, de leos combustveis ou lubrificantes, de ar comprimido, de
gases, de outros lquidos industriais. Podem ainda distribuir materiais slidos muitas
vezes como minrios e cimento, coletar e distribuir esgotos, etc.
A fabricao de tubos se d atravs de diversos processos. Podem ser feitos sem
costura atravs de processos de laminao, extruso, fundio, etc. Ou podem ser
feitos com costura, por vrios processos empregando soldagem.
Os materiais de fabricao de tubos podem ser: ferrosos, no ferrosos, plsticos,
cimento amianto, barro vidrado, elastmeros, vidro, cermica, porcelana, etc.
A seleo e especificaes do material mais adequado para uma determinada
aplicao pode ser um problema difcil, cuja soluo depende de diversos fatores.




III 1 Fatores que influenciam na seleo dos materiais de tubulaes.

a) Fluido conduzido. Natureza e concentrao do fluido, impurezas e
contaminantes, PH, velocidade, resistncia corroso, etc
b) Condies de servio. Temperatura e presso de trabalho, etc
c) Nvel de tenses no material. O material deve ter resistncia mecnica
compatvel com a ordem de grandeza dos esforas presentes.
d) Natureza dos esforos mecnicos. Trao, compresso, flexo, esforos est
ticos ou dinmicos, etc
e) Disponibilidade dos materiais.
f) Sistema de ligao. Adequado ao tipo de material e ao tipo de montagem
g) Custo dos materiais. Fator muito decisivo. Alm dos custos diretos deve-se
considerar os custos indiretos decorrentes da manuteno, tempo de vida e
paralisaes do sistema, etc.
h) Segurana. Maior ou menor segurana exigidos dependem da resistncia
mecnica e tempo de vida do material da tubulao.
i) Facilidade de fabricao e montagem. Entre as limitaes incluem
soldabilidade, usinabilidade, etc.
j) Experincia prvia. arriscado decidir-se por um material que no se tenha um
conhecimento prvio sobre ele em servio semelhante.
k) Tempo de vida previsto. O tempo de vida depende da natureza e importncia
da tubulao e do tempo de amortizao do investimento. O tempo de vida
para efeito de projeto de aproximadamente 15 anos.


III - 2 Custo relativo dos materiais

Apresentamos uma tabela que nos oferece uma noo de custos
comparativos entre diversos materiais.

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Material Custo relativo
a) ao carbono estrutural 1,00
b) ao carbono qualificado 1,15
c) ao-liga 1,25 Cr-0,5 Mo 3,10
d) ao inoxidvel 304 11,50
e) ao inoxidvel 316 15,00
f) ferro fundido 0,95
g) alumnio 2,50
h) lato de alumnio 7,60
i) metal monel 31,80
j) titnio 41,00


III 3 Especificao de material para tubos de ao

Sendo, como podemos ver na tabela acima, o ao carbono, um material
relativamente barato e que supre, mesmo que com algum inconveniente, muitas
aplicaes, vamos encontrar muitas especificaes para esse tipo de material,
empregado na fabricao de tubos e seus acessrios.
No caso de tubos as especificaes mais comuns so:
ASTM (Normalizao Americana de Testes de Materiais)
a) ao carbono A-53 tubo preto
A-106 tubo preto
A-120 tubo preto ou galvanizado
b) ao inoxidvel A-312


III 4 Normalizao dimensional

Existem diversas normas para fabricao de tubos. Uma das mais utilizadas para
tubulao para fins gerais a norma ANSI.
ANSI B.36.10 para ao carbono e ao liga
ANSI B.36.19 aos inoxidveis
Obs. A ABNT (Associao Brasileira de Normas Tcnicas) adotou a ANSI B.36
desprezando a polegada do dimetro nominal, usando o nmero como designao.
A cada dimetro nominal corresponde um dimetro externo que nem sempre
igual ao dimetro nominal.
Para cada dimetro nominal a norma prev a fabricao de tubos com diversos
dimetros internos, variando assim a espessura da parede, denominadas sries ou
schedule. Essas sries so utilizadas quando, para um mesmo dimetro externo,
precisamos obter tubos com maiores resistncias a presses internas.


