Centro de Usinagem e Torneamento CNC. Cristhian Marchi Hugo Meneses

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1.

Resumo
Com o presente trabalho, pretendemos expor os principais subsistemas das maquina-ferramentas com CNC, particularmente do Centro de Usinagem e o Centro de Torneamento CNC. Tambm apresentaremos uma srie de aplicaes e vantagens para o uso deste tipo de mquina ferramenta. A pesquisa em relao ao Centro de Usinagem e o Torneamento CNC foram feita mediante a consulta de catlogo dos principais fabricantes e por trabalhos tcnicos, disponibilizados pelos fabricantes ou produzido por professores vinculados a essa rea. Dessa forma tentamos apresentar um relatrio que caracteriza com abrangncia essas principais caractersticas, de forma bem ilustrada e sobre tudo, clara. Palavras chaves: usinagem, maquina-ferramenta, CNC , centro de torneamento, centro de usinagem, produtividade, automatizaao.

2. Introduo
A cada dia mais e mais empresas, tanto as grandes empresas como as pequenas oficinas de usinagem, optam pela compra de uma maquina-ferramenta com CNC, isto devido a que elas hoje em dia apresentam o mais dinmico processo de fabricao . Se bem adquirir uma mquina com CNC representa um investimento inicial alto, este investimento rapidamente compensado graas as vantagens que elas oferecem em comparao as mquinas convencionais. Estas maquinas inovadoras so relativamente novas e o resultado do avano tecnolgico e das pesquisas sobre maquinas operatrizes comandadas numericamente. Equipamentos com CNC se diferenciam principalmente das convencionais porque no necessitam de gabaritos, limites ou cames que proporcionem o controle dos movimentos da mquina. Estes movimentos so comandados atravs de dados de entrada que determinam os movimentos a serem executados. Os centros de Usinagem e os Tornos CNC so exemplos de mquinas-ferramentas comandadas com controle numrico e nas seguintes pginas apresentaremos as caractersticas e o funcionamento delas.

3. Histrico
3.1 Origem das maquinas automatizadas Desde muito tempo atrs, o homem procurou estabelecer um sistema de linguagem para quantificar atividades gerais.

Com o desejo de aumentar a produo, reduzir os custos e uma alta qualidade, se iniciou uma incessante procura, atravessando fases, tendo sido utilizados variados smbolos, at que se chegou fase da numerao. O inicio do comando automatizado se relata no ano 1725, onde foi construda a primeira maquina de tecer que realizava suas funes automaticamente. Ela recebia os comando atravs de um carto perfurado. Essa tecnologia foi aplicada em diferentes campo com o decorrer dos anos. Em 1863, M. Fourneaux patenteou o primeiro piano automatizado, utilizando o principio de passar ar atravs de um rolo de papel perfurado , chamando-a de pianola. Em 1842, Pascal construiu uma calculadora mecnica.

Figura 1 - Primeira maquina de tecer automatizada Fonte: www.taringa.net/posts/ciencia-educacion/5663481/_Historia-de-generaciones-de-lascomputadoras_.html

Figura 2 - Carto perfurado Fonte:trasheap.blogspot.com.br/2011/12/historia-de-la-informatica-i.html 2

3.2 O inicio do CNC O primeiro intento de aplicao do controle numrico em maquinas operatrizes se remonta ao ano 1949 no laboratrio de Servo Mecanismo do Instituto Tecnolgico de Massachusetts (M.I.T) associado ao U.S Air Force, onde uma fresadora de trs eixos foi a maquina escolhida para a experincia. Muitas pesquisas foram promovidas pela U.S Air force para a produo de estruturas de avanados avies militares a jato, com construo em um curto perodo de tempo, entre o projeto e a fabricao. Isto foi uma excelente oportunidade para testar o controle numrico. Na dcada de 50 o mtodo pratico para o aumento do rendimento das maquinas convencionais era a adaptao do controle numrico. Isto requeria um considervel retrabalho, mas a partir do final dessa dcada que comearam a ser produzidas grandes maquina-ferramentas com controle numrico includo. A maioria delas destinadas as industrias de aviao. Em 1958 os equipamentos com controle numrico foram dotados de um trocador automtico de ferramentas. J em 1962, todos os grandes fabricantes de maquina-ferramentas estavam empenhados no controle numrico. 3.3 Principais datas Segundo Machado (1986) as principais datas so: 1940- Mark I: primeiro computador construdo pela Harvard e pela IBM. 1949- Contrato da Parson com a USAF para se fabricarem maquinas com CN. 1952-Desenvolvimento do sistema de programao pelo MIT 1957- Inicio da comercializao do CN 1959- Primeira maquinas com trocador automtico de ferramentas para a venda. 1962- A BENDIX desenvolve o Comando Adaptativo. 1967- Primeira aplicaes de CN no Brasil. 1970- Aplicao dos primeiros comando CNC 1971- Fabricado no Brasil o primeiro torno com CN pela ROMI 1977-Comandos numricos com CNC usando a tecnologia dos Micro-processadores. 1980- Sistemas flexveis de fabricao so aplicados em larga escala.

4. Comando Numerico
Comando Numrico um equipamento eletrnico capaz de receber informaes por meio de entrada prpria, compilar estas informaes e transmiti-las em forma de comando maquina 3

operatriz, de modo que esta, sem a interveno do operado, realize as operaes na sequncia programada. Tambm podemos entender o Comando Numrico como uma forma de automao programvel, baseada em softwares compostos de smbolos, letras e nmeros. O cdigo de instrues formado por blocos de informaes, que so grupos de comandos suficientes para permitir que a mquina realize uma operao individual. Cada bloco tem uma sequncia e executado numa ordem numrica. Para entender o princpio bsico de funcionamento de uma mquina ferramenta Comando Numrico, pode-se dividi-la, genericamente, em duas partes: - Uma unidade de assimilao de informaes, recebidas atravs da leitora de fitas, entrada manual de dados, micro, entre outros; - Uma unidade calculadora, onde as informaes recebidas so processadas e retransmitidas s unidades motoras da mquina ferramenta. O circuito que integra a mquina-ferramenta ao CN denominado de interface. O Comando Numrico pode ser utilizado em qualquer tipo de mquina-ferramenta. Sua aplicao tem sido maior nas mquinas de diferentes operaes de usinagem, como Tornos, Fresadoras, Furadeiras, Mandriladoras e Centros de Usinagem. Em este trabalho em particular estudaremos os Centro de Usinagem e Tornos CNC. CNC significa Comando Numrico Computadorizado. A distino entre CN e CNC somente com referncia ao comando em si. Os programas sero sempre chamados de Programas CN. O CNC pode ser alm de interrompido, modificado. A mquina dotada de Comando Numrico Computadorizado tem seus acionamentos controlados por sistema eletrnico que por sua vez comandado por um computador que auxilia no arquivamento de parmetros de funcionamento e dados de ferramentas e dimenses de peas tambm chamado de programa, o programa de usinagem nada mais do que uma sequncia de informaes inseridas no comando da mquina e codificado para o sistema binrio, e esse interpretado por um CLP que envia sinais refinados aos motores responsveis por acionamento dos eixos de deslocamento de carros e mesas de mquinas operatrizes.

