Revista Arquiteura e Aço - 01
Revista Arquiteura e Aço - 01
Revista Arquiteura e Aço - 01
maro de 2003
Edifcios Educacionais
Escola Panamericana de Arte Escola Padro Escola Guignard Colgio So Domingos Universidade Cruzeiro de Sul Universidade Salgado de Oliveira Universidade Rural - UPIS Colgio Rousseau Universidade Nove de Julho Complexo Educacional Alphaville Universidade Paulista: Braslia e Manaus Faculdade Teolgica Sul Americana
ISSN 1678-1120
a construo em ao
Tal como vem acontecendo em outros setores, o processo de industrializao da construo civil est alterando substancialmente a forma de se projetar e construir no Brasil. A arquitetura migra do processo artesanal para um processo industrializado, cujos elementos prfabricados so componentes de uma montagem sequencial. Resultado: melhor qualidade dimensional e menor desperdcio de material e de tempo. Neste cenrio, o ao o material mais verstil e adequado a contribuir de forma decisiva para esta nova etapa da arquitetura e da construo civil brasileira. Mais do que isso, pode-se dizer que o ao associa quatro questes fundamentais: 1. PROJETO . Transparncia, esbeltez e leveza; . Grandes vos livres, permitindo espaos mais flexveis; . Garantia de preciso construtiva. 2. ECONOMIA . Reduo do canteiro de obras; . Menor peso da estrutura: fundaes mais baratas; . Estruturas esbeltas: menor seo dos pilares e menor altura das vigas; . Rapidez: obras mais rpidas; . Flexibilizao no projeto de instalaes e equipamentos; . Facilidade de modificaes futuras. 3. M EIO AMBIENTE . Menor desperdcio de material de construo; . Menos barulho e poeira; . Material 100% reciclvel. 4. SEGURANA . Material certificado: confiana na qualidade; . Conexes visveis: checagem do comportamento estrutural; . Capacidade de absorver aes excepcionais: terremotos e colises. Assim, estimulando a criatividade dos nossos projetistas, o ao permite associar projetos arquitetnicos arrojados segundo novas formas estticas. Permite ainda maior racionalidade econmica, menos impacto sobre o meio ambiente e mais segurana para os usurios, oferecendo maior satisfao para clientes, usurios, arquitetos, engenheiros e construtoras e contribuindo de forma definitiva para a melhoria da qualidade e da produtividade da construo civil brasileira.
sumrio
04. Escola Panamericana de Arte
Siegbert Zanettini Siegbert Zanettini Gustavo Penna
ISSN 1678-1120
12. Universidade Cruzeiro de Sul 14. Universidade Salgado de Oliveira 16. Universidade Rural - UPIS
Antnio Carvalho Neto Ricardo Barbosa Studio Brasil
18. Colgio Rousseau 20. Universidade Nove de Julho 22. UNIP - campi Braslia e Manaus
Paulo Sophia Paulo Sophia
expediente
conselho editorial
Alcino Santos - CST Catia Mac Cord Simes Coelho - CBCA Paulo Cesar Arcoverde Lellis - USIMINAS Roberto Inaba - COSIPA Ronaldo do Carmo Soares - AOMINAS Sidnei Palatnik - CSN
produo
Ncleo de Excelncia em Estruturas Metlicas e Mistas Universidade Federal do Esprito Santo
coordenao editorial
Tarcsio Bahia
apoio editorial
Mariana Biancucci
reviso
Jadir Feliciano dos Santos
Siegbert Zanettini
A proposta esttica, tecnolgica e espacial em que a transparncia e o arrojo so elementos fundamentais se materializa aqui atravs do ao e do vidro. O projeto inova ao propor um edifcio inteiramente transparente, do 3 subsolo ao 4 pavimento, o que propicia a integrao tanto entre os ambientes internos quanto entre o edifcio e a cidade, bem como o recuo deste em relao aos limites do terreno, que permite a ventilao e iluminao naturais at o 3 subsolo, reduzindo os gastos com energia. Finalmente, a unio entre arquitetura e design, em todas as fases do projeto, resulta na criao de um espao coerente com o conceito de ensino da Escola. Se esses so os principais pontos norteadores da nova EPA, o edifcio oferece ainda outros aspectos a partir de um contato mais direto. Construda com blocos de concreto celular e revestida com placas de alumnio, a caixa de circulao vertical o nico elemento opaco do prdio, o que alm de marcar a esquina tambm conforma um brise juntamente com a escada externa e o bloco de sanitrios. A posio da circulao horizontal e das fachadas envidraadas (que aproveita os prdios vizinhos como anteparo) tambm protege os atelis do sol direto. As janelas permitem ventilao cruzada, reduzindo a necessidade de ar condicionado e iluminao artificial.
