Apostila Filosofia
Apostila Filosofia
Apostila Filosofia
APOSTILA 1
1ª SÉRIE
1
UNIDADE 1
FILOSOFIA: O QUE É ISSO?
“Tudo é um”
TALES DE MILETO
1 - A FILOSOFIA E OS MITOS
FILO SOFIA
Filo decorre de philía e o significado A palavra Sophia significava, em um
deste termo é amizade, amor. Na língua primeiro momento, uma espécie de
grega, há o verbo philéo, que significa habilidade manual. Em seguida, também
sentir amizade por alguém, tratar como era aplicada à idéia de sabedoria moral,
amigo, procurar, buscar, perseguir para sensatez, prudência. Por fim, significou
encontrar. um conhecimento teórico. O verbo
sophízo significava tornar hábil,
1
prudente, sábio .
2
elas recorriam aos mitos. Vejamos alguns exemplos nos mitos de Aracne e de
Perseu.
O mito de Perseu
3
Fugindo das irmãs da Medusa, Perseu voou sobre o deserto da Líbia, as gostas
de sangue que caiam da cabeça da Medusa transformaram-se em serpentes ao
tocarem o chão e, até hoje, esta região tem muitas cobras. Cansado, pediu abrigo
ao rei Atlas para descansar, mas foi mal recebido e desrespeitado, além disso, o
rei expulsou Perseu. Este, enfurecido, transformou seu reino em pedra ao apontar
a cabeça da Medusa em todas as direções.
Continuando a viagem, Perseu avistou uma mortal acorrentada em uma pedra à
beira da praia. Conversando com ela, Perseu ouviu que ela estava ali porque os
deuses puniram sua família e que o reino de Cefeu só não seria inundado se a
princesa fosse colocada em sacrifício a um monstro marinho. Perseu aguardou,
então, que a maré subisse e derrotou o monstro, salvando a princesa Andrômeda
e a pedindo em casamento.
A família de Andrômeda ficou maravilhada com o feito de Perseu, que se casou
com Andrômeda após derrotar um antigo pretendente dela. Morando agora nas
terras de um rei estrangeiro, Perseu participou de uma competição esportiva e, na
prova de arremesso de discos, fazendo um lançamento desastroso, acertou seu
avô sem saber que ele estava ali. Assim, cumpriu-se a previsão oracular.
O mito de Aracne
Aracne era a melhor tecelã da região da Lídia e sua arte era tal que as pessoas
diziam que sua mestra havia sido Palas Atena, a deusa da sabedoria. Mas Aracne
não gostava desta história e, certa vez, disse a todos:
- Não aprendi minha arte com a deusa e como prova disso convido-a a
competir comigo, caso ela vença, aceitarei qualquer punição.
A deusa não gostou e disfarçou-se de uma velhinha para aproximar-se de
Aracne, puxou conversa e disse que a mortal deveria demonstrar humildade com
os deuses e pedir perdão a Atena. Aracne chamou a velhinha de louca e disse-lhe
que se Atena quisesse dizer-lhe algo, o convite já havia sido feito. Furiosa, a
deusa da sabedoria teve sua paciência esgotada, retirou o disfarce e disse a
Aracne que a competição para ver quem tecia o tapete mais belo deveria começar
imediatamente. Ambas colocaram-se a tecer.
Atena teceu no seu tapete a imagem do penhasco da acrópole de Atenas, lugar
que ela conquistou após uma luta com Posídon, deus dos mares, teceu também a
luta entre ela, armada de escudo e lança, que quando tocou a terra, deu origem à
oliveira na terra infértil, com Posídon, retratado empunhando seu tridente. Além de
desenhar sua vitória, Atena colocou em cada um dos quatro cantos do tapete,
imagens que simbolizavam a arrogância humana: Hemo e Ródope que
chamavam-se de Zeus e Hera e foram transformados em montanhas; a mãe dos
pigmeus transformada em garça; Antígona com serpentes na cabeça que não
paravam de mordê-la, já que ela comparara-se a Hera, e depois transformada em
cegonha; Cíniras chorando por suas orgulhosas filhas.
Já Aracne, desonrara Zeus no seu tapete: desenhou-o transformado em touro,
águia, cisne, sátiro, fogo e chuva de ouro. Quando Atena viu o tapete de Aracne,
golpeou-a com um ódio terrível e a perfurou três vezes na testa com a agulha de
tecer; além disso, Atena fez os cabelos, o nariz e os ouvidos de Aracne
desaparecerem, fez seu corpo diminuir bastante de tamanho e condenou-a a
4
praticar sua antiga arte eternamente, tecendo fios como uma aranha. Segundo do
mito, eis Aracne: origem dos aracnídeos.
VAMOS FILOSOFAR...
2
CHAUI, Marilena. Op. cit., p. 506.
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4 – Explique como surgiram as serpentes, segundo o mito de Perseu.
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COSMOGONIA
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relacionam. Com efeito, os mitos ofereceram um conteúdo enorme de questões
que, hoje, chamamos de filosóficas: de onde veio o mundo, para aonde ele vai?
COSMOLOGIA
As questões que foram colocadas pelos mitos foram pensadas, também, pelos
filósofos. Eles tentaram, e tentam, respondê-las, mas de modo diferenciado: os
filósofos evitaram explicar o mundo pelos seres míticos como Urano, Gaia e
Oceano e partiram do que aparecia para eles como substancial, a saber, o céu, a
terra, o mar; não se trata de geração a partir de deuses, mas de elementos da
natureza. Isto é, com a Filosofia, o que os gregos fizeram foi uma cosmologia: a
ordem (cosmos) do mundo passou a ser explicada por um princípio racional que
funciona como causa das coisas subseqüentes e que substitui a genealogia a
partir dos deuses por um encadeamento racionalizado do princípio. Como
cosmologia, então, a Filosofia nasceu como uma explicação racionalizada da
ordem do mundo.
Assim, cosmogonias são narrações de forças divinas e concretas que oferecem
genealogias sobre o mundo. A Filosofia também quer estabelecer explicações
sobre o mundo e sua ordem, mas de forma cosmológica: pesquisa-se um princípio
do mundo e, a partir dele, procura-se um encadeamento sobre a origem e a morte
das outras coisas, e não uma genealogia. Por isso, temos de ter muito cuidado
para conseguir verificar a relação entre Filosofia e mito nesta época: “(...) O
surgimento dessa nova filosofia-saber não significou imediato e completo
abandono da atitude religiosa diante de coisas e fenômenos. Durante muito
tempo, esse foi o esquema adotado para reduzir num conflito único o nascimento
da filosofia: a filosofia teria nascido da dissolução do mito e do pensamento de tipo
religioso. De fato, tal divórcio não foi tão pontual nem tão definitivo: se já não se
reverenciava cegamente os astros e as forças de interferência divina na vida dos
homens, durante muito tempo cabeças já filosóficas adoraram ainda entidades
como o próprio triângulo ou a tetráctis (sendo esta o número 10 na escola
pitagórica), figuras da perfeição absoluta, do equilíbrio e da constância de suas
medidas”3. Ao mesmo tempo, temos de tomar cuidado, também, para não
identificarmos a Filosofia aos mitos: compreender algo em uma cosmogonia era
encontrar seu pai e sua mãe, fazer uma genealogia; compreender algo em uma
cosmologia é definir a sua própria constituição, o seu próprio ser, o seu princípio4.
Cosmogonia Cosmologia
3
WATANABE, Lygia Araújo. “Filosofia antiga” in Primeira Filosofia: aspectos da História da Filosofia.
São Paulo: Editora Brasiliense, p. 19.
4
VERNANT, Jean-Pierre. Mito e pensamento entre os gregos: estudos de Psicologia Histórica. Tradução de
Haiganuch Sarian, Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2° edição, 1990, p. 450.
8
Narrativa da origem do kósmos através Explicação racional sobre a origem e
das relações sexuais entre os deuses ordem do mundo natural ou natureza,
ou os elementos naturais enquanto sobre as causas das transformações,
forças vitais que engendram ou geração e perecimento de todos os
procriam todos os seres. seres5.
VAMOS FILOSOFAR...
5
CHAUÍ, Marilena. Op. Cit., p. 503.
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desenvolvimento mental muito significativo e com grande capacidade de
abstração.
