Estudo de Caso Aac
Estudo de Caso Aac
Estudo de Caso Aac
Alencar
Estudo de Caso
ESTUDO DE CASO
Trabalho realizado sob a orientao da prof Enf. Sheley Borges Gadelha de Lima para obteno da nota N2 na disciplina Semiologia e Semiotcnica de Enfermagem do curso de Graduao em Enfermagem da Universidade Federal do Acre.
Introduo
Trata-se de um estudo de caso realizado com um paciente portador de Cirrose Heptica e Carcinoma Heptico Celular hospitalizado em um hospital da cidade de Rio Branco/AC. O objetivo desta pesquisa foi realizar um estudo de caso com o paciente com a finalidade de identificar os diagnsticos de enfermagem, as possveis intervenes e relacion-los s teorias de enfermagem. Os dados foram coletados atravs de um instrumento devidamente estruturado com o modelo conceitual de Horta.
O Processo de Enfermagem
Tendo como pressuposto que o enfermeiro presta cuidados integrais e contnuos ao indivduo, desde seu estado mais estvel ao mais crtico, julga-se relevante a utilizao de um mtodo que lhe permita dispensar assistncia mais qualificada e organizar suas aes. Este mtodo, conhecido como Sistematizao da Assistncia de Enfermagem (SAE), utilizado atravs do Processo de Enfermagem (PE) que pode ser definido como aplicao prtica de um modelo assistencial ou teoria de enfermagem na assistncia aos pacientes. Este Processo um instrumento metodolgico que possibilita identificar, compreender, descrever, explicar e/ou predizer a resposta da clientela aos problemas de sade ou aos processos vitais, e determinar que aspectos dessas respostas exigem uma interveno profissional.
Histrico
A.A.C. Sexo masculino, 54 anos, pardo, brasileiro, natural do municpio de Rio Branco - AC. Atualmente reside na Rua M. de Morais no Bairro Floresta. Funcionrio pblico municipal, atuando como auxiliar administrativo no Centro de Atendimento ao Cidado. Apresentou em Fevereiro de 2010, aps ter ingerido grande quantidade de cerveja e tacac, episdio de vmito severo sendo socorrido pela equipe plantanista do SAMU. Ao aferir os sinais vitais verificou-se PA 180x100. Sendo hospitalizado foi diagnosticado Cirrose Heptica e Carcinoma Heptico Celular. No apresentou nenhuma melhora no quadro desde ento. Foi encaminhado para o Tratamento Fora de Domiclio (TFD) indo para So Paulo, sendo hospitalizado no Hospital Beneficncia Portuguesa onde permaneceu por duas semanas sendo avaliado pelo Dr. Tcio que receitou-lhe um medicamento vindo dos EUA, NEXAVAR que tem como substncia ativa o sorafenibe, um antineoplsico, inibidor do fator de crescimento endotelial vascular que reduz a proliferao de clulas tumorais, inibindo, assim, o crescimento do cncer, bem como a formao dos vasos sanguneos que o nutrem. Este medicamento custa R$ 8.000 a caixa com 60 comprimidos, o paciente toma um comprimido por dia. A inteno que seu quadro seja estabilizado para, em seguida, realizar um transplante. Os exames laboratoriais obtiveram os seguintes resultados: Hemcias: 2,8; Hematcritos: 28,0%; Emoglobina: 9,3g/dl; Volume Corpuscular Mdio (VCM): 100;
Hemoglobina CH: 33pg; Plaquetas: 120.000; Leuccitos: 4.700; Segmentados: 74%; Linfcitos tpicos: 16%. Tendo realizado uma tomografia computadorizada obteve o seguinte lado: Volumosa ascite. Fgado de volume normal e contornos lobulados. Leso expansiva do lobo direito, isodensa, medindo cerca de 13,0 centmetros de dimetro. Ausncia de dilatao das veias biliares intra ou extrahepticas. Vescula biliar pouco repleta. Linfonodo com 1,2 centmetros do hilo heptico. Pncreas de morfologia, contornos e eliminao preservados, com densidade homognea e veia esplnica dilatada (1,5 cm). Rins de formas e dimenses conservadas, excretando livremente, ureteres ntegros, excretando livremente. Glndulas supra renais de configurao habitual. Esplenomegalia. Aorta abdominal plvica de calibre mantido. Veia cava inferior de calibre habitual. Ausncia de linfonodomegalia retroperitoneal e plvicas. Bexiga de forma