Abstractionism o
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e a significao que esses elementos podem sugerir a o esprito. Quando a significao de um quadro depende essencialmente da cor e da form a, quando o pintor rompe os ltimos laos que ligam a sua obra realidade visvel, ela passa a ser abstrata. O Abstracionismo apresenta vrias fases, desde a mais sensvel at a intelectualidade mxima. Informalismo, predominam os sentimentos e emoes. As cores e as formas so criadas li vremente. Na Alemanha surge o movimento denominado "Der blaue Reiter" (O Cavalei ro Azul) cujos fundadores so os Kandinsky, Franz Marc entre outros. Uma arte abstrata, que coloca na cor e forma a sua expressividade maior. Estes a rtistas se aprofundam em pesquisas cromticas, conseguindo variaes espaciais e forma is na pintura, atravs das tonalidades e matizes obtidos. Eles querem um expressio nismo abstrato, sensvel e emotivo. Com a forma, a cor e alinha, o artista livre para expressar seus sentimentos int eriores, sem relacion-los a lembrana do mundo exterior. Estes elementos da composio devem Ter uma unidade e harmonia, tal qual uma obra musical. Principais Artistas: WASSILY KANDINSKY (1866-1944), pintor russo, antes do abstracionismo participou de vrios movimentos artsticos como impressionismo, atravessou uma curta fase fauve e expressionismo. Escreveu livros, como em 1911, Sobre o espiritual na arte, em que procurou apontar correspondncias simblicas entre os impulsos interiores e a l inguagem das formas e cores, e em 1926, Do ponto e da linha at a superfcie, explic ao mais tcnica da construo e inventividade da sua arte. Dezenas de suas obras foram c onfiscadas pelos nazistas e vrias delas expostas na mostra de "Arte Degenerada". FRANZ MARC (1880-1916), pintor alemo, apaixonado pela arte dos povos primitivos, das crianas e dos doentes mentais, o pintor alemo Marc escolheu como temas favorit os os estudos sobre animais, conheceu Kandinski, sob a influncia deste, convenceu -se de que a essncia dos seres se revela na abstrao. A admirao pelos futuristas itali anos imprimiram nova dinmica obra de Marc, que passou a empregar formas e massas de cores brilhantes prprias da pintura cubista. Os nazistas destruram vrias de suas obras. As que restaram esto conservadas no Muse u de Belas-Artes de Lige, no Kunstmuseum, em Basilia, na Stdtische Galarie im Lemba chhaus, em Munique, no Walker Art Center, em Minneapolis, e no Guggenheim Museum , em Nova York.
Suprematismo, uma pintura com base nas formas geomtricas planas, sem qualquer pre ocupao de representao. Os elementos principais so: retngulo, crculo, tringulo e a cru O manifesto do Suprematismo, assinado por Malevitch e Maiakovski, poeta russo, foi um dos principais integrantes do movimento futurist a em seu pas, defendia a supremacia da sensibilidade sobre o prprio objeto. Mais racional que as obras abstratas de Kandisky e Paul Klee, reduz as formas, p ureza geomtrica do quadrado. Suas caractersticas so rgidas e se baseiam nas relaes formais e perceptivas entre a f orma e a cor. Pesquisa os efeitos perceptivos do quadrado negro sobre o campo br anco, nas variaes ambguas de fundo e forma. Principal Artista:
KAZIMIR MALEVITCH (1878-1935), pintor russo, Pintor russo. Fundador da corrente suprematista, que levou o abstracionismo geomtrico simplicidade extrema. foi o pr imeiro artista a usar elementos geomtricos abstratos. Procurou sempre elaborar co mposies puras e cerebrais, destitudas de toda sensualidade. O "Quadro negro sobre f undo branco" constituiu uma ruptura radical com a arte da poca. Pintado entre 191 3 e 1915, compe-se apenas de dois quadrados, um dentro do outro, com os lados par alelos aos da tela. A problemtica dessa composio seria novamente abordada no "Quadr o branco sobre fundo branco" (1918), hoje no Museu de Arte Moderna de Nova York. Neoplasticismo, onde as cores e as formas so organizadas de maneira que a composio resulte apenas a expresso de uma concepo geomtrica. Resulta s linhas verticais e hori zontais e s cores puras (vermelho, azul e amarelo). O ngulo reto o smbolo do movime nto, sendo rigorosamente aplicado arquitetura. Principal Artista: PIET MONDRIAN (1872-1944), pintor holands. Depois de haver participado da arte cu bista, continua simplificando suas formas at conseguir um resultado, baseado nas propores matemticas ideais, entre as relaes formais de um espao estudado. O artista utiliza, como elemento de base, uma superfcie plana, retangular e as trs cores primrias com um pouco de preto e branco. Essas superfcies coloridas so distr ibudas e justapostas buscando uma arte pura. Ele procura, pesquisa e consegue um equilbrio perfeito da composio, despojado de to do excesso da cor, da linha ou da forma. Em 1940 Mondrian foi para Nova York, onde realizou a ltima fase de sua obra: desa pareceram as barras negras e o quadro ficou dividido em mltiplos retngulos de core s vivas. a srie dos quadros boogie-woogie. Action Painting ou pintura de ao gestual, criada por Jackson Pollock nos anos de 1 947 a 1950 faz parte da Arte Abstrata Americana. Em 1937, fundou-se nos Estados Unidos, a Sociedade dos Artistas Abstratos. O abstracionismo cresce e se desenvo lve nas Amricas, chegando criao de um estilo original. Caractersticas da Pintura: Compreenso da pintura como meio de emoes intensas. Execuo cheia de violenta agressividade, espontaneidade e automatismo. Destruio dos meios tradicionais de execuo - pincis, trincha, esptulas, etc. Tcnica: pintura direta na parede ou no cho, em telas enormes, utilizando tinta leo, pasta espessa