Direito Penal II
Direito Penal II
Direito Penal II
DIREITO PENAL I
Universidade Autónoma de Lisboa
Ano lectivo 2005/2006 2ºsemestre
Aulas teóricas: …....................................Dr. Fernando Silva
Aulas práticas:………………........................Dra. Sónia Reis
Bibliografia : Manual de Direito Penal – Doutor Figueiredo Dias
Textos dos Drs. Rui Pereira, J. A. Veloso, Claus Roxin, Sónia Reis
Dicionário de DP e DPP dos Drs. Henrique Eiras e G. Fortes
FORMAS DO CRIME
Iter criminis – Nuda cogitatio > actos preparatórios > tentativa > consumação
- actos preparatórios
Quanto às suas
-tentativa
fases
- crime consumado
• São actos que preparam o crime mas ainda não são crimes.
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
António Filipe Garcez José
Crime consumado
Crime em que o agente realizou todos os elementos essenciais do
tipo.
Autoria simples
Há autoria singular quando o autor pratica o crime por si só.
Comparticipação
Consiste no envolvimento de vários agentes na prática do facto
jurídico ilícito-criminal.
Instigação
O instigador cria dolosamente no autor uma vontade “ex novo”,
convence outra pessoa a praticar o crime.
Cumplicidade
É uma forma de participação criminosa que consiste em prestar
auxílio ao autor do crime; a participação do cúmplice não é
determinante para gerar a resolução criminosa.
Cumplicidade material
É a prestação de uma ajuda material para a execução do crime; o
cúmplice material ajuda materialmente na prática do facto típico
e ilícito, fornecendo os meios para a execução do crime.
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
António Filipe Garcez José
Cumplicidade moral
É o auxílio moral à prática por outrém de um facto doloso (art.
27°/1). Trata-se de um conselho, um acto não determinante da
prática do facto criminoso (se for determinante é autoria).
Concurso de crimes
Acumulação de infracções que implica a punição do agente por
uma pluralidade de crimes. O concurso efectivo pode ser real ou
ideal e homogéneo ou heterogéneo.
Concurso efectivo
Consiste na violação de várias normas jurídico-penais, devido à
prática pelo agente de diferentes acções (podendo um só facto constituir
mais de uma acção em sentido jurídico). São aplicadas diferentes normas
para valorar o comportamento do agente e todas concorrem para a
determinação da sua responsabilidade. O agente pratica dois ou
mais crimes. A um conjunto plural de acções (em sentido jurídico),
corresponde uma pluralidade de crimes.
Concurso real
Se se verificar uma pluralidade de factos qualificáveis como crimes.
Concurso ideal
Se o mesmo facto é qualificável como crime por diferentes normas
incriminadoras que concorrem numa classificação plúrima; no plano
naturalístico há uma só acção que viola várias vezes a mesma ou
várias normas.
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
António Filipe Garcez José
Concurso homogéneo
Quando a mesma acção preenche um conjunto de tipos de crimes
iguais.
Concurso heterogéneo
No caso de os tipos de crime cometidos serem diferentes
de especialidade
Quando a norma especial contém todos os elementos de outra e lhe
acrescenta (sem a contrariar) um ou vários elementos especializadores.
A norma especial prevalece sobre a norma geral.
de consumpção
Nos casos em que, sendo potencialmente aplicáveis duas ou mais
normas criminais, uma delas consome a protecção que a outra
visava. Só em concreto se pode decidir qual das normas vai ser aplicada e essa
será aquela que conceder maior protecção ao bem jurídico.
- consumpção pura
Quando a norma que prevê e pune o crime mais grave
consome a que prevê e pune o menos grave.
- consumpção impura
quando um crime é meio para praticar outro mas em que
se aplica a norma do crime meio, porque o crime principal
– crime resultado – é consumido pelo crime meio.
de subsidiariedade
Quando a norma só se aplica se a outra não se aplicar.