Local:
So Paulo - SP
Arquiteto:
Siegbert Zanettini
Data do projeto:
1997
Data de concluso da obra: 1998 rea construda:
5.326,70 m2
Arquitetos colaboradores:
Vista geral da EPA, com a caixa opaca marcando a esquina e interpondo-se aos volumes do tnel de acesso, da escada e dos transparentes espaos internos de atividades.
Construtora Dumez
GTM S.A.
Cliente:
Enrique Lipszyc
Siegbert Zanettini
NM 2 4
11 3 14 13 12 1- SADA DE VECULOS 2 - RAMPA PARA VECULOS 3 - TERRAO DESCOBERTO 4 - ENTRADA DE VECULOS 5 - RAMPA PARA PEDESTRES 10 9 ACESSO PRINCIPAL 6 - ANTE-CMARA 7 - RECEPO 8 - REA DE ATENDIMENTO 2 8 9 - CIRCULAO 10 - SALA DE COMPUTAO 11 - REA DE EXPOSIO 12 - SALA DE APOIO 7 6 13 - SANITRIO FEMININO 14 - SANITRIO MASCULINO 5
A intensidade cromtica do amarelo da escada externa destaca-se por trs da estrutura contraventada na cor vermelha.
5 10 20
PAVIMENTO TRREO
J o acesso se faz por dois tneis-ponte metlicos sobre o fosso perimetral, conduzindo os usurios a um espao de transparncia: as divisrias internas de vidro permitem a quem circula nos vrios pavimentos observar o que acontece nos atelis, contribuindo para uma desejada integrao acadmica. Quanto aos aspectos tcnico-construtivos, a estrutura em ao associada a componentes racionalizados viabilizou a concluso da obra em 11 meses. Neste sentido, pode-se ainda destacar outras questes, como o contravento externo que, garantindo estabilidade, define as fachadas do volume transparente e viabiliza uma estrutura mais esbelta, com pilares de seo 300 x 300 mm e vigas de 200 x 400 mm. No caso das escadas e tneis de acesso para pedestres, usaram-se chapas de ao de 6,3 e 12,5 mm. A estrutura foi inteiramente executada com um ao com maior resistncia ao fogo. Outro destaque o nvel de detalhamento da construo, onde arquitetura e design no s interagem a favor do conjunto espacial, mas tornam-se uma estrutura unvoca na qual os elementos de mobilirio e de comunicao visual foram desenvolvidos conjuntamente com o edifcio. Nesse sentido, o ao alm de sugerir uma imagem de preciso e eficincia industrial, concilia arte e tcnica, forma e expresso. Por fim, vale a pena fazer meno aos contrastes insinuados pela arquitetura, seja atravs do cromatismo vermelho nos tneis-ponte, amarelo nas escadas, azul nos detalhes , seja pela forma o tubo horizontal de acesso que se contrape pirmide metlica verticalizada que conduz o olhar obliquamente ao longo da perspectiva do edifcio.
CORTE LONGITUDINAL
10
20
Siegbert Zanettini
Escola Padro
Racionalizao da construo com elementos industrializados garatem economia, eficincia e rapidez na execuo.
Desenvolvido para atender a diversos programas do ensino pblico, o projeto desta Escola Padro adotou um modelo sistmico que tem como resultado edifcios CORTE TRANSVERSAL distintos dentro de um limitado catlogo construtivo. Deste modo, os componentes industrializados produzidos pela Construtora Sanebrs (RJ), permitem a adaptao e complementao dos vrios elementos pr-fabricados. o caso dos painis pr-moldados de argamassa armada utilizados como lajes, paredes internas ou externas, com comprimento definido, mas cuja largura pode ser de 720 ou 520 milmetros. Conforme se v no detalhe da pgina seguinte, a forma dos pilares de ao permite a fixao tanto dos painis como dos caixilhos em todas as suas faces, gerando uma grande flexibilidade projetual. No caso das vigas, estas mantm-se sempre com a mesma altura, seja nas principais que so macias, ou nas secundrias, treliadas. Com esses componentes construram-se escolas com 10, 15 ou 20 salas, Casas do Futuro (edifcio anexo de algumas escolas que abriga biblioteca, sala de informtica e demais salas de apoio) e postos de atendimento mdico. Outros elementos como rampas, caixas dgua, brises, escadas, caixilhos, bancadas e portas tambm foram padronizados seguindo a modulao dos painis. Todos os edifcios tm um lanternim central, que garante iluminao natural na rea de circulao
Vista geral da escola, em primeiro plano a rampa e as salas protegidas por toldos metlicos.
