Resumos Historia 12 Ano

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Resumos de histria 1 Teste de Avaliao

11 Ano(mdulo 6):

1. As transformaes econmicas na Europa e no Mundo


1.3.

A agudizao das diferenas


1.3.1.

A confiana nos mecanismos autorreguladores do mercado: o livrecambismo

Nem todas as pessoas aceitaram a chegada da liberdade econmica.


Polticos, industriais e grandes proprietrios, que defendiam a liberdade poltica,
desconfiavam da livre circulao de mercadorias. A poltica mais correta, seria
proteger o que nacional.
Porm, esta corrente livre-cambista era muito forte na Gr-Bretanha, bero de
alguns tericos como Adam Smith e David Ricardo.
Ricardo defendia que a liberdade comercial iria levar ao desenvolvimento e
riqueza de todo o mundo.
Sir Robert Peel, abalou estas ideias, baixando os direitos de entrada de alguns
produtos fazendo com que as pautas alfandegrias tambm baixassem.
Entre 1850 e 1870, o livre cambismo j dominava a europa e os Estados Unidos
baixaram as taxas aduaneiras. O comrcio internacional apresentou um forte
crescimento.
Livre cambismo - Sistema que liberaliza as trocas internacionais. O estado deve absterse de interferir nas correntes de comrcio, pelo que os direitos alfandegrios, a fixao
de contingentes (de importao ou exportao) e as proibies de entrada ou sada
devem ser abolidas ou, pelo menos, reduzir-se ao mnimo. facilitava a entrada dos
produtos estrangeiros.

1.3.2.

As debilidades do livre-cambismo; as crises cclicas

Nos sectores produtivos e nas trocas comercias, na teoria, a liberdade de


iniciativa era o mais favorvel para criar riquezas e obter grandes lucros.
Estava previsto que todas as naes iriam crescer de maneira igual, porm, isso
no se verificou. O livre-cambismo contribui para acrescentar dificuldades ao processo
de industrializao dos pases menos desenvolvidos, que se viam cheios de produtos
das potncias industriais com os quais no conseguiam competir.
At os pases mais desenvolvidos sofriam pequenos abalos econmicos: as
crises cclicas. Estas crises faziam retrair os negcios e provocavam inmeras falncias.
Estas crises sucedem-se periodicamente de 6 a 10 anos.

Origens

Antigo Regime

Capitalismo

- Fracas colheitas

- Superproduo
- Especulao financeira

Preos

- Subida dos preos dos cereais

- Descida dos preos industriais e s vezes,


agrcola

Periodicidade

- Irregular (dependia das condies

- Cclica (geralmente 10 anos)

climticas)
Dimenso

- Regional, nacional, continental

- Mundial

Repercusses

- Escassez, fomes, mortes

- Descida acentuada da bolsa

- Desemprego urbano

- Falncias e desempego
- Concentrao de empresas

Foi Juglar quem estudou estas crises e os seus mecanismos. Na altura de


crescimento, quando a procura se sobrepe oferta, os preos sobem. Isto leva a que
as indstrias amplifiquem-se recorrendo ao crdito, especula-se na bolsa. Mais tarde,
uma vez que h falta de previso financeira e excesso de investimentos a tendncia
inverte-se.
Fases das crises cclicas:
o

Superproduo (armazns cheios com stocks)


- empresas suspendem fabrico
- reduo de salrios
- despedimentos
Preos baixam para que os produtos sejam vendidos
- podem ser destrudos stocks para evitar que os preos desam em
demasia
Pagamentos aos bancos, crditos e investimentos financeiros so
suspensos
- crash bolsista
- falncias
- desemprego cresce
Consumo diminui e produo cai mesmo

Estas crises podem-se iniciar num ou em vrios pases ao mesmo tempo e


com rapidez que se espalham, uma vez que todos os pases tm ligaes financeiras e
comerciais uns com os outros.
Em 1810 deu-se a primeira grande crise e, em 1929, deu-se a crise mais grave
de todas.
No fim do sculo, o protecionismo tinha voltado a ganhar fora e, depois da
grande depresso de 1929, entendeu-se que era realmente necessrio a interveno
do estado na economia.
1.3.3.