5. Vantagens da tecnologia CNC


Apesar do investimento inicial de uma mquina-ferramenta CNC ser maior que o de uma mquina convencional mecnica, aquela tem uma srie de vantagens que, dependendo das peas a serem usinadas, ter uma relao "custo x benefcio" melhor que a do equipamento mecnico. Segundo FERRARI (2006)

As principais vantagens da tecnologia CNC so as seguintes: - Rpida preparao da mquina, principalmente quando o programa CNC j estiver otimizado e o ferramental de corte disponvel e os meios de fixao disponveis. - Alta flexibilidade no trabalho. Em funo da rpida preparao da mquina, torna-se econmica a produo, tambm, de pequenas e mdias sries. - Fcil e rpida alterao do programa CNC. Alteraes de dimenses da pea de trabalho e parmetros de corte, como avanos e velocidades de corte, so realizadas rapidamente mesmo durante a produo. - Correo de medidas durante o processo. As correes de medidas, devido ao desgaste das ferramentas de corte, so feitas rapidamente pela introduo dos incrementos, deixando as peas dentro das suas tolerncias. - Trabalho com parmetros de corte otimizados. Como os avanos dos carros portaferramenta e a rotaes do fuso principal e das ferramentas acionadas so programveis de forma contnua e sem escalonamentos, possvel de se trabalhar nas suas condies ideais em funo do material que est sendo usinado, das tolerncias e do grau de acabamento superficial. - Altas rotaes do fuso principal. Esta condio faz com que se atinja tempos de ciclo mais rpidos e acabamentos superficiais ideais, alem de permitir a usinagem de aos endurecidos. - Altas velocidades de avano rpido. Esta caracterstica fundamental para se diminuir os tempos mortos nas aproximaes e retrocessos das ferramentas de corte. - Aplicao de ferramentas de corte de alto rendimento, como metal duro, cermica, CBN e outras de ltima gerao. - Conforto operacional, tanto na preparao da mquina, como na sua manuteno. - Menor necessidade de manuteno mecnica. Como os acionamentos so feitos atravs de spindle-motors e servo-motores de alto rendimento, fica dispensado o uso de caixas de cmbio, trens de engrenagens, embreagens e outros elementos mecnicos de mquinas.

6. Mquinas CNC X Mquinas Convencionais


Usar uma mquina CNC no significa substituir o operador por um computador, pode-se fazer qualquer coisa que se faa em uma mquina CNC em mquinas convencionais. As principais diferenas so a produtividade e repetibilidade das peas sendo que em alguns casos a diferena de tempos pode ser considerada infinita, pois a complexidade das peas pode exigir um empenho sobre-humano do operador. Falando desta maneira pode-se at entender que o ganho do CNC sobre o convencional no to grande, porm isso um grande equivoco, pois a partir do advento do CNC foi possvel criar peas com geometrias de extrema complexidade em tempo recorde, peas, cuja fabricao era possvel apenas nas mos experientes de um exmio mestre modelador. - Peas com geometrias complexas. - Peas de grande preciso dimensional. -Peas com alto grau de acabamento na superfcie usinada. -Em peas que utilizando-se o sistema convencional resultam em grande nmeros de refugos e retrabalho.

7. Constituio Basica de uma maquina-ferramenta CNC


Em geral uma maquina-ferramenta CNC composta por trs elementos principais. - A maquina (figura 3) -ferramentas que usinam a pea (maquina-ferramenta convencional)

Parte Mecnica de Mquina CNC

Figura 3 - Maquina CNC Fonte: www.mundocnc.com.br/avan4.php

- O comando CNC que comanda essa usinagem.

Figura 4 - O comando numrico Fonte: Foto tirada da maquina Charles MCV-955

- Os Servo-Motores. Estes giram na velocidade e tempo necessrios para que cada eixo atinja os valores de posio e velocidades, estipulados em cada bloco do programa CNC.

Figura 5 - Servo-motor de uma maquina CNC Fonte: www.mundocnc.com.br/avan4.php

8. Componentes Comandados em maquinas-ferramentas CNC


Os componentes comandados de uma maquina-ferramenta CNC so:

- Eixos de avano. -Acionamento de avano - Dispositivo de medio - Arvore principal. -Meio de fixao da pea - Dispositivos de troca de ferramentas. - Eixos giratrios e demais eixos de avano

9. Componentes Basicos da Programao CNC


9.1 Painel de Operao O elemento essencial do comando numrico o painel de operao, localizado na mquinaferramenta e ser esta interface que receber, atravs de alguma forma de transmisso de dados, todas as informaes necessrias para realizao de uma operao de usinagem desejada e tambm registrar o andamento da mesma. Os painis de operao diferem de um fabricante para outro mas na figura possvel identificar os principais elementos do painel de operao

Figura 6 - Painel de Operao Fonte: Iniciao ao comando numrico. SENAI

10. O Programa CNC


A tecnologia CNC facilitou o processo de usinagem das peas. Ela trousse vantagens na preciso, flexibilidade e repetibilidade nos processos. A principal desvantagem ocorre na durao do processo de usinagem, que costuma ter uma longa durao em relao aos processos de usinagem convencionais. Nas maquinas-ferramentas com CNC os seguintes passos so seguidos: 10.1 Recebimento do desenho Da mesma forma que no processo convencional, inicia-se com o recebimento do desenho, o qual deve ser analisado e compreendido. O anlise deve ser completo para no deixar de lado detalhes que no esto graficamente representados. 10.2 Desenho em CAD O ideal seria o recebimento do desenho em CAD, pois muitas das coordenadas necessrias para a programao esto implcitas nos desenhos cotados de forma padro. Nesta fase deve-se escolher o ponto zero da peca, e no caso o desenho seja recebido em CAD, s deve-se localizar o ponto nas coordenadas X=0, Y=0 10.3 Planejamento do processo Esta fase envolve as seguintes tarefas: -Definio do mtodo de fixao da peca: Dependendo da peca a ser usinada, nos casos gerais pode-se usar dispositivos de fixao como morsa ou grampos. Nos casos especiais deve-se projetar e construir uma peca que atenda as caractersticas necessrias para cada situao. -Definio dos processos de usinagem e a sequncia: Os processos e a sequncia sero definidos tendo em conta as ferramentas no porta-ferramenta e a qualidade do acabamento desejado. -Escolha das ferramentas que sero utilizadas. -Determinao dos dados tcnicos para cada ferramenta: Velocidade de corte, velocidade de avano, rotao da ferramenta, profundidade de corte, numero de passadas, entre outros.

