O Condomínio e Suas Leis
O Condomínio e Suas Leis
O Condomínio e Suas Leis
2
O
CONDOMNIO
E suas Leis.
4 Edio Revisada
Aos meus pais,
Juca Pinto e D. Filhinha,
pelo exemplo dos Direitos Sociais no exerccio
da cidadania.
Homenagem tambm ao
Professor Caio Mrio da Silva Pereira,
autor da Lei 4.591/64, aprovada
sem emendas pelo Congresso
W. A. Pinto
O
CONDOMNIO
e suas Leis
4 Edio Revisada
Edies Brasileiras
DO MESMO AUTOR
7
Indice Alfabtico
Ao cominatria, 30 Obras, no prdio, fachadas, 27, 29, 59
Ao de Cobrana, 38 Passagem, por unidade, 30
Aes Judiciais, 40 Prestao de contas, 42
Ao de Nuciao de Obra Nova, 30 Quorum, 17, 21
Ao de Reparao de Danos, 27 Rateio, de despesas, 36
Ao de Prestao de Contas, 17 Regimento Interno, 12
Ao de Sustao de Protesto, 40 Rudos Excessivos, 31
Ad Juditia, 84 Segurana, Seguro, do Condomnio, 32
Administradoras, Conservadoras, 45 Sndico:
Alterao da Fachada, 30 - atribuies, 14
Animais, manuteno, 30 - destituio, 15
Ata, modelo, 21, 22, 53 - eleio, 13
Assemblia Geral, 18, 19, 20, 22 - funes administrativas, 15
Chamadas Extras, 41 - quem pode ser, 13
Cadastro dos Condminos, 48, - remunerao, 13
Caixa dgua, 45 - vacncia do cargo, 17
Coberturas, obras, taxas, 29, 38 Subsndico, 16
Cobrana, ordinria, judicial, 37, 40 Termos da Ata, 22
Comisso de Representantes, 77 Uso, de elevador, eletricidade, 33
Comportamento imoral, 25 Zelador residente, 47
Condomnio: 9, 26, 37, 46
- reas comuns, responsabilidades, Lei n 4.591/64 - 55 a 88
seguro, empregados, contbil, pagtos. Ttulo I
Condminos: 22, 24 - Do Condomnio, 55
- deveres, direitos, proibies. - Da Conveno do Condomnio, 57
Conselho Fiscal, Consultivo, 16 - Das Despesas do Condomnio, 59
Construo, defeitos, desmanche, 27, 59 - Do Seguro, do Incndio, da Demoli-
Conveno de Condomnio, 10, 11 o, da Reconstruo Obrigatria, 60
- alterao, contedo, modelo. - Da Administrao do Condomnio, 63
Declarao de Inesistncia de Dbitos,38 - Da Assemblia Geral, 65
Desperdcios, gua/energia, 43, 44, Ttulo II
Despesas, do Condomnio, 34, 35, 36 - Das Incorporaes, 66
Direitos de Vizinhana, 31 - Das Obrigaes e Direitos do
Fundo de Reserva, 42 Incorporador, 67
Garagem, box, aluguel, 30, 55 Ttulo III
Imposto do Selo, 75 - Da Construo de Edificaes em
Incndio, 33 Condomnio, 76
Inquilino, Condmino, 20 - Da Construo por Empreitada, 80
Lixo, 48 - Da Construo por Administrao, 81
- de Ata e outros, 49 a 54 - Das Infraes
Moradias Coletivas, 25 - Das Disposies Finais e
Multa, juros, penalidades, 41, 42 Transitrias, 87
8
O CONDOMNIO
Cum = Com + Dominus = Senhor
(Direito Romano)
04.12.2000 12
CONVENO DE CONDOMNIO
ALTERAES DA CONVENO
MODELO DE CONVENO
REGIMENTO INTERNO
O SNDICO
Quem o Sndico?
Para muitos uma figura olhada com um certo desconforto e, por
isso, poucos Condminos habilitam-se ao cargo.