O mercado internacional e a diviso do trabalho

Durante o seculo XIX, o comrcio mundial cresceu muito rapidamente.


O contnuo aumento da produo e os progressos nos transportes e
comunicaes foram os grandes motivos para tal crescimento.
A Inglaterra dominava este fluxo de trocas devido ao seu avano industrial e
sua enorme frota mercantil. No incio do sculo XX, a Alemanha, a Frana, os Estados
Unidos e a Inglaterra eram os responsveis por metade das trocas que eram feitas.
A estrutura do comrcio internacional mostra a diviso internacional de
trabalho. A Alemanha, os estados unidos da amrica, a Inglaterra e a Frana,
fornecem os pases mais atrasados com os seus produtos.

2. A sociedade industrial e burguesa

2.2. Unidade e diversidade da sociedade oitocentista

2.2.1.
A sociedade de classes
Liberalismo e civilizao industrial Mudanas sociais
Igualdade perante a lei Acaba com ttulos da nobreza, privilgios derivados do
nascimento, etc.
Distino feita pelo dinheiro, instruo, profisso e cultura, opinio politica, valores e
comportamentos.

Propriedade e controlo dos meios de produtivos ou mais lucrativa e prestigiada


for a profisso.

Maior probabilidade de ascender socialmente;


Educao esmerada;
Estilo de vida luxuosa e confortvel.
Nascer pobre j no bloqueia ascenso social.
Dois grupos sociais: Burguesia
Proletariado
2.2.2. A condio burguesa: heterogeneidade de situaes e comportamentos
A alta burguesia empresarial e financeira
Poder econmico, poder social e poder poltico Hegemonia burguesa.
Poder econmico Controlo dos meios de produo e das grandes fontes de
riqueza.

Desenvolvimento burgus Dificultado devido aos pases menos industrializados.


Poder poltico Consolida poder econmico.
Poder social Atravs do ensino, imprensa, lanamento de modas Divulga os seus
valores e comportamentos Influencia a opinio pblica.
Classes mdias Medo de voltar ao operariado Apoiavam alta burguesia por era
quem lhes dava emprego.
A formao de uma conscincia de classe burguesa

Valores e comportamentos

Imitao da aristocracia

Compra de propriedades (sinnimo de respeito);

Conscincia de classe: implica solidariedade e distanciamento para com os mais


pobres. Muitas das vezes obriga o estado a governar de acordo os seus interesses.
Querem imitar a aristocracia mas de forma moderada. No esbanjam dinheiro
(resultado do esforo e trabalho).
Do importncia: trabalho estudo, poupana, moderao e prudncia.
Famlia muito importante:

Burgus transmite o gosto pelo trabalho, solidariedade entre irmos e


parentes. Honestidade e responsabilidade.

Para a alta burguesia pobreza era sinnimo de falta de mrito e talento e preguia.

Proliferao do tercirio e incremento das classes mdias


Classes mdias No tm contacto com o trabalho manual;
No controlam grandes meios de produo;
Situam-se entre a alta burguesia e o proletariado;
Muitos dos seus elementos so populares;
Ilustram bem a mobilidade social;
Pequenos empresrios da industria,
Possuidores de algum rendimento.

Proliferao do tercirio e servios

Necessidade de distribuir riqueza Aumento dos empregos comerciais: patres


grossistas ou retalhistas, transportadores, empregos de loja ou grande armazm e
vendedores.
Profisses liberais: mdicos, advogados, farmacuticos, engenheiros, notrios,
intelectuais, artistas.
Pouco cresceram 1870-1880 Valorizadas.
Tinham um grande saber Cientifico Autoridade e estatuto.