10.4 Programao - Funes preparatrias (G): Estas funes so as mais importantes na programao CNC, porque elas controlam a maneira em que a maquina vai se deslocar sobre a superfcie da pea a ser usinada. So tambm conhecidas como G-codes ou Codigos-G, os valores vo de 00 at 99, cada uma com una funo determinada . - Comando M: utilizado para indicar maquina que devem ser realizadas operaes como; parada programada, rotao do eixo arvore para direita ou para esquerda, entre outros. O comando M vai de 00 at 99, desse jeito permitindo programar at 100 funes auxiliares diferentes. - Comando F: o comando correspondente velocidade de avano e vai seguida de um numero de quatro dgitos que indicam a velocidade de avano. - Comando S: Comando correspondente velocidade de rotao do cabeote principal. programado diretamente em revolues por minuto, utilizando quatro dgitos. - Comando T Comando correspondente ao numero da ferramenta que vai ser utilizada. A letra T vai seguida de quatro dgitos, onde os dois primeiros indicam o numero da ferramenta que ser utilizada e os dois restantes o numero de correo das mesmas.

10.5 Execuo do processo de usinagem nesta fase onda as vantagens do Centro de Usinagem CNC so percebidas. O ndice de produtividade bem alto em comparao com as maquinas-ferramentas convencionais. E desse jeito, com esta vantagem de rpida produo, e com as facilidades que proporciona o CNC, vem o custo elevado.

10.6 Sistema de coordenadas Antes de comear a efetuar deslocamentos para usinar uma peca necessrio conhecer os pontos de referencia em relao maquina para desse jeito defini-los na peca. Os pontos de referencia fundamentais so:

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M= zero maquina Ponto de referencia fixado pelo fabricante da maquina e que no pode ser modificado pelo usurio. O ponto M considerado o origem de coordenadas, e a partir dele so medidas todas as dimenses da maquina. R= ponto de referencia Assim como o ponto M, o ponto R fixado pelo fabricante e no pode ser modificado, a partir do qual se comunica ao controle a posio da mesa. N= ponto de referencia para montagem da ferramenta tambm determinado pelo fabricante. Est localizado sobre a base do eixo principal e no eixo guia da ferramenta. utilizado para estabelecer as correes das ferramentas. W= zero peca Ponto estabelecido pelo programador para que sirva de referencia na programao de movimentos. Ele pode ser modificado a quantidade de vezes que for precisa pelo programador.

10.6.1 Coordenadas polares At agora o mtodo de determinao dos pontos era descrito num sistema de coordenadas cartesianas, porm existe uma outra maneira de declarar os pontos, neste caso, em funo de ngulos e centros. O ponto, a partir do qual saem as cotas chama-se plo (centro dos raios).

Figura 7 - Coordenadas polares Fonte: Apostila Escola SENAI, Campinas 11

10.6.2 Desfaamento zero Tendo em conta os pontos vistos anteriormente, poder ser observado que o ponto M nao muito til na hora de realizar as programaes porque no tem nada a ver com a peca que sera usinada. Para que esse ponto seja til, deve ser colocado sobre a peca. Este processo recebe o nome de desfaamento zero, onde o ponto M deslocado at o ponto W ( ponto zero da pea). Ento, depois de ser realizada esta operao, o ponto M ter uma maior utilidade na usinagem da peca e dependera sempre da pea que ser usinada.

10.7 Correo de ferramentas A correo de ferramentas serve para simplificar a programao. Apesar das mais diversas formas e dimenses das ferramentas usadas, s necessrio programar o contorno da pea acabada. Com o auxilio de correes de ferramentas tambm possvel usinar uma determinada pea com diferentes ferramentas, sem fazer alteraes do programa. Durante a programao, portanto, deve ser dada ateno total s medidas da pea, sendo que as medidas da ferramenta so calculadas apenas durante a usinagem, pelo comando.

10.7.1 Dimenses diferentes da ferramenta Alem das correes geomtricas da ferramenta, tambm pode ser realizado um controle automtico da vida util. As ferramentas gastas podem ser trocadas automaticamente por ferramentas de reposio. Esta facilidade de troca muito necessria na produo em serie com centro de usinagem. As informaes ate o momento so para a posio do ponto de referencia da ferramenta. Para executar o deslocamento em referencia ponta da ferramenta, o comando deve receber informaes do comprimento da ferramenta e do raio. Estas medies devem ser feitas da execuo do programa, por um dos seguintes modos: - regulagem previa externa da ferramenta ou - por encosto na pea Na regulagem previa, a ferramenta medida por completo dentro de um dispositivo fora da maquina. Encostando a ferramenta na pea, determinado um valor diferencial em relaao ferramenta zero ou um bloco de medio. Assim podem ser calculados os dados da ferramenta.

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11. Centros de Torneamento CNC


Centro de torneamento, tambm denominado torno multitarefa, uma mquina-ferramenta de alto rendimento que conta com um elevado grau de automatizao, possibilitando controlar diversos eixos lineares e circulares e utilizar tanto ferramentas fixas como acionadas, com o objetivo de usinar peas complexas com elevada preciso por completo. Os principais segmentos da indstria que usam estes equipamentos so as indstrias de componentes automotivos, de telecomunicaes, aeroespacial, hidrulica e pneumtica, ferramentarias e, cada vez mais, na rea mdico-hospitalar, onde so utilizadas para a produo de peas como prteses, parafusos ortopdicos e implantes dentrios. Apesar de o investimento inicial ser maior do que o necessrio para um conjunto de mquinas convencionais ou mesmo CNC clssicas, os resultados em mdio prazo so incontestveis. Os principais motivos pelos quais os centros de torneamento so utilizados,so a eliminao de operaes posteriores, a realizao de usinagens completas em uma nica mquina, a obteno de melhor preciso e maior produtividade, a reduo da mo de obra, a diminuio significativa da ocupao de espao, a reduo dos gastos com a energia eltrica e, finalmente, a produo de peas a custos menores. Existem no mercado de mquinas-ferramenta centros de torneamento dedicados aos trabalhos a partir de barras e outros que trabalham com placas de fixao para peas de maior porte.

Figura 8/Figura 9 - Operaes simultneas e fresamento transversal Fonte: www.tornoautomatico.com.br

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11.1 Aplicaes Os tornos em geral tm uma ampla e importante aplicabilidade para a fabricao em engenharia. Nesta seo se apresentara fotos com o intuito de dar uma idia inicial sobre as aplicaes, atravs de exemplos especficos. O centro de torneamento CNC possui diversas aplicaes, destacam-se entre elas usinagens de grande preciso dimensional, peas de grande complexidade geomtrica e de fabricao. As principais vantagens de se utilizar o torno CNC em detrimento de outros tambm so os curtos ciclos de trabalho, rpida preparao da mquina entre uma pea e outra.