O que no verdade. Todo mundo que vive em um edifcio e,
nele more ou trabalhe, deve saber que um dia pode prestar esse tipo de
servio comunidade, contribuindo para a reciclagem do cargo, ou melhor,
repassando entre todos essa tarefa/responsabilidade. Agindo assim, cada
Condmino passa a dedicar-se mais ao prdio, o que facilitar
sensivelmente cada gesto.
A figura do Sndico, para muitos, est ligada a uma srie de contra-
tempos, tomando-lhe um tempo precioso, enquanto que, para outros,
exercer a funo de Sndico assumir um Cargo de Comando e ter
12
oportunidade de tratar todos como subordinados, transformando o
Condomnio em um pequeno feudo.
O Art. 24, da Lei 4.591/64, atribui aos prprios Condminos as
diretrizes administrativas, cuja administrao executiva cabe,
periodicamente, a um Sndico, limitado nos termos da Conveno, do
regime e das deliberaes em Assemblia.
Muitos prdios adotam o sistema de um rodzio para a funo de
Sndico, seguindo o nmero seqencial dos apartamentos. Todos devem
ocupar o cargo, inclusive os inquilinos.
ELEIO DO SNDICO
REMUNERAO DO SNDICO
ATRIBUIES DO SNDICO
FUNES ADMINISTRATIVAS
DESTITUIO DO SNDICO
SUBSNDICO
CONSELHO CONSULTIVO
CONSELHO FISCAL
16
VACNCIA NO CARGO DE SNDICO
ASSEMBLIAS GERAIS
18
ASSEMBLIA GERAL EXTRAORDINRIA
REALIZAES E DECISES
DAS ASSEMBLIAS
QUEM VOTA
CONVOCAO DE ASSEMBLIAS
20
QUORUM
AS ATAS
22
No condomnio criado pela Lei 4.591/64, em que o direito tem
a pluridade de titulares, existe uma modificao importante na estrutura
do direito de propriedade que o respeito vontade da maioria, contra
a vontade simples de cada proprietrio.
A Constituio Federal soberana. As novas disposies apenas
regulam situaes em que os direitos individuais entram em conflito, onde
todos, simultaneamente, so proprietrios sobre a mesma coisa. No
cabe ao Condomnio, por qualquer forma, prejudicar ou regular o
exerccio dos direitos de cada Condmino, como proprietrio.
Neste sentido, existem decises judiciais:
O Condmino tem direito, em tese, de questionar deciso
majoritria que considera abusiva. Julgados do TRGS 62/264.
No mesmo sentido:
A Conveno, ainda que aprovada com o quorum
qualificado de 2/3, so ineficazes as disposies da Conveno que
imponham restries ao exerccio normal de direito de propriedade
de Condminos sobre suas unidades autnomas, e que afrontem a
prpria natureza e destinao destas.
Com base na Legislao Brasileira, as Convenes devem ser
elaboradas observando normas fundamentais de direito dos Condminos.
As mais importantes so:
1) Usar, gozar e dispor de sua unidade autnoma de acordo
com seus interesses, desde que no fira a liberdade dos demais
Condminos e a solidez do prdio.
2) Ter livre acesso s reas comuns do prdio sem causar
danos, incmodo ou embarao aos vizinhos.
3) Participar das Assemblias, desde que esteja quite com o
Condomnio, para votar e ser votado.
4) - Manter em seu poder as chaves das portas de acesso ao
prdio.
5) Em qualquer momento, ser esclarecido pelo Sndico sobre
questo que considere importante e inerente ao seu direito de Condmino.
6) Pagar sua cota-parte justa ao rateio e, ao inquilino, pagar
somente as taxas ordinrias.
7) Denunciar irregularidades que observar no mbito do
Condomnio.
23
8) Recorrer Assemblia Geral dos atos e decises isoladas
do Sndico que prejudicam o Condomnio ou, particularmente, em seu
prejuzo.
9) Examinar, em qualquer poca, livros, documentos e arquivos
da administrao e ser informado pelo Sndico sobre qualquer dvida.
10) Recorrer contra os atos e decises do Sndico ao Conselho
Fiscal e Consultivo que, se for o caso, poder solicitar uma Assemblia
Extraordinria para submeter o problema.
