Trabalho Ditadura Militar
Trabalho Ditadura Militar
Trabalho Ditadura Militar
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GUARATINGUETÁ
20/05/2010
INTRODUÇÃO
Em 1964 João Goulart deixa a presidência do Brasil, sob fortes pressões
causadas pelo golpe iniciado pelos militares, apoiados por diversos setores da
sociedade, temerosos com a tendências comunistas de Jango. Estava iniciada a era
de uma ditadura de cunho militar, descumprindo as promessas de manutenção da
democracia e de realização das eleições presidenciais.
A economia desestabilizada pelo governo anterior, também passou por
profundas transformações, causadas pelas diversas ações econômicas
implementadas, com a finalidade de promover o desenvolvimento econômico e
conquistar níveis estáveis satisfatórios a todo custo, promovendo no país uma
grande desigualdade social.
Este trabalho tem por objetivo, de maneira clara e direta, apresentar
aspectos políticos deste período, como também dar enfoque, aos aspectos
econômicos, aspectos estes, que foram alvo de uma grande reestruturação por parte
dos militares.
O GOLPE MILITAR DE 64
A crise política se arrastava desde a renúncia de Jânio Quadros em 1961.
O vice de Jânio era João Goulart, que assumiu a presidência num clima político
adverso. O governo de João Goulart (1961-1964) foi marcado pela abertura às
organizações sociais. Estudantes, organizações populares e trabalhadores
ganharam espaço, causando a preocupação das classes conservadoras como, por
exemplo, os empresários, banqueiros, Igreja Católica, militares e classe média.
Todos temiam uma guinada do Brasil para o lado socialista. Vale lembrar, que neste
período, o mundo vivia o auge da Guerra Fria. Este estilo populista e de esquerda,
chegou a gerar até mesmo preocupação nos EUA, que junto com as classes
conservadoras brasileiras, temiam um golpe comunista.
Os partidos de oposição, como a União Democrática Nacional (UDN) e o
Partido Social Democrático (PSD), acusavam Jango de estar planejando um golpe
de esquerda e de ser o responsável pela carestia e pelo desabastecimento que o
Brasil enfrentava. No dia 13 de março de 1964, João Goulart realiza um grande
comício na Central do Brasil ( Rio de Janeiro ), onde defende as Reformas de Base.
Neste plano, Jango prometia mudanças radicais na estrutura agrária, econômica e
educacional do país. Seis dias depois, em 19 de março, os conservadores
organizam uma manifestação contra as intenções de João Goulart. Foi a Marcha da
Família com Deus pela Liberdade, que reuniu milhares de pessoas pelas ruas do
centro da cidade de São Paulo.
O clima de crise política e as tensões sociais aumentavam a cada dia. No
dia 31 de março de 1964, tropas de Minas Gerais e São Paulo saem às ruas. Para
evitar uma guerra civil, Jango deixa o país refugiando-se no Uruguai. Os militares
tomam o poder. Em 9 de abril, é decretado o Ato Institucional Número 1 (AI-1). Este,
cassa mandatos políticos de opositores ao regime militar e tira a estabilidade de
funcionários públicos.
O MILAGRE ECONÔMICO
No governo do presidente Médici foi implantado no Brasil uma medida de
crescimento econômico, o principal idealizador dessa medida foi o ministro da
fazenda, que atuava desde o governo Costa e Silva, Antônio Delfim Netto, esse
projeto tinha como princípio o crescimento rápido. O que ocorreu para provocar esse
chamado “milagre” foi o imenso capital estrangeiro no país. Durante vários anos o
Brasil não recebia investimentos estrangeiros, por causa da instabilidade
econômica, da inflação, resultados políticos do Governo de Jânio Quadros, e do
tumultuado governo de esquerda de João Goulart. O motivo pelo qual os recursos
voltaram ao Brasil foi a estabilidade política e econômica propiciada pelos militares,
que também coibia o “esquerdismo”.
Os recursos estrangeiros chegaram ao Brasil em volume muito grande,
com isso, tanto empresas privadas quanto estatais foram beneficiadas, além das
multinacionais, lembrando que tais recursos foram usados no seguimento industrial.
Surgiram nesse período empresas privadas brasileiras que se baseavam no setor
Labour intensive (indústrias que apresentam pequena demanda de capital e grande
demanda de mão-de-obra), já as empresas multinacionais tinham suas atividades
focalizadas no setor capital intensive (forte demanda de capital e pouca demanda de
mão-de-obra), as estatais investiram seus recursos em forças armadas, energia e
telecomunicação.
Para consolidar o crescimento rápido foi implantada uma expansão de
mercado internamente e externamente, a produção não era absorvida apenas pelos
brasileiros e países de terceiro mundo, mas também pelos países industrializados,
como EUA e países da Europa.
As empresas multinacionais que aqui se instalaram tiveram benefícios em
matéria-prima, e também mão-de-obra, já que o governo mantinha os salários
sempre baixos, quaisquer manifestações em busca de melhoria salarial eram
respondidas de forma violenta por parte do governo. O governo estabilizou os
ganhos dos pobres e favoreceu acréscimo aos rendimentos da classe média e dos
profissionais especializados. Foi nesse período que o Brasil, de forma concreta,
entrou no processo de industrialização, mais de certo modo, foi um processo sem
planejamento social e que agravou mais ainda as desigualdades.
Na área econômica o país crescia rapidamente. O PIB brasileiro crescia a
uma taxa de quase 12% ao ano, enquanto a inflação beirava os 18%.
Produto – Taxas de Crescimento (%) / Taxas de Inflação (%): 1968 - 1973
Inflação
Ano PIB Indústria Agricultura Serviços
(IGP-DI)
1968 9,8 14,2 1,4 9,9 24,8
1969 9,5 11,2 6,0 9,5 18,7
1970 10,4 11,9 5,6 10,5 18,5
1971 11,3 11,9 10,2 11,5 21,4
1972 12,1 14,0 4,0 12,1 15,9
1973 14,0 16,6 0,0 13,4 15,5