Biomateriais
Biomateriais
Biomateriais
Cerâmicos
O termo "cerâmica" vem da palavra grega keramikos que significa matéria-prima
queimada, indicando que as propriedades desses materiais são atingidas por meio de um
tratamento térmico em alta temperatura. As cerâmicas são compostas de material
inorgânico com propriedades tipicamente não-metálicas composta por elementos
metálicos e não-metálicos. Apresentam-se tipicamente duras, com baixa condutividade
térmica, elétrica e boa estabilidade química, sendo suscetíveis às fraturas quando
expostas às tensões de tração ou flexão.
1.Alumina
2.Óxidos de Zircônia
Cerâmicas de fosfato de cálcio tem sido usadas há décadas para produzir osso artificial.
São produzidas em diferentes formas e, mais recentemente para recobrimento de outros
implantes (Figura 2e,f). Existem os mono-, di-, tri- e tetra-fosfato de cálcio, além da
hidroxiapatita (HA) [Ca10(PO4)6(OH)2], há a β-whitlockite. A estabilidade destas
cerâmicas aumenta com o aumento da relação Ca/P. A HA é a mais importante dentre of
fosfatos de cálcio, pois é encontrada na fase mineral dos tecidos duros naturais (osso,
dente e esmalte) .(Figura 2a).Os grupamentos (PO4) e (OH)2 podem ser substituídos
produzindo outras apatitas, como flúor apatita, magnésio apatita, carbonato apatita,
entre outras. O cálcio pode também ser substituído por outros elementos como zinco,
cobre, estrôncio, etc. Sua síntese é bem conhecida e o processo pode resultar em HA
com variadas propriedades físicoquímicas e formas (Figura 5). A HA é bioativa (há
deposição de osso diretamente sobre sua superfície) e pode ou não ser absorvível
dependendo de seu processo de produção e da relação Ca/P.
4.Biovidros ou vidros bioativos
Foram desenvolvidos no início dos anos 1960 por S. D. Stookey da empresa Cornig
Glass Works. São utilizados como materiais de implante são materiais projetados para
provocar uma resposta biológica específica através de reações controladas de superfície.
Formados por SiO2, Na2O, CaO e P2O5, os biovidros produzem uma superfície que
propicia uma ligação mais efetiva tecido-material, tornando-os um dos materiais
bioativos mais eficientes. Uma desvantagem é o fato de ser friável .(Figura 6) (Link
Biomateriais fundamentos e aplicações).
Classificação dos Biomateriais
Saiba Mais
Aplicações Clínicas
---------------------------------------------------------- Definição. O que é biomaterial?
---------------------------------------------------------- Classificação dos Biomateriais
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Classificação dos Biomateriais
---------------------------------------------------------- Reparo Tecidual
---------------------------------------------------------- Poliméricos
---------------------------------------------------------- Fraturas ósseas
---------------------------------------------------------- Cerâmicos
Colunistas
http://www.biomateriais.com.br/beta3/telas/artigos/artigos.asp?
id_artigo=61&id_assunto=2Os bioamteriais podem ser classificados segundo sua
resposta biológica e quanto a sua composição química.
Levando-se em consideração a resposta biológica causada pelo biomaterial no tecido
hospedeiro, podemos classificá-los em:
Bioinertes - não provocam reação de corpo estranho no organismo e estão em contato
direto com o tecido receptor. Exemplos: titânio, zircônia e alumina.
Biotolerados - moderadamente aceitos pelo tecido receptor e são geralmente envolvidos
por tecido fibroso. Exemplos: aço inoxidável, ligas Cr-Co e polimetilmetacrilato
(PMMA).
Bioativos - há ligação direta aos tecidos vivos devido aos íons, por exemplo, o Ca+2 e/ou
PO4-2 presentes nos substitutos ósseos, que favorecem uma ligação química com o
tecido ósseo. Exemplos: hidroxiapatita (HAp) e biovidros.
Reabsorviveis - lentamente degradáveis e gradualmente substituídos pelos tecidos.
Exemplos: fosfato tricálcio (TCP) e biovidros.
Quanto a composição química, podem ser classificados em metálicos, cerâmicos,
poliméricos, compósitos e naturais.
A observação da história dos materiais permite identificar três gerações de Biomateriais.
A primeira mostra-se empírica, onde o acaso, e não o design, era responsável pela
eficiência do biomaterial. Foi a era de ouro, aço, marfim, madeira, vidro, silicone,
acrílico, polimetilmetacrilato, entre outros, utilizados para preencher, recobrir e
conectar. O foco estava voltado para os biomateriais bioinertes.
A segunda geração empregou materiais comuns, mas com maior grau de engenharia,
aplicando experiências da primeira geração e conectando conhecimentos de medicina,
engenharia e ciência dos materiais. Nessa fase desenvolveram-se as ligas de titânio para
implantes ortopédicos e dentais, os implantes ortopédicos de cobalto-cromo-
molibdênio, os polietilenos de peso molecular muito alto (PMMA) para a reposição de
articulação, as válvulas cardíacas e os marcapassos.
Figura 1. Esquema de implante dentário intra-ósseo (a); roscas de implante dental (b);
implante ortopédico (c).
(a) Rodrigo Botinhão, SIN - Sistema de Implante Nacional - com permissão; (c)
http://www.totaljoints.info/ (acessado em 21/06/2008).