de areia, vidro modo. Principal Artista: JACKSON POLLOCK (1912-1956), pintor americano, introduziu nova modalidade na tcni ca, gotejando (dripping) as tintas que escorrem de recipientes furados intencion almente, numa execuo veloz, com gestos bruscos e impetuosos, borrifando, manchando , pintando a superfcie escolhida com resultados extraordinrios e fantsticos, alguma s vezes realizada diante do pblico. Desenvolveu pesquisas sobre pintura aromtica. Nos ltimos trabalhos nessa linha, o artista usou materiais como pregos, conchas e pedaos de tela, misturavam-se s camadas de tinta para dar relevo textura. Usou fr eqentemente tintas industriais, muitas delas usadas na pintura de automveis. ________________________________________________________________________________ _______ Abstracionismo Tendncia das artes plsticas desenvolvida no incio do sculo XX na Alemanha. Surge a p artir das experincias das vanguardas europias, que recusam a herana renascentista d as academias de arte. As obras abandonam o compromisso de representar a realidad
e aparente e no reproduzem figuras nem retratam temas. O que importa so as formas e cores da composio. Na escultura, os artistas trabalham principalmente o volume e a textura, explorando todas as possibilidades da tridimensionalidade do objeto. H dois tipos de abstrao: a informal, que busca o lirismo privilegiando as formas l ivres, e a geomtrica, que segue uma tcnica mais rigorosa e no tem a inteno de express ar sentimentos ou idias. Abstrao informal Recebe influncia do expressionismo e do cubismo. Os artistas aband onam a perspectiva tradicional e criam as formas no ato da pintura, utilizando-s e de linhas e cores para exprimir emoes. Em geral, o que se vem so manchas e grafism os. O marco inicial da arte abstrata Batalha, tela pintada em 1910 por Vassli Kan dnski (1866-1944), russo que vivia na Alemanha. Primeiro artista a definir sua ar te como abstrata, ele leva o expressionismo para essa nova tendncia. Outro import ante nome da abstrao informal o suo Paul Klee (1879-1940). Aps a II Guerra Mundial (1939-1945), a partir da abstrao informal surgem outras ten dncias artsticas, como o expressionismo abstrato nos EUA e a abstrao gestual na Euro pa e na Amrica Latina. Abstrao geomtrica Ao criar pinturas, gravuras e peas de arte grfica, os artistas explo ram com certo rigor tcnico as formas geomtricas, sem a preocupao de transmitir idias e sentimentos. Os principais responsveis pelo incio da abstrao geomtrica so o russo Ma levitch (1878-1935) e o holands Piet Mondrian (1872-1944). A partir de 1915, ao c riar quadros em que figuras geomtricas flutuam num espao sem perspectiva, Malevitc h inaugura um movimento derivado da abstrao, chamado de suprematismo (autonomia da forma). Um de seus marcos a tela Quadrado Negro sobre Fundo Branco. Mondrian, que no incio da dcada de 10 estivera prximo dos cubistas, entre os anos 2 0 e 40 dedica-se a pintar telas apenas com linhas horizontais e verticais, ngulos retos e as trs cores primrias (amarela, azul e vermelha), alm do preto e do branco . Para ele, essas formas seriam a essncia dos objetos. O trabalho de Mondrian inf luencia diretamente a arte funcional desenvolvida pela Bauhaus. Da abstrao geomtric a derivam o construtivismo, o concretismo e, mais recentemente, o minimalismo. N a escultura, destaca-se o belga Georges Vantongerloo (1886-1965). ABSTRAO NO BRASIL A abstrao surge com maior nfase em meados dos anos 50. O curso de g ravao de Iber Camargo (1914-1994) forma uma gerao de gravuristas abstratos, na qual s e destacam Antoni Babinski (1931-), Maria Bonomi (1935-) e Mrio Gruber (1927-). O utros impulsos vm da fundao dos museus de Arte Moderna de So Paulo (1948) e do Rio d e Janeiro (1949) e da criao da Bienal Internacional de So Paulo (1951). Entre os pi oneiros da abstrao no Brasil, destacam-se Antnio Bandeira (1922-1967), Ccero Dias (1 908-) e Sheila Branningan (1914-). Posteriormente, artistas como Flvio Shir (1928), Manabu Mabe (1924-1997), Yolanda Mohlyi (1909-1978), Wega Nery (1912-), alm de Iber, praticam a abstrao informal. A abstrao geomtrica, que se manifesta no concretism o e no neoconcretismo tambm nos anos 50, encontra praticantes em Tomie Ohtake (19 13-), Fayga Ostrower (1920-), Arcngelo Ianelli (1922-) e Samson Flexor (1907-1971 ). ________________________________________________________________________________ ____ Contedo e Forma Kandinsky e o Abstracionismo O Abstracionismo Informal O Abstracionismo Geomtrico Tachismo Grafismo O Neoplasticismo ou Concretismo Ingnuos e Primitivos Os Ingnuos Os Primitivos O DADASMO E O SURREALISMO O Surrealismo Recursos dos Surrealistas
Restries Pintura Surrealista A Escola de Paris A OP-ART A POP ART O abstracionismo uma das mais discutidas escolas da pintura moderna. Uma pintura abstrata pode ser definida como aquela cujas formas e cores no possue m relao direta com as formas e cores das imagens da realidade visual, em outras pa lavras, nada representam, nada descrevem ou narram figurativamente. Nada represe ntar da realidade visual a condio fundamental da pintura abstrata, porque certos p intores abstratos partem, algumas vezes, das formas visuais da realidade para ch egar a formas e cores, visualmente inexistentes e, portanto, abstratas. Apesar das restries e estranhezas que provocou, o abstracionismo no novidade absolu ta na histria da pintura. No passado, mais de uma vez, ocorreram formas e cores a bstratas, desligadas completamente das realidades visuais. As primeiras manifest aes, neste sentido, apareceram ainda na