Evolução Do Pensamento Administrativo e A Enfermagem

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA FACULDADE DE ENFERMAGEM

Departamento de Enfermagem Bsica Disciplina Administrao em Enfermagem I

EVOLUO DO PENSAMENTO ADMINISTRATIVO E A ENFERMAGEM as teorias administrativas1 GRECO, ROSANGELA MARIA2 1 Objetivos Conhecer as principais teorias administrativas de acordo com a evoluo do pensamento administrativo; Refletir sobre a articulao da administrao com a enfermagem; Analisar criticamente o reflexo das teorias administrativas na prtica da administrao da assistncia de enfermagem. Introduo A Administrao uma cincia da rea humana, que no decorrer do desenvolvimento e da evoluo da sociedade teve seu significado e contedo ampliado e aprofundado, se modificando em conseqncia do contexto scio, poltico e econmico e das transformaes nas formas de organizao do trabalho (CHIVENATO, 1993; MENDES, s/ data). Assim observa-se que o pensamento administrativo foi influenciado por: filsofos ou pensadores; pela Igreja Catlica; pela organizao militar; pelos economistas liberais e pela Revoluo Industrial atravs da mecanizao da indstria e agricultura (KURCGANT, 1991) Vejamos ento segundo CHIAVENATO (1993) como se deu a evoluo do pensamento administrativo segundo essas influncias. A evoluo do pensamento administrativo - A Influncia dos Filsofos ou pensadores A filosofia atravs de seus pensadores da antiguidade influenciou a administrao sendo que dentre eles podemos citar: - Scrates (470 a.C. 399 a.C.), que considera a administrao como uma habilidade pessoal separada do conhecimento tcnico e da experincia; - Plato (429a.C. 347a.C.) prope uma forma democrtica de governo e de administrao dos negcios pblicos; - Aristteles (384 a.C. 322 a.C.) estuda a organizao do Estado, distinguindo trs formas de Administrao pblica: Monarquia ou governo de um s (que pode se tornar uma tirania); Aristocracia ou governo de uma elite (que pode caminhar para uma oligarquia) e Democracia ou governo do povo (que pode se degenerar em anarquia).

Este texto foi elaborado como material instrucional para a Disciplina Administrao em Enfermagem I, para os acadmicos do Curso de Graduao em Enfermagem da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Juiz de Fora. Pedimos que, caso haja o interesse em utilizar este material, seja citada a referncia. 2 Enfermeira, Doutora em Sade Pblica, Professor Associado do Departamento de Enfermagem Bsica da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Juiz de Fora. 1

- Francis Bacon (1561-1626) fundador da Lgica Moderna antecipou-se ao princpio conhecido em Administrao como o principal deve prevalecer sobre o acessrio. - Ren Descartes (1596- 1650) fundador da filosofia moderna, criador da coordenadas cartesianas influenciou vrios princpios da moderna Administrao, como os da diviso do trabalho, da ordem, do controle entre outros. - Thomas Hobbes (1588- 1679) desenvolveu a teoria da origem contratualista do Estado, onde o homem primitivo por ser um ser anti-social e viver em guerra permanente com o prximo, necessitava do Estado para impor a ordem e organizao da vida social. - Jean-Jacques Rousseau (1712 1778) que com a Teoria do Contrato Social, compreende o homem como sendo por natureza bom e afvel, mas que com a vida em sociedade se torna deturpado e corrompido. A Influncia da Organizao da Igreja Catlica Com a evoluo dos tempos e da sociedade, a Igreja Catlica foi estruturando sua organizao, sua hierarquia, seu estado-maior e sua coordenao funcional. Nos dias de hoje, a igreja apresenta uma organizao hierrquica simples e eficiente. Assim sendo, a experincia da igreja catlica influenciou a cincia da administrao atravs de seu conceito de hierarquia da autoridade e de estrutura de poder centralizado apenas em uma pessoa. A Influncia da Organizao Militar A organizao militar influenciou e influencia a cincia da administrao, por exemplo, atravs de: organizao linear, princpio da unidade de comando, escala hierrquica de acordo com o grau de autoridade e responsabilidade correspondente, centralizao do comando e descentralizao da execuo (dicotomia entre pensar e fazer), princpio de direo (todo soldado deve saber o que espera dele e aquilo que ele deve fazer), desenvolvimento do pensamento estratgico, do planejamento, da disciplina e da tomada de deciso cientificamente elaborada e no intuitiva. A Influncia da Revoluo Industrial Na Inglaterra a partir de 1776, a partir da inveno da mquina a vapor por James Watt (1736 -1819), ocorre uma mudana na concepo de trabalho, modificando a estrutura social e comercial da poca. Assim sendo, de 1780 a 1860 viveu-se a primeira Revoluo Industrial, ou do carvo e do ferro. Levando a mecanizao da indstria e da agricultura, desenvolvimento do sistema fabril, de transportes e de comunicaes. Neste perodo ocorre a migrao das reas agrcolas para as regies urbanas. De 1860 a 1914 ocorre a segunda Revoluo Industrial, ou do ao e da eletricidade. Assim, do sistema de produo artesanal o homem passa ao regime de produo em srie nas fbricas, levando a mecanizao do trabalho, diviso do trabalho e a simplificao das tarefas. Com o desenvolvimento do capitalismo surge uma nova classe social o proletariado. Tem inicio uma luta de classe entre os proprietrios e os empregados. A Revoluo Industrial, apesar de ter provocado uma grande modificao na estrutura empresarial e econmica da poca, no influenciou diretamente os princpios de administrao das empresas, uma vez que os dirigentes cuidavam de modo emprico, tendo como modelos as organizaes militares ou eclesisticas bem sucedidas.