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
António Filipe Garcez José
De mão própria
Praeter intencional
Quanto à
Crimes materiais De resultado cortado ou parcial
relação ou de resultado Agravado pelo resultado
entre a De omissão impura ou imprópria
conduta e o
resultado Crimes formais De mera actividade
ou de mera actividade
De omissão pura ou própria
Quanto à
Lesão efectiva ou dano
intensidade
de lesão do
bem jurídico Abstracto (292º/1)
Concreto (291º)
Quanto ao
Forma livre (131º)
Modo de
execução Forma vinculada (217º)
Quanto ao
Tipos básicos (131º)
Modo de
Qualificados (132º)
formação Tipos especiais
Privilegiados (133º)
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
António Filipe Garcez José
Crimes por acção
Têm a ver com a estrutura do comportamento do autor, sendo
aqueles que são praticados através de uma acção positiva.
Crimes específicos
São aqueles que só podem ser cometidos por certas pessoas.
O agente é definido fundamentalmente através da titularidade de
uma certa situação juridicamente definida, seja uma qualidade ou
um dever especial que sobre ele impende. Ex: crime de peculato (art.
375°), que só pode ser cometido por funcionário.
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
António Filipe Garcez José
Crimes específicos de mão própria
Aqueles em que o tipo legal abrange como autores apenas aquelas
pessoas que levam a cabo a acção através da sua própria pessoa,
e não através de outrém, aqueles que são autores imediatos.
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
António Filipe Garcez José
• Crimes de resultado cortado ou parcial
São aqueles crimes em que os elementos subjectivos do tipo vão
para além dos elementos objectivos. (Ex: o furto – art. 296°- para,
objectivamente, haver furto basta que haja subtracção da coisa, mas,
subjectivamente, exige-se algo mais, ou seja, que haja intenção de apropriação)
Crimes de perigo
São aqueles em que basta que o bem jurídico seja colocado em
perigo, para se consumarem. (Ex: crime de exposição ou de abandono – art.
138° - Para a consumação deste crime basta que o bem jurídico, vida, seja posto em
perigo, não sendo necessário que a vítima morra.)
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
António Filipe Garcez José
Crimes de perigo abstracto
São aqueles em que o perigo funciona como simples
pressuposto ou motivo da incriminação. (ex: art. 292°)
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
António Filipe Garcez José
Categorias analíticas
- Acção
- Tipicidade
- Ilicitude
- Culpa
- Punibilidade
Acção
Segundo o Dr. Figueiredo Dias não faz sentido autonomizar a acção
da tipicidade, porque na tipicidade, um dos elementos objectivos do
tipo é a conduta, a qual pode ser por acção ou por omissão. Logo,
se a acção não é dominada pela vontade, não há conduta e por
conseguinte, não havendo conduta, falta um dos elementos
objectivos do tipo e consequentemente não está preenchida a
categoria analítica da tipicidade.
O conceito de acção assume um papel secundário, tendo apenas
uma função de delimitação ou função negativa de excluir da
tipicidade comportamentos jurídico-penalmente irrelevantes.
Tipicidade
É a descrição da conduta que preenche o ilícito criminal. É o
preenchimento de um tipo de crime.
No tipo distingue-se entre a tipicidade objectiva, ou elementos
objectivos do tipo e a tipicidade subjectiva, ou elementos
subjectivos do tipo.
- tipicidade objectiva
O preenchimento da tipicidade objectiva de um crime
consiste no estabelecimento do nexo de causalidade (ou
de causalidade potencial) entre a conduta e o resultado.
- tipicidade subjectiva
O preenchimento da tipicidade subjectiva consiste na
imputação do facto ao agente. Essa imputação é
normalmente feita a título de dolo; A actuação negligente
também pode preencher a tipicidade subjectiva, mas só
nos casos especialmente previstos na lei.
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
António Filipe Garcez José
Ilicitude
Qualidade do que é ilícito. Quando o tipo está preenchido, tanto do
ponto de vista objectivo como subjectivo, diz-se que está indiciada a
Ilicitude. Quando a conduta do agente é típica, a consequência que
daí se tira é que a conduta é ilícita. O tipo indicia a ilcitude.
conteúdo do ilícito
é composto pelo desvalor da acção e o desvalor do resultado
(quando não há desvalor do resultado estamos perante uma tentativa).
tipo de ilícito
é a reunião de todos os elementos que fundamentam o conteúdo
material do ilícito.
Culpa
No juízo de culpabilidade é apreciada a formação da vontade do
agente e se ela se deveu a uma atitude defeituosa diante do
Direito.
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
António Filipe Garcez José
Mas podem ocorrer ...