11.2 Produo Flexivel A diversificao de produtos nas empresas, a rpida substituio dos modelos produzidos e a forte concorrncia internacional fazem com que a produo de um mesmo item seja reduzida drasticamente, privilegiando a produo flexvel. Da a importncia das mquinas-ferramenta CNC para viabilizar esse novo formato de produo que o competitivo mundo globalizado exige das indstrias. 11.3 Torneamento Duro Torneamento duro uma operao de usinagem de acabamento por rotao de peas com mais de 48 HR de dureza (Dureza Rockwell). Operaes como torneamentos longitudinais, faceamentos e rosqueamentos podem ser realizadas em tornos CNC. Os tornos CNC devem ser rgidos e as ferramentas de corte mais utilizadas so as pastilhas de cermica e CBN. Dependendo do material a ser trabalhado, a usinagem pode ser feita a seco ou utilizando-se leos solveis.

11.4 Caracteristicas do Centro de Torneamento - Alta Preciso: A alta preciso o que o faz aplicvel a usinagens de grande exigncia dimensional. Essa alta preciso advm de detalhes construtivos anteriormente citados. Podemos relacionar o timo acabamento proporcionado por ela, dispensando na maioria das vezes processos posteriores de retificao especialmente para eixos de ajuste e peas de contato como roll drives com tolerncias bastante restritas. - Alta Repetibilidade: Por existir a possibilidade de utilizar sempre a mesma rotina na usinagem (o programa de CN), a repetibilidade extremamente alta, o que bastante necessrio em situaes de produo seriada. 14

- Alto Grau de Rigidez: O elevado grau de rigidez de suma importncia para que as propriedades anteriores se efetivem, se o sistema sofrer grandes deformaes a preciso ser afetada. Tambm com uma elevada rigidez diminuem-se os deslocamentos nos modos de vibrao, e faz com que eles aconteam em freqncias maiores se distanciando da faixa de utilidade, evitando com que as vibraes do sistema atrapalhem o processo. - Elevada Velocidade de deslocamento de Carros: A elevada velocidade de deslocamento dos carros permite avanos bastante grandes de modo a diminuir o tempo de usinagem, contribuindo significativamente para o aumento de produo.

11.5 Subsistemas do Centro de Torneamento CNC 11.5.1 Subsistema de Suporte responsvel pelo suporte de todos os rgos da mquina. constitudo pelos seguintes componentes: Apoios, barramento e guias. No barramento existem trilhos paralelos que, alm de suportar presses do torneamento sem sofrer vibraes, acoplam as guias, que garantem o alinhamento dos cabeotes fixos e mveis e permitem que os movimentos possam ser realizados em um eixo ideal de funcionamento. A base do torno projetada para ter mnima distoro trmica e absorver o mximo de vibraes. Geralmente a estrutura interna nervurada, garantindo grande rigidez torcional. A plataforma e base so fundidas em uma nica pea de ferro fundido e as cavidades internas so preenchidas com material com caractersticas absorvedoras de vibraes.

Figura 10 - Base e plataforma do torno em ferro fundido Fonte: www.romi.com.br 15

11.5.2 Guias Devido necessidade de executar suas operaes com grande velocidade e preciso as guias dos tornos recebem grande ateno em seu projeto; visando a minimizao de vibraes durante a operao, essas vibraes prejudicam tanto o acabamento superficial e as dimenses das peas, como o funcionamento e a vida da maquina e de suas ferramentas. Evitando substituies freqentes das guias, das ferramentas e a gerao de imprecises no posicionamento. Guias mal projetadas exigem que a rvore principal trabalhe com menores velocidades, para evitar a gerao de vibraes. Dessa forma aumentando o tempo do ciclo de trabalho, alm de continuar a gerar um maior desgaste das ferramentas de corte e prejudicar a qualidade superficial. Os tornos CNC mais simples usam guias planas e prismticas, podendo ser apoiadas sobre colunas de ferro fundido, com nervuramentos internos, proporcionado grande absoro de vibraes durante a operao de usinagem. Alm de tratamentos como tempera por induo e retificao para assim garantir um contato permanente da mesa sobre o barramento. Dessa forma oferecendo grande rigidez, estabilidade e preciso da mquina em operaes a plena potncia.

Figura 11 - Guias prismaticas de um torno CNC Fonte: www.romi.com.br

11.5.3 Subsistema de Fixao da Pea - Arvore Principal: O eixo-rvore o dispositivo que permite o movimento da pea e conseqentemente o seu usinamento. Estando montada no cabeote e apoiada em rolamentos de esferas de contato de alta preciso, possibilita atingir rotaes em torno de 4000 rpm. O seu 16

centro vazado permitindo a usinagem de barras. O sistema de rolamentos pr-tensionado, minimizando folgas, e trabalha com lubrificao permanente. O eixo-rvore projetado visando uma excelente preciso de giro, com mnima elevao de temperatura dos rolamentos, mesmo operando em regime contnuo em altas rotaes.

Figura 12 - Arvore principal acionada por motor de corrente continua Fonte: www.tornoautomatico.com.br 11.5.4 Meios de Fixao da Pea 11.5.4.1 Pinas As pinas so empregadas na fixao de barras hexagonais, quadradas, redondas e de perfis especiais. O acionamento das pinas ocorre por meio de garras de sujeio ou por um cilindro hidrulico. Existindo uma srie de diferentes pinas para executar a fixao de diversos tipos de barras, que variam em perfil e no tamanho. Segundo FERRARI (2006) geralmente as pinas so usadas para executar o torneamento de peas a partir de barras trefiladas ou retificadas, garantindo a preciso das peas e evitando desgaste nas superfcies de fixao das pinas. Para a fixao de barras laminadas, cuja superfcie irregular, existem pinas, cujo corpo de borracha, tendo insertos de ao temperado para garantir a fixao.

Figura 13 - Exemplo de pinas Fonte: www.avferrari.blog.uol.com.br 17

11.5.4.2 Pinas expansivas Sua fixao ocorre no nariz da rvore principal e permite a fixao de peas mediante a expanso da pina inserida dentro do dimetro interno da pea. A expanso acionada por uma haste dentro da pina e da rvore principal sobre o eixo axial por meio de ao hidrulica. Esse meio de fixao permite uma grande estabilidade da pea e consequentemente uma usinagem precisa, sendo geralmente empregada em tornos CNC com alimentao automtica de peas.

Figura 14 - Exemplo de pina expansiva Fonte: www.tornoautomatico.com.br 11.5.4.3 Placas de fixao As placas de fixao so utilizadas para a fixao de peas pr-formadas como forjadas, fundidas, estampadas ou pedaos cortados de barras. Elas podem ser de duas ou trs castanhas ou especiais. As castanhas de fixao so preparadas em funo das peas a serem usinadas. Nos modernos tornos CNC, o acionamento de placa realizado por atuao de um cilindro hidrulico.

