Corretude Da Dedução Natural para A Lógica de Primeira Ordem
Corretude Da Dedução Natural para A Lógica de Primeira Ordem
Corretude Da Dedução Natural para A Lógica de Primeira Ordem
Para completar o sistema de deduo natural para a lgica de 1. ordem acrescentamos mais quatro regras de inferncias: (-E): Eliminao do Para Todo (-I): Introduo do Para Todo (-I): Introduo do Existe (-E): Eliminao do Existe Estas so regras um tanto mais sutis do que as regras dos conectivos proposicionais e apresentam especificidades que precisamos estar atentos para empreg-las corretamente. Temos a obrigao de mostrar que estas regras preservam a conseqncia lgica, ou seja, a concluso dar regras realmente segue-se logicamente das premissas da regra. Este passo necessrio e suficiente para mostrarmos a corretude da deduo natural para a lgica de 1. ordem: Se ento (Corretude da lgica de 1a ordem)
O Teorema da Substituio provado acima fundamental para a prova de que estas regras preservam a conseqncia lgica. Vamos mostrar para cada uma das regras. 1) (-E): Eliminao do Para Todo ou Instanciao Universal
x
tx
A restrio de que x seja substituvel por t em para garantir que variveis do termo t no apaream quantificadas em alterando o significado da frmula. Por exemplo: Seja a frmula xy x < y, onde : y x < y. Esta frmula verdadeira se interpretada nos nmeros naturais com a relao de menor usual. Ela afirma que no existe um maior nmero natural, pois para cada nmero natural sempre existe outro maior do que ele. A regra (-E) afirma que como esta frmula vale para todo indivduo do domnio x ento o x pode ser substitudo por qualquer termo (que tambm representar um indivduo do domnio) e continuar vlida. Assim se substituirmos x pelo termo SS0 (o nmero 2), ela afirmar que existe um nmero maior do que 2, o que tambm verdade. Em smbolos: O termo t SS0 e teremos x SS0 = y SS0 < y
E esta frmula verdadeira no conjunto dos naturais. Mas agora suponha que escolho para o termo t a varivel y, ento teremos:
x y = y y < y
Esta frmula afirma que existe um nmero natural menor do que ele mesmo, o que obviamente uma falsidade. Qual a fonte do problema? O termo t contm uma varivel que est quantificada em , de tal modo que quando fazemos a substituio, ela resulta ligada pelo quantificador da frmula , alterando o sentido da frmula e trazendo efeitos indesejveis como no exemplo. Por isto dizemos que a varivel x na frmula : y x < y no substituvel por nenhum termo que contenha a varivel y. Se fizermos questo de fazer a substituio pela varivel y, pode dar-se um jeito. Basta renomear as variveis quantificadas da frmula (a troca dos nomes das variveis quantificadas no alteram o sentido da frmula, afinal variveis quantificadas s so parmetros mesmo e qualquer varivel cumprir a mesma funo) e ento fazer a substituio. No exemplo acima, renomeie as variveis de para, por exemplo:
: z x < z
Agora quando fizemos a substituio obteremos:
x y = z y < z
E esta frmula afirma que existe um nmero natural maior do que y, o que ser sempre verdade (no conjunto dos naturais) independente de qual valor a varivel y assuma. Explicado o significado da restrio que aparece na regra, passamos a provar que ela preserva a conseqncia lgica. Lema 1 Instanciao Universal. x tx , se x for substituvel por t em . Prova. Com o Teorema da Substituio j provado fica simples. Seja I = <N, s> uma interpretao que satisfaz x, em smbolos, I x. Lembre-se x que, se I = <N, s> ento I d denota a interpretao <N, s(x|d)>.
x Como I x , ento para cada d D, I d . Em particular, I Ix( t ) , pois I(t) D.
tx x
Lema 2 Introduo Existencial. tx x, onde x substituvel por t em . Prova. Esta prova tambm direta utilizando o Teorema da Substituio. Seja I = <N, s> tal que I tx . Logo, pelo Teorema da Substituio, I Ix( t ) . Isto , para algum d D, <N, s(x|d)> Portanto, I = <N, s> x.
QED
Lema 3 Teorema da Generalizao. Se ax , e a no ocorre em ou em , ento x. Prova. Seja I = <N, s> uma interpretao que satisfaz , em smbolos, I . Vamos mostrar x que para cada d D, I d = <N, s(x|d)> . Para cada d D, construa I a = <N a , s>, onde N a uma estrutura igual a N, com a d d d nica exceo de interpretar a constante adicional a, com o valor d, isto , aN = d. Logo, como a no ocorre em , e <N, s> , ento, <N a , s> . d Portanto, pela hiptese ax , temos <N a , s> ax . Agora, d I a = <N a , s> ax sse <N a , s(x|I a (a))> d d d d Substituio sse <N a , s(x|d)> d sse <N, s(x|d)> pelo Teorema da
nem
, ou em , ento ; x .
Prova. Seja I = <N, s> tal que I e I x. Vamos mostrar que I = <N, s> .
x Como I x, ento existe d D tal que I d = <N, s(x|d)> . Construa I a = <N a , s>, onde N a uma estrutura igual a N, com a nica exceo de d d d interpretar a constante adicional a, com o valor d, isto , aN = d. Logo, como a no ocorre em , <N a , s(x|d)> . d
(pois I a (a) = d) d
Mas, observe que <N a , s> , pois <N, s> e a no ocorre em . d Assim, <N a ,s> e <N a ,s> ax , logo, <N a , s> , pois ; ax , pela d d d hiptese. E como a no ocorre em , I = <N, s> .
QED