Breve História Do Teatro

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BREVE HISTÓRIA DO TEATRO

A palavra teatro define tanto o prédio onde podem se apresentar


várias formas de artes quanto uma determinada forma de arte.

O vocábulo grego Théatron estabelece o lugar físico do espectador,


"lugar onde se vai para ver". Entretanto o teatro também é o lugar
onde acontece o drama frente à audiência, complemento real e
imaginário que acontece no local de representação. Ele surgiu na
Grécia antiga, no século IV a.C..

Toda reflexão que tenha o drama como objecto precisa se apoiar numa
tríade: quem vê, o que se vê, e o imaginado. O teatro é um fenómeno
que existe nos espaços do presente e do imaginário, e nos tempos
individuais e colectivos que se formam neste espaço.

O teatro é uma arte em que um actor, ou conjunto de atores, interpreta


uma história ou actividades, com auxílio de dramaturgos, directores e
técnicos, que têm como objectivo apresentar uma situação e despertar
sentimentos na audiência.

Grécia Antiga
A consolidação do teatro, enquanto espectáculo, na Grécia antiga, deu-
se em função das manifestações em homenagem ao deus do vinho,
Dionísio. A cada nova safra de uva, era realizada uma festa em
agradecimento ao deus, através de procissões.

Com o passar do tempo, essas procissões, que eram conhecidas como


"Ditirambos", foram ficando cada vez mais elaboradas, e surgiram os
"directores de Coro", os organizadores de procissões.

Nas procissões os participantes cantavam, dançavam e apresentavam


diversas cenas das peripécias de Dionísio e, em procissão urbanas, se
reuniam aproximadamente 20 mil pessoas, enquanto que em procissões de
localidades rurais (procissões campestres), as festas eram menores.

O primeiro director de Coro foi Téspis, que foi convidado pelo tirano
Préstato para dirigir a procissão de Atenas. Téspis desenvolveu o uso
de máscaras para representar pois, em razão do grande número de
participantes, era impossível todos escutarem os relatos, porém podiam
visualisar o sentimento da cena pelas máscaras.

O "Coro" era composto pelos narradores da história, que através de


representação, canções e danças, relatavam as histórias do personagem.
Ele era o intermediário entre o actor e a plateia, e trazia os
pensamentos e sentimentos à tona, além de trazer também a conclusão da
peça. Também podia haver o "Corifeu", que era um representante do coro
que se comunicava com a plateia.

Em uma dessas procissões, Téspis inovou ao subir em um "tablado"


(Thymele – altar), para responder ao coro, e assim, tornou-se o
primeiro respondedor de coro (hypócrites). Em razão disso, surgiram os
diálogos e Térpis tornou-se o primeiro actor grego.

A Comédia na Grécia Antiga sustentava-se principalmente na sátira


política. Aristófanes é o único autor de que nos chegaram obras
completas. Existe ainda uma comédia praticamente completa (com lacunas
mínimas) de Menandro.

Destaques
OS TRAGEDIOGRAFOS: Muitas das tragédias escritas se perderam e na
atualidade são 03 (três) os Tragediográfos conhecidos e considerados
importantes: Ésquilo, Sófocles e Eurípedes.

Ésquilo (525 a 456 aC aproximadamente) – Principal Texto: Prometeu


Acorrentado. Tema Principal que tratava: Contava fatos sobre os Deuses
e os Mitos.

Sófocles (496 a 406 a.C aproximadamente) – Principal Texto: Édipo Rei.


Tema Principal que tratava: das grandes figuras Reais.

Eurípides (484 a 406 a.C aproximadamente) – Principal Texto: As


Troianas – Tema Principal que tratava: dos renegados, dos vencidos
(Pai do Drama Ocidental)

Aristófanes e a Comédia: Dramaturgo grego (445 a.C.?-386 a.C?). É


considerado o maior representante da comédia antiga.

Tragédia grega
Muito se discute a origem do teatro grego e, consequentemente, das
tragédias. Aristóteles, em sua Poética, apresenta três versões para o
surgimento da tragédia. A primeira versão argumenta que a tragédia, e
o teatro, nasceram das celebrações e ritos a Dionísio, o deus
campestre do vinho. Em tais festividades, as pessoas bebiam vinho até
ficarem embriagadas, o que lhes permitia entrar em contacto com o deus
homenageado. Homens fantasiados de bodes (em grego, tragos) encenavam
o mito de Dionísio e da dádiva dada por ele à humanidade: o vinho.
Esta é a concepção mais aceita actualmente, pois explica o significado
de tragédia com o bode, presente nas celebrações dionisíacas.

A segunda versão relaciona o teatro com os Mistérios de Eleusis, uma


encenação anual do ciclo da vida, isto é, do nascimento, crescimento e
morte. A semente era o ponto principal dos mistérios, pois a morte da
semente representava o nascimento da árvore, que por sua vez traria
novas sementes. A dramatização dos mistérios permitiria o
desenvolvimento do teatro grego e da tragédia.

A terceira concepção para o nascimento da tragédia, e a aceita por


Aristóteles, é de que o teatro nasceu como homenagem ao herói dório
Adrausto, que permitiu o domínio dos Dórios sobre os demais povos
indo-europeus que habitavam a península. O teatro seria a dramatização
pública da saga de Adrausto e seu triste fim.