normal e paredes regulares, lquido livre no fundo do saco. Resultado: Volumosa Ascite; Hepatopatia Crnica; Leso expansiva do lobo direito; Linfonodo no hilo heptico; Sinais de hipertenso portal. Segundo o relato do paciente, no ano de 1986, o mesmo realizou um exame de hepatite, tendo diagnstico positivo para o vrus. O infectologista Eduardo Farias disse que em mais ou menos trinta anos o mesmo desenvolveria a doena. Na infncia teve catapora e sarampo. Nega qualquer tipo de alergia e nunca passou por cirurgia e nem sofreu algum trauma. Costumava fazer uso de ch de boldo e sacaca regularmente. Era jogador semiprofissional de futebol e costumava fazer os exames de rotina anualmente, tendo feito os ltimos exames no ano de 2009. Iniciou a atividade sexual aos treze anos de idade, no se lembra de suas imunizaes e nascido de parto normal. Ambos os genitores so falecidos, o pai de cachaa e a me devido a complicaes cardacas por diabetes. o mais novo de trs irmos e quatro irms, dos quais, o mais velho tem problemas de prstata e rim. Separado h vinte anos, relata que depois da separao disparou a beber. Pai de dois filhos, mora atualmente com o filho mais velho onde possui um quarto separado para si e a atual companheira, com quem tem brigas freqentes. etilista, segundo o relato do mesmo, iniciou o vcio quando ainda era bem jovem, seu irmo abriu um bar para que o mesmo tomasse de conta. No tabagista, possui bom relacionamento com os irmos, os quais tm vindo ao hospital freqentemente para visit-lo. Parou de trabalhar devido doena, mas continua recebendo pelo INSS. Costumava se alimentar de muita carne de caa e churrascos muito gordurosos e no tinha horrio fixo para se alimentar. Acredita que vai ficar bom e deseja falar para as outras pessoas que parem de beber. Durante a hospitalizao faz uso dos seguintes medicamentos: Metoclopramida 10mg/ml EV Se Necessrio (SN); Dipirona 1g 2ml EV SN; Captopril 25mg VO SN, aplica SL se a PA estiver acima de 160 x 100 Hmg; Dimeticona 75 mg/ml 10ml VO 6/6 horas; Nistatina Creme Aplica
na parede abdominal 2x ao dia; Dexametasona 0,1% 10g Aplica na parede abdominal 2X ao dia; Floratil 200mg 8/8 horas; Complexo B 2ml diludo em 100ml de SF 12/12 horas; Vitamina C 500mg 5ml acrescentado ao soro; Furosemida 20mg 2ml EV SN e aps a Albumina; Glicose 50% 10ml + SG 5% 150ml 8/8 horas; Vitamina K IV + 18ml de AD EV 24 horas; cido Tranexamico 50mg/ml + AD 10ml 8/8 horas; Soro Ringer 500ml (Sistema Fechado) ACM EV; Albumina humana 20% 50ml EV 8/8 horas; Oxignio em cateter tipo culos 5L/minuto SN; Morfina 0,2mg/ml 1ml + AD 9ml. Ao exame fsico apresenta-se no leito, porm deambulando com auxlio. Orientado no tempo e no espao. Crnio normoceflico, sem depresses ou abaulamentos, couro cabeludo em bom estado de higiene com implantao dos cabelos normal para sua idade e sexo (calvcie). Mucosas normocoradas, sem leses. Esclerticas ictricas, reflexos pupilares normais e movimentos culo/palpebrais normais. Cavidade nasal em bom estado de higiene e sem corrimentos. Acuidade visual e auditiva normais, implantao das orelhas simtricas, e boa higiene. Comunicao verbal lenta, lngua lisa como framboesa, possui apenas seis dentes e faz uso de prtese. Ausncia de linfonodos palpveis. Pele ictrica. Trax simtrico e sem deformidades com musculatura hipotrfica. Eupinico, com FR 20 mov/mim. ausculta pulmonar murmrios vesiculares normais e sem sibilos. A ausculta cardaca normal. Abdome atipicamente distendido, globoso, protuberante, medindo 111 cm, dolorido palpao profunda. Movimentos peristlticos invisveis a inspeo e rudos hidroareos de difcil ausculta. Presena de circulao colateral, hbitos de eliminao intestinal presente e diurese espontnea presente. Membros inferiores sem deformidades com musculatura hipotrfica. Acesso venoso em MSD com vrios pontos de flebite. Regio perineal sem alteraes ou deformidades. Temperatura oral de 36.7 C, Pulso 95 P/mim, PA 110 x 80.
