Civil V - Contratos II - Doação, Emprestimo, Comodato, Mútuo, Empreitada, Depósito, Fiança PUCRs
Civil V - Contratos II - Doação, Emprestimo, Comodato, Mútuo, Empreitada, Depósito, Fiança PUCRs
Civil V - Contratos II - Doação, Emprestimo, Comodato, Mútuo, Empreitada, Depósito, Fiança PUCRs
I. Doação
3. Elementos:
a. animus donandi: intenção de beneficiar
4. Aceitação do Donatário
a. expressa: manifesta, demonstra.
Art. 543. Se o donatário for absolutamente incapaz, dispensa-se a aceitação, desde que se trate de
doação pura.
Ex.: doação a nascituro, à incapaz.
5. Natureza Jurídica
a. unilateral
d. consensual: acordo de vontades. Será real quando for doação manual, nesse caso
exige entrega imediata.
6. Modalidades:
a. Doação pura ou simples: é a doação propriamente dita.
Art. 547. O doador pode estipular que os bens doados voltem ao seu patrimônio, se sobreviver ao
donatário.
7. Promessa de doação
A jurisprudência diverge quanto a sua eficácia, a maioria não aceita.
Art. 2.006. A dispensa da colação pode ser outorgada pelo doador em testamento, ou no próprio título
de liberalidade.
a. conceito: O doador só pode dispor de 50% do patrimônio. Art. 549 c/c Art.
1789 e 1846.
Art. 549. Nula é também a doação quanto à parte que exceder à de que o doador, no momento da
liberalidade, poderia dispor em testamento.
a. Conceito: doação ao amante (regra pouco aplicável a união estável) Art. 550
Art. 550. A doação do cônjuge adúltero ao seu cúmplice pode ser anulada pelo outro cônjuge, ou por
seus herdeiros necessários, até dois anos depois de dissolvida a sociedade conjugal.
a. Causas: em que ser dolosa. Ex. tentar matar, ofender publicamente, injuriar,
caluniar, recusar alimentos. Art. 557 e 558
Art. 557. Podem ser revogadas por ingratidão as doações:
I - se o donatário atentou contra a vida do doador ou cometeu crime de homicídio doloso contra ele;
II - se cometeu contra ele ofensa física;
III - se o injuriou gravemente ou o caluniou;
IV - se, podendo ministrá-los, recusou ao doador os alimentos de que este necessitava.
Art. 558. Pode ocorrer também a revogação quando o ofendido, nos casos do artigo anterior, for o
cônjuge, ascendente, descendente, ainda que adotivo, ou irmão do doador.
b. Modalidades de doação que não podem ser revogadas por ingratidão: Art. 564
Art. 564. Não se revogam por ingratidão:
I - as doações puramente remuneratórias;
II - as oneradas com encargo já cumprido;
III - as que se fizerem em cumprimento de obrigação natural;
IV - as feitas para determinado casamento.
Art. 563. A revogação por ingratidão não prejudica os direitos adquiridos por terceiros, nem obriga o
donatário a restituir os frutos percebidos antes da citação válida; mas sujeita-o a pagar os posteriores,
e, quando não possa restituir em espécie as coisas doadas, a indenizá-la pelo meio termo do seu
valor.
e. Prazo: o doador tem até 1 ano para ajuizar ação de revogação, a contar da
data em que toma conhecimento do fato e da autoria da ingratidão. Art. 559
Art. 559. A revogação por qualquer desses motivos deverá ser pleiteada dentro de um ano, a contar de
quando chegue ao conhecimento do doador o fato que a autorizar, e de ter sido o donatário o seu
autor.
Art. 562. A doação onerosa pode ser revogada por inexecução do encargo, se o donatário incorrer em
mora. Não havendo prazo para o cumprimento, o doador poderá notificar judicialmente o donatário,
assinando-lhe prazo razoável para que cumpra a obrigação assumida.
Art. 561 – se o donatário, dolosamente, matar o doador, os herdeiros podem ajuizar.
Exceto se o doador perdoar o donatário.
Art. 561. No caso de homicídio doloso do doador, a ação caberá aos seus herdeiros, exceto se aquele
houver perdoado.
Art. 559. A revogação por qualquer desses motivos deverá ser pleiteada dentro de um ano, a contar de
quando chegue ao conhecimento do doador o fato que a autorizar, e de ter sido o donatário o seu
autor.
Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo menor.
IV. Doação
V. Empréstimo
2. Modalidades:
Art. 579. O comodato é o empréstimo gratuito de coisas não fungíveis. Perfaz-se com a tradição do
objeto.
3. Diferenças:
a. Objeto: está na natureza do objeto (fungível e infungível). Art. 85
Art. 85. São fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da mesma espécie, qualidade e
quantidade.
VI. Comodato
2. Elementos
a. gratuidade: não existe contra-prestação do comodatário.
b. Coisa não fungível: o objeto do empréstimo não pode ser substituído por outro.
Art. 85
3. Natureza
a. real: para existência e eficácia é necessário o acordo de vontades e mais a
tradição.
b. Unilateral: obrigação à apenas uma das partes. O comodatário deve restituir a
coisa. Eventualmente pode ser bilateral.
c. Gratuito: não há contra-prestação, na maioria das vezes.
d. Não-solene: não exige forma especial. Pode ser celebrado por instrumento
público, particular ou oral. Não se aplica o Art. 108 pq a transferência é
temporária.
4. Obrigações do comodatário:
Art. 587: o comodatário tem obrigação de conservar e restituir a coisa.
Art. 587. Este empréstimo transfere o domínio da coisa emprestada ao mutuário, por cuja conta correm
todos os riscos dela desde a tradição.
Art. 584: responsável pelas despesas da coisa, enquanto estiver em seu uso e gozo.
Art. 584. O comodatário não poderá jamais recobrar do comodante as despesas feitas com o uso e
gozo da coisa emprestada.
6. Extinção
a. Prazo:
- convencional: é estipulado no contrato.
- uso normal: encerrou o uso ao qual foi empresado, extingue-se o contrato. Art. 581.
Art. 581. Se o comodato não tiver prazo convencional, presumir-se-lhe-á o necessário para o uso
concedido; não podendo o comodante, salvo necessidade imprevista e urgente, reconhecida pelo juiz,
suspender o uso e gozo da coisa emprestada, antes de findo o prazo convencional, ou o que se
determine pelo uso outorgado.
Art. 582. O comodatário é obrigado a conservar, como se sua própria fora, a coisa emprestada, não
podendo usá-la senão de acordo com o contrato ou a natureza dela, sob pena de responder por
perdas e danos. O comodatário constituído em mora, além de por ela responder, pagará, até restituí-
la, o aluguel da coisa que for arbitrado pelo comodante.
VII. Mútuo
2. Elementos
a. Coisa fungível: pode ser substituída por coisa do mesmo gênero. Art. 85.
b. Tradição: é requisito para a existência do contrato. É unilateral, já que só gera
obrigações ao mutuário.
3. Natureza
a. Oneroso ou gratuito: pode haver estipulação de juros. Art. 551
Art. 551. Salvo declaração em contrário, a doação em comum a mais de uma pessoa entende-se
distribuída entre elas por igual.
Parágrafo único. Se os donatários, em tal caso, forem marido e mulher, subsistirá na totalidade a
doação para o cônjuge sobrevivo.
4. Mútuo à menor
Art. 590. O mutuante pode exigir garantia da restituição, se antes do vencimento o mutuário sofrer
notória mudança em sua situação econômica.
b. legal: próxima colheita; 30 dias se for para dinheiro; quando declarar o mutuante.
Art. 592, I, II, III.
7. Mútuo Oneroso: prevê juros se o mútuo for para fins econômicos. Art. 591
Art. 591. Destinando-se o mútuo a fins econômicos, presumem-se devidos juros, os quais, sob pena
de redução, não poderão exceder a taxa a que se refere o art. 406, permitida a capitalização anual.
VIII. Juros
1. Conceito: juros são frutos civis pagos pelo devedor ao credor, pela locação
temporária do capital.
2. Modalidades:
a. finalidade:
- compensatórios: tem a função remuneratória. Art. 591.
- moratórios: tem a função de acrescentar o capital pela demora no pagamento. Art.
406.
b. pactuação:
- convencionais: previstos no contrato, por acordo das partes.
- legais: decorrem da lei.
IX. Empreitada
Art. 610. O empreiteiro de uma obra pode contribuir para ela só com seu trabalho ou com ele e os
materiais.
