Dispositivos Carregadores

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARAN
CENTRO DE ENGENHARIAS E CINCIAS EXATAS

CURSO DE ENGENHARIA QUMICA
DISCIPLINA: OPERAES UNITRIAS II

TRANSPORTE DE SLIDOS-DISPOSITIVOS CARREGADORES

TOLEDO PR
Maro de 2010

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARAN
CENTRO DE ENGENHARIAS E CINCIAS EXATAS
CURSO DE ENGENHARIA QUMICA
DISCIPLINA: OPERAES UNITRIAS II

CAMILA VARGAS NEVES
FRANCINY AMARAL
JOHNNY ROTTAVA
PATRICIA HISSAE YASSUE
THALYTA BASSO

TRANSPORTE DE SLIDOS-DISPOSITIVOS CARREGADORES

TOLEDO PR
Maro de 2010
Trabalho entregue como requisito parcial
de avaliao da disciplina de Operaes
Unitrias II do curso de Engenharia
Qumica da Universidade Estadual do
Oeste do Paran Campus Toledo.

Prof: Marcos Moreira

iii

SUMRIO

LISTA DE FIGURAS ................................................................................................................................. V
LISTA DE TABELAS ................................................................................................................................ VI
NOMENCLATURA ................................................................................................................................ VII
RESUMO ................................................................................................................................................ 1
1. TRANSPORTE DE SLIDOS............................................................................................................. 2
2. ESPECIFICAO DO EQUIPAMENTO .............................................................................................. 2
2.2. CAPACIDADE ................................................................................................................................. 2
2.3. DISTNCIA E DESNVEL ENTRE CARGA E DESCARGA ................................................................................. 3
2.4. NATUREZA DO MATERIAL A TRANSPORTAR .......................................................................................... 3
2.5. FATORES ECONMICOS ................................................................................................................... 3
3. CLASSIFICAO ............................................................................................................................. 3
4. DISPOSITIVOS CARREGADORES .................................................................................................... 5
4.1. TRANSPORTADOR DE CORREIA ........................................................................................................... 5
4.1.1. Componentes do transportador de correia .......................................................................... 6
4.1.1.1. Correia ....................................................................................................................................... 6
4.1.1.2. Tambores .................................................................................................................................. 8
4.1.1.3. Roletes ...................................................................................................................................... 9
4.1.1.4. Conjunto de alimentao ........................................................................................................ 11
4.1.1.5. Conjunto de descarga.............................................................................................................. 12
4.1.1.6. Conjunto de acionamento ....................................................................................................... 13
4.1.2. Variantes do transportador de correia ............................................................................... 14
4.1.2.1. Transportador de zper ou correia fechada ............................................................................. 14
4.1.2.2. Transportadores de correias planas e cncavas...................................................................... 15
4.1.3. Dimensionamento............................................................................................................... 15
4.1.3.1. ngulo de Inclinao ............................................................................................................... 16
4.1.3.2. Velocidade de Transporte ....................................................................................................... 17
4.1.3.3. Clculo da Largura da Correia ................................................................................................. 17
4.1.3.4. Potncia Consumida ................................................................................................................ 19
4.2. TRANSPORTADOR DE ESTEIRA .......................................................................................................... 24
4.2.1. Tipos de esteiras ................................................................................................................. 25
4.2.2. Dimensionamento............................................................................................................... 29
4.2.2.1. Largura .................................................................................................................................... 29
4.2.2.2. Potncia Consumida ................................................................................................................ 32
4.3. TRANSPORTADOR DE CAAMBA ....................................................................................................... 33
4.3.1. Transportador Elevador de Caambas ................................................................................ 35
4.4. TRANSPORTADORES POR GRAVIDADE ................................................................................................ 36
4.4.1. Tipos de transportador por gravidade ................................................................................ 37
4.4.1.1. Transportador de rolos livres .................................................................................................. 37
4.4.1.2. Transportador por gravidade ativada a ar ............................................................................... 39
4.5. TRANSPORTADORES DE CORRENTE ................................................................................................... 41
4.5.1. Percurso Reto ...................................................................................................................... 43
4.5.2. Percurso Curvo .................................................................................................................... 44
4.6. TRANSPORTADOR VIBRATRIO ........................................................................................................ 45
4.6.1. Transportadores vibratrios tipo Revitran ......................................................................... 47
4.6.1.1. O uso ....................................................................................................................................... 47
4.6.1.2. Princpio de Funcionamento ................................................................................................... 48
4.6.1.3. Detalhes construtivos .............................................................................................................. 50
4.6.1.4. Largura do transportador ........................................................................................................ 51
4.7. NOVOS TRANSPORTADORES ............................................................................................................ 51
4.7.1. Transportadores a ar .......................................................................................................... 51
4.7.2. Transportadores de Esteira Magntica .............................................................................. 52
iv

4.7.2.1. O Funcionamento .................................................................................................................... 52
4.7.2.2. Componentes principais .......................................................................................................... 53
4.7.2.3. Aplicaes ............................................................................................................................... 53
4.7.3. Mesa de Esferas Transferidoras .......................................................................................... 54
4.7.3.1. Esferas Transferidoras ............................................................................................................. 54
4.8. ALGUNS ACESSRIOS UTILIZADOS NOS TRANSPORTADORES ................................................................... 56
4.8.1. Transportador com paletes................................................................................................. 56
4.8.1.1. Paletizao .............................................................................................................................. 56
4.8.1.2. Paletes e seus tipos mais comuns ........................................................................................... 56
4.8.2. Transportadores de Taliscas ............................................................................................... 58
5. CONCLUSO ............................................................................................................................... 60
6. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ................................................................................................... 61

v

Lista de Figuras
FIGURA 1-ESTEIRAS COM DIFERENTES NMEROS DE LONAS. .................................................................... 6
FIGURA 2-CORREIA TRANSPORTADORA. (A) CARCAA, (B) BORRACHA DE LIGAO, (C) COBERTURA.... 6
FIGURA 3-URDUME E TRAMA. ...................................................................................................................... 7
FIGURA 4-DIFERENTES TIPOS DE COBERTURAS. ........................................................................................ 8
FIGURA 5-TAMBORES (A) DE ACIONAMENTO, (B) DE RETORNO. ................................................................. 8
FIGURA 6-ROLETES INCLINADOS. ................................................................................................................ 9
FIGURA 7-ROLETE EM ESPIRAL. ................................................................................................................. 10
FIGURA 8-TRANSPORTADOR DE ROLETES................................................................................................. 11
FIGURA 9-CHUTE TELESCPIO (A), CHUTE COM CAIXA DE PEDRA (B), CHUTE COM COMPORTA
REGULVEL (C). ................................................................................................................................ 12
FIGURA 10-TRIPPER MOTORIZADO. ........................................................................................................... 13
FIGURA 11-TRANSPORTADOR DE CORREIA. .............................................................................................. 14
FIGURA 12-TRANSPORTADOR DE ZPER. ................................................................................................... 14
FIGURA 13-TRANSPORTADORES PLANOS E CNCAVOS. .......................................................................... 15
FIGURA 14-CARTA PARA O CLCULO DO TRANSPORTE DE CORREIA. ....................................................... 19
FIGURA 15-CARTA PARA CLCULO DA POTNCIA CONSUMIDA POR UM TRANSPORTADOR DE CORREIA. 21
FIGURA 16-POTNCIA DE TRANSPORTADORES DE CORREIA. ................................................................... 22
FIGURA 17 - ESTEIRAS COM ABAS LATERAIS E REBAIXO ........................................................................... 25
FIGURA 18 - ESTEIRA CONVENCIONAL....................................................................................................... 26
FIGURA 19 - ESTEIRA CONVENCIONAL COM PASSO INVERTIDO ................................................................ 26
FIGURA 20 - ESTEIRA BALANCEADA........................................................................................................... 27
FIGURA 21 - ESTEIRA BALANCEADA DUPLA ............................................................................................... 27
FIGURA 22 - ESTEIRA REFORADA ............................................................................................................ 28
FIGURA 23 - ESTEIRA MLTIPLA ................................................................................................................ 28
FIGURA 24 - ESTEIRA TECEFLEX ............................................................................................................... 29
FIGURA 25 ESPECIFICAO DA ESTEIRA ................................................................................................ 29
FIGURA 26-PARMETROS GEOMTRICOS NO DIMENSIONAMENTO DE UM TRANSPORTADOR DE ESTEIRA.
.......................................................................................................................................................... 31
FIGURA 27 - TRANSPORTADOR DE CAAMBA ........................................................................................... 34
FIGURA 28-TRANSPORTADOR ELEVADOR DE CAAMBAS. ........................................................................ 36
FIGURA 29-TRANSPORTADOR POR GRAVIDADE. ....................................................................................... 37
FIGURA 30-(A) ROLOS DE 60 MM E (B) RANHURAS. ................................................................................... 38
FIGURA 31-STOPPER PARA TRANSPORTADOR DE ROLETES LIVRES. ........................................................ 38
FIGURA 32-STOPPER FIXO PARA TRANSPORTADORES DE ROLOS LIVRES. ............................................... 39
FIGURA 33-TRANSPORTADOR POR GRAVIDADE ATIVADO A AR. ................................................................ 39
FIGURA 34-ESQUEMA DE UM TRANSPORTADOR POR GRAVIDADE ATIVADO A AR. .................................... 40
FIGURA 35-APLICAO TPICA DO TRANSPORTADOR POR GRAVIDADE ATIVADO A AR. ............................ 40
FIGURA 36 - TRANSPORTADOR DE CORRENTE COM TALISCA. .................................................................. 41
FIGURA 37-MODELO DE CORRENTE DE TRANSMISSO. ............................................................................ 43
FIGURA 38 - DETALHE DO MDULO DE ACETAL APLICADO EM PERCURSO RETO. .................................... 44
FIGURA 39 DETALHE DO MDULO DE ACETAL APLICADO EM PERCURSO CURVO. ................................. 44
FIGURA 40-TRANSPORTADOR DE CORRENTE (A) COM PERCURSO CURVO E (B) COM CURVA DE 90. .... 45
FIGURA 41-TRANSPORTADOR VIBRATRIO. .............................................................................................. 45
FIGURA 42-CLASSIFICAO DE TRANSPORTADORES VIBRATRIOS (MODERN MATERIALS HANDLING). 46
FIGURA 43-TRANSPORTADOR VIBRATRIO, COM FEIXE DE MOLAS PADRONIZADO, COM GRFICO DE
SELEO (LINK-BELT CO.). .............................................................................................................. 47
FIGURA 44-ESQUEMA DE UM TRANSPORTADOR VIBRATRIO ................................................................... 49
FIGURA 45-TRANSPORTADOR (A) MODELO SKF E (B) MODELO SKL ....................................................... 50
FIGURA 46-TRANSPORTADOR DE CORREIA SUSTENTADO A AR. ............................................................... 52
FIGURA 47-ESTEIRA MAGNTICA. .............................................................................................................. 54
FIGURA 48-MESAS TRANSFERIDORAS. ...................................................................................................... 54
FIGURA 49- DIVERSAS CONFIGURAES DOS PALETES. .......................................................................... 57
FIGURA 50-MODELO DE TALISCA. ............................................................................................................. 58
FIGURA 51- TIPOS DE TALISCAS. ............................................................................................................... 59

