O Clássico Processo de Descentralização Da GM
O Clássico Processo de Descentralização Da GM
O Clássico Processo de Descentralização Da GM
Sloan conseguiu levar a GM à posição de primeira indústria automobilística americana nos seus
primeiros cinco anos. Essa história da maior corporação americana é contada em dois livros
clássicos. A filosofia de descentralização da GM é chamada por Drucker de "ensaio de federalismo".
Foram criadas mais de 30 divisões, subdivididas em grupos. No fundo, Sloan partiu do que Ford havia
conseguido no chão da fábrica e procurou aplicar esses resultados aos gerentes e à organização
como um todo. Substituiu o velho sistema burocrático e centralizado da antiga GM por outro baseado
em divisões com autoridade e operações descentralizadas aliadas a um controle coordenado e
centralizado na matriz. A idéia era oferecer diversidade de modelos de carros a todo tipo de cliente ou
mercado. Em síntese, Sloan procurava fazer com que cada divisão tomasse suas próprias decisões
dentro das bases da diretriz geral da corporação. Com isso, fortalecia a alta administração,
permitindo-lhe concentrar-se nas tarefas mais importantes da organização, ao mesmo tempo em que
concedia certo grau de liberdade para as divisões operacionais. Sloan partiu do pressuposto de que
uma liderança ditatorial em uma grande indústria causa profundos problemas para o moral interno do
negócio. Era o oposto do estilo autocrático e centralizador exercido por Henry Ford nos seus últimos
anos de gestão.
2. Princípios orientadores: o equilíbrio sadio entre os princípios e a prática. A corporação deve buscar
uma harmonia entre os princípios estabelecidos graças à sua experiência passada e a necessidade
de adaptação às contínuas mudanças da sociedade moderna. A predominância em um desses dois
extremos pode conduzir a dois resultados inversos bastante negativos: o pragmatismo e a insistência
na prática podem levar a experiências frustradas, enquanto a insistência nos princípios e
procedimentos impede a flexibilidade da organização.
Hoje, a abordagem de Sloan parece inflexível e complexa para ser eficaz. Por volta da década de
1960, o delicado equilíbrio foi desfeito - finanças surgiram como função predominante - e a GM ficou
amarrada e paralizada pelo mesmo sistema que um dia a transformou em uma megaempresa
dinâmica. A abordagem correta na década de 1970, ainda eficaz na década de 1980, transformou-se
em uma passagem para o inferno na década de 1990.26 Mas isso não significa que o legado de
Sloan tenha morrido. A organização baseada em divisões ou departamentos - o velho formato M-
continuou dominante até o início da Era da Informação.