Filosofia Do Direito

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FILOSOFIA DO DIREITO Lgica logos Razo / Estado Especulativo speculum Espelho, reflexiva Observao Esttica tica ethos Conduta

duta ou norma Moral Direito Formal (2 + 2 = 4) + Material (2 + 2 - nem sempre = 4) Fsica natureza Metafsica Antropologia (estuda o homem) Ontologia (estudo do ser, exceto o homem) Gnosologia (conhecimento)

Filosofia (cincia)

Lgica Silogismo jurdico: o silogismo, como expresso verbal, uma forma de argumentao dedutiva, pela qual de um antecedente, relacionando dois termos a um terceiro, tiramos um conseqente que une esses dois termos entre si. A argumentao a disposio correta de premissas para uma concluso. Em sua expresso pronta e acabada, denominada argumento. O paradigma o famoso argumento que nunca nos deixa duvidar da mortalidade de Scrates: todo homem mortal; ora, Scrates homem, logo, Scrates mortal. - Premissa maior Todo homem racional - Premissa menor Ana homem, logo, - Concluso Ana racional. O Silogismo jurdico muito utilizado, principalmente, pelos profissionais do direito (advogado, juiz, promotor de justia, procurador, entre outros) nos seus pareceres. Para a lgica, esses pareceres podem ser ditos como silogismos, que se faz atravs de dedues, que por sua vez, o raciocnio a partir de premissas mais gerais que a concluso. A estrutura padro do raciocnio dedutivo jurdico teria a seguinte forma: - na premissa maior, o enunciado de dever-ser contido na norma jurdica (a lei); - na premissa menor, o enunciado de realidade sobre o fato pertinente a norma jurdica (o caso concreto); - na concluso, a aplicao da norma jurdica ao fato (deciso). Por exemplo: 1. A pessoa que matar algum deve ser punida. 2. Ora, Jos a pessoa que matou. 3. Logo, Jos deve ser punido. O raciocnio lgico pode ser feito por qualquer um. uma lgica formal. Premissa maior: Todo homicdio punido. (Matar algum crime). Aline homicida, logo, Aline punida. Lgica formal: Tem que ser punida Lgica material: Legtima defesa A lgica formal no capaz de avaliar. Em direito, nem sempre 2 + 2 = 4 Por que o direito no s lgica formal ou material? A lgica quer estabelecer as condies a que as operaes intelectuais devem satisfazer para serem corretas. Ora, estas condies podem ser grupadas em duas grandes categorias. Existem, de incio, as condies que asseguram o acordo do pensamento consigo mesmo, abstrao feita de todo dado particular, de tal sorte que elas sejam vlidas universalmente. Existem a seguir as condies que decorrem das relaes do pensamento com os objetos diversos a que se pode aplicar. Donde as grandes divises da Lgica: Lgica formal: a parte da Lgica que estabelece a forma correta das operaes intelectuais, ou melhor, que assegura o acordo do pensamento consigo mesmo, de tal maneira que os princpios que descobre e as regras que formula se aplicam a todos os objetos do pensamento, quaisquer que sejam.
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Lgica material: a parte da Lgica que determina as leis particulares e as regras especiais que decorrem da natureza dos objetos a conhecer. Ela define os mtodos das matemticas, da fsica, da qumica, das cincias naturais, das cincias morais, etc, que so outras tantas lgicas especiais. Lgica maior, podemos ligar o estudo das condies da certeza, assim como dos sofismas pelos quais o falso se apresenta sob a aparncia do verdadeiro. Estas questes no se confundem absolutamente com aquelas de que trata a crtica do conhecimento. No se cuida, efetivamente, em lgica, seno de definir, de um ponto-de-vista formal, o que so de direito a verdade e o erro e quais so as condies de direito da certeza, enquanto que a Crtica do conhecimento tem por objeto resolver a questo de saber se de fato nossas faculdades de conhecer so capazes de atingir a verdade. Especulativo O direito algo reflexivo, mas muitas vezes nos induz a enganos. Ex. Galileu Galilei acreditava que o sol girava em torno da terra e no o contrrio. Metafsica todo prefixo meta = alm O homem se situa alm da natureza? No, o homem se situa s na natureza. tica Moral no se confunde com direito, todavia, no so opostos. Moral e direito tm elementos do direito. Em algum momento, alguma parte da moral e do direito se interseccionam Teoria tridimensional do direito (norma, valor e fato). Em 1950, havia a seguinte proposio em uma praia: Proibido entrar de biquni. Hoje, 2009, a mesma proposio (norma) jurdica tem uma interpretao muito diferente de 1950. Em 1950, a mulher no entraria na praia, colocaria um mai ou uma roupa. Hoje, a mulher entraria sem roupa, pois o contexto social outro. A partir do momento que o direito escrito, ele passa a se deteriorar. Exemplo: Antes: No cobiars o gado, a mulher e a terra do prximo. No contexto hebraico, a mulher era considerada propriedade. Hoje: No cobiars a mulher do prximo. Outra proposio jurdica: Proibida a entrada de ces. Maria poder entrar com um urso? No. A norma deve ser interpretada lgica, formal e materialmente. Sofistas: Razo, discurso e relativismo da justia Sofismo: poca clssica grega. Ano V antes de Cristo
ANO V a.C. C 476 1453 REVOLUO FRANCESA 1789 1804 CDIGO DE NAPOLEO