vi

Lista de Tabelas

TABELA 1-NMERO DE LONAS EM FUNO DA LARGURA. .......................................................................... 6
TABELA 2-NGULO MXIMO DO TRANSPORTADOR EM FUNO DE DIVERSOS MATERIAIS. ...................... 16
TABELA 3-VELOCIDADE DA CORREIA PARA ALGUNS TIPOS DE MATERIAIS. ............................................... 17
TABELA 4-POTNCIAS UTILIZADAS NA EQUAO 9. .................................................................................. 23
TABELA 5-POTNCIA CONSUMIDA POR UM TRIPPER. ................................................................................ 24
TABELA 6-LARGURA, PROFUNDIDIDADE, CAPACIDADE E TAMANHO MXIMO DO SLIDO. ......................... 30
TABELA 7-NGULO DE INCLINAO DO TRANSPORTADOR DE CORREIA. .................................................. 32
TABELA 8- VALORES DE R PARA DIFERENTES MATERIAIS. ........................................................................ 33
TABELA 9-GUIA PARA SELECIONAR O MATERIAL DA CAAMBA. ................................................................ 34
TABELA 10 MATERIAL DE DENSIDADE 0,8 T/M
3
...................................................................................... 36
TABELA 11-ESFERAS TRANSFERIDORAS TEKROLL. .................................................................................. 55

vii

Nomenclatura

Smbolo Descrio (Unidade)
Constante emprica (adimensional)

Densidade aparente do material (
3
)
rea da seco transversal do slido em (
2
)
Elevao ()

Potncia necessria para acionar o transportador vazio ()

Potncia consumida para transportar 100 / ()

Potncia consumida para elevar 100 / ()
Potncia ()
Velocidade da correia (

)
Largura do transportador ()
Largura da correia ()
n
C . Capacidade nominal (
),
Dimetro doa tambores ()

Espessura do elo ()
Passo do elo ()
Largura do pino ()

Altura ()
F
Fora de trao na corrente ()
q
Fator de reduo da rea (adimensional)

Coeficiente de atrito de rolamento (adimensional)
e
P
Peso de uma seo da esteira (entre centros) ()
m
P
Peso do material transportado por metro de esteira ()
1

RESUMO

Na indstria o transporte de slidos ocorre pela movimentao dos slidos
fluidizados, entretanto quando h granulometria grosseira ou grande abraso
dos dutos esse transporte substitudo por dispositivos mecnicos que os
transportam em regime contnuo. Dentre estes dispositivos encontram-se os
carregadores separados em correia, esteira, corrente, caamba, vibratrio e
por gravidade. A escolha deles est baseada na capacidade, distncia,
desnvel entre carga e descarga, natureza dos materiais a serem transportados
e fatores econmicos. Todavia, os transportadores de correia so os mais
utilizados devido variedade de uso: para transportar materiais slidos a baixo
custo em percursos horizontais e inclinados de comprimentos variados, a
velocidades baixas ou altas e com ampla faixa de temperatura. Os
transportadores de esteira so uma variante dos transportadores de correia
aplicados no transporte de materiais quentes ou muito abrasivos a curta
distncia e baixa velocidade. Geralmente a esteira metlica e fixada na
correia ou corrente. Para curtas distncias pode-se utilizar de transportadores
de caamba. Nestes transportadores a caamba suspensa por cabos de ao
e se movimentam sobre trilhos ou correntes, a descarga feita pela inverso
da caamba. Os transportadores de corrente so semelhantes aos
transportadores de correia diferenciando-se por ser o nico a trabalhar em
percurso curvo e ter manuteno fcil e barata, pois, o equipamento que se
movimenta formado por vrios mdulos acoplados entre si que formam a
esteira. Por fim, quando se busca agilidade ao processo e baixo custo pode-se
utilizar o transporte por gravidade. Trata-se do nico dispositivo que no possui
um motor, sua movimentao ocorre pela inclinao da mesa transportadora.
Neste trabalho tambm divulgado novos tipos de transportadores como o
transportador de correia sustentado por ar, transportador de esteira magntica
e mesa de esfera transferidora.

2

1. TRANSPORTE DE SLIDOS

O transporte de materiais dentro de uma indstria pode acontecer por
meio de trs maneiras diferentes: transporte de slidos, bombeamento de
lquidos e movimentao de gases (GOMIDE, 1983).
O transporte de slidos fluidizados geralmente o escolhido quando ao
transporte de slidos em uma indstria. Porm h situaes em que este tipo
de transporte impraticvel (granulometria grosseira ou grande abraso dos
dutos), ento, so utilizados dispositivos mecnicos como carregadores,
arrastadores, elevadores, alimentadores e pneumticos. Esses dispositivos, por
sua vez, transportam os slidos em regime contnuo (GOMIDE, 1983).
Os conhecimentos prticos sobre o transporte de slidos de grande
importncia, pois representa grande parte do custo total de operao
(chegando a atingir 80%); cada vez mais a mo-de-obra vem sendo substituda
por mquinas e mquinas vm sendo substitudas por modelos mais modernos
(GOMIDE, 1983).

2. ESPECIFICAO DO EQUIPAMENTO

Em uma dada situao, a seleo e o dimensionamento a ser
empregados dependem de um grande nmero de fatores, sendo os mais
importantes: a capacidade, distncia e desnvel ente carga e descarga,
natureza do material a se transportar e os fatores econmicos (GOMIDE,
1983).

2.2. Capacidade

A capacidade do transportador de slidos uma tarefa difcil de estimar
uma vez que diversas variveis influenciam-se mutuamente. Alm disso, a
capacidade tambm est diretamente ligada ao desembarque na fbrica, o
armazenamento e a embalagem. Em casos complexos deve-se fazer um
diagrama de blocos acompanhado de uma simulao matemtica (GOMIDE,
1983).

3

2.3. Distncia e desnvel entre carga e descarga

Nas indstrias se encontram dispositivos para grandes distncias, para
grandes desnveis e alguns que s podem ser utilizados no plano.

2.4. Natureza do Material a transportar

A escolha do transportador deve ser realizada levando em conta as
caractersticas do material a ser transportado durante o processo. Por exemplo,
quando puder ocorrer aglomerao ou aerao, o desempenho da mquina
no estar de acordo com as previses baseadas na densidade mdia. As
caractersticas do material em movimento podem ser afetadas pelas condies
de armazenamento, pelas variaes de temperatura e de umidade ambiente,
pelos mtodos de descarga; todos esses fatores devem receber cuidadosa
considerao, antes de ser feita a escolha final do tipo de equipamento
(PERRY, 1997).

2.5. Fatores Econmicos

O custo pode ser influenciado pela qualidade dos rolamentos, pela
espessura das chapas, pelo dimetro dos roletes e pelas facilidades de
manuteno e de reparo. Por isso, necessrio fazer as comparaes de
custo, na base de uma investigao particular de cada aplicao especfica do
equipamento. Pode-se escolher um determinado transportador pelo menor
custo inicial, pelo menor custo de energia ou tambm pela entrega ou
montagem rpida (PERRY,1997).

3. CLASSIFICAO

Os equipamentos de transporte de slidos podem ser classificados
como:
- Fixos: Sua posio permanece fixa durante o tempo embora possa
possuir tambm partes mveis.
4

- Mveis: So equipamentos que se movimentam com os slidos, como
por exemplo, as ps carregadoras, vagonetas, empilhadeiras,
caminhes, guinchos e guindastes.
No presente trabalho ser tratado apenas dos transportadores fixos
sendo estes os mais indicados ao transporte contnuo de slidos a granel na
indstria de processo qumico.
Os transportadores fixos podem ser classificados em:
- Carregadores;
- Arrastadores;
- Elevadores;
- Alimentadores;
- Pneumticos.
O enfoque deste trabalho ser os dispositivos carregadores, que
podem ser classificados em seis tipos tradicionais
- Correia;
- Esteira;
- Corrente;
- Caamba;
- Vibratrio;
- Por gravidade.

5

4. DISPOSITIVOS CARREGADORES

So dispositivos que transportam o slido sobre superfcies ou dentro
de tubos continuamente de um ponto a outra da indstria. Em outros casos o
slido pode ser suspensos em cabos ou correntes (GOMIDE, 1983).

4.1. Transportador de correia

Os Transportadores de correia so a soluo ideal para o transporte de
materiais slidos a baixo custo. Sua construo compacta e com excelente
desempenho funcional. So formados por uma correia sem fim que trabalha
sobre o efeito da fora de atrito. Ela no somente um componente para
transferir material, mas tambm um componente para transferir fora. Esta
correia estendida entre dois tambores (motriz e de retorno); sua estrutura
basicamente construda com perfis laminados de ao carbono e roletes
justapostos, sobre os quais a correia desliza, com baixo atrito, possibilitando a
movimentao de cargas pesadas, com baixo consumo de energia. O sistema
acionado por um motor eltrico, sendo a transmisso realizada atravs de
polias e correias.
Estes transportadores podem ser horizontais ou inclinados de
comprimentos variados. Podem operar ao longo de milhas, com velocidades de
at 1000 /., e transportar no mximo 5.000 ./. Podendo tambm
funcionar em curta distncia, com velocidades muito baixas nas quais permitem
a manipulao individual dos materiais, com a capacidade de algumas libras
por hora. A faixa de temperatura operacional normalmente entre a faixa de -
30C at 60C, porm com tratamentos especiais, como a adio de amianto e
anti-congelante sua temperatura de operao passa a ser de -50C a 100C
(PERRY,1997).
Numa instalao, o transportador de correia pode ter um curso inicial
mais elevado do que o de outros tipos e, dependendo do tempo de ociosidade,
exigir mais ou menos manuteno. , porm, um tipo de transportador que,
com uma rotina de assistncia boa e constante, sobreviver a quase que
qualquer outro modelo (PERRY, 1997).

6

4.1.1. Componentes do transportador de correia

4.1.1.1. Correia

As correias so fabricadas numa grande variedade de materiais, como
couro, nylon, polister, PVC, polietileno, crina, amianto e algodo, porm as
mais comuns so de borracha com reforo de lona ou fios metlicos. A
resistncia mecnica, que de 10 a 20 / de largura por lona, passa a 500
/ quando o reforo metlico. Encontram-se tambm em larguras
padronizadas que variam de 2 em 2", desde 4" at 80". Tanto a espessura,
como o nmero de lonas, dependem da tenso aplicada e da largura. A Tabela
1 indicativa do nmero de lonas recomendado em funo da largura e a
Figura 1 ilustra vrias esteiras com diferentes nmeros de lonas.

