Guia Iso 14001:2015

GUIA DO UTILIZADOR
ISO 14001:2015
MARO 2016
14001 - GUIA1/1
Nos termos e para os efeitos do disposto, designadamente, nos artigos 9, 12 e 196 do Cdigo
dos Direitos de Autor e Direitos Conexos, informa-se que este texto est protegido por direitos de
autor, encontrando-se registado na Inspeo Geral das Atividades Culturais com o n 831/2016,
e depositado na Biblioteca Nacional sob o n 406717/16.
PREFCIO
Pela presente publicao, a APCER vem partilhar a sua perspetiva sobre a mais
recente edio da norma ISO 14001 Sistemas de gesto ambiental. Requisitos, publicada em 15 de setembro de 2015, com o propsito de permitir uma
gesto mais eficaz do pilar ambiental da sustentabilidade das organizaes.
Os desafios ambientais so cada vez mais significativos e exigentes a um nvel
global, com implicaes relevantes nas estratgias de longo prazo das Organizaes. A utilizao de recursos naturais, as alteraes climticas, o uso da
energia e da gua, a perda de biodiversidade e a preservao dos ecossistemas so alguns destes desafios, num quadro complexo em que se verifica o
aumento da preocupao da sociedade com a forma como as Organizaes
definem e gerem as suas polticas ambientais.
A ISO 14001:2015 foi desenvolvida com o objetivo de permitir que as Organizaes que a adotam respondam s necessidades cada vez mais exigentes
de proteo ambiental, atualizando as prticas dos seus sistemas de gesto
ambiental. A norma introduz novos conceitos como a anlise de contexto, o
relacionamento com partes interessadas, o pensamento baseado em risco, a
perspetiva de ciclo de vida ou a comunicao. Orienta as Organizaes para
uma integrao eficaz e aprofundada do sistema de gesto ambiental nos
seus processos de negcio.
Acreditamos que a terceira edio da ISO 14001 encerra oportunidades para
as Organizaes melhorarem o seu desempenho ambiental, alinhando o sistema de gesto com a sua estratgia, otimizando a integrao na gesto global
e melhorando a comunicao sobre o seu desempenho, permitindo deste
modo aumentar a confiana nas Organizaes que se certificam por este
referencial.
Agradecemos a todos os profissionais que contriburam com sugestes ou
respostas ao nosso questionrio, para a elaborao do presente guia. Em particular, um agradecimento devido equipa que participou na elaborao do
presente guia, pelo seu empenho e disponibilidade.
Esperamos que este documento contribua de forma til para se encontrarem
respostas para os complexos, mas fascinantes, desafios que a gesto ambiental enfrentar no futuro prximo.
Porto, 31 de maro de 2016
Jos Leito
CEO da APCER
A EQUIPA
Coordenao, Comit editorial, Redao final
Joana dos Guimares S

Joo Santos
Teresa Carvalho de Sousa
Rita Ribeiro de Sousa
Redao e reviso
Participaes especiais
Ana Dahlin
Ana Oliveira
Ana Roque
Anabela Nunes
Anabela Ramos
ngelo Tavares
Carolina Nogueira
Cristiana Cardoso
Cristina Barbosa
Cristina Sousa Rocha
Daniel Nunes
Elsa Gameiro
Gabriela Pinheiro
Hlder Estradas
Maria Helena Pereira
Joo Pedro Santos
Jlio Faceira
Lus Janicas
Manuel Silva
Maria Segurado
Mariana Carrilho
Mrio Rui Costa
Paula Galhardo
Paulo Miguel
Pedro Fernandes
Ricardo Teixeira
Rui Flores de Sousa
Rui Oliveira
Cristina Sousa Rocha

2.1 A nova norma ISO 14001 sobre
sistemas de gesto ambiental:
que novidades?
Isabel Caetano, COTEC Portugal
em 10.1 Melhoria
Lus Oliveira
em 6.1.1 Aes para tratar riscos e
oportunidades. Generalidades
Reviso
Alexandra Ribeiro
Alexandre Vilaa
Antnio Arago Frutuoso
Carlos Almeida
Dora Gonalo
Elizabete Marques
Figueiredo Simes
Gabriela Pinheiro
Helena Ferreira
Joo Vila Lobos
Jlio Faceira
Ricardo Marques
Rita Batista
Rui Pacheco
Integrao Qualidade
e Ambiente

Joo Santos
Edio final
Carolina Nogueira
Maria Segurado
NDICE
1 INTRODUO E OBJETIVOS
Apresentao do guia
Compreender as necessidades dos utilizadores dos guias
Abreviaturas
2 ENQUADRAMENTO E INFORMAES GERAIS
10
11
12
21
23
2.1 A nova norma ISO 14001 sobre Sistemas de Gesto Ambiental:

que novidades?
O processo de reviso
O Comit Tcnico de Normalizao, CT 150 Gesto Ambiental
Destaques
A famlia 14000
Concluses
24
24
28
28
32
33
2.2 Estrutura de alto nvel, termos e texto comuns para

normas de sistemas de gesto da ISO
Enquadramento
Viso conjunta para normas de sistemas de gesto
Estrutura de Alto Nvel
34
34
34
34
3 ISO 14001:2015 GUIA DO UTILIZADOR
37
Introduo
0.1 Antecedentes
0.2 Objetivo
0.3 Fatores de sucesso
0.4 Modelo Planear-Executar-Verificar-Atuar
0.5 Contedo da presente Norma
38
38
38
39
39
39
1 Objetivo e Campo de Aplicao
40
2 Referncias Normativas
42
3 Termos e Definies
42
4 Contexto da organizao
4.1 Compreender a organizao e o seu contexto
45
45
4.2 Compreender as necessidades e as expectativas das partes interessadas

4.3 Determinao do mbito do sistema de gesto ambiental
4.4 Sistema de gesto ambiental
49
55
59
5 Liderana
5.1 Liderana e compromisso
5.2. Poltica ambiental
5.3 Funes, responsabilidades e autoridades organizacionais
64
66
74
77
6 Planeamento
6.1 Aes para tratar riscos e oportunidades
6.1.1 Generalidades
6.1.2 Aspetos ambientais
6.1.3 Obrigaes de conformidade
6.1.4 Planeamento
6.2 Objetivos ambientais e planeamento para os atingir
82
82
82
90
95
99
103
7 Suporte
7.1 Recursos
7.2 Competncia
7.3 Consciencializao
7.4 Comunicao
7.4.1 Generalidades
7.4.2 Comunicao interna
7.4.3 Comunicao externa
7.5 Informao documentada
7.5.1 Informao documentada | Generalidades
107
107
109
113
115
115
117
119
121
7.5.2 Criao e atualizao

7.5.3 Controlo da informao documentada
121
124
125
8 Planeamento
8.1 Planeamento e controlo operacional
8.2 Preparao e resposta a emergncias
128
128
138
9 Avaliao do Desempenho
9.1 Monitorizao, medio, anlise e avaliao
9.1.1 Generalidades
144
144
144
9.1.2 Avaliao da conformidade

9.2 Auditorias internas
9.3 Reviso pela gesto
151
153
157
10 Melhoria
10.1 Generalidades
10.2 No conformidade e ao corretiva
10.3 Melhoria contnua
163
163
168
172
Breve nota sobre os anexos
176
ndice alfabtico de termos
177
CONCLUSO
179
BIBLIOGRAFIA
180
ANEXO - FAMLIA DE NORMAS 14000 PUBLICADAS A MARO DE 2016
182
INTRODUO
E OBJETIVOS
OBJETIVOS PARA ESTE GUIA
APRESENTAO DO GUIA
COMPREENDER AS NECESSIDADES
DOS UTILIZADORES DOS GUIAS
ABREVIATURAS
O presente guia do utilizador ISO 14001:2015 vem partilhar a experincia da APCER

na atividade de certificao de sistemas de gesto ambiental (SGA) e transmitir a
sua perspetiva de utilizao pelas Organizaes que a adotam.
Foram consideradas as necessidades e expectativas dos utilizadores da norma com
base num inqurito realizado para o efeito. De modo a constituir uma viso partilhada e a incorporar a experincia da APCER na atividade de certificao, este guia
foi redigido e revisto por um conjunto alargado de partes interessadas, abrangendo
colaboradores internos e auditores da APCER que lidam regularmente com processos de anlise, auditoria e deciso de certificao segundo a ISO14001. Inclumos
tambm especialistas para o apoio e desenvolvimento do guia.
As normas ISO 14001:2015 e ISO 9001:2015 foram desenvolvidas utilizando como
base comum a estrutura de alto nvel e texto comum, Anexo SL das Diretivas da
ISO. As normas partilham uma parte significativa do texto, razo pela qual este guia
do utilizador ISO 14001:2015, semelhana da norma que lhe d origem, partilha
tambm uma parte no desprezvel do seu contedo com o guia do utilizador
ISO 9001:2015. No obstante, mesmo quando o tema semelhante, oferecida uma
perspetiva direcionada para a temtica do ambiente.
A ISO 14001:2015 aplicvel a qualquer Organizao, permitindo que o cumprimento dos requisitos possa ser assegurado mediante a adoo de diferentes metodologias, prticas e ferramentas. Compete APCER, enquanto organismo de certificao, avaliar se as prticas observadas so eficazes para dar cumprimento sua
poltica ambiental e aos seus objetivos ambientais, para assegurar o cumprimento
dos requisitos normativos e das obrigaes de conformidade e para melhorar o seu
desempenho ambiental atravs da melhoria contnua.
Para o exerccio credvel da sua atividade, fundamental que a APCER mantenha a
independncia, a imparcialidade e a abertura de esprito que lhe permitam avaliar
cada sistema de gesto ambiental no contexto especfico da Organizao auditada,
razo primordial para este guia no prescrever orientaes ou oferecer solues
sobre a implementao da norma. Os exemplos dados so ilustrativos.
OBJETIVOS PARA ESTE GUIA
Providenciar uma base de entendimento comum e partilhada entre a APCER e

as partes interessadas, relativamente utilizao da norma ISO14001:2015 pelas
Organizaes e no contexto da sua certificao;
Explorar as potencialidades de desenvolvimento do SGA atravs da sua adoo;
Comunicar as expectativas da APCER no processo de avaliao do SGA;
Informar sobre aspetos relevantes do processo de certificao, guias essenciais
para a acreditao e normas relacionadas;
Analisar as alteraes introduzidas pelaISO14001:2015;
Comparar a ISO 14001:2015 com a ISO 9001:2015 nos aspetos relativos integrao dos dois sistemas.
10
01
GUIA DO UTILIZADOR ISO 14001:2015
INTRODUO E OBJETIVOS
INTRODUO | OBJETIVOS PARA ESTE GUIA | APRESENTAO DO GUIA
A utilizao deste guia no substitui nem dispensa a consulta da ISO 14001:2015 ou

de qualquer outro documento normativo, tendo sido produzido para ajudar os leitores na aplicao da norma.
APRESENTAO DO GUIA
Esta publicao compe-se em trs partes distintas, sendo a terceira a que corresponde ao Guia de Utilizao da norma.
Parte 01 - Introduo e Objetivos
Apresenta o guia, os seus objetivos e modo de utilizao. Descreve tambm os

resultados do inqurito s necessidades e expectativas dos utilizadores do Guia, s
quais procuramos responder.
Parte 02 - Enquadramento e Informaes gerais
A Eng. Cristina Sousa Rocha, Presidente da CT 150 Gesto Ambiental e investigadora do Laboratrio Nacional de Engenharia e Geologia, faz um enquadramento
global da ISO14001:2015, do processo de desenvolvimento da norma e do contexto
normativo em que se insere. Apresenta as principais caratersticas da norma e a
relao da ISO 14001 com outras normas relevantes da famlia 14000 que podero
ser usadas.
Nesta parte apresentamos ainda a estrutura de alto nvel e texto comum, o Anexo SL
das Diretivas da ISO.
Parte 03 Guia do Utilizador da ISO 14001:2015
O guia do utilizador segue a estrutura da ISO 14001:2015, sendo as orientaes de

aplicao aqui expressas.
Esta parte foi desenhada para que cada uma das suas seces possa ser consultada e analisada individualmente, de modo a obter esclarecimentos em relao aos
requisitos especificados na seco homloga da norma, no sendo necessria uma
leitura sequencial do incio ao fim.
Uma vez que a norma especifica um sistema, as diferentes seces esto intimamente ligadas entre si, razo pela qual, para a sua compreenso, estas devem ser
entendidas como um todo. Com este objetivo, so feitas referncias relevantes a
outras seces relacionadas que possam ser usadas para o aprofundamento de um
determinado assunto.
Para cada seco da norma foi adotada uma estrutura comum de apresentao do
texto para facilitar a consulta e a compreenso do contedo. Cada seco est dividida nos seguintes pontos:
11
Resultados pretendidos referido, sinteticamente, o que pretendido alcanar com a aplicao dos requisitos desta seco e, quando relevante, como contribui para os resultados pretendidos do SGA.
Aplicao - Interpretao da APCER, efetuada na perspetiva primordial da sua
utilizao no contexto da Organizao. Essencialmente, o que os utilizadores
necessitam saber para tirar partido da correta aplicao dos requisitos da norma,
complementada por eventuais exemplos.
Integrao qualidade e ambiente seco dirigida s organizaes que aplicam ou pretendem aplicar ambos os referenciais de modo integrado. Apresenta
uma anlise comparativa e fornece orientaes para uma aplicao integrada.
Demonstrao de conformidade - Exemplos de conformidade ao nvel dos
resultados obtidos, evidncias possveis de resultados de avaliao, e como estes
podem ser demonstrados.
Ligaes relevantes Indicao das ligaes relevantes entre seces da
ISO 14001:2015.
Comparao com a edio anterior Identificao do que novo nesta edio
da norma e o que foi alterado em relao ISO 14001:2004.
COMPREENDER AS NECESSIDADES DOS UTILIZADORES DOS GUIAS
Com o aproximar da data prevista de publicao da nova verso das normas

ISO 9001 e ISO 14001 a APCER decidiu publicar os seus guias do utilizador. Antes
de o fazermos procuramos saber quais as necessidades e as expectativas dos
seus utilizadores e, para tal foi desenvolvido um Survey aos utilizadores dos guias
ISO 9001 e ISO 14001.
Este teve como objetivos:
Obter o ponto de vista da comunidade de utilizadores sobre a utilidade dos
guias existentes para as verses anteriores das normas e quais os aspetos mais e
menos valorizados;
Aferir o interesse pelo desenvolvimento de novos guias para as edies atuais e
quais as necessidades e expectativas em relao a estes.
Para ouvir a a voz do cliente foram includas diversas perguntas opcionais de
resposta aberta para que todas as questes, dvidas e expectativas nos pudessem
chegar inalteradas na sua forma e contedo.
O questionrio esteve disponvel durante o ms de agosto de 2015, tendo sido
enviado para todos os registos da base de dados da APCER de pases lusfonos.
Foram obtidas um total de 700 respostas, das quais 91% tiveram origem em Portugal e 8% no Brasil.
12
13
Perfil dos respondentes
Na figura 1 vemos a distribuio das respostas obtidas por funo desempenhada. A

maioria dos respondentes so os responsveis pelo sistema de gesto, seguida dos
consultores, gestores e auditores internos.
A figura 2 mostra a distribuio dos respondentes por anos de experincia com
sistemas de gesto ambiental. A maioria possui experincia limitada, com 41% a
afirmar mesmo no ter qualquer experincia com SGA, contrrio ao que aconteceu
face s respostas dadas em relao aos sistemas de gesto da qualidade, onde
mais de 80% dos respondentes afirmaram ter 4 ou mais anos de experincia. Esta
uma clara indicao que a maioria dos respondentes esto mais ligados rea da
qualidade do que ao ambiente, o que j era esperado face maior prevalncia dos
sistemas de gesto da qualidade.
Tendo em conta a grande diversidade das partes interessadas nos guias, entre as
quais, Organizaes de diversos setores de atividade, auditores, consultores, estudantes, entre outros, foi dada a hiptese ao inquirido de responder em nome da
Organizao em que colabora ou em nome individual. As respostas obtidas dividiram-se quase uniformemente, com 54% a responderem em nome da Organizao e
os restantes 46% em nome individual.
Tendo em conta a grande diversidade das partes interessadas nos guias, entre as
quais, Organizaes de diversos setores de atividade, auditores, consultores, estudantes, entre outros, foi dada a hiptese ao inquirido de responder em nome da
Organizao em que colabora ou em nome individual. As respostas obtidas dividiram-se quase uniformemente, com 54% a responderem em nome da Organizao e
os restantes 46% em nome individual.
14
01
Responsvel Sistema de Gesto

Consultor
Gestor na Organizao
Auditor interno
57,4%
Nvel operacional
14,3%
Auditor externo
Professor
8,4%
Nvel executivo
8,0%
Estudante
2,6%
0,1%
3,1%
2,9%
Responsvel de Compras
Outro
0,7%
1,6%
0,9%
Figura 1: Distribuio das respostas dos respondentes pela funo que desempenham.
Nenhum
1 -3
15%
4 -6
11%
41%
7 - 10
>11
14%
19%
Figura 2: Distribuio das respostas dos respondentes quanto sua experincia com SGA (em anos).
15
Perfil das organizaes respondentes
A figura 3 mostra a distribuio por rea de negcio das respostas efetuadas em

nome da Organizao.
43.2%
Industrial
19.9%
Servios
Atividades
de consultoria
8.2%
7.2%
Comrcio
Sade e
ao social
4.0%
Educao
2.7%
Utilities
2.4%
1.9%
Primrio
1.6%
Ambiente
Primeira
Transformao
0.8%
Acreditao/
certificao de SG
0.5%
Extractivo
0.3%
7.4%
Outro
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
Figura 3: Distribuio das respostas quanto principal rea de negcio das Organizaes.
Existe um claro domnio do setor industrial com 43% das respostas, o que seria de
esperar j que tradicionalmente este o setor preponderante nas Organizaes
certificadas. Os servios tambm representaram uma parte significativa da amostra
com cerca de 20% do total, com os 37% remanescentes a dividirem-se pelos restantes setores. Esta distribuio por diferentes setores permite uma vista alargada das
necessidades de diferentes setores e no apenas a industrial e de servios, algo que
tivemos em ateno durante a construo deste guia.
16
45%
01
A distribuio das respostas por dimenso das Organizaes, medida pelo nmero
de trabalhadores apresentada na figura 4.
< 10
11 - 50
31%
30%
51 - 200
201 - 500
> 500
11%
16%
12%
Figura 4: Distribuio das respostas por nmero de trabalhadores da Organizao.
Apesar de existir uma maior prevalncia das mdias empresas, obteve-se um

nmero significativo de respostas de Organizaes de todas as dimenses, o que
nos permite observar as questes especficas, mais importantes por dimenso, tentando assim responder aos diferentes desafios que cada uma enfrenta.
Perfil dos respondentes em nome individual
s pessoas que responderam em nome individual (46% do total de respostas) foi

questionado quais os setores em que consideravam ter mais experincia profissional, at um mximo de 3. Os resultados obtidos foram os presentes na figura 5.
17
52%
Industrial
Atividades
de consultoria
41%
34%
Servios
Acreditao/
certificao de SG
30%
Educao
17%
Ambiente
16%
Sade e
ao social
12%
9%
Comrcio
7%
Utilities
Primrio
3%
Primeira
Transformao
3%
Extractivo
Outro
0%
2%
7%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
Figura 5: Distribuio das respostas quanto aos trs setores com maior experincia.
Verifica-se tambm ao nvel individual que o setor industrial aquele com maior
representatividade, com mais de metade dos respondentes a afirmarem que um
dos setores onde tm mais experincia. Neste caso, evidente a grande participao de consultores e pessoas ligadas atividade de certificao. Tambm aqui se
demonstra a importncia dos sistemas de gesto no setor dos servios com 34%
dos respondentes em nome individual a referirem experincia.
18
01
Perceo sobre o guia APCER ISO 14001:2004
Do total de respostas, 80% afirmou conhecer as verses anteriores dos guias, e destes dois teros, ou seja, cerca de 50% do total de respondentes, afirmou conhecer o
Guia ISO 14001:2004. A estes foi questionado como avaliariam a utilidade deste guia
numa escala de 1 a 5 em que 1 significava nada til e 5 muito til. A distribuio das
respostas pode ser vista na figura 6.
45%
43%
42%
40%
35%
30%
25%
20%
15%
13%
10%
5%
0%
2%
0%
1
Figura 6: Utilidade do guia ISO 14001:2004 da APCER.
Constata-se que o anterior guia da ISO 14001 teve grande utilidade junto dos respondentes com 85% das respostas a classificarem-no nos dois nveis mais altos,
sendo que apenas 2% o classificaram nos dois nveis mais baixos.
Foi questionado o que mais gostaram nos anteriores guias e o que gostariam de
ver melhorado. As principais referncias aos pontos fortes foram a clareza dos con-
19
tedos, o pormenor com que foram tratados, a estrutura do guia e as referncias

explcitas s alteraes da norma em relao verso anterior.
Por outro lado os respondentes pretendem um maior enfoque na rea dos servios,
maior adequao realidade das pequenas empresas, uma melhor descrio de
como evidenciar o cumprimento dos requisitos e a presena de casos prticos de
aplicao dos requisitos. Todas estas observaes foram tidas em conta no desenvolvimento deste guia, tendo-se tentado dar resposta a todas elas, exceto na apresentao de casos prticos por ainda no existirem, dado ser uma norma muito
recente e a sua aplicao estar apenas no incio.
Necessidades e expectativas para o guia da edio de 2015
Tendo o questionrio sido realizado antes da publicao da norma e na altura ainda

existir um grande nmero de interessados sem conhecimento efetivo do contedo
da mesma, foi dada a possibilidade dos respondentes darem ou no a sua opinio
face aos novos guias. No total 198 (28% dos respondentes) deram a sua opinio
sobre o guia ISO 14001:2015.
A nova ISO 14001:2015 introduz uma srie de alteraes e novos conceitos, tendo
sido pedido que selecionassem trs que gostariam de ver tratados em maior detalhe no guia. A distribuio dos resultados est presente na figura 7.
84%
Riscos e oportunidades
Perspectiva de ciclo de vida
64%
Proteo do ambiente e melhoria

do desempenho ambiental
45%
40%
Resultados pretendidos
19%
Contexto da Organizao
Estrutura de alto nvel
e requisitos comuns
18%
Aplicabilidade e definio
do mbito de aplicao
Liderana
Comunicao
0%
16%
9%
5%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80% 90%
Figura 7: Distribuio das respostas dos 3 conceitos que gostariam de ver tratados com maior detalhe.
20
01
ABREVIATURAS
Com larga margem, o conceito que os respondentes mais querem ver tratado em
maior detalhe so os riscos e oportunidades com 84% a inclui esta opo nas suas
3 escolhas. Para alm deste, a perspetiva de ciclo de vida, a proteo do ambiente,
melhoria do desempenho ambiental e os resultados pretendidos, foram os temas
que reuniram maior consenso.
Voz do cliente
Para recolhermos informao mais qualitativa, colocamos questes opcionais, de

texto livre onde, por seco da norma, os inquiridos pudessem expressar dvidas,
fazer comentrios e comunicar expectativas sobre os temas a tratar em cada seco, ou questes de que gostariam de ver tratadas. Recebemos um total de mais de
300 comentrios, referentes s diversas seces da ISO 14001, os quais foram considerados e tratados pelos redatores e revisores deste guia. No sendo obviamente
possvel atender a todos os pedidos, foram, na sua maioria, um fator preponderante
em todo o processo.
ABREVIATURAS
CD Committee Draft
CT Comit Tcnico
DIS Draft International Standard
EMAS Sistema Comunitrio de Ecogesto e Auditoria
FDIS Final Draft International Committee
GRI Global Initiative Reporting
ID Investigao e Desenvolvimento
IPQ Instituto Portugus da Qualidade
NWIP New Work Item Proposal
PI Partes Interessadas
SC Sub committee
SG Sistema de Gesto
SGA Sistema de Gesto Ambiental
SGQ - Sistema de Gesto da Qualidade
R&O Riscos e oportunidades
TC Technical Committee
WD - Working Draft
WG Working Group
21
22
ENQUADRAMENTO
E INFORMAES
GERAIS
2.1 A NOVA NORMA ISO 14001 SOBRE SISTEMAS DE GESTO
AMBIENTAL: QUE NOVIDADES?
2.2 ESTRUTURA DE ALTO NVEL, TERMOS E TEXTO COMUNS
PARA NORMAS DE SISTEMAS DE GESTO DA ISO
2.1 A NOVA NORMA ISO 14001 SOBRE SISTEMAS DE GESTO AMBIENTAL:

QUE NOVIDADES?
Cristina Sousa Rocha, Presidente da Comisso Tcnica 150 Gesto Ambiental e

Investigadora do Laboratrio Nacional de Energia e Geologia.
O processo de reviso
No dia 15 de Setembro de 2015 foi publicada a terceira edio da norma ISO 14001,
que estabelece os requisitos para um SGA. Depois de uma reviso ocorrida em 2004,
cujos objetivos foram a clarificao do texto e a harmonizao com a norma de gesto da qualidade ISO 9001, sem adio de novos requisitos, esta a primeira reviso
verdadeiramente significativa desde a publicao da primeira edio, em 1996.
Decorridos quase 20 anos, a gesto ambiental das Organizaes evoluiu: as questes ambientais tm uma importncia cada vez mais estratgica, as Organizaes
sentem um escrutnio crescente por parte das PI, e cada vez mais importante que
a gesto de topo d sinais claros de que as questes ambientais so encaradas
como uma questo central, e no acessria, quer no dia-a-dia das Organizaes,
quer nas suas orientaes estratgicas e de negcio. Tudo isto foram desafios reviso da norma de 1996, que teria de sofrer modificaes de fundo para se manter
relevante e com requisitos estveis por mais 10 anos, sem perder a essncia do que
o objetivo da gesto ambiental: melhorar continuamente o desempenho ambiental das atividades, produtos e servios das Organizaes.
Em 2012 foram publicadas orientaes para a elaborao das normas ISO (o Anexo
SL), contendo uma estrutura e texto idnticos e termos e definies comuns para
normas de sistemas de gesto. Organizaes de todo o mundo reconhecem o valor
de utilizar SG para controlar o risco e acrescentar valor ao negcio (senso-lato,
uma vez que isto se aplica quer a empresas, quer a entidades sem fins lucrativos).
O Anexo SL visa assegurar consistncia nos processos de elaborao e reviso de
normas, e facilitar a sua utilizao integrada, por parte das Organizaes. Visa ainda
garantir que importantes elementos, como a anlise dos fatores internos e externos
que condicionam a Organizao, a determinao das PI e das suas necessidades e
expectativas, a adoo de um pensamento baseado em risco, e a liderana e compromisso da gesto de topo esto presentes em todas as normas de SG.
Assim, a par da melhoria dos princpios bsicos e requisitos da edio anterior da
ISO 14001, a adoo do Anexo SL fez parte do mandato de reviso da norma.
Houve ainda um terceiro elemento desse mandato, as concluses do relatrio final
de um estudo de um grupo de trabalho da subcomisso 1 (Environmental management systems) da ISO/TC 207 (Environmental Management) designado Future Challenges for EMS1. O grupo de trabalho foi convidado em 2008, isto , trs anos antes
do comeo da reviso da norma ISO 14001:2004, a dinamizar uma reflexo sobre:
1 Desafios futuros para os sistemas de gesto ambiental.
24
02
ENQUADRAMENTO E INFORMAES GERAIS