Fisiopatologia
Hepatite Viral: A hepatite uma infeco viral sistmica na qual a necrose e a inflamao das clulas heptica produzem um agrupamento caracterstico de alteraes clnicas, bioqumicas e celulares. At o momento, foram identificados 5 tipos definitivos de hepatite viral: as hepatites A, B, C, D e E. O vrus possui um perodo de encubao longo, e permanece como uma importante causa mundial de cirrose e carcinoma hepatocelular. Entre
as principais manifestaes clnicas esto perda do apetite, dispepsia, dor abdominal, mialgia generalizada, indisposio, fraqueza e ictercia. O fgado pode estar doloroso e aumentado. As formas de infeco so: transfuso de sangue, contato sexual, compartilhamento de agulhas contaminadas por usurios de drogas injetveis e as punes por agulha acidentais e outras leses em profissionais de sade. O tratamento consiste em minimizar a inflamao heptica e os sintomas, uma combinao de dois agentes antivirais (Interferon e Ribavirina) efetiva na melhora dos pacientes e alguns experimentam remisso completa com a terapia. Cirrose Heptica: A Cirrose Heptica uma doena crnica caracterizada por substituio do tecido heptico normal por fibrose difusa que rompe a estrutura e a funo do fgado. A parte do fgado principalmente envolvida na cirrose consiste nos espaos porta e periporta. Essas reas transformam-se nos stios de inflamao, e os ductos biliares ficam ocludos pelo pus e pela bile espessada. O fgado tenta formar novos canais biliares. As manifestaes clnicas mais importantes incluem ictercia, ascite, varizes gastrointestinais, anemia e encefalopatia. A princpio. O consumo de lcool considerado o principal fator etiolgico. No existe tratamento capaz de debelar a doena, portanto a meta consiste em deter a progresso da mesma e prevenir o desenvolvimento de possveis complicaes. O tratamento se baseia nos sintomas: anticidos, vitaminas e suplementos nutricionais e diurticos poupadores de potssio. Tumores Hepticos: Os tumores hepticos geralmente esto associados doena heptica crnica, infeces por hepatite e cirrose pois, raramente se originam no fgado. geralmente irressecvel por causa do crescimento rpido e metstase. As principais manifestaes clnicas so perda de peso, perda da fora, anorexia, anemia e ictercia. A radioterapia e a quimioterapia tm sido usadas para tratar o cncer de fgado com graus variados de sucesso. A lobectomia (remoo de um lobo do fgado) ou o transplante so procedimentos comuns para excisar um tumor heptico. Sendo este ltimo limitado pela escassez de rgo.
