Cuidados de Enfermagem Ao Paciente Neurológico - SNC

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CUIDADOS DE ENFERMAGEM AO PACIENTE NEUROLGICO

ENF SUIANE COSTA

ANATOMIA E FISIOLOGIA
O sistema nervoso detecta, transmite, analisa e utiliza informaes geradas por estmulos sensoriais (calor, luz, energia mecnica, modificaes qumicas); organiza e coordena todas as funes do organismo (motoras, viscerais, endcrinas e psquicas) O tecido nervoso formado por dois componentes principais:

Neurnio: a unidade funcional do sistema nervoso

Neurglias: do sustentao aos neurnios, participam da atividade neural, da nutrio dos neurnios e de processos de defesa do sistema nervoso

Neurnio
Corpo celular ncleo e maioria das organelas citoplasmticas Dendritos ramificaes do corpo celular. Funo: captar estmulos Bainha de Mielina clulas de Schwann que se enrolam no axnio. Isolante eltrico

Ndulo de Ranvier regies do axnio no recobertas por bainha

Axnio maior prolongamento. Presena de vesculas com neurotransmissores na poro terminal

Conduo do impulso nervoso


Sentido: dendrito corpo celular axnio

Tipos de conduo
Contnua: o impulso passa por toda extenso do axnio. Ocorre em neurnios sem bainha de mielina e mais lenta. Saltatria: ocorre em neurnios com bainha de mielina, h despolarizao da membrana apenas nos ndulos de Ranvier. mais rpida

Barreira hematoenceflica
Depois de chegarem no sangue, muitas substncias no conseguem chegar aos neurnios devido a barreira hematoenceflica Essa barreira formada pelas clulas endoteliais dos capilares cerebrais, que formam junes compactas contnuas, criando uma barreira a macromolculas

Regenerao

Os neurnios no se dividem, sua destruio representa uma perda permanente.

As clulas de Schwann possuem a capacidade de regenerao; portanto o SNP pode se recuperar de um dano

Organizao do Sistema Nervoso Humano


Diviso Sistema Nervoso Central (SNC) Partes Encfalo e Medula Espinhal Funes Gerais Processamento e Integrao de informaes

Sistema Nervoso Perifrico (SNP)

Nervos e gnglios

Conduo de informaes entre rgo receptores de estmulos, o SNC e rgos efetores (msculos, por ex.)

Avaliao diagnstica (bioimagem)


Radiao a propagao de energia sob vrias formas
Os raios x so ondas eletromagnticas (constitudas de campos eltricos e magnticos) extremamente penetrantes e a distncia que ele percorre antes de interagir no pode ser prevista Para blindagem desse tipo de radiao usa-se o chumbo, concreto, ao ou terra

A absoro de raio x no a mesma para todos os tecidos. Gordura, tecidos moles e ossos podem ser distinguidos num filme de raios x, devido a diferena de densidade dos tecidos corporais

Tomografia computadorizada
A TC utiliza um aparelho de raio X que gira a sua volta, fazendo radiografias transversais do corpo. Estas radiografias so reconstrudas pelo computador nos chamados cortes tomogrficos, uma srie de sees fatiadas

As anormalidades do tecido indicam possveis massas tumorais, infarto cerebral, deslocamento dos ventrculos, atrofia cortical. As vezes necessrio injetar uma substncia chamada contraste , para o tecido absorver mais raio x e melhorar a visualizao. O mais comum um composto de iodo ou brio

Ressonncia magntica
Nesse exame, o paciente colocado num campo magntico poderoso, que faz com que os ncleos de hidrognio dentro do corpo se alinhem como pequenos magnetos em um campo magntico, que acabam por emitir sinais, que so convertidos em imagens.

Angiografia cerebral
um estudo radiogrfico da circulao cerebral com um agente de contraste injetado dentro de uma artria selecionada. Muitas angiografias so realizadas introduzindo-se um cateter atravs da artria femoral e subindo at o vaso desejado.