2,5
10
Local:
So Gonalo - RJ
Arquiteto:
Siegbert Zanettini
Data do projeto:
1998
rea construda:
1.242,70 m2
Estagirios:
ao patinvel
Construo:
Siegbert Zanettini
Escola Padro
FACE SUPERIOR DA MESA DA VIGA EM CHAPAS DE AO REVESTIMENTO EXTERNO COM ARGAMASSA BLOCO DE CONCRETO CELULAR FERRO CABELO PAINEL PR-MOLDADO CHAPA DE ISOPOR 13,5 x 1 cm PILAR EM CHAPAS DE AO
CHAPAS DE AO 85
x 3 mm
'T' E 'L'
DETALHE PILAR
interna e ventilao cruzada, ajudando na manuteno do conforto trmico nos ambientes internos. As junes entre elementos diferentes foram cuidadosamente detalhadas, evitando improvisaes na obra e eventuais problemas da decorrentes. Os componentes de cada edifcio so especificados no projeto e saem da fbrica prontos para serem utilizados. O resultado disso so obras econmicas, limpas e rpidas: cada edifcio, montado usualmente sobre fundaes do tipo radier, concludo em aproximadamente 3 meses. Esse sistema foi utilizado pelas prefeituras municipais de So Gonalo e Duque de Caxias no Rio de Janeiro.
A escola durante a fase de construo, com destaque para o vigamento de apoio laje da rampa.
1 - CAIXA DGUA 2 - HALL PR-ESCOLA 3 - SALA DE AULA 4 - VESTIRIO 5 - SANITRIO FEMININO 6 - SANITRIO MASCULINO 7 - COPA 8 - DEPSITO
9 - SANITRIO DEFICIENTE FSICO - SECRETARIA 17 10 - REA DE SERVIO 11 - HALL 12 - HALL DE ACESSO 13 - CANTINA 14 - DESPENSA 15 - COZINHA 16 - REFEITRIO
18 - DIRETORIA 19 - SANITRIO 20 - ORIENTADOR EDUCACIONAL 21 - SALA DOS PROFESSORES 22 - PTIO COBERTO 23 - RAMPA
13 1 3 4 5 6 14 11 2 22 15 16 23
7 3 8
8 17 10 18 12
19
19 21 20
5 6
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PAVIMENTO TRREO
Gustavo Penna
Escola Guignard
NM
Singelo, simples. Ao mesmo tempo elegante, harmonioso com o meio, sempre em estado de contemplao com a paisagem: uma justa homenagem ao artista Guignard.
PLANTA 1 PAVIMENTO
10
20
Em constante dilogo com as escalas imediatas e abrangentes da paisagem, o edifcio da Escola Guignard buscou conciliar sua natural vocao em estimular a criatividade com as caractersticas sensoriais do local. Se por um lado a construo integra-se com a serra do Curral, tornando-se parte da paisagem, por outro abre-se ao belo horizonte da cidade que se tem diante de si. Portanto, mais do que a curiosidade que motivava o uso de um material intrnseco e onipresente realidade mineira, havia ainda uma associao de idias: aproximar o discurso arquitetnico, atravs da construo em ao, dos vos livres, da transparncia, experimentao que se faz no processo de criao artstica. Fisicamente o edifcio articula-se em dois blocos concntricos e em nveis distintos que organizam duas categorias de espao: um fechado e outro aberto. O primeiro se refere aos ambientes internos, enquanto o segundo atua como praa ou anfiteatro central aberto para as ruas e para a cidade: uma referncia a uma arte de carter pblico tal qual as aulas que o pintor Guignard proferia nas praas
A forma convexa do edifcio conforma uma praa aberta, lugar de convvio e contemplao.
Gustavo Penna
Escola Guignard
de Belo Horizonte dcadas antes. De qualquer modo, mesmo os ambientes fechados que compem a massa edificada, tampouco so totalmente cerrados, pois vrios so os espaos onde o vidro permite uma estreita comunicao visual entre o interior e o exterior. Se o vidro um dos materiais que conferem tal imagem ao edifcio, no resta dvida que muito tambm se deve ao ao patinvel utilizado em toda a construo. Neste caso, interessante notar que sua colorao ferruginosa aproxima a edificao do pano de fundo da montanha mineira, uma vez que a serra do Curral apresenta o mesmo tom cromtico mineral. Trata-se de um procedimento to adequado quanto estratgico: em Minas, o ao assume uma condio emblemtica: LIBERTAS QU SERA TAMEN.
Local:
Belo Horizonte
Projeto:
Gustavo Penna
Data do projeto:
1989 - 1990
Data de concluso da obra: 1994 rea construda: 7.500 m2 Arquitetos colaboradores:
Adalgisa L. Mesquita Afonso Walace Oliveira Dlio M. B. Cardoso Joo Batista de Assis Fernando Arruda Guillen Norberto Bambozzi Osmar Fonseca Barros
Clculo da estrutura em ao: Leme Engenharia Fabricao e montagem da estrutura em ao: TMIL Tecnologia de
Montagem Industrial
Ao empregado:
ao patinvel
Construo:
Entrada da escola, cuja transparncia do trreo tal como um pilotis contrape-se opacidade dos espaos superiores, enfatizados pela colorao do ao patinvel.