Advogados

Indispensveis no contexto da complexidade administrativa empresarial; nos


sistemas representativos Grande parte dos deputados

Mdicos

Sade muito importante Mdicos respeitados

Funcionrios

Maior crescimento no sector dos servios;


Desenvolvimento das administraes estatais e da burocracia pblica e privada.
No escritrio, correios e telgrafo, professores, militares, policias, bombeiros e
cobradores.

Empregados de escritrio (colarinhos-brancos)

Reparties estatais; grandes firmas industriais; bancos; companhias de seguro.


Tratavam da correspondncia, contabilidade, movimentao de documentos.
Nem sempre os rendimentos eram suficientes Grau de instruo, trajo e maneiras
Distinguiam-nos do trabalho fabril (proletariado).

Professores

Profisso de sucesso no final do sculo XIX;


Vindos do campo (camponeses na sua maioria);
Ordenado modesto Seu saber Prestgio e considerao na opinio pblica;
Ganharam mais importncia Ensino primrio gratuito e obrigatrio Divulgam
valores burgueses e patriticos;
Sufrgio universal Novas oportunidades;
Pases industrializados Papel na vida poltica reconhecido.
Conservadorismo das Classes Mdias
Conservadoras;
Ideias defendidas: ordem; estatuto; convenes; respeito pelas hierarquias.
Poupana: conforto material e pequenos luxos;
Respeitabilidade e decncia;
Famlia afirmao do poder do homem.

2.2.3. A condio operria


Revoluo industrial Fbrica
Operariado

Fbricas Mquinas
Capital

Posse de um burgus

Operariado Fora dos seus braos


Trabalho Vende ao empresrio em troca de um salrio

Condies de trabalho

Adaptao difcil, com sacrifcios e humilhaes ao mundo industrial;


Mo-de-obra no qualificada;

Local de trabalho Pssimas condies


Frio extremo no inverno, calor insuportvel no vero;
m iluminao; falta de arejamento; demasiado barulho; riscos de acidentes.
Ausncia de vestirios, sanitrios e cantinas; quase no
tinham horrio para refeies; trabalhavam entre 12 a 16 horas sem frias, descanso,
feriados; salrios de misria.
Trabalho e horrios Precrios
Dependentes da lei da oferta e da procura
Quanto maior for a produo e a venda, maior seria o
salrio. Quando era o contrrio, ou quando a mo-de-obra ultrapassava as
necessidades ou quando existia alguma crise cclica Desemprego e baixa de
salrios (quando a industrializao arrancou os salrios eram relativamente altos).
No existia contratao coletiva, salrio mnimo (cada patro
decidia aquilo que deveria pagar), subsdios de desemprego, doena ou velhice.
Estado liberal permitia o patro fazer o que quisesse desde
que no houve contestaes operrias.
Mulheres e crianas Indispensveis
Salrios muito inferiores aos dos homens

Crianas

4-5 Anos;
Apreciadas pela sua agilidade e pequena estatura (com facilidade conseguiam
arranjar coisas em mquinas que um adulto, por ser maior, dificilmente conseguia);
Se o trabalho baixasse eram chicoteadas.
Famlias inteiras eram arrastadas para as fbricas.

Condies de vida

Habitaes degradas hmidas e sobrelotadas


Falta de luz, higiene e salubridade nas habitaes
Alimentao insuficiente de desequilibrada
Com poucas horas de sono e subnutridos propagao de doenas
Alcoolismo, prostituio, delinquncia e criminalidade
O movimento operrio: associativismo e sindicalismo
Movimento operrio Conjunto de aes levadas a cabo pelos trabalhadores
assalariados, para a concretizao das suas reivindicaes. Na tica marxista, a
expresso da luta de classes. A implantao do capitalismo industrial fez crescer a
massa de assalariados e subir de tom os seus protestos, que caminharam para formas
crescentes de organizao.