Vdeo

PROTEO DO SNC
O encfalo e a medula esto protegidos pelos elementos sseos (crnio e vrtebras), por membranas finas chamadas meninges e pelo lquido Existem trs meninges: cefalorraquidiano - A duramter, a camada mais
externa, espessa, dura e fibrosa, e protege o tecido nervoso do ponto de vista mecnico. - A aracnide, a camada intermdia,

mais fina, sendo responsvel pela


produo do lquido cefalorraquidiano. - A pia-mter, a camada mais interna,

muito fina e a nica membrana


vascularizada.

Circulao cerebral
Recebe aproximadamente 750ml de sangue/min Flui contra a gravidade Carece de fluxo sanguneo colateral adicional As clulas do crebro so extremamente dependentes do contnuo fornecimento de oxignio e outros nutrientes, para a manuteno da sua integridade estrutural e funcional; no faz armazenamento Ao contrrio de outros rgos, o crebro depende de um metabolismo exclusivamente aerbio para produzir a energia que possibilita o seu funcionamento.

A cessao sbita e total da circulao cerebral resulta em inconscincia dentro de 10 segundos (tempo no qual as reservas de oxignio cerebral so depletadas); pupilas no reagentes e dilatadas em cerca de 60 segundos e leso neuronal irreversvel em cerca de 5 minutos.

Vulnerabilidade

Presso Intracraniana
O crnio um compartimento rgido, preenchido por crebro (80%), sangue (10-12%) e LCR (8-10%).
Doutrina de Monro-Kellie: compartimentos. equilbrio entre os

Objetivo: manter PIC normal (5 a 15 mmHg)

Os vasos cerebrais so comprimidos sempre que a PIC se eleva , reduzindo o FSC


O FSC diretamente proporcional presso de perfuso cerebral (PPC) e inversamente proporcional resistncia vascular cerebral (RVC) PPC= PAM - PIC

Em situaes fisiolgicas, o organismo mantm um FSC constante, entre 40 e 60ml por 100g por minuto, dentro de uma variao da presso arterial mdia (PAM) entre 60 e 150 mmHg. Auto-regulao: Para manter essa perfuso constante, os vasos intracranianos contraem e dilatam de acordo com a necessidade.
Quando a PAM fica abaixo dos limites citados acima, pode haver hipoperfuso tecidual. Por outro lado, quando a PAM ultrapassa esses limites existe risco de dano cerebrovascular, com leso da musculatura lisa vascular e perda da barreira hematoenceflica.

A auto-regulao do FSC pode ser definida como:


1. A capacidade de manuteno do fluxo apesar do aumento ou da reduo da presso arterial sistmica (auto-regulao pressrica) A auto-regulao funciona adequadamente na faixa de variao da PAM, de 60 a 150 mmHg, o que significa que, conforme a PAM diminui, os vasos de resistncia dilatam at que atinjam um ponto mximo em resposta reduo da presso. O resultado dessa intensa vasodilatao um quadro de vasoplegia capilar, que provoca ingurgitamento da microcirculao. Essa vasoplegia pode ser irreversvel e, com o aumento progressivo, a PIC pode igualar-se PAM, interrompendo o FSC Com o aumento da PAM, os vasos contraem-se at que a PAM atinja 150 mmHg, nvel em que a presso quebra a resistncia da vasoconstrio, causando dilatao passiva e um aumento no FSC.

2. A capacidade de aumento do FSC devido ao aumento da necessidade metablica do crebro e diminuio do fluxo com reduo da demanda (auto-regulao metablica) O acmulo de CO2 no espao intersticial leva acidose tecidual, que ocasiona o relaxamento da musculatura lisa da microcirculao e reduz a RVC. O contrrio ocorre quando o CO2 eliminado e o pH tecidual aumenta.