Cap IV - Bombas Hidrulicas
IV 1 - Introduo
Bombas so mquinas operatrizes hidrulicas que conferem energia ao lquido com a
finalidade de transport-lo de um ponto para outro obedecendo s condies do
processo. Elas recebem energia de uma fonte motora qualquer e cedem parte desta
energia ao fluido sob forma de energia de presso, cinemtica ou ambas. Isto , elas
aumentam a presso do lquido, a velocidade ou ambas.

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IV 2 -. Classificao das Bombas

As bombas classificam-se em:

escorvadas ser precisam suco, de efeito tem no s Centrfuga


vcuo fazem algumas s centrfuga - no Rotativas
vcuo fazem suco, de efeito tem ivas Alternat
Bombas


IV - 3 Bombas Alternativas

a) Bombas de mbolo

Podem ser de dois tipos:



De simples efeito

Fig. 2.1 Bomba alternativa de mbolo de simples efeito
Este tipo de bomba usada para altas presses e pequenas vazes.
Normalmente utilizada em bombas injetoras de motor diesel.


De duplo efeito

Figura 2.2 Bomba alternativa de mbolo de duplo efeito

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Estas bombas que so de deslocamento positivo, possuem descarga
intermitente e as presses variam periodicamente em cada ciclo. Essas
bombas so auro-escorvantes e podem funcionar como bombas de ar,
fazendo vcuo, se no houver lquido a aspirar. Algumas vantagens:
- So auto-aspirantes, logo no precisam ser escorvadas;
- So muito usadas para grandes alturas e pequenas descargas, podendo as
vezes ser a nica soluo; se a presso for superior a 200 ou 300 atm;
- Para lquidos de viscosidade acima de 20000 SSU, o rendimento das
bombas centrfugas se reduz devendo-se usar bombas alternativas at
100.000 SSU, quando se passa a empregar bombas rotativas.




b) Bombas de diafragma

O funcionamento idntico a bomba de mbolo de simples efeito. A
nica diferena que o curso do pisto menor e no lugar deste h um
prato que age sobre o diafragma.


Figura 2.3 Bomba alternativa de diafragma
IV - 4 Bombas Rotativas no Centrfugas

As principais bombas assim classificadas so:

a) Bombas de Engrenagens

Consiste de um par de engrenagens das quais uma acionada pelo motor e a outra
pela anterior. Uma bomba de engrenagens desenvolve fluxo transportando o fluido
entre os dentes de duas engrenagens bem ajustadas.
As engrenagens giram em direes opostas criando um vcuo parcial na cmara de
entrada da bomba. O fluido introduzido nos vos dos dentes e transportado junto
carcaa at a cmara de sada. Ao se engrenarem novamente, os dentes foram o
fluido para a abertura de sada. Nota-se que importante o ajuste entre os dentes e
entre as engrenagens e o alojamento para que no haja vazamento interno.
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Figura 2.4 Bomba rotativa de engrenagem

Este tipo de engrenagem muito utilizada para fluidos de alta
viscosidade. Em relao a outras bombas possui poucas ou mdias
vazes com mdias presses. Como exemplo de aplicao, esta
utilizada como bomba de leo de motor automotivo.

b) Bombas de lbulos

Funcionam com o mesmo princpio das bombas de engrenagens, mas as engrenagens so
substitudas pelos rotores tipos lbulos. Os rotores so acionados pelas engrenagens na parte
externa, eliminando o contato dos lbulos entre si.
As bombas de lbulos so usadas no bombeamento de produtos qumico, lquidos lubrificantes
ou no-lubrificantes de todas as viscosidades.

