Procedimento para Automatização de Verificação Estrutural
Procedimento para Automatização de Verificação Estrutural
Procedimento para Automatização de Verificação Estrutural
Montante
Elementos rígidos
Ponto de conexão
4. AÇÕES E CARREGAMENTOS
De um modo geral, as ações em torres metálicas são de natureza estática, sendo
portando subdivididas em ações permanentes e ações variáveis, de acordo com a
NBR 8800/86, Anexo B. As ações permanentes são constituídas pelo peso próprio
de todos os elementos constituintes da estrutura, incluindo peso de equipamentos e
instalações permanentes suportadas pela mesma.
As ações permanentes atuantes neste projeto foram: o peso próprio da estrutura,
peso das antenas, peso dos cabos coaxiais das antenas e peso da escada.
As ações variáveis são aquelas decorrentes do uso ou da ocupação da torre, que
neste trabalho foram constituídas pelas ações de vento e sobrecarga.
As ações devidas ao vento, comumente conhecidas por forças aerodinâmicas,
produzirão uma componente na direção do vento chamada de Força de Arrasto (Fa);
para o cálculo desta força deve-se conhecer um parâmetro aerodinâmico chamado
de Coeficiente de Arrasto (Ca). Para a determinação dos coeficientes de arrasto em
torres reticuladas, a norma NBR 6123 apresenta um gráfico, no qual estes
coeficientes variam de acordo com o índice de área exposta (η). Este índice é
definido como sendo a razão entre a área frontal efetiva de uma das faces do
reticulado e a superfície limitada pelo contorno do reticulado. Em torres de seção
triangular eqüilátera, são consideradas três incidências de vento, uma a 0°, outra a
30° e outra a 60º. Neste trabalho as forças de vento serão calculadas pelo método
estático descrito na NBR 6123. A seguir são apresentados os dados das ações,
tanto permanentes quanto variáveis, utilizadas neste trabalho.
Ações Permanentes:
• Peso próprio da estrutura: considerado automaticamente pelo Metálicas 3D;
• Escada: 0,12 kN/m;
• Cabos coaxiais: 0,30 kN/m;
• Antena parabólica: 1,0 kN;
Ações Variáveis:
• Pessoal de manutenção: 2,8 kN;
• Equipamento auxiliar: 1,5 kN;
• Forças de vento.
Figura 5 - Fornecimento das características geométricas da torre para obtenção da carga de vento
Dados:
Velocidade básica Vo = 45 m/s
Fator de ocupação S3 = 0.95
Categoria de rugosidade do terreno 1
Classe B
Fator S1 a 6 m = 1
Fator S1 a 12 m = 1
Fator S1 a 18 m = 1
Fator S1 a 24 m = 1
Fator S1 a 30 m = 1
Fator S1 a 36 m = 1
Fator S1 a 42 m = 1
Fator S1 a 48 m = 1
a. MÉTODO ESTÁTICO
Módulo Z(m) S2 Qest(N/m^2)
1 6 1.05 1235
2 12 1.1 1355
3 18 1.13 1431
4 24 1.15 1481
5 30 1.17 1534
6 36 1.18 1560
7 42 1.19 1586
8 48 1.2 1613
2. CÁLCULO DO COEFICIENTE DE ARRASTO
a. MÉTODO ESTÁTICO
Módulo Z(m) Qest(N/m^2) Fai(N)Vento a qualquer direção
1 6 1235 6982
2 12 1355 7660
3 18 1431 7039
4 24 1481 7289
5 30 1534 7546
6 36 1560 7673
7 42 1586 7805
8 48 1613 7937
Vento 30º A B C D E F
Z = 0 873 524 663 384 1536 873
Z = 6 1830 1098 1391 805 3221 1830
Z = 12 1837 1102 1396 808 3234 1837
Z = 18 1791 1075 1361 788 3152 1791
Z = 24 1854 1113 1409 816 3264 1854
Z = 30 1902 1141 1446 837 3348 1902
Z = 36 1935 1161 1470 851 3405 1935
Z = 42 1968 1181 1495 866 3463 1968
Z = 48 992 595 754 437 1746 992
Vento 60º A B C D E F
Z = 0 489 873 628 1082 628 1082
Z = 6 1025 1830 1318 2270 1318 2270
Z = 12 1029 1837 1323 2278 1323 2278
Z = 18 1003 1791 1289 2221 1289 2221
Z = 24 1038 1854 1335 2299 1335 2299
Z = 30 1065 1902 1370 2359 1370 2359
Z = 36 1083 1935 1393 2399 1393 2399
Z = 42 1102 1968 1417 2440 1417 2440
Z = 48 556 992 714 1230 714 1230
A Tabela 2 apresenta a força devido ao vento nas antenas, bem como a sua cota de
aplicação. A antena situada na cota 35m é a antena que será acrescida, as demais
são as já existentes.