Luddismo (Ned Ludd)


Levou os operrios a destrurem maquina e a saquearem as habitaes dos industriais.
Caso de insurreies, de greves e movimentos violentos.
A represso dura que se abateu sobre os operrios fez-lhes ver a necessidade de uma
organizao mais consistente, assim nasceu o associativismo e o sindicalismo.
Associativismo Criao de associaes de socorros mtuos (mutualidades ou
sociedades fraternas).
Sindicalismo Criao de associaes de trabalhadores para defesa dos seus
interesses profissionais.
As propostas socialistas de transformao revolucionria da sociedade
Objetivos:
Denncia dos excessos do patronato
Erradicao da misria operria
Procura de uma sociedade mais justa e igualitria
Estratgias:
1. Socialismo utpico P. J. Proudhon
Objetivos:
Sociedade igualitria
Constitui uma ideia irreal dado que defende a abolio da propriedade
privada
2. Marxismo Karl Marx e Friedrich Engels Publicaram o Manifesto do Partido
Comunista
Anlise da histria da humanidade Sucesso de modos de produo

Esclavagismo, feudalismo e capitalismo

O manifesto comunista
- Londres 1848

Explicao do processo histrico


Considerando:

a luta de classes entre opressores e oprimidos uma caracterstica histrica


a sociedade burguesa era dividida entre capitalistas e operrios e devia ser
destruda quando os operrios chegassem ao poder atravs da Ditadura do
Proletariado.
O proletariado no poder retiraria o capital burguesia e destituiria o
capitalismo. No seu lugar ficaria o comunismo.
A unio operria internacional ser o responsvel pela revoluo comunista
cujo lema proletariado de todo o mundo uni-vos.
Comunismo Sociedade sem classes, sem propriedade privada, sem explorao do
homem pelo homem.
As internacionais operrias
Internacionais operrias Organismo onde esto representadas associaes de
trabalhadores de vrios pases, tendo em vista a coordenao das suas atividades.
Os efeitos do movimento operrio
- Londres 1864
Karl Marx redigiu os estatutos da I internacional operria
- Associao internacional dos trabalhadores
1889- Engels fundou a II internacional
Consequncias: criao dos partidos socialistas na Europa.

4. Portugal, uma sociedade capitalista dependente


4.1. A Regenerao entre o livre-cambismo e o protecionismo (1851-

1880)

4.1.1.
O

golpe

Uma nova etapa politica


de

estado

da

Regenerao

Em 1851 iniciou-se um novo perodo da histria do Liberalismo poltico em Portugal: a

Regenerao. Depois de um golpe de estado levado a efeito pelo Duque de


Saldanha contra o governo pouco consensual de Costa Cabral, pretendia-se levar o
pas a um perodo de paz poltica e prosperidade econmica, harmonizando os
interesses

das

diversas

classes:

burguesia

as

classes

rurais.

Pretendia-se finalmente conciliar os desejos e anseios das populaes mais modestas,


camponeses

pequena

Segundo

burguesia

com

Manuel

as

ambies

da

Villaverde

alta

burguesia.
Cabral

"Um golpe de Estado para acabar com os golpes de Estado...Quarenta anos de


progresso material no decurso dos quais a sociedade se libertar suficientemente da
sua estrutura tradicional para ir caindo progressivamente sob a lgica nova das
relaes

de

produo

capitalistas."

Para esse efeito realizaram-se vrias reformas:


Reviso da Carta Constitucional, com um Ato Adicional aprovado em 1852 que

alargava o sufrgio e estabelecia eleies diretas para a Cmara de Deputados.


Promoo do rotativismo democrtico com alternncia no poder dos partidos

polticos.
Promoo de reformas econmicas no sentido de promover o desenvolvimento

da agricultura e da indstria nascente.


4.1.2.

O desenvolvimento de infraestruturas: transportes e meios de


comunicao

Os transportes e as comunicaes foram os sectores principais de investimento por


parte do Estado. Contra o atraso estrutural que impedia comunicaes eficazes entre
cidades do interior e do litoral os governos da Regenerao procuraram modernizar as
comunicaes do pas criando um mercado nacional. Tal poltica designou-se
de Fontismo palavra oriunda do dinamizador deste movimento de modernizao, o
engenheiro Antnio Fontes Pereira de Melo desde 1852.