CORTE
10
20
Samuel Kruchin
Colgio So Domingos
NM
Superar a simples ortogonalidade dos perfis I e buscar um desenho expressivo numa estrutura movimentada e ao mesmo tempo racionalizada, so objetivos inquestionveis da arquitetura.
10
Esse projeto corresponde a um conjunto de edificaes que orbitam em torno de um ncleo central onde se encontra um antigo casaro dos anos 20, local de origem dessa instituio educacional. Nesse sentido tratava-se de estabelecer uma relao particular entre o novo projeto de escola e sua imagem tradicional, construir relaes simultneas de integrao e de afirmao da diversidade de momentos histricos.
4 1
PAVIMENTO INFERIOR
No caso do ao, sua opo deveu-se, entre outras razes, ao desejo de se construir uma idia de contemporaneidade num projeto que apontasse para o futuro. Mais do que isso, buscou-se uma lgica construtiva integralmente industrializada onde todos os elementos construtivos estrutura, lajes, paredes e esquadrias da derivassem. Surgem, portanto, a estrutura de ao, as lajes alveolares e as vedaes em isopor com revestimento jateado.
10
Samuel Kruchin
Colgio So Domingos
Se, alm disso, a rapidez da execuo tambm justificava a soluo industrializada, o aspecto mais relevante desta opo, est no prprio desenho da estrutura. Recuperar a expressividade plstica do ao, incorporando movimento, riqueza rtmica, conquistando um carter mais brasileiro, um desenho que acompanhasse as possibilidades tcnicas j dominadas, tornou-se o objetivo do projeto.
Local:
So Paulo - SP
Projeto:
Samuel Kruchin
Data do projeto:
1994
Data de concluso da obra: 1996 rea construda: 2.940 m2 Arquitetos colabodores:
Baldomero Navarro
Coordenao de projetos:
Samuel Kruchin
Clculo da estrutura em ao:
Exacta
Ao empregado: ASTM A36
O desenho da estrutura buscou tirar partido de uma expressividade plstica do ao.
Cultural So Paulo
10
ELEVAO
11
Samuel Kruchin
1 - ADMINISTRAO 2 - SALA DE AULA 3 - SALA DE INFORMTICA 4 - PTIO INTERNO 5 - AUDITRIO 6 - BIBLIOTECA 7 - PRAA DE ALIMENTAO 7 1 4 3 5 6 2
10
20
40
CORTE
12
Samuel Kruchin
Local:
So Paulo - SP
Projeto:
NM
Samuel Kruchin
Data do projeto:
4 5 2 2
5 7
2 6 8 6 6
1999
Data de concluso da obra: 2001 rea construda: 7.193 m2 Arquitetos colaboradores:
2 2 2 1 2 2
9 2 2 7 6 8 6 6 2
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PAVIMENTO TRREO
o lugar eleito do Conhecimento. Da a deciso de se implantar ali a grande biblioteca em torno da qual distribuem-se todos os espaos que se impregnam de seu significado arquetpico. Oito prticos de ao, envolvidos por uma pelcula de vidro em seus 1200m2, abarcam a totalidade do espao. A eles procurou-se dar um sentido de ritmo e movimento, intrnsecos idia do prprio Conhecimento, rompendo o tratamento usual das estruturas metlicas para conquistar uma expressividade contempornea. A estrutura em ao e seu desenho particular resumem todo o novo significado: so o seu elemento nuclear. Duas garras emergem dos prticos, definindo a biblioteca suspensa sobre o espao original permitindo dupla leitura: uma tenso entre o espao original que se faz reconhecer e o novo espao que se configura permitindo uma leitura simultnea de sua integridade fsica original e dos novos sentidos a ele agregados. A presena natural da luz e do novo piso em mosaico retraduzem a idia do espao pblico, das praas tradicionais da cidade, lugar do encontro e da reflexo.
Fortmetal
Ao empregado: ASTM A36 Coordenao de obra:
esquerda, montagem dos prticos de ao, permitindo antever uma honesta relao entre a construo preexistente e uma nova etapa universitria.
