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Manual Do Detetive

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CURSO BÁSICO DE TÉCNICAS DE INVESTIGAÇÕES E

PROCEDIMENTOS PADRÃO PARA FORMAÇÃO DE


DETETIVES PARTICULARES E INVESTIGADORES
PROFISSIONAIS

Introdução

Olá, caro amigo e futuro Detetive:

Você está recebendo a apostila com o CURSO DE


DETETIVE E INVESTIGADOR PARTICULAR,  onde
aprenderá as técnicas básicas para o exercício da
profissão.

Obviamente após ter feito este curso rápido, você


não pode se considerar um profissional no ramo. Um
universitário, por exemplo, ao terminar um curso
de Administração, Direito, Engenharia, etc.,
também não podem ser considerados um profissional.

O que faz realmente faz um profissional é a


experiência na sua atividade e experiência só se
adquire com o tempo.

Portanto, após terminar este curso e caso você


realmente queira ingressar na profissão de
Detetive Particular, sugerimos que você comece
como auxiliar de Detetives mais experientes, mesmo
que ganhando pouco ou até mesmo nada.

Mas se você acha que tem condições intelectuais,


equipamentos básicos e, após o curso já estará
pronto para exercer a atividade por conta própria,
sugerimos que inicie com casos mais simples como
localizações de pessoas e bens e estudos de vida
pregressa.

Para iniciar seu curso estude atentamente todo o


conteúdo da apostila. Ao ler cada tópico procure
imaginar as situações como se estivessem
acontecendo com você naquele momento. Leia duas ou
três vezes toda a matéria para que seja bem
absorvida.

OS MANDAMENTOS DO DETETIVE PARTICULAR

1.      Programe horários para cada tarefa do dia,


para evitar desperdícios de tempo;

2.       Mantenha rigoroso controle dos andamentos


das investigações de cada caso, com anotações
detalhadas, datas, fotografias, filmes, etc.;

3.      Mantenha-se calmo em qualquer


circunstância, aproveitando assim melhor a sua
energia. Não dê vazão a pensamentos de ira,
ódio, vingança e violência. Elimine-os pela
raiz;

4.      Não desperdice tempo, alimentando vício,


conversas fúteis, diversões pervertidas em jogos
de qualquer espécie. Você pode ser melhor, maior
e virtuoso. Use o tempo para progredir e não se
destruir;

5.       Respeite a si próprio e tenha confiança


no seu valor;

6.      Faça da melhor maneira possível tudo o que


fizer. Mais vale uma coisa bem feita do que 20
mal feitas;

7.      O amanhã é filho de hoje. Prepare hoje o


que quiser gozar amanhã;

8.      Sirvam-lhe de lições os seus erros, para


que não os repita;

9.      Seja tenaz. Nada se consegue sem


tenacidade e coragem;

10.   Nunca tremer diante do perigo, seja corajoso


e destemido mesmo em  aparente desvantagem, pois
psicologicamente isso afetará seu oponente;
11.  Estar sempre preparado, física e mentalmente
para entrar em ação;

12.   Não se deixar jamais corromper e recusar


sempre presentes de inimigos e principalmente
das inimigas;

13.   Jurar defender sempre os fracos e oprimidos


e jamais colocar-se ao lado ou atrás dos fortes
e opressores;

14.   Pagar religiosamente as mensalidades ou


anuidades de sua Associação de Classe se for
associado, bem como o Imposto Sobre Serviços
(I.S.S.) e Imposto de Renda. Isto porque o Fisco
não aceita diplomas, medalhas e boa vontade como
parte de pagamento;

15.   Não peça o auxílio de outros, naquilo que


você mesmo possa fazer;

16.   Não gaste ou comprometa o teu dinheiro antes


de tê-lo ganho;

17.   Não tenha apreensões, pois não sabemos o que


o futuro nos reserva. As desgraças que mais
tememos, são em geral as que não se realizam;

18.   Considere todas as coisas sob o ponto de


vista favorável;

19.   Quando estiver contrariado, conte até dez,


antes de proferir qualquer palavra. Conte até
cem, se estiver com muita raiva;

20.   Respeitar o próximo como ser humano;

21.   Seja modesto nas discussões; pensar que o


outro talvez tenha razão, e se não tiver,
procurar compreender lhe o ponto de vista;

22.   Respeite (as vezes) as autoridades e a ordem


constituída. Zele pela Segurança Nacional;

23.   Respeite os símbolos da Pátria;


24.   Defenda o patrimônio comunitário ou “coisa
pública”;

25.   Não tente mudar o temperamento de ninguém;

26.   Não obrigue ninguém a nada, mesmo que a


posição permita a você tudo exigir, peça, por
favor, e espere;

27.   Nunca se queixe da má sorte; combata-a;

28.   Se tiver que fazer vários trabalhos de


investigações, comece por aquele que mais lhe
desagrada;

29.  Nunca trabalhe em mais de dois casos ao mesmo


tempo, a não ser com ajuda de auxiliares;

30.  Não gaste o dinheiro normalmente pago por seu


cliente a título de sinal, a não ser nas
despesas do próprio caso.

31.   Aprenda que, com paciência, poderá controlar


seu destino;

32.   Nunca esqueça que é sempre mais tarde do que


se pensa;

33.   Fale pouco, escute tudo, porém faça apenas o


que seja correto;

34.   Nunca se envaideça com o sucesso e com a


riqueza;

35.   Trabalhe para viver e não viva apenas para


trabalhar;

36.   Esteja sempre acima do seu trabalho, ao


invés de ser dominado por ele;

37.   Quando estiver sem serviço de Investigações,


não se desespere.
38.   Evitar ser contratado por clientes além de
suas reais possibilidades de tempo para resolver
os problemas dos mesmos;

39.   Não aceite serviços para os quais não esteja


habilitado tecnicamente ou psicologicamente;

40.   Reconheça que há dentro de todos nós uma


fonte de poder do  qual pode tirar  tudo o que
necessitamos.

ALGUNS  TERMOS  POLICIAIS  E  JURÍDICOS  QUE  O

DETETIVE  DEVE  CONHECER

1)      MEMÓRIA VISUAL –  é a capacidade de se


guardar na memória fatos, informações, traços
fisionômicos etc. podendo serem descritos com
facilidade  e riqueza de detalhes quando
necessário.

2)      RETRATO FALADO – é a fotografia imaginária


de uma pessoa descrita por outra, desenhada por
peritos policiais.

3)      LEI – em nações politicamente organizadas,


como a nossa, as Leis ditam as normas pelas
quais os indivíduos devem pautar seu
comportamento.

4)      CRIME – é toda ação penal que contraria o


sentido jurídico e tem como finalidade lesar as
pessoas ou a sociedade.

5)      CRIME DOLOSO – quando o agente prevê, quer


o resultado e assume os riscos, isto é,  pensa, 
prepara ,executa e consuma o fato.

6)      CRIME CULPOSO -  quando o agente o comete


por negligência, imperícia ou imprudência.

7)      CRIME TENTADO – é aquele que o agente


inicia mas não termina por circunstâncias
alheias a sua vontade.
8)      CRIME CONSUMADO – é aquele que resume
todos os elementos de sua definição legal.

9)      HOMICÍDIO – é o ato de matar alguém – Art.


121 do Cód. Penal.

10)   HOMICÍDIO QUALIFICADO –  o agente comete o


crime mediante asfixia, explosivo, paga ou
promessa, emboscada, veneno ou motivo torpe ou
fútil.

11)   HOMICÍDIO PRIVILEGIADO – o agente comete o


crime por relevante valor social, mediante
injusta provocação da vítima.

12)   LESÃO CORPORAL -  é toda ofensa a


integridade física ou a saúde de alguém. Podem
ser leves, graves ou gravíssimas. As graves
resultam  na incapacidade para as ocupações
habituais da vítima, por mais de trinta dias, ou
ainda em perda de membros, sentidos ou funções.
As gravíssimas são as que resultam na
incapacidade permanente para o trabalho - Art.
129 do Cód. Penal.

13)   ROUBO – é toda ação que visa subtrair  para


si ou para outrem, coisa alheia, móvel, mediante
violência ou ameaça a outra pessoa – Art. 157 do
Cód. Penal.

14)   FURTO – é o ato de subtrair coisa alheia, 


móvel, para si ou para outrem, contra a vontade
do dono, sem o uso da violência ou ameaça a
outra pessoa – Art. 155 do Cód. Penal.

15)    FURTO SIMPLES – quando simplesmente tira-se


alguma coisa de alguém.

16)   FURTO QUALIFICADO – quando são usados meios


extras, como arrombamento, chave falsa, abuso de
confiança, etc.

17)   EXTORSÃO – é constranger alguém, mediante o


uso da violência ou grave ameaça, com o intuito
de obter para si ou para outrem, vantagem
ilícita ou indevida, ou forçar a ação de fazer
ou deixar de fazer o que a lei permite ou não
permite – Art. 158

18)   DANO – é a ação de destruir, inutilizar ou


deteriorar coisa alheia – Art. 163

19)   APROPRIAÇÃO INDÉBITA – é o ato de alguém


apropriar-se de coisa alheia, em que cuja posse
está com o autor – Art. 168

20)   ESTELIONATO – é o ato de se obter vantagens


ilícitas, e mantendo alguém em erro com meios
ardis e fraudulentos – Art. 171

21)   RECEPTAÇÃO – é o ato de adquirir, receber ou


ocultar coisa móvel de propriedade alheia e
conhecidamente produto de crime. Incorre na
mesma falta que influi em alguém para que
pratique a mesma ação – Art. 180

22)   ATO OBSCENO – é praticar em público ou local


exposto ao público, atos que sejam contrários a
moral e aos bons costumes – Art. 233

23)   INCÊNDIO – é considerado por lei, como um


crime de perigo comum, dado não só nos danos
consideráveis, como no perigo da propagação de
suas chamas.

24)   INCÊNDIOS ACIDENTAIS – são os de origem das


chamadas causas naturais, como raios ou curto
circuitos (desde que não seja causado pela
negligência ou inépcia de alguém, pois neste
caso teríamos um incêndio culposo). Só em casos
fortuitos, um ramo de árvore partido pelo vento,
vem cais sobre dois fios, ou outras causas
imprevisíveis  e inevitáveis.

25)   INCÊNDIOS CRIMINOSOS – são os intencionais,


que podem ser cometidos pelos mais variados
propósitos como vingança, golpes contra
seguradoras, queima de arquivos (literalmente),
para fazer desaparecer provas ou vestígios de
outros crimes, etc. – Art. 250
26)   EXPLOSÃO – é o ato de provocar explosão com
dinamite ou outros materiais de efeitos
semelhantes, colocando em perigo a vida, a
integridade física ou patrimonial de alguém –
Art. 251

27)   DESABAMENTO – é o ato de provocar


desabamentos, colocando em perigo a vida, a
integridade física ou patrimonial de terceiros –
Art. 256

28)   FALSIDADE IDEOLÓGICA – é o ato de se


utilizar ou falsificar documentos públicos ou
particulares. A moeda falsa também é crime
classificado contra a fé pública e não contra o
patrimônio – Arts. 289 a 291

29)   RESISTÊNCIA – é opor-se mediante violência


ou grave ameaça a execução legal da autoridade
policial ou de que o está auxiliando – Art. 329

30)   DESOBEDIÊNCIA – é desobedecer a ordem legal


da autoridade policial ou seu agente – Art. 330

31)   DESACATO – é o ato de desacatar funcionário


público no exercício de sua função – Art. 331

32)   CORRUPÇÃO ATIVA – á quando alguém dá


vantagem indevida a funcionário público com a
intenção de leva-lo a praticar ato ilícito ou
indevido em sua função – Art. 333

33)   CORRUPÇÃO PASSIVA – é quando o funcionário


público pede vantagem em virtude de sua função –
Art. 317

34)   VIOLAÇÃO DE DOMICÍLIO – é o ato de entrar ou


permanecer em casa alheia sem o consentimento do
dono – Art. 150

35)   CONSTRANGIMENTO ILEGAL – é o ato de coagir


alguém mediante violência ou grave ameaça – Art.
146
36)   FAVORECIMENTO PESSOAL – é auxiliar o autor
de um crime na fuga da ação da autoridade ou seu
agente – Art. 348

37)   PORTE ILEGAL DE ARMA – é trazer consigo arma


de fogo sem a devida licença da autoridade, fora
de sua casa ou de suas dependências – Art. 19 O
mesmo está deixando de ser contravenção para se
tornar crime.

38)   LEGÍTIMA DEFESA – é o ato de repelir uma


injusta agressão atual e eminente, em defesa
própria ou de outrem, usando de meios
necessários.

39)   SIGILO PROFISSIONAL – é o segredo que cada


profissional deve guardar das informações de
seus clientes. A quebra de sigilo profissional é
crime previsto no Cód. Penal Art. 154

40)   INQUÉRITO POLICIAL – é instaurado sempre que


a polícia toma conhecimento de algum crime.

41)   PRISÃO PREVENTIVA – será decretada, quando


houver prova da existência de um crime e
indícios suficientes contra  o acusado,
apontando-o como autor.

42)   DETENÇÃO PARA AVERIGUAÇÕES – este tipo de


prisão não tem apoio na lei e não havendo o
flagrante, o acusado só pode ser preso mediante
mandado de prisão expedido pela autoridade
competente.

43)   PROVAS DE UM CRIME – que podem ser por:


confissão, testemunhal, documental, policial, e
por indícios. A prova mais usual e básica,
embora sujeita a falhas, é a testemunhal. O
falso testemunho é crime. Ninguém pode negar-se
a ser testemunha, salvo os detentores de
segredos profissionais, sendo dispensados estes
de guardar segredo.
OUTROS CONHECIMENTOS INDISPENSÁVEIS

Os conhecimentos indispensáveis a um bom


Detetive Particular são noções de Direito Penal e
Processual, Noções de Medicina Legal e Polícia
Técnica, Noções de Identificação e Datiloscopia,
Noções de Relações Públicas e ter conhecimentos
gerais em vários assuntos. Além disso, deve um bom
detetive adquirir o hábito da leitura. Ser um bom
observador e um bom memorizador. Fique muito
atento a detalhes, por mais irrelevantes que
pareçam.

ADMINISTRAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DO NEGÓCIO

CAMPO DE ATUAÇÃO DO DETETIVE PARTICULAR

Como já dissemos no início deste manual é


muito vasto  o campo de atuação do Detetive
Particular, notadamente no COMÉRCIO, INDÚSTRIA,
BANCOS, SEGURADORAS, IMOBILIÁRIAS, PESSOAS FÍSICAS
etc.  Com referência à apuração de informações
sobre idoneidade de pessoa cuja relação comercial
interessa aos vários negócios relacionados a
aluguel de casas, apartamentos, levantamento de
empréstimos, mudança de cargos de funcionários que
vão galgar postos de confiança, sociedades
empresariais, enfim, uma interminável série de
serviços de informações em que o Detetive
Particular atua para apuração.

Para informações comerciais, o Detetive


Particular age junto aos cadastros bancários,
serviços de proteção ao crédito, cartórios de
protestos, distribuidores de ações diversas, casas
comerciais de compras a crédito, checando
inclusive as demais informações indicadas nas
respectivas fichas, informações particulares, tais
como: saber empregos anteriores, residências
anteriores, transações comerciais anteriores ao
que se quer apurar, o detetive buscará, junto aos
informes indicados, a comprovação dos dados
fornecidos ou obterá novos dados, sempre com
perguntas e nunca, deixando de apurar qualquer
indício, mesmo vago, sobre determinada situação,
pois desses indícios aparentemente sem
importância, é que, na maioria das vezes obtêm-se
informes preciosos.

Outros campos de atuação do Detetive


Particular são no paradeiro de pessoas
desaparecidas e/ou devedores, em casos conjugais,
pré-nupciais e contraespionagem industrial e
comercial.

Em casos conjugais, o Detetive irá investigar


o comportamento do cônjuge ou amante do (a)
cliente, a fim de constatar a “infidelidade”.

Nos casos de contraespionagem industrial,


sabotagens, vazamentos de informações
confidenciais, desvios ou furtos de mercadorias ou
valores dentro da empresa, etc. o Detetive irá
investigar os fatos narrados pelo cliente para
solucionar o problema existente, inclusive
infiltrando-se nas empresas como funcionário para
facilitar as investigações.