ANTIGUIDADE CLSSICA

IDADE MDIA

IDADE MODERNA

A palavra sofista tem conotao negativa, pejorativa. Os sofistas relativisavam a justia. Os sofistas acreditavam que a verdade, no existia, mas poderia ser construda pelo poder da persuaso, por isso eram considerados falsos sbios, ilusionistas do saber, mercenrios e interesseiros. Aspectos positivos do sofismo Ptolomeu Geocentrismo So sofistas Demcrito Teoria atmica Pitgoras Teorema de Pitgoras A Grcia clssica o bero da democracia direta. Na Grcia havia a gora que era a praa principal na constituio da plis, a cidade grega da Antiguidade clssica. Normalmente era um espao livre de edificaes, configurada pela presena de mercados e feiras livres em seus limites, assim como por edifcios pblicos. Enquanto elemento de constituio do espao urbano, a gora manifesta-se como a expresso mxima da esfera pblica na urbanstica grega, sendo o espao pblico por excelncia. nela que o cidado grego convive com o outro, onde ocorrem as discusses polticas e os tribunais populares: , portanto, o espao da cidadania. Por este motivo, a gora era considerada um smbolo da democracia direta, e, em especial, da democracia ateniense, na qual todos os cidados tinham igual voz e direito a voto. A de Atenas, por este motivo, tambm a mais conhecida de todas as goras nas polis da antiguidade.
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Um dos aspectos positivo que o embrio da democracia foi plantado pelos sofistas. Plebiscito Democracia direta Referendo Art. 14 da CF Iniciativa popular Aspectos Negativos do sofismo Ponto negativo do sofismo discurso vazio, relatividade da justia. Citao de Jorge Del Vecchio: Negando os sofistas a possibilidade uma verdade positiva, negam tambm que exista uma justia absoluta, tambm o direito, para eles algo de relativo, opinio mutvel, expresso do arbtrio e da fora: justo aquilo que favorece o mais forte. Assim perguntado ao Trazimaco se a justia um bem ou um mal ele responde: A justia na realidade um bem de outrem, uma vantagem para quem manda e um dano para quem recebe. Para haver direito tem que haver a verdade objetiva + a justia absoluta. Quando falta um dos dois elementos que compem o direito, Pseudo-direito. Qual a diferena do direito e do pseudo-direito? Todos so iguais perante a lei uma justia relativa, no traz justia absoluta. Igualdade absoluta Se tivesse na sala de aula uma pessoa com deficincia especial, o professor deveria tratar esta pessoa deficiente de forma especial isto igualdade absoluta. Instrumentos de defesa da relao equnime: CLT, CDC, ECA, Estatuto do idoso. No campo do direito e da justia, a sofstica mobilizou conceitos no sentido de afastar todo tipo de ontologia (estudo do ser, ou seja, todo tipo de reflexo) ou qualquer metafsica (estudo especulativo alm do natural, alm da natureza) em torno dos valores sociais. Nem as deusas da justia Thmis e Dik do origem as leis humanas, mas somente os homens podem fazer regras do convvio social; as leis so atos humanos e racionais que forjam no seio de necessidades sociais, o que s possvel por meio da discusso comum, da deliberao consensual, da comunicao participativa e do discurso (caso haja deliberao, discurso forjado, de modo errado, se as leis humanas provm, inclusive dos discursos, mas so convincentes. No direito preciso que haja uma verdade objetiva e justia absoluta. Se o discurso for vazio, melhor ficar quieto, pois no vai resultar em nada). De fato, o que h de comum entre os sofistas o fato de, em sua generalidade, apontarem para a identidade entre os conceitos de legalidade e de justia, de modo a favorecer o desenvolvimento de idias que se associam inconstncia da lei inconstncia do justo. Rompimento da teoria sofstica O rompimento da teoria sofstica se d com Scrates. Scrates representa uma ruptura do pensamento filosfico anterior. Por no ter escrito nada, fica difcil distinguir o que seu pensamento e o que pensamento de seus comentadores/discpulos, especialmente Plato. Scrates foi condenado a beber cicuta, devido s suas idias foi acusado de subverter os jovens e de ir contra as idias do governo. Ele teve oportunidade de salvar sua vida, mas preferiu se submeter s ms leis, como bom cidado que era. Para Scrates Prevalncia do coletivo sobre o individual Dizia Plato que as ms leis devem ser seguidas por pessoas boas para que os maus sigam as boas leis. Se todos cidados buscassem somente os seus interesses individuais o que aconteceria com a polis em termos de sua organizao? O que significaria a vida pblica para o homem que estivesse apenas interessado em seu prprio proveito? Scrates utiliza dois mtodos dialticos (Mtodos dialticos socrticos): Quer dizer interrogao. Leva o indivduo a reconhecer sua ignorncia (que nada sabe) Ironia Interrogao: desconstruo de uma idia que j foi passada. Estado experimental o estado emprico Maiutica Arte de trazer luz.