Figura 2.5 Bomba rotativa de lbulos


c) Bombas de parafusos

So bombas compostas por dois parafusos que tm movimentos sincronizados
atravs de engrenagens . O fluido admitido pelas extremidades e, devido ao
movimento de rotao e aos filetes dos parafusos, empurrado para a parte central
onde descarregado. Os filetes dos parafusos no tem contato entre si, porm,
mantm folgas muito pequenas, das quais depende o rendimento volumtrico.
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Figura 2.6 Bomba rotativa de parafuso

Essas bombas so muito utilizadas para o transporte de produtos de viscosidade
elevada.


d) Bombas de Palhetas

Consiste de cmara de bombeamento cilndrica e de rotor, colocado
excentricamente, provido de palhetas. Quando o rotor gira, as palhetas,
forada contra o contorno da cmara, inicialmente pela fora centrfuga
e, aps, pela ao do fluido sob presso que injetado na base das
palhetas, provoca a expanso do volume entre elas. Na entrada da
bomba criado um vcuo parcial quando aumenta o espao entre o
rotor e o anel. O leo entra neste espao fica preso nas cmaras e
empurrado para abertura de sada quando este espao diminui.

Figura 2.7 Bomba rotativa de palhetas







IV 5 - Bombas Centrfugas

So bombas que operam pela ao da fora centrpeta. O fluido ao entrar na bomba,
expelido para sada por meio de um impulsor (rotor ou impelidor) que gira
rapidamente. As capacidades de presso variam com o nmero de rotaes.


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Figura 2.8 Bombas centrfugas de fluxo radial horizontal, vertical e de fluxo axial
(hlice)



Consiste de uma carcaa em forma de caracol e de um rotor (impulsor ou
impelidor), com ps recurvadas na direo contrria da rotao da bomba.
Estas bombas fornecem fluxo suave e contnuo, sua vazo diminui quando
aumenta a resistncia. Sua maior aplicao no bombeamento de lquidos tais como:
gasolina, leo, gua para drenagem e dragagem.
Vale lembrar que para se iniciar o seu funcionamento elas devem ser escorvadas
(enchidas de lquidos).

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Figura 2.9 Vista em corte de uma bomba centrfuga de fluxo radial vertical



IV 6 - Nomenclatura Empregada em Sistemas de Bombeamento

a) Suco Parte da tubulao entre o ponto de tomada do fluido e a bomba
b) Recalque Parte da tubulao entre a bomba e a descarga do fluido
c) Altura Geomtrica Dimenso fsica entre dois nveis de bombeamento
d) Altura Manomtrica Altura Geomtrica acrescida das perdas de carga
e) Nvel Esttico Nvel do reservatrio de suco quando em repouso
f) Nvel Dinmico Nvel do reservatrio de suco no funcionamento do
bombeamento
g) Escorva Fenmeno que consiste em preencher com gua, retirando o ar da
tubulao de suco e dentro da bomba, para facilitar a partida do
bombeamento
h) Cavitao um fenmeno que acontece em bombas quando a presso na
suco da bomba atinge a presso de vapor do fluido bombeado ou seja
necessitamos obter na suco da bomba uma presso acima da presso de
vapor do fluido bombeado. Se a presso, na suco, ficar igual ou abaixo da
presso de vapor do fluido bombeado, formam-se bolhas de vapor do fluido.
Estas bolhas so arrastadas pelo fluxo e condensam-se, voltando ao
estado lquido bruscamente, quando passam pelo interior do rotor e alcanam
zonas de alta presso. No momento desta troca de estado, o fludo j est em
alta velocidade dentro do rotor, o que provoca ondas de presso, de tal
intensidade que superam a resistncia trao do material do rotor, podendo
arrancar partculas do corpo, das ps e das paredes da bomba, inutilizando-a
em pouco tempo de uso, por conseqente queda de rendimento da mesma. O
rudo de uma bomba cavitando diferente do rudo de operao normal da
mesma, pois d a impresso de que ela est bombeando areia, pedregulhos
ou
outro material que cause impacto. Na verdade, so as bolhas de vapor
implodindo dentro do rotor.
i) NPSH (vide a seguir)
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IV 6 - Cavitao e NPSH