13
Moacir Florido
Com aproximadamente 26.000 m2 de rea construda, dividida em quatro torres, a unidade de Goinia da Universidade Salgado de Oliveira UNIVERSO, buscou no ao uma particularidade que lhe conferisse identidade prpria com relao as demais universidades do grupo espalhadas pelo pas. Deste modo, se as cores utilizadas na estrutura aparente so marcas do grupo UNIVERSO, o projeto procurou solues prprias adequadas s necessidades locais. Os quatro blocos que compem o conjunto edificado abrigam todo o programa, composto por salas de aulas, laboratrios, alm
Local:
Goinia - GO
Projeto:
Moacir Florido
Data do projeto:
1996
Data de concluso da obra: 2001 rea construda:
25.947,21 m2
Coordenao de projetos:
Vista da torre de elevadores panormicos e circulaes dos pavimentos, onde se percebe o cromatismo primrio valorizando os vrios elementos da estrutura de ao.
Construtora Ltda.
Cliente: ASOEC - Associao
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Moacir Florido
FACHADA FRONTAL
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da administrao e reitoria. Nesses edifcios utilizou-se pilares e vigas metlicas duplo T, mantidas aparentes. No ptio resultante do espao intermedirio entre os blocos, estratgico lugar de articulao de uma ampla unidade de ensino, duas torres metlicas garantem a circulao vertical entre os seis nveis dos blocos. Essas torres, compostas por quatro pilares tubulares interligados por trelias em X, suportam uma cobertura translcida que protege todo o espao do ptio. A agilidade na construo, que justifica a opo pelo ao, associado com a dinmica dos ambientes projetados e com uma expressividade contempornea, so, portanto, os aspectos qualitativos configurados na imagem desta unidade da UNIVERSO.
No terrao, uma estrutura treliada define uma cobertura de coroamento do edifcio.
NM
2 5 1 3
1 3
4 4
3
4 4
2
1 1 1 1
4 4
3 1 5 1 1
4 4 3 1
5 - SANITRIO
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15
Atravs de uma linguagem homognea onde o ao o elemento comum, a arquitetura do campus da Universidade Rural mantm a unidade do conjunto edificado sem prejuzo da diversidade dos equipamentos autnomos. Alm disso, o aspecto tecnicicista da construo em ao busca refletir uma outra importante articulao no meio acadmico atual: um ensino integrado atividade empresarial produtiva. Finalmente, mediante a racionalidade construtiva adotada neste extenso programa, consegue-se alcanar um padro qualitativo que assegura o modelo arquitetnico e urbanstico proposto. Quatro estruturas so consideradas nucleares e condicionantes da localizao das demais estruturas: a Unidade Central de Ensino, o Hotel Fazenda, a Central de Biotecnologia de Reproduo Animal e o Hospital Veterinrio. Localizada prxima entrada principal do campus, a Unidade Central de
DETALHE PASSARELA
500 1000 2000
16
CORTE CANTINA
2,5
10
Local:
Planaltina - DF
Projeto:
Ensino compe-se de salas de aula para 60 alunos, laboratrios temticos, biblioteca, foyer de exposies, auditrio e salas de administrao. Ainda em relao unidade do complexo universitrio, cabe fazer meno a um detalhe bastante pertinente aos condicionantes locais, que so as reas avarandadas distribudas por todo o campus. Garantindo conforto trmico, tais espaos tambm conferem a apreenso das visuais da paisagem circundante que resulta emoldurada pelos prticos de ao. Outrossim, remete-nos a uma tradicional estrutura arquitetnica brasileira, aqui redesenhada segundo novos padres, como o caso da construo metlica.
1998
rea construda: 21.000 m2 Arquitetos colaboradores:
Haroldo Ferreira Rates Raquel Holanda de Queiroz Laura Etel Bezerra Bruna de Castro Salgado
Clculo da estrutura em ao:
Raimundo Calixto Neto (edifcios administrativos e edifcios de ensino) Francisco Regis de Andrade (edifcios da rea rural)
Ao empregado:
Integrao Social
espera dos componentes de vedao: ocasionalmente a estrutura de ao nos oferece belas e impressionantes imagens abstratas.
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Ricardo Barbosa
Colgio Rousseau
Conforto e segurana, aliado total ocupao do terreno, so aspectos do programa que tiveram no ao uma adequada correspondncia tcnica.
CORTE
10
20
O projeto do Colgio Rousseau basicamente resultado das dimenses reduzidas do terreno e da racionalizao da estrutura visando rapidez na execuo da obra. Neste sentido, o ao possibilita solues adequadas ao programa, sem qualquer comprometimento da qualidade dos espaos, onde conforto e segurana so questes presentes numa unidade de ensino fundamental, cujos usurios so em grande maioria crianas. Com o aproveitamento mximo do terreno de 1.800 m2, o projeto optou por posicionar as reas de esportes, social e de recreao na cobertura, liberando os nveis inferiores para as salas de aulas. Tal setorizao dos ambientes permitiu a disposio racional dos equipamentos, alm de determinar a circulao em eixos longitudinal e transversal. Um outro aspecto programtico que vale a
Justificado pela rapidez de execuo da estrutura, o ao aparece com maior plasticidade nos brises das salas de aula.