QUE NOVIDADES?
Desafios que se colocam aos SGA, incluindo as necessidades das PI (ou stakeholders);
Novas abordagens e mtodos no domnio dos SGA.
O grupo de trabalho, no qual Portugal participou ativamente, elegeu 11 temas, dos
quais se selecionaram os seguintes para, aps um processo de consulta, orientarem
a redao da nova norma:
Os SGA como parte da sustentabilidade e da responsabilidade social;
Os SGA e (o) (a melhoria do) desempenho ambiental;
Os SGA e a conformidade com requisitos legais e outros;
Os SGA e a gesto global (estratgica) de negcio;
Os SGA e a avaliao da conformidade;
Os SGA e os impactes ambientais da cadeia de valor;
Os SGA e o envolvimento dos stakeholders;
Os SGA e a comunicao externa (incluindo informao dos produtos).
A tnica das recomendaes do relatrio assentou, de uma forma geral, em alavancar a nova norma para um maior grau de exigncia em relao que estava
em vigor. de notar a ligao responsabilidade social e sustentabilidade, quer
diretamente no primeiro tema, quer naquele que refere os stakeholders. De facto,
poca de realizao do estudo estava em elaborao a norma ISO 26000:2010
sobre responsabilidade social, que visa apoiar as Organizaes a contriburem para
a sustentabilidade gerindo um conjunto de 7 temas fundamentais, entre os quais
o ambiente. Sendo uma norma guia, no certificvel, foi seguramente muito mais
ambiciosa nas suas recomendaes do que o faria se apresentasse requisitos. Mas
a forma como trata a vertente ambiente ao nvel das Organizaes, e o contributo
destas para o pilar ambiental da sustentabilidade, foram matria de reflexo junto
dos especialistas responsveis pela reviso da ISO 14001.
Alis, a nfase na sustentabilidade est bem patente na viso e misso da
SC1/TC 2072:
Somos responsveis pela normalizao no domnio dos sistemas de gesto
ambiental para apoiar a realizao da sustentabilidade.
O nosso foco desenvolver e manter normas em matria de sistemas de gesto
ambiental que atendem s necessidades das partes interessadas, so baseadas no
mercado e apoiam a sustentabilidade.
Somos reconhecidos como o lder mundial no desenvolvimento de normas de sistemas de gesto ambiental que suportam a sustentabilidade.
As nossas normas so reconhecidas nacional e internacionalmente por utilizadores e
outras partes interessadas, como as normas de gesto ambiental de preferncia.
Definidos os trs elementos do mandato da reviso da ISO 14001:2004, o processo
teve incio em Fevereiro de 2011 e culminou quatro anos e oito meses depois.
2 https://committee.iso.org/tc207sc1, consultado a 19/02/2016.
25
A elaborao de uma norma ISO segue uma srie de fases que se descrevem no quadro seguinte. Apresenta-se o caso concreto do desenvolvimento da ISO 14001:2015
e o acompanhamento efetuado por Portugal, ficando bem patente que esta reviso
foi um processo de difcil consenso. De notar que consenso um conceito dinmico,
que se traduz numa procura permanente de acordos coletivos nas decises, no
se repercutindo obrigatoriamente em unanimidade, mas numa aceitao geral ou
numa ausncia de firme oposio de um nmero relevante de PI quanto ao essencial de uma dada matria.
FASE3
DESIGNAO DO
DOCUMENTO
DESCRIO
PROCESSO DE
DESENVOLVIMENTO DA
ISO 14001:2015
Fase de proposta
(10)
Novo item de
trabalho (NWIP
New Work Item
Proposal)
Confirmao da procura da norma

por parte do mercado, e a sua
relevncia escala global. Um NWIP
submetido para votao por um
perodo de 3 meses aos membros do
Comit Tcnico (ou Subcomit), para
determinar a sua incluso ou no
no programa de trabalhos do Comit.
Para que prossiga, necessria a
aprovao por maioria simples por
parte dos membros P4 do Comit
Tcnico e pelo menos 5 devem
apoiar ativamente o NWIP e designar
especialistas para o trabalho.
Agosto de 2011 Janeiro

de 2012
Portugal votou favoravelmente o
NWIP e designou uma especialista
para acompanhar os trabalhos.
Fase
preparatria
(20)
Projeto de
trabalho (WD
Working Draft)
Geralmente, o Comit responsvel

pela normalizao na rea em
questo define um grupo de trabalho
constitudo por especialistas e
um coordenador. Durante esta
fase, os especialistas continuam a
tratar de questes como direitos
de autor, patentes e avaliao da
conformidade. Podem circular
sucessivos WD at os especialistas
se considerarem satisfeitos com
a soluo obtida. O WD enviado
ao Comit, que decide qual a
fase que se segue no processo de
desenvolvimento: Fase de Comit ou
fase de inqurito.
Fevereiro de 2012 Fevereiro de

2013
O Subcomit 1 da ISO/TC 207 criou o
grupo de trabalho (Working Group) 5
para este projeto, coordenado pelos
Estados Unidos (lder do projeto) e
pela Argentina, e cujo secretariado
foi assegurado pela Alemanha e pelo
Reino Unido.
A especialista designada pelo IPQ
vogal da Subcomisso 1 da Comisso
Tcnica 150 (espelha o Subcomit 1
da TC 207).
Foram elaborados trs WD.
3 as fases aqui apresentadas (10, 20, etc.) referem-se a International harmonized stage codes dos documentos ISO, www.iso.org
4 Membros P (Participantes) so os membros da ISO que pretendem desempenhar um papel ativo no trabalho de um Comit
Tcnico ou Subcomit. Existem tambm Membros O (Observadores). Portugal, atravs do IPQ, membro P da ISO/TC 207.
26
02

QUE NOVIDADES?
Fase de Comit
(30)
Projeto do comit
(CD Committee
Draft)
Esta fase opcional. O WD

partilhado com os membros do
Comit. Se o Comit usa esta fase, o
projeto de Comit (CD) circula pelos
membros do Comit, que comentam
e votam o documento. Podem
circular sucessivos CD at se obter
consenso quanto ao seu contedo
tcnico.
Maro de 2013 Outubro de 2014

Circularam dois CD, sendo que
Portugal comentou ambos e
votou favoravelmente o primeiro
e negativamente o segundo,
sobretudo devido proliferao,
em nosso entender injustificada,
de requisitos sobre R&O. Portugal
trabalhou ativamente na busca de
solues consensuais para melhorar
o documento e participou na reunio
do WG5 que decorreu em Pdua de
25 de Fevereiro a 1 de Maro de 2014.
Fase de
inqurito (40)
Inqurito (DIS
Draft International
Standard)
O DIS submetido ao Secretariado

Central da ISO e circula por todos
os membros da ISO para votao
e comentrios por um perodo de
3 meses. O DIS aprovado se dois
teros dos membros P do Comit
Tcnico forem a favor e no houver
mais de um quarto do total de votos
expressos negativos. Se o DIS for
aprovado, segue diretamente para
publicao. Contudo, a presidncia
do Comit pode decidir que a fase de
aprovao necessria.
Novembro de 2014 Abril de 2015

O DIS foi aprovado com o voto
favorvel de Portugal.
Fase de
aprovao (50)
Inqurito final
(FDIS Final Draft
International
Standard)
Esta fase automaticamente

ignorada se o DIS tiver sido aprovado.
No entanto, se tiverem existido
revises significativas resultantes
dos comentrios ao DIS, os Comits
podem decidir levar a cabo esta fase.
Nesse caso, o FDIS submetido ao
Secretariado Central da ISO e circula
por todos os membros da ISO por
um perodo de dois meses para
votao. A norma aprovada se uma
maioria de 2 teros dos membros P
do Comit Tcnico for a favor e no
houver mais de um quarto de votos
expressos negativos.
Maio de 2015
O FDIS foi aprovado com o voto
favorvel de Portugal.
27
Fase de
publicao (60)
Norma
Internacional
(ISO)
Nesta fase, o secretariado submete

o documento final para publicao.
Se a norma tiver passado pela fase
de aprovao, o secretariado pode
submeter o FDIS a comentrios pelos
organismos-membro. S so aceites
correes editoriais ao texto final,
que finalmente publicado pelo
Secretariado Central da ISO como
norma internacional.
Setembro de 2015
Portugal apresentou comentrios
editoriais.
Como est patente no quadro, Portugal esteve envolvido em todo o processo de

reviso, atravs da subcomisso (SC) 1 da Comisso Tcnica 150 Gesto Ambiental, responsvel pela traduo da norma para portugus.
O COMIT TCNICO DE NORMALIZAO, CT 150 GESTO AMBIENTAL
A CT 150 est organizada em sete subcomisses, SC que tratam de temas relacionados com gesto ambiental, nas quais participam, em regime de voluntariado,
entidades e tcnicos interessados nas matrias em causa, traduzindo, tanto quanto
possvel, uma representao equilibrada dos interesses socioeconmicos abrangidos pelo seu mbito de atividade. A CT 150 coordenada pela Agncia Portuguesa
do Ambiente, na qualidade de organismo de normalizao setorial.
SC 1 Sistemas de gesto ambiental
SC 2 Auditorias ambientais
SC 3 Rotulagem ambiental
SC 4 Avaliao do desempenho ambiental
SC 5 Avaliao do ciclo de vida
SC 6 Termos e definies
SC 7 Gesto de gases com efeito de estufa e atividades relacionadas
DESTAQUES
O ciclo de melhoria contnua (Plan-Do-Check-Act) pode ser aplicado a todos os processos da Organizao ou ao SGA como um todo. A figura 8 mostra como as seces
4 a 10 da estrutura de alto nvel e o ciclo PDCA se relacionam, com o objetivo final de
atingir os resultados pretendidos do SGA.
28
02

QUE NOVIDADES?
4.1 Contexto da organizao

4.2 Necessidades e expectativas
das partes interessadas
4. Contexto da organizao
4.2 mbito do sistema de gesto ambiental

PLAN
6. PLANEAMENTO
ACT
10. MELHORIA
5. LIDERANA
7. SUPORTE e
8. OPERAO
DO
9. AVALIAO
DO DESEMPENHO
CHECK
Resultados
pretendidos do SGA
Figura 8: O ciclo PDCA e a estrutura de alto nvel. Fonte: Adaptado de ISO14001:2015
29
As novidades mais relevantes desta norma, quando comparada com a verso de

2004, apresentam-se de seguida:
ASPETO NOVO OU MODIFICADO
COMENTRIO
No mnimo, so os estabelecidos na prpria norma:
Resultados pretendidos do SGA
Melhorar o desempenho ambiental;

Cumprir as obrigaes de conformidade;
Atingir os objetivos ambientais.
Quanto melhoria do desempenho ambiental, um requisito que se encontra em vrios pontos da norma e aparece
reforado, quando comparado com a verso de 2004.
30
Anlise do contexto - questes

internas e externas
No existia na verso de 2004 e decorre da adoo do Anexo

SL. de nvel estratgico e abrange questes positivas e negativas. As questes externas devem incluir as condies ambientais afetadas pela Organizao ou suscetveis de as afetar.
Partes interessadas
Na verso de 2004, referiam-se PI apenas a propsito dos

objetivos ambientais e das comunicaes externas. A nova
norma mais detalhada quanto determinao das PI e
das suas necessidades e expectativas. desta anlise que
resultam as obrigaes de conformidade, que a Organizao tem de, ou opta por, cumprir.
Liderana
Maior exigncia de liderana e compromisso da gesto de

topo. Desaparece a figura do representante da gesto. A
gesto de topo pode delegar responsabilidades, mas no
a responsabilizao pelo SGA. A poltica e os objetivos
ambientais devem estar alinhados com a orientao estratgica e com o contexto da Organizao.
Poltica ambiental
Compromisso com a proteo do ambiente, incluindo a

preveno da poluio, mas no s. Ex: o uso sustentvel de
recursos, a mitigao e adaptao s alteraes climticas,
e a proteo da biodiversidade e dos ecossistemas. A introduo da norma situa os SGA no quadro do pilar ambiental
do desenvolvimento sustentvel.
02

QUE NOVIDADES?
O pensamento baseado em risco uma novidade. As Organizaes devem determinar R&O relacionados com (i) os
aspetos ambientais, (ii) as obrigaes de conformidade e
(iii) outras questes de contexto identificadas em 4.1 e 4.2, e
que necessitam de ser tratados para:
Riscos e oportunidades
garantir que o SGA pode atingir os seus resultados

pretendidos;
prevenir ou reduzir efeitos indesejveis, incluindo
o potencial para condies ambientais externas
afetarem a Organizao;
atingir a melhoria contnua.
Obrigaes de conformidade
Expresso que substitui requisitos legais e outros requisitos que a Organizao subscreve.
Perspetiva de ciclo de vida
Agora est explcito que a Organizao deve considerar5 o

ciclo de vida dos produtos e servios em diversos pontos: (i)
na determinao dos aspetos ambientais e (ii) no controlo
operacional, concretamente no design e desenvolvimento,
nos requisitos ambientais de compra de produtos e servios, na comunicao de requisitos ambientais relevantes
aos fornecedores, e na necessidade de fornecer informaes sobre os potenciais impactes ambientais significativos
associados ao transporte ou distribuio, utilizao, ao
tratamento de fim-de-vida e ao destino final dos produtos e servios. Apesar de no ser exigida pela ISO 14001, a
definio de ciclo de vida consta na norma e a mesma da
ISO 14040 sobre avaliao de ciclo de vida.
Objetivos ambientais e planeamento para os atingir
Desaparece o conceito de meta ambiental, bem como o de

programa de gesto ambiental. Contudo, a norma descreve
com maior detalhe o planeamento para atingir os objetivos,
incluindo indicadores.
Avaliao do desempenho
A Organizao deve avaliar o seu desempenho ambiental

e a eficcia do SGA, usando indicadores. Isto no era um
requisito da edio anterior.
5 Considerar tem um significado especfico na norma ISO 14001: significa que o assunto deve ser pensado, mas pode ser
excludo (ao contrrio de ter em conta, que no admite excluses). Esta linguagem aligeira os requisitos relacionados com a
perspetiva do ciclo de vida.
Fonte: Modificado, a partir de BSI (2015).
31
A FAMLIA 14000
A ISO 14001 faz parte de uma vasta famlia de normas de instrumentos e sistemas de
gesto ambiental, a famlia 14000. A ISO 14001. a nica certificvel e, naturalmente,
a mais conhecida, utilizada em 171 pases e conta atualmente com mais de 300.000
certificaes. No entanto, existem outras normas extremamente teis gesto dos
aspetos e impactes ambientais das Organizaes, que tm vindo a ser desenvolvidas
pela TC 207 atravs dos seus subcomits ou de grupos de trabalho ad hoc, e que so,
de uma forma geral, acompanhadas e traduzidas para portugus pelas subcomisses da CT 150 que se apresentaram atrs e que espelham a estrutura internacional.
No contexto das normas de gesto ambiental, os sistemas constituem a estrutura
mais abrangente que uma Organizao pode adotar para tratar os seus aspetos
ambientais e melhorar continuamente o seu desempenho. Assim, as restantes
normas da famlia 14000, independentemente do seu valor individual e intrnseco,
podem ainda contribuir para a implementao bem sucedida de um SGA. Saliente-se que a adoo dessas normas no obrigatria e que a sua pertinncia ir variar
de Organizao para Organizao: o grau de complexidade, o tipo de produtos e
servios, as interaes com as PI, o grau de maturidade da gesto ambiental da
Organizao e outros fatores, iro determinar a adequabilidade das normas sua
realidade especfica. Mas importante que os utilizadores considerem como podem
beneficiar das outras normas, como se ilustra no quadro seguinte.
SECO DA ISO 14001:2015
NORMAS MAIS RELEVANTES DA FAMLIA 140006
Contexto da Organizao
ISO 14004 Sistemas de gesto ambiental Linhas de

orientao gerais sobre implementao
Liderana
ISO 14004
Planeamento
ISO 14004
ISO 14015 Gesto ambiental Avaliao ambiental de
stios e Organizaes (AASO)
Srie 14040 sobre avaliao do ciclo de vida: ISO 14040,
ISO 14044, ISO/TR 14047
Srie 14064 sobre quantificao, monitorizao, comunicao e remoo de gases com efeito de estufa:
ISO 14064-1, ISO 14064-2, ISO 14064-3
6 Ver Lista de normas da famlia ISO 14000 e normas relacionadas no Anexo A do presente guia.
32
02

QUE NOVIDADES?
Suporte
ISO 14004
Srie 14064
Srie 14020 sobre rtulos e declaraes ambientais:
ISO 14020, ISO 14021, ISO 14024 e ISO 14025
NP ISO 14063 Gesto ambiental Comunicao ambiental Linhas de orientao e exemplos
Operao
ISO 14004
orientao para a integrao do ecodesign
Srie 14064
Avaliao do desempenho
ISO 14004
ISO 14031 Gesto ambiental Avaliao do desempenho
ambiental Linhas de orientao (verso portuguesa em
traduo)
Srie 14064
Melhoria

orientao gerais sobre implementao
CONCLUSES
A nova norma ISO 14001:2015 apresenta novos desafios, que so tambm uma oportunidade de credibilizar este instrumento voluntrio de gesto como fator verdadeiramente diferenciador das Organizaes que a ele aderem.
Embora existam alguns novos requisitos que s a leitura atenta da norma permitir
identificar cabalmente, muitas das alteraes consistiram apenas em tornar explcitas diversas prticas que as Organizaes j adotavam.
No entanto, a interpretao e implementao de alguns requisitos por exemplo,
os que se relacionam com R&O ou com o ciclo de vida vai exigir algum amadurecimento por parte das Organizaes que implementam a norma ou que do apoio
sua implementao, dos auditores e das entidades certificadoras. A publicao do
presente Guia , seguramente, um passo muito importante para esclarecer e apoiar
as Organizaes e todas as entidades que as apoiam na implementao da nova
norma ISO 14001.
33
2.2 ESTRUTURA DE ALTO NVEL, TERMOS E TEXTO COMUNS PARA NORMAS

DE SISTEMAS DE GESTO DA ISO
Enquadramento
A ISO 9001 foi, em 1987, a primeira norma de SG publicada pela ISO, tendo tido uma
aceitao imediata no mercado. Foi adotada como base das normas setoriais da
qualidade e o conceito de norma de sistema de gesto replicado para tratar outros
temas a gerir pelas Organizaes. Com o crescimento das preocupaes ambientais a nvel global, o aumento da regulamentao e a imagem negativa que o setor
industrial detinha em relao ao ambiente, foi publicada em 1996 a ISO 14001 para
SGA. Hoje existem, pelo menos, 15 normas ISO de requisitos de SG publicadas e
mais quatro de aplicao setorial (automvel, leo e gs, dispositivos mdicos e
software). Outras esto em desenvolvimento, existindo ainda normas de linhas de
orientao para SG.
Todas as normas ISO de SG tm elementos comuns e adotam o ciclo PDCA de
melhoria contnua. Contudo, muitas escrevem requisitos semelhantes de modo
diferente, ou colocam requisitos iguais em seces diferentes, o que causa confuso
nos redatores e nos utilizadores das normas.
A estrutura de alto nvel, termos e texto comum, estabelecida no Anexo SL das diretivas ISO, foi o meio encontrado para resolver este problema, providenciando uma
base que facilite o desenvolvimento e adoo de normas de SG, facilitando a sua
leitura e interpretao pelos utilizadores e a integrao de SG nas Organizaes.
Viso conjunta para normas de sistemas de gesto
O Comit Tcnico da ISO (TMB, Technical Management Board) criou um grupo

conjunto, reunindo peritos de todas as comisses tcnicas ativas da ISO com uma
norma de SG, tendo por fim a harmonizao das normas de SG.
A viso para estas normas, criada por este grupo, :
Uma abordagem harmonizada para todos os SG;
Uma estrutura de seces comum;
Mesmos ttulos das seces;
Mesma sequncia de seces;
Texto igual para seces idnticas em todos os sistemas;
Termos e definies comuns (22);
Pode haver desvios justificados que so submetidos aprovao do TMB.
Estrutura de Alto Nvel
A seguinte figura representa graficamente a estrutura de alto nvel e texto comum

das normas ISO e a sua relao com o ciclo PDCA de melhoria contnua.
34
02

2.2 ESTRUTURA DE ALTO NVEL, TERMOS E TEXTO COMUNS PARA NORMAS
DE SISTEMAS DE GESTO DA ISO
CONTEXTO DA ORGANIZAO (4) P

P
LIDERANA (5)
MELHORIA
(10)
PLANEAMENTO
(6)
AVALIAO DO
DESEMPENHO
(9)
SUPORTE
(7)
OPERACIONALIZAO
(8)
D
Figura 9: A estrutura de alto nvel e o ciclo PDCA.
A estrutura de alto nvel apresenta um ndice detalhado de cada seco. Dentro de

cada seco podem ser acrescentados novos itens, devendo, na medida possvel,
respeitar-se a ordem dos mesmos.
Ao texto comum pode ser acrescentado novo texto, antes ou depois e mesmo no
meio, para especificar melhor o requisito no contexto do tema da norma.
A estrutura de alto nvel adota novos termos como informao documentada
e novos conceitos, destacando-se o contexto e o pensamento baseado em risco,
os quais so incorporados e desenvolvidos dentro do contexto especfico de cada
norma.
Estas diferenas no implicam a necessidade de mudar a documentao dos SG
das Organizaes para os adaptar nova estrutura ou para usar os novos termos.
A adaptao da ISO 14001 estrutura de alto nvel introduziu novos requisitos e
alteraes importantes na sua disposio ao longo da norma em relao edio
anterior, mas constitui uma vantagem para todas as Organizaes que disponham
ou pretendam vir a dispor de mais de um SG.
35
36
ISO 14001:2015
GUIA DO UTILIZADOR
INTRODUO
1 OBJETIVO E CAMPO DE APLICAO
2 REFERNCIAS NORMATIVAS
3 TERMOS E DEFINIES
4 COMPREENDER A ORGANIZAO E O SEU CONTEXTO
5 LIDERANA
6 PLANEAMENTO
7 SUPORTE
8 PLANEAMENTO
9 AVALIAO DO DESEMPENHO
10 MELHORIA
BREVE NOTA SOBRE OS ANEXOS
INTRODUO
Na Introduo descrito o enquadramento da ISO 14001:2015 com o desenvolvimento sustentvel e de que forma a adoo de um SGA pode ajudar as Organizaes a cumprir as expectativas da sociedade neste mbito, contribuindo para o pilar
ambiental da sustentabilidade. Neste texto so descritos os antecedentes, objetivos, fatores de sucesso, abordagem PDCA e os contedos da norma. No contm
requisitos para o SGA, mas a sua leitura fundamental para a correta compreenso
do que uma Organizao pode atingir com o SGA e do que a sua adoo vai exigir
Organizao. Recomendamos a todos os utilizadores da norma a sua leitura inicial e
consulta frequente, como apoio na interpretao e contextualizao dos requisitos.
A introduo complementada pelo Anexo A, informativo, que fornece clarificaes
na estrutura, termos, conceitos e seces da norma.
0.1 Antecedentes
O desenvolvimento sustentvel o equilbrio entre os aspetos econmicos, sociais

e ambientais, que permite satisfazer as necessidades atuais sem comprometer a
capacidade das geraes futuras satisfazerem as suas prprias necessidades.
A norma vem relembrar que as expectativas da sociedade so crescentes e abrangem agora todos os aspetos da proteo ambiental, para alm da preveno da
poluio, o enfoque principal de edies anteriores da norma. Ressalta tambm o
aumento da expectativa das PI.
Neste enquadramento a nova edio da norma afirma a sua proposta de valor de
contribuir para o pilar ambiental do desenvolvimento sustentvel.
0.2 Objetivo
O objetivo da ISO 14001:2015 proporcionar s Organizaes um enquadramento

para proteger o ambiente e responder s alteraes das condies ambientais, em
equilbrio com as necessidades socioeconmicas.
A norma refere os benefcios de adotar a abordagem sistemtica gesto ambiental numa perspetiva estratgica e de longo prazo para as Organizaes.
A ISO 14001 pretende contribuir para o desenvolvimento sustentvel atravs:
Da proteo do ambiente;
Da mitigao de riscos para a Organizao;
Do cumprimento das obrigaes de conformidade;
Da melhoria do desempenho ambiental;
Da perspetiva de ciclo de vida;
Da obteno de benefcios financeiros e operacionais;
Da comunicao da informao ambiental.
Refere ainda que os requisitos legais aplicveis a uma Organizao no so alterados pela sua adoo.
38
03
ISO 14001:2015
GUIA DO UTILIZADOR
INTRODUO
0.3 Fatores de sucesso
Aqui so enumerados os fatores de sucesso e os benefcios da adoo de um SGA:

Compromisso a todos os nveis e funes da Organizao;
Liderana da gesto de topo;
Aumento das oportunidades de prevenir ou mitigar impactes adversos;
Aumento das oportunidades de impactes benficos;
Tratamento eficaz de risco e oportunidades;
Alinhamento e integrao com a estratgia, processo de negcio e tomada de
deciso;
Confiana das PI na Organizao.
Relembra-se que a adoo da norma no , por si s, garantia de bom desempenho
ambiental e que Organizaes semelhantes em contextos diferentes podero aplicar o SGA de modo distinto, obtendo resultados diferentes. Contudo ambas podero estar em conformidade com os requisitos da norma.
Por fim, lembrado que o nvel de detalhe e complexidade do SGA funo da prpria Organizao e do seu contexto.
0.4 Modelo Planear-Executar-Verificar-Atuar
A edio de 2015 mantm, na sua abordagem, o conceito Planear-Executar-Verificar-Atuar (PDCA, Plan-Do-Check-Act na verso inglesa). Este modelo base dos SG
preconizado na estrutura de alto nvel e texto comum (ver parte 2 do guia).
explicada, de uma forma esquematizada, a relao entre o ciclo PDCA e os elementos do SGA descritos na ISO 14001:2015.
0.5 Contedo da presente Norma
Esta norma no especifica requisitos para outros SG, mas a adoo da estrutura de
alto nvel e texto comum para SG da ISO, nesta edio, facilita a integrao do SGA
com outros SG com essa estrutura, usando uma abordagem comum e pensamento
baseado em risco.
So descritas as formas como uma Organizao pode demonstrar conformidade
com os requisitos desta norma internacional, que vo desde a simples autodeclarao at certificao por uma entidade externa.
So dadas, tambm, indicaes de como usar os anexos A e B, quais as formas verbais usadas ao longo da norma e como devem ser entendidas.
39

Uma Organizao que aplica esta norma consegue demonstrar que melhora o
desempenho ambiental, cumpre as obrigaes de conformidade e atinge os objetivos ambientais de acordo com a sua poltica ambiental.
Aplicao
O objetivo e campo de aplicao uma seco chave da norma onde feito

o enquadramento global: o que , para que serve, os seus objetivos e a quem se
destina.
Aqui descrito que a norma , no essencial um conjunto de requisitos que uma
Organizao pode usar para criar um SGA para aumentar o seu desempenho
ambiental e gerir as suas responsabilidades ambientais de forma sistemtica. Define
tambm de forma muito clara, trs resultados esperados do SGA, designadamente:
O aumento do desempenho ambiental,
O cumprimento das obrigaes de conformidade, e
O alcance dos objetivos ambientais que a Organizao defina.
Estes resultados sero consistentes com a poltica ambiental, pelo que podem diferir de Organizao para Organizao, mesmo que as atividades, produtos e servios
sejam idnticas ou similares.
A norma refere que no estabelece critrios especficos de desempenho ambiental. No entanto, define como um dos resultados pretendidos de um SGA o cumprimento das obrigaes de conformidade, ou por outras palavras, o cumprimento
dos requisitos legais aplicveis e outros que a Organizao escolha cumprir.
importante notar que a conformidade legal no , por si s, a finalidade da norma.
Contudo, a legislao determina padres mnimos de desempenho ambiental
e, como tal, embora no especificados na norma, a sua adoo implica um nvel
mnimo de desempenho ambiental associado ao cumprimento das obrigaes de
conformidade.
Esta norma pode ser aplicada por qualquer tipo de Organizao, independentemente da sua dimenso, tipo ou natureza.
Da definio de Organizao (3.1.4) verificamos que esta norma se aplica a uma
grande diversidade de Organizaes a operar em diferentes contextos. Desta aplicabilidade decorrem duas implicaes.
A primeira, que os requisitos so definidos de modo genrico, para acomodar
toda a diversidade de situaes, o que nem sempre torna imediata a interpretao
da aplicabilidade no contexto da Organizao. Por outro lado, esta caracterstica
permite que diferentes Organizaes com diferentes objetivos implementem SGA
adequados sua natureza e propsito, com solues muito distintas, mas todas
40
03
ISO 14001:2015
GUIA DO UTILIZADOR
cumprindo os requisitos definidos na norma.