Alfabeto Grego
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Política. Esta é a principal causa para a origem da Filosofia, já que, até agora,
vimos somente a contribuição das técnicas para isso; porém, havia mais
recursos técnicos no Oriente que na Grécia, e a Filosofia é uma invenção
genuinamente grega, além do Oriente não ter se libertado dos mitos. Note que
a palavra política é formada pelo termo grego polis (π ο λ ι ζ ), cujo
significado é cidade, cidade-estado, conjunto de cidadãos que vivem em um
mesmo lugar e uma mesma lei. E o mais importante: são os cidadãos que
faziam suas próprias leis mediante uma assembléia. Esta prática teve início
com os guerreiros que, juntos, discutiam o melhor modo de vencer ao inimigo,
cada um dos guerreiros tinha o direito de falar, bastando para isso ir ao centro
do círculo formado na assembléia; ao final da guerra, outras assembléias
eram feitas para dividir o que foi ganho. Isto é, ocorre a prática do diálogo para
a decisão, dando a todos o direito de falar e a condição de serem iguais uns
aos outros e à lei partilhada entre eles. Aquele que conseguir convencer a
maioria de que sua proposta é a que aproxima-se mais da verdade de como
vencer aos inimigos, receberá maior número de votos. Ora, é esta a prática
que o filósofo
adotou mais tarde: escrevendo
ou discursando, tornava pública
suas idéias por considerá-las
verdadeiras, por pretender
encontrar a harmonia perdida
do debate entre opiniões
divergentes. Debater, trocar
opiniões, argumentar, eis a
prática democrática, eis a
prática filosófica. A Filosofia
nasce como uma filha da polis,
como uma filha da democracia.
6
VERNANT, Jean-Pierre. As Origens do Pensamento Grego. Tradução de Ísis Borges B. da Fonseca, Rio de
Janeiro, 11° edição, 2000, p. 41.
7
______. Mito e pensamento entre os gregos: estudos de Psicologia Histórica, p. 453.
12
Este novo “universo espiritual da polis” foi determinante para a origem da
Filosofia. O que falta sabermos, agora, é porque só algumas pessoas tornaram-se
filósofos, e não todas.
VAMOS FILOSOFAR...
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4 – CAUSA DO FILOSOFAR
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Para filosofar, segundo Aristóteles, é preciso estar admirado com algo. Basta
isso, não há Filosofia sem curiosidade, sem admiração; do contrário, se estamos
acostumados com algo e não pensamos sobre ele, não há Filosofia. Olhe para sua
própria vida e perceba que quando você tinha menos idade, mais você se
admirava com as coisas e mais queria saber porque eram daquela forma, como
funcionavam. Porém, na medida que você cresceu e acostumou-se com as coisas,
deixando de se admirar com elas, deixou também de lado a atitude filosófica.
Filósofos são aqueles que jamais perdem a admiração sobre os grandes ou
pequenos segredos do mundo, que passam a vida toda sem deixar se acostumar
com as coisas. E mais: veja como termina a citação acima – quando procuramos
uma explicação sobre algo encontramo-nos “ignorantes”, descobrimos que não
sabemos e que sempre há algo a descobrir. A Filosofia é, sem dúvida nenhuma,
uma aventura.
Aristóteles
VAMOS FILOSOFAR...
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2 – O que leva à morte do filosofar? Explique.
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5 – OS PRIMEIROS FILÓSOFOS
Sabemos como a Filosofia nasceu, sabemos também o que motiva uma pessoa
a filosofar. Mas quais foram os primeiros filósofos? O que fizeram?
O primeiro deles foi Tales de Mileto (cerca de 625/4-558/6 a.C.) e, infelizmente,
o tempo não conservou nenhum de seus fragmentos, aliás, segundo John Burnet,
Tales jamais escreveu; porém, alguns pensadores antigos escreveram o que
pensavam outros: veja, por exemplo, o que Aristóteles escreveu sobre Tales:
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Note a força das palavras atribuídas a Tales: a água, ou o úmido, é o princípio
de todas as coisas. Você já parou para pensar qual é o princípio (α ρ χ η ) das
coisas? Tal era a ambição de Tales: desvendar o segredo do mundo, o seu
princípio. Há alguns motivos que levaram Tales a pensar que o princípio de todas
as coisas fosse a água: a) na própria mitologia grega, há a idéia de que o rio
Oceano estava envolta do mundo e o formou; b) a passagem da água de um
estado a outro pôde fazer Tales pensar que ela está por trás de todas as coisas; c)
segundo Simplício, Tales teria observado que os seres vivos são úmidos e, ao
morrerem, secam; d) na sua viagem pelo Egito, Tales observou que, após a cheia,
as plantas apareciam; e) restos de animais marinhos encontrados em regiões
montanhosas da época, reforçaram a idéia em Tales de que, um dia, tudo era
água.
Certas ou erradas, as idéias de Tales expressavam um novo modo de explicar o
mundo: a água como princípio de tudo funciona como um deus (θ ε ο ζ - a
palavra deus, na época de Tales, podia ser usada com um sentido não-religioso,
significando uma espécie de princípio ativo presentes nas coisas8), um princípio
vital e que se movimenta, provocando mudança (kínesis) nas coisas. Assim, ao
surgirem da água, as coisas não podem surgir do nada e nem retornar a ele, mas
apenas da e para a água. A grande questão é resolver como que, a partir da água,
todo o resto foi formado?
Por isso, lembre-se, o pensamento de Tales é uma cosmologia, explicando o
mundo racionalmente a partir das observações sobre ele. Outros filósofos da
mesma época explicavam o mundo da mesma forma, mas com outros elementos
como princípio: Anaximandro de Mileto apostou no ilimitado, Anaxímenes de
Mileto no ar, Pitágoras de Samos o número... Enfim, seria interessante você fazer
uma pesquisa e verificar como os primeiros filósofos, também chamados de pré-
socráticos e de filósofos da natureza, explicavam o mundo. Além dos nomes já
citados, procure por Heráclito de Éfeso, Parmênides de Eléia, Zenão de Eléia,
Empédocles de Agrigento, Anaxágoras de Clazómena, Demócrito.
VAMOS FILOSOFAR....
8
BURNET, John. O despertar da Filosofia grega. Tradução de Mauro Gama, São Paulo: Editora Siciliano,
1994, p. 24.
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2 – Qual é a razão para o princípio de todas as coisas ser a água, segundo Tales
de Mileto?
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7 – Buscar o princípio das coisas é filosofar. Você considera que isso é feito nos
meios de comunicação de hoje? Explique.
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OS PRIMEIROS FILÓSOFOS
P Z Z T R A J I A S X A G L P
O A L E S M H G A J N O A L B
X E R V N M C R L A U P E H E
V O A M M A O T X K W G X Y N
Q U K X E G O A J H A Y O W F
F X R B A N G D U Z G E T N E
Q G P T O O I W H K H M I L P
N A I M R T E D B D J P R D L
C P E A P R I V E Y T E C D A
B R S Q Z B F L T S T D O M A
T A L E S M H B C C Y O M X H
I P E C K L X Q Y A P C E H S
W I R E E X A L P X R L D D T
A N A X I M A N D R O E Z C W
D S E N E M I X A N A S H N W
6 – SUGESTÃO DE ATIVIDADES
A) TEXTO COMPLEMENTAR
“(...) Ora, não é difícil ver como as considerações meteorológicas podem ter
levado Tales a adotar a sua concepção. De tudo o que conhecemos, a água
parece tomar as mais variadas formas. Ela nos é familiar em uma aparência
sólida, líquida ou vaporosa, bem podendo Tales, assim, ter pensado que via o
processo do mundo a partir da água e de novo de volta à água ocorrendo diante
de seus olhos. O fenômeno da evaporação naturalmente sugere que o fogo dos
corpos celestes é mantido pela umidade que eles extraem do mar. Mesmo nos
dias presentes as pessoas falam do ‘sol extraindo água’. A água cai de novo com
a chuva e, finalmente, assim pensavam os primeiros cosmólogos, ela volta para a
terra. Isso possivelmente parecia bastante natural aos homens familiarizados com
20
o rio do Egito, que havia formado o delta e, com as torrentes da Ásia Menor, que
traziam rio abaixo grandes sedimentos aluviais. Hoje, o golfo de Atmo, no qual
Mileto se esguia antigamente, encheu-se por completo. Finalmente, eles
pensavam, a terra volta uma vez mais à água – idéia proveniente da observação
do orvalho, dos nevoeiros noturnos, dos mananciais subterrâneos. Pois, na
Antigüidade, não se supunha que estes últimos tivessem alguma coisa a ver com
a chuva. As ‘águas debaixo da terra’ eram consideradas uma fonte de umidade
independente”.
B) DINÂMICA DE GRUPO
Que tal filosofar no pátio da escola ? Com a sala dividida em dois grupos, deixe
uma bola no centro do pátio e cada um dos grupos nas linhas que demarcam o
fundo da mesma, quando o professor fizer uma das perguntas abaixo e gritar “já”,
corra até a bola e tente tocá-la com o pé antes de seu colega e responda “falso”
ou “verdadeiro” à pergunta feita. Acertando, sua equipe pontua; errando, a outra
equipe pontua.
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( ) O primeiro filósofo da história foi Tales de Mileto.
( ) Buscar o princípio de todas as coisas é filosofar.
( ) Para Tales, o princípio de todas as coisas é o ar.
( ) Uma das coisas que ajudaram Tales a pensar que a água era a origem de
todas as coisas foram as cheias do rio Nilo.
( ) O pensamento de Tales é uma cosmologia.
( ) Fragmentos da obra de Tales resistiram ao tempo e, até hoje, podemos lê-los.