O MERCADO DE TRABALHO

Ao estudar com atenção estas técnicas  e


ingressar nessa fascinante profissão, cheia de
aventuras e que atualmente tem alta procura, você
estará dando um importante passo para sua
independência financeira.

Para se ter uma ideia, profissionais


experientes no ramo, nos estados do Rio e São
Paulo, estão cobrando diárias de 8 horas entre R$
150,00 e R$ 300,00 para trabalhos que normalmente
levam 5 a 7 dias. Iniciantes cobram diárias entre
R$ 100,00 e R$ 150,00 pelos mesmos trabalhos
(valores médios praticados no ano de 2001).

Você também poderá trabalhar como Detetive


Auxiliar para Agências de Detetives ou Detetives
Particulares experientes e estabelecidos. É uma
ótima forma de adquirir experiência além do fato
de que um Detetive Auxiliar, normalmente utilizado
como agente de apoio, ganha em torno de R$ 50,00
por dia de 8 horas de serviço.

CAPTAÇÃO DE CLIENTES

A maior dificuldade inicial é a captação de 


clientes. Daí a necessidade de usar o tirocínio
comercial que por sua vez exige técnicas e
conhecimentos de relações públicas e publicidade.
O Detetive Particular é como um advogado trabalha
para clientes particulares que o contratam para
executar serviços de investigações particulares
que não podem e nem devem ser executados pela
polícia. A maioria dos detetives particulares
(iniciantes ou não) recorrem a anúncios em
jornais, revistas, catálogos telefônicos, mala
direta para advogados, bancos, seguradoras,  e
outros tipos de publicidade para oferecerem os
seus serviços, inclusive através de sites na
Internet. Outros já recorrem a um método mais
discreto que é por meio de relacionamento com
amigos, parentes e clientes, nos casos de
profissionais mais tempo de experiência no ramo.
Não esqueça que a principal propaganda de seus
serviços é a qualidade dos mesmos. Seus clientes
satisfeitos sempre o indicarão para outros e assim
sua carteira de clientes aumentará
consideravelmente com o tempo.

EQUIPAMENTOS BÁSICOS

Outra dificuldade é a aquisição de equipamentos


básicos necessários para o início da atividade.
São equipamentos indispensáveis para o
profissional:

1 – Carro ou moto em bom estado;

2 – Uma boa filmadora (pequena com zoom de


pelo menos 18X, e boa  capacidade para filmar em
locais com pouca iluminação);
3 – Um micro gravador (daqueles que repórteres
costumam usar);

4 – Um telefone fixo e um celular para


atendimento aos seus clientes (no início não é
necessário escritório, visto que o Detetive é um
profissional autônomo, poderá atender a domicílio
ou em sua residência);

5 – Também poderá adquirir posteriormente,


dois rádios transmissores de duas vias
(walkie-talkie) para comunicação com um
auxiliar, que será muito útil em campanas ou
quando precisar seguir um investigado.

6 – Interessante também a compra de um micro


computador, mesmo  usado, que servirá não só
para controles e impressão de orçamentos para
seus clientes, como também para acesso a
Internet, que oferece ótimas fontes de
consultas muito úteis para os Detetives.

O REGISTRO PROFISSIONAL

Como todo profissional autônomo o Detetive


deverá estar também devidamente registrado. O
registro deverá ser feito  na Prefeitura Municipal
da localidade onde o candidato resida, devendo o
mesmo comparecer ao setor de I.S.S. e solicitar do
funcionário as guias para o registro de Detetive 
Particular Autônomo. As guias de recolhimento do
imposto serão pagas posteriormente. Em vários
municípios essa atividade é isenta de pagamento de
taxas.

O profissional autônomo também deverá


comparecer a uma agência do INSS e solicitar sua
inscrição como CONTRIBUINTE INDIVIDUAL, e pagar
mensalmente,  através de um carnê que se compra em
papelarias, as contribuições devidas à Previdência
Social.

Poderá  o candidato também ingressar em uma


Associação ou Sindicato de Classe, mas
OFICIALMENTE não existe nenhum órgão
regulamentador ou fiscalizador da profissão
reconhecido pelos Governos Estadual e Federal.

No estado do Rio de Janeiro, como na maioria


dos estados, não é mais obrigatório o registro na
SSP (Secretaria de Segurança Pública), conforme a
Resolução no. 107 / SSP de 14 de maio de 1996.

O DETETIVE PARTICULAR EM SEU ESCRITÓRIO

Como já dissemos antes, o detetive iniciante


pode optar por trabalhar para Agências de
Investigações estabelecidas, para outros Detetives
de renome e mais experientes, ou pode simplesmente
organizar-se em casa e oferecer seus serviços de
forma autônoma.

Dependendo das suas condições financeiras o


detetive pode alugar uma pequena sala comercial e
montar seu escritório como qualquer profissional
autônomo devidamente registrado.

Sempre aconselhamos que o detetive omita sua


verdadeira atividade dos vizinhos e  porteiros. Ao
abrir um escritório em uma sala comercial espalhe
no local que você  é Representante Comercial.

Agindo dessa forma você poderá até deixar de


ganhar possíveis clientes no local, mas por outro
lado terá preservada sua integridade e de seus
funcionários, caso alguém que tenha sido
investigado por você se sinta prejudicado e queira
vingar-se.

Pode acontecer de, durante um levantamento de


informações por telefone, por exemplo, você se faz
passar por pesquisador do IBOPE ou utiliza outro
disfarce para que a outra pessoa não desconfie das
suas verdadeiras intenções, e seu número ser
capturado por um BINA  (aparelho que registra o
número do telefone de quem está ligando, como nos
celulares) sem você saber. Poderá colocar toda a
investigação por água abaixo. Agora imagine que,
com essas informações você desmascarou um golpista
ou um fraudador, e ele desconfia daquele
telefonema que você deu, liga para o número,
descobre que você é um detetive e resolve “correr
atrás do prejuízo”. Colocará sua vida e de outros
em risco.

Por isso em diligências perigosas, que


envolvam possibilidades de envolvimento com
quadrilhas, defraudações, corrupções, subornos,
roubos, furtos, drogas,  etc. procure evitar usar
seu telefone residencial ou comercial. Utilize um
telefone público, preferencialmente um pouco
distante de sua casa ou escritório.

Você também pode utilizar um NEXTEL, caso sua


cidade seja servida pelo sistema, pois tanto os
CELULARES como os BINAS não são capazes de
registrar seu número quando a ligação é feita por
esse tipo de telefone.

Se na sua cidade funcionarem os telefones sem


fio da VÉSPER, você também poderá adquirir um para
sua maior segurança. Nesse caso faça a compra do
aparelho/linha em nome e endereço de terceiros,
pois o aparelho pode ser utilizado em qualquer
parte da cidade servido pelo sinal daquela
operadora.

Também existem casos em que maridos infiéis,


mesmo depois de desmascarados pelo Detetive e
sofrerem com a situação constrangedora a que foram
submetidos, são perdoados por suas esposas e
reatam sua relação conjugal. Entretanto alguns
deles, violentos ou vingativos que não se
esqueceram da vergonha que passaram se utilizam de
artifícios diversos e acabam por conseguir que as
esposas lhes deem o telefone ou o endereço do
Detetive. Novamente o profissional corre o risco
da vingança daqueles que foram alvos de suas
investigações.

Normalmente os clientes querem conhecer o


escritório ou a residência do Detetive, como uma
segurança e garantia de que o mesmo não vá sumir
com o dinheiro deles (pois normalmente ao iniciar
um serviço o detetive cobra 50% de sinal).
Infelizmente existem muitos profissionais
desonestos neste ramo. Sempre que possível trate
com o cliente na residência ou no trabalho dele,
ou ainda em locais públicos como bares e
restaurantes.

COMO FORMAR PREÇOS PARA OS SERVIÇOS

Como já foi dito antes, as diárias de um


detetive autônomo pode chegar a R$ 300,00 (na
verdade existem certos “trabalhos especiais” para
“clientes especiais” que podem render muito mais).
Mas para o iniciante, em casos simples, como serão
a maioria, uma diária entre R$ 100,00 e R$ 150,00 
está bem de acordo com a realidade econômica que
vivemos atualmente (valores médios Rio de Janeiro
e São Paulo, no ano de 2001).

Nos casos de confirmação de adultério,


localização de pessoas e dossiês, que são a grande
maioria dos serviços solicitados, o prazo médio
para solução dos mesmos é de 5 dias corridos. Você
também pode fechar um preço final com seu cliente
e dar um prazo máximo para a solução do caso, como
por exemplo, nas localizações de pessoas, que são
mais demoradas.

Em casos que necessite de AUXILIAR, PAGAMENTO


DE TAXAS OU PROPINAS, E QUAISQUER DESPESAS EXTRAS,
não se esqueça de informá-las antecipadamente aos
seus clientes, para que os mesmos não sejam pegos
de surpresa ou recusem-se a assumi-las.

Sempre apresente seu orçamento por escrito,


que pode ser um contrato básico, descrevendo
detalhadamente o serviço a ser executada, a data
do início e do término dos serviços, o valor total
já incluída todas as despesas, as condições de
pagamento (normalmente 50% na assinatura do
contrato e o restante na conclusão dos serviços) e
assinatura do cliente concordando com os termos e
sua assinatura como contratado.

INFORMAÇÕES FORNECIDAS PELOS CLIENTES

Ao iniciar um caso, é necessário que o cliente


forneça todas as informações disponíveis que ele
tenha, por mais irrelevantes que pareçam. Nomes,
telefones, endereços, situações passadas, placas
de carros, nomes e telefones de amigos e parentes,
número de documentos, fotografias, perfil pessoal
do investigado, etc.

Faça seu cliente entender que sua relação com


ele é como a de um médico com seu paciente, ou a
de um padre com um fiel numa confissão. Não pode
haver segredos ou omissão de informações por mais
vexatórias que sejam.

Não se esqueça de anotar essas informações e


abrir uma pasta para o cliente, onde você colocará
também relatórios, fotos e tudo que for referente
ao caso.

DOSSIÊS  E  ESTUDO  DA  VIDA  PREGRESSA

A expressão pregressa significa anterior.


Estudo da vida pregressa a confecção de um DOSSIÊ
é, portanto, o da vida do criminoso (ou o
investigado), anterior ao crime ou atitude
suspeita.

Determina o nosso Código Penal em seu art. 6o 


No. IX, que a autoridade policial deverá:
“Averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o
ponto de vista individual, familiar e social, sua
condição econômica, sua atitude e estado de ânimo
antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer
elementos que contribuírem para apreciação de seu
temperamento e caráter”.

No caso da polícia, ao procurar dar


cumprimento à determinação transcrita, deve
proceder com cuidados especiais e de maneira mais
objetiva possível, porque os dados que levantar  e
apresentar, sobre a personalidade de criminosos,
poderá ter influência na aplicação dessas penas
(art. 42, do Código Penal), na imposição e
execução das penas de multa (art. 37, 38 e 43 do
Código Penal) no arbitramento de finanças (§ único
dos ARTs. 325 e 326 do Código de Processo Penal),
e, ainda, poderão dar margem à aplicação de
medidas de segurança.

Recomendamos cuidados especiais no Estudo da Vida


Pregressa dos  investigados, não só em razão da
influência apontada, como também, porque a tarefa
é realmente difícil e delicada, tendo-se em vista
que os Detetives, para levá-lo a cabo, terão que
se valer quase que somente de elementos de
natureza subjetiva, nem sempre de fácil
apreciação.

Procurando dar uma orientação, para o cumprimento


da disposição legal, oferecemos uma espécie de
roteiro, sem prejuízo, naturalmente, de outros
elementos que possam ser recolhidos, para a
elaboração de um DOSSIÊ completo sobre uma pessoa:

1.      Atitude e estado de ânimo antes e durante


o ato a ser investigado (embriaguez voluntária
ou involuntário uso de drogas, exaltação,
ausência de controle, frieza e o estado
emocional);

2.      Atitude e estado de ânimo após o ato


investigado (estado emocional, arrependimento,
não arrependimento, autocontrole, agressividade,
cinismo, depressão e indiferença);

3.      Família de origem (se de união legal e se


os pais são conhecidos ou não; se de recursos ou
não);

4.      Ambiente de criação (se o da própria


família ou não; se a vida dos responsáveis foi
ou é harmônica ou desajustada e, neste último
caso, quais os motivos);

5.      Constituição de família própria (no caso


de existir, esclarecer se é legalmente 
constituída ou se só casamento religioso ou
concubinato; se dissolvida, verificar se só
separação, se por desquite, divórcio ou anulação
de casamento; indicar o tempo de união e o
número de filhos, com as idades dos mesmos,
esclarecendo, ainda, se vivem em sua companhia);

6.      Se possui amantes (se ligações passageiras


ou duradouras e se as sustenta ou é sustentado
pelas mesmas);

7.      Grau de instrução ( se nula, primária


incompleta, primária completa, secundária
incompleta, secundária completa, técnico
profissional, superior, esclarecendo ainda, se
fala outras línguas e quais);

8.      Situação econômica (se miserável, pobreza,


pequenos recursos, regulares recursos e
abastança. Procurar sempre precisar o rendimento
mensal e se há propriedades, com a estimativa de
valores, em caso positivo);

9.      Situação de crédito (se possui dívidas, 


cheques sem fundos, títulos protestados, ações
judiciais);

10.   Sanidade física e mental (se não for


possível pronunciamento médico, indicar apenas
as anomalias mentais e doenças sobre as quais
não pairem dúvidas);

11.   Temperamento (introvertido ou extrovertido,


apático, frio, emotivo, fanfarrão, impulsivo ou
exaltado);

12.   Trabalho (se vagabundo ou vadio, com


ocupação lícita, não definido ou normal,
indicando, nesta última hipótese e atividade
exercida, com a possível precisão);
13.   Vícios (se os possui ou não, esclarecendo em
caso positivo, quais).

14.   Serviço militar (se prestou ou não e, em


caso positivo, onde, quando e qual o seu
comportamento);

15.   Habilitações profissionais (indicar, aqui,


atividades que podem ser exercidas, tais como
motorista, serralheiro, barbeiro, cozinheiro,
pedreiro, policial, detetive particular, etc.);

16.   Diversões e passatempos prediletos (indicar


se cinema, futebol, briga de galos, caça, pesca,
etc.);

17.   Desvios sexuais (ter em vista, pelo menos a


possibilidade pederastia ativa ou passiva);

18.   Lugares de onde procedeu (podem ser aqueles


em que ocorreu o nascimento e criação ou outros
por onde morou);

19.   Se costuma viajar (para onde e como);

20.   Se costuma reagir à prisões (se mediante


força física, com emprego de armas ou
instrumentos ou promovendo escândalos);

21.   Se costuma andar armado  (em caso positivo,


qual o tipo predileto de armas);

22.   Quais os companheiros habituais, ou tipos de


amizades;

23.   Se tem capacidade para chefiar companheiros


de crimes, contravenções ou delitos (e se
efetivamente os chefia);

24.   Lugares que costuma frequentar e onde pode


ser encontrado;

25.   Se registra antecedentes criminais (quais,


aqui, em outros lugares do Estado, em outros
estados e outros países);
26.   Se é conhecido por policiais de outros
Estados e Países;

27.   Se é conhecido de policiais locais e quais;

28.   Se possui advogados criminais permanentes e


quais.

Para o estudo o estudo da vida pregressa de


criminosos, a investigação policial contribui com
sua parcela de trabalho, procurando obter
informações, tendo-se  em vista que não é de se
confiar muito na palavra dos investigados. É,
aliás, o único terreno das provas complementares
em que é permitida a entrada da Investigação
propriamente dita. Nesse estudo, úteis poderiam
ser os laboratórios de Psicologia, cabendo a eles
se pronunciar sobre a cessação de periculosidade,
poderia, também, examinar os criminosos, logo após
a prática dos crimes, quando menores são as
possibilidades de simulação e quando as
consequências das ações delituosas estão mais
vivas. As observações, nessa fase, seriam
subsídios para o exame de verificação de cessação
de periculosidade.

INVESTIGAÇÕES DE INFIDELIDADE CONJUGAL

As investigações nesse campo, quase sempre são


solicitadas para a confirmação e flagrante de
infidelidade conjugal.  Podem ser solicitadas
pelo(a) namorado(a), noivo(a) ou marido(esposa)
para confirmar se seus parceiros são ou não fiéis
no relacionamento a dois.