§ 1o A obrigação de fornecer os materiais não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes.
§ 2o O contrato para elaboração de um projeto não implica a obrigação de executá-lo, ou de fiscalizar-
lhe a execução.
b. Na empreitada de lavor:
- Se não houver culpa, o dono da obra suporá os riscos. Art 612.
Art. 612. Se o empreiteiro só forneceu mão-de-obra, todos os riscos em que não tiver culpa correrão
por conta do dono.
4. Obrigações
a. dono da obra: tem obrigação de pagar a remuneração do empreiteiro, de
receber a obra se ela estiver de acordo com o ajustado. Art. 615 e 616.
Art. 615. Concluída a obra de acordo com o ajuste, ou o costume do lugar, o dono é obrigado a
recebê-la. Poderá, porém, rejeitá-la, se o empreiteiro se afastou das instruções recebidas e dos planos
dados, ou das regras técnicas em trabalhos de tal natureza.
Art. 616. No caso da segunda parte do artigo antecedente, pode quem encomendou a obra, em vez de
enjeitá-la, recebê-la com abatimento no preço.
Art. 617. O empreiteiro é obrigado a pagar os materiais que recebeu, se por imperícia ou negligência
os inutilizar.
- O empreiteiro pode suspender a obra, com ou sem justa causa. Art. 624 e 625.
Art. 624. Suspensa a execução da empreitada sem justa causa, responde o empreiteiro por perdas e
danos.
d. Prazo:
Art. 618. Nos contratos de empreitada de edifícios ou outras construções consideráveis, o empreiteiro
de materiais e execução responderá, durante o prazo irredutível de cinco anos, pela solidez e
segurança do trabalho, assim em razão dos materiais, como do solo.
- contagem (prescrição):
* CC/16: 20 anos – Sumula 194 do SJ: dentro do prazo de 05 anos o dono constata o
defeito, a partir daí começa a contar 20 anos para ajuizar ação indenizatória.
* CC/02: 180 dias - Art. 618, § único: dentro dos 05 anos o dono constata o defeito,
tem 180 dias para ajuizar a ação indenizatória.
X. Depósito
1. Introdução: O depósito é o contrato pelo qual o depositante entrega um bem
ao depositário, que vai restituí-lo quando solicitado. É um contrato de guarda.
2. Modalidades:
3. Natureza:
a. real: se consuma com a tradição.
b. Gratuito ou oneroso: é gratuito, exceto se por atividade negocial ou profissão.
Art. 628.
Art. 628. O contrato de depósito é gratuito, exceto se houver convenção em contrário, se resultante de
atividade negocial ou se o depositário o praticar por profissão.
5. Obrigações do depositário:
a. guarda: o depositário tem obrigação de guardar a coisa. Não pode usar.
b. Conservação: tem o dever de conservar. No caso de força maior, não
responderá pelos danos, desde que prove. Art. 642.
Art. 642. O depositário não responde pelos casos de força maior; mas, para que lhe valha a escusa,
terá de prová-los.
Art. 633. Ainda que o contrato fixe prazo à restituição, o depositário entregará o depósito logo que se
lhe exija, salvo se tiver o direito de retenção a que se refere o art. 644, se o objeto for judicialmente
embargado, se sobre ele pender execução, notificada ao depositário, ou se houver motivo razoável de
suspeitar que a coisa foi dolosamente obtida.
6. Prisão civil do depositário infiel: Não constitui uma pena, mas sim um meio de
coação.
a. previsão legal: CF, art 5°, LXVII e CC Art. 652: quando o depositário restituir o
bem ou pagar o equivalente, levanta-se a prisão.
Art. 652. Seja o depósito voluntário ou necessário, o depositário que não o restituir quando exigido
será compelido a fazê-lo mediante prisão não excedente a um ano, e ressarcir os prejuízos.
Art. 904. Julgada procedente a ação, ordenará o juiz a expedição de mandado para a entrega, em 24
(vinte e quatro) horas, da coisa ou do equivalente em dinheiro.
Parágrafo único. Não sendo cumprido o mandado, o juiz decretará a prisão do depositário infiel.
c. Controvérsia:
- alienação fiduciária: é o financiamento que tem como garantia o próprio bem
financiado. Para o STJ essa prisão não é possível, já que o financiante é um
depositário ficto. Cabe HC.