Investimentos na construo rodoviria

Construo das primeiras linhas de caminhos-de-ferro em 1856, entre Lisboa e o


Carregado, com a sua ampliao rpida por todo o pas desde o litoral s
zonas mais escondidas do interior nortenho no final do sculo XIX, desde Trs-osMontes ao Algarve.

Construo de pontes que permitiram a ligao mais rpida entre povoaes


e cidades

Construo de portos, instalao de telgrafos e telefones.

Ampliao e melhoramento do porto de Lisboa.

Reforma dos correios.

Este desenvolvimento do mercado nacional, levou ao aumento do consumo de bens


manufaturados e criou condies para o desenvolvimento dos diversos sectores,
nomeadamente manufatureiro e agrcola. Os portos de Lisboa e Leixes foram muito
benficos para o alargamento do mercado nacional e para a sua abertura ao
estrangeiro (comunicaes internacionais).
4.1.3.

A dinamizao da atividade produtiva

Sob o signo do Livre Cambismo


A Regenerao procurou acabar com o protecionismo manufatureiro que vigorava
desde o perodo do Setembrismo entre 1836 e 1842.
Fontes Pereira de Melo pretendia resolver alguns dos problemas que afetavam a
economia nacional. Tomou por isso vrias medidas:

publicou uma nova pauta alfandegria em 1852, mais liberal e obedecendo a


alguns dos princpios livre-cambistas mais vulgarizados na poca.

reduzir os impostos que incidiam sobre matrias primas importadas como o ferro
e o linho mas sem esquecer a necessidade de proteger alguns sectores
industriais.

abriu os mercados externos nossa agricultura promovendo a explorao


capitalista dos campos.

No entanto nem todas as medidas tomadas pelo Fontismo, foram no sentido do livrecambismo. Para uma economia atrasada como a portuguesa foi necessrio
acompanhar as medidas de liberalizao do comrcio, com medidas de proteo de
algumas atividades e sectores econmicos. O Liberalismo econmico foi no entanto a
via econmica mais adotada.

Alm das medidas adotadas, Fontes Pereira de Melo procurou atualizar o panorama
empresarial e econmico do pas promovendo ocasies e eventos que dinamizassem
os contactos entre Portugal e as outras economias:

Promoveu exposies internacionais, Exposio Agrcola Nacional 1864,


Exposio Industrial do Porto de 1856, etc.

Dinamizou o associativismo empresarial: Associao Industrial do Porto,


Associao Promotora da Industria Fabril em Lisboa, Associao Central da
Agricultura Portuguesa.

Dinamizou a formao de associaes de socorros mtuos de operrios.

Explorao capitalista dos campos


Tomaram-se vrias medidas tendentes a modernizar a agricultura e agropecuria:

Extino de morgadios em 1863,

Abolio dos baldios e pastos comuns,

Arroteamentos de terrenos incultos do Estado,

Extino de pousios e aplicao de tcnicas modernas de aproveitamento dos


solos,

Maquinao agrcola,

Utilizao de adubos qumicos,

Novas tcnicas de pecuria.

As medidas tomadas no resolveram as dificuldades existentes. A reduzida extenso


agrcola e a falta de capitais no permitiu a inovao tecnolgica desejada
principalmente no norte do pas. Apenas no centro e sul tal foi possvel nas lezrias e
plancies alentejanas.
Os principais produtos exportados foram o vinho, o gado vivo, casulos de seda,
cortia, laranjas e frutos secos.

A difcil industrializao
Apesar do grande interesse dado ao sector agrcola os governos da Regenerao
procuraram lanar o pas na via da industrializao e modernizao. Tomaram-se por
isso vrias medidas:

Em 1852 foi criado o ensino industrial para a formao de tcnicos

Diversificaram-se os ramos de atividade: txteis, metalurgia, cermica e vidro


mas tambm tabacos, papel, moagem, fsforos, cortia, conservas de peixe e
outras indstrias alimentares.