A segunda implicao que a caracterizao da Organizao um aspeto relevante
para a definio do mbito de aplicao do SGA e das suas vizinhanas, tema tratado na seco 4.3.
tambm referido que a norma se aplica aos aspetos ambientais das suas atividades, produtos e servios que a Organizao determine que pode controlar ou
influenciar, considerando a perspetiva de ciclo de vida. de notar, em primeiro
lugar, que a norma no fala em avaliao de ciclo de vida mas sim em perspetiva de
ciclo de vida. Esta diferena subtil de nomenclatura tem, na realidade, um impacto importante no papel do ciclo de vida no contexto da norma. Tal como referido
na sua seco A.6.1.2, no necessria uma anlise detalhada. sim preciso que a
Organizao reflita sobre as diferentes etapas do ciclo de vida, determinando as que
controla ou pode influenciar. Em segundo lugar, a norma refere os aspetos ambientais que a Organizao determine que pode controlar ou influenciar. Deve refletir,
tambm, como pode chegar a montante e a jusante da sua posio no ciclo de vida.
Por exemplo, um fabricante de automveis poder influenciar mais positivamente
o ambiente ao longo do ciclo de vida do seu produto, atravs do desenvolvimento
de veculos que produzam poucas emisses do que na reduo das emisses nas
suas fbricas.
referido que a norma pode ser usada no todo ou em parte, podendo em ambos os
casos contribuir para a melhoria da gesto ambiental das Organizaes. Contudo,
alegaes de conformidade com esta norma, nas diversas formas referidas na Introduo, s podem ser feitas se todos os seus requisitos sem exceo forem adotados
no SGA da Organizao.
Demonstrao de conformidade
notria a questo do aumento do desempenho ambiental como objetivo primordial da norma.

Compete Organizao demonstrar melhoria do desempenho ambiental, o cumprimento das obrigaes de conformidade e o alcance dos objetivos ambientais,
de acordo com a sua poltica ambiental. Para tal, ter de aplicar os requisitos da
ISO 14001, das seces 4 a 10, seces pelas quais avaliada a conformidade com a
norma.
O resultado de uma auditoria ao SGA deve permitir concluir sobre a capacidade da
Organizao alcanar os resultados esperados, tal como expressos nesta seco.
Ligaes relevantes
Transversais - todas as seces 4 a 10 desta norma visam dar cumprimento aos

resultados pretendidos pela aplicao da norma, definindo requisitos.
41
Em 5.1 requerida a necessidade da gesto de topo assegurar o cumprimento dos

resultados pretendidos do SGA, que correspondem ao objetivo da norma expresso nesta seco. Noutros pontos-chave so feitas ligaes diretas aos resultados
pretendidos.
Comparao com a edio anterior
Esta seco difere da edio anterior pois explicita os resultados esperados do SGA
incluindo agora a melhoria do desempenho ambiental. A melhoria do desempenho
ambiental na anterior edio no era um resultado explcito ao nvel do mbito e
dos requisitos da norma.
agora explicitada a necessidade de considerar a perspetiva de ciclo de vida, anteriormente apenas mencionada no Anexo A.3.1 aspetos ambientais.
A importncia da Organizao atingir os resultados pretendidos do SGA, tal como
expressos nesta seco, reforada na presente edio, atravs da incluso de
novos requisitos e clarificao de requisitos existentes ao longo da norma, sendo
este reforo um dos principais objetivos alcanados por esta nova edio.
2 REFERNCIAS NORMATIVAS
Tal como acontecia na verso anterior da norma, no existe qualquer referncia

normativa associada ISO 14001:2015, o que significa que a aplicao desta norma
s depende do que nela est estabelecido e requerido. Esta seco encontra-se
presente, essencialmente, para manter o alinhamento com a estrutura de alto nvel
definida no Anexo SL.
3 TERMOS E DEFINIES
Os termos e definies estabelecidos nesta seco so normativos, o que significa que, ao longo da norma, so sempre usados com o sentido e significado aqui
definido, podendo este eventualmente divergir ligeiramente do significado de uso
comum ou de outra fonte.
Algumas definies aqui presentes tiveram origem na estrutura comum de normas
de SG, Anexo SL, sendo, sempre que necessrio, adaptadas realidade do SGA ou
complementadas com notas explicativas.
Os termos no so apresentados por ordem alfabtica. Em vez disso, a norma
apresenta-os pela ordem conceptual relevante para o SGA, em consonncia com
o definido no Anexo SL. No entanto, e para facilitar a localizao da definio, no
final da norma fornecido um ndice alfabtico de termos facilitando a respetiva
localizao.
Ao longo de toda a norma existem vrias notas com explicaes detalhadas de termos ou outro tipo de esclarecimentos teis, para auxiliar a interpretao.
Na Online Browsing Platform da ISO so disponibilizados os termos da ISO 14001:2015
42
03
ISO 14001:2015
GUIA DO UTILIZADOR
3 TERMOS E DEFINIES
em ingls, espanhol e francs: https://www.iso.org/obp/ui/#iso:std:iso:14001:ed-3:v1:en.

Vale a pena salientar que, apesar de serem usados termos muito especficos na
norma, tal como referido na seco 2 do Anexo A, as Organizaes no so obrigadas a usar a mesma estrutura ou terminologia na sua documentao do SGA.
So livres de empregarem os termos que considerem convenientes sua situao
particular.
Sendo uma norma de requisitos, estes so escritos com o verbo de ao deve,
seguido do seu complemento direto. Outras formas verbais so normalizadas, tal
como referido na Introduo e aplicvel a qualquer norma ISO.
Esta seco da norma sofreu alteraes em relao verso anterior. Foram includas diversas definies por via da estrutura de alto nvel e por via da introduo de
novos conceitos, e outras designaes foram simplesmente alteradas.
Na seco 3 do Anexo A so tambm explicadas algumas alteraes de terminologia em relao s usadas na edio anterior da norma, e so fornecidas clarificaes de diversos conceitos, em particular, o significado preciso de determinadas
palavras que, em contexto comum, poder ser mais ambguo do que aquele usado
na norma.
43
Seguidamente apresentamos os novos termos com maior impacto na interpretao

da norma:
CICLO DE VIDA
Etapas consecutivas e interligadas de um sistema de produto (ou

servio), desde a obteno de matrias-primas, ou sua produo a
partir de recursos naturais, at ao destino final. (3.3.3)
CONDIO AMBIENTAL
Estado ou caracterstica do ambiente tal como determinado num

certo ponto no tempo (3.2.3).
CONSIDERAR
Implica que o assunto deve ser pensado, mas pode ser excludo.
DETERMINAR
Significado similar denominao identificar usada na edio

anterior. implica um processo de descoberta que resulta em
conhecimento.
DEVE OU DEVEM
Indica um requisito (traduz shall).
DEVER OU DEVERO
Indica uma recomendao (traduz should).
FORNECEDOR EXTERNO
Usado na verso de 2015 da norma em substituio do termo

fornecedor.
INFORMAO DOCUMENTADA
Usado nesta verso da norma em substituio de termos mais

especficos como documentao, documentos, registos, etc.
OBRIGAES DE
CONFORMIDADE
Requisitos legais que uma Organizao tem que cumprir e outros

requisitos que a Organizao tem que ou escolhe cumprir. (3.2.9)
Substitui a denominao de requisitos legais e outros requisitos,
sendo agora o termo preferencial.
PODE OU PODEM
Indica uma possibilidade ou capacidade (traduz can).
PODER OU PODERO
Indica uma permisso (traduz may).
RELEVANTE
Indica que o requisito deve ser aplicado na medida em que

relevante para a Organizao, isto , no requerido que seja
aplicado sistematicamente a tudo, competindo Organizao
determinar essa relevncia.
TER EM CONTA
Implica que o assunto deve ser pensado e no pode ser excludo.
No presente guia usado o termo contratado para traduzir outsourcing, na

medida em que esta expresso mais comum em portugus para traduzir a relao
direta entre a Organizao que aplica a norma e a sua atividade de contratao a
terceiros, por oposio ao termo subcontratado que em portugus usado para
referir a possibilidade de um contratado da Organizao poder ou no contratar um
terceiro, isto , subcontratar.
44
03
ISO 14001:2015
GUIA DO UTILIZADOR
4 CONTEXTO DA ORGANIZAO
4.1 COMPREENDER A ORGANIZAO E O SEU CONTEXTO
O SGA apropriado ao propsito e realidade da Organizao, e eficaz em alcanar

os resultados pretendidos.
Aplicao
Cada Organizao diferente e opera em contextos diferentes. Compreender o

contexto da Organizao pode ser entendido como uma atividade de observao,
anlise e avaliao do interior e exterior da Organizao, para determinar fatores
que a influenciam, positiva ou negativamente. Estes podem afetar o seu propsito e
a sua capacidade para atingir os resultados pretendidos com o SGA, que incluem: a
melhoria do desempenho ambiental, o cumprimento das obrigaes de conformidade e o alcance dos objetivos ambientais definidos. O propsito da Organizao
a razo da sua existncia, normalmente definido no seu objeto social, observado
naquilo que faz e entrega aos clientes que pretende servir. Esse propsito pode
estar descrito e documentado, sendo comum faz-lo na Misso.
A seco A.4.1 do Anexo A da norma clarifica a aplicao desta seco da estrutura de alto nvel no contexto da ISO 14001. Remete para um entendimento geral
das questes importantes que podem afetar o modo como a Organizao gere
as responsabilidades ambientais. Esta seco do anexo fornece exemplos sobre
condies ambientais e questes internas e externas que podem ser consideradas
pela Organizao, sendo a sua leitura enriquecedora para uma boa aplicao dos
requisitos desta seco.
A ISO 14001 requer que a determinao das questes internas e externas inclua as
condies ambientais, afetadas pela Organizao ou que a possam afetar.
O conceito de condio ambiental introduzido nesta edio e definido em 3.2.3
como o estado ou caraterstica do ambiente, tal como determinado num certo
ponto do tempo. So condies ambientais as relativas ao ar, gua, solo, recursos
naturais, flora, fauna, seres humanos e as suas inter-relaes, relacionando-se com
temas relevantes na agenda atual, tais como alteraes climticas, qualidade do ar,
qualidade e disponibilidade da gua, uso dos solos incluindo a sua contaminao,
uso sustentvel de recursos naturais, biodiversidade e degradao de ecossistemas,
entre outros.
A determinao das condies internas e externas relevantes deve atender ao
ambiente em que a Organizao opera, que a afeta ou por ela pode ser afetado,
pode estender-se do interior da Organizao para a envolvente local, regional ou
global, tal como clarificado na definio de ambiente da ISO 14001 (3.2.1).
Identificar as questes internas corresponde a compreender a realidade da Orga-
45
nizao: quem , o que faz, para que faz, com que meios, com que pessoas, donde
vem e para onde vai, entender as condicionantes, as possibilidades existentes para
alcanar os seus objetivos e os resultados esperados do SGA.
A identificao das questes internas pode ser facilitada considerando questes a
um nvel de entendimento genrico, associadas aos valores, cultura, desempenho
da Organizao, ao processo de tomada de decises e sua orientao estratgica. Importar tambm considerar os produtos e servios oferecidos, as tecnologias
utilizadas e as atividades executadas, as suas capacidades em termos de recursos,
incluindo as pessoas e o conhecimento.
Identificar questes externas corresponde a conhecer o meio em que a Organizao
se insere e opera, incluindo a sua dinmica e tendncias, para identificar como o
pode influenciar ou por ele ser afetada, para alm do j referido relativamente s
condies ambientais. O contexto externo pode ter de ser considerado a nvel local,
regional, nacional, internacional ou global. Devem ser consideradas questes culturais, socioeconmicas, legais, financeiras, polticas, tecnolgicas e concorrenciais,
ou outras consideradas relevantes.
Na reviso do sistema, a gesto de topo deve ter em conta as alteraes das questes internas e externas relevantes para o SGA como uma das medidas para assegurar a gesto da mudana, o que implica a existncia de mecanismos de monitorizao e atualizao desta informao.
Compete Organizao determinar as questes internas e externas relevantes com
impacto nos resultados pretendidos para o SGA, definindo os mtodos para obter
esta informao, a sua abrangncia e o modo de atualizao.
Ao considerar as questes internas e externas relevantes, incluindo as condies
ambientais, na definio do mbito de aplicao do sistema, assegura-se a adequao da definio deste ltimo.
Sendo a informao aqui gerada uma fonte para a determinao dos R&O que
devem ser tratados, os resultados aqui obtidos aumentam a probabilidade de
sucesso para o alcance dos resultados pretendidos.
Finalmente, a norma requer que o conhecimento adquirido na determinao das
questes internas e externas seja considerado no estabelecimento e manuteno
do SGA, reforando a adequao do sistema realidade e objetivos da Organizao, de modo continuado. Tal implica que a compreenso da Organizao e do seu
contexto seja uma atividade recorrente e sistematizada, relevante para identificar
necessidades de alterao que assegurem a sua manuteno, naquilo que referido como a gesto da mudana (ver 4.4).
Convm relembrar que a anlise das questes internas e externas dever ser entendida a diversos nveis da Organizao, desde o estratgico ao operacional, e que esta
norma explicita claramente a necessidade de integrar o SGA com os seus processos
de negcio, com a direo estratgica e com os processos de tomada de deciso.
46
03
ISO 14001:2015
GUIA DO UTILIZADOR
Na sua introduo, a norma refere que um dos fatores de sucesso do SGA a

considerao das implicaes a nvel estratgico e competitivo, associadas s
oportunidades para melhorar o desempenho ambiental ou para prevenir e mitigar
aspetos ambientais adversos. No contexto da definio da direo estratgica e da
sua integrao com o SGA, a anlise das questes internas e externas reveste-se de
particular importncia, uma vez que esta informao determina frequentemente a
definio do rumo da Organizao e do processo de tomada de deciso ao mais
alto nvel, pelo que expectvel uma integrao com as prticas da Organizao a
este nvel.
No sendo requerida informao documentada, a Organizao pode considerar
adequado faz-lo, quer ao nvel estratgico, quer ao nvel da determinao dos R&O
e do planeamento do SGA. Esta documentao permitir-lhe- aferir a qualidade da
anlise do contexto, aprender e melhorar prticas.
So exemplos possveis de informao documentada que suporta a aplicao desta
seco:
Informao de suporte identificao das questes qual a informao usada e
sua origem;
Descrio da forma como a Organizao aborda este tema, mtodos usados,
quem participa, responsabilidades;
Relatrios ou outra informao documentada com identificao das questes
internas e externas.
47
4.1 Integrao qualidade e ambiente
A determinao das questes internas e externas tem perspetivas distintas,

na medida em que os resultados pretendidos do SGQ so distintos dos resultados pretendidos do SGA.
Ambas as normas requerem que as questes determinadas sejam relevantes
para o propsito da Organizao. No entanto, enquanto a ISO 9001 requer
que sejam tambm relevantes para a inteno estratgica, tal no explcito
na ISO 14001. Contudo, o Anexo A.4.1 da ISO 14001 clarifica que as condies
internas incluem a orientao estratgica. Por outro lado, a ISO14001 refere
como um fator de sucesso do SGA a sua integrao na direo estratgica.
Num SG integrado expectvel que as questes internas e externas considerem a relevncia ao nvel da inteno estratgica para ambos os temas.
A ISO 14001 requer a determinao das questes relativas a condies
ambientais, o que pode afetar a Organizao e o que afetado por ela.
Se o enfoque da anlise distinto nas duas normas, o objeto analisado, o
contexto interno e externo, o mesmo. Para a sua determinao podem ser
necessrios tipos de conhecimento e anlise diferentes, pelo que as competncias a reunir podero ser distintas.
Finalmente, a ISO 9001 requer explicitamente a monitorizao e atualizao
das questes internas e externas relevantes, o que na ISO 14001 requerido a
nvel da manuteno do SGA e da reviso pela gesto e referenciado noutras
seces da norma.
Identificadas as diferenas, competir Organizao determinar o nvel de
integrao destas prticas e a medida em que pretende harmonizar as mesmas, independentemente das diferenas encontradas.
A Organizao evidencia que as questes externas e internas so determinadas e

conhecidas, incluindo as condies ambientais.
Determina alteraes relevantes no contexto interno e externo, tomando-as em
conta na reviso pela gesto e na manuteno do SGA.
A eficcia das prticas da Organizao na determinao destas questes pode ser
aferida pela qualidade e consistncia do planeamento e adequao do SGA, bem
como pelos R&O determinados.
A entrevista com a gesto de topo permite avaliar a relevncia das questes determinadas face ao propsito da Organizao, e em que medida afetam a sua capacidade de atingir os resultados pretendidos do SGA.
48
03
ISO 14001:2015
GUIA DO UTILIZADOR
4.2 COMPREENDER AS NECESSIDADES E AS EXPECTATIVAS DAS PARTES INTERESSADAS
Ligaes relevantes
4.3 Determinar o mbito do sistema de gesto ambiental

5.2 Poltica ambiental
Esta uma seco nova.

4.2 COMPREENDER AS NECESSIDADES E AS EXPECTATIVAS
DAS PARTES INTERESSADAS
A Organizao determina as PI relevantes para o seu SGA, as suas necessidades e

expectativas relevantes e quais assume como as suas obrigaes de conformidade.
Aplicao
Uma parte interessada, ou stakeholder, uma pessoa ou Organizao que pode

afetar, ser afetada, ou considerar-se afetada por uma deciso ou atividade7 da
Organizao. A Organizao deve identificar as PI que considera relevantes no contexto do SGA, e determinar quais as respetivas necessidades e expectativas relevantes, ou seja, os seus requisitos.
A Organizao deve, ainda, determinar quais desses requisitos tem de cumprir,
como sejam requisitos legais ou regulamentares, e quais os que, no sendo obrigada, decide cumprir. Uma vez identificados, estes requisitos constituem as suas
obrigaes de conformidade.
Tal como esclarecido no Anexo A.4.2, o conhecimento das obrigaes de conformidade requerido por esta seco um entendimento de alto nvel, ou seja, abrangente e genrico. A identificao sistematizada e pormenorizada das obrigaes de
conformidade tratada na seco 6.1.3.
Podemos nomear diferentes tipos de PI. Na esfera de relacionamento direto da
Organizao temos os trabalhadores, sindicatos, acionistas, seguradoras, clientes, fornecedores de produtos e servios, contratados, associaes empresariais
e concorrentes. Na esfera do Estado destacam-se os legisladores e reguladores, e
na sociedade civil, dependendo da escala e localizao da Organizao, podem ser
relevantes as autarquias, Organizaes No-Governamentais, comunidades envolventes, vizinhos, instituies acadmicas, de investigao e desenvolvimento e os
meios de comunicao.
7 Definio de parte interessada da ISO 14001
49
Nem todas as PI de uma Organizao so relevantes no contexto do SGA. Para determinar essa relevncia preciso determinar em que medida a Organizao afeta ou
pode afetar as PI, como que essas PI afetam ou podem afetar a Organizao, ou
em que medida essas PI tm a perceo de que so afetadas.
A ISO 14001:2015 no requer que a Organizao defina uma metodologia especfica
de identificao de PI relevantes e determinao dos seus requisitos relevantes,
requerendo que as mesmas sejam identificadas e os seus requisitos determinados.
Note-se que no so apenas as atividades, mas tambm as decises da Organizao que devem ser consideradas com potencial de afetar ou ser afetadas pelas
PI, pelo que a operacionalizao deste requisito deve tomar particular ateno a
como e quando se aplica. Se os requisitos relevantes de PI relevantes servem para
obter um conhecimento lato na implementao do sistema, a sua atualizao pode
ter de ser considerada em contextos de mudanas e de avaliao de impactos de
decises.
Nem todas as necessidades e expectativas das PI se transformam necessariamente
em requisitos para a Organizao. Naturalmente, os requisitos que a Organizao
obrigada a cumprir, porque esto consagrados em leis, regulamentos, licenas,
ou outros requisitos emanados pelas autoridades, incluindo decises judiciais,
so sempre alvo de uma identificao sistematizada em sede do SGA (ver 6.1.3). O
mesmo se passa para os requisitos que decorrem de qualquer acordo voluntrio ou
iniciativa que a Organizao tenha subscrito.
Determinar requisitos relevantes de PI pode necessitar de uma atividade proactiva
por parte da Organizao para a identificao de necessidades e expectativas relevantes para o SGA e para os resultados que pretende alcanar. Requer, tambm,
uma deciso sobre a relevncia da PI e das suas necessidades e expectativas.
A consulta e o envolvimento de PI no sistema de gesto de uma Organizao no
um fenmeno novo. As Organizaes comunicam com as suas PI chave, tais como
investidores, clientes e entidades reguladoras, usando mtodos como reunies de
acionistas, questionrios de satisfao de clientes e pedidos de licenas. Por sua
vez, tambm os seus clientes e outras PI comunicam com a Organizao, questionando-a sobre diversos temas.
Nas ltimas dcadas os assuntos abordados so cada vez mais complexos, abrangentes e imprevisveis, os mtodos de comunicao mais diversificados e os resultados do envolvimento mais crticos. O desafio lanado por esta verso da norma
o de encarar, explicitamente, a diversidade e complexidade das PI e dos temas que
estas criticam ou defendem, para depois decidir como integrar esta diversidade e
complexidade no SGA.
Esta seco vai ao encontro do princpio da incluso, i.e., do reconhecimento do
direito das PI em serem ouvidas e da responsabilidade pelas aes da Organizao,
perante essas PI.
50
03
ISO 14001:2015
GUIA DO UTILIZADOR
Na gesto do dia-a-dia h uma tendncia para um enfoque nas PI mais diretas ou

que podem afetar mais, pelo poder ou influncia que detm, pela presso que exercem, pelo carter de urgncia ou legitimidade. Esta seco estimula a Organizao
a uma reflexo mais abrangente sobre as PI que considera relevantes, para depois
ganhar um entendimento sobre as suas necessidades e expectativas relativamente
Organizao. Este entendimento permite identificar potenciais R&O que a Organizao pode tratar no seu SGA tendo em vista a melhoria do desempenho e o alcance dos seus objetivos.
O conhecimento ganho deve ser usado pela Organizao aquando da definio das
suas obrigaes de conformidade. Estas obrigaes podem ser variadas desde
requisitos de comunicao interna e externa sobre certos temas ou ocorrncias, at
ao aumento de padro mnimo de desempenho ambiental para parmetros que
iro sofrer mudanas legais a mdio prazo, ou que a Organizao assumiu como
prioridade ambiental. Na verdade, a variedade das PI e dos seus interesses e prioridades leva a que a manuteno de um equilbrio dos requisitos das PI constitua um
dos desafios desta seco.
semelhana das questes internas e externas, os requisitos relevantes das PI
relevantes devem ser considerados na definio do mbito de aplicao do sistema, assegurando a adequao da sua definio. Sendo a informao aqui gerada
uma fonte para a determinao dos R&O que devem ser tratados, os resultados
aqui obtidos aumentam a probabilidade de sucesso para o alcance dos resultados
pretendidos.
Finalmente, a norma requer que o conhecimento adquirido na determinao
dos requisitos relevantes das PI relevantes seja considerado no estabelecimento
e manuteno do SGA, reforando a finalidade deste ser adequado realidade e
objetivos da Organizao.
H uma grande multiplicidade de abordagens que podem ser seguidas para dar
cumprimento ao requisito. A maior parte das Organizaes comea por estabelecer
formas sistemticas de recolher e disseminar informao que do interesse das
suas PI, por via de boletins internos, sites na internet ou relatrios ambientais.
medida que se ganha experincia e confiana no envolvimento com PI, a abordagem tende a mudar de canais de comunicao unidirecionais para disseminar informao, para canais bidirecionais como ferramentas interativas de consulta, dilogo
e parcerias de trabalho.
Cada abordagem representa um compromisso maior de ambas as partes em termos
de recursos, risco e cooperao. Seja qual for a abordagem escolhida, o objetivo
compreender as necessidades e aspiraes das PI, e decidir quais so as relevantes
ou materiais.
51
Quais so as principais formas de envolvimento comummente usadas?
COMUNICAO
fornecer informao
Cartas circulares, relatrios e folhetos,

newsletters, websites, colquios, visitas,
marketing, reunies tcnicas.
CONSULTA
recolher informao
Questionrios a clientes, trabalhadores,

consulta a comunidades locais, comisses
consultivas, reunies, blogues.
DILOGO
trocar e explorar
pontos de vista
e opinies
PARCERIA
procurar sinergias
para atingir
metas comuns
Comisses consultivas permanentes,

envolvimento virtual via intranet,
reunies ad hoc.
Joint ventures, alianas, projectos de ID,

projectos de conservao em parceria com PI
Exemplos:
1. Em virtude de uma comunidade local preocupada com o fumo originado por

uma pequena instalao industrial situada ao lado duma escola, mesmo que os
parmetros estejam dentro dos limites legais estabelecidos, a Organizao poder considerar pertinente aumentar a altura da chamin em causa.
2. Com uma entidade reguladora que estabeleceu requisitos legais para o licenciamento prvio de certas atividades, poder ser suficiente o relacionamento processual: pedidos de licenas e autorizaes, envio de relatrios, etc.
3. No caso de uma grande empresa para a qual o uso de qumicos seja um tema
estratgico, poder fazer sentido:
Produzir e difundir informao cientfica independente sobre o tema;
Comunicar regularmente ao pblico dados relativos aos impactes

ambientais dos qumicos (exemplo: caractersticas dos efluentes);
Constituir uma comisso consultiva ambiental.
52
03
ISO 14001:2015
GUIA DO UTILIZADOR
A aplicao desta seco tem perspetivas distintas na ISO 9001 e na ISO