Pr-Histria, segundo estudiosos, entre os art istas da idade da pedra polida. Animados de intenes decorativas, negavam ou se abs traam do verismo visual, nas representao as imagens do mundo exterior. Durante a Id ade Mdia, como na alta antigidade oriental, a representao da natureza foi artisticam ente ignorada. Embora figurativa, a pintura medieval - crist primitiva, bizantina romntica e gtica primitiva - foi em essncia abstrata, porque no se inspirava nas re alidades da natureza, mas nas abstraes da crena religiosa. Numerosas seitas muulmana s, por exemplo, recusam a representao figurativa da realidade, substituindo-a por desenhos ornamentais caprichosos, os chamados arabescos, ainda que em obedincia s prescries religiosas impostas por Maom. Seria longo tratar mais detidamente das man ifestaes de abstracionismo no passado, nas artes eruditas e primitivas. Os historiadores e crticos da arte moderna concordam em atribuir as primeiras pes quisas e realizaes abstratas na pintura moderna ao russo Vassily Kandinsky (1866-1 944), anteriormente figurativo de tendncia fauvista. Para que se possa conversar melhor sobre abstracionismo nas artes plsticas, em geral, e na pintura, em partic ular, ser preciso esclarecer bem a significao de dois termos bastante usados pelos escritores e crticos de marte moderna - contedo e forma. [TOPO] Contedo e Forma No vocbulo de pintura, o contedo aquilo que o pintor representa - uma paisagem, um a figura humana ou animal, uma cena ou episdio qualquer, religioso o profano, pas sado ou atual, flores, frutas, objetos, etc., quando a composio passa a se chamar natureza-morta. Forma a maneira como o pintor utiliza os seus meios expressivos, isto , as linhas e as cores, com maior ou menor talento, mesmo sem nenhum, para representar o contedo. Quando se diz forma, no entanto, no se quer dizer a habilid ade manual e a rapidez na execuo, como num retrato que de to bem feito e parecido s falta falar. Essa habilidade manual de fazer bem e depressa se chama pejorativam ente virtuosismo ou maneirismo. No nosso caso, forma significa a carga expressiv a, complexa e verdadeiramente subconsciente ou subliminar, que o artista confere s suas linhas e cores. Nesse sentido, a forma de Van Gogh, por exemplo, profunda mente original, possui fascinante poder expressivo, inclusive nas prprias pincela das impulsivas, que se sucedem em mgicos movimentos ondulatrios, com os quais nos fala eloqentemente de seus ardentes e doloridos sentimentos. [TOPO] Kandinsky e o Abstracionismo O prprio Kandinsky conta, com simplicidade, como chegou pintura abstrata. Entrand o certa vez no atelier deu de olhos num quadro de sua autoria, colocando de tal maneira que no percebeu de imediato o contedo, isto , aquilo que o quadro figurativ amente representava. Percebeu apenas a forma, entendida, no caso, como as linhas e cores, sem representao figurativa. Sem nada representarem figurativamente, as c ores e linhas do quadro lhe pareceram dotadas de particular e intensa beleza. Co
rrigindo a posio do quadro e percebendo agora o contedo, verificou que as linhas e cores perdiam a particular e intensa beleza. Corrigindo a posio do quadro e perceb endo agora o contedo, verificou que as linhas e as cores perdiam a particular e i ntensa beleza, que antes possuam, quando livres de qualquer representao figurativa. Esse fato banal intrigou Kandinsky, estudioso de teosofia e inclinado s especulaes do conhecimento supra sensvel. A propsito, fez inteligentes observaes reunidas em li vro - O Espiritual na Arte. Observou, entre outras coisas, que uma forma e uma c or vermelha, sem qualquer representao das realidades visuais, isto , sem contedo, po dem nos despertar ou comunicar as mesmas sensaes e sentimentos quando reproduzem o telhado de uma casa, a saia de uma camponesa ou o manto de um antigo soldado ro mano. Podem nos sugerir sentimentos de calma ou de agitao, energia ou brandura, mo vimento ou imobilidade, etc., com a mesma eloqncia das formas figurativas. Para nos comunicar a sensao ou idia de frio, ser necessrio representar uma paisagem e uropia de inverno, ou poder o pintor com linhas e cores, que nada representam figu rativa ou realisticamente, nos despertar a mesma sensao ou idia de frio? Claro que pode, pois no caso no representar, mas expressar o frio. Todos sabemos das diferenas entre representar e expressar. Lembremo-nos dos futuristas - no queriam represen tar um cavalo galopando, mas, por meio de retas e curvas, cores e luzes, express ar a velocidade do galope do cavalo. Observou ainda Kandinsky que as formas e cores abstratas se dirigem mais nossa p ercepo sensvel do que nossa percepo intelectual. Desse modo, mesmo um analfabeto pode sentir e no entender uma pintura abstrata, pois ali nada existe para 'entender' no sentido comum desta palavra. Desta forma, sentida por todas as pessoas, indep endentemente de seus nveis culturais, dizia Kandinsky ser a pintura abstrata ling uagem por excelncia universal de comunicao. Finalmente, Kandinsky observou que a pi ntura abstrata, nos desperta sentimentos, reaes e associaes de idias mais livres, var iadas e mltiplas. Diante de uma quadro abstrato, a sensibilidade de cada um reage com liberdade, sua maneira, peculiar, ao passo que na pintura figurativa a sens ibilidade fica presa ou dirigida pelo que est realisticamente representado. Foram ainda numerosas as observaes de Kandinsky. As suas pesquisas passaram a desp ertar, sem demora, o interesse de outros artistas, inclusive escultores. Em brev e tempo, o abstracionismo dominava na pintura