A análise das obras dos principais autores trágicos, Ésquilo, Sófocles


e Eurípedes, como empreendida por Albin Lesky (A tragédia grega) e
Junito Brandão (Teatro Grego: origem e evolução), nos conduz a um
denominador comum da tragédia: o métron de cada um. Parte da concepção
grega do equilíbrio, harmonia e simetria e defende que cada pessoa tem
um métron, uma medida ideal. Quando alguém ultrapassava seu métron,
seja acima ou abaixo dele, estaria tentando se equiparar aos deuses e
receberia por parte deles a "cegueira da razão". Uma vez cego, esse
alguém acabaria por vencer sua medida inúmeras vezes até que caísse em
si, prestes a conhecer um destino do qual não pudesse escapar.

A tragédia seria assim uma popularização do "mito de Procrusto". Este


convidava os viajantes a se hospedarem em sua casa, mas tinha uma cama
muito grande e outra cama minúscula. Durante a noite, Procrusto
procurava adequar o viajante à cama escolhida, serrando os pés dos que
optavam pela cama pequena ou esticando os que escolhessem a cama
grande. O objectivo de Procrusto era colocar cada um na sua medida, ou
melhor, no seu métron.

Como ensinou Aristóteles, a tragédia não era vista com pessimismo


pelos gregos e sim como educativa. Tinha a função de ensinar as
pessoas a buscar a sua medida ideal, não pendendo para nehum dos
extremos de sua própria personalidade. Para o filósofo de Estagira,
entretanto, a função principal da tragédia era a catarse, descrita por
ele como o processo de reconhecer a si mesmo como num espelho e ao
mesmo tempo se afastar do reflexo, como que "observando a sua vida" de
fora. Tal processo permitiria que as pessoas lidassem com problemas
não resolvidos e reflectissem no seu dia-a-dia, exteriorizando suas
emoções e internalizando pensamentos racionais. A reflexão oriunda da
caterse permitiria o crescimento do indivíduo que conhecia seu os
limites de seu métron. A catarse ocorreria quando o herói passasse da
felicidade para a infelicidade por "errar o alvo", saindo da sua
medida ideal.

A questão da "medida de cada um" é recorrente na obra dos trágicos,


mas trabalhada de forma diferente de acordo com a concepção de
destino. O objetivo de Ésquilo era homenagear Zeus como principal
deidade, prevendo o destino de cada um. Quando alguém tentava fugir de
seu destino, por sair de seu métron, acabava cumprindo o destino
escrito por Zeus. Basta ler a Oréstia para perceber a visão de destino
e o papel de Zeus.

Sófocles, por sua vez, escreveu verdadeiras odes à democracia,


pregando abertamente que somente ela poderia aproximar os homens dos
deuses. Aquele que não respeitava a democracia (representada pelo
coro), procurava se auto-governar e fugir de seu destino terrível,
teria como resultado final aquele mesmo destino que destemidamente
lutava contra. Para ele, o homem só encontraria sua medida na vida
pública, actuando na pólis, por intermédio da democracia ateniense.
Isso fica muito claro em Antígone (na oposição entre lei humana e lei
divina, mostrando que a lei humana emanada pela democracia, ou coro se
aproximava da lei dos deuses) e em Electra.

Em compensação, Eurípedes dizia que o coração feminino era um abismo


que podia ser preenchido com o poder do amor ou o poder do ódio. É
visto por muitos como o primeiro psicólogo, pois se dedicava ao estudo
das emoções na alma humana, principalmente nas mulheres. Aristóteles o
chamou de o "maior dos trágicos", porque suas obras conduziam a uma
reflexão - catarse - que os demais trágicos não conseguiam. Numa
sociedade patriarcal e machista, Eurípedes enfatizava a mulher e como
ela poderia fazer grandes coisas quando apaixonada ou tomada de ódio.
Defendia que o amor e o ódio eram os responsáveis pelo afastamento da
medida de cada um. Podemos destacar Medéia e Ifigênia em Áulis como
duas peças de Eurípedes nas quais os sentimentos e emoções são levados
à flor da pele.

Cenários no século XIX

O interior do Comédie-Française em Paris, (França), onde se pode ver o


palco, os camarotes, galerias e fosso da orquestra, a partir de uma
aguarela do século XVIII.No século XIX havia uma preocupação obsessiva
com a autenticidade de cenários. Até mesmo cavalos vivos subiam ao
palco. O desenvolvimento tecnológico modificou todo o aparato técnico
que cercava o espectáculo: luzes, cenários, som e efeitos especiais
diversos.

O cenógrafo suíço Adolphe Appia entendia os recursos cénicos como


meios para colocar o actor no foco das atenções e propôs a iluminação
como principal criadora de ambiência, num cenário vazio e abstracto.
Os cenários tornaram-se cada vez mais detalhados e toda tentativa de
abstracção ou simbolismo foi condenada, como expressão de formalismo
burguês e vazio, algo bem comum na época.

Cenografia é a uma arte, técnica e ciência de projectar e executar a


instalação de cenários para espectáculos. Alguns autores confundem com
um segmento da arquitectura. Entretanto, a arquitectura cénica ou
arquitectura cenográfica ocupa-se mais especificamente da geração dos
cenários arquitectónicos internos ou externos.
A arte (do latin ars, significando técnica ou habilidade) normalmente
é entendida como a actividade ligada a manifestações de ordem estética
por parte do ser humano. A definição de arte, no entanto, é fruto de
um processo sócio-cultural e depende do momento histórico em questão,
variando bastante ao longo do tempo. Originalmente, a arte poderia ser
entendida como o produto ou processo em que conhecimento é usado para
realizar determinadas habilidades. Esse é o sentido usado em termos
como "artes marciais". No sentido moderno, também podemos incluir o
termo arte como a actividade artística ou o produto da actividade
artística.

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