Aumento da PIC - PPC diminui - incio da isquemia cerebral- estmulo do centro vasomotor- aumento da PAM para manter FSC- edema cerebral citotxico- trade de Cushing (bradicardia, hipertenso e bradipnia) herniao cerebral- cessao do FSC - isquemia cerebral, infarto e morte cerebral

* A hipertenso intracraniana (HIC) definida como um aumento

persistente da presso acima de 20 mmHg Manifestaes clnicas:

a) Cefalia- aumento da presso e por distenso da dura-mter, dos vasos e dos nervos cranianos, que so estruturas que tm terminaes nervosas sensitivas. b) Vmitos- devido ao aumento da presso e irritao do assoalho do quarto ventrculo. c) Pode ocorrer tonturas e alteraes discretas da marcha. d) Papiledema- O edema de papila ocorre por propagao retrgrada da hipertenso pelo espao subaracnideo ao redor do nervo ptico, dificultando o retorno venoso pela veia oftlmica e) Alterao pupilar, motora, de conscincia, respiratria

Estudo de Caso
Hipertenso intracraniana com manifestaes oculares associada ao uso de tetraciclina: relato de caso
F. C. N., sexo feminino, branca, 22 anos de idade, procurou assistncia oftalmolgica em 23/09/2003 queixando-se de turvao visual em ambos os olhos, acompanhado de cefalia de leve intensidade e zumbidos. Associado ao quadro, a paciente relata que os olhos entortaram. Refere que usou tetraciclina 500 mg, via oral, de 6/6 h por trs dias para tratamento de otite em meados de agosto. A medicao foi recomendada por farmacutico. No segundo dia de uso da droga ocorreu turvao visual e no terceiro dia os olhos entortaram. Interrompeu o uso da medicao no terceiro dia.

A mesma no apresentava histria prvia de comorbidades ou mesmo uso de outro medicamento nos ltimos seis meses. Ao exame oftalmolgico apresentava acuidade visual diminuda em ambos os olhos; estrabismo no olho direito

No exame de mapeamento de retina foi observado papiledema bilateral Apresentava TC de crnio normal Aps esses achados foi realizado o diagnstico de hipertenso intracraniana benigna, relacionada ao uso de tetraciclina.

Nveis de conscincia

Lcido, orientado no tempo e no espao


Alterao: paciente no segue os comandos ou necessita de estmulos persistentes para alcanar um estado de alerta Sonolncia: o paciente permanece adormecido, mas desperta e responde adequadamente aos estmulos externos sonoros;volta a dormir to logo os estmulos cessem Obnubilao: estado confusional em que os estmulos externos so mal interpretados resultando em desorientao e dificuldade para atender os comandos, alm da dificuldade de reconhecer pessoas e ambientes. Delrio: estado de desorientao, com alucinaes visuais e/ou auditivas Torpor: antecede o coma; estado de diminuio da conscincia com responsividade aps estmulo doloroso Coma: estado de inconscincia no qual o despertar impossvel de se obter, mesmo por meio de estmulos

Causas de alterao do estado mental


1. Doena cerebral primria: infartos cerebrais, infeces no SNC, sndromes epilpticas, neoplasias

2.

Doena sistmica com envolvimento cerebral secundrio: encefalopatia heptica, insuficincia renal, hiponatremia, hipoglicemia, distrbios eletrolticos Agentes exgenos: medicamentos (anticolinrgicos, narcticos, antiarritmicos, benzodiazepinicos), sndrome de abstinncia

3.

Avaliao neurolgica
O exame neurolgico o mtodo mais tradicional de monitorizao A sedao impede sua aplicao Iniciamos pela aplicao da Escala de come de Glasgow; s pode ser aplicada com o paciente estvel, no podendo estar hipoxmico ou hipotenso.