Mas, para a administrao a principal conseqncia da Revoluo Industrial foi o nascimento da organizao e da empresa moderna. A Influncia dos economistas liberais No final do sculo XVIII, os economistas clssicos liberais propem que a vida econmica deve afastar-se da influncia estatal, sendo defensores, portanto da livre concorrncia. A influncia desses economistas se d atravs do: princpio da diviso do trabalho e da especializao, importncia do planejamento e da organizao, do controle e da remunerao dos trabalhadores. Entretanto, o liberalismo econmico, atravs da livre concorrncia criou reas de conflitos sociais intensos de modo que Karl Marx (1818 1883) e Friedrich Engels (1820- 1885) criaram o chamado socialismo cientfico e o materialismo histrico, onde afirmavam que todos os fenmenos histricos so o produto das relaes econmicas entre os homens. Estas concepes influenciaram e influenciam at os dias de hoje o comportamento administrativo nos nveis individual e social, assim como os mtodos e processos, com nfase na racionalizao do trabalho. A partir de ento a Administrao foi ganhando corpo, atravs da Teoria Geral da Administrao que estuda as vrias teorias ou escolas de acordo com as correntes de pensamento. Assim hoje em dia a administrao pode ser estudada do ponto de vista da interao e interdependncia entre cinco variveis principais que so: tarefa, estrutura, pessoas, tecnologia, e ambiente. Sendo que a adequao entre essas cinco variveis constitui o principal desafio da administrao. As Teorias Administrativas A partir das influncias j discutidas foram surgindo s teorias administrativas. A palavra Teoria originalmente vem do grego theoria que significa uma viso. Assim o desenvolvimento de teorias pode ser compreendido como racional e intelectual, conduzindo descoberta da verdade. Uma teoria um guia de ao, um guia para a coleta de fatos e a busca de novos conhecimentos, ela pode ser definida como sendo um conjunto de conceitos. Segundo Horta (1979) citando Lahr (sem data), a teoria um conjunto de leis particulares, de proposies hipotticas, conceitos e definies, relacionados a uma explicao comum, logicamente ordenados, que visam explicar eventos, e so criados com algum propsito ou objetivo. Segundo Paim (1986, p. 37) a teoria o ncleo central da cincia, sobre cujas bases se desenvolvem a observao, a descrio e a experimentao. Concluindo Teorias podem ser definidas como sendo uma forma sistemtica de olhar para o mundo e descrev-lo, explic-lo prev-lo ou control-lo. A importncia e necessidade das teorias fica claro, por exemplo, na seguinte afirmao sempre que decidimos e agimos, l no fundo existe uma teoria, muitas vezes precria, mal fundamentada, baseada em pressupostos s vezes frgeis. E mais: muitas dessas teorias so inconscientes. Mas o certo que elas esto presentes. No h como agir sem que, consciente ou inconsciente, exista uma teoria por detrs (CARAVANTES; PANNO; KLOECKNER, 2005 p.40). Nesta aula iremos falar das principais teorias administrativas que foram se consolidando no decorrer dos tempos. De modo geral o desenvolvimento das teorias administrativas pode ser subdividido em trs perodos: Clssico a partir de 1895; Neoclssico a partir de 1925 e
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Moderno por volta de 1940, pois segundo PARK (1997) O contnuo desenvolvimento das foras produtivas, a internacionalizao dos mercados, a mobilidade dos conflitos sociais e organizacionais e a relativa conscincia disso tudo propiciam a busca de respostas mais abrangentes para as questes administrativas. Segundo ALMEIDA; ROCHA (1997), as teorias administrativas enfatizam pelo menos cinco concepes ou variveis: nfase nas tarefas, valorizando os aspectos de racionalizao do trabalho - Teoria Cientfica; nfase na estrutura, evidenciando-se os princpios da gerncia e da racionalidade organizacional - Teoria Clssica, Neoclssica e da Burocracia; nfase nas pessoas, que pode ser chamada da reao humanista na administrao, com enfoque para os aspectos de motivao, liderana, organizao informal do trabalho - Teoria das Relaes Humanas e Comportamental; nfase no ambiente - Teoria dos Sistemas nfase no ambiente e na tecnologia, com a aceitao da existncia de indeterminao (contingncia) - Teoria Contingencial; Vejamos de modo esquemtico cada uma delas a partir da leitura dos seguintes autores: Kurcgant (1991), Kwasnicka (1991), Chiavenato (1993), Rodrigues (1994), Collet, et al (1994) e Rgnier (1997). Teoria