pela incapacidade das clulas hepticas lesionadas em depurar as quantidades normais de bilirrubina sangunea. Ascite: Os mecanismos responsveis pelo desenvolvimento da ascite no so totalmente compreendidos. A hipertenso porta e a obstruo do fluxo sanguneo venoso atravs do fgado comprometido e a vasodilatao na circulao esplnica so alguns dos fatores suspeitos. A falha do fgado em metabolizar a aldosterona aumenta a reteno de sdio e gua pelo rim. A reteno de sdio e gua, o volume de lquido intravascular aumentado, o fluxo linftico aumentado e a sntese diminuda de albumina pelo fgado lesionado contribuem, sem exceo, para o movimento do lquido do sistema vascular para o espao peritoneal. Em conseqncia da leso heptica, grandes quantidades de lquido rico em albumina, 15 litros ou mais podem acumular-se na cavidade peritoneal como ascite. As manifestaes clnicas incluem permetro abdominal aumentado, falta de ar, desconforto, estrias e veias distendidas, hrnias umbilicais e distrbios hidroeletrolticos. O tratamento consiste em modificao da dieta, uso de diurticos e repouso no leito uma postura ereta provoca a reduo da filtrao glomerular renal e da excreo de sdio, alm de uma resposta diminuda aos diurticos de ala. Portanto, o repouso no leito pode ser uma terapia til. A paracentese teraputica proporciona a remoo de lquido apenas temporariamente, a ascite reincide com rapidez, exigindo a remoo repetida de lquido. As infuses de albumina ajudam a corrigir as diminuies no volume sanguneo arterial efetivo que levam a reteno de sdio. O uso desse colide reduz a incidncia da hiponatremia e a disfuno renal associadas ao volume arterial efetivo diminudo. Varizes Esofgicas: So veias dilatadas que so encontradas na submucosa da regio inferior do esfago, causada pela hipertenso porta e obstruo da circulao porta do fgado lesionado que resulta em uma circulao colateral e a criao de vasos no muito elsticos e frgeis que sangram com facilidade. No provocam sintomas, no entanto, quando a presso porta aumenta agudamente as finas estruturas de sustentao causam hemorragia macia. O sangramento ou hemorragia a partir das varizes esofgicas acontece em aproximadamente um tero dos pacientes com cirrose e varizes. O primeiro episdio de sangramento apresenta uma taxa de mortalidade de 30 a 50 % e uma das principais causas de morte em pacientes com cirrose. A taxa de mortalidade aumenta a cada episdio de sangramento subseqente. Portanto, ao primeiro sinal de hematmese, melena ou deteriorao do estado mental ou fsico o paciente deve ser encaminhado para unidade de tratamento intensivo para monitorao e cuidados rigorosos.
Diagnsticos de enfermagem
Atravs do histrico de enfermagem foram categorizados 15 diagnsticos de enfermagem baseados no referencial terico da NANDA (2009/2010). Para prescrio das intervenes de enfermagem foi utilizado o referencial da NIC (2008). Nutrio desequilibrada: menos do que as necessidades corporais relacionada a fatores biolgicos e fatores psicolgicos, caracterizada por averso ao ato de comer, dor abdominal, falta de interesse na comida. Intervenes de Enfermagem: Controle do peso: Discutir com o paciente a relao entre ingesto alimentar e perda de peso; Discutir os riscos associados ao fato de estar abaixo peso; Determinar o peso corporal ideal para o paciente; Assistncia para aumentar o peso: Encaminhar elaborao de diagnstico para determinar a causa do baixo peso; Pesar o paciente a intervalos especficos; Auxiliar o paciente a alimentar-se ou a ser alimentado; Criar um ambiente agradvel e relaxante para as refeies; Servir os alimentos de maneira atrativa e agradvel; Discutir com o paciente e a famlia as percepes e os fatores que interferem na capacidade ou no desejo de comer; Reconhecer que a perda de peso pode ser parte da evoluo natural de uma doena terminal; Orientar o paciente e familiares quanto a resultados realistas esperados em relao doena e ao potencial de aumento do peso; Determinar as preferncias do paciente quanto a alimentos, temperos e temperaturas; Oferecer suplementos alimentares; Criar um ambiente socializado para o consumo dos alimentos; Controle da nutrio: Confirmar as preferncias alimentares do paciente; Determinar junto com o nutricionista, o nmero de calorias e o tipo de nutrientes necessrios para atender exigncias nutricionais do paciente; Oferecer lanches ocasionais (p. ex., bebidas, frutas frescas, suco de frutas com freqncia); Monitorar a ingesto, registrando o contedo nutricional e calrico consumido; Pesar o paciente a intervalos adequados; Oferecer informaes adequadas sobre as necessidades nutricionais e a forma de satisfaz-las; Risco de desequilbrio do volume de lquidos relacionado Ascite. Intervenes de Enfermagem: Controle hdrico: Pesar diariamente o paciente e monitorar as tendncias; Manter um registro preciso da ingesto e da eliminao; Monitorar os resultados laboratoriais relevantes reteno de lquidos (p. ex., nveis aumentados de gravidade especfica, uria e osmolalidade urinria, e nvel de hematcritos diminudo); Monitorar os