Vale observar que, estas forças estão sendo consideradas para a situação mais
desfavorável, ou seja, aquela em que a maior área exposta da antena está de frente
para o vento incidente. A Figura 8 mostra as forças de vento aplicadas nos nós da
estrutura para o vento incidindo a 0º. As cargas são divididas em dois nós.
5. RESULTADOS
Após a obtenção dos esforços, para a condição mais desfavorável, seguindo os
critérios de verificação segundo a NBR 8800/86, foram obtidos as seções dos perfis
da estrutura da torre.
Estes cálculos mostraram que os perfis utilizados atenderam aos diversos
carregamentos impostos, tanto nos critérios de esforços máximos, quanto nos
deslocamentos decorrentes.
A Figura 9 mostra o resultado da verificação dos perfis pelo Metálicas 3D em um
trecho do comprimento da torre, enquanto que a Figura 10 mostra a deformada da
torre para o vento incidindo a 0º.
6. CONCLUSÕES
No presente trabalho, foi proposta uma metodologia para verificação estrutural de
torres de telecomunicação que integra a utilização de três poderosas ferramentas
computacionais.
A primeira, gráfica, consagrada na elaboração de modelos tridimensionais, o
Autocad (Autodesk), utilizada na construção do pré-modelo estrutural, e definição
das características geométricas.
A segunda, o software Metálicas 3D (Cype Ingenieros), utilizada na construção do
modelo estrutural tridimensional e na análise estrutural dos elementos constituintes
da torre.
A terceira, o software Auto Ventos Torres (Forti & Requena), fundamental na
geração das cargas devidas ao vento em torres, em particular aquelas com seção
transversal triangular eqüilátera.
Para que se pudesse aplicar a metodologia aqui proposta, foi escolhida a torre da
rota de telecomunicações de Itaipu, sob controle da empresa Furnas Centrais
Elétricas S.A., situada na localidade de Angatuba, SP.
A metodologia aqui apresentada mostrou-se bastante eficiente, principalmente no
que diz respeito à rapidez na construção dos modelos estruturais tridimensionais,
bem como na definição e aplicação dos carregamentos ao mesmo, não somente
para torres estaiadas de seção triangular, como também nas torres autoportantes de
seção quadrada.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
• AutoCAD® 2002, Autodesk. http://usa.autodesk.com.
• CIMAF Cabos S.A., Catálogos. http://www.cimaf.com.br/.
• Forti ,T.L.D. e Requena J.A.V., AutoVentos 1.01 Torres, UNICAMP,
http://www.fec.unicamp.br/~requena/
• Lima, A. L., Torre Matálica Estaiada com 32,5 m de Altura para Rádio Difusão.
Trabalho de Monografia, UGB/FERP, 2003, Nova Iguaçu, RJ.
• Metálicas 3D, Cype Ingenieros. http://www.cype.com.
• NBR 6123, ABNT, 1988. Forças devidas ao vento em edificações. Rio de
Janeiro.
• NBR 8800, ABNT, 1986. Projeto e execução de estruturas de aço de edifícios
(método dos estados limites). Rio de Janeiro.
• Pfeil, W. & Pfeil, M., LTC editora, 2000. Estruturas de Aço, Dimensionamento
Prático. Rio de Janeiro: 7ª ed.
• Rodrigues, G.J.O. e Lima, A.L., Projeto de Cobertura em Arco Infra-Atirantado
III Congresso Internacional da Construção Metálica – III CICOM, Ouro Preto,
2006.