14001, na medida em que os resultados pretendidos do SGA so distintos dos
resultados pretendidos do SGQ.
Na ISO 9001, o racional para determinar a relevncia de uma PI e dos eventuais requisitos por ela definidos o impacto, real ou potencial, na capacidade da Organizao fornecer consistentemente produtos e servios conformes
com os requisitos do cliente e legais aplicveis. No ambiente, a medida em
as PI afetam ou so afetadas pela Organizao na perspetiva ambiental.
Mesmo que o enfoque da anlise seja distinto, natural que existam muitas
PI relevantes comuns a ambos os sistemas, quer do ponto de vista ambiental
quer do ponto de vista da qualidade. , de resto, cada vez mais comum que
os requisitos associados aos produtos e servios, quer os determinados pelo
cliente quer os legais aplicveis, se dirijam a aspetos ambientais.
Nem todas as PI relevantes sero comuns e o tipo de conhecimento requerido para obter este entendimento de alto nvel dos requisitos relevantes pode
requerer tipos de conhecimento e anlise distintos.
Contudo, poder ser importante ter em ateno que as pessoas e estruturas
da Organizao que interagem com uma dada PI sero provavelmente as
mesmas, independentemente do tema tratado, e este facto pode ser determinante nas suas prticas.
Finalmente, a ISO 9001 requer explicitamente a monitorizao e atualizao
das questes internas e externas relevantes, o que na ISO 14001 requerido
ao nvel da reviso pela gesto e de um modo transversal a todo o SG, j que
requer que o mesmo seja estabelecido, implementado, mantido e melhorado de forma contnua.
Identificadas as diferenas e similaridades, competir Organizao determinar o nvel de integrao destas prticas e a medida em que as pretende
harmonizar, independentemente das diferenas encontradas.
A Organizao demonstra que conhece as PI relevantes, como afetam ou so afetadas pela Organizao.
A Organizao demonstra como determina os requisitos relevantes e qual o entendimento geral obtido sobre as suas necessidades e expectativas.
Quando uma PI ou um requisito seu considerado no relevante pela Organizao,
esta capaz de explicar porque no o considerou relevante.
53
A Organizao consegue fazer a ligao entre esse conhecimento, as obrigaes de

conformidade que determinou, o mbito do SGA e o modo como estabelecido e
mantido, e os R&O determinados.
A eficcia das prticas da Organizao, na determinao dos requisitos relevantes,
pode ser avaliada atravs da qualidade e consistncia das entradas para a determinao das obrigaes de conformidade, consistncia do planeamento do SGA, R&O
determinados e resultados da comunicao externa.
Ligaes relevantes

7.4 Comunicao
Esta uma seco nova determinada pela estrutura de alto nvel e texto comum da
ISO. Contudo, corresponde a uma expanso e sistematizao de uma preocupao
com as PI que j era aflorada em vrios requisitos da verso anterior.
O conceito era referido na ISO 14001:2004 em 4.3.3, na determinao do objetivos e
metas ambientais, a Organizao deve considerar () os pontos de vista das partes
interessadas. A verso anterior requeria a resposta a comunicaes relevantes de
partes interessadas externas (4.4.3), que deveriam ser consideradas na reviso pela
gesto (4.6).
Na prtica, vrias Organizaes j incluam como critrios de ponderao da significncia dos seus aspetos ambientais, o facto de poderem constituir, ou no, preocupaes das PI.
Nesta verso da norma, as necessidades e expectativas das PI assumem uma posio mais clara e importante, requerendo sistematizao na abordagem. A definio de parte interessada foi alterada, explicitando que , no s uma entidade
afetada ou preocupada com o desempenho ambiental da Organizao, como tambm a que pode afetar ou considerar-se afetada por uma deciso ou atividade da
Organizao.
54
03
ISO 14001:2015
GUIA DO UTILIZADOR
4.3 DETERMINAO DO MBITO DO SISTEMA DE GESTO AMBIENTAL

Definio clara dos produtos, servios, atividades e locais abrangidos pelo SGA e
dos limites fsicos e organizacionais do SGA.
Aplicao
A determinao do mbito a definio dos produtos, servios, atividades e

locais que a Organizao vai gerir no seu SGA, o que implica definir limites fsicos e
organizacionais.
Uma boa parte das Organizaes aplicam o SGA globalidade dos produtos e servios que fornecem, s atividades que executam para os fornecer e aos locais onde
operam. Para estas Organizaes a determinao do mbito bastante simples.
Contudo, podem existir muitos motivos para no se pretender ou no se poder aplicar o SGA globalidade da Organizao. A norma permite flexibilidade na definio
do mbito desde que seja assegurada a credibilidade do sistema atravs de uma
definio clara dos seus limites, duma comunicao no enganosa e da no excluso de aspetos ambientais negativos ou potencialmente negativos. Isto , no pode
excluir do mbito atividades, produtos, servios ou instalaes8 que apresentam
ou podem apresentar aspetos ambientais relevantes, ou com o objetivo de evitar
cumprir determinadas obrigaes de conformidade, o que claramente explicitado
no Anexo A.4.3 da norma.
A norma aplica-se a qualquer tipo de Organizao, o que, pela definio de Organizao, engloba um conjunto diversificado de situaes, por vezes de grande
complexidade.
Organizao um dos termos comuns e definies bsicas para as normas de SG
da ISO, propostos no Anexo SL. A definio original foi modificada ao ser alterada
a Nota 1 seco. De acordo com o formalizado na ISO 14001:2015, 3.1.4, define-se
como:
pessoa ou conjunto de pessoas que tem as suas prprias funes com responsabilidades, autoridades e relaes para atingir os seus objetivos. ()
Nota 1 seco: O conceito de organizao inclui, mas no se limita a, trabalhador independente, companhia, corporao, firma, empresa, autoridade, parceria,
associao, instituio de caridade ou outra, ou parte ou combinao das mesmas,
dotadas ou no de personalidade jurdica, de direito pblico ou privado. ().
A Organizao pode aplicar o sistema a uma rea de negcio, um local, um departamento ou a um conjunto de produtos ou servios. Para o fazer, deve assegurar que
a gesto de topo dessa parte da Organizao tem autoridade de gesto para estabelecer o SGA. Ou seja, para efeitos de aplicao do SGA, essa parte da Organizao
8 Por instalaes entendem-se instalaes e equipamentos de suporte atividade da Organizao,
como produo de ar comprimido, vapor, energia, conforme aplicvel.
55
funciona como uma Organizao autnoma, embora se insira ou interaja com outra
Organizao mais abrangente.
Do mesmo modo, a Organizao que aplica o SGA pode ser uma combinao de
outras Organizaes. So exemplos, um grupo empresarial que aplica um SG nico
que abrange vrias entidades, uma joint-venture, um consrcio, entre outros.
Deve ter em considerao as questes internas e externas relevantes, as PI relevantes e as obrigaes de conformidade que determinou, as unidades organizacionais,
as funes e limites fsicos, as atividades, os produtos e os servios abrangidos no
mbito do sistema. A Organizao deve equacionar a autoridade e a capacidade de
controlo ou influncia que pode exercer, considerando a perspetiva de ciclo de vida.
Frequentemente, algumas atividades com relevncia para o SGA so realizadas fora
dos limites da Organizao. o caso de servios transversais prestados por servios
centrais ou corporativos, ou mesmo por entidades jurdicas distintas, ou quando a
definio da orientao estratgica e contexto realizada por um nvel superior de
liderana no grupo. Existem diferentes solues para assegurar o correto enquadramento destes SG e o seu alinhamento.
As solues adotadas so refletidas no planeamento do SGA, muitas vezes por
incluso de reas externas s reas abrangidas no SGA. Noutras solues feita a
delimitao de fronteiras na Organizao, fora das quais as interaes com outras
partes da Organizao maior em que se insere se regulam atravs da aplicao de
requisitos de fornecimento externo.
A gesto de topo deve considerar as diferentes alternativas possveis, escolhendo
a que melhor se adequa sua Organizao, ao nvel de controlo e dos resultados
pretendidos, de modo a assegurar a integrao com os processos de negcio da
Organizao (5.1).
Uma chamada de ateno para as Organizaes certificadas nestas situaes: deve
ser dada ateno ao correto uso da marca e da alegao de Organizao certificada, que deve restringir-se ao mbito certificado. A APCER tem uma instruo de
trabalho onde so especificadas as regras de utilizao da marca.
Uma vez definido o mbito, todas as atividades, produtos e servios a includos
devem ser geridos no SGA, sendo todos os requisitos da norma aplicveis, isto ,
no havendo requisitos passveis de no aplicao.
A Organizao deve definir, documentar e disponibilizar o mbito do SGA, referindo
os produtos e servios que so fornecidos, as atividades abrangidas, as fronteiras
fsicas e organizacionais, quando essas fronteiras so relevantes para clarificar o que
est includo. O mbito deve ser claro e com informao suficiente, para prevenir a
transmisso de informao errnea ou enganadora sobre o que est abrangido no
SGA. A descrio macro do tipo de processos, como por exemplo produo, transformao, fabrico, montagem, comercializao, distribuio, transporte, prestao,
etc., um modo simples de indicar o tipo de atividades abrangidas pelo SGA.
56
03
ISO 14001:2015
GUIA DO UTILIZADOR
O mbito deve estar disponvel, pois atravs deste que a Organizao comunica
s PI o que gere no seu SGA. A disponibilizao pode ser proactiva, como seja a
informao pblica sobre o mesmo, ou reativa, em funo de um pedido especfico.
Deve ser consistente com o processo de comunicao da Organizao.
A finalidade ltima da definio do mbito a de identificar os aspetos ambientais
significativos que a Organizao pode controlar ou que pode influenciar (ver 6.1.2), e
que vai incluir no SGA, sendo natural que o mbito possa ser revisto em funo dos
resultados da anlise do controlo e influncia dos aspetos ambientais, podendo ter
de ser alargado ou reduzido.
Esta seco foi introduzida na estrutura de alto nvel, definindo requisitos

comuns a qualquer norma. Tanto a ISO 9001 como a ISO 14001 definem
requisitos especficos adicionais.
Nos dois referenciais, para definir o mbito, a Organizao deve considerar
as sadas resultantes das questes externas e internas (4.1), bem como as
obrigaes de conformidade relativas s necessidades e expectativas das PI
(4.2) e os produtos e servios que fornece. Para alm destas entradas, na ISO
14001 devem ser consideradas as suas atividades, as suas unidades organizacionais, funes e limites fsicos, bem como a sua autoridade e a capacidade
para exercer controlo e influncia dos aspetos ambientais.
A flexibilidade permitida para a definio do mbito maior na ISO 9001,
sendo que na ISO14001 fortemente determinada pelo controlo de gesto
e implica a definio de fronteiras fsicas e organizacionais, que devem estar
factualmente descritas. Na ISO 9001 pode ser descrito apenas por tipos de
produtos e servios abrangidos.
Ao contrrio da ISO 9001, que prev que a Organizao possa no conseguir aplicar um ou mais requisitos da norma, devendo justificar, a ISO 14001
requer que toda a norma seja aplicada ao mbito definido.
Compete Organizao determinar o mbito para ambos os referenciais,
podendo o mesmo ser idntico ou distinto, em funo de diferentes necessidades e expectativas.
57
O mbito est disponvel e mantido como informao documentada. disponibilizado s PI de forma proactiva ou reativa, tal como determinado pela Organizao
nos seus processos de comunicao.
O mbito descreve, factualmente, o que est includo em termos de produtos, servios, atividades e locais, delimitando claramente as fronteiras fsicas e organizacionais. Esta descrio clara e no induz em erro as PI.
Todas as atividades, produtos e servios includos no mbito so geridos no SGA,
considerando a perspetiva de ciclo de vida, o que pode ser avaliado em sede de
planeamento, operacionalizao, monitorizao e medio.
A gesto de topo tem autoridade para gerir o SGA dentro do mbito definido.
No so excludas atividades necessrias para a realizao dos produtos e servios sob controlo direto da Organizao, ou que esta pode influenciar, que tenham
aspetos ambientais significativos ou cujas obrigaes de conformidade no so
cumpridas.
A delimitao do mbito consistente com as obrigaes de conformidade que a
Organizao determinou como aplicveis, bem como com as questes internas e
externas relevantes.
Ligaes relevantes
4.1 Compreender a Organizao e o seu contexto

4.2 Compreender as necessidades e expectativas das partes interessadas
6. Planeamento
7.4 Comunicao
Esta uma seco nova, com mais requisitos para a definio do mbito. Na edio
anterior era requerido que a Organizao definisse e documentasse o mbito do
SGA (4.1). A norma fornecia orientaes no anexo em A.1, relativas aos critrios para
a definio de um mbito credvel, enquanto permitiam flexibilidade na sua definio. Na verso de 2015 as orientaes seguem o mesmo sentido, sendo no entanto
mais claras.
Na presente edio o mbito do SGA deve estar disponvel s PI, o que no era
requerido na ISO14001:2004.
58
03
ISO 14001:2015
GUIA DO UTILIZADOR
4.4 SISTEMA DE GESTO AMBIENTAL

A Organizao define e implementa um SGA para alcanar os resultados

pretendidos.
Aplicao
O SGA tem como objeto a gesto dos aspetos ambientais resultantes das atividades, produtos e servios de uma Organizao, visando a preveno ou minimizao
dos respetivos impactes ambientais negativos, efeitos adversos sobre o ambiente,
e a maximizao de eventuais impactes ambientais positivos ou efeitos benficos
sobre o ambiente. A finalidade melhorar o desempenho ambiental da Organizao, cumprir as obrigaes de conformidade e alcanar os objetivos.
Esta seco faz o enquadramento de todos os requisitos desta norma:
Relembrando que o propsito do SGA o alcance dos resultados pretendidos;
Requerendo a aplicao de todos os requisitos da norma em todas as fases
do sistema, desde o seu estabelecimento, implementao, manuteno at
melhoria contnua;
Requerendo a aplicao do SG aos processos necessrios, incluindo as suas
interaes.
Esta seco refora alguns dos novos conceitos introduzidos, nomeadamente:
Contexto da Organizao, quer a nvel das questes internas e externas relevantes, que numa viso mais abrangente incluem R&O e consideram o ciclo de
vida de produtos e servios, quer a nvel das necessidades e expectativas das PI
relevantes;
Resultados pretendidos, que constituem um elemento fulcral da medida de eficcia do SGA, devendo a Organizao no s determinar, como atingir os resultados pretendidos com o seu SGA;
Foco no desempenho ambiental, como instrumento para atingir um dos novos
compromissos da poltica ambiental, que o da proteo ambiental;
O conceito de processos, que ao ser referido nesta seco 4.4, assume um carcter de aplicabilidade global para um SGA.
O Anexo A.4 clarifica que compete Organizao decidir como cumprir os requisitos
desta norma, devendo ter autoridade para tal e assumir a responsabilidade pelas
decises tomadas.
Nesse sentido, clarifica que a Organizao deve decidir o nvel de detalhe pretendido para o sistema, quais os processos que necessita para ter confiana que os
resultados pretendidos so alcanados, e qual o nvel de controlo desses processos.
59
Refora no anexo, a necessidade da Organizao decidir como integra os requisitos

do seu SGA com os seus processos de negcio, como sejam o design e o desenvolvimento, compras, marketing, processo de realizao do produto, etc. Compete tambm Organizao decidir sobre a integrao de questes relevantes associadas ao
seu contexto ou requeridas por PI relevantes para o seu SGA.
Nesta seco a referncia a processos introduzida pela estrutura de alto nvel
das normas ISO, vindo associada definio de sistema de gesto: conjunto de
elementos interrelacionados ou interatuantes de uma Organizao para o estabelecimento de polticas e objetivos e de processos para atingir esses objetivos (3.1.1).
O conceito de processo definido um conjunto de atividades interrelacionadas ou
interatuantes que transforma entradas em sadas, e a respetiva nota que um processo pode ser documentado ou no (3.3.5). Logo, como elementos mnimos para
cada processo devero estar definidas as atividades que constituem um processo,
bem como as entradas e as sadas para essas atividades. A norma ISO 14001:2015
no exige outros elementos para a caracterizao dos processos, nem os limita
a esses elementos mnimos, ficando ao critrio da Organizao a deciso sobre
outras abordagens por processos ou nveis de documentao.
Na tabela seguinte apresentam-se as seces da norma onde so requeridos processos, podendo a Organizao determinar outros para alm destes.
SECES DA NORMA QUE REQUEREM PROCESSOS

6.1
Aes para
tratar riscos e
oportunidades
60
7.4
Comunicao
8.1
Planeamento
e controlo
operacional
8.2
Preparao
e resposta a
emergncias
9.1
Monitorizao,
medio,
anlise
e avaliao
03
ISO 14001:2015
GUIA DO UTILIZADOR
Contudo, e tal como referido anteriormente, o Anexo A clarifica a importncia de

decidir a medida em que os requisitos do SGA se integram com os requisitos dos
seus processos de negcio, referindo processos associados realizao dos produtos e servios, que ilustram, de um modo claro, a aplicao do pensamento
baseado no ciclo de vida e o aprofundamento da integrao das prticas de gesto
ambiental na gesto da Organizao.
Por isso, ao decidir se a Organizao vai ter um ou mais processos para gerir o SGA,
deve tambm refletir em que medida os seus outros processos devero incluir
requisitos ambientais.
O SGA pode ser aplicado apenas a uma parte da Organizao (4.3). Nesta situao,
em A.4.4 relembra-se que podem ser aproveitadas polticas, informao documentada ou processos de outras partes da Organizao, desde que aplicveis. Pode
ento haver uma otimizao e no duplicao de trabalho.
Finalmente, embora no explcito em 4.4, a seco homloga no Anexo A refora a
necessidade de gerir a mudana para manter o SGA, colocando a gesto da mudana como central ao conceito de manuteno do SGA.
A GESTO DA MUDANA
NA MANUTENO DO SGA
A gesto da mudana no tem uma seco prpria ou autnoma na ISO 14001,

sendo referida em diversas seces da norma: nesta seco a propsito da manuteno do SGA, na identificao dos aspetos ambientais em 6.1.2, na comunicao
interna em 7.4.2, no controlo operacional em 8.1, nas auditorias internas, 9.2 e reviso pela gesto, 9.3.
A seco A.1 do Anexo A refora a necessidade de gerir a mudana para assegurar
que a Organizao pode atingir os resultados pretendidos de uma forma contnua,
relembrando que deve tratar quer as mudanas planeadas quer as no planeadas.
Manter o SGA implica gerir a mudana, que inclui identificar a necessidade de
mudana ou a sua ocorrncia, identificar as consequncias reais ou potenciais, e
tomar as medidas para que as mesmas no tenham um impacto negativo sobre os
resultados pretendidos para o SGA.
Estas mudanas podem tambm constituir-se como oportunidades para melhorar
o desempenho ambiental.
So exemplos de mudana: alteraes nas obrigaes de conformidade, alteraes
planeadas nas instalaes, equipamentos, operaes, novos produtos e servios ou
alterao a estes, novas tecnologias, alteraes nos fornecedores externos, alteraes no pessoal, novo conhecimento sobre aspetos e impactes ambientais, novas
tecnologias, matrias-primas, etc.
61
Esta seco equivale, grosso modo, ao primeiro pargrafo da seco 4.4 da

ISO 9001, reforando que o SGA feito para alcanar os resultados pretendidos, o que na ISO 9001 reforado noutras seces da norma.
A ISO 9001 adota a abordagem por processos como a abordagem sistmica
do SG e define, nesta seco, um conjunto de requisitos para os processos
que configuram essa abordagem, incluindo a necessidade de aplicar o ciclo
PDCA aos processos, assegurar a melhoria dos mesmos, determinar qual a
informao documentada necessria para operar estes processos e reter a
informao documentada, entre outros. A abordagem por processos apresentada na ISO 9001 mais desenvolvida e exigente que a requerida na ISO 14001.
A questo da integrao com a ISO 9001 pode ser equacionada a dois nveis
diferentes:
Determinar em que medida os requisitos da ISO 9001, no todo ou em parte,
podem ser adotados nos processos determinados como necessrios pela
Organizao para o SGA, harmonizando conceitos ao nvel dos sistemas;
Avaliar em que medida os processos determinados pela Organizao
como necessrios para, de modo consistente, fornecer produtos e servios
conformes com os requisitos aplicveis e aumentar a satisfao do cliente,
isto , os processos do sistema de gesto da qualidade, devem ser analisados, planeados e geridos, tendo em considerao aspetos ambientais
significativos e incluindo requisitos para os mesmos.
O primeiro nvel um nvel de aplicao e formalizao do SG, que implica
decidir em que medida os processos necessrios para estabelecer, implementar, manter e melhorar o SGA podem ser to desenvolvidos ou sistematizados como os da qualidade. Esta uma deciso da Organizao.
Adiantando alguns prs e contras, referimos a seu favor a possibilidade de
melhoria contnua dos processos e a existncia de uma abordagem nica e
sistmica de gesto.
Como argumento contra, a facilidade de cair num nvel de sofisticao que
pode no trazer valor acrescentado para todos os processos requeridos na
ISO 14001. Assim, a transposio do conceito de abordagem por processos
da qualidade para o SGA deve ser feita de uma forma abrangente e no
numa interpretao literal que cada referncia a processos na ISO 14001
um processo unitrio a que se poderia aplicar a abordagem por processos.
O segundo nvel, o da integrao de qualidade e ambiente em todos os processos, pode levar a Organizao a alavancar o SGA e a comear a aplicar o
pensamento baseado em ciclo de vida de um modo pragmtico, aproveitando a informao que detm sobre os processos, os recursos que utilizam, as
62
03
ISO 14001:2015
GUIA DO UTILIZADOR
atividades que realizam, as suas entradas e sadas, etc. De resto, esta orientao explcita no Anexo A.4, que clarifica que a Organizao deve determinar
a medida em que os processos de negcio devem ter requisitos ambientais
associados. Na seco 8.1 da ISO 14001, ao nvel dos processos operacionais
e considerando a perspetiva de ciclo de vida, a integrao pode ser incontornvel, como por exemplo nos processo de design e desenvolvimento.
A manuteno do SGA , em parte, a gesto da mudana para alcanar os
resultados pretendidos face a mudanas planeadas ou no planeadas.
A ISO 9001 tem um conjunto de requisitos que propem uma abordagem
sistematizada gesto da mudana e que podem ser usados de modo integrado para uma boa gesto da mudana.
A ISO 14001 requer que o conhecimento obtido na compreenso da Organizao e do seu contexto, e na compreenso das necessidades e expectativas
das PI, seja considerado para estabelecer e manter o SGA. A ISO 9001 introduz o conhecimento organizacional (7.1.6) como um recurso que deve ser
gerido pela Organizao. Mais uma vez, a adoo de prticas integradas a
este nvel pode ser uma mais-valia para a Organizao.
O SGA estabelecido, documentado, implementado, mantido e atualizado de acordo com os requisitos desta norma.
O sistema adequado para atingir os resultados pretendidos do SGA, incluindo a
melhoria do desempenho ambiental, o cumprimento das obrigaes de conformidade e o alcance dos objetivos ambientais definidos.
O sistema inclui os processos e as suas interaes, necessrios para o alcance dos
resultados.
O SG adequado para gerir o mbito determinado pela Organizao (4.3).
As questes internas e externas relevantes e as obrigaes de conformidade determinadas pela Organizao so consideradas, quer no estabelecimento quer na
manuteno do sistema.
O sistema est integrado com os processos de negcio relevantes da Organizao.
As mudanas com impacto no SGA so identificadas e a sua consequncia determinada no alcance dos resultados pretendidos.
As mudanas planeadas asseguram que no existe um efeito negativo nos resultados pretendidos.
As mudanas no planeadas so tratadas para assegurar que no existe um efeito
negativo nos resultados pretendidos.
63
Ligaes relevantes
O SGA uma seco global que requer o cumprimento de todos os requisitos da

norma de referncia, interligando-se com todas as seces.
A presente edio clarifica, em relao seco 4.1 da edio anterior, que o SGA
deve ser estabelecido, implementado, mantido e melhorado continuamente para
atingir os resultados pretendidos, incluindo a melhoria do desempenho ambiental.
A norma requer agora que o SGA inclua os processos e respetivas interaes.
Adicionalmente, a norma refora a necessidade do SGA considerar o conhecimento
obtido na compreenso da Organizao e do seu contexto, e na compreenso das
necessidades e expectativas das PI, para estabelecer e manter o SGA.
A anterior seco 4.1 continha os requisitos para a definio do mbito do SGA, os
quais, na presente edio, so tratados com maior desenvolvimento na seco 4.3.
5 LIDERANA
Esta seco dirigida gesto do topo da Organizao. Tem como objetivo clarificar o papel da liderana na gesto ambiental eficaz, tendo em vista a contribuio
da Organizao para o pilar ambiental da sustentabilidade.
Pela definio da ISO 14001, a gesto de topo (ou alta direo)9 a pessoa ou o
grupo de pessoas que dirige e controla a Organizao ao mais alto nvel. A gesto
de topo traa o rumo e conduz a Organizao nesse sentido, clarifica a razo da sua
existncia, define os objetivos, decide sobre a melhor forma de usar os recursos,
orienta e inspira as pessoas da Organizao de modo a que estas contribuam para
o alcance dos objetivos, assegurando o seu alinhamento. Assume a representao
legal da Organizao, respondendo pela mesma, e chamada a tomar as mais difceis e importantes decises. Decide a adoo da ISO 14001 na Organizao.
Na seco 5, Liderana, so abordados os temas:
Liderana e compromisso (5.1);
Poltica ambiental (5.2);
Papis, responsabilidades e autoridades organizacionais (5.3).
Nas caixas de texto prope-se uma leitura sinttica e rpida dos temas tratados ao longo do texto.
9 Por instalaes entendem-se instalaes e equipamentos de suporte atividade da Organizao,

como produo de ar comprimido, vapor, energia, conforme aplicvel.
64
03
ISO 14001:2015
GUIA DO UTILIZADOR
5 LIDERANA
APRESENTAO DA PROPOSTA DE VALOR DA ISO 14001
A ISO 14001 define uma abordagem sistemtica, normalizada e adaptvel da gesto ambiental nas Organizaes para que estas possam proteger o ambiente e
responder s alteraes das condies ambientais, melhorando o seu desempenho
ambiental, numa perspetiva de sucesso a longo prazo. Dispe de mecanismos de
avaliao que permitem determinar a confiana na sua capacidade de obter os
resultados pretendidos, podendo demonstr-lo a terceiros atravs da certificao.
A ISO 14001 foi desenhada para ser usada por qualquer tipo de Organizao em
qualquer ponto do mundo, tendo um reconhecimento global e a todos os nveis da
sociedade. um fator de reputao e prestgio para a Organizao certificada.
A ISO 14001 reconhece que as expectativas atuais da sociedade em relao ao desenvolvimento sustentvel, transparncia e responsabilizao tm evoludo a nvel
global, fazendo-se acompanhar de legislao cada vez mais restritiva e colocando
desafios cada vez maiores, que se constituem como R&O para as Organizaes.
A poluio nas suas diversas formas, o consumo de energia, a utilizao de recursos, as alteraes climticas, a degradao dos ecossistemas e a perda da biodiversidade so hoje preocupaes globais.
A adoo de um SGA permite determinar os requisitos legais aplicveis e outras
obrigaes, planear as aes necessrias e verificar o seu cumprimento, dando
confiana Organizao e outras PI na sua capacidade de obter e manter o cumprimento das obrigaes de conformidade.
A adoo de processos que estimulam a melhoria permite manter essa proposta de
valor atualizada ou aumentada na Organizao.
A ISO 14001 no prope solues especficas de gesto. O SGA nico de cada Organizao e determinado por esta, devendo ser adequado ao seu contexto. No define padres mnimos de desempenho ambiental nem a sua adoo uma garantia
da otimizao do mesmo, mas constitui uma ferramenta para a sua melhoria.
A norma baseia-se em abordagens de gesto largamente testadas pela experincia
em Organizaes conhecidas pela consistncia dos seus resultados, suportada no
conhecimento existente sobre as prticas de gesto, materializadas na estrutura de
alto nvel e texto comum para normas de SG que adota o ciclo de Deming para a
melhoria (PDCA) e integra o pensamento baseado em risco.
A norma permite Organizao adotar uma abordagem comum e integrada com a
sua gesto, incluindo outros SG tais como qualidade, energia, segurana e sade no
trabalho, entre outros.
65
5.1 LIDERANA E COMPROMISSO