Esta é o serviço mais solicitado para o Detetive


particular e uma das tarefas mais fáceis de ser
executada.

Seu cliente lhe fornecerá todas as informações


sobre a pessoa investigada, como endereços
residencial e comercial, horários e locais que
costuma frequentar, fotografia, descrição
completa, marca e placa do carro etc.
Você deverá IDENTIFICAR a pessoa a ser seguida
antes de iniciar as campanas para que não corra o
risco de investigar a pessoa errada.

Seu objetivo é fotografar ou filmar o investigado


no ato do adultério ou traição. Mas durante as
campanas e acompanhamentos você também deverá
fazer algumas filmagens para comprovar ao seu
cliente que está trabalhando no caso.

Em geral, 90% das suspeitas são confirmadas e o


flagrante se dá entre três e cinco dias depois de
iniciadas as investigações. Normalmente a maioria
se dá nos finais de semana (de 6 a. feira a
domingo).

Seja discreto e procure trabalhar com a ajuda de


um auxiliar. Ponha em prática o que você aprendeu
nos tópicos de CAMPANAS FIXAS, COM AUTOMÓVEIS E
FOTOGRAFIA.

INSTRUÇÕES RESERVADAS AOS DETETIVES PARTICULARES

1.      Aprender como se introduzir em qualquer


ambiente social sorrateiramente, isto é, sem
chamar a atenção do objeto visado, e de
preferência sem ser percebido;

2.      Aprender como sair de qualquer ambiente


por mais sórdido que seja sem chamar a atenção
dos demais;

3.      Procurar observar os gestos de traição das


pessoas que o cercam, como piscar dos olhos,
ligeiras contrações musculares e outros tipos de
sinais;

4.      Saber ESCAPAR DE QUALQUER ATAQUE FÍSICO


adversário usando de QUALQUER MEIO, por mais
BAIXO que seja;

5.      Criar condições para sair de qualquer


situação, por mais indesejável ou embaraçosa que
seja;
6.      Nunca identificar o “chefe de operação”
(Detetive Chefe) em uma diligência e nem
“queimá-lo”, pois isso lhe deixa sem cobertura;

7.      Um agente secreto, não pode NUNCA SE


IDENTIFICAR como  tal junto ao investigado ou
pessoas de sua relação, inclusive o DETETIVE
PARTICULAR, e evitar revelar sua condição
particular mesmo aos amigos e familiares mais
íntimos;

8.      Transmitir aos superiores o mais rápido


possível e com a devida segurança, as
informações obtidas, evitando ficar com qualquer
anotação, rabisco ou código sobre o assunto
transmitido;

9.      Procurar ter uma ocupação definida e


prová-la quando necessário, mesmo que seja
apenas como “bico”, a fim de não trair-se sendo
identificado como detetive e com isto atrapalhar
os trabalhos de investigações;

10.   Ter muito cuidado com códigos, anotações ou


outros meios que possam trazer suspeita ao
adversário;

11.   Nunca se encontrar com informantes pela


segunda vez no mesmo ambiente  ou no mesmo
local. Evitar os intervalos regulares e toda
espécie de rotina;

12.   Procurar memorizar as pessoas, suas


fisionomias e os acontecimentos a elas ligados,
locais e datas dos fatos;

13.   Manter-se calmo e paciente diante de


qualquer situação por mais desagradável que
seja. Nunca,  jamais um Detetive Particular deve
trair-se por falta de calma ou paciência. Não
desesperar-se em hipótese alguma;

14.   Ter senso dos detalhes de qualquer situação.


Procurar observar as entrelinhas dos assuntos, a
que ponto quer chegar o oponente em seus
assuntos, perceber a intenção do mesmo, antes de
terminar a conversa;

15.   Procurar adquirir o máximo de conhecimentos


culturais através de toda espécie de literatura
que lhes caiam nas mãos, assim como: livros,
revistas, jornais, rádio, televisão, cinema.
Atualizar-se com o progresso do mundo moderno;

16.   Antes de agir, planejar minuciosamente  o


que vai fazer;

17.   Antes de entrar em uma área de serviço,


estudá-la com cautela para evitar surpresas;

18.   Procurar estar sempre a par das leis penais.


Para adquirir tal conhecimento, não é necessário
ser um advogado. As livrarias estão cheias de
todos os assuntos;

19.   Desenvolver a capacidade de ser um “exímio


artista”, isto é, saber representar qualquer
papel, simular qualquer situação, tais como:
medo, alegria, tolerância, submissão,
disfarçando sempre seus verdadeiros objetivos,
sem deixar que o adversário perceba SUAS REAIS
INTENÇÕES. Nunca perder o controle dos nervos,
nem mesmo sendo pilhado em flagrante. Procurar
controlar-se em qualquer situação adversa. Saber
mentir, quando necessário;

20.   Ter cuidado com mulheres fáceis. A meretriz


em hipótese alguma merece confiança. Dominar
todos os vícios e ter cuidado com elas.

PRINCÍPIOS  BÁSICOS  DE  UMA  OBSERVAÇÃO

O que se deve observar em uma pessoa com fins de


uma futura identificação?     O ideal seria uma
completa descrição da figura, mas, nem sempre o
observador sabe ou tem tempo para fazê-lo. Isso
por vários motivos, sobretudo porque no momento,
da observação ele pode estar em pânico total a
ponto de nem ao certo saber se tratava de uma
pessoa de meia idade ou de idade avançada (isso
para o caso de assalto). Mas aqui temos uma
pequena tabela de características que devem ser
observadas, visando ao futuro reconhecimento de
uma pessoa (LEMBRE-SE QUE O DETETIVE DEVE SER UM
ÓTIMO FISIONOMISTA):

a)      Aspectos Gerais:  compleição física,


altura, vestuário, raça, idade.

b)      Aspectos Pormenorizados:  tipo, cabelo,


cor dos olhos, tipos de nariz, bigode (tipo),
boca, barba, etc...

c)      Sinais Particulares:  uso de óculos ou


sinal particular, defeitos, existências de
cicatrizes ou manchas.

Portanto, a princípio, numa situação embaraçosa


em qualquer outra, principalmente de assalto,
devemos dirigir a nossa observação para esses
pontos básicos: aspectos gerais, aspetos
pormenorizados e sinais particulares.

L O C A L I Z A Ç Õ E S

LOCALIZAÇÃO DE PESSOAS DESAPARECIDAS

Atualmente esse tipo de serviço tem sido


bastante solicitado aos Detetives Particulares.

Existem dois tipos de desaparecimento:

VOLUNTÁRIO – quando a pessoa resolve “sumir” por


conta própria sem dar satisfações a ninguém. Podem
ser por diversos motivos, como por exemplo:
problemas de relacionamento familiar, problemas
amorosos, vergonha de um algum fato constrangedor
ocorrido recentemente, dívidas, etc.

INVOLUNTÁRIO – quando a pessoa desaparecida é


vítima de ato de terceiros ou portadoras de
algumas doenças. Estão nessa categoria os
desaparecimentos decorrentes de acidentes
(atropelamentos, desastres), sequestros,
assassinatos, estupros seguidos de morte, mal
súbito (ataque cardíaco, epilético, amnésia),
embriaguez, uso excessivo de drogas, etc.

Nesses casos, além de uma fotografia recente, é


essencial que os clientes forneçam a maior
quantidade de informações possíveis, como:

a)      nome completo;

b)      nº Dos documentos (identidade, CPF, título


de eleitor, etc.);

c)      profissão ou atividade em que trabalhava;

d)      situação econômica;

e)      se possui imóveis e onde;

f)        se possui cartões de crédito e conta


bancária;

g)      último endereço e/ou telefone residencial


e comercial conhecido;

h)      lugares que costumava frequentar;

i)        marcas, modelos e placas de veículos;

j)        nome, telefone e/ou endereço dos pais,


parentes, amigos, namorados(as);

k)      descrição física completa;

l)        descrição psicológica e do caráter da


pessoa a ser localizada (deprimido;
extrovertido; temperamental; vícios,
principalmente drogas; desvios psicológicos,
doenças, etc.);

m)    ficha odontológica, se tiver, para eventual


reconhecimento de cadáver através da arcada
dentária;

n)      se possuía inimigos ou desafetos, etc.


É óbvio que nem sempre o cliente terá todas
essas informações. Muitas delas precisarão ser
levantadas pelo Detetive e poderão ser muito úteis
para a localização da pessoa desaparecida.

Hoje em dia são muito comuns os desaparecimentos


de pessoas pelos mais diversos motivos. Entretanto
poucas famílias têm condições de contratar um
Detetive para esses casos. A maioria registra
queixa na Polícia, publica anúncios em jornais,
cola cartazes em postes nas redondezas etc.
Normalmente com a ajuda financeira de amigos e
parentes.

Desaparecimento de pessoas idosas ou com problemas


mentais.

·         A princípio procure saber se o


desaparecido costumava andar sozinho nas ruas;

·         Se tinha amigos;

·         Se tinha problemas de relacionamento


familiar;

·         Os lugares onde costumava ir;

·         Se costumava levar consigo documentos e


telefone/endereço de casa na carteira;

·         Se levou roupas ou outros pertences;

·         Se alguém sabia para onde ia à hora do


desaparecimento;

·         Se tinha algum tipo de convulsões ou


ataques (epiléticos, desmaios,  amnésia,
agressividade súbita, etc.);

·         Se já desapareceu antes e onde foi


localizado;

·         Descrição física;


·         Descrição das roupas que usava pela
última vez em que foi visto, etc.

Inicie as buscas, levando uma fotografia


recente, por hospitais da rede pública,
delegacias, IML (Instituto Médico Legal) e
albergues da região em que o desaparecido morava e
das que costumava frequentar.

Se as buscas derem resultado negativo, faça


naquelas mesmas regiões diligências nas ruas,
sempre com a foto, interrogando sempre pessoas que
costumam trabalhar nas ruas, como Policiais
Militares, Guardas Municipais, carteiros,
entregadores e até mesmo mendigos e moradores de
rua.

Adolescentes que não mantém um bom relacionamento


familiar;

Além das mesmas providências acima procure


verificar:

·         Se a pessoa desaparecida tinha


namorado (a);

·         Se estudava, procure saber que eram


seus amigos na escola.

·         Interrogue a todos sobre o possível


paradeiro.

Também é importante levantar o perfil moral e


psicológico do desaparecido, bem como possível
envolvimento com drogas, pequenos furtos, gangs de
adolescentes, ou até mesmo de possível gravidez.

Parentes ou amigos que seus clientes conheceram há


tempos e gostariam de reencontrá-los;

Na verdade não se trata de caso de


desaparecimento, mas apenas da LOCALIZAÇÃO de
determinada pessoa que seu cliente conheceu.
Solicite a maior quantidade de informações
possíveis, como:
·         Cidades onde morou e onde
possivelmente mora;

·         Último endereço conhecido e em que


data;

·         Se era solteiro, casado (nome da


esposa), se tinha filhos;

·         Endereços e telefones de amigos ou


parentes conhecidos;

·         Atividade profissional e empresas onde


trabalhou;

·         Se possui curso superior (procurar no


Órgão da Classe), etc.

Um excelente início para essas investigações é


através da INTERNET, nos sites das Cias.
Telefônicas das cidades informadas pelo seu
cliente. Procure pelo próprio, parentes ou pelo
sobrenome, se não for um sobrenome comum.

Procure fazer contato com amigos, nas empresas


onde a pessoa a ser localizada trabalhou e com
vizinhos na última localidade onde residiu.

LOCALIZAÇÃO DE DEVEDORES

A localização de devedores é quase sempre muito


demorada.

Normalmente os devedores estão se escondendo


de seus credores, e dependendo dos valores das
dívidas, podem mudar de estado ou até mesmo sair
do país.

Isso tudo depende da natureza das dívidas, valores


e do perfil moral do devedor, que o Detetive
deverá estabelecer.

Antes de tudo, o Detetive deverá solicitar


certidões de SPC,  SERASA  e TRIBUNAL DE JUSTIÇA
para verificar o montante da dívida da pessoa a
ser localizada. Você saberá se possui cheques sem
fundos, títulos protestados, ações na justiça,
etc. Tente localizar seus credores para
intercâmbio de informações.

Quanto maior for a dívida, maior será a


dificuldade para sua localização.

Nos casos em que o devedor é uma pessoa


reconhecidamente honesta e idônea, mas devido a
problemas financeiros não conseguiu quitar as
dívidas, as chances de localização são maiores.

Ao contrário, nos casos em que o devedor não é uma


pessoa de boa índole, a dificuldade será muito
maior para sua localização.

Nunca acredite na informação de parentes, por


telefone. Procure sempre fazer diligências nos
endereços fornecidos por seu cliente e interrogar
vizinhos e amigos e colegas de trabalho. Trabalhe
de preferência disfarçado e nunca se identifique
como detetive.

Utilize todas as FONTES DE INFORMAÇÕES que já


estudamos nesta apostila, para tentar localizar o
devedor.

FONTES  DE  INFORMAÇÕES   E   MEIOS  DE 


INFORMAÇÕES

Grande parte das informações para a elaboração


do perfil pessoal de um investigado é obtida
através de FONTES PARTICULARES, como: depoimentos
de pessoas ligadas direta ou indiretamente a ele,
como parentes, vizinhos, amigos, empregadores
(atuais e antigos), funcionários ou  ex-
funcionários, colegas de trabalho, fornecedores,
clientes, locadores de imóveis, desafetos, etc.,
enfim, todos aqueles que mantêm ou mantiveram
relações pessoais ou comerciais com o investigado.

Na maioria dos casos as empresas ou pessoas


físicas que contratam os serviços de Detetives
para a elaboração de DOSSIÊS PESSOAIS, fornecem as
informações básicas para o início das diligências.

Normalmente o pedido de dossiê completo sobre


uma pessoa é solicitado por:

a)      Grandes empresas que querem contratar um


funcionário para cargo de confiança;

b)      Famílias que querem verificar os


antecedentes de namorados, noivos ou futuros
maridos de seus filhos ou filhas;

c)      Famílias de classe média e alta, que estão


contratando empregados domésticos, babás,
motoristas particulares, guarda costas, etc. que
farão parte da intimidade e terão acesso a bens
e informações pessoais daquela família;

d)      Empresas que admitem novos sócios ou


acionistas;

e)      Locadores de imóveis de luxo, etc.

Existem também outras FONTES DE INFORMAÇÕES


PÚBLICAS , muito úteis para ELABORAÇÃO DE DOSSIÊS
e LOCALIZAÇÃO DE DEVEDORES, como:

a)      SPC – Onde são fornecidas informações


sobre compras a prazo (as informações são
prestadas apenas ao próprio ou com
autorização por escrito com firma
reconhecida);

b)      SERASA – Onde são fornecidas


informações sobre emissão de cheques sem
fundos, dívidas com cartões de crédito,
bancos e financeiras, títulos protestados e
ações judiciais (as informações são
prestadas apenas ao próprio ou com
autorização por escrito com firma
reconhecida);

c)      CARTÓRIOS – Onde são fornecidas


informações sobre títulos protestados, de
diversas naturezas como duplicatas, dívidas
bancárias, cartões de crédito etc.  As
informações são prestadas a qualquer pessoa
que as solicite, através de um pedido de
certidão negativa (você precisa apenas o
nome e CPF ou CGC do investigado e o
pagamento de uma pequena taxa.  Também
existem os cartórios onde são feitos os
registros de imóveis (RGI) onde você também
poderá solicitar uma certidão para verificar
se o investigado possui imóveis em seu nome;

d)      TRIBUNAIS DE JUSTIÇA – procure o fórum


da região onde está domiciliado o
investigado. Qualquer pessoa pode solicitar
uma certidão, basta ter o nome do
investigado. Verifique também as Varas
Criminais e veja se o investigado já se
envolveu em delitos. Em algumas cidades do
Brasil, essas informações podem ser obtidas
até mesmo pela Internet.

e)      DETRANS – Você pode saber se o


investigado possuir veículos em seu nome.
Para isso só precisa do CPF dele. Entretanto
a maioria dos Detrans só fornece essa
informação com ORDEM JUDICIAL.  A maioria
dos “despachantes” possui conhecimento
dentro daqueles órgãos e poderão obter essas
informações para o Detetive de maneira
rápida, a um custo razoável.