C) FILMES
D) ATIVIDADE EM GRUPO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
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CHAUI, Marilena. Introdução à História da Filosofia: dos pré-socráticos a
Aristóteles. São Paulo: Companhia das Letras, 2° edição, 20002.
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UNIDADE 2
I – A LIBERDADE ENTRE A RAZÃO E OS INSTINTOS
24
Se fossem libertados, os prisioneiros continuariam a pensar que as sombras
eram, de fato, o que havia de real no mundo; porém, caminhariam para fora da
caverna e teriam a vista ofuscada, pouco a pouco acostumariam-se com a luz e
conseguiriam ver as imagens deles mesmos projetadas na água, veriam os
próprios objetos, veriam a lua e as estrelas. Já acostumados, conseguiriam voltar
os olhos ao sol e o veriam, compreendendo enfim que ele seria o autor das
projeções que haviam no fundo da caverna.
Ocorreu que um destes prisioneiros soltou-se e caminhou até a entrada da
caverna, ele notou, então, que aquelas imagens vistas lá embaixo não passavam
das sombras das coisas que estavam fora da caverna e que estas eram a
realidade. Encantado com o que viu, ele retornou à caverna, já que sentiu enorme
piedade dos seus companheiros de cárcere, contando tudo o que havia visto. Ele
sentiu as trevas em seus olhos, já que havia se acostumado a olhar para a
verdadeira luz, e tinha muita dificuldade em distinguir as sombras (seria preciso
mais tempo para ele se acostumar com as trevas novamente). Os outros
prisioneiros, então, consideraram que não valia à pena sair da caverna,
defenderam-se daquele que tentou tirar-lhes de lá e até o mataram.
Para Platão, Sócrates (470-399 a.C.), seu grande mestre, foi quem viu a luz,
quem retirou a alma da escuridão e a iluminou para, em seguida, retornar à
caverna e dizer que tudo que ali havia não era real, mas sombra, ilusão. Viu o que
cada sombra representava melhor que ninguém porque viu, também, a sua
verdadeira forma fora da caverna e voltou para dizer aos prisioneiros qual era a
essência daquilo que eles viam. O que fez Sócrates foi iluminar seu espírito com
uma sabedoria que o retirou das trevas, vejamos como é possível alcançar a luz!
25
animais. Não seríamos dominados pelos mesmos impulsos irracionais que
dominam os animais, não seríamos dominados pelas paixões e pelos sentidos,
seríamos senhores de nós mesmos e não agiríamos de modo desregrado. Para
agirmos como homens, temos de saber o que somos: se somos racionais, nossa
conduta também precisa ser. “Conheça-te a ti mesmo”.
Em suma, como procuramos o bem, tentamos nos afastar do mal: viver
escravo dos prazeres é, para Sócrates, viver sem se saber o que se quer, é não-
saber, é não usar a razão, é não agir como homem. Viver feliz e livre é viver
senhor de nós mesmos, é saber o que se quer, é agir racionalmente, é procurar o
bem para si mesmo. Eis o caminho para a liberdade na Filosofia socrática:
Conheça-te a ti mesmo:
Um exemplo: supondo que esteja muito calor e você foi a uma sorveteria,
racionalmente se refresca com um sorvete e sabe que ele faz bem para você
justamente porque lhe refresca. O que você fez foi um bem a si mesmo ao tomar
um sorvete. E mais: libertou-se da sensação de calor. Porém, caso você aja
desregradamente, tomando muitos sorvetes, o prazer transforma-se em um
problema para o seu estômago. O que você fez foi um mal para si mesmo: ao
deixar de usar a razão, deixou de agir como homem e tornou-se um escravo dos
prazeres.
VAMOS FILOSOFAR...
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2 – Reflita sobre a alegoria da caverna e escreva:
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3 – Qual era a mensagem que estava inscrita no templo de Apolo e que era dita
por Sócrates aos cidadãos de Atenas? Por que ela é importante para sermos
livres?
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4 – Para Sócrates, o que é preciso para fazermos o bem para nós mesmos?
Explique.
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um projeto falido, segundo Nietzsche, por não levar o corpo em conta, aquele que
quis conhecer, não conheceu a si mesmo. Para Nietzsche, nossos impulsos são
constituídos de forças que duelam em nós mesmos para prevalecerem uma às
outras. Somos um conflito de forças que lutam entre si para sobreporem-se às
outras.
10
NIETZSCHE, Friedrich. “Fragmento póstumo (1885, 38 [12])” in Os Pensadores. Tradução de Rubens
Rodrigues Torres Filho, 1° edição, 1974, p. 405.
29
Para Nietzsche, somos forças que buscam vontade de potência. Imagine agora
que por muitas vezes reprimimos estas forças, que agimos contra nosso próprio
ser. Foi isto que aconteceu na história da humanidade, segundo o filósofo,
vejamos como.
Para Nietzsche, há dois tipos de pessoas: as que são fortes como aves de
rapina e as que são fracas como ovelhas. As aves de rapina também são
chamadas de fortes, senhores, nobres e as ovelhas são chamadas de fracas,
escravas, ressentidas. As aves de rapina têm força para realizarem aquilo que
querem e, se tiverem o desejo de capturar ovelhas, elas conseguirão se impor,
afinal são mais fortes. Já as ovelhas, para se defenderem, farão com que a força
das aves de rapina não se manifeste, darão um “golpe de mestre”11 e enganarão
as aves de rapina com uma “fábrica de mentiras”12: a impotência passa a ser
considerada virtude e bondade, a fraqueza passa a ser considerada mérito. As
ovelhas fazem as aves de rapina acreditarem em um reino de Deus, onde seriam
punidas caso efetivassem sua força.
Como há dois tipos de pessoas, há dois tipos de moral: como os fortes dizem
sim a si mesmos, vêem-se como bons, como fortes, e desprezam as ovelhas, já
que são seres fracos, ruins. Já as ovelhas, dizem não a um outro, consideram-no
mau e desejam vingança. Isto é, as ovelhas inverteram os valores e dominaram
as aves de rapina com a moral socrática e com o cristianismo. Criaram o reino de
Deus para punirem e vingarem-se dos que insistirem em efetivar suas forças,
usaram a moral como forma de dominar as aves de rapina.
As ovelhas dizem: “Você é uma ave de rapina, mas é livre para não usar sua
força, é livre para não cometer o erro de agir de acordo com sua natureza, é livre
para não ser uma ave de rapina. Caso nos devore, será punida no reino de Deus”!
Isto é, pecamos, mas somos livres para expiar e pagar nossa culpa;
desrespeitamos as normas, mas somos livres para pagarmos a dívida. A liberdade
aparece como meio de submissão das aves de rapina às ovelhas, estas
sustentam a crença de que “o forte é livre para ser fraco, e ave de rapina livre para
ser ovelha”13.
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por elas. rapina.
VAMOS FILOSOFAR...
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Este é o subtítulo do livro Ecce Homo, de Nietzsche.
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5 – O que fizeram as ovelhas para que as aves de rapina não exercessem sua
força sobre elas?
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8 – Para Nietzsche, o que as aves de rapina devem fazer para voltarem a ser
livres?
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Enfim, este dia chegou e, um dia antes de sua coroação, o jovem rei teve um
sonho:
- Por que me estás olhando? És um espião que nosso patrão enviou para
junto de nós?
- Quem é teu patrão? Perguntou o jovem monarca.
33
Nosso patrão! Exclamou o tecelão com amargura. É um homem como eu. Para
dizer a verdade, não existe a menor diferença entre nós, a não ser que ele usa
bonitas roupas, enquanto eu visto trapos.
VAMOS FILOSOFAR...
1 – Supondo que você fosse o jovem rei, como usaria sua liberdade a partir da
concepção de Sócrates? Isto é, pela razão, o que faria para resolver os problemas
expostos no texto e conquistar o bem para o seu país?
15
WILDE, Oscar. O jovem rei. Tradução de José Maria Machado, São Paulo: Clube do livro, 1963, páginas
14, 15 e 16.
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2 – Supondo que você fosse o jovem rei, como usaria sua liberdade a partir da
concepção de Nietzsche? Lembre-se de que os seus instintos vitais precisariam
ser valorizados.
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4 – Faça uma redação de seus atos no primeiro dia de sua coroação como o
jovem rei. Escolha se agiria de acordo com sua razão ou de acordo com seus
instintos.
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_____. Op. cit., p. 15.
