Chica Pelega

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Livro narra saga de uma

guerreira desconhecida
Chica Pelega
Ana Cláudia Menezes

Personagem desconhecida da revolta entre jagunços e as tropas do Exército


Nacional que se arrastou pelo Planalto e Meio-Oeste de Santa Catarina de
1912 a 1916, a personagem Francisca Roberta chegou até Sanford de
Vasconcellos quando ele preparava "O Dragão Vermelho", lançado em 1998 e
vencedor do prêmio na 1ª Bienal do Livro do Cone Sul, no ano passado, em
Florianópolis.
A guerreira entra para a história de Santa Catarina aos 16 anos, quando o pai é
morto pelas tropas do Exército, que vieram para o Sul do Brasil proteger a
construção de uma estrada de ferro, patrocinada pela empresa norte-
americana Brazil Railway, ligando União da Vitória (PR) até o Rio Grande do
Sul. A Guerra do Contestado se inicia com a revolta dos sertanejos que
moravam no local e foram expulsos pelos agentes de segurança. No dia em
que o pai é morto, Chica Pelega e a mãe escapam da morte por acaso.
Agentes do Exército atacam as casas e as plantações dos caboclos. Com a
roupa no corpo, Chica parte em busca de um grupo que pudesse defender o
pouco que ainda restava das terras. "Os que não obedeciam os editais era
mortos e tinham suas casas incendiadas", conta Sanford, juiz de direito
aposentado e autor de nove livros.
Provavelmente nascida em Joaçaba, Chica Pelega ficou conhecida por liderar
o grupo que liqüidou os agentes do Exército Nacional na localidade de
Taquaruçu, em Curitibanos. "Ela não tinha medo de morrer. Ela era o espírito
dos injustiçados. Eu peguei a Chica Pelega de propósito, tanto pela sua história
trágica como pela sua reação. Não estava na história dela ser guerreira. Ela foi
embrutecida pelas circunstâncias. O livro é uma trajetória heróica", conta.

Uma das cenas mais destacadas é a da morte da guerreira, aos 20 anos, já


nas últimas páginas da obra. Por causa da mãe doente, Chica decide ficar em
Caraguatá, próximo a Caçador, e não seguir para uma batalha em que os
homens iriam enfrentar os oficiais. No local ficaram mulheres, velhos e
crianças, pois na visão dos guerreiros, estes seriam poupados do ataque do
Exército. No ataque, os oficiais não pouparam ninguém.
Do passado Contestado, um presente de futuro.

De um passado de Glória, nos Campos... nos Pinheirais


O presente dessa história, a Terra do Contestado
A nos encantar
Homens... mulheres de bravura com seus ideais...
Palco de uma luta desvairada, da riqueza cobiçada...
De guerreiros celestiais.

Irani, Taquaruçu, Santa Maria, Caraguatá!


Este é o meu chão... Quadros Santos do sertão...
Quero de volta o meu Barbaquá!

Da Limeira Chica Pelega, Amazona cor de Pinhão...


Os Doze Pares de França, cavaleiros da Esperança...
Pra enfrentar este Dragão
Os dormentes desta Estrada
Trilha do Imigrante... desbravador...
O delírio do poeta, alegria que desperta
A ilusão de um trovador.

Maria Rosa, Virgem Guerreira, vem me libertar!


A tua Espada de Luz.... teu povo conduz...
Com a Vale Samba vem brilhar!
As profecias dos três Monges,
João Maria, José, João... Dos Caminhos Cruzados,
O exército encantado da libertação...
Guardiões divinos num conflito desigual
Emissários da harmonia.... e da justiça social!

Quem não viu quer ver...Beleza, festa e tradição...


O esplendor da natureza...
Faz balançar meu coração!

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