O Acolhimento Ao Usuário Do SUS

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O acolhimento ao usurio do SUS

Leonardo Flix de Oliveira


Prof. Esp.: Sade da Famlia,Ensino, Clnica Psicanaltica

Sem conceitos: direto ao assunto

O Acolhimento deve ser entendido no como um ato individual mas coletivo, uma estratgia que visa a ampliao do acesso com abordagem de risco e vulnerabilidade, um dilogo construdo dentro do servio com os profissionais de sade e com a comunidade fortalecendo o Conselho Gestor. (SO PAULO, 2003)

... surge como uma estratgia para promover mudanas na organizao do processo de trabalho visando ampliar o acesso assistncia integral. Prope uma recepo tcnica com escuta qualificada por profissionais da equipe de sade, para atender a demanda espontnea que chega aos servios, com o objetivo de identificar risco/vulnerabilidade no adoecer e, dessa forma, orientar, priorizar e decidir sobre os encaminhamentos necessrios para a resoluo do problema do usurio. Visa potencializar o conhecimento tcnico e agregar resolutividade na interveno dos diversos profissionais de sade, promovendo o vnculo e a responsabilizao clnica e sanitria com os usurios. (SO PAULO, 2003)

O Acolhimento fazer e para fazer tem que saber. Os profissionais de sade so os principais protagonistas das aes do acolhimento porque so eles quem recebem o usurio, tm domnio sobre a produo do cuidado e tomam as decises. Qualificar a escuta e a capacidade resolutiva destes profissionais na ateno ao usurio um processo constante e permanente de apropriao e troca de saberes. imprescindvel a existncia de espaos nos servios de sade para a discusso coletiva de casos, do processo de trabalho e na adequao das normas, protocolos e orientaes realidade local, para o desenvolvimento de seus prprios fluxogramas e normas de atendimento. (SO PAULO, 2003)

O acolhimento, como nos mostram os dados, uma estratgia para: reorganizao do servio de sade, mudana do foco de trabalho da doena para o doente, destaque na importncia do trabalho de uma equipe multiprofissional, garantia do acesso universal aos servios de sade, alcance de resolutividade dos problemas ou necessidades de sade, promoo da Humanizao na assistncia e estmulo capacitao dos profissionais, fazendo com que estes assumam uma postura acolhedora. A relao do trabalhador com o usurio, o estabelecimento de vnculos, a credibilidade e a confiana entre eles so, aparentemente, conseqncias do acolhimento*. (SILVA & ALVES, 2008)

*grifo meu

Ele pode ainda atuar como uma ferramenta assistencial que, segundo Miranda e Miranda (1996), se vincula s relaes humanas e habilidades interpessoais dos profissionais que atendem os usurios.

Pereira (2002) enfatiza que acolher no significa simplesmente satisfazer a pessoa atendida, mas buscar a resolutividade ou realizar encaminhamentos a fim de promover a reabilitao da sade da mesma. A assistncia de qualidade, dentre seus objetivos, engloba a satisfao da clientela, mas sabe-se esta nem sempre possvel ou ainda esse ato no capaz de promover ou reabilitar totalmente a sade.

Os usurios procuram as instituies buscando a resolutividade de seus problemas, porm no encontram valorizao das suas queixas, alguns profissionais mantm suas posturas de detentores do saber, desmerecendo o indivduo e o conhecimento sobre sua prpria sade e desestimulando-o a alcanar um elevado coeficiente de autonomia. Partindo desse ponto, percebe-se a necessidade de qualificar e capacitar a equipe multiprofissional para que seja implementado, de forma eficaz, o processo de acolhimento nos servios de sade, seja de nvel de ateno primria, secundria ou terciria. (SILVA & ALVES, 2008)

O acolhimento no deve ser visto como forma de escolher quem ser atendido, ele deve mesclar uma recepo administrativa e um ambiente confortvel para a realizao da avaliao do estado de sade e classificao de risco, no atuando como uma etapa do processo, mas como uma ao que deve ocorrer em todos os locais e momentos do servio sade. Se estas aes forem tomadas isoladamente, pode resultar numa ao pontual, descomprometida com processo de produo de sade humanizado, compactuando com a viso tradicional de acolhimento, cujo objetivo principal o repasse do problema tendo como foco a doena e o procedimento, e no o sujeito e suas necessidades. (SILVA & ALVES, 2008)