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SUGESTÃO DE ATIVIDADES
A) TEXTO COMPLEMENTAR
O problema de Sócrates
“Dei a entender com o que Sócrates fascinava: ele parecia ser um médico, um
salvador. É necessário indicar ainda o erro que havia em sua crença na
‘racionalidade a todo preço’? – é um auto-engano dos filósofos e moralistas
pensar que já saem da décadence ao fazerem guerra contra ela. O sair está fora
de sua força: mesmo aquilo que escolhem como remédio, como salvação, é
apenas, outra vez, uma expressão de décadence – eles alteram sua expressão,
não a eliminam propriamente. Sócrates foi um mal-entendido; a inteira moral-da-
melhoria, também a cristã, foi um mal-entendido... A luz do dia mais crua, a
racionalidade a todo preço, a vida clara, fria, cautelosa, consciente, sem instinto,
oferecendo resistência aos instintos era, ela mesma, apenas uma doença, uma
outra doença – e de modo nenhum um caminho de retorno à ‘virtude’, à ‘saúde’, à
felicidade... Ter de combater os instintos – eis a fórmula para a décadence:
enquanto a vida se intensifica, felicidade é igual a instinto”.
B) TRABALHO EM GRUPO
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Recolha imagens sobre pessoas usando sua razão e seus instintos vitais; em
seguida, monte um painel expondo, de um lado, o conceito de liberdade de
Sócrates com imagens que correspondam a este conceito. De outro, o conceito de
liberdade de Nietzsche com imagens que correspondam a este conceito.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
UNIDADE 3
I – LIBERDADE: ELA EXISTE?
1 – Determinismo
Tântalo
Tântalo era um rei rico e famoso em Sípilo, além de ser um dos filhos de Zeus;
como tal, era amigo dos deuses e sempre era convidado a comer na mesa deles,
37
no Olimpo. Porém, vaidoso, Tântalo revelou segredos dos deuses aos mortais,
roubou o néctar e a ambrosia dos deuses e entregou-os a seus amigos mortais,
escondeu um cão de ouro em Creta e, para testar a onisciência dos deuses,
cometeu um crime terrível: matou seu próprio filho, Pélops, serviu sua carne na
refeição e esperava que os deuses comessem a carne humana.
Os deuses perceberam, ressuscitaram Pélops e castigaram Tântalo da
seguinte forma: em um lago, ele ficou preso com o nível da água até o seu queixo,
uma sede muito forte o incomodava, mas ao tentar beber a água, o nível dela
abaixava e ele nunca conseguia bebê-la. Atrás de Tântalo, belíssimas árvores
carregadas de frutas tinham galhos que chegavam sobre sua cabeça, quando ele
movimentava-a para cima, um vento forte afastava os galhos cheios de frutas para
longe, impossibilitando Tântalo de matar sua fome. Piorando seu sofrimento, ainda
havia um rochedo suspenso no ar e localizado acima de sua cabeça, deixando-o
com um terrível medo da morte.
Eis o destino de Tântalo por seu crime. Por mais que ele se esforçasse e
tentasse em tomar água, esta afastava-se; por mais que ele se esforçasse em
tentar comer as frutas, estas também se afastavam; por mais que ele tentasse
esquecer do rochedo, ele estava bem acima de si. A sede, a fome e o medo
sempre venciam – o destino mostrava-se imutável: era impossível alterar a
decisão dos deuses olímpicos.
38
A vida de Tântalo estava determinada, controlada pelos deuses. Em Filosofia,
denominamos de determinismo a idéia de que somos controlados por algo ou
alguém, a idéia de que temos um destino, de que ele seja inalterável e que possa
estar escrito independentemente de nossa vontade. Tudo o que acontece conosco
pode estar previamente definido.
Pélops
Esta idéia de que nossa vida pode estar traçada anteriormente por algo ou
alguém, é vista com mais clareza na continuidade do mito: Pélops era o filho de
Tântalo, morto por seu pai e ressuscitado pelos deuses, ele apaixonou-se pela
princesa Hipodâmia, de Elice. O rei Enômao ouvira de um oráculo que se sua filha
se casasse, ele morreria. Para evitar o casamento de sua filha, o rei anunciava
uma corrida de carruagem a todos os pretendentes dela: a corrida acontecia de
Pisa até o altar de Poseidon, em Corinto, e enquanto os pretendentes largavam na
frente, o rei oferecia um carneiro a Zeus. Se o rei alcançasse seu oponente, podia
matá-lo com sua lança; caso contrário, o pretendente poderia casar-se com
Hipodâmia – assim, muitos já haviam morrido, já que os cavalos do rei, Fila e
Harpina, corriam mais velozmente que o vento Norte.
Pélops era mais um concorrente e, antes da corrida, invocou Poseidon, que o
atendeu e ofereceu a ele uma carruagem com cavalos alados e rápidos como
flechas. Na corrida, mesmo com estes cavalos, Pélops foi alcançado por Enômao.
Poseidon soltou as rodas da carruagem do rei, que caiu e morreu enquanto
Pélops alcançava a linha de chegada em Corinto. De volta a Pisa, Pélops ainda
salvou a princesa de um incêndio do castelo real e, enfim, casou-se com sua
amada.
39
carruagem, a morte apresentou-se fatalmente, tal como estava determinado. No
derminismo, não há como alterar o destino imposto pelos deuses: uma vez que o
destino do rei era a morte, caso sua filha se casasse, ela mostrou-se fatal,
inexorável.
Níobe
Níobe era orgulhosa como seu pai, Tântalo. Como rainha de Tebas, certa vez
proibiu as pessoas de fazerem uma homenagem a Leto, Apolo e Ártemis alegando
que ela é que deveria ser homenageada por ser filha de Tântalo, neta de Zeus e
um de seus antepassados é Atlas. As oferendas foram interrompidas e todos
voltaram para casa.
Leto, a deusa do destino, e seus filhos, Apolo e Ártemis, reagiram aos insultos
de Níobe e prepararam uma terrível vingança: Apolo acertou, com flechas, cada
um dos sete filhos de Níobe, que faziam treinos eqüestres. A notícia se espalhou e
Anfíon, rei de Tebas e marido de Níobe, ao saber da notícia, suicidou-se com sua
espada. Níobe, acompanhada de suas sete filhas, correu para o campo
lamentando a morte de seu marido e de seus filhos; porém, continuou a gritar
contra os deuses e considerando-se mais rica. Assim, novas flechas voaram em
Tebas e mataram também as suas sete filhas. Sentada diante de seus sete filhos,
sete filhas e marido, todos mortos, Níobe ficou paralisada de tanta dor, o vento já
não conseguia fazer seus cabelos oscilarem, o sangue petrificou em suas veias:
Níobe foi transformada em uma rocha, mas que ainda continuava a chorar. Por
fim, uma ventania jogou a pedra pelos ares e a levou até a Lídia, onde Níobe está
até hoje em uma montanha, chorando. A deusa do destino vingou-se furiosamente
do orgulho de Níobe e sua tentativa de interromper o louvor aos deuses.
VAMOS FILOSOFAR
a) destino
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b) determinismo
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2 – Qual foi o crime cometido por Tântalo? Qual foi o seu destino imposto pelos
deuses como castigo?
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3 – Qual era a previsão oracular que o rei Enômao conhecia? O que ele fazia para
tentar impedi-la? Como a previsão oracular realizou-se no mito de Pélops?
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4 – Como Níobe insultou os deuses? Como estes reagiram? Qual foi o destino
imposto a ela como castigo?
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a) Tântalo
b) Enômao
c) Níobe
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7 – Você acredita no determinismo? Isto é, você pensa que há algo ou alguém que
determina tudo que vai acontecer na sua vida? Explique.
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TITÃS – MARVIN
Meu pai não tinha educação
Ainda me lembro, era um grande coração
Ganhava a vida com muito suor
E mesmo assim não podia ser pior
Pouco dinheiro pra poder pagar
Todas as contas e despesas do lar
Mas Deus quis vê-lo no chão
Com as mãos levantadas pro céu
Implorando perdão
Chorei, meu pai disse: Boa sorte,
Com a mão no meu ombro
Em seu leito de morte
E disse
Marvin, agora é só você
E não vai adiantar
Chorar vai me fazer sofrer.
Três dias depois de morrer
Meu pai, eu queria saber
Mas não botava nem um pé na escola
Mamãe lembrava disso a toda hora
Todo dia antes do sol sair
43
Eu trabalhava sem me distrair
Às vezes acho que não vai dar pé
Eu queria fugir, mas onde eu estiver
Eu sei muito bem o que ele quis dizer
Meu pai, eu me lembro, não me deixa esquecer
Ele disse
Marvin, a vida é pra valer
Eu fiz o meu melhor
E o seu destino eu sei de cor
E então um dia uma forte chuva veio
E acabou com o trabalho de um ano inteiro
E aos treze anos de idade eu sentia todo o peso do mundo em minhas
costas
Eu queria jogar mas perdi a aposta.
Trabalhava feito um burro nos campos
Só via carne se roubasse um frango
Meu pai cuidava de toda a família
Sem perceber segui a mesma trilha
Toda noite minha mãe orava
Deus, era em nome da fome que eu roubava
Dez anos passaram, cresceram meus irmãos
E os anjos levaram minha mãe pelas mãos
Chorei, meu pai disse: Boa sorte
Com a mão no meu ombro
Em seu leito de morte
Marvin, agora é só você
E não vai adiantar
Chorar vai me fazer sofrer.