Figura 2. Apatita natural (a) e sintética (c) e titânio com recobrimento nanométrico de
hydroxiapatita (e) utilizadas como substrato para cultivo de osteoblastos (b) e células
tronco da medula óssea (d, f).
(a, b) Granjeiro, JM - com permissão; (c, d) Rossi, AM - com permissão; (e, f) Mello,
A4 - com permissão.
Metálicos
Na área de Saúde, metais como titânio, nióbio, tântalo, alumínio e vanádio são
os mais utilizados para reconstrução de tecidos danificados ou perdidos,
particularmente o osso. O metal é um elemento ou liga cuja estrutura atômica
cede elétrons para formar íons positivamente carregados. Uma liga é definida
como uma substância cristalina com propriedades metálicas composta de dois
ou mais elementos químicos, dos quais pelo menos um é metal.
Os metais, em especial as ligas dentais, possuem alta condutividade térmica e
elétrica, além de alta tenacidade, dureza, resistência, elasticidade, ductilidade,
resistência à tração, à abrasão, à fratura e à fadiga.
Implantes de Ti e suas ligas
Compósitos
Compósitos são materiais sólidos que possuem dois ou mais componentes
separados por uma interface os quais diferem em estrutura e composição. A
fim de obter uma melhor combinação, os compósitos devem exibir uma
proporção significativa das propriedades de ambas as fases dos materiais que
os constituem.
Naturais
Aplicações em Ortopedia
Doenças degenerativas e inflamatórias de ossos e articulações afetam milhões de
pessoas no mundo inteiro. Na verdade, eles constituem metade de todas as doenças
crônicas em pessoas com mais de 50 anos de idade nos países desenvolvidos. Além
disso, esta previsto que a percentagem de pessoas com mais de 50 anos de idade
afetadas por doenças ósseas irá dobrar até o ano de 2020 (Bone and Joint Decade's
Musculoskeletal Portal 2007,http://www.boneandjointdecade.org). Essas doenças
freqüentemente exigem procedimentos cirúrgicos, incluindo substituição total da
articulação nos casos de deterioração da articulação original. Muitas fraturas ósseas,
dores lombares, osteoporoses, escolioses e outros problemas musculoesqueléticos
precisam ser resolvidos através da utilização de dispositivos permanentes ou
temporários (biodegradáveis).
Os biomateriais ortopédicos destinam-se à implantação no corpo humano como
constituintes de dispositivos que são designados a realizar certas funções biológicas
através da substituição ou reparação de diferentes tecidos como o osso, cartilagem ou
ligamentos e tendões, ou mesmo guiando o reparo ósseo quando necessário. Durante a
maior parte do século vinte, a disponibilidade de materiais para a confecção de
implantes era a mesma para outra aplicações na indústria.
De fato, cirurgiões pioneiros desenhavam seus implantes utilizando materiais
disponíveis e de sucesso na industria química, energética, mecânica e aeroespacial. Um
grande desafio é o fato do corpo humano consistir de um ambiente altamente corrosivo,
impondo aos materiais importantes características para suportar suas condições.
Atualmente centenas de materiais e dispositivos são utilizados na ortopedia com o
objetivo de auxiliar o reparo ósseo ou a reabilitação do tecido ou membro perdido.
Materiais capazes de conduzir ou estimular a produção de novo osso são
frequentemente utilizados para o tratamento de fraturas, para as artrodeses de coluna,
para o tratamento de articulações perdidas como fêmur e acetábulo, joelho e tornozelos.
Aplicações Clínicas
A grande diversidade de biomateriais resulta em uma ampla gama de
aplicações clínicas. Paralelamente à vantagem de ter diversas alternativas
terapêuticas ocorre também um desafio: indicar o material mais adequado ao
problema em questão.
1.Hidrogéis. Polímeros que podem absorver água pela dilatação dos seus retículos
poliméricos e que são utilizados em lentes intra-oculares, lentes de contato de pele
artificial, matriz para encapsulamento de células, matriz para liberação controlada de
drogas e matriz para crescimento de células (engenharia de tecidos). (Link para
Biomateriais fundamentos e aplicações) (ex: Colágeno, poliácido acrílico,
poli(etilenoglicol)
2.Ácido polilático (PLA) e polilático-co-glicólico (PLGA). A forma poli-L-lático
(PLLA) tem maior tempo de degradação que a mistura das formas D e L, chamada
simplesmente de PLA, podendo demorar mais que 6 anos. A taxa de degradação
aumenta proporcionalmente ao aumento do peso molecular do polímero. A degradação
do PLLA e PLA se dá pela via hidrolítica que promove diminuição das propriedades
mecânicas e aumento da cristalinidade. Pouca informação existe sobre a degradação do
PLA por enzimas, como a proteinase K. Estes materiais são considerados
biocompatívies embora tenha sido relatado diminuição da proliferação celular e
produção de resíduos tóxicos possivelmente devido à produtos de degradação ácida.
Tem sido usado para produzir membrana sintética absorvível flexível e em formato de
anel para guiar a neoformação óssea ao redor dos implantes, bem como placas e
parafusos para fixação.
Fonte: http://www.biomateriais.com.br/telas/default/default.asp?id_area=1
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