10
sinais vitais; Monitorar indicadores de sobrecarga/reteno de lquidos (p. ex., crepitaes, edema, distenso de veia no pescoo e ascite); Insnia relacionada ingesto de lcool, caracterizada por paciente relata dificuldade de permanecer dormindo. Intervenes de Enfermagem: Melhora do sono: Adaptar o ciclo regular de sono/estado de alerta do paciente ao plano de cuidados; Monitorar/registrar o padro de sono do paciente e a quantidade de horas dormidas; Monitorar o padro de sono do paciente e observar os distrbios fsicos (p. ex., apneia do sono, via area obstruda, dor/desconforto e freqncia urinria) e/ou psicolgicos (p. ex., medo ou ansiedade que interrompam o sono); Adaptar o ambiente (p. ex., colcho, cama, iluminao, rudo, temperatura) para promover o sono; Auxiliar a eliminar situaes estressantes antes do horrio de dormir; Orientar o paciente a evitar ingerir prximo da hora de dormir alimentos e bebidas que interfiram no sono; Auxiliar o paciente a limitar o sono diurno, providenciando atividades que promovam o estado de alerta; Iniciar/implementar medidas de conforto de massagem, posicionamento e toque afetivo; Adaptar horrio de administrao dos medicamentos de modo a apanhar o ciclo de sono/estado de alerta do paciente; Deambulao prejudicada relacionada capacidade de resistncia limitada,
descondicionamento, dor, equilbrio prejudicado, fora muscular insuficiente, caracterizada por capacidade prejudicada de andar em aclive, capacidade prejudicada de andar em declive, capacidade prejudicada de andar sobre superfcies irregulares, capacidade prejudicada de subir e descer caladas (meio fio), capacidade prejudicada de subir escada, capacidade prejudicada para percorrer as distncias necessrias. Intervenes de Enfermagem: Terapia com exerccios: Deambulao: Providenciar cama baixa; Colocar o mecanismo para troca da posio da cama ao alcance da mo; Consultar o fisioterapeuta sobre o plano de deambulao; Auxiliar o paciente a transferir-se; Auxiliar o paciente nas primeiras deambulaes; Orientar o paciente/cuidador sobre tcnicas seguras de transferncia e deambulao; Ajudar o paciente a colocar-se de p e a percorrer uma distncia especfica e com uma quantidade determinada de funcionrios; Mobilidade fsica prejudicada relacionada a controle muscular diminudo
descondicionamento, desnutrio, diminuio da massa muscular, dor, fora muscular diminuda, metabolismo celular alterado, caracterizada por amplitude limitada de
11
movimentos, capacidade limitada para desempenhar as habilidades motoras finas, instabilidade postural, movimentos lentos. Intervenes de Enfermagem: Assistncia no autocuidado: Monitorar a capacidade do paciente para o auto-cuidado independente; Monitorar necessidade do paciente de dispositivos de adaptao para a higiene pessoal, vestir-se, arrumar-se, usar o vaso sanitrio e alimentarse; Providenciar os artigos pessoais desejados (p. ex., desodorante, escova de dentes e sabonetes); Oferecer assistncia at que o paciente esteja totalmente capacitado a assumir o auto-cuidado; Encorajar o paciente a realizar atividades normais da vida diria de acordo com o seu nvel de capacidade; Encorajar independncia, mas interferir quando o paciente no conseguir realizar algo; Estabelecer uma rotina de atividades de autocuidado; Intolerncia atividade relacionada a repouso no leito, caracterizada por desconforto aos esforos. Intervenes de Enfermagem: Controle de energia: Determinar as limitaes fsicas do paciente; Determinar as causada fadiga (p. ex., tratamentos, dor, e medicamentos); Monitorar a ingesto nutricional para garantir recursos energticos adequados; Consultar o nutricionista sobre formas de aumentar a ingesto de alimentos com auto teor calrico; Promover repouso no leito/limitao de atividades (p. ex., aumentar o nmero de perodos de repouso); Estimular perodos alternados de repouso e atividade; Auxiliar o paciente a organizar a prioridade das atividades, de modo a acomodar os nveis de energia; Risco de quedas relacionado anemia, dificuldade na marcha, equilbrio prejudicado, fora diminuda nas extremidades inferiores, mobilidade fsica prejudicada, neoplasia (i.e., fadiga/mobilidade limitada). Intervenes de Enfermagem: Preveno de quedas: Identificar dficits cognitivos ou fsicos do paciente que podem aumentar o potencial para quedas em determinado ambiente; Identificar fatores que aumentam o risco de quedas; Identificar as caractersticas do ambiente capazes de aumentas o potencial de quedas (p. ex., assoalhos escorregadios e escadarias externas); Monitorar o nvel de equilbrio e de fadiga com a deambulao; Auxiliar o paciente sem equilbrio na deambulao; Orientar o paciente a chamar auxlio para movimentar-se; Responder imediatamente ao chamado; Evitar excessos de objetos no cho; Providenciar corrimos e barras de apoio visveis; Providenciar superfcies de locomoo antiderrapantes e no causadoras de tropeos; Providenciar mobilirio pesado que no se balance ou incline se usado como apoio; evitar reordenamento desnecessrio do ambiente fsico.