18
Ricardo Barbosa
Colgio Rousseau
pena destacar que as instalaes do edifcio so complementares s do ensino mdio, localizadas em edificao vizinha. Quanto ao ao, alm de estar presente em toda a estrutura, com acabamento em pintura betuminosa na cor azul marinho, tambm utilizado nos brises das salas de aula, nas telhas tipo sandwich da cobertura e nas grades de chapa perfurada dos ptios suspensos.
Local:
So Paulo
Projeto:
Ricardo Barbosa
Data do projeto:
1997
Data de concluso da obra: 1998 rea construda: 2.500 m2 Coordenao de projetos: Adriana Frangioni Arquiteto colaborador:
NM
13
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Flvio Ikeda
Clculo da estrutura em ao:
3 2 3
Francisco Fazenda
Cliente:
11
Colgio Rousseau
10 12
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PAVIMENTO TRREO
19
Studio Brasil
Numa regio urbana em processo de requalificao, linhas contemporneas refletem tendncia arquitetnica.
1 2
1 - HALL DOS ELEVADORES E ESCADAS ROLANTES 2 - REA DE CONVIVNCIA 3 - REA PARA PROFESSORES
15
30
60
TRREO
Vista da obra ainda inconclusa: a contempornea soluo em pele de vidro e painis de alumnio revestindo a estrutura de ao dos pavimentos.
Localizado em uma parcela urbana em processo de reurbanizao e requalificao, conseguido pela implantao de novas atividades de comrcio e servios, o partido compacto e verticalizado desse projeto buscou no s otimizar custos, aproveitando ao mximo o coeficiente do terreno, como tambm procurou impor-se diante da dinmica paisagem circundante. Deste modo, se o grande volume edificado j capaz de sugerir tal presena no meio urbano, os materiais de revestimento predominantes na fachada vidros refletivos laminados e painis de alumnio acabam contribuindo para a renovao urbana do entorno.
O uso da estrutura metlica que traz consigo materiais industrializados e tecnologia contempornea possibilitou, portanto, a ocupao do espao simultaneamente ao andamento da obra, cuja rapidez se deu em grande parte pelos elementos e sistemas construtivos adotados: vigas e pilares em perfis tipo I padronizados, estabilidade global atravs de trelias verticais e forma-laje de ao. O projeto aproveitou as condies topogrficas do terreno para implantar os nveis dos pavimentos e para delinear a forma do edifcio com destaque para a fachada principal. A grande lmina curva desta seccionada no centro por uma estrutura
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Studio Brasil
Local:
So Paulo - SP
Projeto:
2000
Data de concluso da obra: 2003 rea construda:
Vista interna: espaos generosos e bem acabados, nos quais as vigas de ao e as lajes de steel deck so visveis. Parte da estrutura, vigas alveolares e contraventamentos em X, deixada mostra no eixo do edifcio
metlica que se expe publicamente. Composta por vigas perfuradas e contraventamentos tubulares, essa estrutura enfatiza a simetria das linhas horizontais da edificao ao mesmo tempo que a fragmenta em dois volumes interconectados. Outra particularidade do projeto foi conceber amplos espaos de circulao nos andares, deixando de ser simples corredores para se tornarem espaos teis, usados para eventos acadmicos, exposies e convivncia. Ainda em relao aos ambientes internos e tal como a estrutura central que se deixa visvel externamente, cabe mencionar que vigas e lajes de ao so mantidas visveis em grande parte desses espaos, numa franca integridade entre qualidade arquitetnica e tcnica construtiva.
15
30
60
CORTE
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Paulo Sophia
Universidade Paulista
Campi Braslia e Manaus
Dialgo entre identidade institucional e diversidade ambiental configuram a imagem de dois distantes campi da UNIP.
Se a diferente contextualizao dos ambientes de Braslia e Manaus insinuam solues prprias, a imagem de uma unidade institucional associada aos sistemas construtivos disponveis viabilizou partidos arquitetnicos prximos onde pequenas nuances sinalizam a distino da localizao geogrfica entre esses afastados campi de uma universidade que se expande ao longo do pas.
Segundo tal premissa, o parentesco entre os primeiros blocos construdos em ambas as cidades configura um partido horizontalizado e simtrico no qual o eixo central articula toda a composio atravs de um espao monumental organizado como uma praa de chegada, circulao e convivncia. E neste espao que a estrutura de ao apresenta-se diante do usurio em contraposio aos demais espaos, cujos acabamentos se fazem por outros materiais e sistemas construtivos. Assim, tanto em Braslia quanto em Manaus torres prismticas de circulao vertical e servios emolduram o espao da praa suportando passarelas dos pavimentos superiores e cobertura abobadada, nos quais os elementos de ao so respectivamente perfis tipo I e trelia tubular.