Cientfica Criao e Desenvolvimento Por volta de 1884 Frederick Winslow Taylor (1856 1915) que nasceu em Germantown, subrbio da Filadlfia, no estado da Pensilvnia, EUA, vindo de uma famlia de classe mdia, abandonou o caminho profissional da advocacia e iniciou como simples operrio na siderrgica Midvale Steel Company, passando a capataz, contramestre, chefe de oficina, a engenheiro em 1885, quando se formou pelo Stevens Institute. Com este trabalho nesta empresa e a partir de mtodos empricos de observao e anlise, ele comeou a desenvolver, o primeiro modelo cientfico de organizao do trabalho, tambm denominado de Taylorismo. Ele verificou que no sistema de pagamento por dia de trabalho os trabalhadores no percebiam nenhuma vantagem em trabalhar arduamente, e assim ele afirmava que se a empresa pudesse estabelecer padres de desempenho fixos, o trabalhador se esforaria para receber salrios maiores. Pressupostos Bsicos O Taylorismo consiste na aplicao dos princpios de organizao e do mtodo cientfico, com os objetivos bsicos de eliminar o desperdcio e as perdas, bem como elevar os nveis de produtividade. O que conseguido atravs da: Racionalizao do trabalho, decomposio das tarefas em operaes simples (levando a quebra do saber operrio alterando a relao que o trabalhador tinha at ento com o seu trabalho), estudo dos tempos e movimentos; Especializao do operrio Padronizao de mtodos, instrumentos e tarefas, para obter uniformidade e reduzir custos;

Delimitao de tarefas e salrios de acordo com a produo individual, com incentivos salariais e prmios por produtividade; Diviso entre planejamento e execuo do trabalho; Monoplio do conhecimento, atravs da atribuio aos gerentes de superpoderes para controlar rigorosamente a execuo. Assim, Taylor foi considerado O pai da Administrao Cientfica, sendo que os principais aspectos do Taylorismo so: 1. Em relao nfase: ela esta centrada na realizao das tarefas 2. Quanto abordagem da organizao: a empresa era vista como estrutura formal sendo conceituada como sendo um sistema fechado; 3. Concepo de homem: Homem econmico, considerando o homem como sendo motivvel por recompensas salariais, econmicas e materiais; 4. Princpios: os quatro princpios fundamentais da administrao cientfica so principio do planejamento a partir do qual todo trabalho deveria ter como critrios para sua realizao mtodos baseados em procedimentos cientficos; da preparao dos trabalhadores- segundo o qual os trabalhadores devem ser treinados para produzir mais e melhor; do controle consiste em se certificar que o trabalho esta sendo realizados de acordo com o as normas estabelecidas e o plano previsto e da execuo que consiste na distribuio das tarefas e responsabilidades de acordo com critrios estabelecidos para disciplinar a execuo, diviso do trabalho. Apreciao crtica Como j dissemos Taylor foi quem props a criao de uma Cincia da Administrao antes de suas observaes no havia uma anlise dos processos de trabalho, os gerentes no se preocupavam com os processos, discutia-se o que, mas no o como (Nbrega, 1998). A partir da racionalizao e da padronizao, houve incentivo salarial e prmios por produtividade. Segundo Kurcgant (1991) talvez o aspecto mais crtico na Teoria Cientfica seja o carter mecanicista de sua proposta. Alm disso, podemos apontar a superespecializao do operrio, a viso microscpica do homem, a ausncia de comprovao cientfica uma vez que pouca pesquisa e experimentao cientfica foram feitas para comprovar as teses -, a abordagem prescritiva, normativa, incompleta da organizao e a compreenso da empresa como um sistema fechado. Entretanto apesar das crticas importante lembrar que as contribuies de Taylor so relevantes e utilizadas at os dias de hoje, e que a partir de suas observaes que o trabalho passou a ser executado melhor e economicamente, impulsionando toda uma nova forma de compreender a Cincia da Administrao. A este respeito Rodrigues (1994 p. 30-31) afirma que as idias de Taylor ainda esto vivas. Com outros ttulos ou rtulos ou inseridas implicitamente nas diversas escolas sociais ou de produo. Logo no podemos desprez-las. Teoria Clssica Criao e Desenvolvimento Esta Teoria foi idealizada por Henri Fayol (1841 1925) nascido na Frana, que paralelamente a Taylor defendia princpios semelhantes na Europa. Uma diferena entre Taylor e Fayol diz respeito a insero destes na empresa, enquanto Taylor comeou no cho da fbrica Fayol trabalhava nos nveis organizacionais da cpula administrativa.