Punibilidade
É o conjunto de condições de que depende a punição do
agente. Um facto só será punível se for típico, ilícito e culposo.
Mas, em certos casos, para que o facto seja punível é ainda
necessário que se verifiquem elementos exteriores ao tipo que são
os pressupostos de punibilidade.
- a ilicitude
- a culpabilidade
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
António Filipe Garcez José
Pressupostos especiais da punibilidade
De Dt°. Processual
Penal
- Excepções à punibilidade
Subjectivos
Pressupostos
- Causas pessoais de
Especiais de levantamento da pena
punibilidade
De Dt° Penal
Material
Próprios
Objectivos
Impróprios
Pressupostos subjectivos
Pressupostos objectivos
Trata-se de circunstâncias intimamente associadas ao facto típico,
mas que são extrínsecas ao tipo de ilícito e ao tipo de culpa
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
António Filipe Garcez José
TIPICIDADE
Tipicidade
É a descrição da conduta que preenche o ilícito criminal.
Elementos objectivos
Através destes elementos a questão é de saber se podemos
imputar objectivamente ao agente a prática de determinado crime.
- Agente
- Conduta
- Objecto da acção
- Resultado ( só nos crimes de resultado)
Elementos subjectivos
- Dolo
- Elementos subjectivos especiais
- Negligência
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
António Filipe Garcez José
Imputação objectiva
Imputação
É o nexo que liga o crime ao seu autor. É a causa do crime.
Imputação objectiva
Consiste em estabelecer o nexo de causalidade entre a acção e o
resultado.
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
António Filipe Garcez José
Encontram-se na doutrina várias teorias para explicar a imputação
objectiva, designadamente :
Exemplo:
Se A mata B com um tiro, também é possível considerar uma condição da morte de B
o facto de os pais de A o terem concebido.
Exemplo
A provoca um arranhão a B, que é hemofílico, provocando-lhe a morte.
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
António Filipe Garcez José
De acordo com esta teoria, se A não tivesse arranhado o B, este não teria morrido,
logo a imputação objectiva neste caso é fácil de estabelecer. Portanto A seria punido
por um crime de homicídio, consequência que seria particularmente grave na medida
em que levaria ao reconhecimento da existência da responsabilidade objectiva em
Direito Penal, a qual é afastada , como já se sabe, pelo princípio da culpa.
O art. 18° exige a existência de um nexo subjectivo entre o agente e o resultado mais grave
Em conclusão
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
António Filipe Garcez José
Teoria da prognose objectiva póstuma
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
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Dolo
É o elemento subjectivo do tipo de crime que consiste no
conhecimento dos elementos objectivos essenciais desse tipo
(elemento intelectual) e na vontade de praticar um certo acto ou,
nos crimes materiais, de atingir um certo resultado (elemento
volitivo)
Elemento intelectual
Consiste, em o agente representar o facto que preenche
um tipo de crime, isto é, no conhecimento de todos os
elementos da factualidade típica.
- Elemento volitivo
É o querer, é a intenção de praticar o acto.
- Elemento emocional
Consiste na consciência da ilicitude
.
Elemento intelectual
Artigo 16º
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
António Filipe Garcez José
Deste preceito concluímos que ...
No artigo 16°/1 prevê-se outro tipo de erro que exclui o dolo ...
... o agente dispara um tiro contra a vítima para a matar, mas ignora
que em Portugal, por absurdo que seja, o homicídio é um crime
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
António Filipe Garcez José
• A falta deste conhecimento de modo algum exclui que o
agente seja punível por um crime de homicídio doloso nos
termos do art. 131°,
porque...
Modalidades de dolo
Dolo directo(art. 14°/1)
O dolo é directo quando o fim subjectivo do agente é o próprio facto
tipicamente ilícito; O facto representado é o facto querido e o agente
actua com vontade de realizar esse mesmo facto. No dolo directo a
vontade, a intenção de praticar o acto prevalece sobre o seu
conhecimento
Exemplo:
O agente decide matar a vítima através de um tiro disparado a grande distância,
sabendo que é provável que não lhe acerte; ainda assim o agente actua em dolo
directo
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
António Filipe Garcez José
• O elemento intelectual é que é decisivo para a sua
caracterização.
