Trauma Raquimedular

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Diretrizes Assistenciais

TRAUMA RAQUIMEDULAR
Verso eletrnica atualizada em fev/2012

Maro - 2009

1. Conceito, Etiologia e Epidemiologia

1. Trauma raquimedular a leso da medula espinhal que provoca alteraes, temporrias ou permanentes, na funo motora, sensibilidade ou funo autonmica.

sendo a principal causa de seqela seguida aos traumatismos. A maior incidncia dos traumatismos cervicais ocorre nos adolescentes e adultos jovens, resultando em grande indivduos na faixa dos 15 aos 30 anos. E 2/3 dos traumas raquimedulares acontecem na coluna cervical.

2. As leses cervicais freqentemente causam diminuio permanente da qualidade de vida,

perda para a sociedade. Estima-se que aproximadamente 60% dos casos ocorram em

outros nveis no contguos. Freqentemente ocorrem leses simultneas, com trauma fraturas da coluna vertebral.

3. Cerca de 20% dos pacientes com leses raquimedulares graves podem ter leses em torcico e abdominal, ou leses vasculares (cartida e artrias vertebrais), associadas a

4. As leses medulares em crianas so mais raras, sendo que a relao destas com traumatismos cranianos de 1:30. Apenas 5% dos traumatismos raquimedulares ocorrem em crianas. Devido flacidez dos ligamentos associada imaturidade da musculatura par-

mais ligamentos que ossos.

espinhal e o subdesenvolvimento dos processos unciformes, estas leses tendem a envolver

2. Fisiopatologia

1. A leso medular pode ser:

horas ou dias que levam a disfuno e morte celular

ii. Secundria: seqncia de eventos bioqumicos autodestrutivos que podem durar

i. Primria: leso imediata ao trauma devido a contuso mecnica e hemorragia.

3. Diagnstico
1. Clnico leso com extenso varivel de tempo (na grande maioria aps 24 a 48 horas). O trmino do Choque medular: Ausncia total da sensibilidade, motricidade e reflexos abaixo do nvel da

choque medular indicado pelo retorno do reflexo bulbo cavernoso que testado glande peniana e observando a presena da contrao do esfncter retal. A ausncia do

tracionando-se abruptamente, porm com delicadeza, a sonda vesical, ou apertando a tnus esfincteriano indica que o paciente est na vigncia do choque medular. Clinicamente,

as leses neurolgicas podem ser classificadas em completas e incompletas, baseado no exame neurolgico aps o trmino no choque medular. Completas so caracterizadas pela completa perda da funo sensitiva

e motora mais do que trs segmentos abaixo do nvel da leso.

motora ou sensitiva mais do que trs segmentos abaixo do nvel da leso.

Incompletas so caracterizadas pela presena de alguma funo

A medula espinhal termina na regio da vrtebra de L1, portanto as fraturas distais a este nvel causam leses de razes nervosas. 2. Imagem

perfil. Com estas incidncias possvel observar o alinhamento e altura dos corpos vertebrais e alteraes na distncia entre os processos espinhosos, podendo indicar leso do complexo ligamentar posterior.

i. As radiografias simples devem ser realizadas em incidncias anteroposterior e

cominuies sseas e alteraes no dimetrodo canal vertebral. Este mtodo permite,

detectar leses com retropulso de fragmentos sseos, fraturas dos elementos posteriores,

ii. A tomografia computadorizada fornece imagens axiais, que permitemavaliar e

atravs da reconstruo das imagens, melhor avaliao da fratura e do grau de comprometimento do canal vertebral nos pacientes com luxao bilateral das facetas articulares.Em casos de pacientes com trauma raquimedular a tomografia pode substituir as nveis nesses pacientes, a tomografia de todo o segmento da coluna pode ser uma indicao. radiografias simples na emergncia e devido a uma alta incidncia de fraturas em mltiplos

estruturas que no so sseas, como o disco intervertebral, ligamentos, o saco dural e os

iii. A ressonncia magntica o melhor mtodo para avaliar a integridade de

nervos. Este exame possibilita a visibilizao da integridade dos ligamentos longitudinal ligamentos importante para o planejamento do tratamento. Tanto o tratamento com o uso

anterior e posterior e ligamentos interespinhosos. A avaliao da integridade destes de rteses, quanto o tratamento cirrgico utilizam o princpio da ligamentotaxia para a

estabilizao das fraturas.

4. Classificaes
Frankel (1969) desenvolveu um mtodo de classificao simples, que continua sendo utilizado at os dias de hoje. Os nveis de leso so os seguintes:

Frankel B: paralisia motora completa, com alguma sensibilidade preservada Frankel C: presena de alguma fora motora, porm sem funo prtica; grau de deficincia. distal ao nvel da leso;

Frankel A: Ausncia de sensibilidade e motricidade distal ao nvel da leso;

Frankel D: fora motora efetiva distal ao nvel de leso, porm com algum Frankel E: o paciente no tem alteraes neurolgicas.

Em 1992 a Associao Americana de Leses da Coluna Vertebral (ASIA) publicou uma

a funo dos grupos musculares e reflexos, relacionados com as razes nervosas de C5 a T1

classificao neurolgica e funcional, que avalia os nveis de sensibilidade de C2 at S4-S5 e

(plexo braquial) e L2 S1 (plexo lombar). Esta classificao procura definir com exatido o nvel da leso neurolgica e o grau do comprometimento funcional, e tem como objetivo uma classificao de prognstico.

5. Tratamento
1. Tratamento na sala de emergncia rgida)

i. Atendimento seguindo os preceitos do ATLS (com imobilizao cervical e prancha ii. Proteo gstrica (omeprazol, nexium) iii. Sondagem vesical aps toque retal. iv. Mobilizao em bloco.

vi. Preencher ficha da ASIA.

v. Retirada da prancha rgida assim que possvel (Aps exames - mximo de 2 horas)

2. Internar aos cuidados da retaguarda especializada

6. Bibliografia Recomendada

detecting cervical spine fractures. Ann Emerg Med 12: 9, 538-542, 1983.

David RS, Robert K, Lee RW, Justin LW, Kent T: Accuracy of standard radiographic views in

Defino, HLA.: Leses traumticas da coluna vertebral (1 ed) Bevilacqua Editora, 2005. Patrick WH, Thomas CM, Thornton TW, Richard AG, Todd H, Gregg ND: Methylpredinisolone in spinal cord compression. Spine 14(1): 16-22, 1989.

Steven RG, Steven RS, LawrenceFM, John CD: Care of the multiply injured patient with cervical spine injury. Clin Orthop 239: 19-28, 1989.

White AA, Panjabi MM: Clinical biomecahnics of the spine. Philadelphia, j.b. Lippicott, 1978.

Ficha ASIA

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