Para obtenção de informações no SPC e SERASA o


Detetive poderá se utilizar de outros meios para
obter as informações sigilosas daqueles órgãos.
Sugerimos que o mesmo faça amizade com alguém que
trabalhe com análise de crédito (normalmente em
lojas que oferecem crediários e tem acesso direto
àqueles  órgãos) e ofereça uma pequena quantia
para que o mesmo faça a checagem do investigado.
A  ELETRÔNICA  NAS  INVESTIGAÇÕES

De acordo com as leis vigentes do país, o uso


de aparelhos de espionagem e contra-espionagem
(principalmente escutas telefônicas) constitui
crime. Mas de qualquer forma, vamos, não ensinar
como se fabrica mas como, quando e onde
normalmente são utilizados estes aparelhos.

Apesar de a utilização de tais aparelhos


requerer um investimento vultoso e exigir técnica
para utilizá-los, existem várias organizações
policiais, comerciais, industriais, embaixadas e
Detetives Particulares que os utilizam, alguns com
fins de espionar e outros com o fim de contra-
espionar.

Imagine essa cena:  Em uma sala de conferências de


uma grande empresa produtora de aparelhos
eletrônicos, os diretores da firma estão
discutindo os planos do mercado com vários
engenheiros chefes, sem saberem que em um ramo de
flores colocados em uma mesa auxiliar, está
ocultando um minúsculo microfone e um transmissor
de FM, os quais são ocultados engenhosamente no
talo de umas as flores.

Estacionado na rua, em frente ao edifício, se


encontra um veículo que parece pertencer à uma
oficina de consertos de televisores. Mas no
veículo é instalada uma antena telescópica que é
ligada a um receptor de FM muito sensível, que se
encontra na parte traseira do mesmo.

Em seu posto de controle do receptor, pode-se


ver um homem sentado usando avental igual à dos
reparadores de televisores. Sem dúvida alguma este
homem está praticando um dos passatempos mais
populares da atualidade, a espionagem industrial.

VARIEDADE DE USOS:
Os maiores  usuários de equipamentos de
vigilância são as agências governamentais e
corporações policiais. As empresas comerciais e os
detetives particulares utilizam estes equipamentos
em pequena escala. É muito comum as empresas
contratarem detetives particulares para obterem
informações valiosas para seus negócios, sem citar
as empresas que compram tais equipamentos e
realizam seus próprios serviços de vigilâncias.

Felizmente, já existem maneiras de ganhar o


jogo contra os espiões industriais. Hoje já se
encontram à venda no mercado, dispositivos
detectores de microfones ocultos, que também se
utilizam de receptores para verificar se existem
ondas de rádio originárias do local  “varrido”.

Também existem os emissores de sinal branco,


que, quando instalados em um ambiente, impedem a
escuta e a transmissão de sinais de rádio dentro
daquele local.

As escutas, de que tanto se falam,  constam de


um microfone ultraminiatura muito sensível, um
transmissor de FM de micro potência e uma pilha.
Quase sempre é bem pequeno, para ser oculto com
facilidade. O seu alcance varia desde alguns
metros a várias centenas de metros. Os receptores
para o conjunto são geralmente rádios portáteis
transistorizados de FM, modificados. Assim o
receptor não chama a atenção, pois parece um rádio
portátil comum.

Também existem os aparelhos de escutas


telefônicas, mais conhecidos como “grampos”
utilizados ilegalmente inclusive por alguns
Detetives e outras pessoas conhecidas como
“arapongas” . Esses aparelhos normalmente são
micro-gravadores (utilizam fitas microcassete) com
um pequeno dispositivo ligado aos fios telefônicos
que o acionam sempre que o telefone grampeado é
tirado do gancho.  Hoje também já existem no
mercado aparelhos antigrampo que verificam se uma
linha telefônica está grampeada.
IMPORTANTE:  Lembre-se que escuta telefônica
clandestina É CRIME. Você só poderá utilizar
escuta telefônica quando o telefone a ser
grampeado PERTENCER AO SEU CLIENTE ou outra pessoa
que seja proprietária da linha AUTORIZE POR
ESCRITO COM FIRMA RECONHECIDA EM CARTÓRIO, a
acoplagem do equipamento na linha.

Outro caso seria através de ordem judicial,


mas nesse caso os grampos são feitos por POLICIAIS
CIVIS OU FEDERAIS.

No mercado de aparelhos eletrônicos para


monitoração visual (micro-câmeras), existem muitos
itens dos mais variados tamanhos e alcances,
entretanto seus preços são inacessíveis para a
maioria dos detetives no Brasil, inclusive a
importação ou a utilização de muitos não é
permitida pelas leis vigentes, sendo a maioria dos
equipamentos contrabandeada de outros países,
principalmente de Israel e Japão. Isso faz com que
seus preços em dólar, sejam até cinco vezes
maiores no Brasil, em relação com o país
fabricante.

Existem até mesmo aparelhos de criptografia


celular, que podem interceptar e gravar ligações
de celulares analógicos e até mesmo digitais. A
simples posse de um aparelho como esse (que pode
custar entre US$ 6,000 e US$ 10,000) já se
constitui crime segundo nossas leis.

Você aprenderá mais sobre o uso da eletrônica


no capítulo sobre Espionagem e Contraespionagem
técnica, mais adiante.
CONHECIMENTOS BÁSICOS DE ARMAMENTOS

ARMAS  DE  FOGO

ARMA é todo instrumento destinado ao ataque e


defesa. ARMA DE FOGO é engenho destinado a lançar
um projétil no espaço, por meio de uma força de
propulsão. Armas de fogo são classificadas pelos
seguintes critérios: dimensões, funcionamento,
modo de carregamento, modo de percussão e calibre.

DIMENSÕES:

Sob este aspecto, as armas de fogo podem ser


portáteis ou não portáteis.

a) Armas Portáteis -    são aquelas que podem ser


transportadas e acionadas por uma única pessoa.

EX.: revólver, fuzil, etc.

b) Armas não portáteis -   são as que não podem


ser transportadas ou acionadas   por uma pessoa.

EX.: peça de artilharia, metralhadora pesada,


fuzil-metralhadora.

FUNCIONAMENTO:

Quanto ao funcionamento, as armas podem ser


automáticas, semi-automáticas, de repetição.

a) Automáticas -   são aquelas que tem o


funcionamento e o disparo  automáticos.

EX: metralhadora, fuzil.


b) Semiautomáticas -   são as que tem o
funcionamento automático, porém é  manual.

EX: revólver, pistola.

c) Repetição -   são armas que exigem manejo


completo para cada disparo.

EX: garrucha, fuzil ordinário (mauser).

MODO DE CARREGAR:

Quanto ao modo de carregar, as armas podem ser de:


ante carga ou de retro carga.

Ante carga -   são as armas que recebem a munição


pela boca, isto é, pela parte anterior do
cano.      Pertencem a este tipo, algumas
espingardas de  caça.

Retro carga – são as armas que possuem


compartimentos para munição, como tambor e pente.
São armas como revólveres, pistolas etc.

MODO DE PERCUSSÃO:

Quanto ao modo de percussão, as armas podem ser


pederneira, de espoleta, de percussão direta no
cartucho.

a) Pederneira - foi o sistema empregado nos


primeiros tipos de armas de fogo. Hoje, está
completamente abolido.

b) Espoleta - a pederneira foi substituída, em


muitas armas, pela espoleta.

Estas armas receberam a denominação de “armas


de ouvido” porque a espoleta (contendo uma
carga de fulminato de mercúrio) era colocada
na parte superior de um canal que se
comunicava com o fundo de cano, onde se
encontrava a carga de pólvora. A espoleta
explodia ao choque do “cão”, produzindo a
ignição da pólvora. Ainda existem algumas
espingardas de caça deste tipo.

c) Percussão - direta do cartucho. Com o


aparecimento das armas providas de percussor,
iniciou-se uma nova fase no sistema de  disparo.

Estas armas são de 3 tipos: central,  circular  e


Lafucheux.

Na percussão central, a ponta do percussor fere o


centro do fundo do estojo.

Na percussão circular, a ponta do percussor fere o


fundo do estojo fora do centro.

Para as armas do sistema Lafucheux , a munição é


provida de um pino, na base do qual se encontrava
a carga de “fulminato de mercúrio”, o pino recebia
o choque do “cão”, produzindo-se assim o disparo.
Este sistema já foi abolido.

CALIBRE:

Calibre  é o diâmetro interno do cano, tomando a


boca da arma . O calibre pode ser nominal ou real.

a) Calibre Nominal -   é a espécie de convenção da


fábrica, para identificar o tipo de arma. As armas
de fabricação inglesa tem o calibre nominal em
milésimos de polegadas. EX: 320.

As armas de fabricação norte-americana, tem o


calibre em centésimo de polegadas. EX: 32

As armas de fabricação belga, alemã, francesa, tem


o calibre nominal em milímetros. EX: 7 mm,  7,65
mm,  9 mm,  etc...

b) Calibre Real -   é a medida exata do diâmetro


interno do cano. É tomado na boca da arma, entre
dois cheios com auxílio do “paquímetro”.
O calibre das armas de caça é dado pelo número de
balins esféricos do diâmetro real do cano,
contidos numa fibra (peso). EX: 16, 20, etc...

MUNIÇÃO:

As munições de armas de fogo é constituída pelos


seguintes elementos: estojo, espoleta, carga,
projétil, eventualmente bucha.

Estojo -   tem a finalidade de reunir todos os


elementos que formam a munição.

Normalmente é feito de metal. Para as armas de


caça de retro carga, usa-se estojo de papelão ou
de matéria sintética, montado em fundo de metal.

Espoleta -   é um pequeno invólucro de metal


contendo uma carga de fulminato de mercúrio, que
explode ao receber o choque da ponta do percussor,
produzindo uma fagulha que vai incandescer a
pólvora, o que determina o disparo.

Carga -   é constituída pela quantidade de


pólvora, contida na munição. Há dois tipos de
pólvora: negra  e  branca.

a)  Pólvora Negra -   (ou com fumaça) é


constituída de uma mistura de enxofre, salitre,
carvão.

b)  Pólvora Branca -   (ou sem fumaça) é


constituída, fundamentalmente de: nitroglicerina,
nitrocelulose, ou algodão pólvora. A qualidade
desta pólvora é melhorada pelo acréscimo de
picratos e bicrometos.

Projétil -   é a parte destinada a atingir o alvo.


O projétil é estudado sob os seguintes aspectos:
material de que é feito, forma da ponta,
constituição.

Material -   o projétil é feito de chumbo puro, 


de chumbo revestido de aço ou mailechort; este
revestimento recebe o nome de camisa ou de
blindagem e tem a finalidade de aumentar o poder
de penetração do projétil.

Forma de Ponta -   o projétil pode ser:


pontiagudo, ogival, tronco-crônico, ou semi-
estático.

Constituição -   o projétil pode ser “simples” ou


múltiplo. Projétil Simples: é composto por uma
única peça. Projétil Múltiplo: é o constituído de
duas ou mais peças. EX: grãos de chumbo das armas
de caça,  “Dundum”.

Bucha -   é empregada em alguns tipos de armas de


caça de retro carga ou de ante carga. Nas armas de
retro carga é utilizado o estojo de papelão ou de
matéria sintética, montado em fundo de metal. O
estojo é preparado da seguinte maneira: coloca-se
uma carga de pólvora, uma bucha, uma carga de
chumbo, outra bucha. As buchas tem a finalidade de
conterem e comprimirem as cargas de pólvora e de
chumbo. Nas espingardas de ante carga,
naturalmente, não se pode usar estojo; coloca-se,
no próprio cano que é fechado no fundo, uma carga
de pólvora , uma bucha, uma carga de chumbo, outra
bucha: as buchas são colocadas com a mesma
finalidade acima referida.

A  FOTOGRAFIA  NA  INVESTIGAÇÃO

A utilidade da fotografia nas investigações é


de suma importância, tanto na procura de pessoas
desaparecidas, como também na confirmação e
comprovação de atos suspeitos ou ilícitos, e ainda
como elementos de provas circunstanciais.
Além das câmeras fotográficas comuns, a mais
utilizada nas investigações são as micro câmeras,
principalmente a conhecida por MINOX, que além de
eficiente, é uma das menores micros câmeras
encontrada no mercado. Pode ser usada em qualquer
ambiente, sem ser notada, tanto à luz quanto à
sombra.

Na área de câmeras ocultas destaca-se uma


pequena micro câmera digital, EM FORMA DE CANETA,
que é colocada no bolso da camisa e disparada por
controle manual sem que ninguém perceba. Depois as
fotos são descarregadas em um computador.

Existem dezenas de equipamentos eletrônicos


destinados a espionagem e  contraespionagem muito
úteis para os Detetives. Você poderá encontra-los
facilmente pela INTERNET.

Para o uso convencional você pode adquirir uma


câmera com lentes intercambiáveis (que podem ser
trocadas de acordo com suas necessidades).

É de suma importância uma lente de aproximação


(ZOOM) para fotografia feita à distância. Para
fotografias feitas a noite ou em locais com pouca
iluminação, ou ainda que utilize uma lente ZOOM
potente, utilize um filme sensível (ISO/ASA 600 ou
800), pois você NÃO PODERÁ USAR O FLASH para não
chamar a atenção.

Atualmente é melhor utilizar FILMADORAS  tipo


SVHS (fita pequena) com zoom de pelo menos 18X e
LUX de pelo menos 0,5 (quanto menor o LUX maior a
capacidade de filmar no escuro).

Também é interessante que a filmadora possua


controle remoto para ser acionada a pequena
distância (você pode colocar a filmadora dentro de
uma pequena caixa ou bolsa, deixando um orifício
para a lente e acioná-la sem precisar abrir).

Imagine que você precisa filmar um casal aos


beijos e abraços em um restaurante à luz de velas.
Você simplesmente ocultará a máquina em uma caixa
ou bolsa, deixando um orifício para a lente,
sentará próxima ao casal que será filmado,
apontará a lente da câmera oculta para a mesa a
ser filmada e poderá controlar todo o
funcionamento dela por controle remoto. Tudo isso
sem chamar a atenção.

Na maioria dos casos você precisará utilizar a


FOTOGRAFIA ou a FILMAGEM, não só para documentar
um FLAGRANTE ou o ANDAMENTO DAS INVESTIGAÇÕES, mas
também, eventualmente,  para uma prestação de
contas ao seu cliente.

C A M P A N A

A  CAMPANA FIXA

“Campana” é expressão de gíria que significa


observação discreta nas imediações de algum lugar,
para conhecer os movimentos de pessoa ou pessoas,
ou para fiscalizar a chegada ou aparecimento de
alguém. Significa ainda, o seguimento de alguém,
de modo discreto, para conhecer seus movimentos e
ligações.

A campana é empregada por Detetives


Particulares, Policiais e também por Criminosos.
Os ladrões e sequestradores lançam mão do primeiro
tipo de campana – vigilância de locais – ou fixa,
para conhecer os hábitos e movimentos dos
moradores do local onde pretendem operar, e,
ainda, para evitar surpresas por parte de
moradores ou policiais, durante a ação. É tão
típica esta última maneira de proceder, que o
meliante   que fica na vigilância recebe a
designação de “a campana”.   Por isso, durante uma
campana o Detetive deve tomar o especial cuidado
para não chamar a atenção e não ser muito notado.
Existe a possibilidade de moradores ou
comerciantes locais o confundirem com um criminoso
e chamarem a polícia para intervir.
A campana pode servir para   localização de
pessoas,  para prisão de criminosos, para flagrar
um esposo ou esposa infiel, para se conhecer a
ligação e movimentação de pessoas,  para se
observar reunião de pessoas, para se evitar a
prática de crimes e de um modo geral, para
obtenção de provas para solução de uma
investigação. O emprego da campana exige
habilidade de quem a executa.