Tabela 1-Nmero de lonas em funo da largura.
Largura
(polegadas)
12 18 24 30 36 42 48 60 80
Nmero de lonas 3-4 4-5 4-7 5-8 6-9 6-10 7-12 8-12 9-14
Fonte: GOMIDE, 1983.

Figura 1-Esteiras com diferentes nmeros de lonas.

As correias transportadoras, sendo um material composto, so
constitudas de trs partes principais: carcaa, borracha de ligao e cobertura
(BLUM, 2008).

Figura 2-Correia transportadora. (A) carcaa, (B) borracha de ligao, (C) cobertura.
Fonte: BLUM, 2008
7

Carcaa o elemento de fora da correia, pois dela que depende a
resistncia para suportar as tenses, flexes e toda variedade de esforos,
(Figura 2a). As fibras txteis sintticas como o nylon e polister so os
elementos mais utilizados na fabricao dos tecidos (lonas) integrantes da
carcaa. O tecido composto por dois tipos de cabos urdume e trama
conforme ilustrado na Figura 3. O urdume, responsvel pelo corpo de fora,
disposto longitudinalmente. A trama efetua a amarrao do urdume, cruzando-
o e provendo o tecido de resistncia transversal (BLUM, 2008).

Figura 3-Urdume e trama.
Fonte:www.atualtelas.com.br/_prod.html

A borracha de ligao: situada entre as lonas da correia, proporcionando
o amortecimento da carga conforme ilustrado na Figura 2b e a cobertura
protege a carcaa contra o material transportado (Figura 2c).
As correias podem ter suas coberturas lisas ou no lisas conforme
observado na Figura 4. As correias com coberturas lisas atendem ao transporte
do material em plano horizontal e podem tambm operar em plano inclinado,
contanto que no ultrapassem os ngulos especificados pelos fabricantes. As
com correias com coberturas no lisas so utilizadas no transporte de produtos
em inclinaes que podem atingir at 45, motivo pelo qual so fabricados em
vrios relevos (BLUM, 2008).

8

Figura 4-Diferentes tipos de coberturas.

4.1.1.2. Tambores

So elementos importantes em um transportador de correia, no que
tange transmisso de potncia, dobras, desvios e retorno da correia.
Os tambores podem ser classificados de acordo com a sua funo exercida
no transportador:
- Acionamento serve para transmitir o torque, pode estar localizado na
cabeceira, no centro ou no retorno;
- Retorno efetua o retorno da correia a sua posio inicial e em alguns
transportadores so responsveis pelo tensionamento da correia
estando localizado na extremidade oposta ao terminal de descarga;
- Esticador utilizado para manter a tenso ideal para o funcionamento
do transportador;
- Encosto utilizado para aumentar o ngulo de contato com o tambor de
acionamento.

Figura 5-Tambores (a) de acionamento, (b) de retorno.
Fonte: www.tracsa.com.ar/br/Productos/correastransfunc02.html

O nmero de lonas da correia o fator determinante do dimetro dos
tambores e pode ser calculada pela Equao 1.

9

= (1)

Onde dado em , de lonas e varia entre 12,5 (para 2 a 6 lonas) e
15 (8 a 22 lonas). Havendo limitao de espao, pode ser adotado igual a 8.

4.1.1.3. Roletes

Os roletes so conjuntos de rolos, geralmente cilndricos, e seus
respectivos suportes. Estes rolos podem efetuar livre rotao em torno de seus
prprios eixos e so instalados com o objetivo de dar suporte movimentao
da correia e gui-la na direo de trabalho.
Os roletes de cada seo podem ser horizontais ou possuir os dois
extremos inclinados mantendo a correia cncava formando uma calha
transportadora. Todas as correias de largura superior a 14 polegadas
trabalham sobre roletes inclinados. A distncia entre os roletes varia com a
densidade do material e a largura da correia. Geralmente est entre um metro
e um metro e meio.

Figura 6-Roletes inclinados.

Conforme as especificaes da norma ABNT NBR 6678 os roletes
podem ser classificados em:
-Rolete de Carga: Conjunto de rolos no que se apia o trecho
carregado da correia transportadora.
-Rolete de retorno: Conjuntos de rolos no qual se apia o trecho de
retorno da correia.
-Rolete de impacto: Conjuntos de rolos localizados nos pontos de
carregamento destinados a absorver o choque resultante do impacto do
material sobre a correia.
10

-Rolete auto-alinhador: Conjunto de rolos dotado de mecanismo
giratrio acionado pela correia transportadora de modo a controlar o
deslocamento lateral da mesma, usualmente localizados tanto no trecho
carregado quanto no de retorno.
-Rolete de transio: Conjunto de rolos localizados no trecho carregado
prximo aos tambores terminais, com a possibilidade de variao do ngulo de
inclinao dos rolos laterais para sustentar, guiar e auxiliar a transio da
correia entre os roletes e tambor.
-Rolete de retorno com Anis: Tipo de rolete de retorno onde os rolos
so constitudos de anis de borracha, de modo a evitar o acmulo do material
no rolete e promover o desprendimento do material aderido correia.
-Rolete espiral: Tipo de rolete de retorno onde o rolo tem forma espiral
destinado a promover o desprendimento do material aderido correia.

Figura 7-Rolete em espiral.

-Rolete em Catenria: Conjunto de rolos dotados de interligaes
articulados entre si.

11

Figura 8-Transportador de roletes.

4.1.1.4. Conjunto de alimentao

O dispositivo de alimentao pode ser de chute. Estes so tambm
conhecidos como bica de descarga, na qual um dispositivo afunilado
destinado a receber o material transportado e dirigi-lo convenientemente
correia transportadora de modo a carreg-la equilibradamente e sem
transbordamento da carga. Podem ser encontrados em vrias configuraes
como o chute com caixa de pedra; chute telescpico; chute com comporta
regulvel; chute para transferncia de material fino. Alguns tipos de chute
podem ser visualizados na Figura 09. Para instalaes mais simplificadas
podem ser utilizadas calhas para transferncia de material entre os
transportadores.
12

Figura 9-Chute telescpio (a), Chute com caixa de pedra (b), Chute com comporta regulvel
(c).

4.1.1.5. Conjunto de descarga

O meio mais comum de descarga do material da correia atravs do
tambor de cabea, derrubando e empilhando-o no local pr-determinado.
Porm se no terminal de descarga for instalado um chute adequado o material
poder ser estocado em silos laterais ao sistema ou ento transferi-lo para
outra correia a fim de ser estocado em outra rea. Quando o projeto visa
descarregar o material em diversos locais ao longo do sistema transportador
recomendvel o uso de trippers ou desviadores.
Os desviadores simples so fabricados com chapas ou barras em
formatos variados (normais ou em V) e que agem sobre a correia provocando
a sada lateral de todo o material transportado ou de apenas uma parte dele.
Podem ser fixos na estrutura do transportador ou montados em dispositivos
giratrios, dando uma caracterstica retrtil ao desviador.
Tripper um dispositivo mvel instalado sobre trilhos que, provocando
uma modificao no deslocamento da correia, consegue efetuar descargas do
material transportado em qualquer ponto intermedirio lateral do transportador.
So utilizados em casos onde a descarga do material, deve ser feita em pontos
diferentes ou ao longo de todo o percurso de transporte, podendo ser
encontrados tripperes manuais e motorizados. O manual utilizado para
pequenas descargas e em alturas baixas, desloca-se sobre o transportador
atravs de manivelas e sua construo bastante simplificada. O tripper
motorizado tem maior porte e trabalha de maneira automatizada com
descargas de alta capacidade (Figura 10). Podem ser controlados
13

remotamente e possuem dispositivos de segurana (chaves fim-de-curso) e
parada (freios).

Figura 10-Tripper motorizado.

4.1.1.6. Conjunto de acionamento

Acoplado aos tambores motrizes, tem a funo de promover a
movimentao do transportador e o controle de sua velocidade de trabalho.
So constitudos de um motor eltrico, acoplamentos hidrulicos (para
potencias superiores a 75HP), tambores, dispositivos de segurana e uma
transmisso (redutor) e so projetados de acordo com o tipo de transporte e a
potncia transmitida. Podem ser instalados em trs posies: na cabeceira do
transportador, no centro e no retorno. Para o seu dimensionamento deve ser
analisados o perfil do transportador, o espao disponvel para sua instalao e
operao, a potncia transmitida, o sentido da correia e as tenses que nela
atuam.
A Figura 11 ilustra alguns componentes principais do transportador de
correia.

14

Figura 11-Transportador de correia.

4.1.2. Variantes do transportador de correia

4.1.2.1. Transportador de zper ou correia fechada

O transportador de zper ou de correia fechada uma variante do
transportador de correia conforme apresentado na Figura 12. Sua correia plana
de 4" de largura e com abas laterais flexveis substitui a correia do tipo
convencional. Logo aps o carregamento o prprio dispositivo de carga fecha
automaticamente um zper existente nas abas e o material transportado no
interior de um tubo semi-circular fechado. Ao chegar ao ponto de descarga o
zper aberto automaticamente. Este transportador til para slidos at 1
1/2" que devem ser transportados ao abrigo de p ou vento (GOMIDE, 1983).

Figura 12-Transportador de zper.
15

4.1.2.2. Transportadores de correias planas e cncavas

Os transportadores de correias podem ser planos ou cncavos. No
transportador plano a correia corre sobre superfcies planas ou roletes planos,
utilizados em geral para peas ou volumes de pequeno a mdio porte. O
transportador de correias cncavas so aqueles aos quais com a utilizao de
roletes de carga (Figura 13), se imprimi uma concavidade para movimentar
grande volume de materiais a granel (Catlogo da Promac, 2008).

Figura 13-Transportadores planos e cncavos.
Fonte: www.vap.com.br

4.1.3. Dimensionamento

O dimensionamento de uma correia transportadora pode comear com
a investigao do material a que ser transportado. A massa especfica
aparente um fator importante e precisa ter um valor confivel. s vezes, um
valor tabelado no confivel porque muitas operaes podem afofar ou
compactar as substncias.
importante levar em considerao o tamanho e pedaos das
partculas. Numa correia de 24, o tamanho das partculas pode ir at 4. O
aumento de cada 6 na largura da correia possibilita o aumento de cerca de 2
no tamanho do material transportado (PERRY, 1997).
O projeto dos transportadores de correia envolve a verificao e o
clculo dos seguintes itens: Inclinao mxima; Velocidade de transporte do
slido; Largura da correia; Potncia consumida;

16

4.1.3.1. ngulo de Inclinao

O ngulo que o transportador de correia forma com a horizontal, no
caso de transportadores inclinados, no pode ultrapassar o de repouso natural
do material, atingindo, portanto, no mximo, 45.
A Tabela 2 fornece o ngulo mximo recomendado para diversos
materiais, juntamente com outras propriedades importantes.

