Itans Iku

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O povo Yorb no acredita em Ik (a morte) como sendo um elemento puramente destruidor da existncia, sua crena a de que seja sim,

, um elemento transformador. Afinal o fruto o que um dia nasceu, certamente em dado momento dever ser colhido, o que difere a forma como esta colheita ser feita. Nascimento e Morte duas faces da mesma moeda, indissolveis e inseparveis, fazem parte do mistrio maior que a nossa existncia.

Alguns Itans referentes a Ik:

Ik, era um jovem guerreiro, forte e muito bonito. Sua beleza era tamanha que impressionava tanto s mulheres quanto aos homens. As mulheres encantavam-se tanto com sua bela figura que onde quer que o vissem, acompanhavam-no s para poderem continuar admirando aquela criatura to encantadora. No podiam desviar os olhos dele. Os homens, embora tentassem disfarar ou no quererem admitir que estavam encantados com a beleza de Ik, tambm acabavam seguindoo. Alguns do tipo macho, diziam que seguiam-no somente por curiosidade de saber quem era e onde morava. S que Ik morava no Igb-Ik (Floresta dos Mortos ou Floresta da Morte), de onde quem quer que fosse at l e entrasse, jamais sairia, nunca mais seria visto, pois fra para o Igb-Ik. E todo o encanto e beleza de Ik, tinham justamente o objetivo de chamar a ateno das pessoas e atra-las, e que inadvertidamente seguiam-no e adentravam no Igb-Ik, o reino dos mortos, onde, evidentemente, o rei era o prprio Ik e de onde no permitido a ningum retornar, uma vez ali adentrado.

Em outro Itan, Ik est ligada ao mito da criao dos seres humanos

Conta lenda que Oldmar, ao decidir criar o ser humano, designou essa incumbncia sl, que teve a necessidade de obter o material adequado para aquele propsito. Pensou e achou que o melhor material para moldar os seres humanos seria amn (o barro) formado pela mistura de terra e gua. Ento, sl que fora incumbido daquela tarefa por Oldmar, ordenou a s o mensageiro, que fosse buscar um pouco de lama para que Ele pudesse executar sua tarefa. Como era corrente e sabido por todos, no havia nada que s no pudesse realizar, e a tarefa parecia super fcil para ele. Mas, ao chegar ao local, quando s meteu a mo na lama arrancando-a, Ay (a Terra) chorou porque estavam arrancando parte dela e ela sentia muita dor

com aquilo. Embora s tivesse fama de mau e implacvel, ficou mortificado de pena de Ay e deixou a lama para l. Regressou a sl e relatou o acontecido. sl ento chamou gn, este sim, guerreiro intrpido e destemido que em batalhas matava o inimigo at mesmo brincando, resolveria aquele pequeno problema. E l se foi gn. Em l chegando, quando ele retirou a lama para colocar em sua lb (bolsa capanga), Ay caiu em prantos lamentando-se. gn tambm ficou penalizado ora, Ay no lhe fizera nada de mal e ele no estava zangado, e assim, no tinha mpeto suficiente para feri-la. E tambm voltou a sl para explicar o seu fracasso em cumprir sua misso. Assim, um a um dos rs que foram incumbidos por sl para aquela mesma misso, voltava com a mesma desculpa: ningum foi capaz de tirar a lama de Ay, cada qual com suas qualidades que o recomendava com a certeza do cumprimento da tarefa, mas, tudo em vo. Foi a que sl chamou Ik, deu-lhe a p (bolsa) e mandou-o para executar a tarefa que todos os demais mol tinham fracassado em cumprir. Ento, Ik ao chegar na terra comeou a retirar a lama de Ay, e ela chorou, mas, Ik no se importou com o pranto dela e pegou toda a lama de que precisava e retornou a sl com sua misso cumprida. Ento, aps moldar os seres humanos, sl plantou uma rvore para cada um, para que ela lhe suprisse o oxignio e desse continuidade respirao, iniciada pelo sopro divino de Oldmar, pois, Oldmar o Criador Supremo, insuflou o seu hlito (m) para dar vida e mobilidade aos seres humanos. E disse a Ik que, como fora ele quem retirara o material necessrio para moldar os seres humanos, em qualquer poca que se fizesse necessrio, ele estaria tambm incumbido de lev-lo de volta para recolocar em seu lugar de origem, aps a utilizao daquele material. Por isso , que quando chega a poca da devoluo daquela poro do material primordial, Ik quem vem buscar a pessoa para recoloca-la em seu lugar original.