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Ironia Em grego significa interrogao. A primeira virtude do sbio adquirir conscincia da prpria ignorncia (S sei que nada sei Scrates). A ironia socrtica tinha um carter purificador, porque levava os discpulos a confessarem suas prprias contradies e ignorncias. Primeiro Scrates utilizava a ironia, fazendo, assim os indivduos perceberem que nada sabiam, que eram ignorantes. Maiutica (nasce nova idia) Significa em grego a arte de trazer luz (razo). A maiutica nada mais do que uma reconstruo da ironia. Logo, libertos do orgulho e da pretenso de que tudo sabiam, discpulos podiam, ento, iniciar o caminho da reconstruo de suas prprias idias. Sete virtudes que so frutos da poca de Scrates. Paidia significa educao Aret significa virtude Vcio o oposto de virtude Vcio o oposto de ataraxia ( aquilo que voc pode dominar) Segundo Scrates, todo erro fruto de ignorncia, assim como toda virtude fruto de conhecimento. A paidia um caminho para a aret. Scrates acha que o conhecimento deve ser estudado, praticado. Plato acha que o conhecimento inato, ele acredita na reencarnao. Erradicar a ignorncia por meio da Paidia tarefa de Scrates. Portanto, um misterioso conjunto de elementos ticos, sociais e religiosos permearam os ensinamentos socrticos, que permanecem como princpios perenes (princpios duradouros), apesar de no serem escritos. Ao contrrio de fomentar a desordem, o caos e a insurreio (levante, rebeldia, revoluo), sua filosofia prima pela submisso, uma vez que a tica do coletivo sobrepuja individual. Existe uma renncia em prol da cidade estado (polis). Plato Plato foi discpulo de Scrates e com ele conviveu durante oito anos. Plato trabalha com duas realidades: mundo material e mundo imaterial (mundo transcendente). Trabalha muito com o bem e o mal Lida sempre com paradoxos Utiliza muita dicotomia (diviso lgica de um conceito em dois outros conceitos, em geral contrrios, que lhe esgotam a extenso) No filsofo de meio termo Dizia que quem deveria governar as polis eram os filsofos, porque eles tinham conhecimentos verdadeiros. Ao contrrio de Scrates, Plato discursava em sua prpria academia. Todo sistema filosfico platnico decorrente de pressupostos transcendentes, por exemplo, a pr existncia da alma e reminiscncia da idia, ou seja, Plato diz que isso, induz reencarnao, porque segundo ele, por este motivo que uma pessoa cega capaz de reconhecer um objeto, mesmo sem nunca t-lo visto, pelo fato do conhecimento que o cego j tinha devido a sua encarnao anterior. O que h (existe) de Plato? Opostamente de Scrates, situa-se tambm na poltica, pois Scrates diferentemente de Plato, advogava atividades prtico-polticas, pois Scrates ensinava nas ruas e Plato em sua academia. Plato dividia as castas da sociedade. Uma casta no podia ascender outra, devido a reminiscncia (recordao, lembrana) das idias, o indivduo no pode se desgarrar de sua misso, de seu destino. Cabea Peito Baixo ventre Plato dividiu o corpo humano em trs: Nela h alma logstica (razo) Nele h alma irascvel (emoo) Nela h alma apetitosa (no sentido de apetite sexual)