Cresceu o nmero de unidades industriais e operrios embora este nmero no


total fosse relativamente baixo comparativamente a outros pases. Txtil,
metalrgica, cermica, vidro, tabacos, papel, moagem, conservas de peixe

Importaram-se mquinas industriais, registo de patentes subiu, multiplicaram-se


as aplicaes industriais da mquina a vapor.

Importou-se algodo desde 1875 para a indstria txtil algodoeira

Tomaram-se medidas para aumento de nmero de sociedades annimas.

Apesar das medidas, a competitividade da indstria foi sempre baixa servindo apenas
para abastecimento do mercado interno e das colnias. Depois de algum crescimento
econmico at 1870 a economia passou por dificuldades vrias. As razes para esse
facto so vrias:

Existncia de poucas matrias primas no territrio nacional. Falta de algodo,


ferro e carvo de m qualidade.

Fraco mercado interno no permitia fortalecimento da indstria

Escassos

capitais

investidos

na

indstria.

classe

investidora

era

tradicionalmente especuladora procurando sectores mais rentveis como o


imobilirio e a especulao financeira.
4.1.4.

A necessidade de capitais e os mecanismos de dependncia

O liberalismo econmico abriu as portas ao capital de investidores estrangeiros:


caminhos de ferro, telefones, telgrafo, gs, eletricidade, seguros, banca e comrcio
foram

sectores

Os

efeitos

onde
do

os

investimentos

investimento

estrangeiros
estrangeiro

se

fizeram

fizeram-se

sentir.
sentir:

Grande dependncia face ao estrangeiro, capitais e tecnologia

Grande dfice comercial e do estado.

Tecnologias, transportes, obras, equipamentos e matrias-primas aumentavam


o dfice externo.

Os meios de atenuar o dfice eram poucos:

Exportaes

Remessas de emigrantes

Emprstimos externos

Aumento de impostos

Com o aumento da divida pblica e do dfice oramental do pas, o xito da


Regenerao vai ser posto em causa.

4.2. Entre a depresso e a expanso

4.2.1. A crise financeira de 1880-1890

A via do livre-cambismo levou Portugal a uma situao difcil. Apoiando a agricultura,


tal poltica teve efeitos nefastos quando, a partir de 1870, a concorrncia estrangeira
fez diminuir as nossas exportaes. As elevadas despesas necessrias modernizao
provocaram um grave desequilbrio das contas externas e uma crise de tesouraria
devido
A

ao

crise

de

endividamento
desencadeou-se

pblico
devido

muito
a

diferentes

elevado.
fatores:

Falncia do banco londrino Baring & Brothers que nos ia emprestar dinheiro.

Reduo das remessas dos emigrantes brasileiros devido crise na economia


brasileira em 1888 e 1889.

Em 1892 Portugal estava na bancarrota.


4.2.2.

O surto industrial do final do sculo

Devido crise econmica Portugal viu-se na necessidade de mudar a poltica


econmica de forma a reanimar a indstria, reduzir a dependncia externa e as
importaes.

Foi publicada uma nova pauta alfandegria em 1892, protecionista.

Proteo da indstria e agricultura.

Fomento econmico das colnias que se tornou fator de expanso da


economia nacional.

Desenvolveu-se a indstria qumica e eltrica.

Cimentos e construo civil.

Progressos na mecanizao do txtil e moagem.

Industria dos tabacos, metalurgia, conservas desenvolveram-se.

Proteo aos grandes grupos econmicos nacionais e apoios concentrao


industrial e bancria.

Desenvolvimento dos grandes polos industriais de Setbal, Lisboa, Guimares,


Braga, Barreiro.
4.3. As transformaes do regime politico na viragem do sculo
4.3.1.