A disputa entre rnml e Ik

Oldmar queria abandonar a terra e no sabia a quem deixar o mundo, nisso se apresentam Ik (a Morte) e rnml para uma prova que consistia em estar trs dias sem comer alimento algum. No segundo dia a fome era impossvel, rnml estava sentado na porta de sua casa, e lhe apareceu s que era o vigilante e tinha fome tambm, e perguntou a rnml se ele tinha fome tambm e rnml lhe disse que sim, estou que j no vejo de tanta debilidade que tenho. s lhe props que se queria cozinhar que o fizesse sem se preocupar pois ele era o vigilante.

Ento s disse a rnml se tinha frango, bom mata um, mas Orunmila disse a s que ele no comia frango, ento s lhe disse que matasse uma galinha para que a comessem, assim o fez rnml. E cada um comeu o seu, limparam muito bem as panelas e as sobras enterram num ptio. Nisso apareceu a Ik e no encontrou nada, se foi a lixeira e passou a comer as sobras que encontrou onde s lhe surpreendeu. Desta forma rnml se fez vencedor e Ik perdeu.

Os Meninos Que Fizeram Ik Danar

Conta-se que os Ibejis, rss gmeos, viviam para se divertir, eram filhos de sn e Sng. Viviam tocando uns pequenos tambores mgicos que ganharam de sua me adotiva, Yemoja. Nesta poca Ik, a morte, colocou armadilhas em todos os caminhos e comeou a comer todos os humanos que caiam em suas arapucas. Homens, mulheres, crianas ou velhos, Ik devorava todos. Ik pegava os seres humanos entes do seu tempo aqui no y. O terror se alastrou pelo mundo. Bblwrss, Osos, Bblws, Oniseguns se reuniram, mas foram vencidos tambm por Ik, e os humanos continuavam a morrer antes do tempo. Os Ibejis, ento, aramaram um plano para deter Ik. Pegaram uma trilha mortal onde Ik preparara uma armadilha, um ia na frente e o outro seguia atrs escondido pelo mato a pouca distancia. O que seguia pela trilha ia tocando seu pequeno tambor e tocava com tal gosto e maestria que a morte ficou maravilhada, e no quis que ele morresse e o avisou da armadilha. Ik se ps a danar inebriadamente, enfeitiada pelo som mgico do tambor. Quando um irmo cansou de tocar, sem que a morte percebesse o outro veio tocar em seu lugar. E assim foram se revezando, sem Ik perceber e ela no parava de danar e a musica jamais cessava. Ik j estava esgotada e pediu para parar, e eles continuavam tocando para a dana ttrica. Ik implorava uma pausa para descanso. Ento os Ibejis propuseram um pacto. A musica cessaria mas Ik teria que jurar que tiraria todas as armadilhas. Ik no tinha escolha, rendeu-se; os gmeos venceram. Foi assim que ibejis salvaram os homens e ganharam fama de muito poderosos, por que nenhum outro rsorix conseguiu ganhar akela peleja contra a morte. Os Ibejis so poderosos, mas os que eles gostam mesmo de brincar. Adaptao baseada no texto de Reginaldo Prandi, If, o Adivinho. So Paulo, Companhia das Letrinhas, 2002. ( * ). ( b - nascer; Ej - dois; nasceram dois - gmeos)

O od yk mji revela, em um de seus Itan, que a morte comeou a matar depois que sua me foi espancada e morta na praa do mercado: No dia em que a me da morte foi espancada No mercado de Ejgbmekn A morte ouviu E gritou alto, enfurecida A morte fez do elefante a esposa de seu cavalo Ele fez do bfalo sua corda Fez do escorpio o seu esporo bem firme pronto para a luta. Posteriormente, a morte foi subjulgado depois que seus inimigos conseguiram que ela comesse o queera proibido comer, segundo o conceito do w, visto anteriormente,s conhecido atravs do jogo de if. Neste relato, a esposa de Ik, Oljngbd, que revela este segredo: Ns consultamos If para Oljngbd Mulher de Ik Ela foi chamada cedo, pela manh Eles perguntaram o que seu marido no podia comer Que o tornasse capaz de matar outros filhos de pessoas ao redor? Ela disse que a Morte, seu marido, no podia comer ratos Eles perguntaram o que aconteceria se ele comesse ratos? Ela disse que as mos da morte tremeriam sem parar Ela disse que a Morte, seu marido, no podia comer peixe Eles perguntaram o que aconteceria se ele comesse o peixe? Ela disse que os ps da Morte tremeriam sem parar Ela disse que a morte, seu marido, no podia comer ovo de pata Eles perguntaram o que aconteceria se ele comesse ovo de pata?