Escala de coma de Glasgow


Resposta
Escore Abertura Ocular

4 3 2 1

espontnea Ao estmulo verbal Ao estmulo doloroso ausente


Motora

6 5 4 3 2 1 5 4 3 2 1

Obedece a comando Localiza dor Movimento de retirada da dor Flexo anormal (postura decorticada) Extenso anormal (postura descerebrada) Ausente Verbal Orientado Confuso Palavras inapropriadas Sons inespecficos Ausente

TCE grave (escore: 3-8)

TCE moderado (escore : 9-12)


TCE leve (escore : 13-15)

Avaliao das pupilas


Avaliar tamanho, igualdade, reao luz

Assimetria > 1mm anormal at que se prove o contrrio Movimentos oculares (desvio conjugado do olhar,estrabismo, nistagmo)

Avaliar o estado respiratrio: apnia, Cheyne-Stokes, hiperventilao central,etc) Reflexes patolgicos

Posturas anormais: descerebrao e decorticao

Ateno!!!
A resposta verbal no pode ser avaliada quando o paciente est intubado ou traqueostomizado
Ao avaliar a abertura ocular, atentar para presena de edema ou trauma que podem estar impedindo que o paciente abra os olhos Na resposta motora, quando o paciente no responde a comando, deve ser aplicado estimulo doloroso no leito ungueal, glabela ou esterno.

AVALIAO SEDADO

DO

PACIENTE

Escala de Ramsay 1- ansioso, agitado 2- cooperativo, orientado, tranquilo 3-sonolento, atendendo aos comandos verbais 4- dormindo, responde rapidamente ao estmulo glabelar ou ao estmulo sonoro 5- dormindo, responde lentamente ao estmulo glabelar ou ao estmulo sonoro 6-dormindo sem resposta Medicaes: propofol, midazolam, fentanil, quetamina, precedex

Acidente vascular cerebral

Consiste numa anormalidade funcional do SNC que acontece quando o suprimento sanguneo normal para o crebro prejudicado Categorias: isqumico (85%) e hemorrgico (15%) Um tero dos doentes que sobrevivem a um AVC agudo ficam com incapacidade importante e 10% ficam incapacitados de viver na comunidade, necessitando dos cuidados de terceiros, em geral devido a uma combinao de falta de apoios sociais e incapacidade grave, muitas vezes incluindo demncia

Fatores de risco
Os fatores de risco aumentam a probabilidade de um AVC, mas muitos deles, podem ser atenuados com tratamento mdico ou mudana no estilo de vida. Os principais so: arteriosclerose, hipertenso arterial, diabetes mellitus, colesterol elevado, obesidade, doenas das vlvulas ou arritmias cardacas, hereditariedade, sedentarismo, uso de contraceptivos orais e idade Quanto maior for o nmero de fatores de risco associados num indivduo, maior a probabilidade da instalao do AVC O Ataque isqumico transitrio (AIT) um outro fator de risco extremamente importante visto que 1/3 dos indivduos que sofreram AIT acabaro por desenvolver AVC dentro de 5 anos

O AVC pode ser causado por dois mecanismos diferentes: ocluso de um vaso provocando isquemia e infarto ou ruptura vascular

Acidente vascular isqumico

a perda sbita da funo decorrente da interrupo do suprimento sanguneo para uma regio do crebro, normalmente causado por uma placa de ateroma ou por mbolos cardacos

Se a queda de fluxo muito leve e transitria pode haver recuperao completa do dficit neurolgico, o que caracteriza o ataque isqumico transitrio (AIT) sbito, reversvel, com durao menor do que 1hora e sem evidncia de leso isqumica nos exames de imagem rea de penumbra tecido cerebral isqumico onde ocorreu reduo do fluxo sanguineo que pode ser

salvo (entre 3 a 6h)