- Pacto São José da Costa Rica: Limita a prisão civil ao devedor de alimentos. Se o
pacto é absorvido pela legislação brasileira, como resolver, viso que nada é superior
a CF?
XI. Fiança
2. Figurantes:
- fiador
- credor
- devedor afiançado (é o 3° interessado).
3. Características:
a. relação credor x fiador: a relação independe de aceite do devedor,q eu é
apenas um terceiro interessado no contrato. Art. 820.
Art. 820. Pode-se estipular a fiança, ainda que sem consentimento do devedor ou contra a sua
vontade.
Art. 588. O mútuo feito a pessoa menor, sem prévia autorização daquele sob cuja guarda estiver, não
pode ser reavido nem do mutuário, nem de seus fiadores.
4. Natureza
Art. 819. A fiança dar-se-á por escrito, e não admite interpretação extensiva.
d. solene: deve ser celebrado por escrito. (carta de fiança).
5. Requisitos:
a. formais: documento escrito.
b. Objetivos: confissão de dívida, indenização, podem ter como garantia a fiança.
c. Subjetivos: Quem pode ser fiador?
- pessoa jurídica: desde que tenha previsão no contrato social.
- pessoa física: qualquer pessoa física que tenha disposição sobre seus bens.
a. nulidade: aceita pela jurisprudência majoritária. É nula a fiança que não tiver o
aceite do cônjuge.
b. Anulabilidade:
- Art. 1647, III: parte da jurisprudência aceita a idéia de que a fiança poderá ser
anulada.
Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro,
exceto no regime da separação absoluta:
III - prestar fiança ou aval;
- Art. 1649: o cônjuge poderá pleitear a anulação da fiança em até 02 anos após a
dissolução do casamento.
2. Relação credor x fiador: O credor pode executar o fiador, caso o afiançado não
pague.
a. benefício da ordem: uma vez demandado, o fiador pode exigir que primeiro
sejam executados os bens do devedor. Não se aplica essa regra caso o fiador
tenha se comprometido ao contrário. Art. 827 e 828.
Art. 827. O fiador demandado pelo pagamento da dívida tem direito a exigir, até a contestação da lide,
que sejam primeiro executados os bens do devedor.
Parágrafo único. O fiador que alegar o benefício de ordem, a que se refere este artigo, deve nomear
bens do devedor, sitos no mesmo município, livres e desembargados, quantos bastem para solver o
débito.
Art. 829. A fiança conjuntamente prestada a um só débito por mais de uma pessoa importa o
compromisso de solidariedade entre elas, se declaradamente não se reservarem o benefício de
divisão.
Parágrafo único. Estipulado este benefício, cada fiador responde unicamente pela parte que, em
proporção, lhe couber no pagamento.
3. Exceções substanciais:
- Art. 837: o fiador pode opor ao credor, exceções de direito material.
Art. 837. O fiador pode opor ao credor as exceções que lhe forem pessoais, e as extintivas da
obrigação que competem ao devedor principal, se não provierem simplesmente de incapacidade
pessoal, salvo o caso do mútuo feito a pessoa menor.
- Art. 824: não poderá ser invocada pelo fiador, a incapacidade pessoal do devedor.
Art. 824. As obrigações nulas não são suscetíveis de fiança, exceto se a nulidade resultar apenas de
incapacidade pessoal do devedor.
4. Extinção da fiança:
Art. 836. A obrigação do fiador passa aos herdeiros; mas a responsabilidade da fiança se limita ao
tempo decorrido até a morte do fiador, e não pode ultrapassar as forças da herança.
Art. 835. O fiador poderá exonerar-se da fiança que tiver assinado sem limitação de tempo, sempre
que lhe convier, ficando obrigado por todos os efeitos da fiança, durante sessenta dias após a
notificação do credor.
Art. 839. Se for invocado o benefício da excussão e o devedor, retardando-se a execução, cair em
insolvência, ficará exonerado o fiador que o invocou, se provar que os bens por ele indicados eram, ao
tempo da penhora, suficientes para a solução da dívida afiançada.
5. Aval e fiança:
- aval: é um tipo de garantia inerente aos títulos de credito. O avalista garante o
pagamento de um título. Neste tipo de contrato, só poderão ser invocadas as
exceções pessoais.