12
Comunicao verbal prejudicada relacionado a condies fisiolgicas caracterizada por dificuldade de usar a expresso corporal, dificuldade de usar a expresso facial, dificuldade para manter o padro usual de comunicao, fala com dificuldade, verbaliza com dificuldade. Intervenes de Enfermagem: Escutar ativamente: Estabelecer o propsito da interao; Demonstrar o interesse pelo paciente; Fazer perguntas ou declaraes para encorajar a expresso de pensamentos, sentimentos e preocupaes; focalizar totalmente a interao, suprimindo preconceitos, tendenciosidades, pressupostos, preocupaes pessoais e outras distraes; Evidenciar percepo e sensibilidade s emoes; Usar comportamento no verbal para facilitar a comunicao (p.ex., estar atento atitude fsica que transmite mensagens no verbais); Escutar mensagens e sentimentos no expressos, bem como o contedo da conversa; Estar atento s palavras evitadas, bem como mensagem no verbal que acompanha as palavras ditas; Estar atento ao tom, ao tempo, ao volume, altura e inflexo da voz; Identificar temas predominantes; Determinar o sentido da mensagem, refletindo sobre as atitudes, as experincias passadas e a situao atual; Marcar o tempo das respostas, de modo a refletir a compreenso da mensagem recebida; Esclarecer a mensagem por meio de perguntas e de feedback; Verificar a compreenso das mensagens pelo uso de perguntas ou de feedback; evitar barreiras ao escutar atentamente (p. ex., minimizar sentimentos, oferecer solues fceis, interromper, falar sobre si e encerrar prematuramente); Usar o silncio/audio para encorajar a expresso de sentimentos, pensamentos e preocupaes. Dficit no autocuidado para alimentao relacionado dor, fraqueza, prejuzo musculoesqueltico, caracterizado por incapacidade de abrir recipientes, incapacidade de completar uma refeio, incapacidade de ingerir alimentos suficientes. Intervenes de Enfermagem: Assistncia no autocuidado: Identificar a dieta prescrita; Organizar bandeja com os alimentos e a mesa de maneira atraente; Proporcionar alvio adequado da dor; Providenciar higiene oral antes das refeies; Preparar os alimentos na bandeja conforme a necessidade, como cortar a carne ou descascar um ovo; Abrir os alimentos embalados; Colocar o paciente em posio confortvel para alimentar-se; Oferecer os alimentos melhor temperatura possvel; Observar a ingesto; Dficit no autocuidado para banho relacionado a dor, fraqueza, prejuzo
musculoesqueltico, caracterizado por incapacidade de acessar o banheiro, incapacidade de lavar o corpo, incapacidade de obter a fonte de gua, incapacidade de obter os artigos para banho, incapacidade de secar o corpo.