Essa sigla vem do ingls Net Positive Suction Head que traduzido literalmente
para o portugus no tem muito sentido mas podemos dizer que NPSH um valor de
presso que necessitamos na suco para o bom funcionamento de uma bomba.
(Presso Positiva na Entrada da Bomba)


NPSH = (Ho h hs R) Hv

Onde:
Ho presso atmosfrica local, em m.c.a (tabela 1)
h - altura de suco, em metros (dados da instalao)
hs perda de carga no escoamento pela tubulao de suco, em metros
R - perda de carga no escoamento interno da bomba, em metros (dados do
fabricante)
Hv presso de vapor do fluido bombeado, em metros (tabela 2)

Assim, para obtermos um bom funcionamento na suco de uma bomba necessitamos
que:

Ho Hv > hs + h + R


NPSHd (NPSH disponvel) = Ho Hv h hs uma caracterstica da tubulao
hidrulica. a energia que o fluido possui, num ponto imediatamente anterior ao
flange da suco da bomba.
NPSHr NPSH requerido uma caracterstica da bomba, determinada por seu
projeto, a energia necessria para vencer as perdas de carga entre a conexo da
suco da bomba e as ps do rotor, bem como criar a velocidade desejada no fluido
nessas ps. Esse dado fornecido pelo fabricante da bomba atravs das curvas
caractersticas das bombas.
Assim, para uma boa performance da bomba sempre devemos garantir que:



NPSHd > NPSHr



IV 7 - Altura Manomtrica Total (AMT)

O somatrio das alturas de elevao (AE) de suco e recalque acrescidos das perdas
de carga nos d a AMT. Temos ento:

AMR AMS AMT + = onde: AMS = Altura Manomtrica de Suco
AMR = Altura Manomtrica de Recalque

Sendo:
AMS = AES + perda de carga na suco
AMR = AER + perda de carga no recalque
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IV - 8 - Clculo da Potncia do Motor de uma Bomba
Potncia Absorvida e Rendimento das Bombas

A potncia absorvida de uma bomba (CV) a energia que ela consome para
movimentar o fluido na vazo desejada, na altura requerida e com o rendimento
esperado. No entanto, o CV (Cavalo Vapor), denominado, Consumo de Energia da
Bomba, funo de duas outras potncias envolvidas no funcionamento de uma
bomba. So elas:

a) A potncia hidrulica ou de elevao (WHP)
b) A potncia til (PU)

o produto do peso de lquido bombeado em um perodo de tempo pela altura
desenvolvida:

Porm, na prtica, apenas a potncia motriz se faz necessria para se chegar
potncia do motor de acionamento da bomba, cuja expresso matemtica :




75 3600
AMT Q
N
q

= ou N =
q


2650000
AMT Q


Onde:
N = Potncia (em CV - Cavalo Vapor) N - CV
AMT = Altura Manomtrica total (em metros) AMT - m
= Peso especfico do lquido (em kgf / m
3
) - N/m
3

Q = Vazo (em m
3
/ h) Q m
3
/h
q
bomba
= % (0,75 rendimento global - fator usual) q
bomba
- %


O rendimento de uma bomba a relao entre a energia fornecida pela mquina
motriz (motor) e a absorvida pela mquina operatriz (bomba). Isto evidenciado uma
vez que o motor no transmite para o eixo toda a potncia que gera, assim como a
bomba, que necessita uma energia maior do que consome, devido s suas perdas
passivas na sua parte interna.


Obs.: Normalmente o dimetro de suco de uma bomba 10% maior que o
dimetro de recalque.