A gesto de topo lidera a Organizao para alcanar a eficcia do SGA, a sua melhoria e a concretizao dos resultados pretendidos.
Aplicao
Nesta seco solicitado que a gesto de topo demonstre liderana e compromisso, elencando um conjunto de requisitos apresentados em 9 alneas agrupados
pelos seguintes temas:
Responsabilizao,
Unidade de propsito e direo,
Condies para o alcance dos objetivos,
Comprometimento das pessoas.
RESPONSABILIZAO
Sendo uma Organizao uma entidade legal, no novidade que a mesma responde pelas consequncias das suas atividades. Compete gesto de topo assegurar
a sua representao perante terceiros e a lei, e assumir a responsabilizao pela
eficcia do sistema10.
As prticas de gesto e controlo da Organizao devem ser adequadas s

responsabilidades que pode vir a ter de assumir.
Consequentemente, a gesto de topo deve assegurar que os resultados pretendidos do SGA so alcanados, atravs do cumprimento das suas funes
e da aplicao dos requisitos da norma Organizao11.
10 Alnea a) da seco 5.1.1

11 Alnea f) da seco 5.1.1
66
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ISO 14001:2015
GUIA DO UTILIZADOR
5 LIDERANA
A gesto de topo assume a responsabilidade pelas consequncias do incumprimento das obrigaes em matria ambiental ou das consequncias ambientais das
suas atividades, produtos e servios, pelo que importante demonstrar que aplica
as medidas necessrias.
A norma relembra essa responsabilizao no que respeita capacidade do SG
assegurar os resultados pretendidos, ou seja, melhorar o desempenho ambiental,
cumprir as obrigaes de conformidade e atingir os objetivos ambientais.
Em funo das obrigaes de conformidade determinadas, que incluem os requisitos legais e outros requisitos que a Organizao determina ou se compromete a
cumprir, e das consequncias reais ou potenciais do seu incumprimento, essa responsabilizao pode ter diferentes implicaes para a Organizao.
Os incumprimentos podem impactar a Organizao com multas, penalizaes
financeiras, perda de clientes ou do acesso a mercados especficos, perda de imagem e reputao, presso de PI sobre o desempenho ambiental da Organizao,
entre outras.
Em 6.1. so determinados os R&O relacionados com os aspetos ambientais da Organizao, com as suas obrigaes de conformidade e os que possam afetar a sua
capacidade em atingir os resultados pretendidos do SGA. So tambm planeadas
aes para tratar os riscos e atingir os objetivos ambientais.
As pessoas na Organizao devem estar conscientes e capacitadas para assumirem
as responsabilidades ao seu nvel de atuao, (7.2 e 7.3), devendo ter funes, responsabilidades e autoridades definidas e adequadas (5.3).
A informao vlida, relevante e atempada, determinada pela Organizao, gerada
pelo sistema (9.1 e 9.2) e reportada pelas pessoas designadas (5.3), permite gesto
de topo acompanhar o alcance dos objetivos, o grau de cumprimento das disposies planeadas e a sua conformidade com os requisitos da norma atravs das
prticas de reviso pela gesto (9.3).
Por ltimo, relembra-se que a gesto de topo pode delegar responsabilidades noutras pessoas mas mantm a responsabilizao por assegurar a sua execuo.
67
UNIDADE DE PROPSITO E DIREO
A gesto de topo confere unidade de propsito e estabelece a orientao

estratgica da Organizao. As orientaes e compromissos definidos na
poltica ambiental e os objetivos que da decorrem devem ser compatveis
com esta orientao estratgica e com o contexto da Organizao, assegurando o alinhamento do sistema com o caminho traado e os resultados
pretendidos12. O SGA deve estar integrado nos processos de negcio da
Organizao e no ser tratado como algo separado.
Orientao estratgica
Independentemente do objetivo da Organizao, seja ele o crescimento sustentado, a sua internacionalizao, a entrada em novas reas de negcio, a liderana do
mercado ou de um dos seus nichos, o aumento da rentabilidade ou simplesmente
continuar a operar servindo bem os seus atuais clientes, sempre possvel identificar uma inteno estratgica, implcita ou explcita, mais ou menos formalizada.
A ISO 14001 requer que se assegure o alinhamento da poltica (5.2) e dos objetivos
ambientais (6.2) com a direo estratgica ou com qualquer formulao de estratgia eventualmente adotada pela Organizao, assegurando que a mesma se integra
com orientaes relativas gesto ambiental.
A estratgia pode ser visualizada como um conjunto de compromissos e aes
desenhadas para explorar as competncias chave da Organizao e ganhar uma
vantagem competitiva.
Existem diversas abordagens de gesto formulao da estratgia e ao seu planeamento. O seu nvel de complexidade e formalizao funo do contexto e das
responsabilidades da Organizao relativamente a PI.
A estratgia pode ser estabelecida a curto, mdio ou longo prazo. frequentemente
precedida por reflexo estratgica e suportada por informao relativa ao contexto
em que a Organizao opera e que antev para o seu futuro. Em certas Organizaes
pode estar formalizada e suportada por um planeamento que define os objetivos e
aes para os concretizar.
A anlise do contexto da Organizao a determinao dos fatores internos e exter-
12 Alneas b) e c)
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ISO 14001:2015
GUIA DO UTILIZADOR
5 LIDERANA
Contexto
A anlise do contexto em que a Organizao se insere permite saber quem

, o que faz, como o faz, onde est, com quem est, o que esperado da
Organizao, qual a sua cultura, valores e crenas, capacidades e limitaes.
A leitura deste contexto permite que os lderes formulem hipteses para o
futuro, tracem um rumo e definam objetivos para a Organizao.
nos que podem ter impacto no seu propsito e na sua orientao estratgica, afetar
a sua capacidade para melhorar o desempenho ambiental, cumprir as obrigaes
de conformidade e alcanar os objetivos ambientais (4.1). A identificao das PI
relevantes, externas e internas, e a determinao das suas necessidades e expectativas, so entradas para a determinao do contexto (4.2).
Para as Organizaes que j tm abordagens de planeamento estratgico suportadas em anlise de contexto, no ser difcil demonstrarem o alinhamento entre
o contexto e a direo estratgica. Contudo, devero refletir em que medida esse
contexto e a sua orientao estratgica lidam com o tema ambiental, com necessidades, expectativas e requisitos de PI e com a melhoria do desempenho ambiental.
Para as restantes Organizaes, a norma oferece a possibilidade de, atravs da
determinao do contexto, suportarem melhor a definio da sua orientao estratgica no tema ambiental.
Para todos, convm avaliar como a poltica ambiental e os objetivos formulados
apoiam o caminho traado pela Organizao a nvel global e contribuem para o
alcance dos resultados pretendidos.
Integrao nos processos de negcio da Organizao
Para garantir unidade de propsito e direo, os requisitos do SGA so integrados nos processos de negcio assegurando, assim, que estes no so
isolados ou conflituantes com a gesto global da Organizao.
Processo de negcio refere-se, em sentido amplo, s atividades nucleares para o

propsito e existncia da Organizao, quer esta seja de direito privado ou pblico,
com ou sem fins lucrativos.
69
Os benefcios desta integrao so facilmente percetveis e tratados em 4.4. Quando

o SGA aplicado a um subconjunto da Organizao, seja um conjunto de produtos
ou servios, uma unidade de negcio, um servio especfico ou uma entidade de
um grupo econmico, deve ser dada especial ateno integrao e articulao
do SGA do subconjunto com a Organizao maior em que se insere e com quem
interatua (4.3).
CONDIES PARA O ALCANCE
DOS OBJETIVOS
Para alcanar os objetivos, a gesto de topo deve assegurar a disponibilizao dos recursos necessrios, promover a adoo do SGA pela Organizao
e apoiar as pessoas para alcanarem os resultados pretendidos do SGA.
Recursos
Uma das condies para a obteno dos resultados pretendidos a disponibilizao dos recursos necessrios, que podem ser divididos em recursos
financeiros, pessoas, materiais e conhecimento, sendo o tempo um recurso
implcito.13
difcil conceber a gesto de qualquer Organizao sem a necessidade de gerir

recursos dentro de determinados limites.
Os recursos (7.1) necessrios para o SGA so normalmente determinados aquando do planeamento do SGA (4.4) e das aes para atingir os objetivos ambientais
(6.2.2). Ao assegurar o enfoque nos resultados pretendidos, a abordagem por processos permite uma anlise crtica da sua eficincia, que pode ser usada para tomar
decises sobre a otimizao dos recursos, um dos objetivos para a melhoria do
desempenho ambiental. Na anlise peridica da adequabilidade e eficcia do sistema, i.e., a reviso pela gesto (9.3), so reavaliadas as necessidades de recursos.
13 alnea d) em 5.1.1
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03
ISO 14001:2015
GUIA DO UTILIZADOR
5 LIDERANA
Promover o Sistema de Gesto Ambiental
A norma prope a adoo do ciclo PDCA para a melhoria. requerido que a

gesto de topo promova e reforce a importncia de uma gesto ambiental
eficaz e em conformidade com os requisitos.14
Existem muitas maneiras de assegurar a promoo do SGA, descritas noutros pontos da norma: comunicao (7.4), sensibilizao (7.3), formao (7.2), atribuio de
funes, responsabilidades e autoridades (5.3), comunicao da poltica ambiental
(5.2.2) e definio dos objetivos ambientais a nveis e funes relevantes (6.2).
A comunicao eficaz pode ser efetuada por diferentes meios. Independentemente
do meio usado, importante assegurar que a Organizao perceciona essa mensagem como proveniente da gesto de topo.
As aes de sensibilizao e a formao permitem desenvolver a competncia e a
capacitao das pessoas para uma gesto ambiental eficaz e conforme os requisitos. A definio de funes e a atribuio de responsabilidades e autoridades reforam estes compromissos a todos os nveis.
A promoo da melhoria pode ser efetuada, estimulando as pessoas a propor e
definir melhorias. Estas propostas podem ser determinadas pela gesto de topo
ou pelas pessoas da Organizao e devem vir no sentido de melhorar a eficcia do
sistema e dos seus resultados.
COMPROMETIMENTO DAS PESSOAS
A gesto de topo deve dirigir e apoiar as pessoas para que contribuam para
a eficcia do SGA. Deve tambm apoiar outras funes de gesto relevantes
na demonstrao de liderana e compromisso, nas suas respetivas reas de
atuao.15
14 Alnea e) e h) em 5.1.1
15 alneas g) e i) da seco 5.1.1.
71
A direo e suporte das pessoas so atividades dos lderes que reforam o comprometimento das pessoas e podem ser crticas para o alcance dos objetivos. Dependendo da dimenso da Organizao e da sua estrutura, estas funes so normalmente asseguradas a diferentes nveis de chefia, o que vem reforar a necessidade
de uma atuao de liderana a diferentes nveis da Organizao, em cascata.
Criar condies para que as pessoas possam contribuir para a eficcia da gesto
ambiental tem impacto no aumento da sua responsabilizao. Pessoas mais competentes e conscientes do impacte ambiental so mais autnomas nas decises
que podem tomar. O treino, a formao, a sensibilizao e a direo clara das pessoas so meios de aumentar a sua competncia e clarificar o seu papel e responsabilidade no desempenho ambiental e na eficcia do SGA.
A avaliao do compromisso da gesto de topo durante a auditoria efetuada atravs de entrevista, observao e anlise documental, atravs da avaliao do alinhamento das informaes e evidncias demonstradas nas entrevistas com as prticas,
resultados e informao documentada.
So tambm evidncias: aes de comunicao e promoo, o grau com que as
pessoas esto envolvidas e comprometidas com o SGA e a liderana demonstrada a
todos os nveis de gesto.
A gesto de topo deve demonstrar no apenas o compromisso, mas tambm a liderana, por exemplo, na integrao dos requisitos do SGA nos processos de negcio
da Organizao.
Esta seco 5.1. praticamente equivalente em ambos os referenciais, sendo

que na ISO 9001 (5.1.1) so estabelecidos alguns requisitos adicionais, como
sejam a promoo da abordagem por processos e do pensamento baseado em risco, o comprometimento das pessoas e a promoo da melhoria,
utilizando um conceito mais abrangente de melhoria que o da melhoria contnua, que inclui a inovao e mudanas disruptivas. O conceito de comprometimento das pessoas implica um grau de envolvimento e compromisso de
todas as pessoas envolvidas para a eficcia do sistema.
Sendo a liderana de uma Organizao nica, independentemente dos SG
ou mesmo da natureza diferenciada dos mbitos de aplicao, a integrao
naturalmente assegurada. Posto isto, as decises tomadas e as abordagens seguidas para cada um dos referenciais podem ser diversificadas.
72
03
ISO 14001:2015
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5 LIDERANA
Ligaes relevantes
As ligaes relevantes foram efetuadas ao longo do texto. Para alm dos requisitos
definidos na seco 5, a seco 9.3 estabelece os requisitos para a reviso pela gesto de topo da adequabilidade e eficcia do SGA.
A presente edio introduz o conceito de liderana na ISO 14001, onde na edio de

2004 apenas havia a definio da poltica e objetivos ambientais, a atribuio de
responsabilidades e autoridades e a reviso pela gesto de topo.
Na nova edio da norma, o papel do lder explorado e desenvolvido por um conjunto de novos requisitos, uns mais associados ao papel de gestor, onde se usa o
termo assegurar, outros ao papel de lder de pessoas e condutor da Organizao.
Clarifica que a responsabilidade ltima pela eficcia do SGA da gesto de topo.
Concomitantemente, -lhe pedido o envolvimento pessoal, orientao e apoio das
pessoas na Organizao. -lhe tambm solicitado, na medida aplicvel, que apoie
outros nveis hierrquicos a demonstrar liderana na sua rea de responsabilidade.
-lhe relembrado que pode delegar responsabilidades noutras pessoas mas que
mantm a responsabilizao por assegurar a sua execuo.
aqui requerido que os requisitos do SGA estejam integrados com os processos de
negcio da Organizao, e que a poltica e os objetivos ambientais se alinhem com
a orientao estratgica e sejam adequados ao contexto. Ou seja, o SGA faz parte da
gesto da Organizao.
73
5.2. POLTICA AMBIENTAL

A gesto de topo define, comunica e mantm a poltica ambiental que inclui as

orientaes e os compromissos relacionados com o desempenho ambiental.
Aplicao
Podemos considerar a Poltica ambiental como a conscincia ambiental da

Organizao. A poltica determinada pela gesto de topo, com a finalidade de estabelecer e comunicar o seu compromisso e as suas orientaes,
para o xito do SGA. Deve expressar um compromisso claro de proteo do
ambiente, de cumprimento das obrigaes de conformidade e de melhoria
contnua do SGA, para alcanar a melhoria do desempenho ambiental. Deve
proporcionar o enquadramento para a definio de objetivos ambientais,
assegurando o suporte orientao estratgica definida e a adequao ao
contexto da Organizao.
Para estabelecer as orientaes que enquadram os objetivos ambientais, a poltica

deve refletir o posicionamento e as expectativas futuras da Organizao, suportando a orientao estratgica.
A Organizao deve rever-se permanentemente nessa poltica, pelo que esta deve
ser um instrumento dinmico e construtivo, amplamente comunicado e entendido
pelas pessoas, sendo objetiva e de fcil compreenso. Deve ser revista periodicamente e alterada quando necessrio para se manter adequada.
Para transmitir uma mensagem clara s pessoas a quem se destina, importante
considerar o conhecimento relevante do contexto interno, como sejam a cultura, a
dimenso, a complexidade das atividades da Organizao, o grau de educao das
pessoas, os riscos e as oportunidades inerentes sua atividade, entre outros.
As orientaes e os compromissos devem permitir que as pessoas, na Organizao,
entendam o que esperado de si, podendo orientar e nortear a sua contribuio e
o seu comportamento.
Os compromissos ambientais estabelecidos devem ser relevantes para o contexto
da Organizao, nomeadamente para as condies ambientais locais. O compromisso de proteger o ambiente pode traduzir-se em compromissos de prevenir
a poluio mas tambm proteger o ambiente natural de danos e de degradao
resultantes das atividades, produtos e servios da Organizao, como reforado
no Anexo A.5.2. assim expectvel que os compromisso sejam claros e que, na
medida relevante para o seu contexto, possam estar relacionados com a qualidade
74
03
ISO 14001:2015
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5.2 POLTICA AMBIENTAL
da gua, a reciclagem ou qualidade do ar, a mitigao e a adaptao s condies

climticas, a proteo da biodiversidade e dos ecossistemas ou a recuperao
ambiental. A definio de compromissos especficos e relevantes para a proteo
do ambiente, no contexto da Organizao, permite a definio mais clara dos objetivos subsequentes e da operacionalizao dos processos do sistema.
O compromisso de cumprir as obrigaes de conformidade, ou seja os requisitos
legais aplicveis e outros que a Organizao determinou cumprir, suportado por
um conjunto de requisitos que asseguram uma abordagem sistmica conformidade e que compreendem: determinar as obrigaes de conformidade (6.1.3), assegurar a realizao e controlo das operaes para o seu cumprimento (8.1), avaliar
e atuar para o cumprimento das obrigaes de conformidade (9.1.2) e corrigir no
conformidades e desvios detetados (10.2).
Para as Organizaes que estabelecem voluntariamente compromissos com cdigos ou princpios de prticas voluntrias, compromissos de rotulagem ambiental
de produtos, normas setoriais ou compromisso contratuais, entre outros, convm
relembrar a importncia de refletir tais compromissos na poltica ambiental.
A poltica ambiental deve ser disponibilizada s PI, podendo esta disponibilizao
ser proactiva ou reativa, de acordo com o estabelecido pela Organizao nos processos de comunicao.
Ao estabelecer a poltica, a Organizao passa a ter uma base para a definio dos
seus objetivos ambientais, sendo essencial que a poltica esteja neles refletidos.
Os requisitos associados s polticas da qualidade e ambiental so equivalentes na seco 5.2 de ambas as normas, distinguindo-se pela diferente
natureza dos compromissos a estabelecer. Na ISO 9001, a disponibilizao
s PI passvel de ser decidida pela Organizao do modo considerado
adequado.
Sendo, por excelncia, documentos de comunicao interna e eventualmente externa, compete gesto de topo determinar se quer estabelecer as suas
polticas de ambiente e qualidade num nico documento ou em documentos separados.
75
A poltica est documentada, contendo os compromissos e orientaes requeridas.

Sendo estabelecida pela gesto de topo, reflete-o, indicando a sua autoria e tendo
a sua aprovao formal.
Existem evidncias da sua comunicao e disponibilizao, como sejam a afixao
em locais, distribuio s pessoas, intranet, eventuais sesses de comunicao ou
sensibilizao para o entendimento e aplicao da poltica, bem como da sua disponibilizao a PI.
As entrevistas aos colaboradores da Organizao, realizadas durante a auditoria,
permitem avaliar se a poltica foi ou no comunicada e se claramente entendida,
no sendo, no entanto, necessrio ou expectvel que estes a tenham memorizada
palavra por palavra.
A sua aplicao na Organizao verificada pelo estabelecimento subsequente dos
objetivos, seu planeamento e, em ltima anlise, pela consistncia dos resultados
alcanados face s orientaes e compromissos definidos.
Existem evidncias da sua reviso ou revalidao peridica, isto , uma anlise crtica onde verificada se a mesma se mantm adequada ou se necessita de alterao.
Ligaes relevantes

10 Melhoria contnua
O contedo deste ponto bastante similar ao requerido em 4.2 da norma ISO

14001:2004, separando os requisitos para o estabelecimento da poltica dos requisitos para a sua documentao e comunicao.
Requer, agora, que a poltica seja adequada ao propsito e ao contexto da
Organizao.
Deixa de referir o enquadramento para a definio de metas, dado que a norma
refere apenas objetivos ambientais.
Onde a norma anterior pedia um compromisso para a preveno da poluio,
esta verso adota o conceito mais abrangente de proteo do ambiente, que pode
incluir no s a preveno da poluio como o uso sustentvel de recursos, a mitigao e a adaptao a alteraes climticas, a proteo da biodiversidade e dos
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ISO 14001:2015
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5.3 FUNES, RESPONSABILIDADES E AUTORIDADES ORGANIZACIONAIS
ecossistemas, quando relevantes para o contexto da Organizao.

Clarifica, tambm, que o compromisso com a melhoria contnua do SGA tem em
vista a melhoria do desempenho ambiental da Organizao.
Estas alteraes possibilitam o alargamento do foco de atuao das Organizaes,
que muitas vezes centram a sua atuao nas obrigaes legais e regulamentares,
em detrimento de outras obrigaes, como as de cliente ou simplesmente decorrentes do seu contexto, localizao, escala, mercado de atuao, tipo de produto
ou servio entre outros, alargando o leque de possibilidades para a melhoria do
desempenho ambiental da Organizao.
A gesto de topo assegura que so definidas, comunicadas e compreendidas as

funes, as responsabilidades e as autoridades relevantes para o SGA.
Aplicao
A gesto de topo assegura que so definidas e comunicadas as funes, responsabilidades e autoridades relevantes para o SGA. As funes descrevem
o papel das pessoas nas Organizaes; as responsabilidades so atribudas,
para clarificar as obrigaes exigidas pela funo que desempenham; as
autoridades estabelecem o grau de autonomia de deciso que possuem
para realizar ou mandar realizar as tarefas para alcanar os objetivos pretendidos do SGA.
Delegar o processo pelo qual a gesto de topo distribui responsabilidades e confere autoridades s pessoas. A autoridade pode ser delegada, mas a responsabilidade
nunca totalmente transferida. Em muitos casos, a gesto de topo pode delegar
autoridade para executar determinadas atividades, mas mantm a obrigao ltima de responder pela Organizao, ou seja, mantm a responsabilizao. No obstante, as pessoas em que so delegadas responsabilidades devem comprometer-se
e assegur-las.
Nesta seco da norma refere-se que devem ser definidas responsabilidades e
autoridades para assegurar que:
A conformidade com os requisitos da ISO 14001:2015 alcanada;
A informao sobre o desempenho do SGA reportada gesto de topo, incluindo o desempenho ambiental.
77
Estas autoridades e responsabilidades podem ser assignadas a uma ou mais pessoas na Organizao, ou assignadas a um membro da gesto de topo. Quando
assignadas a um indivduo, esse papel , por vezes, designado como representante
da gesto.
O funcionamento eficaz do SGA resulta do contributo de vrias pessoas da Organizao, que devem ter responsabilidades e autoridades claramente definidas e
conhecidas por todos, assegurando o bom funcionamento entre as diferentes reas
da Organizao e as suas pessoas. A Organizao pode considerar a utilizao de
organogramas, bem como a descrio das responsabilidades e autoridades.
Nesta definio devero ser consideradas todas as atividades que asseguram o
cumprimento dos requisitos normativos, tais como o controlo operacional, a medio e monitorizao do desempenho ambiental, atuao face a emergncias, a
elaborao de relatrios sobre o desempenho do SGA, entre outras.
A ISO 14001:2015 no requer informao documentada das funes, responsabilidades e autoridades, mas requer que as mesmas sejam conhecidas dentro da
Organizao, o que pode implicar a sua documentao para assegurar que so
conhecidas.
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ISO 14001:2015
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A seco 5.3 da ISO 9001 contm os mesmos requisitos desta seco na

ISO 14001, desenvolvendo um conjunto de requisitos adicionais para a atribuio de funes, responsabilidades e autoridades no mbito do SGQ.
A ISO 9001 refere a necessidade das funes, responsabilidades e autoridades serem compreendidas dentro da Organizao, reforando a necessidade
de cada colaborador envolvido compreender quem faz o qu, com que autoridade e responsabilidade.
Requer tambm a definio de responsveis para os processos e para a
promoo do foco no cliente, reforando a responsabilizao face edio
anterior. No contexto da gesto da mudana, requer que se assegure a integridade do sistema quando so planeadas e implementadas alteraes.
A ISO 9001 deixa de referir o representante da gesto e explica, no seu anexo
informativo, a necessidade de reforar a responsabilizao pelo sistema de
gesto da qualidade num conjunto de pessoas, e no exclusivamente num
representante da gesto ou gestor da qualidade, reforando assim o comprometimento de todos os envolvidos.
Num SG integrado, expectvel que a atribuio de funes, responsabilidades, autoridades e a sua comunicao na Organizao sigam prticas
comuns e se suportem nos mesmos meios. Naturalmente, as pessoas
designadas com funes relevantes na rea do ambiente ou da qualidade
podero ou no ser as mesmas, o que depender da Organizao e do seu
contexto.
Finalmente, a gesto de topo poder pretender reforar a responsabilizao
das pessoas a diferentes nveis, alinhando-se com as prticas ao nvel do sistema de gesto da qualidade e desenvolvendo uma cultura de compromisso
tambm para o SGA.
O requisito da ISO 9001 para assegurar a integridade do SG em situaes
de mudana pode ser usado de modo integrado em ambos os referenciais,
como uma prtica para a gesto da mudana no SGA, necessria para a sua
manuteno e alcance dos resultados pretendidos.
79
A ISO 14001 no requer informao documentada sobre esta seco. A necessidade

de informao documentada aumenta medida que aumenta a dimenso ou a
complexidade das Organizaes, pelo que a demonstrao da conformidade deve
estar integrada com o modo como so definidas as estruturas organizativas, as funes, responsabilidades e autoridades na Organizao, para outros temas que no
o ambiente.
Numa pequena Organizao, onde os riscos geralmente so baixos, podem ser suficientes atribuies genricas e no pormenorizadas, que podem ser avaliadas por
entrevista.
Em Organizaes de maior dimenso, mais riscos so expectveis, podendo existir
diferentes tipos de documentao: organigramas, descries de funes (job description), mapas ou fluxogramas de processos com responsabilidades e autoridades, atribuio de responsabilidades em procedimentos ou instrues de trabalho
documentados, atas de reunies, ordens de servio, etc.
So referidos, de seguida, vrios exemplos de demonstrao de conformidade.
Os colaboradores foram informados e demonstram conhecer a sua funo, as
suas responsabilidades e autoridades relacionadas com o SGA. Sabem quem
responsvel por cada atividade na Organizao;
Quando documentadas, as descries de funes, responsabilidades e autoridades abrangem, na sua globalidade, as alneas a) e b) desta seco para as funes
relevantes do SGA;
O desempenho do SGA e o desempenho ambiental so reportados gesto de
topo atravs da anlise e avaliao dos resultados de monitorizao e medio,
avaliao da conformidade, resultados das auditorias internas, preparao de
informao de entrada para o processo de reviso pela gesto, etc.;
Manual de funes com descrio das responsabilidades, autoridades para cada
uma das funes e definio da cadeia de substituio;
No acolhimento de novas pessoas, a Organizao informa o novo colaborador
sobre as suas funes e atribuies, assegurando que este toma conhecimento
atravs da validao do documento. Sempre que o colaborador mude de funo,
este processo assegurado na sua totalidade.
A aplicao desta seco poder ter mais impacto nas Organizaes em que as
responsabilidades e autoridades no estejam claramente definidas, atribudas e
comunicadas aos colaboradores que desempenham funes de relevo no mbito
do SGA, nos vrios nveis da Organizao:
A necessidade de demonstrar que as pessoas compreendem as suas responsabilidades e autoridades, as suas implicaes no alcance dos objetivos do SGA e
na melhoria do desempenho ambiental, poder ser uma oportunidade para as
Organizaes identificarem necessidades de reforo da consciencializao;
80
03
ISO 14001:2015
GUIA DO UTILIZADOR
5 LIDERANA
O facto da existncia de representantes da gesto especficos no ser requisito

pode ter implicaes na reviso das responsabilidades ao longo da estrutura
(top-to-bottom) da Organizao, incluindo a reviso das responsabilidades da
gesto de topo.
Ligaes relevantes
6.2.2 Objetivos ambientais e planeamento para os atingir