13
Intervenes de Enfermagem: Assistncia no autocuidado: banho/higiene: Colocar toalhas, sabonete, equipamento de barba e outros acessrios na cabeceira da cama/banheiro; Providenciar os artigos pessoais desejados (p. ex., desodorantes, escovas de dentes, sabonete); facilitar ao paciente a escovao dos dentes; facilitar ao paciente o prprio banho; monitorar a limpeza das unhas, conforme a capacidade de autocuidado do paciente; Oferecer assistncia at que o paciente seja capaz de assumir totalmente o autocuidado. Dficit no autocuidado para higiene ntima relacionado a estado de mobilidade prejudicada, fraqueza, prejuzo musculoesqueltico, caracterizado por incapacidade de fazer uma higiene ntima apropriada. Intervenes de Enfermagem: Assistncia no autocuidado: Monitorar a capacidade do paciente para o autocuidado independente; Monitorar a necessidade do paciente de dispositivos de adaptao para a higiene pessoal, vestir-se, arrumar-se, usar o vaso sanitrio e alimentar-se; Providenciar os artigos pessoais desejados (p. ex., desodorante, escova de dentes, sabonetes); Oferecer assistncia at que o paciente esteja totalmente capacitado a assumir o autocuidado; Encorajar o paciente a realizar atividades normais da vida diria de acordo com o seu nvel de capacidade; Encorajar independncia mas interferir quando o paciente no conseguir realizar algo; Estabelecer uma rotina de atividades de autocuidado; Dficit no autocuidado para vestir-se relacionado dor, fadiga, fraqueza e prejuzo musculoesqueltico, caracterizada por capacidade prejudicada de calar meias, capacidade prejudicada de calar sapatos, capacidade prejudicada de colocar itens de vesturio necessrios, capacidade prejudicada de obter artigos de vesturio, capacidade prejudicada de tirar itens de vesturio necessrios, capacidade prejudicada de tirar meias, capacidade prejudicada de tirar sapatos. Intervenes de Enfermagem: Assistncia no autocuidado: Informar ao paciente as roupas disponveis; Monitorar a capacidade do paciente para o autocuidado independente; Monitorar a necessidade do paciente de dispositivos de adaptao para a higiene pessoal, vestir-se, arrumar-se, usar o vaso sanitrio e alimentar-se; Providenciar os artigos pessoais desejados (p. ex., desodorante, escova de dentes, sabonetes); Oferecer assistncia at que o paciente esteja totalmente capacitado a assumir o autocuidado; Encorajar o paciente a realizar atividades normais da vida diria de acordo com o seu nvel de capacidade; Encorajar independncia mas interferir quando o paciente no conseguir realizar algo; Estabelecer uma rotina de atividades de autocuidado;
14
Distrbio na imagem corporal relacionado a doena caracterizada por foco na aparncia do passado, foco na fora do passado, foco na funo do passado, verbalizao de mudana no estilo de vida. Intervenes de Enfermagem: Melhora da auto-estima: Encorajar o paciente a identificar seus pontos positivos; propiciar experincias que aumentem a autonomia do paciente; Evitar crticas negativas; Evitar provocaes; Auxiliar o paciente a aceitar sua dependncia dos outros; encorajar o paciente a aceitar novos desafios; Proporcionar ambiente e atividades que aumentem a auto-estima; Monitorar a freqncia das verbalizaes auto-negativas; Melhora da imagem corporal: Ajudar o paciente a separar a aparncia fsica dos sentimentos de valor pessoal; Monitorar a freqncia das declaraes de autocrtica; Monitorar se o paciente consegue olhar para a parte do corpo modificada; Facilitar o contato entre pessoas com mudanas semelhantes na imagem corporal; Identificar grupos de apoio disponveis para pacientes; Melhora da autopercepo: Encorajar o paciente a reconhecer e a discutir seus pensamentos e sentimentos; Auxilar o paciente a identificar os valores que contribuem para o autoconceito; Auxiliar o paciente a identificar as prioridades de vida; Verbalizar a negao que o paciente faz da realidade; Auxiliar o paciente a mudar a viso de si mesmo como vtima, definindo os prprios direitos; auxiliar o paciente a perceber afirmaes negativas prprias; Auxiliar o paciente a identificar sentimentos de culpa; Auxiliar o paciente a reexaminar percepes