A alma logstica corresponde parte superior do corpo humano cabea. A alma irascvel corresponde parte mediana do corpo humana peito. A alma apetitosa corresponde parte inferior do corpo humano baixo ventre.

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Consequentemente, o governo ideal deveria ser dividido tambm em trs. Deveria ser composto assim: Cabea Alma logstica Filsofos apenas coordenavam a conduta poltica Peito Alma irascvel Guerreiros apenas lutavam Baixo ventre Alma apetitosa Artesos - comerciantes Uma casta no sobrepujava outra. No haveria hierarquia. A polis, deveria ser gerida de forma autnoma, a fim de se chegar num fim comum. O governo uno, mas dividido em trs, cada um representava 1/3. Antagonismo Platnico Aparncia Mundo material X Essncia Mundo imaterial

Arstocles o nome de Plato. Acreditava que as coisas eram da forma que ele pensava e ponto. O que lhe interessa o mundo transcendental. Segundo Plato, haveria um mundo imaterial, eterno e imutvel, totalmente separado do mundo material ou sensvel que s poderia ser acessado por meio da razo. A doutrina platnica considerava que as coisas materiais eram meras aparncias, sempre se transformando e que no permitem, por isso, chegar a um conhecimento verdadeiro. Um dos legados positivos de Plato foi o conhecimento da diviso do corpo humano.

Juiz a bola da lei. Juiz uma justia animada, ou seja, juiz uma justia que tem vida, procura o equilbrio anterior contenda. O juiz o mediador de todo o processo e aplicador da justia corretiva. O injusto corresponde a tomar mais do que bom e menos do que ruim. A funo do juiz ser retirar daquele que se apropriou de poro maior do que bom, redistribuindo-a ao outro ou atribuir mais do que ruim quele que se esquivou de faz-lo por sua prpria vontade. Ex. descumprimento de um dever. Sendo a relao entre as partes prejudicada pela existncia de uma disputa, comumente recorre ao juiz, dentro de uma ordem poltica organizada, ou seja, o imprio da lei, sujeito ao qual incumbe restabelecer a igualdade, servindo-se no de seus interesses, mas do consubstanciado da lei. Essa igualdade relativa e objetiva, no subjetiva e absoluta, porque visa resguardar um direito anterior e se fosse absoluta no precisaria da justia para resolver isso. A lei para todos um guia entre as partes, o juiz tem que fazer a fundamentao com a justia universal, tem que usar o imprio da lei. O juiz tem liberdade dentro do imprio da lei, no pode fundamentar sua deciso em crena particular/pessoal. Concluso: Ns percebemos que alm do tema justia, Aristteles traz outro to importante quanto: o tema da equidade, a justia requer uma pluralidade de classificaes atinentes as suas diversas concepes e equidade. Vai alm do juzo de mediedade ou proporcionalidade. A justia total destaca-se como sendo uma virtude da observncia da lei complementada pela noo de justia particular corretiva presidida pela igualdade aritmtica e a distributiva presidida pela igualdade geomtrica. Igualdade aritmtica = 2 + 2 = 4 a igualdade estvel Igualdade geomtrica = depende do coeficiente utilizado A justia tambm ser exercida nas relaes domsticas, ou seja, seriam normas destinadas para o lar ou polticas (quer dizer legal ou natural). Assim cumpre ao juiz debruar-se na equanimizao das diferenas surgidas da desigualdade, pois ele representa a justia personificada. Para Aristteles o juiz o nico que pode fazer a justia equitativa. Somos iguais na essncia, mas somos diferentes na aparncia.