7.2 Competncia
7.5.3 Controlo da informao documentada
9.2.2 Programa de auditoria interna
So seces que referem explicitamente a necessidade de determinar responsabilidades ou autoridades.
A presente edio clarifica, em relao seco 4.4.2. da ISO 14001:2004, que o

reporte sobre o desempenho do SGA extensvel ao desempenho ambiental.
Clarifica, tambm, que as funes, responsabilidades e autoridades devem ser
conhecimento partilhado na Organizao: saber quem faz o qu com impacto no
SGA.
A figura do representante da gesto, referida na anterior edio, mencionada
no Anexo A.5.3 como uma designao possvel para a funo. As funes, responsabilidades e autoridades so mantidas, mas cabe gesto de topo definir a quem
devem ser atribudas.
81
6 PLANEAMENTO
6.1 AES PARA TRATAR RISCOS E OPORTUNIDADES
A Organizao determina os riscos e as oportunidades, incluindo os resultantes

dos aspetos ambientais significativos e das obrigaes de conformidade, decide e
planeia as aes necessrias para atingir os resultados pretendidos e assegurar a
melhoria do desempenho ambiental.
6.1.1 Generalidades
Aplicao
Esta seco da norma aborda 3 aspetos:

o planeamento do SGA;
a determinao de R&O no contexto do SGA;
determinao das situaes de emergncia potenciais.
Refere, ainda, a obrigao de estabelecer, implementar, manter e documentar os
processos necessrios para cumprir os requisitos do planeamento do SGA, para
ter confiana que so realizados conforme planeado para atingir os resultados
pretendidos.
PLANEAMENTO
82
O QUE TEM DE SER GERIDO?
COMO VAMOS GERIR?
Riscos e oportunidades (6.1.1)
Planear aes (6.1.4)
Aspetos ambientais (6.1.2)
Definir objetivos e planear

o seu alcance (6.2)
Obrigaes de conformidade (6.1.3)
Planear operaes e controlo (8.1)
03
ISO 14001:2015
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6 PLANEAMENTO
As atividades de planeamento do SGA concretizam-se com a implementao e

manuteno dos requisitos especificados na seco 6 da ISO 14001:2015, complementados com o planeamento operacional descrito em 8.1.
estabelecida uma ponte importante com os requisitos da seco 4, referindo que
ao planear o SGA, a Organizao deve considerar:
a) as questes externas e internas relevantes para o propsito e estratgia e que
possam afetar o desempenho ambiental (4.1);
b) necessidades e expectativas das PI relevantes, que determinam as obrigaes de
conformidade ( 4.2);
c) o mbito do SGA (4.3).
Os processos de planeamento visam permitir, de forma geral, que a Organizao
responda s seguintes questes:
Onde estamos?
Para onde queremos ir?
Como l chegar?
Neste contexto, os processos de planeamento do SGA, baseados na determinao
de aspetos ambientais, obrigaes de conformidade e respetivos R&O, permitem
Organizao identificar objetivos, formular as estratgias para os atingir, e determinar os meios e os recursos necessrios para a sua concretizao, incluindo a monitorizao da eficcia desses processos.
No planeamento do SGA dever ser procurado um equilbrio entre as necessidades
e os recursos disponveis ou necessrios, numa lgica de otimizao entre eficcia
e eficincia.
O planeamento crucial para a tomada de aes necessrias que assegurem que o
SG atinge os resultados pretendidos. Dever ser realizado tendo em considerao os
interesses e expectativas das PI relevantes em matria ambiental e o contexto organizacional, incluindo as alteraes de circunstncias e as entradas e sadas do SGA. O
planeamento dever assegurar a gesto da mudana sempre que necessria (ver 4.4).
O planeamento do SGA crtico tanto para a sua implementao e adequao,
como para a sua manuteno, ou seja, para a capacidade continuada de poder
alcanar os resultados pretendidos. A mudana, planeada ou no, cada vez mais
frequente e obriga a uma gesto sistematizada. So exemplos de mudana as alteraes nas instalaes ou equipamentos, o lanamento ou alteraes de produtos
e servios, alteraes nas obrigaes de conformidade, mudanas de pessoal ou de
fornecedores externos, nova informao sobre aspetos ambientais, seus impactes
e tecnologias relacionadas, alteraes nas necessidades e expectativas de PI, etc.
Para assegurar a contnua eficcia do SGA e a capacidade do mesmo alcanar os
resultados pretendidos, a Organizao deve avaliar em que medida necessita de
rever a determinao dos R&O (6.1) e as disposies de planeamento subsequentes
(6.1.4 e 6.2).
83
Determinao de riscos e oportunidades
Ao planear o SGA, a Organizao deve determinar os R&O.

A ISO 14001 define risco como efeito da incerteza e riscos e oportunidades
como efeitos adversos potenciais, ameaas, e efeitos benficos potenciais,
oportunidades.
Apesar de, na definio, o efeito da incerteza poder incluir a possibilidade de efeitos negativos e positivos, no dia-a-dia a noo de risco est fortemente associada
aos efeitos negativos, ou seja, a situaes com potenciais consequncias negativas. Assim, o conceito de risco na ISO14001:2015 est associado a efeitos adversos
potenciais, ameaas, enquanto oportunidades esto associadas a efeitos benficos
potenciais.
Atendendo s diversas definies encontradas em dicionrios, pode considerar-se
uma oportunidade como um perodo de tempo, circunstncia, conjuntura ou situao favorvel para que alguma coisa acontea. Uma oportunidade pode advir de
uma nova tecnologia que no estava disponvel, de novos fornecedores potenciais,
alteraes de preo de materiais e mo-de-obra, entre outros.
O risco pode ser tratado considerando a probabilidade de algo acontecer e as consequncias potenciais desse acontecimento - a criticidade.
Os R&O a serem determinados e tratados so os que:
podem afetar, positiva ou negativamente, a capacidade do SGA alcanar os resultados pretendidos;
tm o potencial de causar efeitos indesejados, devendo ser prevenidos ou reduzidos, incluindo o potencial para condies ambientais externas afetarem a
Organizao;
podem contribuir para a melhoria contnua.
A Organizao deve manter informao documentada dos R&O determinados.
As Organizaes so livres de abordar a determinao de R&O como entenderem:
podem recorrer a mtodos formais, qualitativos ou quantitativos, como a anlise
SWOT, o preconizado na ISO 31000, ou simplesmente determinar R&O de acordo
com a sua prtica. Em qualquer dos casos, devem assegurar que as prticas ou
mtodos adotados garantem consistncia e coerncia nos resultados obtidos.
Podem distinguir-se os R&O com impacte no ambiente ou com impacto na Organizao, com potencial para afetar o seu desempenho, comprometendo (ameaas) ou facilitando (oportunidades) a sua capacidade para atingir os resultados
pretendidos.
De acordo com a ISO 14001:2015, a Organizao deve determinar os riscos e oportunidades relacionados com:
os seus aspetos ambientais (ver 6.1.2);
as suas obrigaes de conformidade (ver 6.1.3);
84
03
ISO 14001:2015
GUIA DO UTILIZADOR
6 PLANEAMENTO
outros R&O decorrentes de questes e requisitos (4.1 e 4.2).

Os R&O relacionados com os aspetos ambientais esto geralmente associados aos
impactes ambientais adversos (riscos) ou impactes ambientais benficos (oportunidades). Podem ser determinados como parte do processo de avaliao de significncia dos aspetos ambientais, ou de forma separada.
So exemplos:
a) os riscos associados descarga de guas residuais contaminadas com substncias qumicas perigosas em meios recetores sensveis;
b) oportunidades que se podem colocar em funo de uma nova tecnologia que
surja no mercado, que tenha associada, por exemplo, uma reduo significativa
de consumos energticos, reduo na produo de resduos (em quantidade ou
perigosidade) ou outros benefcios ambientais.
Os R&O relacionados com as obrigaes de conformidade podem resultar de alteraes legislativas ou de alteraes tecnolgicas que a Organizao implemente e
que possam ter implicaes relevantes no cumprimento das obrigaes de conformidade. So exemplos:
a) a alterao de um processo por via hmida, com riscos de conformidade com
emisses lquidas (ou lamas), para um processo por via seca pode trazer associada a oportunidade de resolver os riscos associados aos efluentes lquidos, mas
pode trazer novos riscos associados s emisses atmosfricas;
b) o incumprimento de obrigaes de conformidade pode criar riscos associados
reputao da Organizao ou a coimas;
c) a futura entrada em vigor de um requisito legal, como a proibio de utilizao de
determinadas substncias ou imposio de valores de emisso mais exigentes,
pode ter implicaes relevantes.
So exemplos de outros riscos e oportunidades que podem advir de questes internas ou externas relevantes ou obrigaes de conformidade de partes interessadas
relevantes que a organizao escolhe ou deve cumprir (4.1 e 4.2):
a) Situaes de emergncia originadas dentro ou fora das instalaes (vizinhos,
inundaes, deslizes de terra, exploses, etc.) que podem ter impacte ambiental
significativo ou impacto nas instalaes e equipamentos da Organizao;
b) Alteraes climticas que podem provocar escassez de gua, que podem afetar
o ciclo da gua da Organizao, levando a oportunidades de reciclagem de gua,
que no tinham sido consideradas;
c) Novas tecnologias ou matrias menos poluentes ou a menor custo, como por
exemplo fornecedores de igual qualidade mas mais prximos;
d) Grande aumento de encomendas, que pode levar necessidade de crescimento
rpido da Organizao sem que sejam asseguradas as competncias do novo
pessoal que venha a desempenhar atividades associadas a aspetos ambientais
com impacte ambiental significativo, o que pode conduzir a uma aumento de
erros com implicaes ambientais relevantes.
85
Determinao de situaes de emergncia potenciais
A ISO 14001:2015 incluiu nesta seco a determinao das situaes de emergncia

potenciais, abrangendo as que podem ter um impacte ambiental no mbito definido para o SGA.
A determinao das situaes de emergncia deve tambm ser realizada de forma
integrada com a determinao dos aspetos ambientais, abordada em 6.1.2. Como
se refere nessa seco, a norma ISO 14001:2015 estabelece que a Organizao, ao
determinar os aspetos ambientais, deve ter em conta as condies anmalas e as
situaes de emergncia razoavelmente previsveis.
Situaes de emergncia decorrem de eventos no planeados ou inesperados que
geralmente exigem uma atuao rpida e eficaz, tendo em vista prevenir ou minimizar os impactes ambientais e outras consequncias para a Organizao. Podem
exigir recursos humanos competentes e devidamente preparados e treinados para
a preveno e atuao em caso de ocorrncia desse tipo de eventos. Estes aspetos
so abordados em pormenor na seco 8.2 Preparao e resposta a emergncias.
Na determinao de situaes de emergncia potenciais (por exemplo, derrames e
incndios), a Organizao dever considerar:
os meios e as condies existentes, associados a caractersticas tais como condies de armazenamento, acessibilidades s vrias reas das instalaes da
Organizao, etc.;
o tipo e quantidade de materiais e substncias existentes;
os recursos humanos e respetivas competncias e treino;
os recursos logsticos disponveis;
os cenrios mais provveis de emergncia (tipo e dimenso das situaes),
incluindo aqueles que possam ter origem externa s instalaes (por exemplo,
incndio na vizinhana, com risco de propagao para dentro das instalaes da
Organizao).
A ocorrncia de situaes de emergncia ambiental poder ser consequncia de
vrios fatores, relacionados ou no entre si. A determinao das potenciais situaes de emergncia deve ser o mais exaustiva possvel. Esta temtica pode ser abordada de forma sistemtica atravs de ferramentas como a espinha de peixe ou a
anlise de falhas, no sendo no entanto mandatrio seguir qualquer metodologia.
Face aos cenrios de emergncia equacionveis, a Organizao dever determinar
os R&O associados. Estes so entradas para os processos de planeamento de aes
(6.1.4 e 8.2).
86
03
ISO 14001:2015
GUIA DO UTILIZADOR
6 PLANEAMENTO
6.1.1 Integrao qualidade e ambiente
Esta seco corresponde ao 6.1.1 da ISO 9001, sendo mais desenvolvida para
efetuar a ligao necessidade de determinar os R&O associados aos aspetos ambientais (6.1.2), s obrigaes de conformidade (6.1.3) e a outras questes e requisitos determinados (4.1 e 4.2). A ISO14001 clarifica nesta seco
a necessidade de determinar as situaes potenciais de emergncia. Podemos afirmar que adapta esta seco s necessidades especficas da gesto
ambiental, que complementa com as seces 6.1.2 e 6.1.3.
Clarifica agora a perspetiva do ciclo de vida e a necessidade de integrar a
gesto ambiental nos processos de negcio. So por demais evidentes as
oportunidades que se abrem para uma gesto integrada de todos os processos da Organizao em relao aos dois temas, seja no estabelecimento
e implementao dos sistemas, seja na sua manuteno. Esta integrao
dever ser equacionada desde logo na fase de planeamento inicial, o que
pode implicar a determinao de R&O associados a aspetos ambientais,
obrigaes de conformidade e outros ao nvel dos processos de realizao
dos produtos e servios, incluindo os de abastecimento e design e desenvolvimento, crticos para a perspetiva do ciclo de vida.
A ISO 14001 requer que os processos, determinados pela Organizao como
necessrios para o planeamento, sejam documentados, o que a ISO 9001
no requer.
A ISO 14001 requer que seja mantida informao documentada sobre os R&O
determinados, o que no explcito na mesma seco da ISO 9001. Nesta
ltima, os requisitos associados sua gesto, requeridos em diferentes seces da norma, so dificilmente passveis de ser assegurados caso no estejam de algum modo formalizados, embora o possam ser de maneiras muito
distintas.
Estas diferenas dos requisitos de documentao e registos so perfeitamente enquadrveis nas distintas necessidades de ambos os referenciais, e
podero ser respeitadas sem que comprometam a eficcia dos sistemas ou a
sua integrao. No lquido que, numa lgica de integrao, seja uma mais
valia definir um processo documentado de planeamento integrado para
ambos os referenciais e para dar cumprimento a 6.1.
Por outro lado, a ISO 9001, na seco planeamento, define em 6.3 Gesto
de alteraes, um conjunto de requisitos para lidar com as necessidades de
alterar o sistema para garantir a permanente eficcia. Na ISO 14001, a gesto
da mudana subjacente ao conceito de manuteno do SGA e explicitada
em A.1. As Organizaes podem adotar metodologias comuns para a gesto
da mudana, salvaguardando as especificidades necessrias a cada tema.
87
A Organizao demonstra que foram estabelecidos, implementados e mantidos

processos para cumprir os requisitos de planeamento do SGA, nomeadamente,
relativos a:
determinao de R&O;
determinao das situaes de emergncia potenciais;
determinao de aspetos ambientais;
determinao e acesso s obrigaes de conformidade.
A Organizao mantm informao documentada dos processos em todas as etapas do planeamento (6.1.1 a 6.1.4), na medida necessria para ter confiana de que
os mesmos foram executados conforme planeado.
A Organizao demonstra que foram determinados os riscos e as oportunidades
relacionados com:
os aspetos ambientais,
as obrigaes de conformidade,
as questes e requisitos identificados em resultados da anlise do contexto interno e externo,
as necessidades e expectativas das PI.
A Organizao mantm informao documentada dos R&O que devem ser tratados.
As prticas para determinar os R&O, e a sua aplicao, produzem resultados consistentes e coerentes.
So determinadas situaes de emergncia ambiental potenciais.
Quando so determinadas mudanas, planeadas ou no, o planeamento do SGA
revisto para assegurar que as consequncias no pretendidas dessas mudanas
no tm um efeito negativo nos resultados pretendidos do SGA.
Ligaes relevantes
0.3 Fatores de sucesso - associar os riscos e oportunidades no sistema de gesto

ambiental e no modelo de negcios da Organizao
88
03
ISO 14001:2015
GUIA DO UTILIZADOR
6 PLANEAMENTO
Esta seco no existia na edio anterior. Para alm de introduzir os conceitos de

R&O, explicita como se dever entender o planeamento do SGA e as interligaes
entre as vrias componentes do planeamento.
O conceito de pensamento baseado no risco estava implcito nas edies anteriores, por exemplo, atravs dos requisitos de planeamento, reviso e melhoria.
Esta norma especifica os requisitos para a determinao de R&O como base do planeamento do SGA.
A abordagem do planeamento do SGA por processos uma novidade desta edio
da norma, onde anteriormente se requeriam procedimentos (4.4).
colocada nesta seco a determinao de situaes de emergncia potenciais
que na anterior norma no estavam associadas ao planeamento mas implementao e operao.
89
6.1.2 ASPETOS AMBIENTAIS

Aplicao
A Organizao deve analisar os seus processos, produtos e servios, e determinar os

aspetos e impactes ambientais que pode controlar e os que pode influenciar, considerando a perspetiva do ciclo de vida dos produtos e servios.
DI S
PO
SI
OS
RS
U
C
PROD
PERSPETIVA DE
CICLO DE VIDA
O
U
USO
RE
A perspetiva de ciclo de vida implica a considerao do ciclo de vida material associado aos produtos e servios, no requerendo uma avaliao detalhada. A Organizao dever determinar cuidadosamente quais as etapas do ciclo de vida que
pode controlar ou influenciar, o que pode variar muito em funo do contexto.
ENTREGA
Figura 10: Perspetiva do ciclo de vida.
Tipicamente, a perspetiva do ciclo de vida implica a considerao das seguintes

fases: aquisio, design e desenvolvimento, produo, transporte, entrega, uso,
tratamento de fim-de-vida e disposio final. Nestas fases podem ser identificadas
questes relacionadas com:
Matrias-primas, desde a produo, colheita ou extrao;
Cadeia de abastecimento;
Desempenho ambiental e prticas dos fornecedores e prestadores de servio;
Design e desenvolvimento de produtos, servios e processos de realizao dos
mesmos;
Projetos de novas instalaes ou equipamentos, ou alteraes;
90
03
ISO 14001:2015
GUIA DO UTILIZADOR
6 PLANEAMENTO
Processos de realizao de produtos e servios, incluindo produo, embalamento, preservao, armazenamento, transporte, entrega e atividades ps entrega;
Utilizao dos bens e servios durante a sua vida til at disposio final;
Gesto de resduos, emisses e efluentes.
Por originarem, ou terem potencial para originar, impactes ambientais significativos, os aspetos ambientais significativos so o foco do SGA. Consideram-se dois
tipos:
Controlveis aspetos controlados diretamente pela Organizao, tais como,
utilizao de matrias-primas, consumo de energia, produo de resduos ou
emisses gasosas, entre outros;
Influenciveis aspetos no controlados diretamente pela Organizao, mas
sobre os quais a mesma pode exercer influncia, por exemplo os associados s
atividades, produtos e servios de clientes ou fornecedores.
Esta distino entre aspetos controlveis e influenciveis particularmente importante nas atividades contratadas. Os controlveis so os gerados pela atividade, o
produto ou o servio, quer sejam executados diretamente pela Organizao ou contratados. Podem ser geridos pelo prprio contrato. Exemplo: aspetos associados
triagem de resduos dentro das instalaes da Organizao pelo pessoal contratado, os produtos de limpeza que podem ser usados, a disposio final de resduos de
manuteno em operaes de assistncia tcnica nas instalaes dum cliente da
Organizao, etc. Nestas situaes, a Organizao pode determinar plenamente o
modo como o aspeto gerido.
Contudo, existem aspetos ambientais associados aos contratados em que a Organizao apenas tem o poder de influenciar, como por exemplo as atividades do
contratado fora da relao contratual estabelecida.
Os aspetos ambientais das atividades, produtos e servios devem ser identificados
tendo em conta:
Condies atuais, condies passadas relevantes, novos desenvolvimentos e
situaes planeadas, produtos, servios ou atividades novos ou modificados;
Situaes de operao normais atividades desenvolvidas no quotidiano da
Organizao;
Situaes anmalas paragem e arranque de mquinas, manutenes, reestruturao de instalaes, alteraes de processo, anomalias de funcionamento,
entre outras;
Situaes de emergncia potenciais acidentes tais como derrames, incndios,
entre outros.
Existem diversas metodologias de identificao de aspetos ambientais, podendo
a Organizao adotar uma ou mais. Relembra-se que a multiplicidade e complexidade das diferentes metodologias refletem diferentes necessidades, seja em natureza, dimenso, complexidade ou relevncia de aspetos ambientais. Estas devem
considerar o ciclo de vida e as necessidades de alterao do SGA. Como exemplo,
91
poderemos ter uma metodologia associada identificao de aspetos ambientais

em condies normais da operao, adequada para o que a Organizao faz no
momento presente, s suas instalaes e equipamentos; uma outra metodologia
aplicada nos processos de design e desenvolvimento de produtos e servios; ou
ainda outra a usar nos projetos de alterao das instalaes e processos produtivos, ou processos de tomada de deciso para compra de um novo equipamento.
A metodologia de identificao e de determinao dos aspetos ambientais significativos uma deciso da Organizao, mas a sua aplicao deve fornecer resultados consistentes e fiveis, e deve incluir a definio e a aplicao dos critrios
de avaliao estabelecidos pela Organizao para determinar a significncia dos
aspetos ambientais.
Um ponto em comum dessas metodologias o alvo da avaliao da significncia,
que deve ser dirigido para a avaliao dos impactes ambientais, reais ou potenciais,
associados aos aspetos ambientais. A determinao da significncia dos aspetos
ambientais uma resultante direta da avaliao dos impactes ambientais, na medida em que, segundo a norma ISO 14001:2015, um aspeto ambiental significativo
aquele que tem, ou pode ter, um ou mais impactes ambientais significativos.
Uma vez identificados os aspetos ambientais, devem ser determinados os que tm
ou podem ter um impacte significativo no ambiente. Os aspetos que tenham ou
possam ter um ou mais impactes significativos devem ser considerados aspetos
ambientais significativos e devem ser alvo de planeamento de aes para a sua
gesto (6.1.4).
Neste requisito necessrio manter informao documentada sobre:
os critrios usados para determinar quais os aspetos ambientais significativos;
os aspetos ambientais e respetivos impactes ambientais; assim como
os aspetos ambientais significativos.
Esta informao documentada deve ser revista e atualizada sempre que ocorram
alteraes na Organizao, para manter a sua adequabilidade.
Ao determinar os aspetos ambientais, a Organizao deve ter em conta, para alm
das situaes anmalas e situaes de emergncia razoavelmente previsveis, as
alteraes, incluindo desenvolvimentos novos ou planeados e as atividades, produtos e servios novos ou modificados. Por isso, ao introduzir alteraes nas suas
atividades, processos, produtos ou servios, a Organizao deve rever os aspetos e
impactes identificados e verificar se se mantm.
Determinados os aspetos ambientais que a Organizao controla, aqueles que pode
influenciar e a sua significncia, requerida a sua comunicao aos vrios nveis e
funes relevantes da Organizao (7.4).
A nota desta seco refora a ligao ao pensamento baseado em risco (6.1.1), referindo
que os aspetos ambientais significativos podem resultar em R&O associados a impactes
ambientais adversos, ameaas, ou a impactes ambientais benficos, oportunidades.
92
03
ISO 14001:2015
GUIA DO UTILIZADOR
6 PLANEAMENTO
Esta seco no tem correspondncia na ISO 9001. Ver texto sobre aplicao
integrada da seco em 6.1.1.
A Organizao demonstra a identificao dos aspetos ambientais e dos impactes

ambientais relacionados, tendo em considerao uma perspetiva de ciclo de vida.
A Organizao estabelece critrios para determinar a significncia dos aspetos
ambientais de forma clara e replicvel.
Os colaboradores responsveis e outros envolvidos nesta tarefa demonstram que
so capazes de aplicar os critrios de forma consistente.
A Organizao mantm informao documentada dos aspetos ambientais e impactes associados, dos aspetos ambientais significativos e dos critrios para estabelecer a sua significncia.
Esta informao documentada mantida atualizada e revista sempre que se justifique, nomeadamente: alteraes de produtos, alteraes da envolvente, alteraes
de layout, entre outras.
Os aspetos ambientais significativos so comunicados internamente aos nveis e
funes relevantes.
Ligaes relevantes

7.4 Comunicao
8. Operacionalizao
9.1.1 Monitorizao, medio, anlise e avaliao - Generalidades
93
Em comparao com a seco 4.3.1 da edio anterior, salienta-se a explicitao da

considerao do ciclo de vida. A norma anterior referia j a necessidade de identificar todos os aspetos que a Organizao controla e influencia, embora no seu anexo
informativo o conceito estivesse implcito. Nesta redao, deixado claro que a
determinao e avaliao dos aspetos deve considerar o ciclo de vida, o que posteriormente reforado na seco 8 Operacionalizao.
Por outro lado, esta edio traz para o texto principal requisitos que apenas eram
clarificaes informativas no Anexo A da edio anterior, tais como a temporalidade
da anlise abranger passado, presente e futuro, as alteraes, as condies anormais, de arranque e paragem e de emergncia.
Nesta edio requerida a comunicao interna sobre os aspetos ambientais significativos aos nveis e funes relevantes, conforme apropriado.
Uma outra novidade a necessidade de manter os critrios para determinao da
significncia como informao documentada.
agora requerido um processo onde antes era requerido um procedimento, e so
especificados requisitos para a manuteno de informao documentada relativa
aos resultados deste processo.
94
03
ISO 14001:2015
GUIA DO UTILIZADOR
6 PLANEAMENTO
6.1.3 OBRIGAES DE CONFORMIDADE