Na  CAMPANA FIXA, o Detetive Particular não


deve deixar ser notado e se expor o mínimo
possível. Para isso, deve procurar esconderijos ou
cuidar de se confundir como o ambiente. Para esse
último fim, deve lançar mão de recursos diversos
como:

a)      Disfarces, como o de mendigo ou


bêbado;

b)      Colocar uma pequena barraquinha de


camelô próximo ao local a ser observado
(verifique antes se o local não é
fiscalizado pela prefeitura, para evitar
confrontos com fiscais e chamar a atenção de
terceiros);

c)      Utilizar veículo com filme nos vidros


para não ser visto por fora;

d)      Utilizar uma assistente quando fizer


campana noturna e fingir que estão namorando
(verifique antes se o local possui altos
índices de roubos e assaltos a veículos para
não ser surpreendido por um ladrão de
carros, e fique bastante atento com a
movimentação das pessoas ao redor).

Quanto mais deserta ou pouco movimentada for a


área em que se encontra o alvo a ser observado
MAIOR a dificuldade da campana fixa.

Dois dos meios para se obter melhores


resultados em campanas fixas, é o de realizar a
observação e dentro de um automóvel ou do interior
de prédios fronteiriços ao que for objeto da
atenção. Cuidados naturalmente devem ser tomados
pelo Detetive Particular, para que não seja
descoberto ou para que indiscrição de terceiros
não ponha o trabalho a perder. Quando a campana é
realizada do interior de prédios ou veículos um
pouco distantes do local, binóculos,  filmadoras
ou máquinas fotográficas com zoom poderão ser
magníficos auxiliares.

Se nas imediações do local a ser “campanado”


existir algum bar ou mesmo outro estabelecimento
comercial, deve o detetive fazer amizade com o
proprietário ou frequentadores e discretamente,
continuar sua vigilância, de dentro do
estabelecimento.

Durante uma campana NUNCA DESVIE A ATENÇÃO DO


ALVO, pois em apenas alguns segundos o campanado
pode entrar ou sair do local sem ser visto pelo
Detetive. É muito cansativo, por exemplo, você
ficar horas esperando um suspeito chegar  ou sair
de  casa ou do trabalho, por isso posicione-se
sempre de modo a minimizar eventuais distrações e
sempre que possível utilize o apoio de um
auxiliar.

IMPORTANTE:  A grande maioria dos Policiais Civis


e Militares NÃO GOSTA dos Detetives Particulares,
não ajudam em nada e se puderem ainda atrapalham. 
Caso você seja abordado por policiais civis ou
militares, e dependendo do tipo do caso onde está
sendo feita a campana, NÃO SE IDENTIFIQUE COMO
DETETIVE PARTICULAR, pois poderá colocar tudo a
perder no caso de os policiais ou vizinhos 
conhecerem a pessoa que está sendo investigada.
Caso a abordagem aconteça já tenha uma boa
desculpa previamente pensada (lembre-se que a
Constituição dá ao cidadão o direito de ir e vir
em qualquer lugar do nosso país. Ninguém pode ser
preso ou detido por simplesmente estar parado em
algum lugar e isso não configura a chamada
“atitude suspeita” que costuma ser alegada pelos
policiais). É muito importante que você conheça
seus direitos e também é importante o Detetive não
ter antecedentes criminais.

A   CAMPANA   MÓVEL

A CAMPANA MÓVEL pode ser feita a pé,  em


veículo,  ou pelos dois meios quando as
circunstâncias o exigirem. Para a campana móvel a
pé, o detetive deve ter cuidados especiais na hora
de seguir o investigado, tais como:

a)      uso de trajes que não chamem a atenção,


com cores neutras durante o dia  e escuras à
noite;

b)      modificações na aparência geral enquanto


segue o suspeito, tais como a tirada de blusa
(use uma camisa de botão por cima de uma blusa
de malha) ou paletó, boné e óculos escuros;

c)      Manter distância segura para não ser


visto pelo investigado, tomando o cuidado de
não perdê-lo de vista na multidão.

d)      Mantenha sempre o suspeito em sua mira e


não dê atenção a nada que se passe ao redor e
que não lhe diga respeito;

e)      No caso da ajuda de um auxiliar utilize


rádio tipo walkie-talkie e fone de   ouvido
para não serem notados.

A campana móvel pode ser executada por um ou


mais detetives. Quando se utiliza um auxiliar a
obtenção do sucesso é mais garantida. FIQUE
ATENTO, pois normalmente quando o investigado
desconfia que esteja sendo seguido pode utilizar
algumas manobras como:

a) Parada repentina;

b) Volta repentina e passar a andar no sentido


oposto ao que ia;
c)      Fingir que está olhando vitrines e
aproveitá-las como espelho (você também pode
se utilizar desse recurso para não chamar a
atenção);

d) Parar ao dobrar uma esquina,  para ver se


alguém virá na mesma  direção;

e) Entrar pela porta da frente e um edifício


ou loja e sair por outra (procure se certificar
se a loja ou prédio que o investigado entrou
possui apenas uma saída, nesse caso espere do
lado de fora até que ele saia);

f) Entrar em veículos, como táxis e ônibus, e


descer logo adiante;

g)      Fingir que está amarrando os cordões


dos sapatos, para olhar para os lados ou
para traz;

h) Entrar em becos ou ruas sem saída;

h)      Dar voltas inteiras em quarteirões e


voltar para o mesmo       lugar;

j)        Modificar,  repetidas vezes a


velocidade no andar, diminuindo ou
aumentando o passo;

k) Deixar cair qualquer coisa, para ver se


alguém a apanha;

l) Entrar em casa de espetáculos e sair logo


depois;

m)  Em ponto de tomada de veículos, ficar para


o fim da fila;

n)      Queixar-se a policiais de rua,


alegando estar sendo seguido, para que os
seguidores sejam parados, pelo menos por
algum tempo;
o)      Entrar em veículos coletivos, quando
estes já estão saindo;

p)      No caso de trens ou metrô, quando


parados em uma estação, ficar próximo a
porta e sair repentinamente quando elas
estão fechando.

IMPORTANTE: Se o investigado agir de uma ou mais


formas acima é porque ele pode ter percebido que
está sendo seguido. É muito importante que você
saiba se o investigado costuma andar armado (se é
ou foi militar ou policial), pois ele poderá
pensar tratar-se de tentativa de assalto e tentará
“tirar satisfações” com você.  O Detetive nunca
deve deixar que o investigado lhe observe ou
dirija a palavra, pois depois será facilmente
reconhecido por ele nas próximas diligências e
poderá ter perdido o caso. Por isso se você tiver
certeza que o investigado sabe que está sendo
seguido DESISTA do acompanhamento e tente em outro
dia.

A   CAMPANA  COM   AUTOMÓVEIS

A campana para seguir pessoas, quando em


veículos motorizados é geralmente mais difícil do
que a pé. As condições  de trânsito influem,
naturalmente na realização de campanas
motorizadas, facilitando-as ou dificultando-as. É
claro que seguir um automóvel, por ruas ou
estradas de pouco movimento ou, ao contrário, em
vias congestionadas ou de tráfego intenso, não é
tarefa fácil.

As campanas com o uso de veículos podem ser


realizadas com um, dois, três ou mais carros. A
utilização de pelo menos uma motocicleta pode ser
fundamental para o sucesso da campana em local de
tráfego intenso.  Lembre-se que todos deverão
estar com equipamentos de comunicação (nesses
casos compre bons equipamentos com alcance de pelo
menos 3 km )
Com apenas com um carro, o problema será o de
acompanhar o seguido sem que ele perceba. Algumas
técnicas importantes são:

a)      Em estradas de pouco movimento procure


ficar a uma boa distância do investigado;

b)      Em locais de transito intenso, procure


posicionar-se atrás de outros veículos
sempre que possível, tomando o cuidado de
não perdê-lo de vista;

c)      Tome o cuidado de não permitir que


mais de  dois veículos se posicionem entre
você e o seguido para não perdê-lo de vista
ou ficar em um sinal vermelho;

d)      Fique sempre atento quando o


investigado estiver chegando em sinais de
trânsito;

e)      Se o investigado avançar sinais de


trânsito, fizer ultrapassagens perigosas ou
manobras imprudentes, NÃO AS REPITA, sob
risco de colocar sua vida e a de outros em
perigo. Caso o investigado cometa tais
atitudes pode significar que o mesmo já
desconfiou que está sendo seguido. Nesse
caso não insista.

Com dois ou três carros, e sempre que


possível  conte com o auxílio de uma moto onde
haja transito intenso, você poderá modificar as
posições dos veículos, de modo que o seguido ao
olhar no retrovisor veja sempre um veículo
diferente. Como já explicamos antes, com o uso de
rádio, melhores ainda serão as condições para
sucesso dos trabalhos.

Durante o dia procure utilizar veículos


básicos, com modelos e cores que não chamem a
atenção.

Os Detetives Particulares, para não perderem


de vista os carros seguidos, podem lançar mão de
alguns recursos, valiosos, principalmente à noite,
tais como quebrarem um dos vidros vermelhos de
luzes traseiras ou passarem uma camada de massa ou
tinta fosforescente (a venda em lojas de tintas)
na parte de traz dos carros a serem seguidos.

Da mesma forma que, ‘a noite, é mais difícil


identificar o carro a ser seguido, também é
igualmente mais difícil que o motorista seguido
identifique o carro do Detetive, que deve sempre
alternar a aparência do seu carro, ora acendendo
os faróis altos, ora os baixos, ora utilizando
somente as lanternas ou apagando completamente as
luzes do carro. Se possível instale duas pequenas
lanternas ou dois faróis de milha no para-choque
dianteiro do seu carro, de modo que seu
acendimento seja independente. Isso ajudará a
mudar a aparência do seu carro no retrovisor do
motorista investigado. Outro recurso válido é
instalar apenas um farol de milha no meio do para
choque. Durante uma campana apague as lanternas e
faróis e acenda somente o farol de milha. O
motorista seguido pensará que agora é uma MOTO que
está logo atrás. Lembre-se que ao alternar a
aparência das luzes do veículo, faça-o sem que o
motorista da frente veja. Pode fazê-lo em um
sinal,  quando estiver parado atrás de outro
veículo ou antes de dobrar em uma esquina, logo
após se certificar que o motorista seguido não o
viu.
A  ESPIONAGEM

Vamos dar apenas alguns aspectos básicos sobre


esse assunto, uma vez que dificilmente o Detetive
terá envolvimento com casos dessa natureza.

As origens de espionagem são remotas,


utilizada especialmente em época de guerra,
constitui, em todos os tempos, forma de obter
vantagem sobre o inimigo. Os hebreus, de há muito
tempo, já a utilizavam.

Encontramos nas Sagradas Escrituras, no livro


de Josué, no Capítulo 2, o próprio Josué,
organizando um serviço secreto de espionagem
contra a Cidade de Jericó, onde mandou dois
agentes secretos para aquela cidade fazerem
levantamento das defesas militares do local.

Encontramos também na Ilíada de Homero, a


história de Tróia, quando os gregos, não
conseguindo penetrar naquela cidade, ali deixaram
um “presente” O CAVALO DE TRÓIA, que nada mais era
do que um serviço secreto de espionagem, camuflado
naquela obra fantástica de espionagem, na barriga
do cavalo, que pela sua aparência artística,
seduziu os troianos a recolhê-lo como troféu de
guerra, levando-os a capturarem de maneira
ridícula, pela inteligência dos serviços secretos
dos gregos.

A realidade é que, a história dos serviços


secretos que utilizam a espionagem, se perde na
noite dos tempos. Pode ser inspirada por idealismo
ou por interesses venais e mercenários.

ESPIONAGEM INTERNACIONAL

Constitui crime contra a segurança de Estado,


punida sempre com o maior rigor pelos países
atingidos, em tempo de paz ou de guerra, não
obstante ser considerada lícita durante as
guerras, de acordo com o Direito Internacional –
Regulamento de Haia data de 18 de outubro de 1907,
o que não livra os espiões ou agentes secretos,
quando apanhados, de julgamento e punição perante
os tribunais dos respectivos países e mesmo até à
pena de morte.

Os serviços diplomáticos, se de um lado veio


estreitar as relações internacionais, de outro
serve, frequentemente, para acobertar espionagem,
feitas por agentes especializados, que recebem
longo e cuidadoso preparo, a fim de estarem em
condições de agirem com inteligência, arrojo,
discrição e astúcia. Com o intuito de
contrabalançar esses problemas, quase todos os
países do mundo mantêm agentes secretos de
contraespionagem e só permitem acesso a certos
locais ou serviços considerados de importância
estratégica para a defesa nacional, mediante
rígido controle.

Como nos Estados Unidos, que possuem a CIA


como berço da espionagem mundial, no Brasil também
temos nossa agência, que é a ABIN – Agência
Brasileira de Inteligência, com sede em Brasília. 
Este órgão veio substituir o extinto SNI, muito
atuante na época da ditadura militar.

ESPIONAGEM E CONTRAESPIONAGEM TÉCNICA

Diferentemente da Espionagem Clássica, que utiliza


seres humanos para conseguir informações, a
ESPIONAGEM TÉCNICA emprega dispositivos especiais
que; quando profissionalmente instalados e
manipulados tornam-se poderosos aliados na
obtenção de informações. Infelizmente para o
espião e felizmente para o Agente de
Contraespionagem, a grande maioria destes
dispositivos, mesmos os importados de países
tecnologicamente desenvolvidos, são produtos de
BAIXA QUALIDADE, tanto no que diz respeito ao seu
projeto puramente técnico, até sua montagem
propriamente dita, apesar de estarem envoltos em
complexas siglas, que para o operador iniciante
subentende-se como "ESCUTAS PROFISSIONAIS".
Esta matéria foi desenvolvida para auxiliar você,
futuro Detetive, decidido a desenvolver seu
CONHECIMENTO BÁSICO neste setor. Existe algo que,
praticamente quase todos nesse setor desconhecem:
Tais dispositivos somente serão eficazes quando
forem designados e projetados para seus fins
específicos. Exemplo pela quais agências de
inteligência do mundo inteiro desenvolvem suas
próprias escutas clandestinas, pois sabem quando,
onde e como utiliza-las. Torna-se óbvio que
aparelhos vendidos indiscriminadamente e sob
produções massivas jamais podem intitular-se
"Profissionais", uma vez que utilizam esquemas
idênticos, frequências conhecidas e técnicas
comuns.

Na prática os equipamentos clandestinos não se


restringem somente ao uso de Microtransmissores e
Gravadores, como usualmente nos limitamos a
observar. Compõem-se dentro de uma vasta gama de
circuitos engenhosos: Equipamentos Infravermelhos,
Ultravioleta, Laser, Ultrassom, Corrente Portadora
(Telefone ou Rede), Emissão Secundária, Salas
Quentes, Amplificadores Parabólicos de Som, etc.
Além de poderem estar codificados, comprimidos ou
pulsados!

Os DISPOSITIVOS CLANDESTINOS são classificados


primariamente na Contraespionagem conforme seus
aspectos físicos e de irradiação, sendo:

1- Bugs Acústicos

2- Bugs Ultrassônicos

3- RF Bugs (Rádio- Frequência)

4- Bugs Óticos

5- Bugs Híbridos

Também são classificados RF Bugs  em NÍVEIS DE


SEGURANÇA. Estes, sendo de muito maior importância
na Contraespionagem, pois dependendo do nível em
que se encontra o dispositivo clandestino,
consegue-se identificar a especialização do
indivíduo que o introduziu, podendo-se ter ideia
dos riscos que a vítima estabeleceu!

NÍVEIS DE SEGURANÇA

NÍVEL 1 --     Transmissores de BAIXA QUALIDADE,


com potências acima de 50 mW, métodos de modulação
comum, como AM, FM e de construção rudimentar,
FACILMENTE RASTREÁVEIS. Exemplos destes são
geralmente encontrados em anúncios de revistas,
Spy Shops e de construção amadora.

NÍVEL 2 --     Bugs também de BAIXA QUALIDADE, mas


de construção massiva por empresas.  Podem
utilizar modulação AM, FM, OC, SSB, com
frequências limite em torno de 1 GHz (1000 MHz).
São facilmente encontrados em Spy Shops e Agencias
de Investigações, bem como  FACILMENTE RASTREÁVEIS
nas varreduras de Contraespionagem.

NÍVEL 3 --     Bugs de MÉDIA OU ALTA QUALIDADE,


sendo o que os diferencia são os aspectos
técnicos, podendo serem manufaturados ou
industrializados em pequena escala. Utiliza
métodos de modulações diferenciados como NFM, WFM,
FSK, PULSO, CPM, etc... ; além de emitir potências
menores que 20 mW e incluir frequências até 3 GHz,
com intuito de DIFICULTAR SEU RASTREAMENTO por
"Scanners" e "Sweepers" comuns.