COMPORTAMENTO IMORAL
DOS MORADORES
MORADIAS COLETIVAS
25
RESPONSABILIDADES DO CONDOMNIO
O QUE NO DE RESPONSABILIDE
DO CONDOMNIO
Jurisprudncias:
Arranhes em veculo de Condmino, desde que no provado
que os mesmos foram causados no interior da garagem do
Condomnio BJA, ementa 124.548, TJRJ.
26
Furto de veculo ou bicicleta de Condmino, se o Condomnio
no contar com servio de guarda ou vigilncia BJA, ementa 124.402,
TJSC.
DIREITOS DE CONSTRUO
VCIOS CONSTRUTIVOS
OBRAS NA COBERTURA
OBRAS NECESSRIAS
NO EXECUTADAS
UTILIZAO DE PASSAGENS
PELAS UNIDADES AUTNOMAS
ALUGUEL DE GARAGENS
ANIMAIS NO APARTAMENTO
RUDOS EXCESSIVOS
31
SEGURO
SEGURANA PESSOAL
USO DA ELETRICIDADE
COM SEGURANA
USO DO ELEVADOR
A PREVENO E O
COMBATE A INCNDIO
DESPESAS DO CONDOMNIO
DESPESAS ORDINRIAS
34
Despesas Ordinrias so aquelas que compem os gastos relativos
conservao e higiene das reas comuns do prdio, a quitao de
aplices de seguro contra incndio e responsabilidade civil frente a
terceiros, os honorrios do Sndico e a remunerao dos empregados
do Condomnio, despesas de gua e energia eltrica, material de limpeza,
conservao dos elevadores, bombas, incineradores de lixo, manuteno
de porteiros eletrnicos, etc.
DESPESAS EXTRAORDINRIAS
DESPESAS SEM
APROVAO PRVIA
DESPESAS EMERGENCIAIS,
TEIS E VOLUPTRIAS
35
teis: so gastos no urgentes, mas que podero oferecer maior
conforto e valorizao do prdio, como guarita de guarda, colocao de
grades, porteiro eletrnico e outros. Neste caso, as obras tm que ser
aprovadas em Assemblia Geral, observando o quorum mnimo, sob
pena do embargo da obra pelos Condminos contrrios mesma.
Volupturias: ocasionadas para melhorar a esttica do prdio,
como decorao do hall de entrada, jardins, passeios, colocao de
obras de arte, etc. Mesmo que aprovadas pela maioria em Assemblia
Geral, caso exista algum Condmino prejudicado, o mesmo tem o direito
de solicitar a retirada das benfeitorias.
Em qualquer dos casos, a cobrana especial, distinta da taxa
ordinria.
COBRANA DO CONDOMNIO
PAGAMENTO DO CONDOMNIO
39
O Ministro do Superior Tribunal da Justia, Slvio de Figueiredo,
ao analisar o artigo 12, da Lei 4.591/64, e o critrio de diviso de despesas
condominiais, decidiu:
A interpretao das leis obra de raciocnio, mas tambm de
sabedoria e bom senso, no podendo o julgador ater-se exclusivamente
aos vocbulos, mas, sim, aplicar os princpios que informam as normas
positivas.
COBRANA JUDICIAL
AS PENALIDADES
PRESTAO DE CONTAS
FUNDO DE RESERVA
42
Aps a utilizao, total ou parcial, o Sndico poder providenciar
sua reposio, atravs de uma chamada extraordinria.
Quando o Fundo de Reserva no ultrapassar a proporo de
10% (dez por cento) das despesas ordinrias, o inquilino pode aceitar
sem criar obstculos. Acima disto, ele pode recusar, obrigando o
proprietrio da unidade a pagar a obrigao.
DESPERDCIO DE GUA
43
O morador quem deve estar sempre atento, consumindo estes
recursos naturais com responsabilidade e jamais ser omisso, pois o
consumo fantasma prejudica a si prprio, aos demais Condminos e todo
esforo de preservao da Natureza.
Cada pessoa, ao escovar os dentes ou fazer a barba, se manter a
torneira fechada nos intervalos em que se ocupa da atividade manual, o
consumo de gua diminuir.