Trombose cerebral: Um AVC trombtico quando o processo patolgico responsvel pela ocluso do vaso se desenvolve no prprio local da ocluso Embolia cerebral: Ocorre a ocluso por um corpo estranho (mbolo) presente na circulao e pode ser de origem cardiovascular, gordurosa ou gasosa
Sinais e sintomas: Dormncia (parestesia) da face, brao ou perna, principalmente em um lado do corpo (hemi) Confuso ou alterao no estado mental Diminuio da fora muscular (paresia) Ausncia de movimento (plegia) Desvio de comissura labial Afasia ou disartria Disfagia

Tratamento
Avaliao inicial do CAB (circulation, airway, breathing); Caso seja diagnosticado quadro de insuficincia respiratria aguda, a equipe de enfermagem deve auxiliar no processo de intubao orotraqueal com suporte ventilatrio mecnico

Sinais vitais avaliados continuamente nas 24h incluindo monitorizao eletrocardiogrfica


Acessos venosos com infuso de soluo salina Suporte nutricional deve ser supervisionado para evitar broncoaspirao

Realizar cateterismo vesical de demora CONTROLE DA PRESSO ARTERIAL:Em casos de HAS grave (PA sistlica > 220 mmHg ou PA diastlica > 120 mmHg ou PAM > 130 mmHg - sendo esta calculada somando-se a PAS ao dobro da PAD e dividindo-se por trs, a sua reduo deve ser feita de maneira bastante cautelosa, visto que pode ocorrer piora do quadro neurolgico em conseqncia de resposta hipotensora excessiva. Beta-bloqueadores por via intravenosa (metoprolol) e nitroprussiato de sdio (vasodilatador) em infuso contnua so as drogas de eleio A temperatura corporal est aumentada na maioria dos pacientes com AVC; a febre sinal de prognstico ruim.

Para reduzir o risco de trombose, pode usar profilaticamente heparina ou heparina de baixo peso molecular por via subcutnea

Caso haja contraindicao, usar compresso pneumtica intermitente nos membros inferiores A hiperglicemia est relacionada com aumento de concentrao de lactato e acidose, gerando aumento de radicais livres e leso neuronal. A hiperglicemia no AVC tambm est associado a um mau prognstico. Sugere-se correo cautelosa da glicemia, evitando hipoglicemia.

Recomenda-se o uso de medicao anticonvulsivante


Repouso no leito e cabeceira elevada Analgesia e sedao sempre que necessrias; Terapia tromboltica: objetiva recanalizar a artria com consequente reperfuso cerebral. Uso de r-TPA (Fator Ativador do Plasminognio Tecidual Recombinante): O paciente deve receber a medicao num prazo de at trs horas do incio dos sintomas; Efeito colateral o sangramento, por isso no deve utilizar antiagregante plaquetrio nem anticoagulante nas primeiras 24 horas.

Uso de antiagregante plaquetrio

Acidente vascular cerebral hemorrgico


provocado por sangramento no tecido cerebral, ventrculos ou espao subaracnide Em geral, os pacientes apresentam dficits mais graves e um tempo de recuperao mais prolongado com comparao com o AVCi Essencialmente relacionada a HAS A hemorragia pode ocorre de vrias formas, sendo as principais: a) aneurisma: ponto fraco na parede da artria

b) Ruptura de uma parede arterial: as que esto sofrendo processo de


aterosclerose e/ou arteriosclerose perdem sua elasticidade, ficando mais rgidas e com facilidade de romperem O sangramento no tecido cerebral comprime e lesa o prprio tecido cerebral; Leva ainda ao aumento da PIC o que altera o metabolismo cerebral; Ocorre isquemia secundria do crebro decorrente da PPC diminuda e vasoespasmo Sinais/sintomas comuns ao AVCi acrescidos de cefalia intensa, tontura, vmitos, hipertenso arterial

Na presena de aneurismas intracranianos dois tratamentos podem ser utilizados:


Craniotomia com microcirurgia com colocao de clip metlico no colo do aneurisma: a tcnica mais utilizada, que preserva o vaso e eficaz na preveno de hemorragias e recidivas.