contempornea. Constitui-se em numer osa e diversificada escola. A sua difuso coincidia, alis, com as novas concepes ener gticas da matria. Na opinio de muitos estudiosos, o abstracionismo na pintura apena s antecipava os progressos atuais da cincia e da tcnica no conhecimento e interpre tao de novos estados da matria, considerada, em ltima instncia simples energia sem vi brao. Na sua rpida difuso, dividiu-se em duas tendncias caractersticas: o abstracionis mo informal e o abstracionismo geomtrico. [TOPO] O Abstracionismo Informal No abstracionismo informal, as formas e cores so criadas impulsivamente, no livre curso da emoo, com absoluto predomnio do sentimento. Em contato com o real ou com a natureza, o pintor informal abstrato expressa uma emoo em lugar de representar u ma imagem criada ou composta intelectualmente. Muitos abstratos, alis, pintam abstratamente diante da natureza. Apenas evitam im itar, copiar, descrever aspectos da natureza. Procuram, ao contrrio, sugerir, evo car, aludir, fixando impresses gerais ou particulares de ritmos da natureza. Para alguns autores, o abstracionismo informal seria uma revolta do esprito contr a a preciso mecnica da vida moderna, contra o culto do racionalismo e da exatido da civilizao industrial. Seria uma espcie de romantismo moderno. Alguns abstratos pur os entendem que, embora no partindo ou no se inspirando na natureza, o artista pod e encontr-la, quando expressa e comunica ritmos de vitalidade. Em defesa do abstr acionismo informal tambm se alega que o quadro figurativo reproduz o mundo exteri or; o quadro abstrato, o mundo interior do artista - as linhas e cores adquirem virtudes poticas, verdadeiramente musicais, porque no representam as qualidades ma teriais da realidade fsica, mas as realidades do mundo psquico do artista. Quando assume feies luminosas, obtidas por meio de tonalidades delicadas e fericas, o abstracionismo informal chama-se "abstracionismo lrico"; quando, porm, o sentim
ento se exaspera e dramatiza, atravs de tonalidades carregadas, intensas e violen tas, chama-se "abstracionismo expressionista". Os melhores exemplos de abstracionismo informal se encontram em grande parte das obras do prprio Kandinsky, que mais tarde teria uma fase geomtrica. [TOPO] O Abstracionismo Geomtrico No abstracionismo geomtrico, as formas e as cores esto submetidas disciplina geomtr ica. Em lugar de expressar estados emocionais, os abstratos geomtricos expressam estad os ou valores intelectuais. As obras mais rigorosamente representativas dessa te ndncia so as do holands Piet Mondrian, criador do neoplasticismo ou concretismo. Se gundo estudiosos, enquanto o abstracionismo informal significa, por sua impulsiv idade e emocionalismo, rebelio contra a preciso e rigor lgico dos processos mecnicos da civilizao industrial, o abstracionismo geomtrico significaria, de modo especial nas formas do neoplasticismo de Mondrian, a sublimao da nova sensibilidade humana criada pela mecanizao. Nas duas tendncias fundamentais, o abstracionismo apresenta subtendncias. No infor mal, as mais importantes so o tachismo e o grafismo; no geomtrico o neoplasticismo ou concretismo. [TOPO] Tachismo A denominao tachismo vem da palavra francesa tache (mancha). Foi criada em 1954 pe lo crtico francs Pierre Gueguen. Inspirando-se nas manchas e eroses dos velhos muro s, esses abstratos se expressam com pinceladas geralmente largas, verdadeiras ma nchas, com o mnimo de elementos grficos ou linhas. Sob as sugestes dos surrealistas , criam num estado de verdadeiro automatismo psquico. Obedecem, algumas vezes, in stantaneidade do movimento espontneo e irrefletido da mo. [TOPO] Grafismo
Os abstratos grafistas utilizam de preferncia a linha ou elementos grficos, num es tado tambm de automatismo psquico ou de impulsividade ainda mais acentuado. Inspir am-se na caligrafia abstrata dos japoneses e chineses. Pela emoo extrema e execuo veloz, realmente automtica, o tachismo e o grafismo negam os valores intelectuais ou racionais inerentes s imagens figurativas representati vas das realidades visuais. O grafismo tambm tem sido considerado expresso das exasperantes tenses emocionais d a vida moderna, mecanizada mas angustiada. Entre os norte-americanos, a grafismo assumiu formas peculiares, denominadas action-painting ou pintura de ao, designao c riada em 1952 pelo crtico Harold Rosemberg. Nessa tendncia, procuram traduzir no o automatismo psquico da criao, mas sobretudo o prprio gesto ou ao de pintar. chamada p r isso mesmo tambm pintura do gesto ou gestual. Entre os mais conhecidos grafista s esto o norte-americano Jackson Pollock (1912 - 1956) e o francs Georges Mathieu (1921). Entre os norte-americanos - Jackson Pollock, Willem de Kooning, Adolf Gotlieb, W illiam Baziote, Grace Hartigan - a action painting adquiriu sugestes de fora impet uosa, brutal mesmo, audcias inslitas de cor, juntamente com as dimenses gigantescas da tela. A execuo se faz geralmente, com a tela imensa estendida no cho, com a tcni ca do dripping, criao de Pollock - tintas pingando ou escorrendo de recipientes pe rfurados - e novas tintas, no as tradicionalmente artsticas, mas as industriais, o duco, o verniz de alumnio e outros. [TOPO] O Neoplasticismo ou Concretismo