- por um lado
é problemática na medida em que é definida paredes meias com a
negligência consciente a que se refere o art. 15º/a).
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
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- no dolo eventual
o agente prevê a realização do facto típico como possível e
conforma-se com essa realização.
Na negligência consciente
o agente prevê a realização do facto típico como possível,
mas não se conforma com essa realização.
Exemplo :
Um automobilista está a conduzir em excesso de velocidade, tem
pressa de chegar a casa e o piso está molhado
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
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Exemplo:
A quer matar B, mas confunde-o com C e este é que acaba por ser
morto.
Exemplo 1 :
O agente A pensa que está a disparar para uma peça de caça e
acerta numa pessoa.
Exemplo 2 :
A pretende matar o cão do vizinho, mas acaba por matar o próprio
vizinho, a quem confunde com o cão.
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
António Filipe Garcez José
• Será punível por tentativa, se a tentativa for punível.
Ao tentar abater o cão o agente estaria a praticar um crime de
dano tentado. Simplesmente o dano é punível com prisão até
3 anos e a tentativa só é punível quando ao crime consumado
corresponder uma pena superior a 3 anos (art. 23°/1) , logo,
nesta situação o agente não é punido pela tentativa de dano,
mas apenas por crime de homicídio negligente consumado.
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
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Com tipos privilegiados
ABERRATIO ICTUS
Exemplo: A quer matar B. Dispara contra ele mas, por falta de
pontaria, acaba por matar C que se encontrava próximo de B.
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
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Exemplo:
O agente esfaqueia a vítima sucessivamente deixando-a prostrada
no chão. No entanto, antes de a vítima morrer, cai-lhe um raio e a
vítima vem a morrer em consequência disso.
Exemplo:
O agente lança a vítima de uma ponte abaixo com o intuito de a
matar por afogamento. Simplesmente a vítima bate com a cabeça
na estrutura da ponte e morre.
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
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Dolus generalis
Exemplo:
O agente do crime esfaqueia sucessivamente a vítima e pensa tê-la
matado. A seguir atira-a da ponte abaixo para se desfazer do
cadáver. Mas a vítima não tinha morrido, acabando por morrer por
ter sido atirada da ponte abaixo.
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
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- o furto (art.203°)
- a burla (art.217°°)
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
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Nos crimes de tendência
São crimes em que a acção típica tem que ser dominada por uma
certa direcção da vontade do agente.
Exemplos:
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
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ILICITUDE
Normas permissivas
São aquelas que prevêem as causas de justificação ou de exclusão
da ilicitude. Estas normas são a excepção.
Exemplo:
Se A dispara um tiro contra a cabeça de B porque este o quer
matar, então A está a actuar em legítima defesa.
Exclusão da ilicitude
a) Em legítima defesa;
b) No exercício de um direito;
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
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Art. 31°/1
Art.31°/2
A LEGÍTIMA DEFESA
Artigo 32º
2° requisito “animus defendendi”
1° requisito
Legítima defesa
Pressupostos
Circunstâncias de facto que revelem uma situação de legítima
defesa, por outras palavras, são os elementos extrínsecos à
causa de justificação e sem a verificação dos quais não é
admissível a legítima defesa.
Requisitos
Elementos intrínsecos à causa de justificação sem cuja verificação
o exercício da defesa não é legítimo, embora seja possível.
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
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Pressupostos
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
António Filipe Garcez José
Requisitos
São os elementos intrínsecos à causa de justificação e sem cuja
verificação o exercício da defesa não é legítimo, embora seja
possível.
Necessidade de defesa
“Animus defendendi”
- Intelectual
É necessário conhecer-se a agressão que é
pressuposto do exercício da legítima defesa.
- volitivo
Ter vontade de repelir a agressão.
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
António Filipe Garcez José
Artigo 33º
No preceito n°1
deste artigo prevê-se uma situação em que o agente utiliza como
meio de repelir a agressão, um meio mais grave que outro menos
grave que tinha à sua disposição.
Exemplo:
O agente que para repelir a agressão de quem lhe vai dar uma
bofetada, dá um tiro no agressor, quando podia ter repelido a
agressão com um murro.
No preceito n°2
Trata-se do excesso resultante de medo, perturbação ou susto não
censuráveis.