Outros cuidados importantes: nunca devemos usar o vazo sanitrio
como lixeira e, muito menos, usar uma mangueira para varrer o cho da
garagem e at mesmo para lavar o carro.
Ao Sndico cabe a tarefa de realizar inspees peridicas em
todo o prdio, incluindo as unidades autnomas, para detectar possveis
vazamentos.
mais barato ao Condomnio manter este tipo de servio do que
deixar a gua irresponsavelmente ser desperdiada. Como j vimos, pode
at ser treinado um funcionrio do prdio para pequenos reparos.
TORNEIRAS PINGANDO
DESCARGA VAZANDO
44
INSTALAES HIDRULICAS
CONTROLE DO CONSUMO
CONTRATAO DE ADMINISTRADORA
OU AUTO-GESTO
EMPREGADOS DO CONDOMNIO
E DA CONSERVADORA
46
ZELADOR RESIDENTE
CONTABILIDADE DO CONDOMNIO
48
PARTE PRTICA
MODELOS DE DOCUMENTOS,
FORMULRIOS E AVISOS
Jos Francisco
Sndico
49
Edital para convocao para Assemblia Geral
CONDOMNIO DO EDIFCIO
JUCA PINTO
CONVOCAAO DE
ASSEMBLIA GERAL ORDINRIA
Jos Francisco
Sndico
50
Comunicado aos Condminos
DECISES DA ASSEMBLIA
Ilma Sra.
Diana Pena
Senhora Condmina,
Jos Francisco
Sndico
Obs. O comunicado ter que ser feito em 8 dias, aps a realizao da Assemblia.
51
NOTIFICAO
PAGAMENTO DE MULTA
..........................,..........,......................, 20....
Ilmo. Sr/a.
Senhor Condmino,
Atenciosamente,
Jos Francisco
Sndico
Obs. A notificao deve obedecer forma prevista na Conveno. Pode ser enviada por carta
registrada com AR ou notificao feita atravs do Cartrio de Ttulos e Documentos.
52
PROCURAO
__________________________
Jos Francisco
Ata n ......
53
regular, feito por Edital publicado no Jornal ......................., datado de
..... de .................. de 20..... . A reunio foi presidida pelo Sndico, que
deu por aberto os trabalhos, convidando a Condmino, Diana Pena,
para secretariar a mesa de trabalho. Aps referir sobre a ordem do dia,
o Sndico passou a fazer a prestao de contas de sua gesto,
discriminando as obras e atividades realizadas durante o seu mandato.
Depois passou a analisar a receita, as despesas e o saldo atual do Caixa
do Condomnio. Foram apresentados os demonstrativos das contas; todos
ficaram disposio dos Condminos para serem conferidos e discutidos.
Como ningum se manifestou contrrio s contas, foram aprovadas por
unanimidade. Posta em discusso a indicao do novo Sndico, segundo
assunto da ordem do dia, foi eleito para o cargo a Condmino Ana Laura
e para o Conselho Fiscal os Condminos .......... 3 (trs) ....... . Nos
assuntos gerais, deliberou-se sobre o oramento anual, fixando para as
despesas ordinrias o total de $............, passando a taxa de condomnio
mensal para $................, e o fundo de reserva para $.............. . Esgotada
a ordem do dia, o Sndico colocou a palavra disposio, fazendo uso
da mesma a Condmino Matilde Ferreira que props a instalao de...
Colocada em discusso e, em seguida, em votao, foi a mesma aprovada
por unanimidade. Nada mais havendo para tratar, o Sndico agradeceu a
presena de todos e encerrou os trabalhos da Assemblia. Eu, Diana
Pena, Secretria da Mesa, lavrei a presente ata que, depois de lida e
aprovada, vai por mim, pelo Presidente e pelos Condminos que o
desejarem, assinada.
Obs.: No deve a Ata conter rasuras. Para ressalvar algum erro, usar a palavra digo e em
tempo, se o erro for verificado aps o trmino da Ata.
54
LEI N 4.591
DE 16 DE DEZEMBRO DE 1964
O Presidente da Repblica.