Marvin, a vida é pra valer
Eu fiz o meu melhor o seu destino eu sei de cor
Titãs. Titãs, 1984.
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Para pensar nesta questão, vejamos o que o filósofo francês Jean-Paul Sartre
escreveu. Segundo ele, se estamos diante de um rochedo e este bloqueia nossa
passagem, nós tentaremos passar por ele com uma série de técnicas, como a do
alpinismo. Mesmo que não consigamos escalar o rochedo, fomos nós quem
escolhemos pela escalada, foi a nossa liberdade que optou em ultrapassá-lo. O
projeto era escalar, mas se não houve a realização da escalada, não deixamos de
ser livres. O que Sartre apontou é que as pessoas não diferenciam o projeto da
realização: o fato de não conseguirem escalar o rochedo não significa que não
sejam livres, significa que são impotentes. Liberdade não é a obtenção do que se
quer, o êxito de uma realização em nada importa para a liberdade.
Suponhamos que você gostaria de ir à festa de aniversário de seu amigo, mas
no caminho seu carro quebrou e você talvez não consiga chegar a tempo. O fato
de você não conseguir realizar seu projeto (ir à festa) não significa que você não
seja livre; significa, somente, que você não consegue vencer a uma adversidade.
A liberdade manifesta-se na escolha que você realiza em ir à festa. Em seguida,
você escolhe em consertar o carro, mas não sabe; escolhe em procurar um
mecânico, mas não encontra. Isto é, escolhe em escapar da adversidade. A
liberdade, segundo Sartre, é esta “autonomia de escolha”17 que independe da
realização do projeto: “Minha liberdade de escolher não deve ser confundida com
minha liberdade de obter”18. Isto é, como fazemos escolhas a todo momento,
somos livres e estamos condenados à liberdade.
17
SARTRE, Jean-Paul. O ser e o nada: ensaio de ontologia fenomenológica. Tradução de Paulo Perdigão,
Petrópolis: Vozes, 1997, p. 595.
18
SARTRE, Jean-Paul. Op. Cit, p. 621.
45
Jean-Paul Sartre, 1905-1980.
VAMOS FILOSOFAR...
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http://www2.uol.com.br/niquel/bau/shtml
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A situação, neste caso, é a condição de estar em um lugar que não é a festa, é
o fato de conviver com o problema de não cumprir o que foi prometido no
passado, de não dominar as técnicas (utensílios) que possibilitariam resolver o
problema, de ver o estado de coisas criados por outros não resolver meus
problemas. A liberdade não é abstrata, ela é concreta e a expressão de sua
concretude é a situação – as escolhas que faço para resolver meus problemas são
escolhas situadas, escolhas que têm como objetivo resolver problemas concretos.
O que me faz falta é estar na festa e o meu objetivo, o meu projeto, o meu fim, é
chegar a tempo nela. Minha liberdade consiste em fazer escolhas que me levem
até a festa, que me tirem do lugar onde estou, com o carro quebrado: o que eu
quero é trocar uma situação por outra, superar uma situação e chegar até outra, ir
além de uma situação que me incomoda e realizar a que desejo, transcender a
atual situação. Em outros termos, o que eu quero é acabar com a atual situação,
nadificá-la. Minha escolha pretende colocar um ponto final em meus problemas,
exterminá-los. Meu projeto é tornar existente minha presença na festa, torná-la
real, enteficá-la, dar ser a ela.
Sartre conseguiu mostrar que nossa liberdade se exerce em situação,
nadificando ou enteficando realidades em nome de um projeto que queremos
realizá-lo: no problema em questão, trata-se de nadificar a situação de ficar
parado com o carro quebrado e dar ser a minha participação na festa – dar fim a
uma situação e iniciar outra: “A liberdade, sendo escolha, é mudança”19.
SER
SITUAÇÃO ESCOLHA
NADA
VAMOS FILOSOFAR...
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2 – Segundo Sartre, a liberdade é abstrata ou concreta? Explique.
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Ou isto ou aquilo
Cecília Meireles
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4 – Liberdade segundo Sartre: o problema da responsabilidade
VAMOS FILOSOFAR...
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SARTRE, Jean-Paul. Op. cit., p. 678.
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ATIVIDADES
A – TEXTO COMPLEMENTAR
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suspensão de juízo que irão distinguir uma simples ficção de uma escolha real.
Aparecendo desde o momento em que é simplesmente concebido, o objeto não
seria nem escolhido nem desejado. Abolida a distinção entre o simples desejo, a
representação que posso escolher e a escolha, a liberdade desapareceria com
ela. Somos livres quando o último termo pelo qual fazemos anunciar a nós
mesmos o que somos constitui um fim, ou seja, não um existente real, como
aquele que, na suposição precedente, viria a satisfazer nosso desejo, mas sim um
objeto que ainda não existe (...)”.
B – CINEMA
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
____. A idade da razão. Tradução de Sérgio Milliet, São Paulo: Abril cultural, 1981.
____. Sursis. Tradução de Sérgio Milliet, São Paulo: Círculo do Livro, s/d.
____. Com a morte na alma. Tradução de Sérgio Milliet, Rio de Janeiro: Editora
Nova Fronteira, 1983.
53
As evidências do cotidiano :
A atitude filosófica
A atitude crítica:
1º atitude é a negativa :dizer não ao senso comum, aos pré-conceitos, aos
pré-juízos, aos fatos e às idéias da experiência cotidiana,
ao que todo mundo pensa e diz.
2º atitude positiva : uma interrogação sobre o que são as coisas, as idéias, os
fatos, as situações, os comportamentos, os valores, nós mesmos. É
também uma interrogação sobre o porquê disso tudo e de nós, e
uma interrogação sobre como tudo isso é assim e não de outra
maneira. O que é ? Por que é ? Como é ? . Essas são as
indagações fundamentais da atitude filosófica.
54
Como é possível o próprio pensamento ?
Que é pensar , falar e agir ?
A CONSCIÊNCIA MÍTICA
INTRODUÇÃO
55
Enquanto processo vivo de compreensão da realidade, o mito surge como
verdade.
O critério de adesão do mito é a crença, e não a evidência racional
O Mito é portanto uma instituição compreensiva da realidade, é uma forma
espontânea de o homem situar-se no mundo.
As raízes do mito não se acham nas explicações exclusivamente racionais, mas
na realidade vivida.
Funções do mito
A função principal do mito é acomodar e tranqüilizar o homem em um mundo
assustador.
]
MITO – RITO – ÍDOLO
No mundo primitivo tudo é sagrado e nada é natural
Para Mircea Eliade : “uma das funções do mito é fixar os modelos exemplares de
todos os ritos e de todas as atividades humanas significativas “
“ Assim fizeram os deuses, assim fazem os homens “
O Mito não pode prescindir do Rito
O Rito : O rito deve ser entendido como um canal de comunicação
com o mito, ou seja, com o sobrenatural. Impossível reverenciar o mito sem o
rito.É com o ritual que eu falo com os deuses. É com o rito que o tempo sagrado é
revivido.
“ O tempo sagrado é revivido, ou seja, toda a festa religiosa não é uma simples
comemoração, mas torna-se a ocasião em que o sagrado acontece novamente e
representa a reatualização do evento sagrado que teve lugar no passado mítico,
“no começo”. ”
ex. festas religiosas como : Semana Santa Cristã
Yom Kippur
Ramadã
Ídolo = aquele que representa o mito.
“Santos” em templos religiosos
“Santos” modernos artistas e pessoas de destaque na mídia.
É com o mito que se dá a preponderância do coletivo sobre o individual
A decorrência do coletivismo é o dogmatismo : a consciência mítica é ingênua
( no sentido de não crítica ), desprovida de problematização e
supõe a aceitação tácita dos mitos e das prescrições dos rituais.
A adesão ao mito é feita pela fé, pela crença.
No universo cuja consciência é coletiva, a trasngressão da norma ultrapassa quem
a violou. Por isso o tabu. Ao ser transgredido, estigmatiza a família, os amigos e,
às vezes, toda a tribo. Daí os “ritos de purificação”
E os rituais do “bode expiatório” ,nos quais o pecado é transferido para um
animal .
Mito e religião
“No desenvolvimento da cultura humana, não podemos fixar um ponto onde
termina o mito e a religião começa. Em todo curso de sua história, a religião
permanece indissoluvelmente ligada a elementos míticos e repassada deles.”
Mito hoje
56
Perguntamos : O desenvolvimento do pensamento reflexivo deveria decretar a
morte da consciência mítica ?
O mito é o ponto de partida para a compreensão do ser.
“Tudo que o que pensamos e queremos se situa inicialmente no horizonte da
imaginação, nos pressupostos míticos, cujo sentido existencial serve de base para
todo trabalho posterior da razão “
A função fabuladora persiste não só nos contos populares, no folclore, como
também no dia-a-dia, ao proferir palavras ricas em sentido mítico.
Casa, lar, amor, pai, mãe, paz, liberdade.
Personalidades dos meios de comunicação.