Tabela 2-ngulo mximo do transportador em funo de diversos materiais.
Material
Densidade
aparente
(t/m
3
)
ngulo de
repouso ()
ngulo mximo de
operao ()
Areia seca 1,5

15
Areia mida 2

22
Alumina 0,96

12
Argamassa 2,2

22
Argila em p 0,96

22
Bicarbonato de sdio 0,69 42 27
Barrita leve 0,8

20
Bauxita 1,39 20 18
Cascalho seco 1,5

15
Cascalho mido 1,65

18
Calcrio 1,6

20
Cimento 1,52

22
Concreto molhado 2,2

27
Cal em pedaos 1,5

18
Cal em p 1,15

23
Carvo fino 0,8

20
Cereais

16
Cavacos de madeira 0,35 36 25
Coque em pedaos 0,4 30 20
Coque modo 0,48 28 13
Enxofre em pedaos 1,28

20
Gesso modo 0,9 40 27
Hematita 1,7

23
Hematita em pedaos 3

18
Hidroxido de alumnio 0,22 34 24
Pedra grossa 1,6

16
Pedra fina 1,6

20
Rocha fosttica britada 1,2

15
Sal modo 1,2 25 11

17

4.1.3.2. Velocidade de Transporte

Depende do tipo de slido a ser transportado. Normalmente as
velocidades de transportadores variam entre 15 /. e 200 /. Na
Tabela 3 encontram-se a velocidade da correia para alguns tipos de materiais.

Tabela 3-Velocidade da correia para alguns tipos de materiais.
Material
Densidade
aparente (t/m
3
)
Velocidade da
carreia (m/min.)
Areia 1,7 115
Cal e cimento 1,3 90
Carvo em p 0,8 120
Carvo em
Pedaos
0,85 85
Cereais 0,6 180
Cinzas 0,72 90
Coque 0,48 75
Minrio 2 105
Pedra britada 1,6 115
Pedregulho 1,65 100
Sal comum 1,2 80
4.1.3.3. Clculo da Largura da Correia

De acordo com Perry 1999, a largura da cinta e a sua velocidade so
funes da densidade volumar do material e do tamanho dos fragmentos. As
estimativas iniciais de custos mais baixas so as que se obtm pela utilizao
da menor largura possvel, compatvel com o tamanho dos fragmentos, e maior
a velocidade de operao. Esta, no entanto, muitas vezes limitada pelo
problema das poeiras. Consegue-se, em certos casos, melhor economia com a
cinta mais larga e com menor nmero de camadas, combinando a resistncia
necessria s boas caractersticas de desempenho. A dureza e a capacidade
de abraso do material podem influenciar fortemente a velocidade, e este
tambm o efeito do tamanho dos fragmentos. Nas velocidades mais elevadas,
o desgaste abrasivo maior, e mais acentuado o perigo dos fragmentos carem
da cinta. De maneira geral, a correia deve operar com o tamanho dos
fragmentos, com a inclinao e a carga em nveis inferiores aos mximos
recomendados.
18

O clculo da largura de uma correia para um transportador horizontal
est relacionado com inmeras variveis e pode ser calculada por vrias
correlaes.
a) Correlao de Liddel para transportadores horizontais.
A largura da correia pode ser obtida pela Correlao de Liddel, Equao
1, na qual leva em conta a capacidade do transportador () dada em /,
velocidade da correia () expressa em / ., densidade aparente do
material () dada em /
3
e pela constante emprica que varia entre 1,43 e
1,65 (mdia 1,5).

KV
C
l
500
= (2)

b) Correlao entre a capacidade e a rea.
A Equao 3 uma correlao que relaciona a capacidade com a rea
da seo transversal do slido sobre o transportador.

=

151
(3)

Onde a rea da seco transversal do slido em
2
. Conhecendo-
se a rea da seo transversal e o ngulo de repouso do material, calcula-se
ento a largura da correia.

c) Correlao utilizando uma Carta para o clculo da largura de um
transportador:
Esta correlao apresentada pela carta da Figura 14. caracterizada
pela facilidade de obteno dos dados, porm no muito precisos. O modo de
us-Ia indicado pelas flechas. Para o caso de um transportador horizontal
com capacidade para 155 / de um slido de densidade 1,5 /, adotando
uma velocidade de 60 / encontra-se uma largura de 22 polegadas.

19

Figura 14-Carta para o clculo do transporte de correia.

4.1.3.4. Potncia Consumida

A potncia para movimentar o transportador divide-se em 5
componentes: potncia para alimentar o sistema vazio, para movimentar a
carga contra o atrito das partes girantes, para elevar ou abaixar a carga, para
superar a inrcia da movimentao inicial do material e para movimentar o
descarregador operado pela correia (PERRY, 1997).
20

Diversas correlaes empricas permitem avaliar a potncia necessria
para operar o transportador a plena carga. Pode-se fazer uso de cartas,
equaes ou tabelas.
a) Clculo da potncia utilizando uma carta.
A carta da Figura 15 fornece a potncia consumida em funo da largura
da correia, densidade do material, velocidade e comprimento do transportador
horizontal. Para correia inclinada deve se somar 0,0037 por metro de
desnvel e por / de capacidade, ou seja, a potncia adicional necessria para
elevar o material dada pela Equao 4.

=
3,28
1000
(4)

Onde elevao (). A potncia instalada dever ser 20% maior.

21

Figura 15-Carta para clculo da potncia consumida por um transportador de correia.

Para ilustrar o uso da carta da Figura 15, considerando que a densidade
do material a ser transportado de 1,5 /
3
, a largura da corrente seja de 18
polegadas, a velocidade de 80 /. e o comprimento do transportador seja
de 50 , obtemos que a potncia necessria ser de 2,2 .
A Figura 16 para um clculo isolado muito mais prtica e rpida do que
com o uso de Equaes.

22

Figura 16-Potncia de transportadores de correia.

Para clculos repetitivos prefervel a utilizao de expresses
aproximadas destas figuras, dadas pelas Equaes 5-7.

1
=

1,405
76
+
1,169
1642

(5)

2
= 0,448 +

100
(6)

3
=

304,8
(7)

Com a Equao 8 pode-se calcular a potncia total, j com os nmeros
arredondados.

P =
0,046
1,17
+
1,14
+C(25H+0,76L +34)
7600

(8)

Esta expresso vlida para at 500 , at 1000 / e entre 14 e 60.

b) Para transportadores de pequena capacidade:
23

Se a capacidade for de at 100 de extenso, a potncia consumida
pode ser calculada pela Equao 9.

=
1
+
4
+

100
(
2
+
3
) (9)

Na qual
1
a potncia necessria para acionar o transportador vazio

velocidade de 1 /,
2
a potncia consumida para transportar 100 / a

uma distncia na horizontal,
3
a potncia consumida para elevar 100 /

at uma altura (),
4
a potncia dissipada por atrito nas guias laterais

velocidade de 1 /. Os valores de
1
,
2
,
3
e
4
so apresentados na Tabela
4.

Tabela 4-Potncias utilizadas na Equao 9.

c) Potncia consumida por um tripper.

Valores de

L= comprimento do transportador
L=largura da correia
(pol) 10 15 20 25 30 40 50 60 70 80 90 100 110
16 0,37 0,47 0,54 0,61 0,7 0,8 0,9 1,01 1,1 1,2 1,31 1,42 1,53
20 0,45 0,55 0,64 0,72 0,81 0,95 1,09 1,2 1,32 1,43 1,54 1,62 1,8
24 0,57 0,7 0,83 0,91 1,01 1,2 1,33 1,52 1,67 1,8 1,92 2,06 2,19
30 0,69 0,81 0,97 1,1 1,22 1,44 1,66 1,83 2,04 2,19 2,39 2,55 2,71
36 0,75 0,94 1,08 1,23 1,35 1,58 1,8 2,03 2,24 2,45 2,64 2,84 3,03
42 0,85 1,01 1,22 1,39 1,54 1,8 2,04 2,28 2,52 2,76 2,95 3,17 3,38
48 1,02 1,2 1,32 1,64 1,8 2,13 2,4 2,71 2,98 3,23 3,48 3,74 4
Valores de
(HP)
L(m) 10 15 20 25 30 40 50 60 70 80 90 100 110
0,5 0,63 0,74 0,81 0,95 1,11 1,25 1,42 1,5 1,64 1,75 1,87 2,05
Valores de
(HP)
H(m) 2 3 5 7,5 10 12,5 15 17,5 20 22,5 25 27,5 30
0,8 1,2 1,9 2,8 3,7 4,7 5,6 6,5 7,4 8,4 9,3 10,2 11,1
Valores de
(HP)
Comp. Das guias(m) 5 10 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70
0,6 1,26 2,52 3,18 3,84 4,56 5,28 6 6,72 7,38 8,1 8,88 9,6
24

A potncia consumida pelos trippers de descarga deve ser computada
separadamente das correlaes anteriores. Os valores podem ser encontrados
na Tabela 5.

Tabela 5-Potncia consumida por um tripper.
largura da correia
(pol)
Mancais
comuns
Mancais de
rolamento
12 0,75 0,5
14 1 0,75
16 1 0,75
18 1,5 1,25
20 1,5 1,25
24 1,75 1,25
30 2,5 1,75
36 3 2,5
42 4 3
48 5 3,25
54 6 5
60 7 6

4.2. Transportador de esteira

Este transportador uma variao do transportador de correia aplicvel
ao transporte pesado de materiais quentes ou muito abrasivos a curtas
distncias.
A esteira geralmente metlica e construda com bandejas ou
caambas fixadas numa correia ou corrente, conforme observada na Figura 17.
As esteiras mais simples so de madeira e prestam-se principalmente para o
transporte de fardos. Muitas vezes a construo reforada para atender as
necessidades dos transportes pesados a pequenas distncias. Algumas vezes
so utilizados como alimentadores de outros transportadores. Operam em
baixas velocidades variando entre 5 a 10 /. (GOMIDE, 1983)
Alguns tipos de esteira apresentam a parte horizontal da esteira
rebaixada (cncava) para aumentar a capacidade. Se a profundidade do
rebaixo for grande, resultar um transportador de canecas horizontais.
H uma grande variedade de articulaes padronizadas para a esteira, o
que torna este tipo de transportador atraente pela rapidez de construo e
economia em relao ao de correia. A manuteno mais rpida e a energia
25

consumida menor que a dos dispositivos carregadores equivalentes que so
os transportadores de calha.

Figura 17 - Esteiras com abas laterais e rebaixo

A esteira transportadora pode ter sees diferentes, em funo da
disposio dos rolos de sustentao, que podem ser escolhidas com base no
material a ser transportado. A estrutura constituda por um corpo com
elementos modulares feitos em chapa modelada com nervuras de
enrijecimento na qual so fixados os rolos de sustentao do anel. Geralmente,
o anel realizado com lonas sintticas revestidas com borracha lisa sendo
possvel tambm a montagem de outros tipos de anis.
uma opo de transporte em vrios setores industriais, possibilitando o
carregamento de muitos produtos bem como na rea metalrgica,
farmacutica, automobilstica, frigorfica, eletrnica e alimentcia em geral. Para
identificar qual o tipo de esteira adequado ser preciso considerar o fluxo e tipo
de material a ser transportado, bem como, quantidade, peso, tamanho,
umidade, corroso, temperaturas, banhos qumicos e trmicos.