a mais completa e rigorosa expresso do abstracionismo geomtrico. Foi criado pelo h olands Piet Mondrian (1872-1944), que se inspirou no cubismo, para chegar a forma s retangulares de extrema simplicidade, ao mesmo tempo que empregava apenas as c ores primrias e os brancos e cinzas claros como elementos luminosos. Melhor dizendo, o neoplasticismo consiste em estabelecer relaes de posio, dimenso e p roporo to simples e gerais, suscetveis de serem aplicadas s demais artes, desde a arq uitetura paginao de um jornal. Tudo o quanto seja acessrio e no essencial e universa l eliminado, inclusive a linha curva, que Mondrian considerava expresso do efmero da vida orgnica. Mondrian quer, no entanto, que as relaes de composio que estabelece possuam ou sugiram a vitalidade da prpria natureza. Pesquisou e obteve, por outro lado, o equilbrio a assimetria. Contrariou, desse modo, a velha convico de ser pos svel o equilbrio somente na simetria. Impessoal por excelncia, embora seu estilo seja inconfundvel e inimitvel como o de Van Gogh, sua anttese, sublimou plasticamente, com o seu esprito de lgica e de sntes e, as nova sensibilidade humana criada pela mecanizao. [TOPO] Ingnuos e Primitivos
Os historiadores de arte deste sculo estabeleceram duas novas categorias estilstic as: os ingnuos e os primitivos. Em geral, na conceituao dessas tendncias ou escolas, se assim podemos cham-las, e me smo no uso de suas denominaes, ocorreram impropriedades, muitas vezes observadas a t em estudiosos de bom conceito. Um pintor ingnuo, naif em francs, se distingue fun damentalmente de um pintor primitivo. Enquanto o primeiro revela percepo intelectu al e lgica, o segundo revela, ao contrrio, percepo e interpretao mgica e ilgica, da n reza e do homem. [TOPO] Os Ingnuos
Os ingnuos so autodidatas, isto , sem formao ou aprendizado regular e sistematizado n uma academia de arte ou sob a orientao de um mestre consagrado. Geralmente so artistas amadores, no profissionalizados, por isso mesmo chamados pi ntores de domingo, animados por natural e irresistvel necessidade de expresso. Na verdade, em ltima anlise, desejam pintar como os mestres clssicos, que admiram e pr etendem imitar. conhecida a observao do popular ingnuo francs Henri Rousseau ao Pica sso da fase cubista, por volta de 1910: - Senhor Picasso, somos os dois maiores pintores modernos. O senhor, com seu est ilo egpcio; eu, com meu estilo clssico! Assim que os ingnuos utilizam valores expressivos e recursos tcnicos idnticos aos d a pintura erudita. A viso ingnua e potica que possuem do mundo e as singularidades e limitaes da tcnica conferem, no entanto, s suas obras, peculiaridades expressivas e tcnicas, dotadas de poderes especiais de sugesto. Em regra, amam sinceramente e so fiis realidade, mas o seu verismo consciencioso na interpretao da realidade, incl usive no gosto e cuidado da mincia, acaba nos comunicando uma realidade irreal, r esultado de pura inveno e fantasia, seno mesmo na melhor linha do melhor fantstico. Alis, como muito bem observou Marcel Brion, cada ingnuo cria a sua prpria tcnica, fo ra de pacincia, observao e paixo. Algumas vezes, em originalidade e segurana, essa tcn ca se iguala s dos artistas do XIII sculo europeu, chamados primitivos, pertencent es justamente fase em que a velha pintura romnica popular, tambm ingnua, evolua para a pintura gtica ainda mstica, porm mais erudita e anunciadora, como sabemos, do ra cionalismo renascentista. Dessas identidades expressivas e tcnicas resultaria, na opinio de vrios autores, a designao e primitivos dada por extenso aos modernos ingnuo s. Como ainda observou Marcel Brion, os ingnuos so anacrnicos, no sentido de se manter em margem das transformaes e movimentos estticos que se operam em torno, com inovaes no modo de representar a realidade. Esto fora do tempo e do espao. Por isso mesmo, no existem maiores diferenas entre um ingnuo do passado e um da atualidade, como e ntre um ingnuo alemo e um francs.
No se deve confundir, porm, o autodidata talentoso como o ingnuo. Aquele adquire sa bedoria ou erudio plstica, na composio do desenho e na cor. O segundo, embora aperfeio ada a sua tcnica, mantm-se inaltervel no mesmo estado de graa, inocncia e pureza. O b rasileiro Jos Pancetti, por exemplo, nada possui de ingnuo, mas de autodidata exce pcionalmente dotado, ao passo que outro brasileiro, Heitor do Prazeres, sempre m anteve, ainda que apurando a tcnica, as caractersticas de ingnuo. Finalmente, na sua viso prpria, o ingnuo revela os mesmos valores expressivos que c aracterizam a pintura erudita, coisa que no acontece com o primitivo, como em seg uida veremos. Esses valores foram assim sumariados por estudiosos: 1 - A forma humana o elemento essencial. 2 - Respeito imagem humana. 3 - Representao da realidade. 4 - Arte de volume, com trs dimenses. 5 - Observao precisa e realista. 6 - Predominncia da aparncia. 7 - Predominncia do senso tico. 8 - Racionalismo. [TOPO] Os Primitivos Ao contrrio dos ingnuos, os primitivos revelam percepo mgica e ilgica do universo ou d a realidade. J foi dito e repetido que o homem primitivo, com a sua mentalidade mgica, situa-se diante de um mundo penetrado de terror csmico. Sua arte lhe servir de amuleto e p roteo contra foras e poderes ocultos, invisveis e misteriosos, que o cerca e ameaam. Na mentalidade primitiva, as relaes entre a natureza e o homem no so ordenadas pelo pensamento lgico, mas pela crena na presena de potncias e entidades malficas, cujos p oderes devem ser conjurados. Eis porque o artistas primitivo recusa o realismo v isual para usar a deformao simblica, seno a prpria linguagem abstrata, isto , signos e smbolos mgicos. Porque no se identifica com a natureza no a representa nas aparncias exteriores. Pa ra o seu esprito, a natureza est povoada de ameaas. Esse temor na natureza, o terro r csmico de que j falamos, explica para muitos autores a ausncia da representao ilusi onista do espao na pintura do homem de mentalidade primitiva. O espao seria a iden tificao com a natureza, o trnsito livre no mundo de entidades espirituais desconhec idas que o amedrontam. A representao do espao fsico aparece, como sabemos, quando o homem interpreta o mundo no base do sentimento mgico, mas do pensamento lgico. Finalmente, como fizemos com os ingnuos, assim poderemos resumir, na opinio de vrio s autores, as caractersticas dos primitivos: 1 - Interesse secundrio pela figura humana. 