Aplicao
As obrigaes de conformidade incluem os requisitos que a Organizao tem obrigao de cumprir por fora da lei, comummente designados por requisitos legais,
bem como outros requisitos de PI relevantes que decidiu ou tem de cumprir.
As obrigaes de conformidade devem ser documentadas e mantidas atualizadas.
Para satisfazer as obrigaes de conformidade, a Organizao deve ter mecanismos
para:
Aceder s obrigaes que tem de cumprir, mantendo-se atualizada;
Determinar o modo como se aplicam; e
Integrar essas obrigaes no SGA, assegurando o seu cumprimento.
Para determinar os requisitos legais, a Organizao deve aceder a informao que
pode ser emitida por entidades governamentais, autrquicas, regies autnomas,
ou outras autoridades oficiais relevantes, tais como tribunais ou agncias reguladoras. Tambm pode ter de considerar entidades supranacionais, como o caso
da Comunidade Europeia. Os requisitos a cumprir podem estar documentados ou
contidos em:
a) Legislao Internacional (convenes, protocolos); Legislao Comunitria (Ex:
diretivas, regulamentos, decises), Legislao Nacional (leis, decretos-lei, portarias, despachos governamentais) ou de carter regional ou local (regulamentos
municipais):
b) Licenas ou outro tipo de autorizaes;
c) Instrues, regras e orientaes emanadas por agncias reguladoras;
d) Acordos com Autoridades;
e) Decises de tribunais.
Relativamente legislao comunitria, existe aquela diretamente aplicvel, a que
carece de transposio para o Direito Interno e aquela que visa preparar futuros
Atos legislativos. de realar a importncia da identificao e anlise da segunda e
da terceira, uma vez que apesar de no serem diretamente aplicveis, permitem s
Organizaes prepararem-se para o cumprimento de requisitos legais futuros.
Relativamente a outros requisitos que a Organizao tenha ou decida cumprir,
podem ser considerados:
Requisitos da Organizao ou do grupo em que se insere;
Requisitos definidos em contratos com clientes ou outras PI;
Acordos com a comunidade local ou Organizaes no-governamentais;
Compromissos assumidos em programas de financiamento;
Requisitos assumidos em cdigos voluntrios de boas prticas;
95
Requisitos decorrentes de ecodesign ou rtulo ambiental dos produtos e servios;

Iniciativas de comunicao e reporte tais como EMAS, GRI, pegada de carbono,
pegada hdrica, etc.;
Normas industriais ou setoriais relevantes;
Outros requisitos que decide cumprir.
A Organizao deve estabelecer as fontes de informao a que recorre, como por
exemplo: Jornal Oficial da Unio Europeia, comunicaes oficiais de legislao
do Pas, Estado, Governo Federal, Regional ou Autnomo, Autarquias, publicaes
especializadas, subscrio de revistas, dados de associaes setoriais, bases de
dados da Internet, entre outros. Esta atividade pode ser assegurada internamente
ou atravs de servios contratados.
Os outros requisitos que compem as obrigaes de conformidade podem ter origem em fontes diversas tais como acordos, requisitos de clientes, contratos, normas
de grupo, etc. A Organizao deve ser capaz de manter mltiplos canais que os
permitam identificar, que podem decorrer de reas to distintas como negociaes
comerciais, orientaes emanadas pelos acionistas ou compromissos assumidos
junto da comunidade local.
Os documentos identificados podero ser mantidos em arquivo interno ou acessveis para consulta, atravs de outro meio como internet, bases de dados, etc.
As Organizaes devero selecionar a melhor forma de controlo das suas obrigaes de conformidade, de acordo com as suas capacidades humanas e financeiras,
devendo ser garantida uma determinao atempada e completa de todas as obrigaes de conformidade aplicveis, relacionadas com os seus aspetos ambientais.
No basta ter acesso s obrigaes de conformidade. A Organizao deve ter a
capacidade de identificar as que so aplicveis aos seus aspetos ambientais. A
ttulo de exemplo, a principal fonte de legislao em Portugal o Dirio da Repblica (www.dre.pt). Contudo, o acesso a esta fonte, que gratuita e est disponvel
a todos, no garante a identificao das obrigaes de conformidade, decorrentes
dos requisitos legais.
Posteriormente, importante proceder sua avaliao com o objetivo de determinar a sua aplicabilidade. S os requisitos aplicveis so includos em obrigaes de
conformidade. Deste modo, a determinao das obrigaes de conformidade deve
ser feita a um nvel de detalhe suficiente para que a Organizao saiba o que tem de
cumprir, permitindo-lhe integrar as obrigaes no SGA.
Por exemplo, para uma Organizao que gera resduos, torna-se evidente que a Lei-Quadro de Resduos uma obrigao de cumprimento. Importa, contudo, determinar detalhadamente quais as obrigaes que constituem real obrigao de cumprimento. Para tal, a Organizao dever ser capaz de identificar que, entre outras
obrigaes, tem que reportar anualmente a quantidade de resduos gerados; tem
que encaminhar os resduos para operadores de resduos licenciados; no pode
abandonar resduos, etc.
96
03
ISO 14001:2015
GUIA DO UTILIZADOR
6 PLANEAMENTO
As obrigaes podem ser:

Diretamente aplicveis: por exemplo: reportar anualmente os resduos produzidos ao abrigo da lei-quadro de resduos;
Indiretamente aplicveis: tal como, legislao sobre produtos fitofarmacuticos quando o servio de jardinagem contratado;
Apenas informativas: por exemplo, diretiva SEVESO para uma Organizao que
armazena substncias perigosas em quantidades muito reduzidas.
Determinadas as obrigaes de conformidade, estas devem ser tidas em conta
no estabelecimento, implementao, manuteno e melhoria contnua do SGA. A
informao resultante relaciona-se com muitas outras seces da ISO 14001:2015.
Desde logo fundamental para garantir o compromisso para a satisfao das obrigaes de conformidade da poltica ambiental.
As obrigaes de conformidade podem tambm resultar em R&O para a Organizao. Por ltimo, as obrigaes de conformidade devem ser tidas em considerao
na identificao das competncias necessrias, na consciencializao dos colaboradores, nos processos de comunicao, bem como nas prticas de controlo operacional e na monitorizao e medio das suas atividades.
A sistematizao da identificao das obrigaes de conformidade permite uma
atitude preventiva.
Nem sempre as Organizaes identificam adequadamente as obrigaes de conformidade. Muitas vezes identificam apenas a legislao ou o contrato que tm que
cumprir. Mais importante ir ao detalhe e identificar de forma exaustiva, mas objetiva, as implicaes que da resultam para a Organizao e para o SGA.
Outra falha possvel consiste na no identificao de obrigaes que no decorram
de requisitos legais. Isto , que possam ser associadas a outros compromissos da
Organizao nomeadamente cadernos de encargos de clientes, normas de grupo,
outros contratos, etc.
Por outro lado, nem sempre a informao atualizada. Por vezes as Organizaes
investem em diagnsticos bem fundamentados e exaustivos, mas que depois no
so atualizados, ou porque no existem recursos internos ou porque a Organizao
subcontratou um servio especializado mas de forma pontual e no sistemtica.
97
Esta seco no tem correspondncia direta na ISO 9001. A ISO 9001 requer
que os requisitos de cliente, legais ou outros requisitos que a Organizao
determina como aplicveis aos produtos e servios, sejam cumpridos, o
que assegurado por um conjunto de requisitos em diferentes seces da
norma.
Ver 9.1.2 Avaliao de conformidade, para uma anlise mais detalhada entre
o tratamento de requisitos legais ou outros nas duas normas. Ver texto sobre
aplicao integrada desta seco em 6.1.1.
A Organizao tem acesso s obrigaes de conformidade e mantm-se atualizada

em relao s mesmas.
A Organizao demonstra conhecer as obrigaes de conformidade e o modo como
lhe so aplicveis.
A Organizao mantm informao documentada apropriada sobre as suas obrigaes de conformidade. So exemplos, listas, relatrios, bases de dados ou outra
informao.
O SGA estabelecido, implementado e mantido, tendo em conta as obrigaes de
conformidade que visa cumprir.
Ligaes relevantes

7.4 Comunicao
8. Operacionalizao
9.1.1 Generalidades
9.1.2 Avaliao da conformidade
A ISO 14001:2015 utiliza uma nova terminologia, substituindo a frase requisitos

legais e outros (4.3.2 da ISO 14001:2004) por obrigaes de conformidade. Contudo, o significado mantm-se inalterado.
98
03
ISO 14001:2015
GUIA DO UTILIZADOR
6 PLANEAMENTO
A edio anterior exigia um procedimento, o que no requerido na presente edio. A nova edio requer que seja mantida informao documentada das suas
Nesta nova edio ainda referido que as obrigaes de conformidade devem ser
consideradas na melhoria contnua do SGA e introduzida a nota sobre poderem
resultar em R&O para a Organizao.
6.1.4 PLANEAMENTO
Aplicao
Esta seco determina que a Organizao planeie as aes para tratar os seus aspetos ambientais significativos (6.1.2), as suas obrigaes de conformidade (6.1.3) e os
R&O que identificou (6.1.1) no mbito do seu SGA. Este planeamento visa o alcance
dos resultados pretendidos do SGA.
Segundo as orientaes definidas no seu anexo (A.6.4), este um planeamento de
alto nvel do SGA, onde a Organizao deve identificar as prioridades para alcanar
os resultados pretendidos. Subsequentemente, as aes planeadas podem estar
suportadas pelo estabelecimento de objetivos ambientais e respetivo planeamento
para os alcanar (6.2), como tambm podem ser incorporadas nos processos do
SGA, com particular enfoque no planeamento e controlo operacionais (8.1), na preparao e resposta a emergncias (8.2), na monitorizao e medio e na avaliao
da conformidade (9.1.1 e 9.1.2).
As aes para tratar os R&O podem incluir, entre outras, evitar os riscos, eliminar a
origem do risco, alterar a probabilidade ou as consequncias, partilhar o risco, assumir o risco tendo noo do mesmo, adotar novas prticas, lanar produtos novos
ou melhorados, utilizar novas tecnologias, etc.
Algumas aes podem estar planeadas de modo integrado com exigncias de
outros SG que a Organizao adotou, por exemplo com:
o sistema de gesto da higiene e segurana no trabalho na vertente de planos de
emergncia integrados;
os processos do sistema de gesto da qualidade, tais como compras, design e
desenvolvimento ou mesmo monitorizao e medio de aspetos ambientais
dos processos de realizao;
a aquisio de matrias-primas de fontes sustentveis ou controladas em conjunto com requisitos de outros esquemas adotados pela Organizao (MSC
- Marine Stewardship Council para o abastecimento de pesca sustentvel ou
FSC - Forest Stewardship Council e PEFC - Pan European Forest Cetification
Scheme, para o abastecimento de produtos florestais provenientes de gesto
sustentvel da floresta ou de origens controladas, etc.).
os processos de negcio associados ao risco e sistemas de gesto da continuidade
de negcio, processos financeiros ou de gesto e recursos humanos, entre outros.
99
Outras aes podero estar includas no mbito da gesto da mudana e integradas

em projetos de novas instalaes, aquisies de equipamentos, desenvolvimento
de novos produtos, etc.
As aes podem ser do tipo rotina (controlo operacional, monitorizao, medio e
reporte, definio de metodologias ou prticas) ou do tipo pontual (substituio de
um mtodo produtivo por outro menos poluente, a identificao de fornecedores
alternativos para reduzir impactes na perspetiva de ciclo de vida).
Por fim, a eficcia das aes planeadas deve ser avaliada, o que facilitado pela
associao das aes aos R&O, aspetos ambientais significativos, obrigaes de
conformidade, ou a eventuais objetivos traados.
A Organizao pode estabelecer um plano genrico com a relao entre os R&O
determinados, os aspetos ambientais significativos e as suas obrigaes de conformidade, com as disposies planeadas do SGA (o que est abrangido por objetivos
e respetivo planeamento, o que est assegurado ao nvel do planeamento e controlo operacional, resposta a emergncias, o que monitorizado e medido, o que
alvo de projetos e aes especficas, o que est planeado e integrado com outras
prticas de gesto, etc.). Este plano genrico pode ser uma ferramenta para assegurar a sistematizao das aes e respetiva avaliao da eficcia.
No contexto da mudana particularmente relevante que a Organizao considere,
na medida aplicvel, as melhores opes tecnolgicas do ponto de vista ambiental
em equilbrio com os requisitos financeiros, operacionais e de negcio, avaliando,
assim, se as melhores tcnicas disponveis so econmica e financeiramente viveis, e se so apropriadas para alcanar os resultados pretendidos do SGA, nomeadamente a melhoria do desempenho ambiental.
Esta seco corresponde a 6.1.2 da ISO 9001, e ambas mantm, de forma

geral, o texto do Anexo SL com as devidas adaptaes aos temas respetivos.
A ISO 14001 requer, adicionalmente, que sejam consideradas as opes tecnolgicas e os requisitos financeiros, operacionais e de negcio, e relembra
que o planeamento das aes deve abranger as aes necessrias, no s
para tratar os R&O, como tambm os aspetos ambientais significativos e as
A integrao das prticas de planeamento no mbito do SGA com outros SG
est prevista e explicitada no anexo da ISO 14001, embora seja expectvel
que existam diferentes planeamentos com diferentes nveis de integrao ou
eventualmente sem integrao.
A considerao de opes tecnolgicas e de outros requisitos particularmente importante no contexto da gesto da mudana, pelo que se recomenda aqui a adoo de metodologias comuns e se relembra que a ISO 9001 tem
uma seco especfica dedicada a esta temtica, 6.3 Gesto das alteraes.
100
03
ISO 14001:2015
GUIA DO UTILIZADOR
6 PLANEAMENTO
O SGA da Organizao demonstra um planeamento de alto nvel que permite identificar quais os elementos do SGA que asseguram as aes para tratar os R&O, aspetos ambientais significativos e obrigaes de conformidade que determinou.
Os resultados de monitorizao, medio, anlise e avaliao, da avaliao da conformidade, ou outras disposies estabelecidas pela Organizao para este efeito,
permitem avaliar a eficcia das aes empreendidas.
A Organizao demonstra que minimiza ou controla os riscos e maximiza ou otimiza
as oportunidades.
Quando relevante, demonstra que considera as melhores opes tecnolgicas,
analisa a sua viabilidade e toma decises apropriadas e justificadas em relao s
mesmas.
Ligaes relevantes

7.2 Competncia
7.4 Comunicao
8. Operacionalizao
9.1 Avaliao do desempenho
Esta seco nova, na medida em que agora requerido um planeamento de aes

para tratar os aspetos ambientais significativos, as obrigaes de conformidade e os
R&O, quando anteriormente o planeamento apenas era mencionado para os objetivos, metas e programas (4.3.3). Adicionalmente a eficcia das aes deve ser avaliada.
101
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ISO 14001:2015
GUIA DO UTILIZADOR
6 PLANEAMENTO
6.2 OBJETIVOS AMBIENTAIS E PLANEAMENTO PARA OS ATINGIR
A seco 6.2 est dividida em 6.2.1 e 6.2.2, relativas aos requisitos para a definio
dos objetivos e ao seu planeamento, respetivamente.
A definio dos objetivos ambientais permite Organizao concretizar as orientaes definidas na sua poltica ambiental, planear aes que visem o seu alcance,
executar e acompanhar a sua realizao, bem como monitorizar e medir no sentido de avaliar o grau de concretizao desses objetivos. Em consonncia com os
compromissos estabelecidos na poltica, os objetivos devem definir resultados a
alcanar.
Por definio (ISO 14001, 3.2.5 e 3.2.6) um objetivo ambiental um resultado a ser
alcanado, definido pela Organizao e consistente com a sua poltica ambiental.
Os objetivos podem ser definidos a nvel estratgico, ttico e operacional. Por objetivos de nvel estratgico entendem-se objetivos genricos de alto nvel e que
se aplicam a toda a Organizao. Os de nvel ttico e operacional podem incluir
objetivos definidos ao nvel das unidades funcionais, tais como direes, departamentos, divises, unidades de negcio ou outras, bem como objetivos definidos
para funes relevantes. Por relevantes entendam-se nveis e funes que podem
ter impacto no desempenho da Organizao.
Os objetivos a estabelecer devem ter em conta os aspetos ambientais significativos,
as obrigaes de conformidade e os R&O determinados (ver 6.1). No entanto, isto
no implica a definio de um objetivo para cada aspeto ambiental significativo.
importante que os objetivos ambientais forneam uma indicao clara e objetiva
para as pessoas, devendo ser-lhes comunicados.
Segundo a ISO 14001, deve ser mantida informao documentada sobre os objetivos ambientais, devendo estes ser:
Consistentes com a poltica ambiental: os objetivos concretizam os resultados esperados, as intenes e os compromissos da poltica ambiental, pelo que
devem estar alinhados e ser consistentes, ou seja, abranger a globalidade dos
compromissos e orientaes da poltica.
Mensurveis: deve haver um meio inequvoco de determinar se foram ou no
atingidos. Os mtodos de medio podem ser qualitativos ou quantitativos.
Podem ser usados os indicadores mensurveis determinados pela Organizao
como necessrios para a avaliao do desempenho (ver 9.1.1) e que permitam
tambm avaliar o cumprimento dos objetivos. A ISO 14001 requer especificamente a mensurabilidade dos objetivos, se possvel, o que significa que reconhece
que h situaes em que no praticvel definir um objetivo mensurvel. Contudo importante que a Organizao determine se o objetivo ambiental foi atingido ou no.
Monitorizados: os objetivos ambientais devem ser acompanhados e devem ser
definidos prazos para a sua concretizao. O acompanhamento deve ser coeren-
103
te com o prazo final de concretizao e com as aes planeadas, assegurando a

possibilidade de medidas quando so detetados. Os objetivos cuja concretizao
possa estar associada a investimentos estruturais (tais como instalaes ou equipamentos) podem implicar prazos de concretizao alongados. A Organizao
deve definir o acompanhamento peridico que necessrio para verificar se os
objetivos esto a ser atingidos, devendo estes ser coerentes com o prazo final de
concretizao.
Comunicados: os objetivos devem ser comunicados Organizao e s pessoas
que trabalham sob o seu controlo e que tm a capacidade de influenciar o seu
alcance. boa prtica que na definio dos objetivos se envolvam as pessoas
responsveis ou que vo contribuir para a concretizao do resultado esperado.
Assim, todos os que participam na definio dos objetivos ficam comprometidos
com a sua concretizao e potenciada a motivao das pessoas envolvidas.
Atualizados: os objetivos ambientais devem ser coerentes com o contexto da
Organizao, com as expectativas e necessidades das PI e com os R&O. Sempre
que existam alteraes, os objetivos devem ser reavaliados e se necessrio redefinidos para se manterem atuais. importante manter a flexibilidade necessria
para a redefinio dos objetivos em determinadas condies, para que no
venham a constituir-se elementos de frustrao e, consequentemente, de desmotivao das pessoas.
importante que os objetivos sejam realistas, isto , suportados por uma justificao aceitvel baseada em condies previsveis e pela evidncia da alocao
de recursos adequados para atingir estes objetivos. A Organizao, na definio de
objetivos, poder ter de se suportar numa anlise de dados, de modo a definir indicadores apropriados e objetivos mensurveis e realistas.
Quando os objetivos so ambiciosos, podem ser estabelecidos objetivos ou metas
intermdias e respetivas aes de modo a obter ganhos, mesmo que pequenos, ao
longo do processo de implementao. Estes ganhos resultam em motivao para a
equipa e, assim, a melhoria e alcance global do objetivo torna-se mais fcil.
Para se atingir os objetivos ambientais fundamental colocar a questo como iremos atingir estes objetivos?. Consequentemente, deve ser implementado um planeamento (6.2.2). A ISO14001:2015 clara que este planeamento deve determinar:
o que vai ser feito,
com que recursos,
quem responsvel,
quando ser concludo,
como so avaliados os resultados, incluindo os indicadores necessrios para
medir o progresso.
Todos os objetivos devem estar suportados por aes, devendo ser claro como se
pretende que sejam alcanados.
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ISO 14001:2015
GUIA DO UTILIZADOR
6 PLANEAMENTO
A abordagem 5W2H (Who What When Where Why How How much) um
modo til de gerir objetivos e est alinhada com a norma, definindo:
O que deve ser feito?/ Como se vai fazer?
Quais os recursos necessrios?/ Quanto custa?
Quem responsvel?
Quando deve ser feito?
Tambm podem ser respondidas as seguintes questes:
Onde deve ser feito?
Porque deve ser feito?
Tanto quanto possvel, as aes para atingir os objetivos ambientais devero ser
integradas nos processos de negcio e ser coerentes com as aes estratgicas.
Apesar de no ser exigido um plano documentado, a Organizao dever determinar a informao documentada necessria para assegurar que efetua o correto
planeamento, execuo e monitorizao dos objetivos. Tal pode ser assegurado por
planos de aes, atas de reunio, registos informticos ou em papel, como tabelas
de acompanhamento de objetivos, tableaus de board, relatrios de acompanhamento, etc.
Dependendo da dimenso e complexidade da Organizao, pode ser apropriada a disponibilizao e manuteno de planos formais, bem como a conduo
de revises do seu progresso, de modo a proporcionar confiana no processo de
planeamento.
Esta seco corresponde a 6.2 da ISO 9001, que mantm o texto do Anexo SL
com as devidas adaptaes aos temas respetivos.
A ISO 14001 refora a necessidade da Organizao considerar a integrao
das aes para o alcance dos objetivos nos seus processos de negcio, constituindo-se como um claro convite integrao dos sistemas nas Organizaes que adotam simultaneamente os dois referenciais. Contudo, competir
Organizao uma deciso sobre esta integrao e, em caso positivo, determinar o modo como a realizar tendo em vista o seu contexto e orientao
estratgica.
105
A Organizao mantm informao documentada relativamente aos objetivos

ambientais.
Os objetivos so consistentes com a poltica ambiental, contribuindo para concretizao dos resultados pretendidos do SGA e dos compromissos da Organizao,
incluindo a melhoria do desempenho ambiental.
Os objetivos tm em conta os aspetos ambientais significativos, as obrigaes de
conformidade e os R&O. So mensurveis e monitorizados em intervalos adequados e compatveis com os processos de tomada de deciso que asseguram o alcance dos mesmos, caso sejam identificados desvios.
Os objetivos esto suportados por aes planeadas, assegurando o cumprimento
dos requisitos estabelecidos em 6.2.2.
A Organizao demonstra de que modo vai ao encontro dos objetivos ambientais,
nomeadamente pelo acompanhamento dos resultados das aes planeadas.
Ligaes relevantes

7.1 Recursos
7.4 Comunicao
8.1 Planeamento de controlo operacional
9.1.1 Monitorizao, medio, anlise e avaliao
Em relao ao disposto em 4.3.3 da edio anterior, foi eliminada a obrigatoriedade

de estabelecer metas para os objetivos. No entanto, foi explicitada a necessidade
de monitorizar, comunicar e atualizar os objetivos. Os critrios para a definio de
objetivos incluem agora os R&O determinados.
Apesar de na edio anterior ser j requerido um programa de gesto, agora h um
maior detalhe relativo ao planeamento dos objetivos ambientais, incluindo a sua
avaliao.
106
03
ISO 14001:2015
GUIA DO UTILIZADOR
7 SUPORTE
7.1 RECURSOS
7 SUPORTE
7.1 RECURSOS
A Organizao determina e disponibiliza os recursos necessrios para o estabelecimento, implementao, manuteno e melhoria contnua do SGA.
Aplicao
Conhecidos os resultados pretendidos, concretizados em objetivos, a Organizao

deve considerar os recursos necessrios para estabelecer, implementar, manter e
melhorar o SGA. Os recursos podem ser humanos, naturais, infraestruturas, tecnolgicos, financeiros, entre outros.
As Organizaes utilizam os recursos para atingir os seus objetivos. Nesse sentido,
podem considerar as capacidades e as restries dos recursos existentes e complementar com recursos externos, quando necessrio.
As seguintes questes devem ser consideradas quando se avalia a seco 7.1 da
norma:
Tenho os recursos adequados para atingir os resultados pretendidos, incluindo a
melhoria contnua?
Tenho a equipa adequada?
Os recursos esto a ser bem utilizados?
A produtividade boa?
As estruturas de suporte so adequadas?
A complexidade e interao das atividades e a competncia e experincia necessrias para a sua realizao com sucesso devem igualmente ser consideradas na
definio dos recursos necessrios ao SGA.
A ISO 14001:2015 requer que a Organizao determine os recursos necessrios e que
os assegure.
107
Na ISO 9001:2015 esta seco est extensamente desenvolvida em seis seces que determinam requisitos relacionados com os seguintes recursos:
pessoas, infraestrutura, ambiente para a operacionalizao dos processos,
recursos de monitorizao e medio, e conhecimento organizacional. Na
ISO 9001, os recursos devem ser determinados e assegurados ao nvel dos
processos necessrios do sistema, devendo cumprir os requisitos determinados nesta seco.
Relembra-se que a ISO 14001:2015, em 9.1.1, requer que sejam utilizados e
mantidos equipamentos de monitorizao e medio calibrados ou verificados, consoante apropriado, tal como a ISO 9001:2015, que tem uma seco
completamente dedicada aos recursos de medio e monitorizao (7.1.5).
As prticas a este nvel, em ambos os referenciais, podem ser integradas com
facilidade.
Quanto ao conhecimento organizacional e aos requisitos definidos na ISO
9001, foi j referido, na seco 4.4, a possibilidade de adoo de prticas
comuns.
Os resultados demonstram que a Organizao est a alcanar os resultados pretendidos com os recursos que determinou como necessrios e disponibiliza para
o SGA.
A eficcia da determinao dos requisitos relacionados com os recursos verificada
atravs de:
Indicadores de anlise do desempenho ambiental;
Reclamaes de PI.
Falhas sistemticas no alcance dos resultados pretendidos ou o incumprimento das
disposies planeadas, podem indicar deficincias na determinao ou disponibilizao de recursos.
A Organizao demonstra que rev periodicamente as necessidades de recursos
para estabelecer e manter o SGA.
Ligaes relevantes

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ISO 14001:2015
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7 SUPORTE
7.2 COMPETNCIA