1.

2. Embolizao endovascular: O microcateterismo com deposio de espirais de platina, quantas forem necessrias para o completo preenchimento da dilatao Vdeo

Monitorao da PIC: indicada em alguns pacientes A monitorizao ideal a intraventricular, pois permite drenagem de LCR no controle da HIC. Quando no for possvel a colocao intraventricular por edema cerebral ou por compresso dos ventrculos, a posio intraparenquimatosa passa a ser a de primeira escolha.

O sucesso da monitorizao da PIC, com ou sem drenagem ventricular externa (DVE), depende diretamente da equipe de enfermagem nos seus cuidados dirios.

Cuidados incluem: curativo assptico dirio no local de insero do cateter; cuidados com a bolsa coletora do LCR para que no haja uma superdrenagem com colapso do ventrculo; calibrao e medio peridica da PIC; cuidados no manuseio do sistema para no haver desconexes; avaliaes sistemticas do paciente para deteco de elevao da PIC e sinais de infeco do SNC

Craniotomia descompressiva: o mtodo cirrgico para reduo imediata da PIC. Geralmente indicada em casos de tumefao cerebral e hematoma subdural. Consiste em craniotomia unilateral e ampliao do espao intradural por meio de plstica da dura-mter para se acomodar o crebro tumefeito. O osso pode ser alojado temporariamente no tecido celular subcutneo abdominal, congelado (banco de ossos) ou desprezado para posterior cranioplastia com acrlico.

Distrbios convulsivos
A convulso uma resposta a uma descarga eltrica anormal dos neurnios cerebrais Convulso diferente de crise convulsiva Segundo Arajo (2006), a crise convulsiva designa um episdio isolado. Dois teros dos indivduos que apresentam uma crise jamais voltam a apresent-la, enquanto o outro grupo continuar a apresent-las repetidamente devido a uma condio fixa cerebral (epilepsia). Durante a convulso, o indivduo apresenta episdios breves de alterao da conscincia; confuso mental, perda da conscincia, do controle muscular ou vesical.

Causas: idiopticas ou primria (gentica, defeito de desenvolvimento) e secundria ou sintomtica (hipoxemia, febre na infncia-, leso craniana, HAS, infeces do SNC, condies metablicas e txicas hipoglicemia, IRA, hiponatremia-, tumor cerebral, abstinncia de droga e lcool)

Classificao das convulses:

a) Convulses Generalizadas - ocorrem em qualquer idade, em qualquer momento, sempre com perda da conscincia A crise convulsiva tnico-clnica a mais comum. Fase Clnica com reviramento ocular, inconscincia imediata, contrao generalizada e simtrica de toda a musculatura, braos fletidos, pernas, cabea e pescoo estendidos, dura de 10 a 20 segundos; Fase Tnica com movimentos violentos, rtmicos e involuntrios, podendo espumar pela boca, e incontinncia urinria. medida que a crise vai cedendo, os movimentos tornam-se menos intensos e com intervalos maiores. D-se um relaxamento corporal e segue-se uma fase de sonolncia.

c) Convulso Focal- denominada focal simples, quando as contraes acontecem em um membro do corpo (brao, perna, face) e no fazem com que a pessoa perca a conscincia. Se houver perda da conscincia associada contrao de apenas um membro, d-se o nome de focal complexa.

Os fatores precipitantes agudos de crises dependem da faixa etria. Em adultos, com menos de 65 anos, abstinncia alcolica e trauma craniano so as causas mais frequentes Doena cerebrovascular a causa mais frequente em indivduos com mais de 65 anos
Tratamento farmacolgico: A. Diazepam (valium)- interrompe a convulso rapidamente; sua meia-vida curta, cerca de 20 a 30min; necessita de outra droga associada para prevenir a recorrncia; se isso no ocorrer, e forem feitas doses repetidas de diazepam, pode surgir depresso respiratria e cardiovascular no paciente; administrado em bolus B. Fenitona (hidantal)- efetivo no controle das crises em 80% dos casos; de ser administrada lentamente pois pode causar hipotenso; pode ser administrada como soluo mas no em soro glicosado C. Lorazepam (lorax)- ao anticonvulsivante maior do que do diazepam (12 a 24h), mas no Brasil s est disponvel na via oral