Figura 15 - Placas de fixao Fonte: avferrari.blog.uol.com.br

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Tipos de placas de fixao: Podem ser encontrados diferentes tipos de placas para diferentes aplicaes, por exemplo: placas de castanhas independentes, placas de arrasto, placas de castanhas concntricas, placa combinada. - Placas indexveis: So utilizados para a fixao de peas com diversas superfcies cilndricas no mesmo plano, que deve ter todas as superfcies so usinadas sucessivamente, sendo cada superfcie torneada aps o giro e indexao das castanhas. O acionamento do dispositivo de fixao realizado por meio de presso hidrulica. As indexaes so, em geral, a cada 30, 45, 60, 90 ou 180

Figura 16 - Placa indexvel Fonte: avferrari.blog.uol.com.br

11.5.4.4 Arrastador frontal utilizado para executar a usinagem de toda a extenso de um eixo com apenas uma operao, trabalhando sempre em conjunto com a contra-ponta da mquina. A fixao desse dispositivo pode ocorrer mediante o emprego das castanhas da placa de fixao ou diretamente no nariz na mquina. Para fixar a pea o arrastador possui uma srie de "unhas de agarre" feitas de metal duro e uma "ponta de centragem", com amortecimento. Para realizar a fixao a pea deve ter sido anteriormente centrada, recebendo dois furos de centros e ter recebido faceamento nas duas extremidades. No momento da fixao as unhas de agarre penetram numa das faces evitando o escorregamento durante o torneamento e a ponta de centragem posicionada no furo de centro, a presso de fixao alterada pela contra-ponta.

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De forma geral o comprimento das barras usinadas varia entre 8 at 80 mm. Porm essa forma de fixao no suficientemente rgida, dificultando sua operao para operaes de desbaste; dessa forma o uso dos arrastadores frontais direcionado para operaes de acabamento.

Figura 17 - Exemplo de arrastador frontal Figura 18 - Esquema de fixao Fonte: www.tornoautomatico.com.br 11.5.4.5 Placa de fixao integrada com arrastador frontal Para o torneamento de toda a extenso de eixos em operaes que realizam grandes esforos de cortes recomendado o uso das placas de fixao automticas, acionadas hidraulicamente, integradas a um arrastador frontal. A pea fixada mediante o emprego simultneo de um arrastador frontal e da contra-ponta, a diferena esta que com o incio da movimentao da pea um conjunto de castanhas executa um movimento de avano longitudinal seguido de um movimento radial, fixando firmemente a extremidade da pea em contato com o arrastador frontal.

Figura 19 - Placa de fixao integrada com arrastador frontal Fonte: www.tornoautomatico.com.br 20

Figura 20 - Torneamento de desbaste com fixao por 3 castanhas Fonte: www.tornoautomatico.com.br

Figura 21- Operao complementar de desbaste com as 3 castanhas retradas Fonte: www.tornoautomatico.com.br

Figura 22 - Operaes de acabamento Fonte: www.tornoautomatico.com.br

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11.5.4.6 Lunetas So utilizadas em tornos universais de cabeote fixo para dar estabilidade na usinagem de eixos delgados, quando a relao comprimento/dimetro muito grande. A pea fixada pela placa de fixao e pela contra-ponta e sua regio mediana apoiada pelas lunetas que esto fixadas no barramento do torno, propiciando melhor estabilidade. A pea fica apoiada na luneta sobre rolos que giram livremente. Em tornos universais CNC existem lunetas mveis, que acompanham o movimento da ferramenta de torneamento.

Figura 23 - Luneta Fonte: ROSSI, M. Mquinas operatrizes modernas. Editora Hoepli, 1970

11.6 Subsistema de Avano 11.6.1 Eixos de avano Um importante aspecto das mquinas ferramentas so os seus eixos de avano. Que influenciam diretamente no grau de usinabilidade das peas, adquirindo maior importncia no caso dos tornos CNC que visam atender a caracterstica da flexibilidade. O nmero de eixos varia de dois, para o caso dos tornos mais simples, chegando at nmeros superiores a oito eixos, no caso de centros de usinagem. Com medida que o nmero de eixos aumenta possvel executar mais operaes em um mesmo intervalo de tempo e realizar diferentes processos que no seriam possveis em um torno. No caso mais simples os eixos principais so denominados de X e Z, segundo a norma DIN, e representam os movimentos possveis executados pelo sistema de fixao da ferramenta. Executando de forma idntica os mesmos movimentos de avano do torno convencional. 22

Figura 24 - Eixos de avano

Figura 25/Figura 26 - Diversos eixos de avano Fonte: www.ergomat.com.br

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Figura 27 - Princpio de funcionamento de um centro de torneamento CNC Fonte: FERRARI, Alfredo Vergilio Fuentes. Usinagem completa de peas complexas na tornearia automtica.

O eixo mais importante desse incremento o eixo Y que em conjunto com os eixos X e Z so identificados como os eixos lineares primrios. Os outros eixos seriam os eixos rotativos ou giratrios, estes eixos se movimentam em torno de um dos trs eixos primrios, sendo classificados da seguinte maneira: se girar como se fosse em torno de um eixo paralelo ao eixo X este levar o nome de eixo A, se em torno do eixo Y se chamar B e em torno de Z seria o eixo C. Alm desses eixos h o surgimento dos eixos V que so empregados para a identificao da direo de ao dos carros verticais. Devido possibilidade de existir mais de um carro vertical e de um carro cruzado adicionado um nmero logo em seguida do nome do eixo para diferenci-lo do eixo do componente semelhante. 11.6.2 Acionamento do avano dos eixos Os movimentos dos diversos dispositivos sobre as guias da mquina so realizados mediante o uso de servo-motores de freqncia varivel e eixos de esferas recirculantes. No eixo de esferas recirculantes existe uma porca de esferas que esta presa ao dispositivo da mquina que se deseja movimentar, o eixo transmite o torque gerado pelo servo-motor e assim ocorre o movimento da porca no sentido longitudinal, e conseqentemente ocorre o movimento do dispositivo ao longo de seu sistema de guia.

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Figura 28 - Eixo de esferas recirculantes de porca de esferas Fonte: BOEHS, Lorival Mquinas Ferramenta. Santa Catarina: Universidade Federal de Santa Catarina, 1991.