Fao saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte
Lei:
Ttulo I
DO CONDOMNIO
Art. 1 - As edificaes ou conjuntos de edificaes, de um ou mais
pavimentos, construdos sob a forma de unidades isoladas entre si,
destinadas a fins residncias ou no-residenciais, podero ser alienados,
no todo ou em parte, objetivamente considerados, e constituir, cada
unidade, propriedade autnoma sujeita s limitaes desta lei.
1 cada unidade ser assinalada por designao especial, numrica
ou alfabtica para efeitos de identificao e discriminao.
2 Cada unidade, com sada para a via pblica, diretamente ou por
processo de passagem comum, ser sempre tratada como objeto de
propriedade exclusiva, qualquer que seja o nmero de suas peas e sua
destinao inclusive (VETADO) edifcio-garagem, com ressalva das
restries que se lhe imponham.
1 - O direito guarda de veculos nas garagens ou locais a isso
destinados nas edificaes ou conjuntos de edificaes ser tratado como
objeto de propriedade exclusiva, com ressalva das restries que ao
mesmo sejam impostas por instrumentos contratuais adequados, e ser
vinculada unidade habitacional a que corresponder, no caso de no lhe
ser atribuda frao ideal especfica de terreno.
* 1 - Acrescentado pela Lei n 4.864, de 29/11/1965
2 - O direito de que trata o 1 deste artigo poder ser transferido
a outro condmino independentemente da alienao da unidade a que
55
corresponder, vedada sua transferncia a pessoas estranhas ao
condomnio.
3 - Nos edifcios-garagens, s vagas sero atribudas fraes ideais
de terreno especficas.
56
Art. 8 - Quando, em terreno onde no houver edificao, o
proprietrio, o promitente comparados, o cessionrio deste ou promitente
cessionrio sobre ele desejar erigir mais de uma edificao, observar-se-
tambm o seguinte:
a) em relao s unidades autnomas que se constiturem em casas
trreas ou assobradadas, ser discriminada a parte do terreno ocupada
pela edificao e tambm pela eventualmente reservada como de utilizao
exclusiva dessas casas, como jardim e quintal, bem assim a frao ideal
do todo do terreno e de partes comuns, que corresponder s unidades;
b) em relao s unidades autnomas que constiturem edifcios de
dois ou mais pavimentos, ser discriminada a parte do terreno ocupada
pela edificao, aquela que eventualmente for reservada como de utilizao
exclusiva, correspondente s unidades do edifcio, e ainda a frao ideal
de todo o terreno e de partes comuns, que corresponder a cada uma
das unidades;
c) sero discriminadas as partes do total do terreno que podero ser
utilizadas em comum pelos titulares de direito sobre os vrios tipos de
unidades autnomas.
d) - sero discriminadas as reas que se constiturem em passagem
comum para as vias pblicas ou para as unidades entre si.
* possibilidade de desdobramento da incorporao em vrias incorporaes: art. 6 da Lei
n 4.864, de 29 de novembro de 1965.
Captulo II
DA CONVENO DO CONDOMINIO
57
2o Considera-se aprovada, e obrigatria para os proprietrios
de unidades, promitentes, promitentes compradores, cessionrios e
promitentes cessionrios, atuais e futuros, como para qualquer ocupante,
a Conveno que rena as assinaturas de titulares de direitos que
representem, no mnimo, 2/3 (dois teros) das fraes ideais que
compem o condomnio.
3o Alm de outras normas aprovadas pelos interessados, a
Conveno dever conter:
a) a discriminao das partes de propriedade exclusiva, e as de
condomnio, com especificaes das diferentes reas;
b) - o destino das diferentes partes;
c) - o modo de usar as coisas e servios comuns;
d) - encargos, forma e proporo das contribuies dos condomnios
para as despesas de custeio e para as extraordinrias;
e) - e o modo de escolher o Sndico e o Conselho Consultivo;
f) - as atribuies do Sndico, alm das legais;
g) - a definio da natureza gratuita ou remunerada de suas funes;
h) - o modo e o prazo de convocao das assemblias gerais do
condomnio;
i) - o quorum para os diversos tipos de votaes;
j) - a forma de contribuio para constituio de fundo de reserva;
m) - a forma e o quorum para as alteraes na conveno;
n) - a forma e o quorum para a aprovao do Regimento Interno
quando no includos na prpria Conveno;
4 - No caso de conjunto de edificaes, a que se refere o art. 8,
a Conveno de condomnio fixar os direitos e as relaes de
propriedade entre os condminos das varias edificaes, podendo
estipular formas pelas quais se possam desmembrar e alienar pores
do terreno, inclusive as edificaes.