Unip Braslia, vista frontal, onde os diversos elementos e materiais impregnam uma imagem de forte dinamismo de cheios, vazios e reflexes.
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Paulo Sophia
Universidade Paulista
Campi Braslia e Manaus
1 - PRAA CENTRAL - GALERIA 2 - HALL 3 - ESCADA PRINCIPAL 4 - SANITRIOS 5 - SALA DE AULA 6 - CIRCULAO 7 - ESCADA DE SERVIO 8 - FOYER 9 - PALCO 10 - REA TCNICA - APOIO 11 - PASSARELA METLICA 12 - PLATIA 13 - AR CONDICIONADO 14 - DEPSITO
4 8
10 10
14 10 10
6 7 2 4 5 5 5 5 11 1 6 5 5 5 5 2 3 3 10 10 13 10 11 8 1 2 9
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10
10 10
NM
10
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Justapostos longitudinalmente a esse espao, distribuem-se os ambientes de longa permanncia, sejam eles de ensino, administrao ou mesmo no caso do teatro, um importante e complexo item do programa, presente em ambos edifcios desses campi. Se tais aspectos marcam a identidade das unidades de Braslia e Manaus, cabe ainda fazer meno aos que os particularizam. No primeiro caso chama a ateno a fachada em vidro refletivo tipo structural glazing superposta por grelha em alumnio composto que exerce papel de brise de sombreamento, alm de imprimir forte expresso esttica. Tal soluo, contudo, no se extende totalmente no bloco que abriga o teatro, que resolvido atravs de faixas horizontais tambm de alumnio composto, agora colocadas como revestimento e no mais como volumes, o que acontecia no caso dos brises.
J em Manaus adotou-se uma simetria mais homognea na qual os dois blocos justapostos so bastante semelhantes entre si. Aqui, nos dois prismas adotou-se revestimento externo cermico com faixas horizontais de brises sobrepostos s fachadas. Alm disso, e uma vez mais, elementos metlicos aparecem em marquises de proteo aos demais acessos a esses blocos.
Unip Braslia, vista frontal, onde os diversos elementos e materiais impregnam uma imagem de forte dinamismo de cheios, vazios e reflexes.
10
20
40
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Paulo Sophia
Universidade Paulista
Campi Braslia e Manaus
Local:
Braslia - DF Manaus - AM
Projeto:
2000
Data de concluso da obra:
2001
rea construda:
Arquitetos colaboradores:
Carla Marques Daniella Vian Matavelli Veridiana Ruzzante Daniela Gomes Guilherme Nigro (Braslia) Daniella Vian Matavelli Veridiana Ruzzante Regina Saemi Kikkawa (Manaus)
Estagirios:
Globsteel (Braslia)
Construo:
Colgio Objetivo
24
2 3 2 3
NM
Num campus em constante transformao, dois pequenos edifcios buscam se contextualizar atravs de um jogo de articulao de formas geomtricas.
1 PAVIMENTO BLOCO 16
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Resultado de uma progressiva depurao da linguagem tcnica da construo metlica somada vasta experincia na arquitetura educacional dos projetistas, os blocos 16 e 17 do campus Alphaville do Grupo Objetivo oferecem instigantes imagens, pouco freqentes neste tipo de programa. Neste sentido, torna-se at paradoxal concluir j no incio, mas o fato que atravs de um domnio de sistemas construtivos disponveis no mercado local esses projetos conseguem impor uma expresso prxima ao modernismo brasileiro do concreto armado sem abrir mo da eficincia e rapidez do ao, usado aqui de acordo com a lgica construtiva contempornea. Se a distino entre estrutura e vedao e o uso de amplas superfcies envidraadas so procedimentos projetuais vinculados ao modernismo local, adotados tanto no bloco 16 quanto no 17 e que lhes d unidade, algumas estratgias so particulares a cada conjunto edificado.
Viso perspectivada do bloco 16, da qual se v em primeiro plano o volume das salas de aula encobrindo o cilndro dos sanitrios.