Figura 29 - Porca de esferas e eixo circulante Fonte: PENTEADO, Fernando. Usinagem

11.6.3 Sistema de medio do deslocamento do carro Os transdutores so os responsveis pela medio do posicionamento dos carros ao longo dos eixos e de sua angulao, atingindo preciso na ordem micromtrica devido ao fato de seu funcionamento se basear na leitura ptica de uma escala de medio. Sendo esse sistema de grande importncia para a operao da mquina, estando em constante interao com o sistema de processamento para permitir a medio precisa da posio nos eixos e assim efetuar um correto deslocamento e funcionamento dos componentes do torno.

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O processo de medio pode ser realizado de forma direta ou indireta: Na maneira direta posicionada uma escala de medies no carro ou dispositivo a ser medido, um sistema ptico de medio averigua continuamente o posicionamento mediante a tomada das divises de rastros da escala de medio, transformando esta informao em um sinal eltrico e enviando-o ao processador. Nesse mtodo de medio as imprecises dos fusos, eixos e sistema de acionamento no interferem no valor obtido.

Figura 30 - Medio direta de posicionamento Fonte: Comando Numerico CNC. Tecnica Operacional. Curso Basico.

Na medio indireta a escala de medio esta posicionada junto ao eixo de esfera recirculantes, a medida que o eixo ativado o leitor ptico identifica o movimento de giro enviando um sinal eltrico ao processador que converte essa informao na distncia percorrida. Nesse processo as imprecises do eixo de esferas recirculantes e da porca de esferas prejudicam a preciso do valor identificado.

Figura 31 - Medio indireta de posicionamento Fonte: Comando Numerico CNC. Tecnica Operacional. Curso Basico

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11.7 Subsistema de Fixao da Pea Devido impossibilidade de realizar nas maiorias dos casos uma usinagem completa utilizando apenas uma ferramenta, o sistema de troca de ferramentas vem sendo cada vez mais desenvolvidos pelos fabricantes, para permitir a realizao de um maior nmero de operaes em um mesmo ciclo de trabalho. A troca pode ser feita manualmente ou de forma automtica nos tornos CNC. Na troca manual o operador deve parar a mquina toda vez que necessria a troca da ferramenta, acarretando um maior tempo de operao. Para evitar essa perda de tempo os sistemas de troca automtica de ferramentas vm sendo cada vez mais explorados, chegando marca de 0,2 segundos para realizar a troca. Apresentaremos trs tipos de dispositivos de troca automtica de ferramentas: Gang Tools, Torre porta-ferramentas indexvel e o dispositivo magazine Gang Tools. Consiste em um suporte porta ferramentas mltiplo, onde as ferramentas ficam dispostas paralelamente uma a outra. Dessa forma so utilizadas vrias ferramentas no mesmo ciclo necessitando apenas a identificao do correto posicionamento da mesma no programa CNC.

Figura 32 - Porta ferramenta tipo Gang tools do centro de torneamento Quest GT27 Fonte: www.ergomat.com.br

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11.7.1 Torre porta-ferramentas indexvel Esse tipo de dispositivo dividido nos tipos revolver-estrela e frontal. Nos suportes desse tipo existem vrias estaes de trabalho, que podem conter tanto ferramentas fixas como giratrias. O dispositivo fixado no carro transversal.

Figura 33 - Revlver porta-ferramentas de oito estaes de trabalho Fonte: FERRARI, Alfredo Vergilio Fuentes. Usinagem completa de peas complexas na tornearia

O acionamento do dispositivo efetuado mediante o emprego de dois servos motores, um para efetuar o movimento de giro do tambor e outro para realizar o movimento das ferramentas giratrias. O giro do equipamento bi-direcional utilizando a lgica direcional, para o novo posicionamento da ferramenta percorrido o caminho mais curto de giro ou tombo.

Figura 34 - Esquema da lgica direcional Fonte: Iniciao ao comando numrico. SENAI. 28

As ferramentas giratrias podem ocupar qualquer posio e o seu sentido de giro pode ser comandado pelo programa CNC. Estas ferramentas permitem a realizao de operaes de furao, fresamento e rosqueamento tanto no sentido axial como no sentido radial da pea fixada.

Figura 35 - Ferramentas giratorias no sentido axial Figura 36 - Ferramentas giratorias no sentido radial

Fonte: FERRARI, Alfredo Vergilio Fuentes. Usinagem completa de peas complexas na tornearia automtica

11.7.2 Magazine Geralmente a troca de ferramenta nesse dispositivo realizada por um brao com duas garras. O programa movimenta a prxima ferramenta mediante a movimentao da magazine, interrompe o processo de usinagem, um brao com duas garras efetua a troca tirando em um lado a ferramenta anterior e no outro a nova ferramenta, com o giro de 180 as peas esto em posies invertidas e a troca efetuada.

Figura 37 - Magazine porta ferramenta Fonte: Comando Numerico CNC. Tecnica Operacional. Curso Basico 29

12. Centros de Usinagem CNC


12.1 Operaes bsicas do centro de usinagem 12.1.1 Torneamento Processo de usinagem onde uma ferramenta de corte arranca material de uma pea que rotaciona em volta de um eixo, transformando-a em uma pea bem definida em forma e dimenses. Enquanto a pea realiza o movimento principal de rotao, a ferramenta de torneamento avana ao longo do eixo de rotao em sentido transversal, onde na maioria dos casos tambm pode ser o avano em sentido vertical. A forma final da pea usinada pode ser cnica ou cilndrica. Os tipos de torneamento seriam: -torneamento externo -torneamento interno -faceamento -sangramento -rosqueamento

Figura 38 - Exemplo de torneamento externo Fonte: blog da engenharia de producao mecanica da UFSC

12.1.2 Fresamento O fresamento um processo mecnico de usinagem destinado obteno de superfcies quaisquer com o auxlio de ferramentas geralmente multicortantes. 30

Como no torneamento, a ferramenta gira e a pea ou a ferramenta se desloca segundo uma trajetria qualquer.

Distinguem-se dois tipos de fresamento: -fresamento cilindrico tangencial -fresamento frontal

Figura 39 - Exemplo de fresamento frontal Fonte: - blog da Engenharia de Produo Mecnica da UFSC

12.1.3 Furao A furao um processo de usinagem destinado a obteno de um furo geralmente cilndrico numa pea, com auxlio de uma ferramenta multicortante. Para tanto a ferramenta ou a pea se desloca segundo uma trajetria retilnea, coincidente ou paralela ao eixo principal da mquina. A furao subdivide-se nas operaes: -furao em cheio -formao escalonada -escareamento -furao de centros -trepanao

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Figura 40 - Furao em cheio Fonte: Apostila ''Processos de usinagem'' do Prof. der Silva Costa , CEFET-MG

12.1.4 Retificao um processo de usinagem de abraso, tendo como funo principal a obteno de superfcies atravs de ferramentas abrasivas de revoluo. A ferramenta gira e a pea ou a ferramenta desloca-se em uma trajetria determinada. Tem dois tipos de retificao: -retificao tangencial -retificao frontal

Figura 41 - Exemplo de processo de retificao externo Fonte: Apostila ''Processos de usinagem'' do Prof. der Silva Costa , CEFET-MG

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12.2 Sistema de eixos So considerados trs eixos: X, Y e Z; que sero situados da forma como mostra a figura.