Exemplo.
1 No circuito hidrulico a seguir, temos uma vazo 10 m
3
/ h, o dimetro da
tubulao de suco de 4 polegadas e da de recalque de 3 polegadas. Calcule a
AMT, a potncia do motor da bomba sendo o fluido de trabalho a gua.
(Para o clculo das perdas de carga necessrio consultar as tabelas em anexo)
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Clculo da AMT

a) Altura manomtrica de suco: (AMS)
H
geoS
= 3m (bomba afogada)

b) Clculo da perda de carga na suco:
1) Total de tubo reto = 3 + 10 = 13m

2) Vlvula Gaveta - da tabela de perda de carga em conexes (comprimento
equivalente) para tubulaes de 4 = 0,64m
3) Vlvula de Reteno basculante da tabela de perda de carga para tubulaes de
4 = 7,68m
4) Curva de 90

raio longo, rosqueada da tabela de perda de carga para 4 = 2,10m



Comprimento total equivalente: 13 + 0,64 + 7,68 + 2,10

Total = 23,32m

Da tabela de perda de carga em tubos , observamos que para um dimetro de 4 e
vazo de 10m
3
/ h, temos que para 100m de tubulao a perda de carga de 0,20m,
logo pela regra de trs:
100 ---------------------------- 0,20
23,32 ----------------------------- x
x = perda = 0,046m

c) Altura Manomtrica de Suco:

AMS = AES + Perdas na suco
AMS = -3 + 0,046 = -2,95m


d) Altura Manomtrica do Recalque (AMR)

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Altura Esttica de Recalque
AES= 16m

e) Clculo da perda de carga no recalque

1) Total de tubo reto = 12 + 16 = 28m
2) Vlvula de Reteno basculante da tabela de perda de carga para tubulaeo de
3 = 5,49m
3) Vlvula globo (aberta) da tabela de perda de carga para tubulaes de 3 =
25,91m
4) Curva de 90

raio longo rosqueada de 3 - da tabela de perda de cargas = 1,52m



Total de tubo equivalente: 28 + 5,49 + 25,91 + 1,52
Total = 60,92m

Da tabela de perda de carga em tubos , observamos que para um dimetro de 3 e
vazo de 10m
3
/ h, temos que para 100m de tubulao a perda de carga de 0,50m,
logo pela regra de trs:
100 ---------------------------- 0,50
60,92 ----------------------------- x
x = perda = 0,3m


e) Altura Manomtrica de recalque:

AMR = AER + Perda no recalque
AMR = 16 + 0,3 = 16,30m

f) Altura Manomtrica total:

AMT = AMS + AMR
AMT = -2,95 + 16,3 = 13,35


Com uma reserva de 5% AMT = 14,06m
.



Cap. V - Seleo de Bombas

A seleo de uma bomba se faz por exigncia de um projeto de uma nova
instalao ou para substituio em uma instalao antiga da qual no se conhece o
projeto. Se faz atravs de diversos clculos que apresentamos a seguir:

Para calcular uma bomba centrfuga adequada a um determinado sistema
necessrio se obter uma srio de dados tcnicos fundamentais do local e das
necessidades da instalao.
importante saber:
1) Vazo requerida (m
3
/h)
2) Altura Geomtrica ( a altura real medida desde o nvel dinmico de suco do
fluido at o ponto mximo, de descarga do fluido) (m)
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Obs. Nvel dinmico de suco a distncia vertical, entre a borda superior do
reservatrio de suco e o nvel mnimo do fluido, durante o bombeamento da vazo
desejada. Nvel esttico o nvel do fluido quando no ocorre bombeamento. Nos
poos artesianos esses dois nveis so bastante marcantes.
3) O comprimento da tubulao e os diversos acidentes (curvas, vlvulas, redues,
estrangulamentos, etc que existem ou devero existir no projeto)
4) Altura Geomtrica de Suco e Altura Geomtrica de Recalque
5) A altitude do local da instalao
6) Temperatura mxima do fluido a ser bombeado
7) Potncia eltrica disponvel no local.
8) Em caso de bombeamento de fluidos como gua para irrigao, necessrio saber
a presso requerida na descarga, para o bom funcionamento dos equipamentos de
irrigao


V- 1 Clculos para Seleo de uma Bomba.