4.2.1. Tipos de esteiras

H vrios tipos de esteiras, entre elas, temos:

4.2.1.1 Esteira convencional
As esteiras convencionais so fabricadas pelo entrelaamento de
espiras sem o uso de eixos. So usadas onde se requer um baixo custo de
investimento inicial.
26

Figura 18 - Esteira convencional
Fonte: www.firstfornos.com.br/prodf.htm

4.2.1.2 Esteira convencional com passo invertido
Possui as mesmas caractersticas das esteiras convencionais simples,
mas so compostas de painis tecidos alternadamente com espiras de passo
direita e esquerda, intercalados por um eixo de ligao liso ou ondulado. Esta
construo evita o deslizamento lateral.

Figura 19 - Esteira convencional com passo invertido

4.2.1.3 Esteira Balanceada
So fabricadas com uma espira passo direita e um passo esquerda,
intercaladas entre si por um eixo ondulado. So esteiras particularmente
robustas e que evitam todo o deslizamento lateral. So indicadas para
transportes de cargas elevadas grandes velocidades.
27

Figura 20 - Esteira balanceada

4.2.1.4 Esteira Balanceada Dupla
Similares s esteiras balanceadas, so fabricadas com um par de
espiras intercaladas, sendo um passo direita e um passo esquerda. O eixo
que intercala as espiras reto para esteiras com coberturas pequenas e
ondulado para esteiras com aberturas grandes. So indicadas tanto para
trabalho a frio como para trabalho a mdias e altas temperaturas.

Figura 21 - Esteira balanceada dupla

4.2.1.5 Esteira Reforada
So esteiras de construo similar s esteiras convencionais, onde um eixo
liso introduzido entre as espiras. Esta tcnica aumenta consideravelmente a
resistncia trao e evita a deformao transversal da esteira.

28

Figura 22 - Esteira reforada

4.2.1.6 Esteira Mltipla
So esteiras construdas por espirais direita e esquerda, onde cada
espiral atravessada por trs ou mais eixos retos. Apresentam uma textura
bem fechada. So indicadas para o transporte de produtos muito pequenos,
ou onde necessria uma grande estabilidade.

Figura 23 - Esteira mltipla

4.2.1.7 Esteira Teceflex
Devido ao seu desenho especial e a sua construo precisa, esta esteira
se aplica em reas onde outros tipos no resolvem satisfatoriamente. Possui
uma excelente resistncia transversal com pouco peso especfico, superfcie
perfeitamente plana e excelente rea aberta para passagem de fludos. Suas
aplicaes so muito amplas e tem-se obtido timos resultados em fornos
panificadores, lavagem de peixes, linha de enlatados, metalrgicas, etc. Seu
sistema de acionamento por engrenagens especiais assegura uma perfeita
trao e um alinhamento correto.
29

Figura 24 - Esteira teceflex

4.2.1.8 Como especificar uma esteira

Para especificar uma esteira necessrio usar a terminologia correta
para desenvolvimento de projetos, reposio ou cotao de preos,
Fornecendo as informaes necessrias sobre o produto a ser transportado.
A - Passo da espira
B - Dimetro do fio da espira
C - Distncia entre centro de eixos
D - Dimetro do eixo de articulao

Figura 25 Especificao da esteira

4.2.2. Dimensionamento

4.2.2.1. Largura

30

a) A Tabela 06 fornece a largura de esteira metlicas horizontais transportando
slidos com densidade de 0,8 /, velocidade de 50
. , em funo da
capacidade nominal
n
C . Se o material tiver densidade e a velocidade de
transporte for V , a capacidade nominal ser calculada por proporo dada pela
Equao 10:

=
0,8
60
(10)

A velocidade varia entre 5 a 80 / neste tipo de transportador. A
Tabela 6 apresenta tambm o tamanho mximo das pedras que podem ser
transportadas, na hiptese de que sua porcentagem no material seja grande.
Observa-se que esses equipamentos podem ser aplicados ao transporte de
slidos em blocos relativamente grandes.

Tabela 6-Largura, profundididade, capacidade e tamanho mximo do slido.
Largura
(m)
Profundidade do
material na esteira h
(m)
Capacidade
Nominal
n
C (t/h)
Tamanho mximo
do slido (cm)
0,60 0,30 45 10-15
0,75 0,30 56 15-20
0,90 0,30 68 20-30
1,05 0,30 79 20-35
1,20 0,30 90 20-45
1,50 0,30 113 30-45
1,50 0,60 225 35-45
Fonte: GOMIDE,1983

b) A largura tambm pode ser obtida aproximadamente a partir da Equao 11
para o transporte realizado na horizontal:

V S C . . . 825 , 0 =
(11)

Onde a seco transversal da pilha de material sobre a esteira (), a
densidade aparente do slido (/) e a velocidade da esteira (/. ).
Dada a expresso, tira-se o valor de S:

V
C
S
.
212 , 1
=
(12)
31

Conhecida a forma geomtrica da seco transversal do material sobre
a esteira, calcula-se a largura do transportador. No caso geral o equipamento
tem abas laterais e a seco transversal tem a forma indicada na Figura 26.
Nessa figura os parmetros geomtricos apresentados so definidos e
relacionados como segue:

Figura 26-Parmetros geomtricos no dimensionamento de um transportador de esteira.
Fonte: GOMIDE,1983

= largura total da esteira (m)
u
= largura til =0.8l
h = altura das abas laterais (m)
u
h = altura til das abas
= eficincia do carregamento = 0,65 a 0,80
t
o = ngulo de repouso durante o transporte = 0,4 o
o = ngulo de repouso natural (esttico) no slido
S = seco transversal do slido na esteira
' h =altura da parte triangular da seco para transporte na horizontal
t
h = altura de transporte
q = fator de reduo da rea na parte triangular da seco transversal para o
caso de transportador inclinado (Tabela 7)

32

Tabela 7-ngulo de inclinao do transportador de correia.
ngulo de inclinao do
transportador
q
Sem abas Com abas
At 10 1,00 1,00
10a 20 0,90 0,95
Acima de 20 0,85 0,90
Fonte: GOMIDE,1983.
A largura pode ser calculada pela Equao (13).

u u
u
h
h
S .
2
' .
+ =q (13)

Sendo 8 , 0 =
u
,
h h h
u
. 7 , 0 . = =

) 4 , 0 tan(
2
' o
u
h

=
, substituindo na Equao (13):

h S 56 , 0 4 , 0 tan 16 , 0
2
+ = o q (14)
Lembrado que :

V
C
S
212 , 1 =
(15)
Substituindo na Equao (14), encontra-se:

o q o q o q 4 , 0 tan
75 , 1
4 , 0 tan
575 , 7
4 , 0 tan
063 , 3
2
h
V
C h
+
|
|
.
|
\
|
=
(16)

No caso particular de transportador sem abas laterais esta expresso
fica mais simples:

o q 4 , 0 tan
752 , 2
V
C
u
= (17)
4.2.2.2. Potncia Consumida

A potncia consumida por um transportador de esteira funcionando na
horizontal pode ser calculada pela Equao (18):

4556
FV
P = (18)

33

= 2
+ (19)

Onde F a fora de trao na corrente (), o atrito de rolamento
(geralmente adotado igual a 0,1),
e
P o peso de uma seo da esteira (entre
centros),
m
P o peso do material transportado por metro de esteira e L a
resistncia do material contra as abas laterais (/),
Os valores de encontram-se na Tabela 8:

Tabela 8- Valores de R para diferentes materiais.
Material R (kg/m)
Carvo 8,9
Coque 4,4
Cal hidratada 11,9
Calcreo pulverizado 11,9
Cavacos de madeira 4,4
Fonte: GOMIDE,1983

Para transportadores inclinados deve-se somar a parcela que
corresponde elevao da carga dada pela Equao 20.

300 4556
CH FV
P + = (20)
4.3. Transportador de caamba

empregado para grandes distncias. O material transportado no
interior de caambas suspensas em cabos de ao ou em eixos com roletes nas
duas extremidades e que se movimentam em trilhos (Figura 27).
As caambas podem ser confeccionadas em diversos materiais entre
eles o Inox 316, Nylon reforado, o poliuretano entre outros. Na Tabela 09
encontra-se um guia para selecionar o material da caamba.
A descarga feita pela inverso das caambas. A movimentao
tambm pode ser realizada custa de correntes. Os tipos mais simples, com
caambas suspensas diretamente em roldanas que deslizam em cabos de ao,
so comuns no transporte de minrios a longa distncia ou de materiais que
devem ser submetidos a operaes sucessivas realizadas em diversos
equipamentos. O material submetido ao processamento sem sair da
caamba (GOMIDE, 1983).
34

Figura 27 - Transportador de Caamba

Um tipo muito comum simultaneamente transportador e elevador.

Tabela 9-Guia para selecionar material da caamba.
Propriedade
Ao
Carbono
Inox
304
Inox
316
Nylon
Reforado
Nylon
Fundido
Poliuretano
Resistncia
ao Desgaste
3 4 4 1 3 3
Resistncia
ao Impacto
2 2 2 1 3 2
No
Pegajoso
1 3 3 2 3 4
Aprovado
pelo FDA
Sim No Sim Sim Sim No
Mxima
temperatura
continua (C)
180+ 250+ 250+ 70 100 60
Mxima
temperature
(C)
200 400 400 80 120 70
Cdigo 1=baixo, 4=alto
Ao ao Carbono aplicao geral, vida longa, gros e produtos industrais
Inox 304 alimentos, produtos de alta temperatura e corrosivos
Inox 316 alimentos, produtos de alta temperatura e altamente corrosivos
HDP gros e produtos alimentcios
Nylon Reforado produtos quente, abrasivos e pegajosos
Nylon Fundido produtos industriais quente, altamente abrasivos e pegajosos
Poliuretano produtos cortantes, cavacos e pegajosos
Nyrim produtos industriais extremamente abrasivos, alto impacto

35

4.3.1. Transportador Elevador de Caambas

realizado predominantemente para transportes verticais, o
transportador-elevador consiste em transportar o slido suportado por
caambas, ou canecas, fixadas em correias verticais ou em correntes que se
movimentam entre uma polia superior (normalmente motora) e outra inferior
que gira livremente conforme ilustrado na Figura 28.
As caambas podem bascular num eixo cujas extremidades so presas
em correntes laterais. H superposio das caambas durante a elevao, mas
no h interferncia durante o retorno graas a extenses apropriadas dos elos
das correntes (Figura 28).
No ponto de descarga uma alavanca inclina as caambas de 130. So
dispositivos de baixa velocidade (at 20 /. ). Capacidades tpicas
encontram-se na Tabela 09 para material de densidade 0,8
3
. Para material
de densidade deve-se entrar na tabela com a capacidade nominal dada pela
Equao 21.