NÍVEL 4 --     Nível AVANÇADO em se tratando de


Bugs, pois utiliza-se de frequências acima de 3
GHz (até 40 GHz) e potências menores que 5 mW,
além de operarem com métodos de modulação "não
comerciais", como BPSK, DS/SS e QAM multi-megabit,
podendo ainda estarem codificados (Scramblers) ou
comprimidos em espaço de tempo (Dwell time).
Técnicos ou Detetives sem equipamentos de ALTA
PERFORMACE e profundos conhecimentos neste nível,
JAMAIS encontrarão ou anularão tais dispositivos
na Contraespionagem!
NÍVEL 5 --     Nível "State of the Art",
desenvolvido por Agências de Inteligência de
países desenvolvidos para uso próprio. Costumam
ser DISPOSITIVOS COMPLEXOS apesar de INCRIVELMENTE
PEQUENOS. Trabalham com largura de Banda (BW) de
500 a 800 MHz, frequências de 40 a 325 GHz e
métodos de modulação "não comerciais", podendo até
mesmo serem desconhecidos no mundo técnico das
Agências de Detetives Especializadas. Como as
potências de irradiação não ultrapassam 1mW,
nessas frequências, torna-se praticamente
IMPOSSÍVEL SUA DETECÇÃO sem  Analisadores de
Espectro de altíssima velocidade e sensibilidade,
cujos valores de mercado ultrapassam US$ 50,000.00
e ainda  necessitam de calibração anual.

Estes 5 NÍVEIS DE SEGURANÇA, são considerados na


Contraespionagem como BÁSICOS PARA CLASSIFICAÇÃO
DE DISPOSITIVOS CLANDESTINOS podendo contudo,
haver situações em que caberá ao Detetive
especialista em  determinar o nível de certo
dispositivo, pois poderá haver características
paradoxais de diversos níveis implantados nele.

Ainda nesse contexto gostaríamos de afirmar


que não devemos nos iludir com qualquer que seja o
dispositivo quanto ao seu nível de segurança. Um
simples dispositivo de Emissão Secundária, por
exemplo, baseando-se em sua construção, se limita
ao Nível 1, mas, na frequencia, potência e
localização certa, nas mãos de um especialista, se
torna tão profundamente prejudicial quanto ao
Nível 5 .

Outra observação importante em relação aos


respectivos níveis de segurança, que poderá causar
espanto aos iniciantes, está em suas POTÊNCIAS
IRRADIANTES, sendo proporcionalmente menor a cada
nível superior, quando muitos pensavam o
contrário, justamente para se obter maior alcance.
Isso se deve ao fato de que na Contra-Espionagem
se torna muito fácil interceptar qualquer sinal
acima de 20 mW com equipamentos convencionais de
rastreio!
Mas, afinal, o que devemos fazer quando
suspeitarmos de GRAMPOS, ESCUTAS OU INTERCEPTAÇÕES
na empresa ou residência do nosso cliente?

PASSE AO SEU CLIENTE AS SEGUINTES INSTRUÇÕES:

1 – FAZER DE CONTA QUE NÃO SABE DA ESCUTA  , pois


uma mudança brusca de comportamento poderá expor
seu cliente junto ao espião, tanto para o
descobrimento da escuta, quanto a possíveis
ataques anônimos (chantagens);

2 - Não discutir mais assuntos de importância no


ambiente, ou ao telefone, e não fazer sinais
visuais, pois ele também pode estar sendo filmado;

3 - Não comentar sobre esta suspeita a nenhum


funcionário ou amigo próximo, pois embora aquelas
pessoas possam parecer de total confiança, seu
cliente não saberá de seu comportamento a partir
daquele momento, nem se foram eles que implantaram
o dispositivo;

4 – Se você não estiver tecnicamente habilitado,


ajude seu cliente a consultar um ESPECIALISTA em
Contraespionagem, mas tenha em mente que no Brasil
inteiro existem muito poucos deles e o custo de
seus trabalhos são bem elevados;

5 - Na consulta, JAMAIS  utilizem telefone ou E-


mail próximos a área suspeita, procure um Orelhão
distante ou Cabines de Internet em Shoppings
Centers, e não esqueça de deletá-los após serem
enviados;

6 - Caso encontrem uma Agência de Investigações


com essa especialidade, procurem conhecer o
especialista, verifique se o mesmo possui
Equipamentos Profissionais e conhecimento profundo
na área. (Eletrônica e Telecomunicações) Procurem
fornecer o mínimo de informações a ele antes de um
possível acordo;

7- Sejam discretos em todos os contatos;


8 - Não contatem a Operadora Telefônica pois eles
não saberão o que fazer e se limitarão apenas a
retirar os grampos;

9 - Não contatem a Polícia imediatamente, pois os


poucos especialistas estão na Polícia Federal.
Detetives e Peritos das Polícias Civis jamais
descobrirão sua origem;

10 – NÃO CONTATE AGÊNCIAS DE CONTRA-ESPIONAGEM


LOCAIS pois eles mesmos podem ter grampeado seu
cliente. Contate se possível, agências localizadas
em outro estado;

11 – Tomar cuidado com o que se fala ao Celular e


Telefones sem fio , pois podem ser facilmente
interceptados;

12 - Acompanhe o serviço de perto, senão seu


cliente, poderá perder dinheiro e não ter sua
segurança restabelecida.

Em resumo, podemos esclarecer que o SUCESSO de uma


escuta clandestina se deve principalmente as suas
características, sua construção e perfeita
instalação, facilitada com a maioria INEFICIENTE
de técnicos da Contra-Espionagem.

LEGISLAÇÃO SOBRE PORTE DE ARMAS

Aquisição de Porte de Arma


Lei nº 9.437, de 20 de fevereiro de 1997
Decreto nº 2.222, de 8 de maio de 1997

REQUISITOS PARA OBTENÇÃO DE PORTE FEDERAL DE ARMA


1. Idade mínima de 21 anos;

2. Requerimento SINARM, preenchido e assinado pelo


requerente;

        O Porte Federal de Arma será


requerido junto à Superintendência
Regional do DPF, na Unidade de Federação
em que reside ou possui domicílio fiscal o
requerente, ressalvada a competência da
DOPS/CCP.

        O formulário REQ. SINARM será


fornecido gratuitamente pela DELOPS nas
Superintendências Regionais e pela
DOPS/CCP no EDIFÍCIO SEDE/DPF.

        O preenchimento será manual ou


mecânico, sempre de forma legível e sem
rasura.

        No ato da apresentação é


indispensável a presença do requerente em
razão da coleta de impressão digital, que
constará do porte.

3.      Apresentação do Certificado do Registro


de Arma de fogo, cadastrada no SINARM;

        O requerente no momento da


apresentação entregará uma cópia
xerográfica do certificado.

4.      Apresentação de original e cópia:

a.     Cédula de Identidade;

b.     Título de eleitor;

c.     CPF.

5.      Duas (02) fotos 3x4, recentes e de fundo


azul.
6.      Apresentação de documento comprobatório
de comportamento social produtivo.

        O documento atestará atividade


desenvolvida pelo requerente, não sendo
necessário que seja remunerada.

7.      Comprovação da efetiva necessidade, em


razão de sua atividade profissional, cuja
natureza o exponha a risco, seja pela condução
de bens, valores e documentos sob sua guarda
ou por quaisquer outros fatores.

        O documento comprobatório será


firmado pelo requerente, se autônomo, não
sendo pelo Órgão ou Empresa em que
trabalhe.

8.      Comprovação de idoneidade, com


apresentação de certidões de antecedentes
criminais fornecidos pela Justiça Federal,
Estadual, Militar e Eleitoral, e de não estar
o interessado, por ocasião do requerimento,
respondendo a inquérito policial ou a processo
criminal por infrações penais cometidas com
violência, grave ameaça ou contra a
incolumidade pública.

        As certidões serão requeridas junto


aos Cartórios Distribuidores das
respectivas Justiças.

        Serão realizadas averiguações com


relação a inquérito policial ou processo
criminal, quanto às infrações acima
citadas.

9.      Aptidão psicológica para manuseio de


arma de fogo, atestada em laudo conclusivo
fornecido por psicólogo servidor da Polícia
Federal inscrito no Conselho Regional de
Psicologia, ou credenciado por esta.
        Quando o exame for realizado por
pessoa credenciada, a despesa decorrente
será de responsabilidade do examinando.

        O exame será marcado quando do ato


do requerimento do Porte.

10.  Comprovação de capacidade técnica para


manuseio de arma de fogo, atestada por
instrutor de armamento e tiro do quadro da
Polícia Federal, ou habilitado por esta.

        O exame de comprovação de


capacidade técnica consistirá em:

a.     Conhecimento do conceito de arma


de fogo e das normas de segurança;

b.     Conhecimento básico das partes e


componentes de arma de fogo;

c.     Demonstração, em estande, do uso


correto da arma de fogo.

        O exame somente será realizado após


o requerente ser aprovado na aferição de
aptidão psicológica para manuseio de arma
de fogo.

        Os militares e os policiais, ao


requererem o Porte Federal, ficam
dispensados do exame.

11.  Comprovante de taxa paga.

        Somente será autorizado o


recolhimento da taxa estipulada para o
Porte Federal de Arma após a aprovação do
requerente.

        A GAR/FUNAPOL será adquirida na


livrarias e papelarias.

        O Recolhimento da taxa deverá ser


paga nas agências do Banco do Brasil S/A.
TABELA DE TAXAS

CÓD.
SITUAÇÃO R$
RECEITA
Expedição de Porte Federal de
038-8 650,00
Arma
Expedição de 2º via de Porte
039-6 650,00
Federal de Arma
Renovação de Porte Federal de
040-0 650,00
Arma

LEI Nº 9.437, DE 20 DE FEVEREIRO DE 1997

Institui o Sistema Nacional de Armas - SINARM,


estabelece condições para o registro e para o
porte de arma de fogo, define crimes e dá outras
providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu


sanciono a seguinte Lei:

Capítulo I
DO SISTEMA NACIONAL DE ARMAS

Art. 1º Fica instituído o Sistema Nacional de


Armas - SINARM no Ministério da Justiça, no âmbito
da Polícia Federal, com circunscrição em todo o
território nacional.

Art. 2 Ao SINARM compete:

I.            identificar as características e a


propriedade de armas de fogo, mediante
cadastro;

II.            cadastrar as armas de fogo


produzidas, importadas e vendidas no País;
III.            cadastrar as transferências de
propriedade, o extravio, o furto, o roubo e
outras ocorrências suscetíveis de alterar os
dados cadastrais;

IV.            identificar as modificações que


alterem as características ou o funcionamento
de arma de fogo;

V.            integrar no cadastro os acervos


policiais já existentes;

VI.            cadastrar as apreensões de armas de


fogo, inclusive as vinculadas a procedimentos
policiais e judiciais.

Parágrafo único. As disposições deste artigo não


alcançam as armas de fogo das Forças Armadas e
Auxiliares, bem como as demais que constem dos
seus registros próprios.

Capítulo II
DO REGISTRO

Art. 3 É obrigatório o registro de arma de fogo no


órgão competente, excetuadas as consideradas
obsoletas. Parágrafo único. Os proprietários de
armas de fogo de uso restrito ou proibido deverão
fazer seu cadastro como atiradores, colecionadores
ou caçadores no Ministério do Exército.

Art. 4 O Certificado de Registro de Arma de Fogo,


com validade em todo o território nacional,
autoriza o seu proprietário a manter a arma de
fogo exclusivamente no interior de sua residência
ou dependência desta, ou, ainda, no seu local de
trabalho, desde que seja ele o titular ou o
responsável legal do estabelecimento ou empresa.

Parágrafo único. A expedição do certificado de


registro de arma de fogo será precedida de
autorização do SINARM.

Art. 5 O proprietário, possuidor ou detentor de


arma de fogo tem o prazo de seis meses,
prorrogável por igual período, a critério do Poder
Executivo, a partir da data da promulgação desta
Lei, para promover o registro da arma ainda não
registrada ou que teve a propriedade transferida,
ficando dispensado de comprovar a sua origem,
mediante requerimento, na conformidade do
regulamento.

Parágrafo único. Presume-se de boa fé a pessoa que


promover o registro de arma de fogo que tenha em
sua posse.

Capítulo III
DO PORTE

Art. 6 O porte de arma de fogo fica condicionado à


autorização da autoridade competente, ressalvados
os casos expressamente previstos na legislação em
vigor.

Art. 7 A autorização para portar arma de fogo terá


eficácia temporal limitada, nos termos de atos
regulamentares e dependerá de o requerente
comprovar idoneidade, comportamento social
produtivo, efetiva necessidade, capacidade técnica
e aptidão psicológica para o manuseio de arma de
fogo.

§ 1º O porte estadual de arma de fogo registrada


restringir-se-á aos limites da unidade da
federação na qual esteja domiciliado o requerente,
exceto se houver convênio entre Estados limítrofes
para recíproca validade nos respectivos
territórios.

§ 2º (VETADO)
§ 3º (VETADO)

Art. 8 A autorização federal para o porte de arma


de fogo, com validade em todo o território
nacional, somente será expedida em condições
especiais, a serem estabelecidas em regulamento.

Art. 9 Fica instituída a cobrança de taxa pela


prestação de serviços relativos à expedição de
Porte Federal de Arma de Fogo, nos valores
constantes do Anexo a esta Lei.

Parágrafo único. Os valores arrecadados destinam-


se ao custeio e manutenção das atividades do
Departamento de Polícia Federal.

Capítulo IV
DOS CRIMES E DAS PENAS

Art. 10. Possuir, deter, portar, fabricar,


adquirir, vender, alugar, expor à venda ou
fornecer, receber, ter em depósito, transportar,
ceder, ainda que gratuitamente, emprestar,
remeter, empregar, manter sob guarda e ocultar
arma de fogo, de uso permitido, sem a autorização
e em desacordo com determinação legal ou
regulamentar.

Pena - detenção de um a dois anos e multa.


§ 1º Nas mesmas penas incorre quem:

I.            omitir as cautelas necessárias para


impedir que menor de dezoito anos ou
deficiente mental se apodere de arma de fogo
que esteja sob sua posse ou que seja de sua
propriedade, exceto para a prática do desporto
quando o menor estiver acompanhado do
responsável ou instrutor;

II.            utilizar arma de brinquedo,


simulacro de arma capaz de atemorizar outrem,
para o fim de cometer crimes;

III.            disparar arma de fogo ou acionar


munição em lugar habitado ou em suas
adjacências, em via pública ou em direção a
ela, desde que o fato não constitua crime mais
grave.

§ 2º A pena é de reclusão de dois anos a quatro


anos e multa, na hipótese deste artigo, sem
prejuízo da pena por eventual crime de contrabando
ou descaminho, se a arma de fogo ou acessórios
forem de uso proibido ou restrito.
§ 3º Nas mesmas penas do parágrafo anterior
incorre quem:

I.            suprimir ou alterar marca, numeração


ou qualquer sinal de identificação de arma de
fogo ou artefato;

II.            modificar as características da


arma de fogo, de forma a torná-la equivalente
a arma de fogo de uso proibido ou restrito;

III.            possuir, deter, fabricar ou


empregar artefato explosivo e/ou incendiário
sem autorização;

IV.            possuir condenação anterior por


crime contra a pessoa, contra o patrimônio e
por tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
afins.

§ 4º A pena é aumentada da metade se o crime é


praticado por servidor público.

Capítulo V
DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 11. A definição de armas, acessórios e


artefatos de uso proibido ou restrito será
disciplinada em ato do Chefe do Poder Executivo
federal, mediante proposta do Ministério do
Exército.

Art. 12. Armas, acessórios e artefatos de uso


restrito e de uso permitido são os definidos na
legislação pertinente.

Art. 13. Excetuadas as atribuições a que se refere


o art. 2 desta Lei, compete ao Ministério do
Exército autorizar e fiscalizar a produção e o
comércio de armas de fogo e demais produtos
controlados, inclusive o registro e o porte de
tráfego de arma de fogo de colecionadores,
atiradores e caçadores.
Art. 14. As armas de fogo encontradas sem registro
e/ou sem autorização serão apreendidas e, após
elaboração do laudo pericial, recolhidas ao
Ministério do Exército, que se encarregará de sua
destinação.