Sndrome de Guillain-Barr
Definida como imunomediada. uma polineuropatia aguda, inflamatria e

Condio reversvel, com mortalidade alta


uma doena inflamatria, caracterizada pela desmielinizao dos nervos motores, podendo atingir os sensitivos

Possui comprometimento geralmente simtrico

perifrico

ascendente,

progressivo

O mecanismo da etiologia ainda desconhecida embora frequentemente precedida de infeco viral; Geralmente, em cerca de 2/3 dos casos com SGB, uma infeco respiratria aguda ou gastrointestinal precede o incio do SGB em 1 a 3 semanas. A teoria mais aceita que um organismo infeccioso contm um aminocido que mimetiza a mielina do nervo perifrico; o sistema imune no consegue diferenciar e ataca e destri a mielina.

Com freqncia os sintomas iniciais constituem formigamento e sensaes de alfinetadas e agulhadas nos ps, podendo ser associado a lombalgia aguda. O paciente geralmente tem fraqueza muscular, a qual costuma ser proeminente nas pernas O curso rpido da fraqueza caracterstico da doena: a fase inicial da progresso dos sintomas dura at 2 semanas em 70% dos casos A progresso pode ser alarmantemente rpida, de modo que pode ocorrer perda de funes fundamentais, como a respirao, em poucos dias ou at mesmo em algumas horas. Por isso, devemos monitorar constantemente a respirao, pois a fraqueza muscular pode levar a falncia respiratria

Nesta doena, a clula de Schwann quem produz mielina no sistema nervoso perifrico poupada, o que permite a remielinizao na fase de recuperao. Normalmente h total recuperao embora se possam verificar remisses No h nenhum teste especfico para o diagnstico, sendo feito pelas caractersticas clnicas e tambm pela alterao do LCR; a protena est elevada mais que o dobro do limite superior do normal, o nvel de glicose normal. Eletroneuromiografia (Exame de conduo nervosa):Neste teste so colocados eletrodos na pele em cima do nervo a ser testado. Um impulso eltrico oferecido, e a velocidade de transmisso do estmulo medida por eletrodos.

Nos primeiros estgios da doena, os pacientes devem ser hospitalizados sem UTIs ou semi-intensivas, para observao, por causa da paralisia ascendente A imunoglobulina o tratamento padro. Pode ser usado a plasmafrese

Corticides no so recomendados (no demonstrou eficcia segundo a Academia americana de Neurologia)

Plasmafrese
Muitas doenas so causadas por autoanticorpos, toxinas e excesso de protenas indesejadas presentes no plasma
Esse um processo de remoo de elementos do
plasma sanguneo que possam ser responsveis por algumas doenas. A indicao mais comum para remoo de anticorpos e complexos auto-imunes.

Meningite
uma inflamao aguda das meninges, membranas que envolvem o crebro e a coluna vertebral.

Vrios fatores (como traumas e intoxicaes) podem produzir inflamaes nas meninges, mas as principais formas de meningite so as infecciosas (vrus, fungos e bactrias)

Composio
- Pouca protena - Rico em Na+, k+ e Cl- Linfcitos ocasionais - Glicose Atravs do lquor, o agente infeccioso pode circular pelo sistema nervoso e causar danos cerebrais permanentes, deixando seqelas graves na pessoa infectada. Doena de notificao compulsria (caso suspeito)

A invaso do agente infeccioso no SNC pode ocorrer por propagao direta (TCE), por contiguidade ou pela via hematognica Ocorre alterao do lquor e hipertenso intracraniana

FISIOPATOLOGIA
ENTRADA DE BACTRIAS NO ESPAO SUBARACNIDEO ATIVAO DO SISTEMA MONCITO-MACRFAGO LIBERAO DOS MEDIADORES INFLAMATRIOS MORTE CELULAR (exsudato purulento) HIPERTENSO INTRACRANIANA

Possui alta mortalidade ou produo de sequelas.