8 , 0
= C C
N

(21)

A potncia consumida pode ser obtida diretamente dos catlogos dos
fabricantes.

36

Figura 28-Transportador elevador de caambas.

Tabela 10 Material de Densidade 0,8 t/m
3

Medidas da caamba
largura x comprimento
(cm)
Capacidade
(t/h)
Velocidade
(m/min)
45 x 40 15 20 10 - 12
45 x 50 20 25 10 12
45 x 55 25 30 10 12
60 x 45 35 45 12 15
60 x 60 50 60 12 15
60 x 75 60 75 12 15
60 x 90 79 90 12 15
75 x 60 80 105 14 18
75 x 75 95 130 14 18
75 x 90 115 155 14 18
90 x 90 160 225 15 25

4.4. Transportadores por gravidade

o mais simples dos dispositivos para realizar o transporte de slidos.
utilizado em processos onde o custo benefcio no justifica a colocao de um
acionamento motorizado. So implantados visando agilidade do processo e
principalmente a condio ergonmica dos operadores

37

Figura 29-Transportador por gravidade.
Fonte: Catlogo de produtos da TEKROLL

O slido escoa por gravidade sobre um plano inclinado em relao
horizontal com um ngulo superior ao do repouso do material. O transportador
por gravidade pode ser de roletes ou roldanas ou utilizar calhas ou dutos
inclinados por onde o slido escoe livremente. O ngulo de inclinao
determinar a velocidade de escoamento das partculas. Quanto maior o
ngulo de inclinao, mais as partculas aceleraro durante o transporte
podendo haver queda excessiva das partculas. O recurso reduzir a
inclinao, colocar barras transversais para retardar o movimento das
partculas ou introduzir curvas no transportador, como por exemplo, um
transportador que se desenvolve em espiral em torno de uma coluna central.
Em geral, os transportadores por gravidade podem ser utilizados em
outras atividades, tais como: seleo, estocagem temporria, pesagem,
inspeo ou preparao de lotes para expedio. Comumente utilizados para
cargas pequenas e mdias, que apresentem superfcie plana e rgida. Os do
tipo porttil podem ser usados para carga e descarga de caminhes (podendo
at mesmo ser levados por eles) ou para dar maior flexibilidade a uma linha.
4.4.1. Tipos de transportador por gravidade

4.4.1.1. Transportador de rolos livres

Uma variante comum de transportador por gravidade que se aplica ao
transporte de caixas, fardos e latas o chamado transportador de rolos livres.
Uma esteira contnua formada por uma sucesso de rolos de madeira ou de
metal que giram sobre mancais fixos em duas guias laterais. Este transportador
38

tambm pode ser montado no plano, no caso, a movimentao ter que ser
feita manualmente.
So projetadas para suportar uma carga esttica de 1150 a 1500N/m.
Os rolos so fabricados em ao, zincados, possuem rolamentos internos e
esto equipados com veios facetados. A Figura 30 a ilustra um rolo com
dimetro de 60 mm. Os rolos esto inseridos em ranhuras existentes na
estrutura do transportador, espaadas entre si de 80 mm (Figura 30 b).

Figura 30-(a) rolos de 60 mm e (b) ranhuras.
Fonte: www.rco.ind.br/transp_acessorios.html

O Stopper um acessrio que pode ser utilizado no transportador de
roletes livres. Este acessrio consiste em um cilindro instalado sob o
transportador que, quando acionado, eleva duas hastes ou aciona uma chapa
mvel, fazendo a parada total do produto.

Figura 31-Stopper para transportador de roletes livres.

O Stopper fixo outro acessrio muito utilizado no transportador de
roletes livres na qual consiste em um rolete inclinado que instalado no final do
39

transportador fazendo a parada total do produto at ser retirado manualmente
pelo operador. Com baixo custo e extremamente simples, utilizado nos casos
em que os produtos possam ter contato fsico entre eles.

Figura 32-Stopper fixo para transportadores de rolos livres.

4.4.1.2. Transportador por gravidade ativada a ar

O transportador por gravidade ativada a ar eficientemente combina a
ao da gravidade com alta/baixa presso para fluidizar e transportar muitos
materiais secos, granulados e ps.

Figura 33-Transportador por gravidade ativado a ar.
Fonte: http://www.dynamicair.co.uk/pdf/9806-1-br.pdf

Seu funcionamento baseia-se em cmaras superiores e inferiores
separadas por uma membrana fluidizadora conforme observada na Figura 34.
O ar com baixa presso introduzido na cmara inferior permeando atravs
dos poros extremamente finos e uniformes da membrana para a cmara
superior. O ngulo de inclinao, mais o ar a baixa presso atuando como
lubrificante, reduzem o coeficiente de atrito, aproveitando a gravidade para
mover o material no sentido da inclinao, at a distncia necessria. Desta
forma, um material pode fluir como gua numa inclinao de 10com excelente
eficincia e confiabilidade.
40

Figura 34-Esquema de um transportador por gravidade ativado a ar.

A membrana fluidizadora construda em polister extremamente
resistente e tolerante a umidade, oferecendo grande durabilidade. Dependendo
da aplicao pode ser utilizado ar comprimido a alta presso, sopradores ou
ventiladores como fonte de energia.
Esse transportador pode ser usado para transferir materiais desde silos,
vages e mltiplas descargas ou para alimentao de moegas mesmo a longas
distncias. A Figura 35 apresenta uma aplicao tpica para este transportador.

Figura 35-Aplicao tpica do transportador por gravidade ativado a ar.

41

4.5. Transportadores de Corrente

Os transportadores de corrente so equipamentos construdos em
estruturas metlicas rgidas, so muito versteis no uso, pois so montados
com elos padronizados de correntes que so encaixados uns nos outros e
presos com pinos ou cavilhas. Normalmente so fabricadas em ao inox, ao
carbono ou alumnio. Sua durabilidade muito grande e a manuteno
simples e econmica porque os elos so peas de estoque dos fabricantes. O
transportador de corrente apresenta sistema de construo que facilita a
remoo do conjunto transportador, quando assim for desejado, em caso de
reestruturao do equipamento. Sendo assim, so vantajosos
comparativamente a outros transportadores, pois, so totalmente desmontveis
e facilmente substituveis.
So constitudos por mdulos (peas que se ligam formando a fita que
suporta o material transportado) que podem ter taliscas (sero abordadas
adiante) ou outros tipos de indexadores anexados a ela conforme observado na
Figura 36. Esse tipo de transportador pode ter diversos acessrios, tais como:
sensores de parada, stoppers, elevadores pneumticos, sistema de giro,
desviadores e podem estar integrados a processos de etiquetagem,
prensagem, parafusadeiras, inspeo (cdigos de barras) e at pesagem e
lavagem. A estrutura modular consente a personalizao com custos mnimos
de design.

Figura 36 - Transportador de corrente com talisca.

O principal material utilizado em mdulos o acetal. O acetal um
material muito resistente. um plstico de engenharia com excepcional
estabilidade dimensional e excelente resistncia ao escoamento, fadiga por
vibraes, umidade, ao calor e aos solventes, baixo coeficiente de atrito,
elevada resistncia abraso e agentes qumicos, que mantm suas
42

propriedades quando imerso em gua quente e que possui baixa tendncia
ruptura por fadiga.
As correntes dos transportadores so teis para carga e descarga de
granis slidos, transporte horizontal e descarga de silos, armazns
graneleiros, indstrias de esmagamento, fbricas de alimentos balanceados,
moegas, mquinas de limpeza, secadores, fbricas de bebidas.
Na indstria de automobilstica e automao as correntes so utilizadas
com plataformas/taliscas para movimentao em diversas reas: cabine de
pintura, teste hdrico, inspeo final e montagem. Nas siderrgicas as correntes
do movimentao nas reas de sinterizao, transportadores de bobinas e
placas, resduos de cavacos e sobras, transmisso pesada. Na indstria de
papel, celulose e aglomerados transportam a mesa alimentadora de toras,
transportam cavacos, raspadoras de resduos, caldeiras e so forjadas para
servio de arraste nas linhas de cinza mida e/ou branqueamento. Na indstria
de cimento, fertilizante e minerao as correntes so usadas para elevadores
de canecas, transportadores de clinquer, retomadores e equipamentos
alimentadores. Nas indstrias sucroalcooleira e de suco as correntes
(estampadas, forjadas e fundidas) so usadas para o arraste, transportadora,
elevao e transmisso.
Alm disso, deve-se destacar que este equipamento acelera o ritmo de
trabalho e racionaliza o processo operacional, possibilitando carga e descarga
em qualquer ponto de seu traado.
As especificaes do tipo de material do mdulo dependero das
caractersticas das partculas transportadas sobre ela, isto , abrasividade,
tamanho, fluidez e outras condies especiais. Na Figura 37 apresentado um
modelo de corrente de transmisso utilizada como transportadora.

43

Figura 37-Modelo de corrente de transmisso.

Onde H a altura do elo, T a espessura do elo, P o passo do elo (distncia
entre dois pinos), W a largura do pino, L a largura externa da corrente.
A seguir so apresentados dois tipos de aplicao dos transportadores
de corrente com especificaes dos mdulos.

4.5.1. Percurso Reto

Sistema modular de transporte reto com largura de 82,5 e passo
modular de 38,1 . A montagem se d pela unio dos mdulos injetados em
acetal, adaptada para ambientes com temperatura variando de -45C 90C.
Ideal para indstria de bebidas, mquinas empacotadoras e embaladoras
conforme observado na Figura 38.

44

Figura 38 - Detalhe do mdulo de acetal aplicado em percurso reto.
Fonte:http://www.unirons.com.br/scripts/produtos.php
4.5.2. Percurso Curvo

Outro tipo de sistema modular disponvel serve para o transporte em
percurso reto e curvo. Tambm feito em acetal suporta as temperaturas de -
45C e 90C. Possui passo modular de 38,1 e largura de 190,5 ,
suporta peso de 2,5 / conforme observado na Figura 39. Esse sistema de
correntes unifilares tambm ideal para indstria de engarrafamento,
mquinas empacotadoras e embaladoras.

Figura 39 Detalhe do mdulo de acetal aplicado em percurso curvo.
Fonte:http://www.unirons.com.br/scripts/produtos.php
45

Figura 40-Transportador de corrente (a) com percurso curvo e (b) com curva de 90.
Fonte: http://www.vick.com.br/vick/Produtos/poliacetal.htm

4.6. Transportador vibratrio

A maioria dos transportadores oscilatrios , em essncia, uma unidade
de impulso dirigido, constituda por um tabuleiro horizontal suportado por
molas, posto a vibrar por um brao excntrico que lhe ligado diretamente
conforme ilustrado na Figura 41. O movimento atribudo s partculas pode
variar, mas o objetivo ser sempre o mesmo: lan-las para cima e para frente,
avanando no transportador com a seqncia de pequenos saltos.