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
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O DIREITO DE NECESSIDADE
( objectivo ou justificando)
Artigo 34º
Direito de necessidade
Exemplo:
O agente está confrontado com um incêndio e a sua vida está em
perigo. Para se salvar do incêndio tem de arrombar a porta da casa
do vizinho.
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
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Requisito da adequação
Elemento subjectivo
Exemplo:
Se o agente arrombar a porta do vizinho ignorando que existe um
incêndio, salvará a sua vida mas deverá ser punível por tentativa de
dano e não por crime de dano consumado.
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
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Exemplo:
Uma senhora encontra-se retida num quarto, à janela, e sem a
menor hipótese de se deslocar porque é paralítica dos membros
inferiores .Não tem acesso ao telefone e não pode pedir socorro a
ninguém. Ela sabe de ciência certa que um homem que esta na rua
a vai matar dentro de meia hora. Ela tem junto de si uma arma e
mata-o visando-o na rua.
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
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• Em ambos os casos é de exigir, nos termos gerais, a
presença de elementos subjectivos, simultaneamente, de
carácter intelectual e volitivo.
Exemplo:
B aproxima-se de A
A pensa que B o vai agredir
A “defende-se” de B
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
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Artigo 17º
Exemplo:
Suponhamos que na Suécia existe uma causa de justificação do
aborto que se refere às condições sociais em que vive a mulher que
o pratica, isto é, o aborto será justificado quando a mulher não tiver
condições materiais ou sociais para sustentar ou criar um filho.
Ora em Portugal tal situação não é causa de justificação.
Suponhamos ainda que uma cidadã sueca vive em Portugal e
realiza um aborto por não ter condições para criar o filho. Ao
mesmo tempo está convencida que a legislação portuguesa, tal
como a sueca, prevê uma causa de justificação.
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
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CULPA
Princípio da culpa
O princípio da culpa significa, por um lado, que uma pessoa só
pode ser responsabilizada criminalmente se tiver agido com dolo ou
negligência; por outro, que a pessoa que praticou um acto ilícito
há-de ser imputável, isto é, há-de ter liberdade de entendimento e
de decisão para que lhe possa ser atribuída responsabilidade.
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Qual o mérito das doutrinas absolutas ?
Culpa
O termo culpa é usado com diferentes sentidos:
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
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Teoria neo-clássica do crime (Frank)
- o dolo ou a negligência
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
António Filipe Garcez José
A Teoria rigorosa da culpa de Welzel não mereceu consagração
legislativa no nosso Código Penal, como resulta do art. 16°
Elementos da culpa
a) Imputabilidade
b) Consciência da ilicitude
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
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IMPUTABILIDADE
- a vida
- a integridade física
- a honra
- a liberdade
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
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A COMPARTICIPAÇÃO
Comparticipação
Consiste no envolvimento de vários agentes na prática do facto
jurídico ilícito-criminal
Autor material
Autores Autor mediato
Co-autores
comparticipantes
Instigador
Participantes
Material
cúmplice moral
AUTORIA
Autor (teoria do domínio do facto – Klaus Roxin, Welzer )
Aquele que tem o domínio do facto. Quem tem o poder de
conduzir o processo até ao fim e de o fazer parar a qualquer
momento. Quem tem em seu poder o sucesso da acção ilícita.
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
António Filipe Garcez José
Situações em que há autoria mediata
ou no mínimo ...
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
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PARTICIPAÇÃO
Comparticipação
Consiste no envolvimento de vários agentes na prática do facto
jurídico ilícito-criminal.
Instigação
O instigador cria dolosamente no autor uma vontade “ex novo”,
convence outra pessoa a praticar o crime.
Cumplicidade
É uma forma de participação criminosa que consiste em prestar
auxílio ao autor do crime; a participação do cúmplice não é
determinante para gerar a resolução criminosa.
Cumplicidade material
É a prestação de uma ajuda material para a execução do crime; o
cúmplice material ajuda materialmente na prática do facto típico e
ilícito, fornecendo os meios para a execução do crime.
Cumplicidade moral
É o auxílio moral à prática por outrém de um facto doloso (art.
27°/1). Trata-se de um conselho, um acto não determinante da
prática do facto criminoso (se for determinante é autoria).
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APONTAMENTOS SEM FRONTEIRAS
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Tonybrussel
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