* - Acrescentado pela Lei n 4.864/65
58
III destinar a unidade utilizao diversa de finalidade do prdio,
ou us-la de forma nociva ou perigosa ao sossego, salubridade e
segurana dos demais condminos;
IV embaraar o uso das partes comuns.
1 - O transgressor ficar sujeito ao pagamento de multa prevista
na conveno ou no regulamento do condomnio, alm de ser compelido
a desfazer a obra ou abster-se da prtica do ato, cabendo ao Sndico,
com autorizao judicial, mandar desmanch-la, custa do transgressor,
se este no o desfizer no prazo que lhe for estipulado.
2 - O proprietrio ou titular de direito aquisio de unidade
poder fazer obra que (VETADO) ou modifique sua fachada, se obtiver
a aquiescncia da unanimidade dos condminos.
Art. 11 - Para efeitos tributrios, cada unidade autnoma ser tratada
como prdio isolado, contribuindo o respectivo condmino, diretamente,
com as importncias relativas aos impostos e taxas federais, estaduais e
municipais, na forma dos respectivos lanamentos.
Captulo III
DAS DESPESAS DO
CONDOMNIO
Capitulo IV
2 - Aprovada, a reconstruo
60 ser feita, guardados,
obrigatoriamente, o mesmo destino, a mesma forma externa e a mesma
disposio interna.
3 - Na hiptese do pargrafo anterior, a minoria no poder ser
obrigada a contribuir para a reedificao, caso em que a maioria poder
adquirir as partes dos dissidentes, mediante avaliao judicial, feita em
vistoria.
Art. 15 - Na hiptese de que trata o 3 do artigo antecedente,
maioria podero ser adjudicadas, por sentenas, as fraes ideais da
minoria.
1 - Como condio para o exerccio da ao prevista neste artigo,
com a inicial, a maioria oferecer e depositar, disposio do Juzo, as
importncias arbitradas na vistoria para avaliao, prevalecendo as de
eventual desempatador.
2 - Feito o depsito de que trata o pargrafo anterior, o Juiz,
liminarmente, poder autorizar a adjudicao maioria, e a minoria poder
levantar as importncias depositadas; o oficial de Registro de Imveis,
nestes casos, far constar do registro que a adjudicao foi resultante de
medida liminar.
3 - Feito o depsito, ser expedido o mandado de citao, com
prazo de 10 (dez) dias para a contestao (VETADO).
4 - Se no contestado, o Juiz, imediatamente, julgar o pedido.
5 - Se contestado o pedido, seguir o processo o rito ordinrio.
6 - Se a sentena fixar valor superior ao da avaliao feita na
vistoria, o condomnio, em execuo, restituir minoria a respectiva
diferena, acrescida de juros de mora razo de 1% (um por cento) ao
ms, desde a data da concesso de eventual liminar, ou pagar o tal
devido, com os juros da mora a contar da citao.
7 - Transitada em julgado a sentena, servir ela de ttulo definitivo
para a maioria, que dever registr-la no Registro de Imveis.
8 - A maioria poder pagar e cobrar da minoria, em execuo de
sentena, encargos fiscais necessrios adjudicao definitiva a cujo
pagamento se recusar a minoria.
61
Art. 17 - Os condomnios que representem, pelo menos, 2/3 (dois
teros) do total de unidades isoladas e fraes ideais correspondentes a
80% (oitenta por cento) do terreno e coisas comuns podero decidir
sobre a demolio e reconstruo do prdio, ou sua alienao, por
motivos urbansticos ou arquitetnicos, ou, ainda, no caso de condenao
do edifcio pela autoridade pblica, em razo de sua insegurana ou
insalubridade.
* Artigo com redao dada pela Lei n 6.709, de 31/10/1979.