Nas histórias em quadrinhos, o maniqueísmo retoma o arquétipo da luta entre o
bem e o mal.
O comportamento do homem também é permeado de “rituais”
Nascimentos, casamentos, festa de debutantes, festas de ano-novo, de formatura
verdadeiros ritos de passagem.
Mito e razão se completam mutuamente
A Concepção Filosófica
Período Arcaico : Primeiros filósofos gregos - Fins séc. VII a .C. e séc. VI a
.C.
Passagem do pensamento mítico - crítico racional filosófico:
“O surgimento da racionalidade crítica, ou seja, da Filosofia n
a Grécia não é o
resultado de um salto, um “milagre” .
É a culminação de um processo que se fez através dos tempos e tem sua dívida
com o passado mítico.
Fatores que colaboraram para o desenvolvimento da filosofia na Grécia:
A ESCRITA :
Mythos : significa “palavra” , “ o que se diz”
A primeira escrita é mágica e reservada aos privilegiados, aos sacerdotes e aos
reis.
Na Grécia a escrita surge por influência dos fenícios e já no século VIII a . C. está
desligada de preocupações religiosas.
A escrita gera uma nova idade mental: postura diferente daquela de quem apenas
fala .
A retomada daquilo que foi escrito e o exame por outras pessoas e noutros
tempos , abrem os horizontes do pensamento propiciando o distanciamento do
vivido, o confronto das idéias, a ampliação da crítica.
A escrita aparece como uma possibilidade maior de abstração, uma reflexão da
palavra que tenderá a modificar a própria estrutura do pensamento.
A MOEDA :
Século VIII a VI a . C. - desenvolvimento do comércio marítimo (resultado da
expansão grega )
57
No período de domínio exclusivo da aristocracia rural, a economia era pré-
monetária e os objetos usados para troca eram carregados de simbologia afetiva
e sagrada.
A moeda aparece na Grécia por volta do século VIII a .C. . Passa a ter uma função
muito importante e revolucionária pois está relacionada com o desenvolvimento do
pensamento racional
A LEI ESCRITA
Drácon ( séc.VII a .C. ) / Sólon e Clístenes ( séc. VI a .C. )
As Leis passam a ser escritas e comuns a todos os cidadãos. Estas leis, por
serem escritas passam a permitir sua discussão e modificação.
Clístenes : fundação da PÓLIS : Organização tribal é abolida.
Estabelecem-se novas relações determinadas por nova
organização administrativa.
As mudanças processadas expressaram um ideal igualitário e prepararam campo
para a Democracia nascente.
A PÓLIS E O CIDADÃO
Nascimento da Pólis séc. VIII e VII a . C. - Provocou grandes alterações na vida
social e nas relações entre os homens.
A Ágora ( praça pública ) : Espaço onde se debatem os problemas de interesse
comum .
“A Polis se faz pela autonomia da palavra, não mais a palavra mágica dos mitos,
mas a palavra humana, do conflito, da discussão, da argumentação. O saber
deixa de ser sagrado e passa a ser objeto de discussão “.
A expressão da individualidade por meio do debate faz nascer a
POLÍTICA.
Libertando o homem da idéia de pré-destinação e dos desígnios divinos e
permitindo a ele traçar o seu próprio destino em praça pública.
Surge, então, o Cidadão da Pólis. Ele participa dos destinos da cidade por meio
do uso da palavra em praça pública. É a isonomia : igual participação de todos os
cidadãos no exercício do poder.
Apogeu da democracia : Séc. V a . C. - período Clássico - Péricles estratego
O que era a Democracia Ateniense ? Uma nova concepção de poder
O ideal teórico da nova classe de comerciantes será elaborado pelos sofistas,
filósofos do séc. V a . C.
O Nascimento do Filósofo
A filosofia surgiu no século VI a .C. nas colônias Gregas da Magna Grécia ( sul
da Itália ) e Jônia ( atual Turquia ). Somente no século V a .C. desloca-se para
Atenas.
Divisão da Filosofia Grega
Pré-socráticos
A procura do Arché ( princípio )
Escola Jônica - 1ª escola filosófica grega
Thales de Mileto - a origem de todas as coisas (Arché) = a água (o
transformismo)
58
Anaxímenes - o Arché - o ar
Anaximandro - ápeiron ( infinito ) ( substância etérea, infinita, invisível )
Heráclito - o devir ( contínuas transformações, é a lei fundamental do universo)“
as transformações se fazem de acordo com uma lei : Logos que é a realidade
última do mundo “
Tudo segue seu curso - coisa alguma é estável:“nunca podemos tomar banho
duas vezes no mesmo rio “
“ tudo flui e nada fica como é “
Empédocles - ( quatro elementos primordiais ) Terra, Ar, Água e Fogo (o
que determinava a união entre as coisas era o amor e a luta) Os quatro elementos
e os dois princípios são eternos.
A Teoria de Empédocles foi usada e difundida pelos “cientistas” até o século XVII,
quando foi criticada por Lavoisier
Escola Itálica:
Pitágoras - religião órfica ( “Tudo o que nasce torna a nascer nas revoluções de
um determinado ciclo, até se libertar efetivamente da
roda dos nascimentos “ ) matemática ( a soma dos quadrados dos catetos é
igual ao quadrado da hipotenusa ). O número é o princípio de todas as coisas
( ARCHÉ ).
Parmênides - Ser ( a realidade é eterna e intemporal . Toda mudança é
ilusória ) “Não há mudança nas coisas . Como pode, então, o que é , vir a ser no
futuro ?
Se vem a ser , então não é “
Escola Atomista
Demócrito - “ Tudo que existe é composto de átomos “
Átomo ( grego ) = a ( alfa ) - não ; tomos - divisão, divisível.
“Todas as qualidades das coisas : cor, cheiro , peso; som, beleza e vida etc.,
nada mais são do que movimentos e modos de ser diferentes dos agregados de
átomos que formam a respectiva coisa “ .
Sócrates e os pós-socráticos
Sofistas : comerciantes da filosofia representavam a anti-razão
A única norma lógica e intelectual era o êxito
SOCRATES
lª etapa
Ironia ( em grego perguntar ) com hábeis perguntas, desmonta as certezas até o
outro reconhecer a ignorância.
2ª etapa
Maiêutica ( Parto das idéias ) “ conhece-te a ti mesmo “
“as pessoas geralmente começam a pensar a partir do que conhecem. Sócrates
começava pelo que não conhecia - pela ignorância “
59
“Só sei que nada sei” : Consiste na sabedoria de reconhecer a própria
ignorância, ponto de partida para a procura do saber.
As questões que preocupam Sócrates são aquelas referentes à moral
Sócrates procura o Logos - “a razão que se dá de algo “ - conceito : o logos da
justiça / o logos da coragem
Discípulos : Xenofonte e Platão
PLATÃO
“ Teoria das idéias “ - “ teoria do conhecimento “
“ as coisas que percebemos não constituem a verdadeira realidade. Essas coisas
não passam de aparência, de reflexo, de cópias, de sombras da verdadeira
realidade. O real são as idéias das coisas. Estas são modelos imutáveis das
coisas sensíveis . Estão suspensas num céu intelectual ( tópos noetós : Lugar de
conhecimento ) “
Tudo encontra-se no “Mundo das Idéias” - “O Mito da Caverna “
Obras : A República / Críton / A apologia de Sócrates / Fédon / Fimeu /Fedro/
O Banquete.
ARISTÓTELES
O Mundo é composto por substâncias ( coisas subsistentes ) e de acidentes
( as qualidades, propriedades das coisas )“ as substâncias , aquilo que faz com
que as coisas sejam o que são, só são percebidas através de suas qualidades as
substâncias ou coisas, com respeito às mudanças, estão em ato ( realidades) ou
em potência ( em vias de transformar-se em outra coisa )”ex.: Uma semente , em
ato, é uma semente, mas em potência, poder ser uma árvore “
encadeamento - “o último motor “
Aristóteles fundou o Liceu
Sistematizador da lógica - Organon ( Livro )
Últimos lampejos da Filosofia Grega
Epicurismo : “a razão de viver seria o prazer “
“não devemos evitar os prazeres e sim escolhê-los “
O essencial era viver o melhor possível, cada momento da vida, sem
preocupações de outra ordem
- Ataraxia : o prazer máximo consistia na tranqüilidade, na paz de espírito e
harmonia consigo próprio
Estoicismo : Há uma lei universal, superior a tudo, os homens devem seguí-la.
Eram mais teóricos do que práticos
Zenão de Cítio ( fundador )
Marco Aurélio - Imperador romano foi o maior expoente
“ todas as coisas fazem parte de um único sistema que é a natureza . A vida
individual só é boa quando está em harmonia com a natureza “Ideal : Apatheia
( indiferença ante o inevitável) .
Cinismo : Procuravam alcançar a verdadeira liberdade
Diógenes ( fundador ) andou com uma vela acesa, ao meio-dia, em Atenas,
procurando um Homem.Dormia num barril e durante o dia ficava sentado ao sol.