Figura 39 - Sistema de eixos indicados numa pea a partir do ponto M

O eixo Z correspondera a um eixo paralelo ao eixo principal da ferramenta; o eixo X localizado no plano longitudinal da mesa; e o eixo Y no plano perpendicular aos eixos Z e X.

12.3 Centros de usinagem verticais e horizontais A utilizao de Centros de Usinagem Vertical a configurao mais comum para a usinagem de moldes e matrizes. O principal motivo da maior utilizao desta configurao de mquinaferramenta o seu menor preo quando comparado com os Centros de Usinagem horizontal. Por outro lado, o emprego de um Centro de Usinagem Vertical apresenta problemas com a remoo do cavaco da regio de corte. Principalmente com a usinagem de cavidades estreitas e profundas, a remoo do cavaco da cavidade somente com o fluxo de ar originado pela rotao da ferramenta de usinagem torna-se difcil. Caso o cavaco no seja removido da cavidade, ele pode ser esmagado entre a superfcie usinada e a ferramenta, danificando o acabamento superficial e/ou avariando a aresta de corte. continuao foram anexados imagens que ilustram as partes dos centros de usinagem horizontal e vertical:

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Figura 42 - Centro de usinagem CNC horizontal Fonte: Catalogo ROMI, centros de usinagem verticais

Partes do Centro de usinagem horizontal: 1- Cabeote 2- Coluna 3- Servomotores 4- Rguas pticas nos eixos X, Y e Z 5- Mesa 6- Base monobloco

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Figura 43 - Centro de usinagem CNC vertical Fonte: www.romi.com.br

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Partes do Centro de usinagem vertical 1- Cabeote 2- Motor de acionamento principal 3- Coluna 4- Servo-motores 5- Base 6- Mesa

12.4 Subsistema de acionamento principal O centro de usinagem possui um motor de alta potencia e com elevado torque. Eles esto encarregados da funo de acionamento principal da mquina-ferramenta. Esta situado no cabeote da maquina, dentro de uma carcaa de ferro fundido rgido, junto com o cambio automtico. 12.5 Subsistema de suporte Este subsistema esta encarregado do suporte da estrutura do Centro de Usinagem CNC. No caso, como mostrado na figura, os componentes deste subsistema so: - Coluna: de construo solida de ferro fundido, dimensionada para suportar o conjunto do cabeote, oferecendo estabilidade geomtrica. - Base: feita de ferro fundido. A sua estrutura de alta rigidez e estabilidade proporciona melhor acabamento das peas, maior durabilidade da maquina e das ferramentas de corte. - Mesa: feita de ferro fundido, dimensionadas para suportar altas cargas com excelente estabilidade.Esta apoiada sobre umas guias lineares, garantizando altas velocidades , excelente preciso de movimentos e localizao dos eixos.

12.6 Acionamento de avano A movimentao de avano nos eixos programados e feita pelo comando numrico e controlada por um sistema modulado de pulso ou por servo-motores de corrente contnua e fusos de esferas re-circulantes, com porcas de esferas ligadas ao sistemas de lubrificao centralizada, e com embreagem de segurana entre motor de acionamento e fuso de esferas, paralisando automaticamente o avano em caso de coliso.

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12.7 Fixao da pea So aqueles que servem para fixar a pea a ser usinada na mesa de trabalho. No processo de torneamento convencional, os movimentos de abertura e fechamento das castanhas podem ser realizados manualmente , assim como as presses de fixao. No caso das mquinas CNC, como elas trabalham a altas velocidades, nem sempre possvel ajustar a presso de fixao da pea. Os meios de fixao da pea devem estar projetados para aguentar altas velocidades, e devem satisfazer as necessidades de rapidez na troca e posicionamento correto da pea na mesa de trabalho. Entre os meios de fixao da pea mais utilizados esto as castanhas e o mandril.

Figura 44 - Mandril

Figura 45 - Castanhas 37

Figura 46 - Cabeote de um centro de usinagem Fonte: Catalogo Romi, centros de usinagem verticais

12.8 Eixo-rvore Permite altas velocidade com variao continua, tem garantizado um excelente rendimento mesmo sob as mais severas condies de corte em operaes de plena potencia. O eixo-rvore apoiado em mancais de rolamentos com alta preciso, so lubrificados com graxa permanente, devidamente dimensionados para suportar altos esforos de usinagem, utilizao para trabalho em altas rotaes, alta preciso de giro e mnima elevao de temperatura do conjunto.

12.9 Porta-ferramenta No porta-ferramenta so guardadas as ferramentas que sero utilizadas nos determinados processos de usinagem. Normalmente, so vistos porta-ferramentas com capacidade de at 30 ferramentas. 38

Figura 47/Figura 48 - Trocador automtico de ferramentas com capacidade para 30 ferramentas Fonte: www.romi.com.br

Para a troca automtica da ferramenta nas mquinas CNC utilizam-se: -revolver-ferramenta -magazine de ferramentas

Figura 49 - Magazine de corrente

Figura 50 - Magazine de disco

Fonte: Apostila sobre porta-ferramenta, Dormer

Num revlver ferramenta, uma troca comandada atravs do programa CNC significa que este gira at colocar a ferramenta desejada em posio de trabalho.

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Num magazine de ferramenta, a troca de ferramentas realizado por um brao com duas garras. O programa posiciona a prxima ferramenta do magazine que entra em ao e interrompe a usinagem. Um brao com duas garras entra em ao, tirando de um lado a nova ferramenta do magazine e do outro lado a ferramenta que estava operando na rvore principal da mquina. Tambm esto os magazines onde a troca de ferramenta nao se produz com um brao. Neste caso, o magazine encaixa diretamente a ferramenta que vai ser utilizada no eixo-rvore, fazendo o mesmo processo na hora de extrair a ferramenta. So fabricados com aos de alta qualidade, procurando atingir uma longa vida util. Estima-se que em mdia aproximadamente 1/3 dos porta-ferramenta alojados nos magazines das mquinas, tm algum dano que pode reduzir a qualidade de sua usinagem e vida til do eixo-rvore da mquina.

12.10 Fixao da ferramenta Um porta-ferramenta consiste de cinco componentes bsicos: 1-pino de trao 2-haste cnica 3-flange 4-adaptador 5-abertura oposta

Figura 51 - Componentes bsicos do porta-ferramenta Fonte: www.cimm.com.br

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Existem 4 tipos diferentes de sistemas de fixao para as ferramentas: -Mandril DIN 6388 e DIN 6499: uma bucha metlica em torno da haste cilndrica apertada mediante uma porca. -Mandril hidrulico : utiliza um reservatrio de leo para equilibrar a presso de fixao em torno da haste da ferramenta. -Encaixe por contrao: aproveita a dilatao e a contrao trmica para prender a ferramenta. -Weldon e Whistle Notch (Lingueta de arraste): a peca fixada por meio de um parafuso radial. A ferramenta precisa ter uma rea plana retificada na haste.