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FILOSOFIA DO DIREITO II ROSSEAU (Jean Jacques Rousseau / 1712-1778) As idias de Rousseau foram utilizadas na Revoluo Francesa (1789). Rosseau, assim como Hobbies, afirmava que ns abrimos mo de alguns direitos para o Estado, no somos to livres como pensamos ser. Atravs do contrato social, abrimos mo de alguns direitos como a liberdade. Dizia que o homem nasce bom por natureza e a sociedade o corrompe. Para Rousseau no deveria haver contrato social. Grandes obras: Emlio (da educao) o homem deveria sofrer alguma influncia somente a partir dos 15 anos, porque s a partir dessa idade que ele tem autonomia psquica da sua intelectualidade/vontade e tem o discernimento do que certo ou errado. O Contrato Social o movimento pregava uma cultura laica at onde se tinha o clero como primeiro Estado, a nobreza como segundo Estado e o povo como terceiro Estado. Clero Nobreza Povo Grandes fatos histricos: Revoluo Francesa (1789) Revoluo Americana (1776) A atmosfera da poca era de liberdade, igualdade, fraternidade. A grande transformao da liberdade foi a transformao do Estado em laico (laicizao do Estado). Rev. Gutemberg Gutemberg foi o primeiro a fazer a reimpresso de livros de modo mecnico. O clero detinha o monoplio das informaes. A origem do habeas data tambm de Gutemberg. Habeas data: um remdio constitucional. Ao para garantir o acesso de uma pessoa a informaes sobre ela que faam parte de arquivos ou bancos de dados de entidades governamentais ou pblicas. Tambm pode pedir a correo de dados incorretos. Sendo a bondade intrnseca a natureza humana, o Estado cvico s pode corresponder a um Estado degenerado da convivncia humana, em que o desgoverno e a corrupo se exala. O que adianta o Estado que visa o bem comum, se este est repleto de corrupo? O que adianta o homem abdicar de suas liberdades individuais e naturais para ingressarem num convencionalismo contratual? O homem abre mo de liberdades para ingressar num convenionalismo/contratualismo? A liberdade no absoluta devido ao contratualismo. O contrato social garante a continuidade do Estado de natureza? O Estado de liberdade ser uma resposta para essas perguntas? A resposta a estas perguntas est implicitamente na terceira pergunta. Rousseau foi precursor de Marx. Anarquia uma palavra grega que significa literalmente "sem governo", isto , o estado de um povo sem uma autoridade constituda. Antes que tal organizao comeasse a ser cogitada e desejada por toda uma classe de pensadores, ou se tornasse a meta de um movimento, que hoje um dos fatores mais importantes do atual conflito social, a palavra "anarquia" foi usada universalmente para designar desordem e confuso. Ainda hoje, adotada nesse sentido pelos ignorantes e pelos adversrios interessados em distorcer a verdade. Tratado de 1969 todos os pases que so signatrios da ONU seguem esta linha: Direitos civis e polticos so chamados de blue rights (EUA) Direitos econmicos sociais e culturais so chamados red rights (Unio Sovitica) Essa classe de direitos realizada pelas aes blue rights so por negao, basta o Estado no intervir, no fazer A outra classe realiza por omisso red rights (art. 7 todo de ao e o 5 praticamente todo por omisso) Rousseau trabalha com as liberdades naturais x direitos civis, no fala de direitos econmicos sociais. O homem nasceu livre, mas porque o homem encontra-se sobre ferros? Antigamente os homens eram presos, aqui a conotao da perda da liberdade. Perdemos parte dos direitos naturais no s a proibio, o que ilegal, mas tambm, o que reprovvel pela sociedade, em troca de direitos civis. Na estrutura social que temos hoje, no podemos fumar maconha, porque a sociedade reprova.
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A Revoluo Francesa quebra esta estrutura