Os problemas da sociedade portuguesa e a contestao da


monarquia

No final do sculo XIX a sociedade portuguesa era mais instruda e informada que em
1852. A vida urbana tinha-se alterado significativamente, propiciando a proliferao
das ideias republicanas e antimonrquicas principalmente entre a burguesia urbana
de Lisboa, Porto e Coimbra. Entre os fatores que contriburam para isso:

A vida dos cafs, a educao bsica e os jornais tornaram a opinio pblica


muito informada e interventiva.

O rotativismo partidrio entre os partidos do regime Regenerador e Progressista


e a falta de solues
monrquico liberal,

contriburam para a falta de credibilidade do sistema


havendo suspeitas

de manipulao de resultados

eleitorais.

os governos e o rei passaram a ser muito criticados sendo cada vez mais
frequente a censura ao regime.

A insatisfao e descontentamento populares eram grandes devido crise


econmica e financeira que assolava o pas.

Neste contexto surgiu o Partido Republicano em 1876 desenvolvendo uma retrica


antigovernamental e aproveitando todos os factos polticos e econmicos que
resultassem em argumentos que mobilizassem as populaes e encontrassem eco nas
suas reivindicaes.

Em 1890 o episdio do Mapa cor de rosa e do Ultimatum deu argumentos oposio


para reclamar com violncia contra o rei. Abandonando aos ingleses as pretenses de
ocupao dos territrios do Chire o governo portugus deu argumentos aos
republicanos para desenvolverem uma srie de aes populares de protesto contra o
rei e os interesses ingleses.
Um ano depois em 31 de Janeiro de 1891 deu-se a primeira revolta republicana em
Portugal.

O ambiente de contestao e de quase estado de stio fez com que o rei visse a sua
autoridade posta em causa sendo obrigado a tomar medidas de reforo do seu
poder:

Convidou o poltico Joo Franco para primeiro-ministro.

Dissolveu o Parlamento em 1907 e deu a Joo Franco poderes de ditadura.

O sentimento antimonrquico tornou-se muito forte levando a Carbonria a organizar


um atentado contra o rei em 1908, o regicdio, no qual faleceu tambm o prncipe
herdeiro Lus Filipe.
D. Manuel tornou-se o ltimo rei de Portugal como D. Manuel II. Sem conseguir resolver
os problemas nacionais governou em contestao quase permanente sendo deposto
em 5 de Outubro de 1910 juntamente com sua me D. Amlia. Foi neste mesmo dia,
que da varanda da Cmara Municipal de Lisboa foi proclamada a Primeira Repblica
Portuguesa.

4.3.2.

A Primeira Repblica

Implantada a Repblica constituiu-se um Governo Provisrio e convocaram-se eleies


para a Assembleia da Repblica que em 2 meses elaborou a Constituio de 1911
aprovada em Agosto. Manuel Arriaga tornou-se o primeiro presidente da Repblica.
Principais caractersticas do novo regime:

Congresso bicameral: Senado e Cmara dos Deputados.

Predomnio do poder legislativo que elegia e destitua o presidente da


Repblica. Mandato no renovvel.

Parlamento controlava o governo e ministros.

Reformas da Repblica
Uma anlise da cronologia da pgina 148 permite-nos observar a importncia das
questes religiosas e da laicizao do Estado nos trabalhos e reformas republicanas.
Por aqui se avalia o poder considervel que a Igreja tinha continuado a exercer sobre
a maioria das populaes do pas. O caciquismo clerical e laico imperava sobre a
maior parte das regies do pas. Os princpios fundadores do iderio republicano
estavam patentes na legislao aprovada:

Igualdade social e poltica: voto universal, abolio de privilgios de


nascimento, ttulos e ordens.

Laicismo e anticlericalismo.

Justia social: direito greve, regulamentao de horrio de trabalho,


descanso obrigatrio aos domingos.

Ensino obrigatrio e pblico at aos 10 anos e 3 classe. Vrias reformas dos


estudos e criao das universidades de Lisboa e Porto.

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