Finalidade: chocar a sociedade convencional.
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“o caso de Alexandre, o grande “Se eu não fosse Alexandre gostaria de ser
Diógenes “
“ Conta-se que Alexandre, quando estava prestes a atacar a Pérsia, soube que o
filósofo se encontrava por perto, em Corinto, e resolveu fazer-lhe uma visita.
“Encontro-o num bosque de ciprestes, quase despido, morando num tonel.
Alexandre, ricamente vestido, chegou acompanhado de sua grande comitiva,
enquanto o filósofo, dentro do tonel, tomava seu banho de Sol. Vendo o cortejo
que se aproximava, nem se moveu. Alexandre, detendo-se, perguntou-lhe :
“Você sabe quem sou ? “ . Como Diógenes nada respondesse, acrescentou : “
Saiba que sou Alexandre ! “ Disse o filósofo, com indiferença : “ Eu sou Diógenes
“. - Você sabe que possuo um império e milhares de homens se curvam perante
mim ? - “Pois eu só tenho este tonel, senhor, e isso me basta . Quanto aos
homens, não creio neles; há muito que procuro um e não encontro.” Alexandre,
em vez de zangar-se, riu e disse: “ Agrada-me sua maneira de ser. Para provar o
quando simpatizei com você, quero satisfazer qualquer desejo seu. Que deseja” -
“ Desejo que o senhor se afaste um pouco para não me tomar o Sol ”. Com o
semblante sério, o rei disse aos que o acompanhavam : “ Se eu não fosse
Alexandre, gostaria de ser Diógenes “.
A Patrística
A partir do séc. II - filosofia dos padres da Igreja - Patrística
- esforço de converter os pagãos, combater as heresias e justificar a fé :
apologética.
- longa aliança entre fé e razão - durante toda a Idade Média - a razão é auxiliar
da fé e a ela subordinada. “Credo ut intelligam “ - “Creio para que possa entender
“ - Sto. Agostinho.
Padres recorreram à filosofia platônica
Principal nome da patrística = Santo Agostinho ( 354-430 )
- retoma a teoria de Platão referente ao mundo sensível e ao mundo das idéias e
substitui esse último pelas idéias divinas.
ESCOLÁSTICA
Desenvolve-se IX - XIII - Aliança entre a fé e a razão
A partir do séc. XI transformações - Surgimento das universidades.
Resgate do pensamento Aristotélico - Filosofia aristotélico-tomista
“as substâncias ou coisas, com respeito às mudanças, estão em ato ( realidades)
ou em potência ( em vias de transformar-se em outra coisa )” todos os elementos
que constituem o mundo em que vivemos passam por esse processo de
transformação. É uma reação em cadeia. Essa cadeia imensa está ligada à força
que dá a partida para tudo - O Último Motor
(Deus)
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MITO E FILOSOFIA
Para os filósofos , a ordem do mundo deriva de forças opostas que se equilibram
reciprocamente, e a união dos opostos explica os fenômenos meteorológicos, as
estações do ano, o nascimento e a morte de tudo que vive Na passagem do mito à
razão, há continuidade no uso comum de certas estruturas de explicação.
A Idade Moderna
A Teoria do Conhecimento
Ética e Política
Nicolau Maquiavel : O Príncipe
O poder do soberano
O Principe, de Maquiavel
O príncipe atormentou a humanidade durante quatro séculos. E continuará a
tormentá-la...” A frase refere-se à obra de Maquiavel que serviu de instrumento
teórico a muitos governantes autoritários e totalitários, do século XVI ao século XX
: àqueles que fizeram da “razão de Estado” o pretexto para sufocar liberdades
individuais de toda a sociedade.
Sobressaem-se em sua obra outras frases, que isoladamente , fora de contexto,
têm servido a ditadores diversos: “ O triunfo do mais forte é o fato essencial da
história humana”. “Todos os profetas armados venceram, desarmados arruinaram-
se”. “Desprezar a arte da guerra é o primeiro passo para a ruína, possuí-la
perfeitamente, eis o meio de elevar-se ao poder”.
Assim, “Maquiavel – nome próprio universalmente conhecido, que teria de formar
um substantivo, ‘maquiavelismo’ – e um adjetivo, ‘maquiavélico’ – evoca uma
época, a Renascença; uma nação, a Itália; uma cidade, Florença; enfim, o próprio
homem, o bom funcionário florentino que, na maior ingenuidade, na total
ignorância do estranho futuro, trazia o nome de Maquiavel, votado à reputação
mais ruidosa e equívoca”.
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CHEVALIER , Jean-Jacques. As grandes obras políticas – de Maquiavel a
nossos dias. Rio de Janeiro, Agir,12980. p.48.
Thomas Hobbes : Leviatã*
Considerado por muitos o teórico que melhor definiu a ideologia absolutista,
articulou um sistema lógico e coerente para apresentar a necessidade do Estado
despótico.
O Estado - Entidade todo-poderosa que dominaria todos os cidadãos
“O Homem é o lobo do Homem”
“Os homens dotados de razão, do sentimento de autoconservação e de defesa
buscam superar esse estado natural de destruição unindo-se para formar uma
sociedade civil, mediante um contrato segundo o qual cada um cede seus direitos
ao soberano. Dessa forma, renuncia-se a todo direito de liberdade, nocivo à paz,
em benefício do Estado”
Século XVII - os pensadores do século XVII - abordagem nova
Colocação em questão da própria possibilidade do conhecimento
Deve-se indagar sobre o sujeito do conhecimento não o objeto
Quais as possibilidades de engano ou acerto ?
Quais os métodos que utilizaremos para garantir que o conhecimento seja
verdadeiro ?
Duas perguntas duas correntes filosóficas :
O empirismo
O racionalismo
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Ser perfeito nos faz ter idéias sobre o mundo exterior e sensível.
Portanto a partir de uma idéia inata podemos deduzir a idéia da existência da
matéria dos corpos .O homem é um ser duplo - dualismo-psicofísico - composto
por: substância pensante - res cogitans , substância externa -
res extensa .A razão não afeta nem é afetada pelo objeto - razão só lida com as
representações ( imagens e conceitos ) que correspondem ao objeto exterior.
O método deve garantir:
. as coisas sejam representadas corretamente, sem risco de erro ;
. controle de todas as etapas das operações intelectuais ;
. possibilidade de serem feitas deduções que levem ao progresso do
conhecimento.
Acentua-se o caráter absoluto e universal da razão: só com suas forças pode
chegar a descobrir as verdades possíveis.
Antagonismo : o corpo é uma realidade física - sujeito às leis deterministas da
natureza fenômenos mentais - não têm extensão no espaço nem localização.
As principais atividades da mente são recordar, raciocinar, conhecer e querer;
portanto, não se submetem às leis físicas, mas são o lugar da liberdade
corpo - objeto de estudo da ciência
mente - objeto da reflexão filosófica
O Empirismo
John Locke - crítica ao racionalismo cartesiano - crítica à teoria das idéias
inatas.
“Ensaio sobre o entendimento humano “ : todas as idéias têm origem na
experiência sensível.
“ é a partir dos dados da experiência que o intelecto produz idéias”
“a razão humana é vista como uma folha em branco sobre a qual os objetos vão
deixar sua impressão sensível que será elaborada, através de certos
procedimentos mentais, em idéias particulares e idéias gerais “.
Para Locke todas as nossas idéias provêm de duas fontes : a sensação
a reflexão a sensação apreende impressões vindas do mundo externo a reflexão é
o ato pelo qual o espírito conhece suas próprias operações.
Locke : As idéias podem ser simples e complexas.
As idéias simples ,que se impõem à consciência na experiência sensível e são
irredutíveis à análise ao estabelecer relação entre as idéias simples , surgem as
idéias complexas.
David Hume
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gerais é a crença, que, do ponto de vista do entendimento, faz uma extensão
ilegítima do conceito” .
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Direito à vida
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Comentário : O Livro se inicia com a discussão de sua relação com a propensão
inata do homem à troca e com o processo de crescimento econômico.
A Segunda : é a doutrina segundo a qual essa ordem natural requer, para sua
operação eficiente, a maior liberdade individual possível na esfera das relações
econômicas, doutrina cujos fundamentos racionais são derivados de seu sistema
teórico, já que o interesse individual é visto por ele como a motivação fundamental
da divisão social do trabalho e da acumulação de capital, causas últimas do
crescimento do bem-estar coletivo.
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A Obra de Adam Smith tem influência de sua postura como filósofo e
principalmente de seu trabalho anterior à Riqueza das Nações que é a “Teoria
dos Sentimentos Morais”. O objetivo da filosofia moral é a felicidade humana e o
seu bem-estar, portanto esta não é apenas uma obra técnica sobre economia , é
muito mais do que isto, porque analisa em profundidade não só o mecanismo
natural da economia como a posição que o homem exerce dentro deste sistema.
O homem como elemento principal desta engrenagem.