Figura 41-Transportador vibratrio.

A capacidade determinada pela amplitude da vibrao, pela
freqncia, pelo ngulo de impulso, pela inclinao da calha oscilante e pela
capacidade do material em absorver e transmitir o impulso. Para que o
transporte seja eficiente, o material particulado deve apresentar elevado
coeficiente de atrito com o material da calha, geralmente ao, e tambm
elevado coeficiente de atrito interno, de modo a poder transmitir a ao da
esteira vibrante ao longo de toda a massa. Ainda, o material deve ser
suficientemente denso para minimizar o efeito da resistncia do ar sobre a sua
trajetria.
46

A classificao dos transportadores vibratrios, baseada nas
caractersticas da unidade motriz, mostrada na Figura 42. Em geral, os
transportadores vibratrios no se adaptam bem a modificaes de
capacidade, pois operam numa freqncia particular.

Figura 42-Classificao de transportadores vibratrios (Modern Materials Handling).

A capacidade cobre amplo domnio, de alguns quilogramas a milhares
de toneladas. As variveis que afetam seu desempenho so muitas de modo
que no h mtodo simples para estimar sua capacidade e potncia
necessria. Os dados existentes so oriundos da experincia e de equaes
empricas. A Figura 43 mostra uma unidade tpica com transmisso a feixe de
mola, juntamente com a informao grfica necessria para selecionar um
modelo padro. O comprimento da esteira vibratria pode chegar a 60
quando existem vrias unidades motrizes, ou at 30 com uma s unidade.
Projetos especiais permitem que o transportador vibratrio possa ser usado
para elevao, com inclinao relativamente forte.

47

Figura 43-Transportador vibratrio, com feixe de molas padronizado, com grfico de seleo

4.6.1. Transportadores vibratrios tipo Revitran
4.6.1.1. O uso

Transportadores vibratrios tipo Revitran com acionamento por biela-
manivela, tipos SKL e SKF, so empregados para transporte de materiais a
granel por distncias mdias a longas. So adequados para o uso com
materiais frios ou quentes, granulometria mdia ou fina, inclusive para materiais
leves ou extra-finos que so transportveis por equipamentos vibratrios do
tipo eletromecnico ou eletromagntico. Tem sido aprovado em vrios ramos
industriais. Emprega-se o princpio dos micro-saltos para o transporte, de forma
a se obter um fluxo que de certa forma at protege o material, como por
exemplo, pontaletes de vigas de ferro, areia quente, fundidos incandescentes,
cacos de vidro, adubos sintticos, granalha de ao, peas de mquinas,
sucata, cavacos, etc.
Os transportadores Revitran so construdos de tal forma que, de acordo
com o tipo de execuo, so extremamente resistentes e insensveis a grandes
variaes de temperatura dos materiais transportados assim como altas
temperaturas ambientes. Usam como molas de trabalho, molas helicoidais,
empregadas milhares de vezes na indstria automobilstica. Molas de ao so
bastante insensveis a variaes de temperatura, ao contrrio de molas de
borracha, um pouco mais sensveis.
48

O programa padro destes transportadores mantm trs tipos de
execuo para a calha que conduz o material: calha soldada (tipo GS) para
materiais de baixa temperatura e abrasividade, calhas aparafusadas com
chapas de desgaste (tipo AS) para materiais de media granulometria e alta
abrasividade e calhas para materiais quentes (tipo HS) para todos os materiais
quentes.
Os tipos AS e HS possuem calhas em lances modulares para permitir a
rpida substituio ou expanso por dilatao trmica.
Para aplicaes especiais as calhas transportadoras podem ser
equipadas com dispositivos como tampas, fundo passantes para peneiramento,
revestimentos antiaderentes, etc. A execuo em aos especiais tambm
possvel, como inox AISI 304 ou 316 inclusive tipos ligados (304 L e 316 L)
para aplicaes farmacuticas ou na indstria alimentcia. Os acabamentos vo
de pintado simples at o inox polido de grau alimentcio. Para aplicaes de
processo possvel equipar os transportadores com fundos duplos para troca
de calor e conduo de meios de troca como gua, leo ou ar. Os
transportadores Revitran podem ser montados diretamente ao solo,
preferencialmente, ou podem ser construdos como sistema de isolamento total
onde um contrabalano tambm vibrante, na qual impede a propagao de
vibraes residuais ao solo ou estruturas. Os dados principais destes
transportadores so: velocidade de transporte regulvel entre 5 e 45 /,
freqncia vibratria entre 400 e 700 ciclos por minuto (), amplitude de 7 a
25 , vazo at 225
3
, geralmente.
4.6.1.2. Princpio de Funcionamento

Os transportadores vibratrios tipo Revitran, modelos SKL e SKF,
compe-se de um sistema massas-mola, incluindo-se a calha transportadora
em si (1), o contrabalano (2) composto das fundaes (3) e estrutura inferior
ou uma massa de tamanho definido e as molas helicoidais de ao. Em funo
do tamanho da massa e quantidade de molas, esse conjunto possui uma
freqncia natural definida. Ativando-se o sistema com pulsos cclicos, inicia o
movimento vibratrio. A relao de amplitudes inversamente proporcional a
relao de massas entre a calha e o contrabalano, ou seja, quanto maior o
49

contrabalano menor a sua amplitude. Montado diretamente sobre o solo, o
contrabalano torna-se infinitamente grande e a amplitude tende a zero. Da
praticamente s ocorre a vibrao da calha por onde conduzido o material a
granel. Essa vibrao ativa o material a micro-saltos criando um fluxo uniforme.
O lanamento guiado pelas molas planas laterais (5).
Caso o sistema seja ativado a pulsos coincidentes com a freqncia
natural do conjunto massa-mola, ocorrer a ressonncia, por menores que
sejam as foras aplicadas, j conseguindo induzir o conjunto a vibraes. A
grande vantagem desse sistema , portanto, o consumo mnimo de energia.
Essa pequena fora necessria transmitida ao conjunto pelo motor (6),
transmisso redutora (7) e o sistema biela-manivela (8) ligado a calha
transportadora pelas molas de acoplamento (9).
A trajetria da calha vibratria corresponde ao movimento harmnico
simples (senoidal) com as conhecidas fases de acelerao e desacelerao. O
transporte vibratrio ocorre, pois o material descola da superfcie acelerada no
movimento de ida, iniciando o lanamento oblquo e a trajetria parablica,
enquanto a superfcie em seguida desacelerada. Como a trajetria parablica
curta (micro-salto) e a freqncia relativamente alta, a seqncia de impactos
tal que o fluxo de material torna-se uniforme.

Figura 44-Esquema de um transportador vibratrio

50

4.6.1.3. Detalhes construtivos

Os transportadores vibratrios tipo Revitran tm algumas caractersticas que
podem ser detalhadas da seguinte forma:
1) Tipo construtivo geral: existem duas formas distintas dos transportadores. O
modelo SKF tem a construo com um contrabalano (normalmente com peso
de trs a quatro vezes o peso da calha superior), de forma a ser montado sobre
molas adicionais de isolamento, permitindo um isolamento de at 99% das
vibraes conforme observado na Figura 45a. O modelo SKL montado
diretamente no solo, sendo, portanto necessrio o uso de bases rgidas
(concreto), por exemplo, de forma a amortecer-se as vibraes. O modelo SKL
normalmente mais leve, porm no pode ser montado suspenso ou em
estruturas leves, pois transmite alguma vibrao, que poderia afetar outros
equipamentos (Figura 45b).

Figura 45-Transportador (a) modelo SKF e (b) modelo SKL

2) Formas das calhas: podem ser retangulares ou trapezoidais.
Opcionalmente fechadas, com tampas removveis. Tubos retangulares ou
redondos tambm so exeqveis.
3) Tipos de calhas: Os modelos GS so soldadas em uma nica pea.
Uso para materiais frios e pouco abrasivos. Os modelos AS so parafusadas e
tm a possibilidade de receber chapas de desgaste ou a prpria calha, em
mdulos, ser o elemento de desgaste. Os modelos HS tm chapas internas
montadas sobre elementos de expanso que permitem sua livre dilatao
sobre a calha de apoio medida que se aquece quando transporta material
51

quente. A temperatura mxima permitida de 500 C. No geral podemos
utilizar calhas de 4 a 12 de espessura, em funo da aplicao necessria.
4.6.1.4. Largura do transportador

Para a largura do transportador vibratrio basta-se dividir a capacidade
desejada ( ) pela velocidade possvel ( ) e altura de camada ( )
conforme apresentada na Equao 21 ou pode ser escrita em funo da vazo
volumtrica dada pela Equao 22.

=

(21)

=

.
(22)

Um exemplo: Se se deseja transportar 100 t/ de areia de um material
com uma densidade aparente de 1,4 t/m
3
. Dividindo-se a capacidade desejada
pela densidade aparente do material obtemos a vazo volumtrica equivalente
a 71
3
. Se a camada for de material de 0,075 , a velocidade sendo de ou
0,3 m/s. Utilizando a Equao 22 obtemos que a largura para esse
transportador vibratrio de 0,87

4.7. Novos transportadores

4.7.1. Transportadores a ar

O sistema de Transportador de Correia Sustentado por Ar adequado
para novas instalaes ou para aprimorar transportadores convencionais
existentes de maneira econmica. Em vez de utilizar roletes, esse sistema
sustenta a correia com uma camada de ar de 1 produzida por um
ventilador centrfugo de baixa potncia que sustenta a correia com menor atrito
e reduz o consumo de energia do transportador de correia. Esse tipo de
transportador sustentado a ar reduz o atrito e estabiliza a trajetria da correia
para evitar derramamento e segregao da carga, eliminando a necessidade
de coletar p e limpar derramamentos.
52

O sistema de transportador de correia sustentado a ar totalmente
embutido e funciona com sua prpria rede de dutos para evitar a liberao de
p no ar.
Sees modulares do transportador a ar possibilitam adapt-lo a
transportadores de correia de maneira econmica.

