Resumo Geografia Da Fome
Resumo Geografia Da Fome
Resumo Geografia Da Fome
Neste livro, o autor faz uma profunda análise sobre a fome no Brasil, sob as mais
diversas facetas. E, nos capítulos terceiro e quarto, ele se atém à nossa região
Nordeste, dividida entre a área açucareira e o sertão.
No decorrer do capítulo, o autor faz cair por terra muitos conceitos do senso-
comum que são erroneamente aceitos pela quase totalidade da população, como os
cabras das bagaceiras dos engenhos, que tem aparência e tendências violentas, mas
isso se deve ao fato de terem uma dieta pobre em vitamina B. Senso-comum esse
utilizado até por estudiosos, quando afirmam sem o devido cuidado e conhecimento
de causa, que a culinária baiana é um atentado ao bom funcionamento do estômago,
quando na verdade a sua profusão e condimentos como a pimenta e o óleo de dendê
são fontes vitamínicas importantíssimas à saúde do indivíduo.
Josué fala ainda sobre a monocultura do cacau, que se estende do sul da Bahia
ao Espírito Santo, impondo a fome de maneira similar à causada pelos engenhos
açucareiros, mas de uma forma que chega a ser mais nefasta ainda.
Já na segunda parte, somos apresentados a um novo tipo de fome, desta vez não
mais permanente, mas uma que se dá sob a forma de surtos de episódios epidêmicos,
que é verificada na área do sertão nordestino conhecida como polígono das secas. Essa
fome não distingue ricos de pobres, é o flagelo das secas. É interessante que nessa
região, apesar de a base alimentar ser o milho, a população é geralmente bem nutrida,
quando não na época das secas, em contraste com outras localidades que apresentam
uma dieta predominantemente maídica, que apresentam grandes focos de pelagra.
Castro infere que, não fossem as secas, essa região não sofreria com o problema
da fome, por que, mesmo com as deficiências protéicas e vitamínicas causadas por
uma dieta baseada no milho, outros componentes da dieta compensam essas faltas,
fazendo com que esses hábitos alimentares sejam, talvez, os mais racionais e
equilibrados do país.
Discorre também da cozinha do sertão, que não sofreu muita influência do Negro
e do Índio, mas se assemelha em alguns pontos à Árabe, sendo adequada para suprir
as demandas energéticas da população, já que esse povo adaptou-se à vida no
deserto.
Conclusã o
A partir da leitura desta parte do livro, somos apresentados a uma visão ampla
sobre a região nordeste do Brasil e os problemas que ela enfrenta. Entre eles, o mais
terrível é a fome. Com o exposto por Josué de Castro, nos municiamos de informações
e uma perspectiva mais profunda de suas causas e efeitos.