Pois bem, de onde vem a Riqueza das Nações ? segundo Smith :
“a riqueza ou o bem estar das nações só pode ser identificado com seu produto
anual per capita que, dada sua constelação de recursos naturais, é determinado
pela produtividade do trabalho ”útil”ou produtivo.”
E diz mais :
“é o trabalho produtivo que leva ao processo de acumulação de capital gerando
uma pressão de demanda por mão-de-obra sobre o mercado de trabalho. Isto
provoca um crescimento concomitante dos salários e, a melhoria das condições
de vida dos trabalhadores e da população, ampliando o tamanho dos mercados
que, para um dado estoque de capital, é o determinante básico da extensão da
divisão do trabalho, iniciando-se assim, a espiral do crescimento.”
Seu toque genial decorre da percepção das conseqüências analíticas da
acelerada generalização dos métodos capitalistas de organização da produção, do
progressivo aumento da competição e da maior mobilidade de capital entre as
diferentes ocupações.
A Riqueza das Nações é o produto do desenvolvimento histórico do capitalismo e
da ação dos homens.
Para Adam Smith , então, ao contrário do que queriam os fisiocratas não é a
natureza mas o esforço humano que torna os bens disponíveis e como o homem
procura, a felicidade, ela somente será encontrada, quando ele perceber que
além de indivíduo, ele também é membro de uma família, de um Estado e da
grande sociedade que constitui a raça humana.
São os bens e não o ouro que constituem a riqueza de uma nação. Neste sentido
ele constata que sem os esforços cooperativos da mão-de-obra, nem a terra nem
o capital poderiam produzir o que quer que fosse. A esta constatação vem a
pergunta. De que modo podem ser aumentados os poderes produtivos do trabalho
?
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“ a divisão de trabalho surgiu espontaneamente e é uma conseqüência da
propensão a permutar que só é encontrada no homem e não é senão expressão
de seu comportamento de auto-interesse”
O auto interesse , então, é o motivo que naturalmente impele os homens, desde
que nascem até que morram. O homem carrega consigo a característica de
melhorar.
Estas palavras são importantes como indicadores da defesa da iniciativa privada.
Só a característica de melhorar, que é natural no homem, permite a ele lançar-se
a novos desafios.
“Somente trocando seus excedentes com outros é que ele pode adquirir todos os
bens de que necessita, e para servir a seus próprios interesses apela para o auto-
interesse dos demais seres humanos”. Já que é por tratado, escambo e por
aquisição que obtemos uns dos outros a maior parte desses bons ofícios mútuos
de que necessitamos, é essa mesma disposição para permutar que originalmente
dá ensejo à divisão do trabalho e a iniciativa privada.
Todas estas ações humanas, segundo Adam Smith, estão relacionadas, já que o
homem pertence à natureza, a uma ordem natural das coisas, ao que ele chama
de “bondade suprema da ordem natural”
“ Todos os interesses econômicos que o indivíduo busca são geralmente
adquiridos no decurso de sua experiência social. Portanto não cabe ao Estado e
sim aos indivíduos, livres, daí a defesa da Livre iniciativa, juntos, seguindo esta
ordem natural criar condições de riqueza e de vida.”
É no centro deste sistema que está o indivíduo, que deve seguir seus próprios
interesses, ao mesmo tempo em que promove o bem estar da sociedade como um
todo, porque assim é o caráter da ordem natural, que é um fato.
Dentro do enfoque da ordem natural, é que se gesta uma variedade de instituições
econômicas benéficas. Entre elas estão a divisão do trabalho, o desenvolvimento
da moeda, o crescimento da poupança e do investimento de capital, o
desenvolvimento do comércio exterior e o ajustamento mútuo da procura e da
oferta. Estas e outras instituições são o resultado do comportamento de auto-
interesse do homem e funcionam no benefício da sociedade como um todo.
Encontramos, então, em A Riqueza das Nações uma noção muito clara de auto-
amor e auto-interesse.
Adam Smith ainda assinala que “a uma organização social inteligente cabe
apenas agir e o quanto possível em harmonia com os ditames da ordem natural”
A felicidade a que o homem busca estará sempre relacionada à virtude e esta
virtude está centrada no trabalho do homem e no respeito à ordem natural.
Na Idade Média a Igreja dizia que a felicidade nada tinha a ver com a virtude e que
a única virtude do homem encontrava-se na abnegação. Combatendo este
conceito Adam Smith nos mostra o contrário que a virtude encontra-se no
trabalho, na liderança e no empreendimento.
Conclusão
Como conclusão podemos reconhecer a seguinte postura nas teorias de Adam
Smith :
Segundo ele seis motivos determinam , de um modo natural, a conduta humana :
o amor de si mesmo, a simpatia, o desejo de ser livre, o sentimento da
propriedade, o hábito do trabalho e a tendência para trocar, permutar e substituir
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uma coisa pela outra. Cada homem, dados estes móveis da conduta, é por
natureza, o melhor juiz de seu próprio interesse, e , pois, se lhe deveria dar
liberdade para, à sua maneira, procurar seus interesse. Não só, deixando-o à sua
sorte, obteria o máximo de satisfação, como aumentaria o bem-estar comum .
Adam Smith enfatiza que os diferentes móveis da conduta humana equilibram-se
de tal modo que o bem de um não estará em conflito com o bem de todos.
Outros móveis, sobretudo o da simpatia, acompanham o amor de si mesmo, como
resultado de que a vantagem dos outros não deixa de estar ligada à vantagem
própria.
A fé que Adam Smith tinha no equilíbrio natural dos móveis do homem foi o que o
levou a fazer a célebre declaração de que ao procurar seu próprio benefício, “uma
mão invisível o conduziria a favorecer um fim que não entrava no seu propósito,
ou seja, quando o homem é livre e procura o máximo de vantagem pessoal,
impulsionado pela lei natural, está contribuindo para elevar ao máximo o bem
comum.
O CONHECIMENTO CIENTÍFICO
O Senso comum
O senso comum é o conhecimento de todos nós.
É o saber resultante das experiências vividas e a soma dos saberes herdados.
O Senso comum , enquanto conhecimento espontâneo é :
ametódico
assistemático
empírico
ingênuo
presa das aparências
fragmentário
particular
subjetivo
O Conhecimento comum é presa fácil do “saber ilusório”
É possível transformar o senso comum em bom senso simplesmente tornando-o
estruturado, coerente e crítico.
O conhecimento científico
Sócrates: buscava a definição dos conceitos para atingir a essência das coisas
Platão : mostrava o caminho que a educação do sábio devia percorrer para ir da
opinião à ciência
A ciência moderna nasce ao determinar um objeto específico de investigação e ao
criar um método pelo qual se fará o controle desse conhecimento.
A utilização de métodos rigorosos permite que a ciência atinja um tipo de
conhecimento sistemático, preciso e objetivo.
Cada ciência se torna uma ciência particular ( fenômenos ) e geral ( conclusões)
O mundo constituído pela ciência aspira a objetividade : as conclusões podem
ser verificadas por qualquer membro da comunidade científica. Por isso procura
despojar-se do emotivo.
“ Merleau Ponty : A ciência explica o mundo, mas se recusa a habitá-lo “
A ciência amplia o conhecimento mas o reduz pois o cientista remove toda a
experiência individual que caracterizaria o “estar-no-mundo “
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Precisão e objetividade : utilização da matemática para transformar qualidade em
quantidade. Galileu
O uso de instrumentos torna a ciência mais rigorosa, precisa e objetiva
É preciso retirar do conceito de ciência a falsa idéia de que ela é a única
explicação da realidade e se trata de um conhecimento “certo” e “infalível”.
Física e demais ciências da natureza : matematizáveis
Ciências Humanas : Psicanálise : avessa a qualquer forma de experimentação ou
matematização
Ciência e Poder
As ciências da natureza, organizadas como foram, a partir da Idade
Moderna possibilitam ao homem maior previsibilidade dos fenômenos e maior
poder de transformação da natureza.
Ciência e técnica = tecnologia ( técnica enriquecida pelo saber científico )
“ No entanto, o poder da ciência e da tecnologia é ambíguo, porque pode estar a
serviço do homem ou contra ele. Daí a necessidade de o trabalho do cientista e do
técnico ser acompanhado por reflexões de caráter moral e político, a fim de que
sejam questionados os fins a que se destinam os meios utilizados pelo homem: se
servem ao
crescimento espiritual ou se o degradam, se servem à liberdade ou às formas de
dominação.
Por isso é impossível admitir a existência do trabalho científico neutro. “
Os mitos da ciência
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dos homens: a teoria manda porque possui as idéias, e a prática
obedece porque é ignorante... Com essa relação hierárquica, perde-se a
dialética entre a teoria e a práxis “.
A ciência e a tecnologia, mesmo que sejam expressões da racionalidade,
produzem contraditoriamente efeitos irracionais, perversos, já que a razão é posta
a serviço da
destruição da natureza, da alienação humana e da dominação.
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