negativas de si mesmo. Risco de sentimento de impotncia relacionado doena, baixa auto-estima situacional, estilo de vida dependente, imagem corporal perturbada. Intervenes de Enfermagem: Melhora da auto-estima: Encorajar o paciente a identificar seus pontos positivos; propiciar experincias que aumentem a autonomia do paciente; Evitar crticas negativas; Evitar provocaes; Auxiliar o paciente a aceitar sua dependncia dos outros; encorajar o paciente a aceitar novos desafios; Proporcionar ambiente e atividades que aumentem a auto-estima; Monitorar a freqncia das verbalizaes auto-negativas; Risco de baixa auto-estima situacional relacionado a auto-expectativa no realista, doena fsica. Intervenes de Enfermagem: Aconselhamento: Demonstrar empatia, cordialidade e autenticidade; Oferecer privacidade e garantir confiabilidade; Encorajar a expresso dos sentimentos; Usar tcnicas de reflexo e esclarecimento para facilitar a expresso das preocupaes; Auxiliar o paciente a identificar pontos fortes e refor-los; Melhora da auto-
15
estima: Encorajar o paciente a identificar seus pontos positivos; propiciar experincias que aumentem a autonomia do paciente; Evitar crticas negativas; Evitar provocaes; Auxiliar o paciente a aceitar sua dependncia dos outros; encorajar o paciente a aceitar novos desafios; Proporcionar ambiente e atividades que aumentem a auto-estima; Monitorar a freqncia das verbalizaes auto-negativas; Melhora da imagem corporal: Auxiliar o paciente a determinar a extenso das reais mudanas no corpo e seu nvel de funcionamento; Ajudar o paciente a separar a aparncia fsica dos sentimentos de valor pessoal; Monitorar a freqncia das declaraes de autocrtica; Monitorar se o paciente consegue olhar para a parte do corpo modificada; Determinar se uma mudana na imagem corporal contribuiu para aumentar o isolamento social; Facilitar o contato entre pessoas com mudanas semelhantes na imagem corporal; Identificar grupos de apoio disponveis para pacientes;
16
NECESSIDADES PSICOBIOLGICAS
NECESSIDADES PSICOSSOCIAS
NECESSIDADES PSICOESPIRITUAIS
Nutrio Sono e repouso Exerccios e atividades fsicas Sexualidade Mecnica corporal Regulao: hormonal, hidrossalina, eletroltica, imunolgica, crescimento celular, vascular Locomoo Percepo: olfativa, visual, auditiva, ttil, gustativa, dolorosa
Segurana Amor Liberdade Comunicao Gregria Recreao Lazer Espao Aceitao Auto-realizao Auto-estima Participao Auto-imagem Ateno
17
Concluso
A implantao da Sistematizao da Assistncia de Enfermagem (SAE) atravs do Processo de Enfermagem (PE) pela sistemtica coleta de dados, anamnese e histrico, bem como o estabelecimento dos diagnsticos de enfermagem segundo o referencial reconhecido internacionalmente NANDA e as intervenes de enfermagem segundo o igualmente reconhecido NIC, mostra-se de grande importncia para o cuidado em enfermagem, pois possibilita o direcionamento da assistncia para uma atividade planejada, visando maior eficcia no atendimento s necessidades de sade. A associao dos diagnsticos s teorias de enfermagem d uma anlise cientfica a esses dados fornecendo bases slidas para a implementao dos cuidados.
18
Referncias
Bruner & Suddarth. Tratado de Enfermagem Mdico-Cirrgica. Smaltzer SC, Bare BG, Hinkle JL, Cheever KH. 11 ed. Vol. 3; Rio de Janeiro (RJ): Guanabara Koogan; 2009. Horta, Wanda Aguiar. Processo de enfermagem. So Paulo (SP): EPU, 1979. North American Nursing Diagnosis Association - NANDA. Diagnsticos de Enfermagem da NANDA: definies e classificao 2009-2011. Porto Alegre (RS): Artmed, 2010. Dochterman, Joane McCloskey, Bulechek Gloria M. Classificao das Intervenes de Enfermagem NIC. 4 ed. Porto Alegre (RS): Artmed, 2008. VARGAS, Rosimeire da Silva. Processo de Enfermagem aplicado a um portador de cirrose heptica utilizando as terminologias padronizadas NANDA, NIC e NOC. Revista Brasileira de Enfermagem. Braslia-DF. 2007. Santos, Clvia M. Souza. Sistematizao da Assistncia de Enfermagem em Paciente Portador da doena de Wilson. Seringal de Idias. N. 3, Rio Branco (AC) 2010. AME - Dicionrio de Administrao de Medicamentos na Enfermagem: 2009/2010. Rio de Janeiro (RS): Ed. EPUB, 2009.