Art. 15. É vedada a fabricação, a venda, a


comercialização e a importação de brinquedos,
réplicas e simulacros de armas de fogo, que com
estas se possam confundir.

Parágrafo único. Excetuam-se da proibição as


réplicas e os simulacros destinados à instrução,
ao adestramento, ou à coleção de usuário
autorizado, nas condições fixadas pelo Ministério
do Exército.

Art. 16. Caberá ao Ministério do Exército


autorizar, excepcionalmente, a aquisição de armas
de fogo de uso proibido ou restrito.

Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica


às aquisições dos Ministérios Militares.

Art. 17. A classificação legal, técnica e geral


das armas de fogo e demais produtos controlados,
bem como a definição de armas de uso proibido ou
restrito são de competência do Ministério do
Exército.

Art. 18. É vedado ao menor de vinte e um anos


adquirir arma de fogo.

Art. 19. O regulamento desta Lei será expedido


pelo Poder Executivo no prazo de sessenta dias.

Parágrafo único. O regulamento poderá estabelecer


o recadastramento geral ou parcial de todas as
armas.

Art. 20. Esta Lei entra em vigor na data de sua


publicação, exceto o art. 10, que entra em vigor
após o transcurso do prazo de que trata o art. 5.

Art. 21. Revogam-se as disposições em contrário.


Brasília, 20 de fevereiro de 1997; 176º da
Independência e 109º da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

Nelson A. Jobim

Zenildo de Lucena

ANEXO

TABELA DE TAXAS

SITUAÇÃO R$
I - Expedição de porte federal de arma 650,00
II - Expedição de segunda via de porte
650,00
federal de arma
III - Renovação de porte de arma 650,00

DECRETO Nº 2.222 - DE 8 DE MAIO DE 1997

Regulamenta a Lei nº 9.437, de 20 de fevereiro de


1997, que institui o Sistema Nacional de Armas -
SINARM, estabelece condições para o registro e
para o porte de arma de fogo, define crimes e dá
outras providências.

O Presidente da República no uso das atribuições


que lhe confere o artigo 84, inciso IV, da
Constituição, e tendo em vista o disposto no
artigo 19 da Lei nº 9.437, de 20 de fevereiro de
1997, decreta:

Capítulo I

Do Sistema Nacional de Armas - SINARM

Art. 1º O Sistema Nacional de Armas - SINARM é


disciplinado por este Decreto, respeitada a
autonomia dos Estados e do Distrito Federal.
Art. 2º O SINARM, instituído no Ministério da
Justiça, no âmbito da Polícia Federal, com
circunscrição em todo o Território Nacional, tem
por finalidade manter um cadastro geral, integrado
e permanentemente atualizado, das armas de fogo
produzidas, importadas e vendidas no País e o
controle dos registros de armas.

§ 1º As disposições deste artigo não alcançam as


armas de fogo das Forças Armadas e Auxiliares, bem
como as demais que constem dos seus registros
próprios e as de colecionadores, atiradores e
caçadores.

§ 2º Entende-se por registros próprios, para fins


deste Decreto, os registros feitos em documentos
oficiais de caráter permanente.

Capítulo II

DO REGISTRO

Art. 3º É obrigatório o registro de arma de fogo


no órgão competente, excetuadas as consideradas
obsoletas.

§ 1º Armas obsoletas, para fins desta


regulamentação, são as fabricadas há mais de cem
anos, sem condições de funcionamento eficaz e cuja
munição não mais seja de produção comercial.

§ 2º São também consideradas obsoletas as réplicas


históricas de comprovada ineficácia para o tiro,
decorrente da ação do tempo, de dano irreparável,
ou de qualquer outro fator que impossibilite seu
funcionamento eficaz, e usadas apenas em
atividades folclóricas ou como peças de coleção.

Art. 4º O registro de arma de fogo será precedido


de autorização do SINARM e efetuado pelas Polícias
Civis dos Estados e do Distrito Federal, na
conformidade deste Decreto.

Art.5º O órgão especializado para o registro de


arma de fogo, antes da consulta ao SINARM com
solicitação de autorização para o registro, deverá
averiguar se há contra o interessado assentamento
de ocorrência policial ou antecedentes criminais,
que o descredencie a possuir arma de fogo, e, se
houver, indeferir, de imediato, o registro e
comunicar o motivo ao SINARM.

Parágrafo único. A efetivação da compra da arma só


ocorrerá após a autorização para o registro.

Art.6º A solicitação de autorização para registro


de arma de fogo será feita ao SINARM, no órgão
regional da Polícia Federal, por intermédio de
meios magnéticos. Na inexistência destes, adotar-
se-ão quaisquer outros meios apropriados,
procedendo do mesmo modo em relação à autorização.

Art.7º O registro de arma de fogo, de uso proibido


ou restrito, adquirida para uso próprio por
Policiais Federais, na conformidade do artigo 16
da Lei nº 9.437, de 20 de fevereiro de 1997, será
feito no órgão especializado da Polícia Federal.

Art.8º Para os efeitos do disposto no artigo 4º da


Lei nº 9.437, de 1997, considerar-se-á titular do
estabelecimento ou empresa todo aquele assim
definido em contrato social, e responsável legal e
designado, em contrato individual de trabalho, com
poderes de gerência.

Art.9º Durante o período a que se refere o artigo


5º da Lei nº 9.437, de 1997, será concedido
registro de arma de fogo de uso permitido, ainda
não registrada, independentemente de limites de
quantidade e comprovação de origem.

§ 1º As armas do fogo de uso restrito ou proibido


serão registradas no Ministério do Exército,
ressalvado o previsto no artigo 7º deste Decreto.

§ 2º As armas de fogo de uso restrito ou proibido,


que não possam permanecer com o proprietário, de
acordo com a legislação vigente, poderão ser
doadas ao Ministério do Exército, a outro órgão ou
a cidadão, que as possa receber, indicado pelo
doador.

§ 3º A doação a outro órgão ou a cidadão, a que se


refere o parágrafo anterior, dependerá de
autorização prévia do Ministério do Exército.

Art.10. O registro de arma de fogo deverá conter,


no mínimo, os seguintes dados:

I - do interessado:

a.      nome, filiação, data e local de


nascimento;

b.endereço residencial;
c.empresa/órgão em que trabalha e endereço;
d.profissão;
e.número da cédula de identidade, data da
expedição, órgão expedidor e Unidade da
Federação; e
f.número do cadastro individual de contribuinte
ou cadastro geral de contribuinte.

II - da arma:

a.      número do cadastro no SINARM;

b.Identificação do fabricante e do vendedor;


c.Número e data da nota fiscal de venda;
d.Espécie, marca, modelo e número;
e.Calibre e capacidade de cartuchos;
f.Funcionamento (repetição, semi-automática ou
automática);
g.Quantidade de canos e comprimento;
h.Tipo de arma (lisa ou raiada);
i.Quantidade de raias e sentido.

Parágrafo único. Não se aplica o disposto nas


alíneas "b" e "c" do inciso II deste artigo aos
casos previstos no artigo 5º da Lei nº 9.437, de
1997.

Art.11. O proprietário, possuidor ou detentor de


arma de fogo, para promover registro de arma ainda
não registrada, ou que teve sua propriedade
transferida, na conformidade do disposto no artigo
5º da Lei 9.437, de 1997, deverá comparecer à
Delegacia de Polícia mais próxima e preencher o
requerimento constante do Anexo.

§ 1º Em caso de dúvida, a autoridade policial


poderá exigir a apresentação da arma, devendo
expedir a competente autoridade autorização de seu
trânsito.

§ 2º Os militares das Forças Armadas e Auxiliares


deverão providenciar os registros de suas armas
junto aos órgãos competentes dos respectivos
Ministérios e corporações.

§ 3º Os colecionadores, atiradores e caçadores


deverão registrar suas armas na Região Militar de
vinculação.

Art.12. São obrigações do proprietário de arma de


fogo:

I - guardar a arma de fogo com a devida cautela,


evitando que fique ao alcance de terceiros,
principalmente de menores;

II - comunicar imediatamente à Delegacia de


Polícia mais próxima, para fins de implantação no
SINARM, o extravio, furto ou roubo de arma de fogo
ou do seu documento de registro, bem como sua
recuperação;

III - solicitar autorização junto ao órgão


competente quando da transferência de propriedade
de arma de fogo.

CAPÍTULO III

Do Porte

Art.13. O porte federal de arma de fogo será


autorizado e expedido pela Polícia Federal, e o
porte estadual pelas Polícias Civis, tendo como
requisitos mínimos indispensáveis:
I - apresentação do Certificado de Registro de
arma de fogo, cadastrada no SINARM;

II - comprovação de idoneidade, com a apresentação


de certidões de antecedentes criminais fornecidas
pela Justiça Federal, Estadual, Militar e
Eleitoral, e de não estar o interessado, por
ocasião do requerimento, respondendo a inquérito
policial ou a processo criminal por infrações
penais cometidas com violência, grave ameaça ou
contra a incolumidade pública;

III - apresentação de documento comprobatório de


comportamento social produtivo;

IV - comprovação da efetiva necessidade, em razão


de sua atividade profissional, cuja natureza o
exponha a risco, seja pela condução de bens,
valores e documentos sob sua guarda ou por
quaisquer outros fatores;

V - comprovação de capacidade técnica para


manuseio de arma de fogo, atestada por instrutor
de armamento e tiro do quadro das Polícias Federal
ou Civis, ou por estas habilitadas;

VI - aptidão psicológica para manuseio de arma de


fogo, atestada em laudo conclusivo fornecido por
psicólogo do quadro da Polícia Federal ou Civil,
ou credenciado por estas;

VII - apresentação do documento comprobatório de


pagamento da taxa estipulada para a concessão do
porte.

§ 1º Os militares e os policiais, ao requererem o


Porte Federal, ficam dispensados da exigência
contida no inciso V deste artigo.

§ 2º O laudo exigido pelo inciso VI deste artigo


será remetido pelo profissional diretamente ao
órgão competente para a autorização do porte.

Art.14. O porte federal de arma de fogo, com


validade em todo o Território Nacional, somente
será autorizado se, além de atendidos os
requisitos do artigo anterior, o requerente
comprovar a efetiva necessidade de transitar por
diversos Estados da Federação, exceto os
limítrofes ao do interessado, com convênios
firmados para recíproca validade nos respectivos
territórios.

Parágrafo único. A taxa estipulada para o porte


federal de arma de fogo somente será recolhida
após análise e aprovação dos documentos
apresentados.

Art.15. O porte de arma de fogo somente terá


validade com a apresentação do documento de
identidade do portador.

Art.16. A autorização para o porte de arma de fogo


é pessoal, intransferível e essencialmente
revogável a qualquer tempo.

Art.17. Ao titular de autorização de porte de arma


de fogo é vedado conduzi-la ostensivamente e com
ela permanecer em clubes, casas de diversão,
estabelecimentos educacionais e locais onde se
realizem competições esportivas ou reunião, ou
haja aglomeração de pessoas.

Parágrafo único. A infringência do disposto neste


artigo implicará o recolhimento do porte e
apreensão da arma pela autoridade competente, que
adotará as medidas legais pertinentes.

Art.18. O porte de arma apreendido será


encaminhado à autoridade que o concedeu, com
relato circunstanciado dos fatos, à qual poderá
determinar a cassação e comunicação ao SINARM.

Art.19. A fim de garantir a segurança do vôo e a


integridade física dos usuários, é terminantemente
proibido o porte de arma de fogo a bordo de
aeronaves que efetuem transporte público.

Parágrafo único. As situações excepcionais do


interesse da ordem pública, que exijam a presença
de policiais federais, civis, militares e oficiais
das Forças Armadas portando arma de fogo a bordo,
serão objeto de regulamentação específica, a cargo
do Ministério da Aeronáutica, em coordenação com
os Ministérios Militares e o Ministério da
Justiça.

Art.20. Cabe ao Ministério da Aeronáutica


estabelecer, nas ações preventivas com vistas à
segurança da aviação civil, os procedimentos de
restrição e condução de arma por pessoas com a
prerrogativa de porte de arma de fogo de que
tratam o artigo 6º, o § 1º do artigo 7º e o artigo
8º da Lei nº 9.437, de 1997, em áreas restritas
aeroportuárias, bem como o transporte da referida
arma por via aérea, ressalvada a competência da
Polícia Federal prevista no inciso III do § 1º do
artigo 144 da Constituição Federal.

Parágrafo único. As áreas restritas aeroportuárias


são aquelas destinadas à operação de um aeroporto,
cujos acessos são controlados, para os fins de
segurança e proteção da aviação civil.

Art.21. Ao titular de autorização de porte de arma


de fogo é proibido embarcar com a arma nos
aeroportos com destino ao Exterior.

Art.22. Observado o princípio da reciprocidade


previsto em convenções internacionais, poderá ser
autorizado o porte federal de arma de fogo a
diplomatas de missões diplomáticas e consulares
acreditadas junto ao Governo Brasileiro, e a
agentes de segurança de dignitários estrangeiros
durante a permanência no País, independentemente
dos requisitos estabelecidos neste Decreto.

Art.23. O porte estadual de arma de fogo


registrada restringir-se-á aos limites da Unidade
da Federação na qual esteja domiciliado o
requerente, exceto se houver convênio entre os
Estados limítrofes para recíproca validade nos
respectivos territórios, devendo ser comunicado
aos órgãos regionais da Polícia Federal e da
Polícia Rodoviárias Federais sediadas nos Estados
onde os portes terão validade.

Art.24. No documento de porte de arma de fogo,


deverá constar, obrigatoriamente, a respectiva
abrangência territorial e eficácia temporal, além
dos dados da arma, registro do SINARM e
identificação do portador, bem como a assinatura,
cargo e função da autoridade concedente.

Art.25. São obrigações do portador de autorização


de porte de arma de fogo:

I - informar ao órgão expedidor da respectiva


autorização sua mudança de domicílio;

II - comunicar imediatamente o extravio, furto ou


roubo, bem como a recuperação da arma, assim como
do porte, à Delegacia de Polícia mais próxima ao
local do fato e, posteriormente, ao órgão
expedidor da autorização;

III - conduzir a respectiva licença ao portar a


arma a que a mesma se refere.

Art.26. A inobservância do disposto no artigo


anterior implicará a cassação do porte de arma.

Art.27. O porte de arma de fogo das praças das


Forças Armadas e dos Policiais e Bombeiros
Militares é regulado por legislação própria, por
ato do respectivo Ministro ou Comandante-Geral.

Parágrafo único. Os policiais e bombeiros


militares têm porte de arma restrito aos limites
da Unidade da Federação na qual estejam
domiciliados, exceto se houver convênio entre
Estados limítrofes para recíproca validade nos
respectivos territórios.

Art.28. O porte de arma de fogo é inerente aos


policiais federais, policiais civis, policiais
militares e bombeiros militares.
§ 1º Os policiais civis e militares e os bombeiros
militares somente poderão portar arma de fogo nos
limites da Unidade da Federação em que exercem
suas atividades, exceto se houver convênio entre
Estados limítrofes para recíproca validade nos
respectivos territórios.

§ 2º Os servidores referidos neste artigo


sujeitar-se-ão, naquilo que lhes for peculiar, às
normas, deveres e restrições constantes dos
estatutos ou dos atos normativos a eles
aplicáveis.

Art.29. O Ministro da Justiça poderá autorizar a


Polícia Federal a conceder porte federal de arma a
Deputados Federais e Senadores, atendendo
solicitação do Presidente da Câmara dos Deputados
ou do Senado Federal, respectivamente.

§ 1º A Polícia Federal poderá conceder porte


federal de arma, na categoria funcional, quanto às
armas de propriedade de órgãos da Administração
Pública Direta ou Indireta e dos Poderes
Legislativo e Judiciário, mediante solicitação de
seus titulares, destinadas ao uso de servidores
públicos federais em serviço, cuja atividade exija
porte de arma.

§ 2º Os portes de arma de fogo disciplinados neste


artigo serão concedidos com dispensa dos
requisitos previstos no artigo 13 deste Decreto,
exceto a exigência do pagamento da taxa
estipulada.