PORQUE????
1- Pode ocorrer fibrose do espao subaracnideo, dificultando o trnsito liqurico e causando hidrocefalia. 2- Trombose de vasos menngeos podendo causar reas de infarto ou atrofia cerebral. 3- Choque sptico 4- Leso de nervos cranianos pode causar disfuno permanente, p. ex., surdez, estrabismo.

A maioria dos pacientes adultos com meningite aguda apresenta pelo menos dois de quatro sintomas: cefalia, fotofobia febre rigidez de nuca (resistncia involuntria flexo passiva da cabea. Paciente em decbito dorsal, coloca-se a mo na nuca e procura-se mover a cabea para frente. Normal = flexo com facilidade. Anormal = no consegue aproximar o queixo do esterno) alterao do estado mental (inquietao, agitao, confuso, delrio ou torpor). convulso Vmitos (pode ser em jato) mialgia sinais de Kernig e Brudzinsky

Sinal de Kernig: Com o paciente em decbito dorsal, o examinador flete a coxa do paciente sobre o quadril em 90 e em seguida procura estender a perna sobre a coxa. Se h irritao menngea nota-se contratura dos msculos posteriores da coxa que causa dor e impede a concluso da manobra.

Sinal de Brudzinski: Com o paciente em decbito dorsal, coloque as mos por detrs de sua cabea e flexione o pescoo para frente, at que, se possvel, o queixo toque o trax. Observe a reao dos quadris e joelhos durante a manobra. Normalmente, o pescoo flexvel e quadris e joelhos permanecem relaxados. A flexo dos quadris e joelhos constitui o sinal positivo e indica inflamao menngea.

Alteraes do lquor: O aspecto normal do LCR LMPIDO E INCOLOR O exame do liquor fundamental para o diagnstico e estabelecimento de condutas e deve ser realizado na suspeita de meningite

Coletado pelo Mdico no local entre 3 e 4 ou 4 e 5 espao vertebral

O que se espera na doena????

Aumento de PIC: geralmente a presso encontra-se aumentada, girando em torno de 20- 50 cm H2O. ASPECTO: hemorrgico apresenta-se turvo, purulento, xantocrmico ou

GLICOSE: geralmente est diminuda (< que 40 mg/dl), principalmente antes do tratamento, em razo do consumo pelas bactrias. PROTENAS: geralmente esto aumentadas (> que 50 mg/dl)

Meningite meningoccica
O agente da infeco a Neisseria meningitidis (bactria), com principais sorotipos A, B, C
O meningococos infecta pessoas saudveis e vive no nariz e garganta de pessoas assintomticas e transmitido por intermdio de um contacto muito prximo entre pessoas atravs de secrees respiratrias e secrees salivares. Forma mais grave!!!! Quimioprifilaxia: Rifampicina, rocefin, ciprofloxacina

Tratamento
Aps estabelecer o diagnstico de meningite bacteriana aguda, o paciente deve ser internado preferencialmente na UTI ou semiintensiva Administrao de antibiticos por via endovenosa Repetir exame do lquor aps 48 a 72h nos casos em que a evoluo clnica no for favorvel, quando houver persistncia da febre, e quando do isolamento de agentes resistentes. O isolamento hospitalar recomendado para os casos de meningite meningoccica e para qualquer meningite bacteriana sem agente etiolgico definido ou antes que este seja identificado.

Recomenda-se o isolamento de transmisso por gotcula Em 24 horas de tratamento eficaz, pode haver a suspenso do isolamento

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