Figura 46-Transportador de correia sustentado a ar.
Fonte: http://old.martin-eng.com/products.php?category=111

4.7.2. Transportadores de Esteira Magntica

Os transportadores de cavaco so utilizados em centros de usinagem,
fresadoras, mandrilhadoras e mquinas operatrizes em geral na remoo de
todos os tipos de cavacos. Os transportadores com esteira magntica so
ideais para a retirada de cavacos de mquina de usinagem ou estamparias
tendo pouca necessidade de manuteno. adequado para limalhas, cavacos
curtos ou retalhos de estamparias
4.7.2.1. O Funcionamento

O sistema magntico fixado entre correntes de trao consiste de
travessas e ims de alta qualidade. Acionado atravs de um motor redutor
acoplvel tipo rosca sem fim, as travessas magnticas deslizam debaixo de
uma chapa de escorregamento fixa, anti-magntica, criando um forte campo
magntico para os cavacos ferro-magnticos a serem transportados. O
movimento das travessas magnticas ocasiona um arraste contnuo do material
a ser transportado, situado na chapa de escorregamento.
53

Ao remover os cavacos ou peas do recipiente de lquido refrigerante,
ocorre uma separao do lquido. O lquido refrigerante aderente ao material
transportado pode escoar na parte ascendente, sem arrastar o material.
As correntes de trao, guiadas com preciso, so esticadas
adicionalmente atravs de um mecanismo automtico, de modo a ser mantida
a distncia pr-estabelecida entre a chapa de escorregamento e a travessa
magntica. A forma de construo totalmente fechada dos transportadores
magnticos tambm garante um funcionamento isento de falhas e manuteno
quando o trabalho permanente em lquido refrigerante.

4.7.2.2. Componentes principais

Simplificado, o transportador magntico pode ser subdividido nos
seguintes grupos de montagem:
-Carcaa: Carcaa metlica fechada, absolutamente estanque quando da
aplicao em recipiente lquido refrigerante. As partes arqueadas da carcaa
permitem inclinaes na faixa de 15 at no mximo 90. Dependendo do tipo
de construo, o retorno fornecido em forma redonda ou angular. Guias
especiais dentro da carcaa garantem um movimento perfeito da esteira
magntica.
- Esteira magntica: Dependendo da largura da esteira magntica, um
determinado nmero de ims de alta qualidade esto fixados numa travessa.
As travessas magnticas esto interligadas com correntes de rolos de grande
resistncia. A distncia entre as travessas magnticas de aproximadamente
250 . A distncia definida para cada caso conforme a necessidade e
depende do material a ser transportado, em relao quantidade e tipo do
mesmo.

4.7.2.3. Aplicaes

A retirada de cavacos de usinagem de mquinas operatrizes e de
retalhos de estamparias de prensas fica extremamente fcil com a utilizao
dos transportadores magnticos de cavacos opcionalmente, podem ter
estrutura totalmente vedada para a instalao imersa em tanques.
54

Figura 47-Esteira magntica.

4.7.3. Mesa de Esferas Transferidoras

Existem inmeras aplicaes para as mesas transferidoras, onde as
cargas podem ser transportadas em qualquer direo com suavidade, preciso
e com o menor esforo possvel.
Algumas aplicaes tpicas incluem manipulao de equipamentos e cargas,
linhas de montagem, sistema de deslizamento de portas, mesas de mquinas,
muito utilizado em Setup de ferramentas para Prensa.

Figura 48-Mesas transferidoras.
Fonte: http://www.tekroll.com.br/mesa_esferas.html
4.7.3.1. Esferas Transferidoras

As esferas transferidoras permitem um transporte em qualquer direo
horizontal com um mnimo de esforo. Elas so perfeitamente convenientes
55

para aplicao em pontos de transferncia em sistemas de transporte,
construo de mquinas, equipamentos de embalagens, entre outros.
As carcaas destas esferas transferidoras so de chapa estampadas
com acabamento galvanizado. As esferas de apoio circulam continuamente em
condies dinmicas, garantindo assim um suporte constante da carga a ser
transportada. Dever, porm, ser levado sempre em considerao que toda a
rea que entra em contato com as esferas dever ser absolutamente plana,
horizontal e rgida.
A Tabela 11 apresenta as especificaes tcnicas da Tekroll para
esferas transferidoras.

Tabela 11-Esferas transferidoras Tekroll.
Modelo
Dimetro
(polegadas)
Capacidade de
carga (Kgf)
Imagem
Srie TK - 01 1 35 - 70

Srie TK - 02 1 35 - 70

Srie TK - 03 1 35 - 70

Srie TK - 04 1 18

Srie TK - 05 5/8 10

Srie TK - 06 5/8 10

Srie TK - 07 5/8 25

Srie TK - 08 5/8 25

Sr i e TK - 10 1 120

Fonte: http://www.tekroll.com.br/esferas.html

56

4.8. Alguns acessrios utilizados nos transportadores
4.8.1. Transportador com paletes
4.8.1.1. Paletizao

As medidas e as demais caractersticas fsicas do palete a ser escolhido
devem ser tais que se adaptem s vrias fases do transporte e aos diferentes
tipos de equipamentos mecnicos em operao nos portos de carga e de
descarga, de forma que a movimentao da carga unitizada se realize com
rapidez e segurana.
A uniformidade e as medidas dos volumes a serem paletizados so de
grande importncia para produzir uma carga unitizada, bem enquadrada em
seus quatro lados, e nivelada na sua face superior, para permitir a melhor
ocupao do espao do veculo transportador. A princpio, qualquer carga
paletizvel, desde que adaptada ao palete economicamente vivel.
A amarrao dos volumes para constituir uma carga unitizada rgida
deve ser feita atravs do emprego de cintas, que podem ser de nylon,
polipropileno, polister, metlicas, complementadas, s vezes, por tbuas e
sarrafos de madeira e folhas de papelo, bem como sacos ou filmes plsticos
encolhveis (shrink), ou filmes estirveis de polietileno (stretch), que so
esticados e colocados sobre a carga. Os filmes e os sacos tm a finalidade
tambm de evitar o furto de volumes.
A paletizao de cargas traz muitas vantagens, como melhor
aproveitamento dos espaos nos armazns, agilizao na movimentao da
carga e nas operaes de embarque e desembarque; reduo do custo de
movimentao; diminuio de roubos; manipulao segura da carga;
simplificao do controle das mercadorias; reduo das estadias dos veculos
transportadores nos pontos ou portos de embarque e desembarque.

4.8.1.2. Paletes e seus tipos mais comuns

Paletes uma unidade semelhante a um estrado plano, construdo
principalmente de madeira, podendo, porm, ser tambm de alumnio, ao,
57

plstico, fibra, polipropileno, papelo, com determinadas caractersticas para
facilitar a unitizao, armazenagem e transporte de pequenos volumes.
Os paletes podem ser descartveis ou para uso constante. A adoo de
cada tipo depende da logstica escolhida, que envolve um estudo sobre custos
e o seu retorno.
No formato, o palete pode ser quadrado ou retangular. Quanto s faces,
para acomodao de cargas, pode ser simples (mais frgil), dando carga a
possibilidade de utilizao apenas desta face; ou ter duas faces diferentes,
sendo uma para receber a carga e a outra apenas de suporte; ou ainda ter
duas faces iguais, ou seja, ser um palete reversvel, podendo ser utilizado para
carga em qualquer uma das duas faces.
O palete deve dispor de asas (aletas), que so salincias para iamento,
ou seja, extenso das faces para alm das vigas que o compem, para que
possa ser operado por guindastes e outros equipamentos, e no somente por
meio de ganchos especiais de iamento. Dever haver tambm, uma altura
livre entre as duas faces, para possibilitar a entrada dos garfos dos
equipamentos mecnicos.
Preferencialmente, precisa ter quatro lados que permitam a entrada dos
equipamentos para agilizao na sua movimentao, o que fica limitado
quando possui apenas duas entradas.

Figura 49- Diversas configuraes dos paletes.

58

Na Figura 39, (a) representa um palete com duas entradas e face nica,
(b) um palete de duas entradas e dupla face reversvel, (c) um palete de
quatro entradas com dupla face no reversvel e (d) um palete de quatro
entradas e dupla face reversvel.
O palete tem de ser suficientemente resistente e adequadamente
construdo, oferecendo segurana para:
- Sustentar, em repouso ou quando movimentada, a carga que sobre ele
depositada;
- Permitir a manipulao e a movimentao da carga unitizada por meio de
equipamento mecnico apropriado, tanto em terra quanto nos veculos
transportadores, e nos embarques e desembarques.

4.8.2. Transportadores de Taliscas

Para o transporte de produtos soltos ou a granel em pequenas
inclinaes, utiliza-se taliscas aplicadas sobre correias transportadoras, ao qual
possui uma srie de diferentes formatos, servindo para aparar o produto, dando
eficincia ao transporte.
A opo por uma determinada talisca, assim como sua aplicao sobre a
correia transportadora, feita aps uma anlise do transporte especfico em
questo.

Figura 50-Modelo de Talisca.

Podem ser classificados de muitas maneiras, quanto forma do material
das taliscas. Estas podem ser de ao, alumnio, plstico ou madeira, s vezes
com ressaltos para melhorar sua utilizao em aclives ou com abas laterais
para evitar transbordamentos.
59

Podem ainda comportar desvios e acoplamentos em aparelhos de
medio e inspeo, alm de serem do tipo fixo ou mvel, e poderem correr
dentro de tubulaes, entre outras.

Figura 51- Tipos de Taliscas.
Fonte: Catlogo Mercurio

Os transportadores de talisca podem ser combinados com tanques,
bombas e sistemas de filtragem (caso necessrio), apropriados para
componentes compactos. Utilizados para servios sob condies severas:
materiais pesados, volumosos, gordurosos, em forjarias e fundies, ou ainda
para fazer o transporte submerso (tmpera ou resfriamento). Com orifcios,
permitem a drenagem da gua do material transportado. So utilizados tanto
para o transporte simples como o para conjugado com linhas de montagem
(automveis, geladeiras), quando so construdos ao nvel do piso, formando
um piso mvel onde possvel ao operrio colocar-se ao lado de materiais
pesados. Por permitirem boas inclinaes, so utilizados em conjunto com
outros tipos de transportadores que no admitem inclinaes maiores que 15
graus.
As taliscas de plstico so empregadas em indstrias alimentcias,
farmacuticas etc., alm de linhas de abastecimento em restaurantes
industriais.

60

5. CONCLUSO

O transporte de slidos atravs de dispositivos carregadores muito
importante na indstria, pois abrange grande parte da logstica da mesma,
trazendo uma maior economia de tempo e custos de transporte alm de facilitar
a mobilidade dos produtos a serem produzidos.

61

6. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

BLUM M., Relatrio-Anlise de integridade de unies coladas em correias
transportadoras em funo da temperatura e da velocidade, Engenharia
Mecnica da Pontifcia Universidade Catlica do Paran, Curitiba-Pr., 2008.

GOMIDE, R., Operaes com sistemas slidos granulados, vol. 1, Editora
Cmara Braslia do Lino, So Paulo-SP, 1983.

PERRY, R. H., GREEN W. D. e J. O. MALONEY, Chemical Engineers Hand
book, Stima Edio, USA, McGraw-Hill, 1997.

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- Promac Correntes <http://www.promaccorrentes.com.br>
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- Metalmag<http://www.metalmag.com.br/transarrast.htm>

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Dimetro doa tambores ()

a potncia necessria para acionar o transportador vazio

a potncia consumida para transportar 100 / a

a potncia consumida para elevar 100 /

a potncia dissipada por atrito nas guias laterais

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