1) Com a vazo requerida estima-se um dimetro de tubulao de acordo com as
necessidades tcnicas e econmicas do projeto.
2) Calcula-se as perdas de carga no recalque
3) Calcula-se as perdas de carga na suco
4) Calcula-se a altura manomtrica total
5) Calcula-se o NPSHd
6) Seleo da bomba atravs de tabelas dos fabricantes.
7) Verificao se a bomba sujerida, nas tabelas,tem as caractersticas necessrias ao
projeto tais como NPSH, etc. Caso no apresente as caractersticas ideais podemos
optar por outra ou fazer modificaes no projeto como troca de um componente por
outro com melhores caractersticas de perda de carga ou mesmo trocar os dimetros
da tubulao.


V 2 - Exemplo de um Projeto para Bombeamento de gua

Selecionar uma bomba centrfuga para o bombeamento de gua nas seguintes
condies:
1) Altura de suco o,5 m
2) Altura de recalque 30 m
3) Comprimento linear da tubulao de suco 5m
4) Comprimento linear da tubulao de recalque 250 m
5) Dimetro da tubulao de suco a definir
6) Dimetro da tubulao de recalque a definir
7) Vazo da fonte 45 m
3
/h
8) Vazo requerida 35 m
3
/h
9) Potncia disponvel no transformador 15 kVA trifsico
10) Altitude do local 450 m
11) Temperatura mxima da gua 40C
12) Coneces e Acessrios no Recalque 1 registro gaveta, 2 vlvulas de
reteno (1 horizontal e 1 vertical), 4 curvas de 90, 1 reduo
concntrica.
13) Coneces e Acessrios na Suco 1 vlvula de p (com crivo), 1
curva de 90, 1 reduo excntrica


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a) Clculo das Perdas de Carga no Recalque. (AMR)

Usando-se a tabela 5 e baseado nos critrios de velocidade de escoamento,
verificamos que o tubo de dimetro mais adequado para 35 m
3
/h o de 3 por
apresentar menor perda de carga com velocidade de escoamento compatvel
(melhor relao custo benefcio) Pela tabela 9 vemos que os comprimentos
equivalentes (por segurana usaremos coneces de metal) so:

1 registro de gaveta 3 0,50m
1 vlvula de reteno horizontal 3 6,30 m
1 vlvula de reteno vertical 3 9,70 m
4 curvas de 90 3 4x 1,30 m 5,20 m
1 reduo 3 x 2 0,71 m
Comprimento da tubulao de recalque, PVC 3 250.00 m

Comprimento total em metros = 272,41 m

Pela tabela 6, para 35m
3
/h, tubo de dimetro 3 (PVC), temos um coeficiente = 4,0
%, sendo

hfr = 272,41 x 4 % = 10,90 m (acrscimo de altura equivalente perda de
carga)

b) Clculo das Perdas de Carga na Suco. (AMS

Analogamente, temos que, se a tubulao de recalque tem dimetro de 3,
a suco, pelo usual , ser de dimetro 4, sendo os comprimentos equivalentes,
pela tabela 9, iguais a:

1 vlvula de p, com crivo 4 23,00 m
1 curva de 90, 4 1,60 m
1 reduo, 4 0,90 m
Comprimento da tubulao de suco 5,00 m

Comprimento total 30,50 m

Novamente pela tabela 6, para 35m
3
/h, tubo de dimetro 4, temos coeficiente =
1,2 % sendo

hfs = 30,50 m x 1,2 % = 0,366 m (acrscimo de altura equivalente perda de
carga)
c) Clculo da altura manomtrica total (AMT)