1 - A minoria no fica obrigada a contribuir para as obras, mas
assegura-se maioria o direito de adquirir as partes dissidentes, mediante
avaliao judicial, aplicando-se o processo previsto no artigo 15.
* 1 - Artigo com redao dada pela Lei n 6.709/79.
2 - Ocorrendo desgaste, pela ao do tempo, das unidades
habitacionais de uma edificao, que deprecie seu valor unitrio em relao
ao valor global do terreno onde se acha construda, os condminos, pelo
quorum mnimo de votos que representem 2/3 (dois teros) das unidades
isoladas e fraes ideais correspondentes a 80% (oitenta por cento) do
terreno e coisas comuns, podero decidir por sua alienao total,
procedendo-se em relao minoria na forma estabelecida no Art. 15, e
seus pargrafos, desta Lei.
* 2 - Com redao dada pela Lei n 6.709/79.
3 - Decidida por maioria a alienao do prdio, o valor atribudo
quota dos condminos vencidos ser correspondente ao preo efetivo,
e, no mnimo, avaliao prevista no 2 ou, a critrio desses, a imvel
localizado em rea prxima ou adjacente com a mesma rea til de
construo.
* 3 - Com redao dada pela Lei n 6.709/79.
Art. 18 - A aquisio parcial de uma edificao, ou de um conjunto
de edificaes, ainda que por fora de desapropriao, importar no
ingresso do adquirente no condomnio e do regulamento interno.
* Artigo com redao dada pelo Decreto-lei n 981, de 21 de outubro de 1969. O mesmo
dispositivo havia sito alterado pelo Art. 8, da Lei n 4.864, de 29 de novembro de 1965.
62
Capitulo V
UTILIZAO DA EDIFICAO
OU DO CONJUNTO DE EDIFICAES
Capitulo VI
DA ADMINISTRAO DO CONDOMNIO
64
Captulo VII
DA ASSEMBLIA GERAL
Art. 26 - (VETADO).
65
Ttulo II
DAS INCORPORAES
Vide art. 9 da Lei n 4.864, de 29-11-1965
Captulo I
DISPOSIES GERAIS
Art. 28 As incorporaes imobilirias, em todo o territrio nacional,
reger-se-o pela presente lei.
Pargrafo nico. Para efeito desta Lei, considera-se incorporao
imobiliria a atividade exercida com o intuito de promover e realizar a
construo, para alienao total ou parcial, de edificaes, ou conjunto
das edificaes compostas de unidades autnomas (VETADO).
* as disposies deste artigo e seguintes no se aplicam s incorporaes iniciadas antes de
10 de maro de 1965, segundo dispe o Art. 9 e pargrafos da Lei n 4.864, de 29 de novembro
de 1965.
Captulo II
68
1 A documentao referida neste artigo, aps o exame do oficial
de registro de imveis, ser arquivada em cartrio, fazendo-se o
competente registro.
2 Os contratos de compra e venda, promessa de venda, cesso
ou promessa de cesso de unidades autnomas sero tambm averbveis
margem do registro de que trata este artigo.
3 O nmero do registro referido no 1, bem como a indicao
do cartrio competente, constar, obrigatoriamente, dos anncios,
impressos, publicaes, propostas, contatos, preliminares ou definitivos,
referentes incorporao, salvo dos anncios classificados.
4 O Registro de Imveis dar certido ou fornecer, a quem o
solicitar, cpia fotosttica, heliogrfica, termofax, microfilmagem ou outra
equivalente, dos documentos especificados neste artigo, ou autenticar
cpia apresentada pela parte interessada.
5 A existncia de nus fiscais ou reais, salvo os impeditivos de
alienao, no impedem o registro, que ser feito com as devidas ressalvas,
mencionando-se, em todos os documentos, extrados do registro, a
existncia e a extenso do nus.
6 Os oficiais de registro de imveis tero 15 (quinze) dias para
apresentar, por escrito, todas as exigncias que julgarem necessrias ao
arquivamento, e, satisfeitas as referidas exigncias, tero o prazo de 15
(quinze) dias para fornecer certido, relacionando a documentao
apresentada e devolver, autenticadas, as segundas vias da mencionada
documentao, com exceo dos documentos pblicos. Em casos de
divergncia, o oficial levantar a dvida segundo as normas processuais
aplicveis.