Essa questo que fomenta a pesquisa de Rousseau sobre os direitos e deveres, estados de natureza e estado civil ou contratos sociais. Rousseau afirma que o homem feliz em seu estado natural. So os direitos que antecedem ao pacto bem diverso daqueles formados pelo pacto, pois estes ltimos podem ou no respeitar os primeiros. Distinguiam os respectivos direitos nativos do cidado e ps soberania. Os primeiros so sujeitos aos direitos naturais e os segundos... Alguns direitos... de acordo com a cultura de cada pas. Os direitos civis seriam, quando conforme queles os direitos naturais declarados pelo Estado, desta forma, o contrato social encontra seus limites nos direitos naturais dos pactuantes. Nenhum direito civil que provm de um pacto pode limitar o direito natural de ir e vir do indivduo. O limite do contrato social esbarra nos direitos naturais. O normal que o contratos social no poda a liberdade. Na teoria do contrato social de Rousseau existe um local preciso e determinado para os direitos naturais. Rousseau era contra a escravido, esta idia era precoce para a poca. Rousseau foi tambm considerado precursor da democracia. Nenhum homem possui por natureza nenhum direito de submeter outro homem. O homem s deve ceder ao poder legtimo, ou seja, aquele constitudo pela vontade de adeso ou de deliberao e jamais aquele constitudo pela fora fsica. (A deliberao deveria ser da maioria.) Quando no incio do contrato social (obra de Rousseau), Rousseau escreveu as fatdicas palavras o homem nasceu livre e por toda parte encontra-se em cadeias, indicou na libertao das cadeias, no ideal da liberdade, o sentido da histria, assim a Revoluo Francesa, apareceria a seus grandes contemporneos como a primeira e entusiasmante realizao desse ideal. Para Rousseau a liberdade ligada ao aspecto econmico do individuo. Temos uma lei geral e abstrata que iguala todos e uma lei particular e concreta, pois cada um tem sua peculiaridade. Rousseau diz que h mais discriminao por quem tem mais, no entanto, na essncia somos todos iguais. A pessoa nasce livre, mas se submete as presses sociais, porque a sociedade cria um padro. Concluso: Rousseau diz que precisamos refundar, estruturar novamente a sociedade. Refundar as regras do convvio social, nisso reside o envolver terico de Rousseau. Sua proposta mantm a ordem do Estado e renuncia ao caos e a desordem. Institui o culto do Estado de natureza e privilegia a liberdade e enaltece os fins sociais. Com isso quer se opor as aparas (o estado de policia/poder de policia) e ao exerccio do poder do estado em face do individuo, que luta por sobreviver numa sociedade que to ou mais desigual que seu estado natural.. KANT A partir de Kant, a moral no est inserida no direito, assim como, para Maquiavel, a poltica no tem nada de tica. Com o passar do tempo, Kant diferenciou a moral do direito. Ento, para Kant: A moral seria o ser (sein) Nem tudo que moral direito O direito seria o dever ser (dever ser) Nem tudo que direito moral tica kantiana fazer de sua conduta individual universal parte do individual para o universal. Voc faz uma doao para uma casa de caridade, a partir do momento que voc divulga a doao, voc est procurando reconhecimento, ou seja, fez a doao esperando algo em troca, passa a ser direito. Kant afirma que a moral no algo externo, a moral algo interno, a partir do momento que voc externaliza algo, passa a ser direito. Ex: Voc tem vontade de matar algum. Se voc no externalizar esta vontade, no poder ser punido por algo que no externalizou. A partir do momento que voc externaliza, voc corre o risco de ser punido. Kant diz que se voc faz algo esperando algo em troca, no moral, direito. O direito e a moral, no sistema kantiano so duas faces do mesmo todo, todavia, no se confundem. Uma pertence a exterioridade e a outra a interioridade. O direito e a moral no se confundem, mas tambm, no so opostos. A moral algo ntimo e o direito no. Fazem parte do mesmo todo. O agir jurdico tem um nico objetivo: o cumprimento do dever pelo dever (ns cumprimos o dever pelo dever). Kant: - Toda lei s existe porque existe uma sano ns s agimos de acordo com a lei, por medo da sano. Uma sociedade que tem mais leis uma sociedade que tem menos moral. Quanto maior a quantidade de leis, menor a moralidade da sociedade. Quanto maior a quantidade de leis, maior a moralidade da sociedade. Podem encontrar aes conforme a lei positiva, como por exemplo, temor da sano, tambm quando agimos com o temor do escndalo, tambm agimos pelo dever do dever. No s o medo da sano legal, s vezes temos medo da sano social. Ex. Quando algum pratica um aborto, est com receio tambm da sano social.