AMT = AES + AER + hfr + hfs
AMT = 0,5 + 30 + 10,90 + 0,366 = 41,77
AMT = 42 mca


d) Clculo do NPSHd
Sabendo-se que:


NPSHd = Ho Hv h hs
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Sendo:
Ho = 9,79 m (Tabela 1)
Hv = 0,753 m (Tabela 2)
h = 0,50 m (dado)
hs = 0,366 mca (calculado)


NPSHd = 9,79 + 0,753 + 0,50 + 0,366 = 8,17 mca


Exemplo: Suponhamos que uma bomba de modelo hipottico Ex.1 seja
colocada para operar com 35 mca de AMT, vazo de 32,5 m3 /h, altura de
suco de 2,5 metros e perda por atrito na suco de 1,6 mca. A altura em
relao ao nvel do mar onde a mesma ser instalada de aproximadamente
600 metros, e a temperatura da gua de 30C, verificaremos:

a) Verificao do NPSHr:

Conforme curva caracterstica do exemplo citado, para os dados de altura
(mca)
e vazo (m/h) indicados, o NPSHr da bomba 4,95 mca: (vide curva abaixo)


b). Clculo do NPSHd:
Sabendo-se que:


NPSHd = Ho - Hv h hs



Onde:
Ho = 9,58 (tabela 1)
Hv = 0,433 (tabela 2)
h = 2,5 metros (altura suco)
hs = 1,60 metros (perda calculada para o atrito na suco)



Temos que:
NPSHd = 9,58 - 0,433 - 2,5 - 1,60
NPSHd = 5,04 mca

Analisando-se a curva caracterstica a seguir, temos um NPSHr de 4,95 mca.

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Portanto: 5,04 > 4,95

Ento NPSHd > NPSHr
A bomba nestas condies funcionar normalmente, porm, deve-se evitar:
1). Aumento da vazo;
2). Aumento do nvel dinmico da captao;
3). Aumento da temperatura da gua.
Havendo alterao destas variveis, o NPSHd poder igualar-se ou adquirir
valores inferiores ao NPSHr , ocorrendo assim a cavitao.
Para evitar-se a cavitao de uma bomba, dependendo da
situao, deve-se adotar as seguintes providncias:
. Reduzir-se a altura de suco e o comprimento desta tubulao, aproximando-
se
ao mximo a bomba da captao;
. Reduzir-se as perdas de carga na suco, com o aumento do dimetro dos
tubos
e conexes;
. Refazer todo o clculo do sistema e a verificao do modelo da bomba;
. Quando possvel, sem prejudicar a vazo e/ou a presso final requeridas no
sistema, pode-se eliminar a cavitao trabalhando-se com registro na sada da
bomba estrangulado, ou, alterando-se o(s) dimetro(s) do(s) rotor(es) da
bomba. Estas porm so providncias que s devem ser adotadas em ltimo
caso, pois podem alterar substancialmente o rendimento hidrulico do conjunto.
. Concluso: A presso atmosfrica a responsvel pela entrada do fludo na
suco da bomba. Quando a altura de suco for superior a 8 metros (ao nvel
do mar), a presso atmosfrica deixa de fazer efeito sobre a lmina dgua
restando tecnicamente, nestes casos, o uso de outro tipo de bomba centrfuga,
as Injetoras, como veremos nos exemplos seguintes.




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c) Clculo da Potncia Necessria ao Motor (N)

Sabendo-se que:

N = Q x AMT x 0.37 / q = 35 x 42 x 0,37 / 60

Onde Q = 35 m
3
/ h
AMT = 42,00 mca
q = 60 %

N = 35 x 42 x 0,37 / 60

N = 9,06 CV

N = 10 CV































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Tabela 6
















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Tabela 8













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Bibliografia.

MATTOS, EDSON EZEQUIEL DE E FALCO, REINALDO DE, Bombas Industriais,
2 Edio, McKlausen Editora Ltda, 1992

MANUAL TECNICO, Industrial Schneider S.A., Joinville, SC

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