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Esta teoria estava voltada para conseguir a mxima eficincia da organizao atravs da adoo de uma estrutura que fosse adequada e consequentemente com um funcionamento compatvel com essa estrutura. Pressupostos Bsicos Fayol considerava a administrao como um processo universal, possvel de ser aplicado em qualquer rea, como uma atividade comum a tudo que necessita ser coordenado, comandado e controlado. A Teoria Clssica compreende a administrao como um corpo de conhecimentos que pode ser produzido, desenvolvido e planejado racionalmente, ela foi fortemente influenciada pelas estruturas organizacionais militares e da igreja, compreendendo as empresas como estruturas limitadas a partir de uma hierarquia rgida e esttica. Alm disso, esta teoria define como sendo funes administrativas o planejamento, a organizao, o comando, a coordenao e o controle. Os principais aspectos da Teoria Clssica so: 1. Em relao nfase: ela esta centrada na estrutura e no funcionamento organizacional 2. Quanto abordagem da organizao: a empresa era vista como uma estrutura formal, constituda por um conjunto de rgos, com desenho de cargos, tarefas, regras e normas bem delimitadas e com uma diviso vertical do trabalho, seguindo uma hierarquia da autoridade. 3. Concepo de homem: Homem econmico, considerando o homem como sendo motivvel por recompensas salariais, econmicas e materiais; 4. Princpios: Atravs desta teoria foram definidos os princpios gerais da administrao sendo eles a. Diviso do trabalho compreendida como sendo a especializao dos funcionrios desde a maior autoridade at os operrios, favorecendo a eficincia e a produtividade. b. Autoridade e responsabilidade sendo que a autoridade considerada como o direito dos superiores darem ordens que devero ser seguidas e a responsabilidade como a contrapartida da autoridade. c. Disciplina estabelecimento de regras de conduta e de trabalho vlidas para todos, sem elas ocorre o caos na organizao. d. Unidade de Comando: um trabalhador deve receber ordens de apenas um superior. e. Unidade de Direo - um nico plano para um grupo de atividades com o mesmo objetivo. f. Subordinao dos interesses individuais aos interesses gerais - o interesse de um funcionrio no deve prevalecer sobre o interesse da instituio. g. Remunerao - a compensao deve ser justa, e na medida do possvel garantir a satisfao do indivduo e da empresa. h. Centralizao as atividades essenciais e a autoridade devem ser centralizadas. i. Rede escalar deve haver uma estrutura hierrquica com uma linha de autoridade fixa. j. Ordem um lugar para cada coisa, e cada coisa em seu lugar.
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k. Equidade senso de justia que deve prevalecer justificando a lealdade e devoo de cada funcionrio a organizao. l. Estabilidade a rotatividade tem efeitos negativos, uma vez que necessrio tempo para que o trabalhador se adapte as suas funes. m. Iniciativa em todos os nveis necessrio que haja entusiasmo e energia, para que os planos sejam estabelecidos e cumpridos. n. Esprito de Equipe necessidade do desenvolvimento do trabalho em conjunto, e a manuteno do relacionamento interpessoal. Apreciao crtica Os estudos de Fayol foram centrados na unidade do comando, autoridade e na responsabilidade, dando a Teoria Clssica um carter prescritivo e normativo na determinao de regras e normas, alm disso, uma vez que se voltou para a estrutura formal da organizao, no considerando a estrutura informal, concebeu a empresa como um sistema fechado, sendo criticada tambm por no estar voltada para as necessidades dos trabalhadores. Props a diviso horizontal do trabalho, atravs do agrupamento de atividades afins, denominada departamentalizao e a diviso vertical estabelecendo nveis hierrquicos, com nfase na estrutura que a organizao deveria possuir para ser eficiente. Possibilitou uma reduo nos custos dos bens manufaturados, tornando muitos destes antes inacessveis as camadas trabalhadoras, disponveis para as massas. Tornou ainda possvel o aumento dos salrios. Teoria das Relaes Humanas Criao e Desenvolvimento Com a grande depresso devido quebra da Bolsa de Valores de Nova York em 1929, no incio da dcada de 30 nos Estados Unidos, ganha fora um conjunto de teorias administrativas, tambm denominadas de teoria das Relaes Humanas ou Escola das Relaes Humanas. At ento como conseqncia das Teorias Cientfica e Clssica o trabalhador era considerado de forma muito mecnica e econmica, j esta teoria cria novas perspectivas para a administrao, ao passar a perceber o trabalhador como portadores de sentimentos e necessidades, deixando de enfatizar a estrutura e passando a preocupar-se com os aspectos psicolgicos e sociais do homem no trabalho. Um dos primeiros estudiosos da Teoria das Relaes Humanas foi o mdico e socilogo australiano Elton Mayo, que em 1924 realizou um estudo para verificar a influncia da iluminao na produtividade, buscando variveis que influenciassem, positiva ou negativamente a produo. Este trabalho ficou conhecido como experincia de Hawthorne, por ser este o nome do bairro onde estava localizada a Western Electric Company, fbrica onde Mayo realizou sua pesquisa, em Chicago, nos EUA. A partir desta experincia Mayo concluiu que a produo no era determinada unicamente pela condio fsica do trabalhador, mas que ela era uma decorrncia tambm e principalmente da integrao dos trabalhadores com o grupo social. Pressupostos Bsicos A partir desta teoria a administrao passou a discutir novas variveis, entre elas a motivao humana, a liderana, a comunicao e a dinmica de grupo. Os principais aspectos da Teoria das Relaes Humanas so:
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1. Em relao nfase: ela esta centrada na percepo de que um problema humano para ser resolvido necessita de dados, informaes e ferramentas tambm humanas, ou seja, a nfase est nas pessoas; 2. Quanto abordagem da organizao: passou-se a salientar a importncia da organizao informal, da cooperao entre os trabalhadores para os resultados na produo e para a necessidade de no haver incompatibilidade entre os objetivos da organizao e os dos trabalhadores. 3. Concepo de homem: nesta teoria as recompensas sociais que so consideradas como fatores determinantes no desempenho do indivduo, assim o homem e considerado um ser social homem social; 4. Princpios: da mesma forma novos princpios passaram a ser discutidos entre eles: as recompensas sociais como determinantes do desempenho e a administrao participativa. Apreciao crtica As principais crticas a esta teoria apontam para a concepo ingnua e romntica dos trabalhadores e para a nfase exagerada nos grupos informais, que fizeram com que ela se tornasse uma forma paternalista de administrao, ignorando os confrontos e conflitos entre empregados e administradores, levando a um enfoque manipulativo e demagogo. O maior impacto desta teoria foi constatao de que os trabalhadores possuem uma capacidade para agir eficientemente na medida em que lhes e oferecido certo grau de responsabilidade, e que os problemas humanos no trabalho podem ser equacionados e solucionados. Teoria da Burocracia Criao e Desenvolvimento Esta Teoria administrativa desenvolveu-se por volta de 1940, quando o socilogo alemo Max Weber (1864-1920) estudou as organizaes sob o aspecto estruturalista enfocando a adequao dos meios utilizados nas empresas em relao aos resultados, aos fins esperados. Assim a Burocracia uma forma de organizao humana que se baseia na racionalidade, visando mxima eficincia possvel no alcance dos objetivos. Popularmente por burocrtica compreendemos uma organizao onde os papis se multiplicam e avolumam to complexa que impede as solues rpidas ou eficientes, ou tambm como o seguimento rgido dos funcionrios aos regulamentos e rotinas, levando a ineficincia da empresa, assim burocracia costuma ser sinnimo de defeitos ou disfunes do sistema e no o sistema em si mesmo, mas no devemos nos prender ao julgamento de valores da palavra burocracia. No conceito de Max Weber burocracia exatamente o contrrio, a organizao eficiente por excelncia que detalha antecipadamente como as tarefas devero ser realizadas, devendo ser impessoal e formal. Pressupostos Bsicos Para Weber as principais caractersticas do Modelo Burocrtico seriam: Carter formal e legal das normas, regulamentos, rotinas, procedimentos e comunicaes; Diviso de trabalho, estabelecendo o grau hierrquico de cada cargo, o poder, a responsabilidade, as atribuies e as condies necessrias; nfase e estmulo competncia tcnica e profissionalizao;
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O corpo administrativo deve ser separado da propriedade da empresa, com especializao da administrao; Completa previsibilidade do funcionamento. Os principais aspectos da Teoria Burocrtica so: 1. Em relao nfase: ela esta centrada na estrutura organizacional 2. Quanto abordagem da organizao: compreende a empresa como estruturada por normas e regulamentos previamente estabelecidos por escrito, que definem antecipadamente como ela deve funcionar, conferindo um carter formal organizao; 3. Concepo de homem: caracteriza-se pela impessoalidade nas relaes humanas, considera os trabalhadores apenas em funo dos cargos e funes que exercem na empresa - Homem organizacional; 4. Princpios: segue os mesmo princpios da Teoria Clssica Apreciao crtica Um dos dilemas enfrentado pela Teoria Burocrtica diz respeito ao fato de que a impessoalidade e a racionalidade do modelo no permitem uma liderana competitiva ou uma sobrevivncia em um ambiente dinmico, onde existem presses constantes de foras exteriores que encorajam o burocrata a seguir ouras normas diferentes das da organizao. Alm disso, o exagerado apego as regras, normas e regulamentos, assim como o modo operacional mecnico, a desateno ao comportamento humano inibem a criatividade a flexibilidade, transformando muitas vezes os meios em fins. Como aspectos positivos so citados: a possibilidade de maior rapidez nas decises; uniformidade de rotinas, procedimento e na interpretao, uma vez que toda regulamentao escrita, reduo do atrito entre as pessoas, subordinao dos mais novos aos mais antigos, constncia e confiabilidade, pois tudo conduzido de acordo com as normas entre outros. Teoria Comportamental Criao e Desenvolvimento Esta Teoria teve origem a partir de uma crtica e reestruturao da Teoria das Relaes Humanas, e apesar de compartilhar dos conceitos fundamentais rejeita as concepes romnticas e ingnuas desta teoria. Assim a partir da dcada de 50, inicialmente nos Estados Unidos, se desenvolve uma nova concepo de administrao, que transfere a preocupao com a estrutura para o processo, para o comportamento humano nas organizaes, tendo por base o movimento Behaviorista ou das cincias do comportamento. Os estudiosos desta teoria se debruaram sobre a anlise do comportamento das pessoas, principalmente no que diz respeito ao que motiva as pessoas. Alm disso, tendo por base os estudos de Herbert Simon, a Teoria Comportamental compreende a organizao como sendo um sistema de decises onde cada trabalhador participa racional e conscientemente, escolhendo e tomando decises individuais a respeito de alternativas, tendo por base as informaes que recebe em seu ambiente. Dentre as vrias proposies sobre a motivao humana, citam-se as contribuies de Maslow com o estudo das necessidades humanas bsicas, de Mc Gregor com a teoria X e Y, Herzberg com a teoria higienista e Likert com os sistemas de administrao. Vejamos resumidamente o que falavam estes estudiosos:
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Teoria de Maslow Da hierarquia das necessidades humanas Segundo Maslow, as pessoas so dominadas por motivos ou solicitaes de suas necessidades internas insatisfeitas, que orientam e determinam o comportamento. H uma hierarquia dessas necessidades, uma escala de prioridades que vai das necessidades bsicas ou fisiolgicas, de segurana, sociais ou de afeio e de pertencer a um grupo, de auto-estima ou reconhecimento at as de auto-realizao ou realizao pessoal. Essas cinco categorias de necessidades so importantes, interdependentes e justapostas. E elas podem surgir concomitantemente, ou seja, uma necessidade de autorealizao pode surgir antes que uma necessidade fisiolgica esteja completamente satisfeita, o alcance dos nveis no permanente sendo que a ordem importncia das necessidades das pessoas e as maneiras de satisfaz-las podem se modificar. Teoria de McGregor Da participao McGregor assinala a existncia de um conflito bsico entre as necessidades dos indivduos e as da organizao, e considera que nenhuma das partes pode ser plenamente satisfeita, mas cabe ao administrador orientar seus esforos nesse sentido. Em seus estudos ele sugere dois estilos dicotmicos de administrao: a) Teoria X - que corresponde suposio de que o homem uma criatura indolente e que foge responsabilidade, que tem averso ao trabalho e o evitaria se pudesse, da a necessidade de organizar todo o seu trabalho e control-lo, por meio de regulamentos, disciplina, atravs de promessas de recompensas e elogios, como o fazia a Teoria Clssica, b) Teoria Y - que corresponde suposio de que o homem uma criatura que tem motivaes e necessidades que necessitam ser satisfeitas, gostam do trabalho quando compreendem o que se espera delas e quando recebem satisfao decorrente do mesmo, da a necessidade do conhecimento da motivao humana como meio de obteno de eficincia no trabalho. A Teoria Y o estilo mais adequado em todas as situaes e gera um clima de trabalho favorvel que estimula, por si mesmo, a alta produtividade, o autocontrole e a criatividade. A teoria de McGregor considera que o homem renova suas prprias necessidades, ela normativa e fornece uma descrio interessante de uma filosofia da organizao calcada no humanismo e na tentativa de integrar as necessidades individuais e organizacionais. Prope uma administrao participativa ou consultiva na quais os indivduos participam ou so consultados quanto s decises que devem ser tomadas a seu respeito. Teoria de Hezberg De higiene Hezberg considera que as pessoas possuem dois tipos de necessidades diferentes que afetam o comportamento humano: Elementos ambientais ou higinicos, que so: condies de trabalho, tipo de superviso, polticas administrativas, status e prestgio, relaes interpessoais, dinheiro e segurana pessoal, sendo que Hezberg considera que qualquer mudana ou melhoria nesses elementos diminuir a insatisfao, mas no aumentar a satisfao. Elementos motivacionais ou de funo, que so: reconhecimento, trabalho estimulante, maior responsabilidade, crescimento e desenvolvimento pessoal, sendo que qualquer mudana ou melhoria nesses elementos poder motivar melhor desempenho. Para Hezberg, a estratgia de desenvolvimento organizacional mais adequada a reorganizao que ele denomina enriquecimento de tarefas a qual consiste
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basicamente em aumentar a responsabilidade do cargo adicionando tarefas gradativamente mais elevadas e desafiantes. Likert - Perfis organizacionais Para Likert, a administrao um processo relativo, onde no existem normas e princpios vlidos para todas as situaes, e assim ela no pode ser igual em todas as organizaes, assumindo feies diferentes, de acordo com as condies internas e externas das organizaes. Ele prope ento uma classificao de Sistemas de Administrao definindo quatro perfis organizacionais: Autoritrio coercitivo fortemente arbitrrio e que controla rigidamente toda a organizao; Autoritrio benevolente variao atenuada do primeiro, mais condescendente e menos rgido; Consultivo caminha na direo participativa, e gradativamente representa um abrandamento da arbitrariedade organizacional; Participativo democrtico e aberto. Para chegar a esta classificao ele analisou as seguintes variveis organizacionais: o processo decisorial adotado; o sistema de comunicao existente; o relacionamento interpessoal e o sistema de recompensas e punies vigentes na organizao. Esses quatro sistemas mostram as diferentes e gradativas alternativas existentes para administrar uma empresa, alm disso, Likert constatou que quanto mais prximo do Sistema participativo estiver o estilo de administrao da empresa, maior ser a probabilidade de haver alta produtividade, boas relaes de trabalho e elevada rentabilidade. Pressupostos Bsicos Esta Teoria abandona as posies normativas e prescritivas das teorias anteriores para a adoo de posies explicativas e descritivas. E apresenta como principais aspectos: 1. Em relao nfase: nas pessoas; 2. Quanto abordagem da organizao: ela compreende a organizao como um sistema social, cooperativo e racional e, portanto forma e informal; 3. Concepo de homem: visando maneira satisfatria e no a melhor maneira de realizar o trabalho tendo por base o behaviorismo esta teoria deu nfase ao Homem Administrativo; 4. Princpios: estudar os fenmenos sociais atravs das causas que influenciam os comportamentos dos indivduos tanto em nvel micro como macro. Apreciao crtica Como crtica a Teoria Comportamental questiona-se a relatividade da teoria da motivao que considera como se todas as pessoas possussem as mesmas necessidades e como se estas pudessem ser hierarquizadas linearmente, outra questo diz respeito ao fato de estrutura formal da organizao ser considerada de forma isolada, independente da estrutura informal. Alm disso, tambm, ela criticada pela tendncia a ser manipulativa, uma vez que busca descobrir formas intrnsecas de obter maior produtividade ou qualquer outro objetivo.