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A grande diferena entre moralidade e juridicidade : Moral Direito A moralidade pressupe autonomia e liberdade O direito pressupe a coercibilidade voc faz se quiser voc faz se quiser, mas se fizer ser punido A moral ao mundo das relaes internas O direito pertence ao mundo das relaes externas A moral s tem um arbtrio, o seu, a sua liberdade O direito se constitui na relao de dois ou mais e autonomia de fazer ou no. arbtrios. A funo do direito no de prescrever este ou aquele dever substancial com relao aos sujeitos dos vrios arbtrios, mas sim, de lhes prescrever a maneira de coexistir, as condies por meio das quais o arbtrio de um possa coexistir com o arbtrio dos demais. O nosso direito vai at onde o direito do outro comea este direito ao qual nos referimos, no o direito de lei, o que pressupe justia, mas sim, o direito individual. Nosso direito pressupe que a liberdade de um vai at onde a liberdade do prximo termina. Assim, o direito o que possibilita a livre coexistncia dos homens, em nome da liberdade, pois somente hoje, a liberdade limitada, a liberdade de um no se transforma numa no liberdade para o outro, e cada um pode usufruir da liberdade que lhe concedida pelo direito de todos os outros de usufruir de uma liberdade igual dele. Se observamos a liberdade, poderemos perceber que cada um tem um limite. Subjetivamente, a nossa liberdade no ampla. O que regula esta relao o Estado, mas na poca no era, por isso inovador. O Estado ser o instrumento para a realizao dos direitos. Trata-se apenas de um estado de direitos, isto se d nos direito humanos, direito dos homens, no falamos deveres dos homens, isto kantiano, ns tornamos extrema a idia que regulamenta o convvio das liberdades, de modo a permitir que todos convivam. Para Kant, somente a moral no eficaz para a coexistncia de uma sociedade, necessrio ter uma normatizao. No existe uma sociedade fundada somente com base na moral, preciso ter o direito como principal condutor para a organizao social. O direito imprescindvel para a sociedade devido coero legal, j a moral no. Kant ficou famoso por sua obra Paz perptua. Essa idia do estado universal acredita que um dia alcanaremos o estado universal atravs da federao. Uma federao de estados que no tire a autonomia de outros estados. Kant acredita numa paz perptua atravs de um estado de federaes, onde a soberania das naes no seriam perdidas. Esta idia de paz perpetua, vem de longa data, Dante Aligheri j falava da paz perptua. Para Kant e sua poca era algo inovador. O ente intergovernamental que forte jurdica e moral perante os outros signatrios. A teoria da paz perptua estaria fundamentada em quatro pontos principais: - Os Estados e suas relaes externas vivem ainda num estado no jurdico ou juridicamente provisrio. - O Estado de natureza e o Estado de guerra e, portanto, o Estado injusto. Para propor o estado universal, Kant parte do pressuposto que o estado de natureza um estado injusto, porque um Estado de guerra. Assim como Hobbies, o Estado de natureza Estado de guerra. - Sendo este Estado injusto, os Estados tem o dever de sair do mesmo e fundar uma Federao de Estados, segundo a idia de um contrato social originrio, ou seja, uma unio dos povos por meio da qual eles sejam obrigados a no se intrometer nos problemas internos uns dos outros. Essa no intromisso de um povo no outro povo, no existia na poca. Essa figura em nossa constituio a autodeterminao dos povos idia de Rousseau e Kant. - Essa federao no institui um poder soberano, ou seja, no d origem a um estado acima dos outros, ou super estado. Um exemplo atual disso seria a Unio Europia e a do passado era o Imprio Romano, que era um Estado que receptava a autonomia de outros Estados por ele anexados.

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