2 - Deformao da imagem humana. 3 - Deformao da realidade por esquemas mentais. 4 - Arte de superfcie. 5 - Concepo geomtrica e abstrao. 6 - Expresso de idias espirituais. 7 - Valor secundrio do senso esttico. 8 - Ilogismo. Quando um pintor, mesmo erudito, como em tantas obras de Paul Klee, se expressa sob essas caractersticas, no poder ser classificado entre os ingnuos, fiis ao realism o visual. Situa-se, consequentemente entre os primitivos. [TOPO] O DADASMO E O SURREALISMO O dadasmo ou dad (1916) apareceu em Zurique, Sua, durante a Primeira Grande Guerra ( 1914 - 1918). Naquela cidade, estavam exilados intelectuais e artistas de vrias n acionalidades, que nos seus pases haviam sido contra a guerra. Resolveram fundar um movimento literrio e artstico capaz de expressar a decepo que experimentavam com os valores tradicionais da cultura - filosofia, religio, moral, cincia, arte - inc
apazes de evitar os morticnios e destruies da terrvel luta armada entre as naes mais c ivilizadas da terra. A guerra lhes parecia completo irracionalismo da humanidade que se considerava superiormente civilizada. Da o dadasmo exprimir, a um s tempo, decepo e revolta. Como na poca estava bastante em moda o estudo da psicologia de Freud ou psicanlise , onde atravs dos chamados reflexos ou atos automticos se demonstra o teor de irra cionalismo existente nas manifestaes do subconsciente, os dadastas basearam a sua t eoria da criao artstica no puro automatismo psquico. Tudo deve ser criado artisticam ente sem qualquer interveno da lgica, livre de interferncia da razo. "O pensamento se faz da boca para fora." - dizia o poeta hngaro Tristan Tzara, um dos chefes do m ovimento. Para denominar o movimento, adotaram processo marcado de irracionalismo ou de ac aso, coisas que para eles tinham a mesma significao. Tristan Tzara abriu ao acaso um dicionrio Larousse, fechou os olhos e deixou o dedo cair sobre a pgina. O dedo caiu sobre a palavra dada, designao francesa infantil de cheval, cavalo. Quando lh es perguntavam o que significava dad, respondiam: "Nada! Alguma coisa pode ter si gnificao diante do terror da guerra?" Partiram, portanto, para a negao de tudo. Junt amente com o irracionalismo freudiano e o acaso, os dadastas se distinguiram tambm pela crtica satrica e implacvel, niilismo destruidor e anrquico, da sociedade capit alista, responsvel pela guerra. Mesmo durante a guerra, o movimento se difundiu em vrios pases, inclusive nos Esta dos Unidos. Terminada a guerra, o dadasmo adquiriu maior virulncia na Alemanha e n a Frana, em virtude do clima social favorvel que encontrava. As suas exposies e mani festaes literrias se caracterizavam pela agressividade, irracionalismo e negativism o. Na pintura, adotou diferentes recursos tcnicos, especialmente as colagens dos cubistas, no com finalidades plsticas, mas de stira e protesto social. O princpio fundamental do dadasmo, isto , o automatismo psquico ou a explorao das mani festaes do subconsciente, na melhor linha freudiana, serviria aos franceses, com A ndr Breton frente, para a criao do surrealismo, tambm baseado na aplicao da doutrina e Freud. [TOPO] O Surrealismo
A esttica do surrealismo est condensada no manifesto escrito e publicado em Paris, em 1924, pelo poeta e escritor francs Andr Breton (1896), estudante de neurologia e adepto de Freud. Escreveu que o surrealismo "automatismo psquico puro, por mei o do qual se prope expressar, seja verbalmente, seja por escrito, seja por qualqu er outra maneira, o funcionamento real do pensamento. Ditado do pensamento com a usncia de toda fiscalizao exercida pela razo, alheio a toda a preocupao esttica ou mor l". Em linhas gerais todos ns conhecemos as reveladoras contribuies de Freud ao melhor conhecimento de nossa vida psquica, com as suas aplicaes no tratamento das neuroses . A nossa alma ou a nossa vida psquica se divide, como sabemos, em trs zonas - o inc onsciente, o subconsciente e o consciente. No inconsciente, esto os nossos impuls os primitivos, verdadeiramente instintivos, que no conhecemos justamente por sere m inconscientes. Quando esses impulsos primitivos emergem das profundidades desc onhecidas do inconsciente e tentam chegar ao consciente, para se transformarem e m atos e palavras, tem de atravessas o subconsciente, que os fiscaliza, recalca ou sublima. Disfara-os, por assim dizer. Desse modo, quando chegam ao consciente, refletem no a nossa personalidade inconsciente, mas a nossa personalidade consci ente, modelada e aperfeioada pela educao e cultura. Algumas vezes, porm, as manifestaes do inconsciente burlam a vigilncia e chegam disf aradas ao consciente. Isso ocorre, geralmente, quando dorminos. Nosso sonhos, por isso mesmo, so quase sempre disparatados, absurdos, fantasiosos e simblicos. Ocor re tambm quando estamos acordados, graas ao processo que os psicanalistas chamam d e automatismo psquico e bsico para os dadastas e surrealistas - coisas que fazemos ou dizemos, aparentemente inexplicveis, porque independentes da nossa vontade ou contrrias lgica.