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Como aspecto positivo possvel destacar a grande contribuio desta teoria para a administrao ao evidenciar os diferentes estilos com que os administradores dirigiam suas equipes, unindo a escolha do estilo s convices que estes possuam sobre o comportamento humano. As teorias motivacionais demonstraram ainda que os objetivos dos indivduos nem sempre se aproximam dos objetivos das organizaes, levando muitas vezes, a um comportamento alienado e ineficiente, que pode retardar ou impedir o alcance dos objetivos das organizaes. Por outro lado, difcil de definir parmetros universais que possam ser utilizados para motivar as pessoas, h sempre um componente subjetivo na motivao, e, portanto o que bom para uma pessoa pode no ser para outra. Teoria Neoclssica Criao e Desenvolvimento Esta teoria surgiu a partir da releitura e aprimoramento de algumas caractersticas da administrao clssica, atravs de testes e experimentos, sendo vrios os autores que compem seu corpo de conhecimentos. Ela uma reao influncia das cincias do comportamento no campo da Administrao em detrimento dos aspectos econmicos e concretos que envolvem o comportamento das organizaes. Um dos produtos da Teoria Neoclssica e a chamada Administrao por Objetivos. Pressupostos Bsicos Ela se caracteriza pela nfase na ao, na operacionalizao prtica da administrao; reafirmao dos postulados clssicos que so redimensionados e reestruturados de acordo com uma configurao mais ampla e flexvel; retoma os princpios de administrao como critrios elsticos para a busca de solues prticas; enfatiza os objetivos e os resultados como forma de avaliar o desempenho das organizaes; absoro do contedo de outras teorias administrativas mais recentes; concebe a administrao como uma tcnica social de lidar com pessoa, influenciando-as para o alcance de objetivos e resultados. Alm disso, os autores neoclssicos adotam o processo administrativo como ncleo de sua teoria ecltica e utilitarista, definindo como funes administrativas: o planejamento, a organizao, a direo e o controle. Os principais aspectos da Teoria Neoclssica so: 1. Em relao nfase: no ecletismo tarefa, pessoas e na estrutura; 2. Quanto abordagem da organizao: considera a organizao um sistema social com objetivos a alcanar e, portanto ela formal e informal; 3. Concepo de homem: Homem Organizacional e Administrativo; 4. Princpios: da diviso do trabalho, da especializao, da existncia de nveis hierrquicos e da amplitude administrativa (nmero de subordinados que o administrador pode dirigir). Apreciao crtica Um aspecto positivo a tentativa de superao dos aspectos negativos da teoria clssica o carter prescritivo e normativo na determinao de regras e normas, e concepo da organizao como um sistema fechado. O processo administrativo adotado por esta teoria se mostra flexvel, malevel e adaptvel s situaes variadas e circunstncias diferentes.

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Seu grande desafio conseguir a participao dos trabalhadores e enfrentar o dilema da centralizao versus descentralizao. Teoria de Sistemas Criao e Desenvolvimento Esta teoria surgiu na dcada de 60 tendo como base os principais conceitos da ciberntica que envolve os estudos dos sistemas, da cincia da comunicao e do controle. Seu precursor foi Ludwig Von Bertalanffy, que definiu sistema como sendo um conjunto de elementos inter-relacionados e integrados visando o alcance de um objetivo determinado, e um dado resultado ou uma determinada funo. Com uma abordagem integrativa a teoria de sistemas fundamenta-se em trs premissas: os sistemas existem dentro de sistemas, eles so abertos e as funes de um sistema dependem de sua estrutura. Assim as organizaes so consideradas como sistemas de papis onde os trabalhadores agem como transmissores de papel, atores e pessoas focais. Pressupostos Bsicos Da definio de Bertalanffy decorrem as seguintes caractersticas de um sistema: Todo sistema em um ou alguns propsitos ou objetivos Propsito ou objetivo; Tem uma natureza orgnica atravs da qual uma ao que produza uma mudana em uma das unidades, muito provavelmente ira produzir mudanas em todas as outras unidades globalismo ou totalidade; Tendncia para o desgaste, para desintegrao, o afrouxamento dos padres e o aumento da aleatoriedade entropia medida que aumenta a informao diminui a entropia; H um equilbrio dinmico entre as partes do sistema homeostasia. Os sistemas podem ser classificados ainda em relao a sua natureza sendo denominados de sistema abertos aqueles que trocam matria e energia com o meio ambiente e os fechados queles que no fazem trocas com o meio. Os principais aspectos da Teoria de Sistemas so: 1. Em relao nfase: no ambiente 2. Quanto abordagem da organizao: compreende a organizao como um sistema aberto 3. Concepo de homem: a concepo de Homem Funcional compreendido como o indivduo que tem um papel dentro das organizaes, inter-relacionando-se com os demais indivduos, como um sistema aberto. 4. Princpios: Os elementos esto integrados e inter-relacionados de modo a alcanar um resultado. Apreciao crtica Para alguns autores ela considerada abstrata e conceitual, de difcil aplicao as situaes gerenciais prticas. Entretanto pode-se dizer que a abordagem sistmica basicamente uma teoria geral compreensiva uma vez que cobre amplamente todos os fenmenos organizacionais, tendo contribudo para uma ampliao na viso dos problemas organizacionais. Alm disso, ela considerada tambm como uma sntese integrativa dos conceitos clssicos, neoclssicos, estruturalistas e behavioristas.