Ela disse que a morte vomitaria sem parar. A concluso deste od que foram dados morte todos os alimentos proibidos, o que a fez acalmar e impedir a sua tarefa que estava sendo feita sem qualquer critrio, ou seja, a Morte foi subjulgada apenas depois que seus inimigos conseguiram que ele comesse o que era proibido comer.

(*). A concluso deste Od que foram dados morte todos os alimentos proibidos, o que a fez acalmar e impedir a sua tarefa que estava sendo feita sem qualquer critrio, ou seja, a Morte foi subjulgada apenas depois que seus inimigos conseguiram que ele comesse o que era proibido comer. Verificamos novamente a importncia do respeito s coisas proibidas, w, cujo conhecimento s possvel atravs do sistema de if.

jgb-Also-na devolve a terra aquilo que lhe foi retirado

Conta-se que quando Oldmar procurava matria apropriada para criar o ser humano (o homem), todos os ebora partiram em busca da tal matria. Trouxeram diferentes coisas: mas nenhuma era adequada. Eles foram buscar lama, mas ela chorou e derramou lgrimas. Nenhum ebora quis tomar da menor parcela. Mas Ik, jgb-Also-na, apareceu, apanhou um pouco de lama - eerp - e no teve misericrdia de seu pranto. Levou-o a Oldmar, que pediu a sl e a Olgama que o modelaram e foi Ele mesmo que insuflou seu hlito. Mas Oldmar determinou a Ik que, por ter sido ele a apanhar a poro de lama, deveria recoloc-la em seu lugar a qualquer momento, e por isso que Ik sempre nos leva de volta a eerp.

s consegue subornar o filho de Ik

Conta-se que s buscou uma forma de subornar o filho de Ik, e este

acabou por lhe revelar o modo pelo qual Ik matava, era com o uso de uma clava a fonte indispensvel de seu poder. Sem essa clava (Op Ik), Ik tornava se impotente. s foi ajudado pr Ajp, a tartaruga, que conseguiu o que desejava, conforme o dito Ajp gb rk Iow Ik A tartaruga tirou a clava das mos de Ik. Posteriormente, fez um pacto com rnml, com a condio dele ajud- lo a recobrar a sua clava; em troca, Ik s levaria aqueles que no se colocarem sob a proteo de rnml ou aqueles que estivessem com a data j determinada para o fim de suas vidas na terra. Isto reflete a necessidade de um constante acompanhamento da situao de uma pessoa atravs do jogo. Da o provrbio Arn Ia w, a Ki Wo Ik A doena pode ser curada a morte no pode ser remediada. E ainda o od Ir-sn oso revela: Se Ik no chegar, adoremos sn Se Ik no chegar, adoremos rs Se ik realmente chegar, no adianta Ik receber sacrifcio. Ajp - Tartaruga ( ..uma face de s que se comunica diretamente com Sng )

A necessidade da morte...

Kamateteku, o Advinho da casa da alegria, Aiteteku-ise o Advinho da casa da tristeza, Bi-iku-ba-de-ka-yin-Oluwa-logo, o Advinho de Igboya ewa Alogbon-on-makuninu, Masimale ninmeyeniyi, Advinho de Afinju-maku-mase-baje Oyekeseniyi, consultou If para os sbios que convidaram os babalawo a considerarem sobre os problemas da Morte perguntando: Porque a morte deve matar as pessoas e ningum alguma vez a superou? Os babalawo disseram: If indicou que Amuniway criou a morte para o bem da humanidade. A gua que no flui se transforma em aude um aude com gua poluda; um aude com gua que pode causar doenas. A gua carrega as pessoas facilmente e gua os devolve facilmente. Que o doente retorne casa para cura e renovao do corpo, e o mau para renovao do carter. O louco se preocupou com sua famlia. Os babalawo perguntaram: O que desagradvel sobre isto? Os sbios se curvaram para If dizendo: rnml! Aboru, Aboye, Abosise. Todos eles se dispersaram e nunca mais consideraram mais a morte como um problema. rs-nla aquele chamado Amuniway.

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