CAPÍTULO IV

Da Transferência e Trânsito de Arma

Art.30. As transferências de arma de fogo de uso


permitido, de pessoa a pessoa, autorizadas pelas
Polícias Civis, serão feitas imediatamente,
observando-se os procedimentos para registro.

§ 1º As transferências de arma de fogo de uso


permitido, que conste dos registros próprios das
Forças Armadas e Auxiliares, serão autorizadas por
essas Forças.

§ 2º As transferências de arma de fogo de uso


restrito ou proibido serão autorizadas pelo
Ministério do Exército.

§ 3º As transferências de arma de fogo de uso


restrito ou proibido, entre policiais federais,
serão autorizadas pela Polícia Federal e
comunicadas ao Ministério do Exército.

Art.31. O trânsito de arma de fogo registrada, de


uma Unidade para outra da Federação, será
autorizado pela Polícia Federal e, nos limites
territoriais dos Estados e do Distrito Federal,
pelas Polícias Civis, exceto se pertencer a
militar das Forças Armadas, caçador, atirador ou
colecionador.

CAPÍTULO V

Do Cadastramento

Art.32. As fábricas de armas de fogo fornecerão à


Polícia Federal, para fins de cadastro, quando da
saída do estoque, relação das armas produzidas,
que devam constar do SINARM, na conformidade do
artigo 2º da Lei nº 9.437, de 1997, com suas
características e os dados dos adquirentes.

Art.33. As empresas autorizadas a comerciar armas


de fogo, logo após a efetivação da venda, enviarão
o formulário SINARM, devidamente preenchido, ao
órgão regional da Polícia Federal responsável pelo
cadastramento.

Art.34. As empresas importadoras de armas de fogo,


ao preencherem a Declaração de Importação no
Sistema Integrado de Comércio Exterior – SISCOMEX
deverão informar as características específicas
das armas importadas, ficando o desembaraço
aduaneiro sujeito à satisfação deste requisito.
Art.35. A Secretaria da Receita Federal fornecerá
à Polícia Federal, por intermédio do SISCOMEX, as
informações relativas às importações de que trata
o artigo anterior e que devam constar do cadastro
de armas do SINARM.

Art.36. As armas pertencentes aos militares das


Forças Armadas e Auxiliares, constantes de seus
registros próprios, serão cadastradas no
Ministério do Exército.

Art.37. Os acervos policiais de registros de armas


de fogo já existentes serão progressivamente
integrados no cadastro do SINARM.

Art.38. As armas de fogo apreendidas, inclusive as


vinculadas a procedimentos policiais e judiciais,
assim como sua destinação, serão cadastradas no
SINARM mediante comunicação das autoridades
competentes ao órgão regional da Polícia Federal.

CAPÍTULO VI

Das Disposições Finais

Art.39. Os Estados e o Distrito Federal poderão


determinar o recadastramento geral ou parcial de
todas as armas, atendendo à conveniência e ao
interesse da segurança pública.

Art.40. O Ministro de Estado da Justiça designará


as autoridades policiais competentes, no âmbito da
Polícia Federal, para autorizar e conceder porte
federal de arma, bem como estabelecerá a sua
eficácia temporal.

Art.41. A designação das autoridades policiais


civis competentes para autorizar e conceder porte
de arma estadual, bem como sua eficácia temporal,
ficará a cargo dos Governadores.

Art.42. Armas de fogo, acessórios e artefatos de


uso permitido são aqueles itens de pequeno poder
ofensivo, utilizáveis pelos cidadãos idôneos para
sua defesa pessoal e para defesa de seu
patrimônio, definidos no Decreto nº 55.649(2), de
28 de janeiro de 1965 - Regulamento para a
Fiscalização de Produtos Controlados (R-105) e sua
legislação complementar.

Art.43. Armas de fogo, acessórios e artefatos de


uso restrito ou proibido são aqueles itens de
maior poder ofensivo e cuja utilização requer
habilitação especial, conforme prescreve o
Regulamento para a Fiscalização de Produtos
Controlados (R-105) e sua legislação complementar.

Art.44. As armas de fogo apreendidas, após


elaboração do laudo pericial, serão recolhidas ao
Ministério do Exército, que se encarregará de sua
destinação, ressalvado o disposto no artigo 11 do
Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941.

Parágrafo único. Quando da destinação da arma, o


Ministério do Exército dará prioridade ao órgão
responsável pela apreensão, desde que este
manifeste o interesse em tê-la, conforme os
procedimentos previstos no Regulamento para a
Fiscalização de Produtos Controlados (R-105) e sua
legislação complementar.

Art.45. O Ministério do Exército fixará, no


Regulamento para a Fiscalização de Produtos
Controlados (R-105) e sua legislação complementar,
a quantidade de armas de fogo que cada cidadão
poderá possuir como proprietário.

Art.46. Compete ao Ministério do Exército


autorizar e fiscalizar a produção, exportação,
importação, desembaraço alfandegário e comércio de
armas de fogo e demais produtos controlados
correlatos, inclusive o registro e a autorização
de tráfego de arma de fogo de militares,
colecionadores, atiradores e caçadores.

Parágrafo único. No caso de militares da Marinha e


da Aeronáutica, a autorização de tráfego de armas
de fogo compete aos respectivos Ministérios.
Art.47. A taxa pela expedição do porte federal de
arma de fogo constituirá receita do Fundo para
Aparelhamento e Operacionalização das Atividades-
fim da Polícia Federal - FUNAPOL.

Art.48. As Forças Armadas e Auxiliares, a Polícia


Federal e as Polícias Civis dos Estados e do
Distrito Federal promoverão imediata normatização
interna, visando ao efetivo cumprimento do
disposto na Lei nº 9.437, de 1997, e neste
Decreto.

Art.49. Os Ministros da Justiça e do Exército


estabelecerão, em portaria interministerial,
normas sobre a interligação e integralização das
informações constantes dos seus cadastros de armas
de fogo produzidas, importadas e comerciadas no
País, estabelecendo, também, os níveis de acesso
aos registros do SINARM e do Ministério do
Exército.

Art.50. Este Decreto entra em vigor na data de sua


publicação.

Art.51. Fica revogado o Decreto nº 92.795, de 18


de junho de 1986.

Fernando Henrique Cardoso - Presidente da


República.

PALAVRAS  DA  DIRETORIA

Para ser um DETETIVE PARTICULAR (atividade


também conhecida como AGENTE DE INFORMAÇÕES ou
INVESTIGADOR PARTICULAR), não é necessário fazer
um estudo profundo da Arte da investigação.  Basta
o interessado ser inteligente, saber   ler    e
escrever corretamente, ter vivência, perspicácia,
criatividade, versatilidade, ser desinibido  (às
vezes ser “cara-de-pau”  mesmo),  honesto   e, 
principalmente,   gostar da  profissão.

Nesta apostila básica de Técnicas de


Investigação,   ensinamos  ao  futuro investigador
somente o que  realmente deve saber um autêntico
Detetive,    para quando estiver solucionando
algum caso.  Aconselhamos  também ao interessado
em ingressar na profissão,  que  procure 
adquirir  nas    livrarias   alguma obra sobre o
assunto, principalmente livros de aventuras
policiais. Também existem vários filmes sobre o
assunto em locadoras de vídeo.

Após estudar as técnicas apresentadas neste


manual, você  terá absorvido as informações
essenciais para se tornar um profissional de
investigações.

O  DETETIVE

DETETIVE é uma palavra de origem inglesa, que


significa detectar um fato, investigar, pilhar,
desmascarar. Profissionalmente falando é detetive
aquele investiga um fato, suas circunstâncias e
pessoas nele envolvidas. Em todos os países do
mundo, o Detetive Particular só pode exercer a
profissão em consonância com as leis vigentes,
isto é, respeitando a vida privada do cidadão, a
inviolabilidade dos direitos humanos, no que tange
a vida em particular e o recato dos lares.

Os Detetives Particulares vêm desenvolvendo


suas atividades no Brasil há mais de 30 anos e
estão classificados sob o código de atividade no.
5-82.40 Grupo 5, na CBO – Classificação Brasileira
de Ocupações da Secretaria de Emprego e Salário do
Ministério do Trabalho.

REQUISITOS  DO  DETETIVE

Requisitos são, de acordo com os dicionários,


condições a que se deve satisfazer para preencher
certos fins. Os requisitos para o ingresso na
carreira de Detetive Particular podem ser reunidos
em 3 grupos, que, dadas as características, podem
ser denominados de FÍSICOS, MORAIS e INTELECTUAIS.
A APTIDÃO FÍSICA de candidatos a Detetives
Particulares, não pode ser avaliada pelo padrão
estabelecido para outras profissões semelhantes
(policiais civis, militares ou federais). Mas o
candidato deverá ter a perfeição física e dos
sentidos (defeitos físicos ou outros tipos de
deficiência não são impedimentos, mas poderão
atrapalhar em certas ocasiões).  Noções de defesa
pessoal também são importantes, uma vez que o
porte de armas é raramente concedido a esses
profissionais.

A FORMAÇÃO MORAL é indispensável, pois é


reveladora  de  honestidade pessoal  e
profissional. A boa educação é uma decorrência da
boa formação moral. É também indispensável e pode
ser considerada como composta de gentileza no
trato, paciência e discrição. A gentileza ao lidar
com as pessoas, se não criar um ambiente de
simpatia, concorre, pelo menos, para não gerar o
de antipatia. E o Detetive Particular deve ter boa
vontade geral, para ter a sua missão facilitada e,
o que é muito importante para poder contar com a
ajuda de populares, em caso de necessidade. A
discriminação deve ser preocupação constante de um
detetive Particular. Boa formação moral facilita
também a compreensão do que seja disciplina, seu
valor e o comportamento dentro dela.

Os REQUISITOS INTELECTUAIS podem ser divididos


em NATURAIS e ADQUIRIDOS:

Os requisitos naturais básicos são a


inteligência, criatividade, versatilidade e outras
habilidades naturais que não se aprendem, pois já
fazem parte do indivíduo.

Os requisitos intelectuais adquiridos são


constituídos dos conhecimentos obtidos nos nossos
cursos escolares e também dos conhecimentos sobre 
as variadas atividades humanas. Esses
conhecimentos tem grande importância porque pode
facilitar bastante o trabalho do Detetive
Particular, que encontra pela frente os mais
variados problemas. O ideal seria que todo o
Detetive Particular adquirisse nas livrarias e
estudasse com atenção a Constituição Brasileira, o
Código Penal e o Código Civil Brasileiro. A
leitura de jornais e o acompanhamento de 
documentários e telejornais pela TV também são
itens importantes para se obter maiores
conhecimentos sobre as atualidades do mundo em que
vivemos.

ATRIBUIÇÕES  DE  UM   DETETIVE

Após estudar atentamente este manual você


estará pronto para ingressar na profissão e
trabalhar em todos os campos da investigação
particular, que entre outros, consiste nos
seguintes:

a) contraespionagem industrial;

b) localização de pessoas desaparecidas ou


devedores;

c) confirmação  de  casos  de  infidelidade 


conjugal  e  extra  conjugal;

d) investigação  pré-nupcial;

e) investigação  pessoal de vida pregressa;

f )  serviços de informações e cadastro  em geral


junto ao comércio, indústria, entidades de
crédito, bancos,  e financeiras;

g) detecção de golpes e fraudes contra


seguradoras;

h)  trabalhar infiltrado em estabelecimentos para


detectar furtos, desvios de mercadorias,
fraudes financeiras,  etc.

O Detetive Particular se dedica exclusivamente a


investigações de naturezas PARTICULARES e
COMERCIAIS,  podendo entretanto, eventualmente ser
convocado pelas autoridades para a prestação de
determinados serviços, sem nenhum vínculo a Lei
no. 3.099 de 24/02/57, ou o Decreto Federal no.
50.532 de 03/05/61 que dispõe sobre o
funcionamento das AGÊNCIAS DE INFORMAÇÕES.

Durante suas investigações trabalha colhendo


informações, fazendo sindicâncias, interrogando
pessoas, fazendo monitorações, preparando
flagrantes, sempre se utilizando de recursos
legais para atender as solicitações de
estabelecimentos comerciais, bancos, seguradoras
ou de pessoas físicas, que o contratou.

No desempenho de suas atividades, o Detetive


Particular é obrigado a respeitar a ética
profissional e a cooperar  com as autoridades
constituídas do país, desde que venham a ser
solicitados a fazê-lo através de expediente
oficial ou em casos extremos, sempre que as
circunstâncias exigirem.

É VEDADO ao Detetive Particular :

a)  Fazer declarações a jornais, revistas e


emissoras de rádio e televisão,  a não  ser em
defesa própria ou de terceiros, observada a
legislação  em  vigor  no  país;

b)  Prestar informações sigilosas sobre seus


clientes a terceiros, salvo no caso de
requisição expressa da   autoridade  policial  
ou  judiciária.

c) Tentar obter vantagens ilícitas das informações


confidenciais apuradas durante as investigações;

d)  Divulgar o nome de quem o contratou caso seja


descoberto durante uma diligência, exceto por
determinação judicial.

Os Detetives Particulares, além de obediência à


legislação em vigor, ficam obrigados a cumprir as
determinações constantes dos estatutos das
respectivas associações profissionais ou
sindicatos da classe que porventura venham a ser
reconhecidos pelo Governo.

O  DETETIVE  PARTICULAR  E  O  DETETIVE  DE 


POLICIA  CIVIL

O DETETIVE PARTICULAR é considerado um


profissional autônomo que desempenha atividade de
prestação de serviços COM FINS LUCRATIVOS e sem
atribuições definidas de leis administrativas,
regulamentos ou regimentos policiais. Já o
DETETIVE DE POLÍCIA tem suas funções definidas e
regulamentadas por leis administrativas e
policias, que podem ser federais ou estaduais.  Os
Detetives de Policia são nomeados pelo Governo
Federal ou Estadual após cursos em escolas de
formação oficiais do Estado, após terem sido
aprovados em concursos públicos. Também são
investidos de AUTORIDADE LEGAL, ao contrário dos
Detetives Particulares.
©Autor: Detetive João Amaro Netto Gomes

ÍNDICE

INTRODUÇÁO ..................................01

OS MANDAMENTOS DO DETETIVE PARTICULAR .......02

ALGUNS TERMOS POLICIAIS E JURIDICOS QUE O DETETIVE


DEVE CONHECER ...............................05

OUTROS CONHECIMENTOS INDISPENSÁVEIS .........09

ADMINISTRAÇAO E ORGANIZAÇÃO DO NEGÓCIO/CAMPO

DE ATUAÇÃO DO DETETIVE PARTICULAR ...........10

O MERCADO DE TRABALHO .......................11

CAPTAÇÃO DE CLIENTES/EQUIPAMENTOS BÁSICOS ...12

O REGISTRO PROFISSIONAL .....................13


O DETETIVE PARTICULAR EM SEU ESCRITÓRIO .....14

COMO FORMAR PREÇOS P/ OS SERVIÇOS ...........16

INFORMAÇOES FORNECIDAS PELO CLIENTE .........17

DOSSIÊS E ESTUDO DA VIDA PREGRESSA ..........17

INVESTIGAÇÕES DE INFIDELIDADE CONJUGAL ......21

INSTRUÇÕES RESERVADAS AOS DETETIVES PARTICULARES

.............................................22

PRINCÍPIOS BÁSICOS DE UMA OBSERVAÇÃO ........24

LOCALIZAÇÕES DE PESSOAS .....................25

LOCALIZAÇÃO DE DEVEDORES ....................29

FONTES DE INFORMAÇÕES .......................30

A ELETRÔNICA NAS INVESTIGAÇÃO ...............33

ARMAS .......................................36

FOTOGRAFIA ..............................40

CAMPANA FIXA ............................42

CAMPANA MÓVEL ...........................45

CAMPANA COM AUTOMÓVEIS ..................47

A ESPIONAGEM/ESPIONAGEM INTERNACIONAL ...50

CONTRAESPIONAGEM ........................51

LEGISLAÇÃO SOBRE PORTE DE ARMAS .........57

PALAVRAS DA DIRETORIA/O DETETIVE ........80

REQUISITOS DO DETETIVE ..................81

ATRIBUIÇÕES DE UM DETETIVE ..............82

O DETETIVE DA POLÍCIA CIVIL .............84

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