Assim, o bloco 16, destinado a aulas do ensino superior, separa funes distintas em volumes distintos: o prisma principal configurando as salas de aulas, o cilndro dos sanitrios e por ltimo o da escada. Do mesmo modo o modernismo torna-se tambm visvel na liberao do trreo atravs do descarregamento de cada par das diagonais das vigas treliadas num
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Paulo Sophia
Local:
Santana do Parnaba - SP
Projeto:
Paulo Sophia (Bloco 16) Paulo Sophia Washington Takiishi (Bloco 17)
Data do projeto:
Liliane Ferreira Novo Cludia Yumi Inokuti Fbio Goldfarb (Bloco 16)
CORTE - BLOCO 16
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nico pilar, gerando um espao de pilotis. Por outro lado, e segundo uma inevitvel contemporanizao, a cobertura inclinada em duas guas nas salas de aula e o chapu prismtico que coroa a torre circular dos sanitrios garantem uma linguagem que aproxima a arquitetura aos jovens usurios do edifcio. No caso do bloco 17, do ensino fundamental e mdio, sua identidade se faz por meio da cobertura em abbadas de bero que se apoiam sobre uma estrutura metlica
Claudia Mayumi Iseri Emerson Makuda (Bloco 16) Emerson Makuda (Bloco 17)
Clculo da estrutura em ao:
Detalhe de ligao da estrutura das salas de aula do Bloco 16, que foi posicionada externamente.
Rampa de circulao vertical do bloco 17, diversidade de perfis e desenhos dos elementos de ao organizados harmonicamente.
(Bloco 17)
Ao empregado: ASTM A36 Construo: CEA Construo,
Colgio Objetivo
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Paulo Sophia
NM
3 - LABORATRIOS
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treliada, formada por perfis I. Uma composio que traz na sua fachada frontal algo da escola presente no imaginrio popular, mas sem renunciar aos aspectos demandados pelas questes pedaggicas atuais. O ao efetivamente onipresente em ambos os edifcios, seja nas circulaes como nos ambientes didticos, configurando uma imagem de eficincia, agilidade, preciso, conceitos bastante adequados num ambiente educacional desta natureza, isto , num campus que abrange desde o ensino fundamental ao superior, num contexto que reproduz quase uma pequena cidade.
No bloco 17, curiosamente, a estrutura de ao treliada suporta cobertura abobadada numa imagem vinculada ao melhor modernismo brasileiro.
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Rodney Montosa
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Rodney Montosa
Local:
Londrina - PR
Projeto:
1999
Data de concluso da obra: 2000 rea construda:
Do ponto de vista da composio, a arquitetura se faz por enquadramentos de vrios planos, onde o ao um dos protagonistas.
3.478,88 m2
Coordenao de projetos:
de uma construo industrializada que utiliza estrutura de ao, lajes treliadas, eletrocalhas e divisrias em gesso acartonado foi determinante para o resultado, possibilitando inclusive futuras ampliaes. Alm disso, a estrutura metlica e os componentes industrializados garatem unidade e eficincia construtiva ao conjunto edificado. De qualquer modo, importante ainda mencionar a particularidade dos demais blocos do campus que j se encontram concludos. Projetada em quatro nveis, a Biblioteca tem capacidade para um acervo de 60.000 livros, alm de abrigar salas de estudo, espaos de consulta internet, videoteca, restauro, alm de servios e apoio. O Centro de Convivncia o local da vida comum, contendo salo de uso mltiplo e onde sero feitas as refeies da comunidade acadmica. Finalmente, o Centro Administrativo onde se encontram a recepo, secretaria, administrao, CPD, salas pastorais e para agncias missionrias.
NM
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PAVIMENTO SUPERIOR
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Rodney Montosa
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PAVIMENTO TRREO
Cuidados quanto a insolao: alm dos brises, pilares inclinados de ao viabilizam generosos beirais.
CORTE
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realizao:
produo:
www.ufes.br/~nexem/
apoio:
www.cst.com.br
www.acominas.com.br
www.csn.com.br
www.cosipa.com.br
www.usiminas.com.br
fotos:
capa: Tarcsio Bahia (Escola Panamericana de Arte) p. 4: Marcos Issa p. 5: Tarcsio Bahia p. 6: arquivo Sanebrs p. 7: arquivo Sanebrs p. 8: Tarcsio Bahia p. 9: Tarcsio Bahia p. 10: Samuel Kruchin p. 11: Samuel Kruchin p. 12: Antnio Carvalho Neto p.13: Antnio Carvalho Neto p. 14: Evanilda Mendes p. 15: Evanilda Mendes p. 16: Studio Brasil p. 17: Studio Brasil p. 18: Evanilda Mendes p. 19: Evanilda Mendes p. 20: Lus Fernando Macian p. 21: Lus Fernando Macian p. 22: Kim-Li-Sen p. 23: Kim-Li-Sen / A.F. de Lima p. 24: A.F. de Lima p. 25: Sofia Mattos p. 26: Paulo Sophia / Sofia Mattos p. 27: Paulo Sophia p. 28: Vanessa Goulart p. 29: Vanessa Goulart p. 30: Vanessa Goulart
permitida a reproduo total dos textos, desde que mencionada sua procedncia. proibida a reproduo das fotos e desenhos, exceto mediante expressa autorizao do autor.
impresso:
Grfica Santonio n.01 edifcios educacionais
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http://www.cbca-ibs.org.br
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