Fascinados pelas idias e mtodos de Freud, os surrealistas recusam, como fontes de criao artstica, as manifestaes racionais e lgicas do consciente. Aceitam somente as ma nifestaes do subconsciente, absurdas e ilgicas, como acabamos de ver, principalment e nos sonhos, nos automatismos psquicos, nos estados alucinatrios, que consideram fontes artsticas mais autnticas do que a natureza e a realidade. Dizia Andr Breton: "No meu modo de entender, nada existe de inadmissvel." Passa-se ento a considerar o irreal to verdadeiro como o real e o irracional, o fantstico e o maravilhoso como a nica linguagem artstica universal entre os homens. [TOPO] Recursos dos Surrealistas Na pintura, alm do registro e representao, com inteira liberdade, sem qualquer fisc alizao da razo, do fluir incessante de idias e imagens em nosso esprito, os pintores surrealistas valeram-se ainda de outros recursos - o humor, paisagens de sonho e excesso de realismo, quase fotogrfico. O humor, dizem os surrealistas - a mscara dos nosso desesperos. Exemplos: quatro cirurgies curvados gravemente sobre uma mesa de operaes onde est um guarda-chuva fec hado, ou confortvel poltrona, em pleno deserto do Saara. As paisagens de sonho so paisagens fantasmagricas, irreais, inexistentes na natureza. O excesso do realism o, chegando ao mais cru verismo fotogrfico na representao dos objetos, concorre par a maior irrealidade. [TOPO] Restries Pintura Surrealista
Duas restries so feitas pintura surrealista. A primeira pelos psicanalistas: as man ifestaes do subconsciente realmente so ricas de beleza, mas extremamente pessoais e simblicas. Precisam ser interpretadas no seu simbolismo, como os analistas fazem com os sonhos dos seus pacientes estendidos no sof dos consultrios. Apesar de des conhecida a significao de seus smbolos, a verdade que pintura surrealista exerce ir resistvel fascnio em nosso esprito. A segunda restrio, feita por alguns pintores, a s eguinte: a concepo do quadro pode ser subconsciente, automtica, mas a sua execuo ser s empre obra do consciente, com a aplicao de recursos racionais e lgicos ou em sentid o de absoluta conscincia. O francs Andr Masson (1896) procurou sanar essa contradio insanvel entre a concepo sub onsciente e a execuo consciente com os seus tableaux de sable (quadros de areia). Sobre uma tela coberta de cola fresca, atirou desordenadamente, num verdadeiro a utomatismo, punhados de areia de cores diferentes. Tentava obter, desse modo, au tomatismo tambm na execuo. Os resultados no o satisfazem, abandonou, por isso, a pin tura surrealista. O espanhol Salvador Dali, um dos surrealistas mais populares, criou a parania crti ca - delrio na interpretao do mundo e do prprio eu. O paranico crtico vive num mundo e stranho, no se submetendo lgica do cotidiano. " preciso sistematizar a confuso e con tribuir para o total descrdito da realidade", disse Dali. O pintor surrealista pode representar as manifestaes de seu subconsciente de dois modos: figurativo ou abstrato. Em consequncia existem surrealistas figurativos (S alvador Dali) e surrealistas abstratos (Juan Mir). Entre os mais destacados surrealista figurativos esto Salvador Dali (1904), Ren Ma gritte (1898), Paul Delvaux (1897) e Marc Chagall (1887). Entre os surrealistas abstratos, ainda que em algumas obras sejam figurativos, Juan Mir (1893), Yves Ta nguy (1900), Max Ernest (1891), Francis Picabia (1879) e Hans Arp (1887). No passado, entre remotos precursores do surrealismo, os estudiosos citam Jernimo Bosc (1450/60 - 1516) e Giuseppe Arcimboldo (1530 - 1596). [TOPO] A Escola de Paris Na pintura moderna, existem artistas extremamente originais, complexos e versteis . Torna-se difcil classific-los em quaisquer das escolas conhecidas, sobretudo se
considerarmos que uma escola supe um corpo de doutrina e uma unidade de direo ou de intenes e meios expressivos. Onde classificaramos Picasso, por exemplo, a um s temp o to original, verstil e complexo estilisticamente? O mesmo problema oferecem Modi gliani, Paul Klee e outros. Para resolver esse problema, certamente mais por necessidades didticas do que por outras consideraes, crticos modernos concordaram em classificar, indiferentemente s nacionalidades, sob a rubrica Escola de Paris, esses artistas simultaneamente o riginais, versteis ou complexos, do ponto de vista estilstico. Todos os anos da Ga leria Charpentier, na capital francesa, abre-se a exposio a Escola de Paris, apres entando pintores que reclamam acima de tudo completa independncia, complexidade, originalidade e versatilidade. bem verdade que muitas vezes essas exposies no conco rdam com as finalidades propostas por vrios crticos. De qualquer maneira, no entan to, sem cair em rigorismos exagerados que levam secura, quando se encontrar um a rtista original como Modigliani, verstil como Picasso ou complexo como Paul Klee, poder ser classificado na Escola de Paris. [TOPO] A OP-ART
A op-art (optical-art) ou arte tica, tem, na verdade, o seu precursor em Victor V assarely (1908), criador da plstica cintica ou plstica do movimento. Segundo Vassarely, em plena idade da mecanizao e industrializao, com a produo e o cons umo de massa, a pintura no pode mais continuar sendo feita com a mesma tcnica mile nar dos pintores das cavernas pr-histricas, capaz de produzir somente "peas nicas", que se destinam, em ltima anlise, contemplao ou consumo individual. Para se tornar e xpresso autntica dos nossos tempos, que se caracterizam pela velocidade e multipli cidade, a pintura deve ser produzida mecanicamente em srie, consumida em massa e exprimir o dinamismo da vida moderna. Dentro dessa ordem de idias, criou a plstica cintica que se funda em pesquisas e experincias dos fenmenos de percepo tica. As suas composies se constituem de diferentes figuras geomtricas, em preto e branco ou coloridas. So engenhosamente combinadas, de modo que atravs de constantes exci taes ou acomodaes retinianas provocam sensaes de velocidade e sugestes de dinamismo, q e se modificam desde que o contemplador mude de posio. O geometrismo da composio, ao qual no so estranhos efeitos luminosos, mesmo quando e m preto e branco, parece obedecer a duas finalidades. Sugerir facilidades de rac ionalizao para a produo mecnica ou para a