Em relao ao acolhimento estar vinculado Classificao de Riscos, deve-se tomar muito cuidado, pois nesta medida, imprescindvel que o profissional seja suficientemente capaz de avaliar riscos e vulnerabilidade sem deixar de lado o grau de sofrimento fsico e psquico. (SILVA & ALVES, 2008)

A mudana do foco assistencial da doena para o ser humano tambm essencial para que se estabelea o acolhimento. (SILVA & ALVES, 2008)

De acordo com Merhy et al. (1997), o cliente tem interesse em tornar-se cada vez mais autnomo atravs do alcance do conhecimento que lhe permita, cada vez mais, resolver seus problemas de sade. Esse conhecimento deve ser fornecido pelo mdico ou enfermeira, tomando sempre o cuidado de destacar a grande importncia da procura pelo servio em caso de doenas, complicaes e problemas de sade, sendo que as orientaes dadas so para facilitar a promoo de sade atravs do autocuidado adequado, medidas preventivas e at aes teraputicas que podem ser realizadas por ele mesmo sem possibilidade de risco para sua sade.

E em termos prticos?

FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO.

E em termos prticos?

FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO AMBIENTE Fsico, social. CORDIALIDADE nome, crach, placas esclarecedoras; PREVER BUROCRACIA tempo, facilitadores e dificultadores; USAR O TELEFONE ligar ou fornecer para ligao; ORIENTAR fornecer informaes; PERGUNTAR SE AINDA TEM ALGUMA DVIDA acatar a dvida SEMPRE ESCREVER ORIENTAES no h memria fixa. PEDIR PARA O CLIENTE PASSAR NA UBS ANTES DOS EXAMES PARA CONFIRMAR DATA, HORA E SE O PROFISSIONAL EST ATENDENDO NAQUELE DIA; PEDIR PARA O CLIENTE PASSAR NA UBS ANTES DOS EXAMES PARA CONFERIR DOCUMENTOS NECESSRIOS (EX CARTO SUS, COMPROVANTES DE RESIDNCIA, ETC); PREVER CLASSIFICAO DE RISCO PARA ACOLHER COM MAIS RECURSOS OU MENOS RECURSOS; CLASSIFICAO DE RISCO; A BOA E VELHA EDUCAO TREINAR TCNICAS DE CONVERSA postura, olhar, ateno, telefone....

O acolhimento a materializao dos direitos do usurio do SUS.

Referncias Bibliogrficas
BUENO, W. S.; MERHY, E. E. Os equvocos da NOB 96: uma proposta em sintonia com os projetos neoliberalizantes?. 1997. Disponvel em: <http://www.datasus. gov.br/cns/ temas/ NOB96/NOB96crit.htm>. Acesso em: 10 mar. 2006. FRANCO, T. B. et al. O acolhimento e o processo de trabalho em sade: o caso Betim Minas Gerais, Brasil. cad. de Sade Pblica, Rio de Janeiro, v.15, n. 2, p. 345-353, abr./jun. 1999. MIRANDA, C.F.; MIRANDA, M.L. construindo a relao de ajuda. 10. ed. Belo Horizonte: Crescer, 1996. 261 p. PAR. Secretaria Estadual de Sade. O que SUS?. 2002. Disponvel em: <http://www.sespa.pa.gov.br/Sus/sus/sus_descen.htm>. Acesso em: 15 fev. 2006. PEREIRA, R.,P.A. acolhimento: instrumento/ferramenta de trabalho, de tecnologia leve, de uso por equipes de sade na sua relao com o usurio do servio de sade. 2002. Disponvel em: <http://www.smmfc.org.br/acolhimento.htm>. Acesso em: 30 de abr. 2006. SO PAULO. Secretaria Municipal Sade. Projeto acolhimento: rotinas de fluxo assistencial verso preliminar. 2003. Disponvel em: < http://www.sp.gov.br/sms >. Acesso em: 14 jan. 2006. SO PAULO, 1 caderno de apoio ao acolhimento: orientaes, rotinas e fluxos sob a tica do risco/ vulnerabilidade. Org.: Capozzolo, So Paulo, 2003. SILVA, Lvia Gomes da; ALVES, Marcelo da Silva. O acolhimento como ferramenta de prticas inclusivas de sade. Revista APS, v. 11, n.1, p74-84. jan./mar. 2008

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