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E apesar de sua abordagem parecer completa, ela ainda necessita de uma melhor sistematizao e detalhamento pois sua utilizao na prtica ainda pequena. Teoria da Contingncia Criao e Desenvolvimento A palavra contingncia significa: o que pode vir a acontecer ou no. Diz respeito a uma proposio que s pode ser verificada, confirmada ou no pela experincia e evidncia e no pela razo. Esta teoria tem sua origem a partir de estudos, na dcada de 60, que mostraram como uma mesma organizao funcionava de formas diversas em condies diferentes. E assim, concluiu-se que as condies em que uma organizao funciona, so decorrentes do ambiente externo que influenciam na estruturao e nos processos administrativos das empresas. De uma forma mais ampla a teoria contingencial mostra que no se alcana a eficcia organizacional seguindo apenas um nico modelo, no existe uma forma que seja a nica e a melhor para que se alcancem os objetivos que so variados e acontecem em ambientes tambm diversos nas organizaes. Assim ambientes e situaes diferentes requisitam relaes organizacionais diferentes e modelos apropriados para cada caso vivenciado. Pressupostos Bsicos Segundo os autores que estudaram a abordagem da contingncia as duas variveis que produzem o maior impacto sobre as empresas so o ambiente e a tecnologia, que consequentemente implicam em diferenas na estrutura e no funcionamento. Ela enfatiza que no h nada de absoluto nas organizaes ou na teoria administrativa, tudo relativo. Sua tese central, como j dissemos, a de que no h um mtodo ou tcnica exclusivamente vlida, tima ou ideal para todas as situaes. O que h um conjunto de alternativas, mtodos ou tcnicas, discutidos pelas diversas teorias administrativas, sendo que um deles poder ser o mais adequado para uma determinada situao. Assim as teorias administrativas anteriores no esto erradas, o que acontece que cada uma delas foi proposta e desenvolvida tendo em perspectiva um determinado contexto, uma dada situao, na qual ela funciona adequadamente. Mas, se o contexto e a situao se modificam ela pode deixar de ser vlida. Assim a abordagem contingencial consiste em se diagnosticar as caractersticas do ambiente e da tecnologia para que se possam verificar as necessidades organizacionais e a partir delas, propor a abordagem terica que de conta da situao vivenciada. Os principais aspectos da Teoria Contingencial so: 1. Em relao nfase: no ambiente conceituado como sendo tudo o que envolve externamente uma organizao, contexto dentro do qual ela est inserida e na tecnologia compreendida como conhecimentos acumulados ou desenvolvidos sobre o significado e a execuo de tarefas e pelas suas manifestaes fsicas decorrentes (mquinas, equipamentos, instalaes) constituindo um complexo de tcnicas utilizadas na transformao dos insumos pelas organizaes. 2. Quanto abordagem da organizao: considera a organizao um sistema aberto quando se considera o ambiente/contexto no qual ela est inserida e um sistema fechado quando se considera a racionalidade tcnica

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3. Concepo de homem: considera o homem um individuo complexo em relao a sua natureza, as suas caractersticas, as suas mltiplas necessidades e potencialidades - Homem Complexo. 4. Princpios: O ambiente externo influncia a estruturao e os processos organizacionais, devendo haver ajuste entre a organizao, o ambiente e a tecnologia, com nfase na flexibilidade organizacional. Apreciao critica A teoria contingencial ecltica e integrativa, absorvendo os conceitos das diversas teorias administrativas ampliando os horizontes e afirmando que nada absoluto. Ela afirma que todas as teorias administrativas so vlidas, mas para determinados contextos e circunstncias, sendo considerada muitas vezes mais uma maneira relativa e situacional de se ver as organizaes do que propriamente uma Teoria Administrativa. Algumas Reflexes Finais Bem, chegamos ao final de mais um encontro, onde discutimos as principais teorias administrativas: Cientfica, Clssica, Relaes Humanas, Burocracia, Comportamental, Neoclssica, de Sistemas e Contingencial. Discutimos como cada uma delas traz uma contribuio particular e importante para o desenvolvimento da prtica de administrao, influenciando no desenvolvimento organizacional de empresas, servios e instituies. No decorrer da apresentao das teorias pudemos tambm refletir sobre como ns enfermeiros podemos aplicar esses conhecimentos no dia a dia de um servio de enfermagem. Mas, para aprofundar na discusso da utilizao, aplicao das teorias administrativas na enfermagem necessrio ainda que vocs faam um trabalho analisando como a enfermagem tem utilizado ou pode vir a utilizar na sua prtica as contribuies das teorias administrativas estudadas nesta aula. Bom Trabalho!
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