Resenha Do Livro: O Que É Ética, de Álvaro Valls
Resenha Do Livro: O Que É Ética, de Álvaro Valls
Resenha Do Livro: O Que É Ética, de Álvaro Valls
UNIO DAS FACULDADES DE ALTA FLORESTA UNIFLOR Fernando Henrique Zilio da Silva
Trabalho apresentado ao professor Carlos Alberto Cardoso, como requisito parcial da disciplina de tica, pelo acadmico Fernando Henrique Zilio da Silva, Unio das Faculdades de Alta Floresta - UNIFLOR
fatalismo, no existe tica, responsabilidade, nem tampouco liberdade. Marx diz que o capital restringe a liberdade do homem. Neste caso, a tica no existiria, ou seria transformar o sistema do capital. Os esticos, totalmente contrrios ao determinismo, defendiam a liberdade incondicional, do pensamento e no do corpo. Para Adorno, a liberdade do ser humano s dependia dele mesmo, e ele deveria faz-la, no ficar preso em imaginao. Adorno considera a liberdade de Hegel fora da realidade do ser humano. O Estado de Hegel, defensor dos direitos e deveres do ser humano, uma sntese da estrutura poltica dos gregos e a moral dos cristos. Marx considerava que o Estado de Hegel no era a instncia do universal, mas um dominador. Kant tambm o critica, assim como Kierkegaard, Jaspers, Heidegger, MerleauPonty e Sartre, que disseram que o Estado de Hegel era indiferente quanto individualidade do ser humano.Kierkegaard diz ainda que para o grego antigo, o agir bem ou mal era uma questo de conhecimento. Uma pessoa m, na viso dos gregos, era simplesmente um ignorante, partindo do pressuposto platnico e aristotlico de que se o homem conhece o bem vai agir bem. Eles no imaginavam que um homem conhecedor do bem pudesse agir mal. lvaro Valls diz que a tica se preocupa com as contradies do homem, e que o homem deveria se fazer tal, posto que um ser sinttico, realizando ao longo de sua vida as contradies que o constituem inicialmente. O captulo seis fala de comportamento moral e sobre o bem e o mal. Segundo Valls, a preocupao atual da tica com a autonomia moral do indivduo. Este procura agir de acordo com sua razo natural. Marx relacionava tudo o que era tico com a economia, relacionando as relaes econmicas que sempre interferem no agir tico, embora isto gerasse outra problemtica: Como saber o que tico e o que econmico em um dado comportamento concreto? Moritz Schlick, membro do Crculo de Viena, diz que as aes boas so aquelas que se exigem de ns.... Valls diz que agir eticamente agir de acordo com o bem. J a maneira como se define o que o bem um outro problema, embora a opo entre bem e mal, levantada h alguns milnios, parece continuar vlida. Kierkegaard, cuja alcunha era o tico, dizia: meu dilema no significa, em primeiro lugar, que se escolha entre o bem e o mal; ele designa a escolha pela qual se exclui ou se escolhe o bem e o mal, ou seja, uma pessoa tica aquela que age sempre a partir da alternativa bem ou mal. Sendo assim, segundo Valls, s pode ser tico quem opta definitivamente pelo bem e no aquele que vive optando. No captulo sete, que trata sobre a tica hoje, Valls cita o livro Mnima Moralia, de Adorno, que diz que a tica hoje est reduzida a algo de privado. Marx, um sculo antes, observava o mesmo na religio. Valls ainda diz que se o lema mximo da tica o bem comum, um mau sinal a tica se tornar particular, pois nos tempos da grande filosofia, todas as virtudes so polticas, sociais. Neste captulo, Valls cita Hegel falando da eticidade. Nesta esfera, a liberdade se realiza eticamente dentro das instituies histricas e sociais: Famlia, sociedade civil e Estado. Hegel ainda diz sem temor que o Estado a realidade efetiva da idia tica. Na famlia, a tica trabalhada nas crianas pelos pais, que so os que daro a primeira noo do bem e do mal, certo e errado. Ento o indivduo passa a interagir com a sociedade civil, onde vai aprender o respeito aos limites e aos direitos do prximo e ver que deve lutar contra as desigualdades sociais. No Estado, o indivduo v em toda sua complexidade os contextos de seus direitos e deveres e a funo fundamental do Estado. Valls usa teorias de vrios filsofos para falar da tica, entre eles esto: Marx, Hegel, Kierkegaard, Moritz Schlick, Habermas, Francis Bacon, Adorno e Horkheimer. Estudando esses autores, um indivduo aprimora seu conhecimento e percepo ticos e poder viver mais eticamente. Este livro recomendado a todos que se interessam pelo assunto tico, como empresrios, polticos, religiosos, lderes corporativos e comunitrios, mas principalmente o universitrio, que tem as idias revolucionrias que modificam a realidade e constroem um futuro melhor.