Mandril DIN 6388 e DIN 6499

Mandril hidrulico

Mandril de encaixe por contrao

Weldon

Whistle Notch

Figura 52 - Tipos de sistemas de fixao da ferramenta no porta Fonte: www.cimm.com.br

12.11 Fluidos de corte Fluidos de corte so lquidos e gases aplicados na ferramenta e no material que est sendo usinado, a fim de facilitar a operao de corte. Frequentemente so chamados de lubrificantes ou refrigerantes em virtude das suas principais funes na usinagem. Os fluidos de corte cumprem, nas suas aplicaes, uma ou mais das seguintes funes:

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-Refrigerar a regio de corte. -Lubrificar as superfcies em atrito. - Arrastar o cavaco da rea de corte. - Proteger a ferramenta, a pea e a mquina contra oxidao e corroso. A aplicao do fluido de corte no centro de usinagem pode remover com facilidade o cavaco de uma cavidade. Contudo, a utilizao de um fluido de corte aquoso, o qual tem pouca capacidade de refrigerao, causa reduo da vida da ferramenta por incentivar trincas de origem trmica. Estas trincas so formadas pela maior flutuao cclica da temperatura devido natureza interrompida do corte. Normalmente, obtm-se a maior vida de ferramenta no fresamento de aos com a usinagem isenta de fluido de corte. Uma soluo utilizada para remoo do cavaco da regio de corte no fresamento com alta velocidade de aos endurecidos a aplicao de ar comprimido. O ar comprimido tem baixa capacidade de refrigerao quando comparado com os fluidos aquosos. A inteno minimizar o efeito da flutuao da temperatura na ferramenta durante o corte. Ainda com o objetivo de aumentar a capacidade de lubrificao, eventualmente utiliza-se a pulverizao de uma pequena quantidade de leo, em forma de nvoa, juntamente com a aplicao de ar comprimido. Esta tcnica conhecida como Mnima Quantidade de Fluido (MQF).

12.12 Dados tcnicos sobre alguns Centros de usinagem com CNC

Figura 53 - Centro de usinagem Travis M1000 42

Fonte: Catalogo geral da empresa Traub

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Figura 54 - Centro de usinagem Travis M2000 Fonte: Catalogo geral da empresa Traub

12.13 Dados tcnicos sobre um Centros de torneamento com CNC

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Figura 55 - Centro de torneamento CNC Traub TNC65 Fonte: Catalogo geral da empresa Traub

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13. Concluso
A tecnologia do CNC, como foi visto no trabalho, gera bastantes vantagens na hora da usinagem de peas de alta produtividade e qualidade. Mesmo com as desvantagens de longa durao do processo prvio usinagem e o alto custo dos centros de usinagem e torneamento CNC, a efetividade dela cumpre com as necessidades das empresas.

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14. Fontes das figuras


figura 1- Primeira maquina de tecer automatizada figura 2- Carto perfurado figura 3- Maquina CNC figura 4- O comando numrico figura 5- Servo-motor de uma maquina CNC figura 6 - Painel de Operao figura 7- Coordenadas polares figura 8/figura 9 - Operaes simultneas e fresamento transversal figura 10 - Base e plataforma do torno em ferro fundido figura 11 - Guias prismaticas de um torno CNC figura 12 - Arvore principal acionada por motor de corrente continua figura 13 - Exemplo de pinas figura 14 - - Exemplo de pina expansiva figura17 - Exemplo de arrastador frontal figura 18 - Esquema de fixao figura 19 - Placa de fixao integrada com arrastador frontal figura 20 - Torneamento de desbaste com fixao por 3 castanhas figura 21 - Operao complementar de desbaste com as 3 castanhas retradas figura 22 - - Operaes de acabamento figura 23 - Luneta figura24 - - Eixos de avano

figura 25 - Diversos eixos de avano figura26 - Diversos eixos de avano figura27 - Princpio de funcionamento de um centro de torneamento CNC figura28 - Eixo de esferas recirculantes de porca de esferas figura 29 - Porca de esferas e eixo circulante PENTEADO, Fernando. Usinagem. figura 30 - Medio direta de posicionamento figura 31 - Medio indireta de posicionamento figura 32 - Porta ferramenta tipo Gang tools do centro de torneamento Quest GT27 figura 33 - Revlver porta-ferramentas de oito estaes de trabalho figura 34 - Esquema da lgica direcional figura 35 - Ferramentas giratorias no sentido axial figura 36- - Ferramentas giratorias no sentido radial figura 37 - Magazine porta ferramenta figura 38 - Exemplo de torneamento externo figura 39 - Exemplo de fresamento frontal figura 40 - Furao em cheio figura41 - Exemplo de processo de retificao externo figura 42 - Catalogo ROMI, centros de usinagem horizontais figura 42 - Centro de usinagem CNC horizontal figura 43 - Centro de usinagem CNC vertical figura 44 - Catalogo Romi, centros de usinagem verticais figura 45 - Catalogo Romi, centros de usinagem verticais figura 46 - Cabeote de um centro de usinagem
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figura 47 Trocador automtico de ferramentas com capacidade para 30 ferramentas figura 48 - Trocador automtico de ferramentas com capacidade para 30 ferramentas figura 49 - Magazine de corrente figura 50 - Magazine de disco figura 51 - Componentes bsicos do porta-ferramenta figura 52 Tipos de sistemas de fixao da ferramenta no porta figura 53 - Centro de usinagem Travis M1000 figura 54 - Centro de usinagem Travis M2000 figura 55 - Centro de torneamento CNC Traub TNC65

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15. Referencias
- FERRARI, Alfredo Vergilio Fuentes. Usinagem completa de peas complexas na tornearia automtica. - www.romi.com.br - Catalogo Romi, centros de usinagem verticais - Apostila sobre porta-ferramenta, Dormer - Catalogo geral da empresa Traub - Comando Numrico CNC. Tcnica Operacional. Curso Bsico - Apostila ''Processos de usinagem'' do Prof. der Silva Costa , CEFET-MG - PENTEADO, Fernando. Usinagem - BOEHS, Lourival Mquinas Ferramenta. Santa Catarina: Universidade Federal de Santa Catarina, 1991. - www.tornoautomatico.com.br - blog da engenharia de produo mecnica da UFSC - www.cimm.com.br - www.mundocnc.com.br

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mostrar video sobre torneamento duro http://avferrari.blog.uol.com.br/

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