7 O oficial do registro de imveis responde, civil e criminalmente,
se efetuar o arquivamento de documentao contraveniente lei ou der
certido ... (VETADO) ... sem o arquivamento de todos os documentos
exigidos.
8 O oficial do registro de imveis que no observar o prazo previsto
no 6 ficar sujeito penalidade imposta pela autoridade judiciria
competente em montante igual ao dos emolumentos devidos pelo registro
de que trata este artigo, aplicvel por quinzena ou frao de quinzena de
superao de cada um daqueles prazos.
* 8 acrescentado pela Lei n 4.864, de 29 de novembro de 1965.
69
9 O oficial de registro de imveis no responde pela exatido dos
documentos que lhe forem apresentados para arquivamento em obedincia
ao disposto nas alneas e, ge, h, l e p deste artigo, desde que assinados
pelo profissional responsvel pela obra.
* 9 acrescentado pela Lei n 4.864, de 29 de novembro de 1965.
72
Art. 39 Nas incorporaes em que a aquisio do terreno se der
com pagamento total ou parcial em unidades a serem construdas, devero
ser discriminadas em todos os documentos de ajustes:
I a parcela que, se houver, ser paga em dinheiro;
II a quota-parte da rea das unidades a serem entregues em
pagamento do terreno que corresponder a cada uma das unidades, a
qual dever ser expressa em metros quadrados.
Pargrafo nico. Dever constar, tambm, de todos os documentos
de ajuste, se o alienante do terreno ficou ou no sujeito a qualquer
prestao ou encargo.
Captulo III
DA CONSTRUO DE EDIFICAES
EM CONDOMNIO
Seo I
Da Construo em Geral
Seo II
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6 Na forma de expressa referncia, os contratos de empreitada
entendem-se como sendo a preo fixo.
Seo III
DA CONSTRUO POR ADMINISTRAO
Captulo IV
DAS INFRAES
84
8 Independentemente das diposies deste artigo e seus
pargrafos, e como penalidades preliminares, poder o contrato de
construo estabelecer a incidncias de multas e juros de mora em caso
de atraso no depsito de contribuies sem prejuzo do disposto no
pargrafo seguinte.
9 O contrato poder dispor que o valor das prestaes, pagas
com atraso, seja corrigvel em funo da variao do ndice geral de
preos mensalmente publicado pelo Conselho Nacional de Economia,
que reflita as oscilaes do poder aquisitivo da moeda nacional.
10 O membro da Comisso de Representantes que incorrer
na falta prevista neste artigo estar sujeito perda automtica do mandato
e dever ser substitudo segundo dispuser o contrato.
85
aos condminos, candidatos ou subscritores de unidade, fizerem
afirmao falsa sobre a constituio do condomnio, alienao das fraes
ideais ou sobre a construo das edificaes;
II o incorporador, o corretor e o construtor individuais, bem
como os diretores ou gerentes de empresa coletiva, incorporadora,
corretora ou construtora que usar, ainda que a titulo de emprstimo, em
proveito prprio ou de terceiro, bens ou haveres destinados a
incorporao constratada por administrao, sem prvia autorizao dos
interessados.
2 O julgamento destes crimes ser de competncia de juzo
singular, aplicando-se os arts 5, 6 e 7 da Lei n 1.521, de 26 de
dezembro de 1951.
3 Em qualquer fase do procedimento criminal,objeto deste
artigo, a priso do indiciado depender sempre de mandado do juzo
referido no 2.
* 3 acrescentado pelo art. 11 da Lei n 4.864, de 29 de novembro de 1965.
86
Pargrafo nico. No caso de contratos relativos a incorporaes,
de que no participe o incorporador, respondero solidariamente pelas
faltas capituladas neste artigo o construtor, o corretor, o proprietrio ou
titular de direitos aquisitivos do terreno, desde que figurem no contrato,
com direito regressivo sobre o incorporador, se as faltas cometidas lhe
forem imputveis.
Capitulo V
H. CASTELO BRANCO
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BIBLIOGRAFIA
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