multiplicidade, como diz o artista; por out ro lado, solicitar ou exigir a participao ativa do contemplador para que a composio se realize completamente como "obra aberta". Essas pesquisas e experincias no campo das sensaes ticas foram e esto sendo desenvolv idas por numerosos artistas, em vrios pases. Receberam a denominao de op-art ou arte cintica, que, como as demais escolas de pintura moderna, apresenta grupos e subt endncias. A op-art teve uma de suas manifestaes pblicas de maior importncia na coletiva The Re sponsive Eye (1965), no Museu de Arte Moderna de Nova Iorque. [TOPO] A POP ART Pop-art a abreviatura em ingls de popular art (arte popular), nova escola que apa receu nos Estados Unidos, por volta de 1960, para alcanar imediata repercusso inte rnacional. A sua primeira manifestao pblica data da exposio do norte americano Jasper Johns (193 0), na Galeria Castelli, em 1958 na cidade de Nova Iorque. Considerando-se que e sse artista explicava as suas obras como resultados de sonhos, os processos tcnic os que adotava (colagens e montagens), o teor de irrealismo, de grotesco e mesmo de satrico, ma interpretao da vida urbana nos Estados Unidos, consideradas essas c ircunstncias, a nova escola recebia inicialmente a denominao de New Dada (Novo Dada ). Realmente, na tcnica e no esprito, eram evidentes as suas identidades com o dad asmo. Os dadastas, como vimos, fundando-se no automatismo psquico estudado por Freu d, inovaram na tcnica e criticaram a sociedade moderna, inclusive na crescente me
canizao das atividades humanas. Sabemos ainda, por outro lado, que os primeiros da dastas, europeus e nacionais, encontraram interesse excitante nos meios artsticos e intelectuais de Nova Iorque, mesmo durante a Primeira Grande Guerra. (1914 - 1 918). Como os novos artistas se inspiram no cotidiano dos grandes centros urbanos nort e-americanos, caracterizado pela presena e ao dominadora da tecnologia industrial, a nova escola recebia finalmente a denominao de pop-art, hoje universalizada. Pode mos consider-la, desse modo, manifestao tipicamente norte-americana. Porque utiliza no apenas colagens, tambm montagens, com objetos os mais dspares e i nesperados, juntamente com elementos fotogrficos, pictrios, escultricos, arquitetnic os, ao lado das novas tintas sintticas industriais, no mais as tintas tradicionalm ente "artsticas", a nova escola recebeu as denominaes de combine painting (pintura combinada) ou art d'assemblage (arte de agregao ou conjugao). Na sua ainda breve existncia, a por-art marcou, desde logo, dois momentos de proj eo internacional, para se prestigiar consideravelmente. Esses momentos foram a gra nde coletiva no Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (1962) e a sensacional sala especial com que a distinguiu a representao dos Estados Unidos Bienal de Veneza ( 1964), quando o grande prmio foi atribudo a Robert Rauschemberg (1925), um dos pap as norte-americanos da nova escola. No so poucos os crticos e historiadores da arte moderna que a consideram tendncia ou escola sem originalidade marcante e mesmo sem possibilidades de permanncia e des envolvimento maiores. Na opinio de muitos, nos processos tcnicos e intenes expressiv as, ainda que marcados de inovaes, no passaria, em ltima anlise, de revivescncias do d adasmo e do surrealismo. Adota recursos expressivos que, em substncia, so os do cin ema, da publicidade e da televiso, em outras palavras, da comunicao de massa. Inspi ra-se no ritmo e imagens, no ambiente e na vida que a industrializao criou nas gra ndes cidades. As suas fontes de inspirao abrangem desde os cartazes de publicidade , automveis e sinais de trnsito aos produtos industriais em geral, eletrodomsticos e comestveis enlatados em geral, produzidos e consumidos em massa. A viso de um su permercado por exemplo, possui na sensibilidade e imaginao de um artista pop suges tes estticas mais valiosas do que a contemplao de uma paisagem buclica. Os pop-artistas querem justamente acentuar a fora das imagens e apelos veementes, criadores de situaes existenciais agressivas, vertiginosas e angustiantes, da civ ilizao industrial urbana. No se poder negar, por exemplo, a influncia na imaginao das massas populares das histr ias em quadrinhos e das fotonovelas, com personagens mundialmente admirados, per tencentes a nova mitologia tambm de seres prodigiosos como os das antigas, dotado s tambm de poderes sobrenaturais aos quais se acrescentam agora aqueles outros pr oporcionados pelas maravilhosas modernas da cincia e da tcnica. Isto sem falar na eficcia narrativa da imagem, maior do que a da palavra escrita. A massa no quer ma is ler, quer ver histria. Por isso mesmo, um dos pop-artistas norte-americanos., Roy Liechtenstein (1923), exaltou a influncia das histrias em quadrinhos. Monument alizou, transformando-as em verdadeiros murais, personagens e cenas. Outros se i nspiram nas sinalizaes do trfego. Criam sinalizaes absurdas, que adquirem aspectos al ucinatrios. Nas suas colagens e montagens, os pop-artistas aplicam o que denominam a tcnica d o deslocamento. Os surrealistas j haviam aplicado tcnica idntica quando representav am os objetos desviados de suas finalidades lgicas ou utilitrias - uma confortvel p oltrona em pleno deserto do Saara. Assim tambm fazem os pop-artistas, ao modelar fielmente em gesso ou fundir no bronze patinado enorme lmpada eltrica ou descomuna l tubo de dentifrcio, para lhes conferir, pelo verismo e gigantismo, estranhos po deres de sugesto. Desse modo, conseguem transfiguraes de produtos industriais banal izados pelo cotidiano. Explicando essa tcnica de valorizar produtos fabricados e consumidos em massa, o pop norte-americano Jasper Johns disse: "Preocupa-me que uma coisa no seja o que era, que se torne diferente do que , a qualquer momento em que se identifique mai s precisamente uma coisa, e com a fuga desse momento..." Sexo e violncia, furor ou desgosto sexual, so outros ingredientes da pop-art. Acha m alguns crticos que sua importncia est diminuindo, porque so numerosos desde algum tempo os pintores voltados para pesquisas e anlises dinmicas dos fenmenos de percepo
e comunicao audiovisual, tendo em vista processos de produo e consumo de massa aplic ados comunicao tambm de massa.