Os requisitos desta seco mantm-se idnticos aos que constavam em 4.4.1 Recursos, atribuies, responsabilidades e autoridades da ISO 14001:2004. No entanto,
enquanto na edio anterior eram requeridos os recursos indispensveis, agora o
seu atributo necessrios.
7.2 COMPETNCIA
A Organizao determina, adquire, desenvolve e assegura as competncias das

pessoas necessrias para o bom desempenho ambiental e para o cumprimento das
suas obrigaes de conformidade.
Aplicao
As pessoas so recursos essenciais para o desempenho do SGA, melhoria do

desempenho ambiental e cumprimento das obrigaes de conformidade.
A norma usa a expresso pessoas sob o controlo da Organizao para se referir
a todas as pessoas que podem ter um impacto no SGA, sejam elas internas ou
externas, desde que estejam a atuar sob o seu controlo. Esto includas as pessoas
que trabalham na Organizao em regime de trabalho temporrio ou que realizam
processos e funes contratados a fornecedores externos, para os quais possa ser
necessrio determinar ou especificar competncias. Podem tambm ser pessoas
de empresas do mesmo grupo econmico.
fundamental que as pessoas possuam competncias consistentes com as funes, responsabilidades e autoridades que lhes so atribudas para serem bem-sucedidas, contriburem para um SG eficaz e para a melhoria. A Organizao deve
determinar as necessidades de formao associadas aos seus aspetos ambientais e
ao SGA de modo a assegurar as competncias a este nvel.
O Anexo A.7.2 clarifica que necessrio determinar os requisitos de competncia
para as pessoas cujo trabalho pode causar um impacte significativo no ambiente.
Essas pessoas necessitam de conhecer esse impacto e ter competncia para saber
como atuar.
Do mesmo modo, o anexo clarifica que todas as pessoas que tm funes, responsabilidades e autoridades definidas para o SGA devem ser competentes. Especifica
claramente que deve ser dada especial ateno s competncias necessrias para:
a) Determinar e avaliar os aspetos ambientais e as obrigaes de conformidade,
b) Contribuir para o alcance dos objetivos ambientais,
109
c) Responder a situaes de emergncia,

d) Realizar auditorias internas, e
e) Realizar avaliaes de conformidade.
Adicionalmente, ao nvel do planeamento e controlo operacional, quando a Organizao determina o tipo extenso de controlo requerido, dever considerar as
competncias requeridas para o mesmo, sejam as competncias tcnicas da Organizao para definir os controlos apropriados, sejam as das pessoas que trabalham
sob o seu controlo ou os seus contratados, o que explicitado em A.8.1
Competncia define-se como a capacidade de aplicar conhecimentos e habilidades para alcanar os resultados pretendidos. A Organizao deve determinar as
competncias necessrias no mbito do SGA, e garantir que as pessoas possuem
essas mesmas competncias. A competncia requerida deve ser demonstrada com
base na sua educao, formao ou experincia.
A ISO 10018 Gesto da Qualidade - Linhas de orientao para o envolvimento e
competncia das pessoas, pode ser utilizada para uma abordagem mais sistematizada a este tema. Nela referido ser boa prtica que as competncias sejam
determinadas em funo das responsabilidades e autoridades atribudas, e que os
requisitos de competncia podem tambm incluir o cruzamento com a estratgia
organizacional, os valores da Organizao, planos de negcio, polticas e reaes de
PI. O guia ISO 9001:2015 da APCER exemplifica algumas das boas prticas propostas
pela ISO 10018.
A Organizao poder implementar um processo de avaliao dos nveis atuais de
competncia das pessoas, identificando quaisquer limitaes ou lacunas. A aplicao de mtodos de avaliao do desempenho, o retorno da informao de PI, as
auditorias internas, a ocorrncia ou ausncia de no conformidades internas, so
exemplos de entradas para esse processo de avaliao.
Quando uma pessoa assume novas funes na estrutura, a Organizao dever
garantir a reavaliao das suas competncias para essas novas funes, bem como
a necessidade de treino adicional no SGA ou em aspetos ambientais.
Onde aplicvel, a Organizao deve tomar medidas para que as pessoas adquiram
as competncias necessrias e avaliar a eficcia das aes tomadas para desenvolver essas competncias.
A ISO 14001:2015 fornece exemplos de aes aplicveis: formao, orientao como
o coaching ou mentoring, reafectao das pessoas, recrutamento interno ou contratao de pessoas externas competentes. A eficcia das aes empreendidas deve
ser determinada. Em 8.2 Preparao e resposta a emergncia especificamente
requerido que a Organizao considere a necessidade de treinar as pessoas sob o
seu controlo ou outras PI relevantes como modo de as preparar para responder e
atuar em situaes de emergncia.
As Organizaes devem reter informao documentada, registos, como evidncia
110
03
ISO 14001:2015
GUIA DO UTILIZADOR
7 SUPORTE
7.2 COMPETNCIA
das competncias. Um certificado de participao num curso pode no ser uma

evidncia suficiente da competncia da pessoa, podendo ter de ser complementado por evidncia que passou numa avaliao de conhecimentos, ou numa avaliao efetuada em contexto de trabalho que avalia que a pessoa sabe aplicar esses
conhecimentos. Outra evidncia possvel seria, por exemplo, para o caso de um trabalhador promovido, existirem registos dos formadores internos envolvidos na sua
formao no posto de trabalho, que confirmam que esse trabalhador adquiriu as
competncias necessrias e est apto para desempenhar a funo de forma autnoma. As avaliaes de desempenho eventualmente existentes podem tambm
ser uma fonte de informao sobre as competncias adquiridas e aplicadas pelas
pessoas.
Esta seco idntica em ambos os referenciais e adota o texto comum do

Anexo SL sem alteraes.
Cada sistema requer competncias especficas, mas as prticas podem ser
integradas.
As Organizaes determinam os requisitos de competncias para as pessoas sob

o seu controlo, cujo trabalho afeta o desempenho ambiental, a eficcia do SGA e
as suas obrigaes de conformidade (ex: perfil de competncias, avaliao do
desempenho).
A Organizao assegura que as pessoas tm a competncia requerida.
A Organizao retm evidncias da competncia das pessoas, com base na escolaridade, formao e competncia.
Quando as pessoas no tm a competncia requerida, a Organizao toma aes
para as mesmas adquirirem essa competncia. Para tal, determina as necessidades
de formao associadas aos aspetos ambientais e ao SGA.
A eficcia das aes para adquirir competncias avaliada e demonstrada.
Exemplos de evidncias possveis:
Planos de aes para a aquisio das competncias, quando so identificadas limitaes, deficincias ou lacunas, e proviso dos recursos para a sua
implementao;
Planos e prestao de formao sobre o SGA e aspetos ambientais da
Organizao;
Observao e entrevistas com os colaboradores para verificar as competncias;
111
Anlise da eficcia das aes implementadas para alcanar a competncia

necessria sob a forma de resultados da avaliao do desempenho, identificao
de melhorias no desempenho ambiental, nos impactes ambientais, nos produtos e servios, cumprimento das obrigaes de conformidade, eficcia de aes
corretivas;
Matrizes de competncias que definam, para cada colaborador, as suas competncias; uso dessas mesmas matrizes como base para a afetao das equipas de
projeto com as competncias necessrias para ir ao encontro dos requisitos do
cliente;
Planos de desenvolvimento de competncias acordados com as pessoas, revistos e atualizados.
Ligaes relevantes

6. Planeamento
8.2 Preparao e resposta a emergncia
9.1.2 Avaliao de conformidade
A nova seco equivalente anterior 4.4.2 Competncia, Formao e Sensibilizao no que se refere competncia e formao, sendo a sensibilizao agora tratada em 7.3 Consciencializao. Porm apresenta algumas alteraes:
Os requisitos de competncia, nesta edio, dizem respeito s pessoas cujas
tarefas tm impacto no desempenho ambiental e na capacidade de cumprir as
obrigaes de conformidade, no se limitando s pessoas que executam tarefas
com potencial para causar impactes ambientais significativos.
Ao referir-se s pessoas que realizam trabalhos sob seu controlo, abrange agora
pessoas internas ou externas sob o seu controlo quando dantes se referia a pessoas que realizam tarefas para a Organizao ou em seu nome.
112
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ISO 14001:2015
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7 SUPORTE
7.3 CONSCIENCIALIZAO
7.3 CONSCIENCIALIZAO
As pessoas compreendem e esto conscientes da sua contribuio para a eficcia

do sistema e melhoria do desempenho ambiental.
Aplicao
Esta seco requer que as pessoas estejam conscientes da poltica ambiental da

Organizao, dos aspetos ambientais significativos associados com o seu trabalho
e dos impactes reais ou potenciais relacionados. Requer, tambm, que estejam
conscientes do seu contributo para a eficcia do SGA, onde se incluem os benefcios
da melhoria do desempenho ambiental e as implicaes das no conformidades
para com os requisitos do SGA, compreendendo tambm aquelas que derivam do
no cumprimento das obrigaes de conformidade da Organizao.
No contexto da norma, a designao consciente significa ter conhecimento,
entender e manter presente na conscincia, atuando em conformidade.
Tal como em 7.2, esta seco aplica-se s pessoas sob o controlo da Organizao.
Pretende-se que as pessoas saibam executar as suas tarefas e atividades de modo
a contriburem para o alcance dos resultados pretendidos do SGA e para a melhoria
do desempenho ambiental, estando conscientes do impacto que um desvio da sua
atividade face s disposies planeadas pode causar.
As Organizaes precisam de identificar quais as formas mais adequadas de assegurar que as pessoas esto conscientes. Podem ser usados diferentes meios: aes
de sensibilizao, formao, treino on-the-job, comunicao, auditoria interna, reunies individuais ou de equipa, apresentaes em grupo, sesses de debate, entrevistas de avaliao, entre outros. Iniciar a consciencializao na fase de integrao
das pessoas recm-chegadas Organizao uma boa prtica.
A consciencializao das pessoas relativamente aos pontos anteriores pode passar
por:
Promover a discusso da poltica ambiental para melhorar a sua compreenso, a
sua importncia e os seus benefcios para a Organizao;
Mostrar s pessoas a relao entre a poltica, os planos e controlos operacionais
e a sua atividade;
Envolver as pessoas na determinao e anlise de aspetos ambientais, informando e formando-as nos critrios usados para determinar a significncia e os resultados obtidos;
Alinhar as atividades das pessoas com os objetivos organizacionais;
Explicar as responsabilidades individuais no funcionamento eficaz dos processos
do SGA e na melhoria do seu desempenho ambiental;
113
Envolver as pessoas no planeamento das atividades e controlos operacionais e

definir as suas responsabilidades na obteno dos resultados pretendidos;
Informar as pessoas sobre as no conformidades, incluindo as relacionadas com
as obrigaes de conformidade que lhes esto associadas e interpret-las como
experincias teis de aprendizagem, para prevenir a sua recorrncia ou potenciais no conformidades similares (lies aprendidas).
Quando a norma fala na conscincia da poltica ambiental no pretende, com isto,
que as pessoas saibam recitar o texto da poltica ou que a tragam consigo. Pretende apenas que saibam da sua existncia, a finalidade da mesma e entendam o seu
papel para o alcance dos objetivos ambientais e cumprimento das obrigaes de
conformidade.

Cada sistema requer competncias especficas, mas as prticas podem ser
integradas.
A Organizao assegura a prestao da informao necessria e requerida para a

consciencializao das pessoas no mbito do SGA.
As pessoas entrevistadas demonstram a conscincia requerida para o desempenho das suas funes no mbito do SGA, o entendimento da poltica, dos aspetos
ambientais significativos e impactes associados, atuais ou potenciais, do modo
como as suas atividades contribuem para a eficcia do SGA e para um melhor
desempenho ambiental da Organizao.
Sabem as implicaes de um desvio aos requisitos do SGA, incluindo os relacionados com as obrigaes de conformidade.
As pessoas sabem da existncia da poltica ambiental da Organizao e esto conscientes das implicaes da mesma.
Ligaes relevantes

7.4 Comunicao
10. Melhoria
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7 SUPORTE
7.4 COMUNICAO
Trata-se de uma seco nova que autonomiza os requisitos relacionados com a

consciencializao das pessoas (4.4.2 da anterior edio), adquirindo uma posio
de maior relevo.
Em termos de contedo existem algumas alteraes, nomeadamente a introduo
dos temas melhoria do desempenho ambiental e obrigaes de conformidade.
7.4 COMUNICAO
A Organizao tem os processos necessrios para comunicar interna e externamente informao relevante e fidedigna para o SGA.
7.4.1 GENERALIDADES
Aplicao
A Organizao deve desenvolver, implementar e manter um ou mais processos de

comunicao necessrios para comunicar interna e externamente.
A norma no define quantos processos de comunicao devem existir. Em funo
da Organizao e do seu contexto pode ser estabelecido um processo nico que
abranja todos as entradas, sadas e atividades de comunicao, ou podem ser
estabelecidos processos de comunicao distintos, como por exemplo, para comunicao interna e externa ou comunicao com as autoridades. Do mesmo modo,
a Organizao pode incluir processos de comunicao associados a outros processos. exemplo disso incluir, nos processos de compra, os requisitos para o processo
de comunicao de requisitos ambientais relevantes a fornecedores externos.
Compete Organizao decidir qual o processo ou processos e determinar a necessidade de ter informao documentada sobre os mesmos, seja ao nvel de documentos (ver 7.5) seja ao nvel de registos, relembrando que a norma requer que seja
retida informao documentada necessria como evidncia da sua comunicao,
ou seja, devem ser mantidos registos que evidenciam a comunicao relevante.
O processo de comunicao um processo bidirecional. Assim, o Anexo A.7.4 esclarece que o estabelecimento deste processo deve permitir que a Organizao fornea e obtenha informao relevante, chamando a ateno para aquelas relacionadas com a informao dos seus aspetos ambientais significativos, o desempenho
ambiental, as obrigaes de conformidade e as recomendaes de melhorias.
115
No mbito dos processos de comunicao, a Organizao deve determinar:

a) O que comunicar:
sobre o SGA, os aspetos ambientais, as obrigaes de conformidade, as suas
atividades, os resultados obtidos incluindo desempenho ambiental e melhorias,
informao sobre aspetos ambientais dos produtos e servios que adquiram ou
comercializam;

qual a informao relevante a obter do exterior para assegurar a manuteno

do SG incluindo a gesto da mudana, tais como atualizao de obrigaes de
conformidade, conhecimento sobre novas tecnologias, comunicao proveniente de PI relevantes;
b) Quando comunicar: periodicamente, em reao a solicitaes externas,
em funo de tempos definidos pelas obrigaes de conformidade, etc.;
c) Com quem comunicar: s suas pessoas, aos seus clientes, aos seus fornecedores
e parceiros, a entidades legais e a outras PI no SGA;
d) Como comunicar: pessoalmente, por carta ou ofcio, em reunio, por newsletter,
no site ou redes sociais, publicidade, catlogos de produto, brochuras, folhetos,
comunicao social, relatrios pblicos, etc.
O processo de comunicao deve ter em conta obrigaes de conformidade que
incluam requisitos de comunicao e reporte que devem ser assegurados pela
Organizao. So exemplos de requisitos legais associados a comunicao: mapa
integrado de registo de resduos, registo anual de resduos industriais e hospitalares, leos usados, relatrios da monitorizao dos efluentes gasosos ou lquidos,
comunicao de monitorizao de emisses determinadas pelas entidades reguladoras ou includas nas licenas e autorizaes, comunicao com as autoridades no
mbito de processo de licenciamento, planeamento de resposta a emergncias, etc.
So exemplos de comunicao, no mbito de obrigaes de conformidade que a
Organizao determinou cumprir: declaraes EMAS, relatrios de sustentabilidade, clculo da pegada de carbono ou pegada hdrica, comunicao ao cliente sobre
a provenincia de uma matria-prima no mbito de uma cadeia de custdia associada sustentabilidade dos recursos, como sejam material lenhoso, pesca, leo de
palma ou outros, etc.
A comunicao no mbito das obrigaes de conformidade deve assegurar que
transmitida de acordo com os requisitos determinados para essa comunicao,
quanto ao contedo e qualidade da informao, o tempo e meio de apresentao.
De modo a facilitar o controlo da comunicao de obrigaes de conformidade, a
mesma poder ser planeada numa tabela, com indicao da obrigao de conformidade, do contedo, forma e periodicidade da informao, bem como das responsabilidades pela recolha, tratamento, envio e controlo da informao.
A Organizao deve assegurar a qualidade da informao a comunicar, nomeadamente a sua consistncia e fiabilidade. A comunicao deve ser transparente, apropriada ao pblico a comunicar, precisa, rigorosa, verdadeira, baseada em factos e
116
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7 SUPORTE
7.4 COMUNICAO
percetvel pelas PI. Isto implica que os processos conducentes implementao

deste requisito estejam articulados com a recolha e tratamento de dados no mbito
do SGA.
Uma Organizao que comunica de forma transparente uma Organizao que
est disposta a comunicar a origem da informao reportada, o modo como obtida, que no exclui informao relevante e que no a apresenta de modo a, intencionalmente, causar interpretaes errneas do que est a ser comunicado. Naturalmente, a Organizao no tem de comunicar tudo a todas as PI, mas quando o faz,
deve assegurar-se que o est a fazer de forma transparente.
Em funo das necessidades e expectativas das PI relevantes, a Organizao deve
assegurar que a comunicao satisfaz essas necessidades e que percetvel, ou seja,
feita de uma forma que vai ser compreendida pelo recetor a que se destina. Isto
implica que, para determinadas PI, a comunicao pode ter de ser bastante tcnica,
enquanto para outras pode ser necessrio usar uma linguagem comum e clarificar
alguns dos conceitos necessrios para que a informao possa ser compreendida.
O processo de comunicao deve assegurar que a Organizao responde a comunicaes relevantes sobre o seu SGA, tais como questes colocadas por PI ou outras,
opinies positivas ou negativas, incluindo reclamaes ambientais. Todas as comunicaes devero ser alvo de tratamento adequado, devendo ser dada uma resposta clara no caso de reclamaes.
A anlise da informao proveniente de pedidos de informao de PI que comunicam os seus pontos de vista pode ser uma fonte de informao relevante para
identificar oportunidades de melhoria para o SGA.
A Organizao pode considerar desenvolver um plano de comunicao interno e
externo abrangendo toda a comunicao desenvolvida, seja ela relevante para o
SGA ou para os processos de negcio da Organizao.
7.4.2 COMUNICAO INTERNA
Aplicao
A comunicao interna, entre os diversos nveis e funes da Organizao, tem como

objetivo facilitar o entendimento e a cooperao de todos os colaboradores envolvidos no desempenho ambiental, para assegurar a implementao eficaz do SGA.
O processo de comunicao interna deve permitir que as pessoas que trabalham
sob o controlo da Organizao possam contribuir para a melhoria contnua, o que
implica a existncia de processos de comunicao direcionais que permitam s
pessoas receberem e transmitirem informao relevante. Implica tambm refletir
sobre se os processos de comunicao so adequados para receber propostas de
melhoria por parte das pessoas, ou se estes podem ser desenvolvidos de modo a
estimular uma contribuio mais ativa para a melhoria.
117
Em diversas seces da norma so identificadas questes a serem comunicadas

internamente, que se sintetizam na tabela. A Organizao pode decidir comunicar
internamente sobre outros temas que considere relevantes, nomeadamente para
assegurar que as pessoas contribuem para a melhoria contnua.
SECO
118
COMUNICAO
5.1 Liderana
e compromisso
A gesto de topo deve comunicar a importncia

de uma gesto ambiental eficaz e da sua
conformidade.
5.2 Poltica
ambiental
A poltica ambiental deve ser comunicada no seio

da Organizao.
5.3 Funes,
responsabilidades
e autoridades
Assegurar que so comunicadas as

responsabilidades e autoridades para funes
relevantes.
6.1.2 Aspetos
ambientais
A Organizao deve comunicar os seus aspetos

ambientais significativos.
6.2.1 Objetivos
ambientais
Os objetivos ambientais devem ser comunicados.
8.1 Planeamento
e controlo
operacional
Considerar a necessidade de dar informao sobre

potenciais aspetos ambientais significativos dos
seus produtos e servios, associados a fases do
ciclo de vida posteriores tais como transporte,
entrega, uso tratamento fim de via ou disposio
final.
8.2 Preparao e
resposta a
emergncia
Dar informao relevante associada a preparao

e resposta a situaes de emergncia s pessoas
sob o controlo da Organizao e outras partes
interessadas relevantes.
9.1.1
Monitorizao,
medio, anlise
e avaliao.
Generalidades
A Organizao deve comunicar informao

relevante do seu desempenho ambiental, tanto
interna como externamente.
03
ISO 14001:2015
GUIA DO UTILIZADOR
7 SUPORTE
7.4 COMUNICAO
7.4.3 COMUNICAO EXTERNA

Aplicao
A Organizao deve assegurar que comunica a informao que determinou como

relevante no seu processo de comunicao externa (7.4.1), no mbito das obrigaes de conformidade e da resposta a solicitaes de PI e de outras necessidades
de comunicao adicional por si determinadas.
Os processos de comunicao devem permitir obter informao necessria para
assegurar a manuteno do SGA e a gesto da mudana que lhe est implcita (4.4).
Adicionalmente, na seco 8.1 requer-se que, em coerncia com a perspetiva de
ciclo de vida, exista comunicao com os fornecedores externos sobre requisitos
ambientais e comunicao de informao sobre potenciais impactes ambientais
significativos associados aos produtos servios da Organizao.
Relembra-se que o mbito do SGA e a poltica ambiental devem estar disponveis
s PI relevantes. Compete Organizao determinar, no mbito do seu processo de
comunicao, se o vai fazer proactiva ou reactivamente.
Na ISO 9001 esta seco menos desenvolvida, requerendo que sejam determinadas as necessidades de comunicao interna e externa, no requerendo
que seja estabelecido um processo de comunicao. Tal como na ISO 14001,
a ISO 9001 requer que seja determinado o que comunicar, quando, a quem e
como. Adicionalmente, requer que seja determinado quem comunica.
Em diversas seces da ISO 9001 so determinados requisitos para comunicao externa, como a comunicao a fornecedores externos ou a comunicao
com o cliente, entre outros. Tambm ao nvel da comunicao interna existem
diferentes seces, tais como a comunicao da poltica, dos objetivos, etc.
As necessidades e contedos de informao em ambos os sistemas mantm
pontos comuns e apresentam divergncias sobre contedos, PI relevantes, etc.
Compete Organizao determinar em que medida pretende uma abordagem integrada e sistmica a toda a comunicao, estabelecendo um processo integrado. Pode considerar apenas a integrao parcial, como por exemplo: comunicao sobre requisitos de produtos e servios, comunicao a
fornecedores, ou manter abordagens separadas.
119
A Organizao tem um ou mais processos para a comunicao interna e externa,

que determinam o que comunicar, quando, com quem e como.
O processo tem em conta as obrigaes de conformidade relativas a comunicao.
A informao documentada adequada e suficiente para assegurar o cumprimento
dos requisitos relativos aos processos de comunicao.
A informao transmitida pela Organizao apropriada aos destinatrios.
A Organizao demonstra transparncia no processo de comunicao.
A informao comunicada pela Organizao verdadeira, rigorosa e factual e fivel,
sendo consistente com a informao gerada pelo SGA.
O processo de comunicao assegura que a comunicao relevante para manter o
SGA e gerir a mudana recebida.
So mantidas evidncias da comunicao interna e externa efetuada.
As entrevistas realizadas s pessoas que trabalham sob o controlo da Organizao
permitem avaliar o processo de comunicao interna acerca dos objetivos ambientais, aspetos ambientais significativos, obrigaes de conformidade e contribuio
para a melhoria contnua que estejam relacionados com as suas atividades.
Ligaes relevantes
4.1 Compreender a organizao e o seu contexto

A comunicao na ISO 14001:2004 era tratada na seco 4.4.3, tendo, na presente

edio, um conjunto de requisitos para comunicao interna e externa bem mais
desenvolvido e requerendo uma comunicao mais alargada.
A anterior norma requeria um procedimento; agora requer um processo.
120
03
ISO 14001:2015
GUIA DO UTILIZADOR
7 SUPORTE
7.5 INFORMAO DOCUMENTADA
A comunicao externa bastante mais desenvolvida e clarificada nesta verso da

norma, sendo agora considerada a necessidade de determinar todas as comunicaes relevantes para o SGA. Clarifica que o processo de comunicao bidirecional
e que se aplica quer informao transmitida quer recebida.
Esta seco mais exigente que a de 2004 ao detalhar o que deve ser considerado
na determinao da comunicao, nomeadamente o qu, quando, quem e como, e
ao enfatizar a comunicao relacionada com obrigaes de conformidade.
A verso anterior permitia que a Organizao decidisse no comunicar externamente sobre aspetos ambientais significativos desde que registasse essa deciso, opo
que j no existe nesta edio. Na presente edio, a Organizao deve responder a
comunicaes relevantes sobre o SGA, incluindo reclamaes.
Esta verso requer a necessidade da veracidade da informao e correspondncia
com a informao gerada pelo sistema.
A comunicao interna agora requerida para todas as pessoas que realizam trabalhos sob o controlo da Organizao, e considera a comunicao que contribui para
a melhoria contnua.
A Organizao suporta o seu SGA e o alcance dos resultados pretendidos em informao documentada, controlada e atualizada.
7.5.1 INFORMAO DOCUMENTADA | GENERALIDADES
Aplicao
O conceito de informao documentada foi introduzido no Anexo SL das diretivas

da ISO, referindo que informao em qualquer formato e meio de suporte, papel,
magntico, disco de computador ou tico, imagem, amostras, proveniente de qualquer fonte.16
O conceito de informao documentada engloba aquilo que anteriormente era
conhecido como documentos e registos. No Anexo A.2, a ISO 14001 clarifica que no
requerido que as Organizaes substituam a terminologia usada na anterior edio (documentao, protocolos) pelo novo termo informao documentada.
Nas edies anteriores, onde era referido registos, para referir documentos que
evidenciam a conformidade com requisitos, usada agora a expresso reter informao documentada. A referncia necessidade de documentos referida pela
expresso manter informao documentada.
16 3.3.2 da ISO 14001:2015
121
No Anexo A.7.5, a ISO 14001 refere claramente que a informao documentada deve
ser a suficiente e adequada para assegurar um sistema eficaz, evitando burocratizao desnecessria e que no contribui nem para eficcia do sistema nem para
o desempenho ambiental. Refere, tambm, que pode ser aproveitada informao
documentada criada para outros fins, e que a informao documentada do SGA
pode estar integrada com outra informao documentada. Compete Organizao
determinar qual a informao que suporta o seu SGA, em que meio, quais as fontes,
quais os formatos. Ao determinar a informao documentada que vai manter e reter,
para alm daquela que requerida pela norma, a Organizao dever ponderar a
sua dimenso, tipo de atividade, processos, produtos e servios, a necessidade de
demonstrar o cumprimento das suas obrigaes de conformidade, a complexidade
dos processos e suas interaes e, finalmente, a competncia das pessoas que trabalham sob o seu controlo. A Organizao pode ainda optar por criar documentao adicional com o propsito de transparncia, responsabilizao, continuidade,
consistncia, para efeitos de formao ou para facilitar o processo de auditoria,
como clarifica o seu anexo.
A ISO 14001:2015 define, em diversas seces, qual a informao documentada que
requer e que a Organizao deve assegurar.
INFORMAO DOCUMENTADA QUE DEVE SER MANTIDA

PELA ORGANIZAO REQUERIDA PELA ISO 14001:
mbito do SGA (4.3).

Poltica ambiental (seco 5).
Riscos e oportunidades que necessitam de ser tratados (6.1.1).
Aspetos e impactes ambientais, critrios para determinar significncia
e aspetos ambientais significativos (6.1.2).
Obrigaes de conformidade (6.1.3).
Objetivos ambientais (seco 6.2).
Informao documentada na medida adequada para ter confiana de que
os processos esto a ser executados como planeado (6.1.1, 6.1.2, 6.1.3, 6.1.4,
8.1 e 8.2).
122
03
ISO 14001:2015
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7 SUPORTE
INFORMAO DOCUMENTADA, REQUERIDA PELA ISO 14001:2015,

QUE DEVE SER RETIDA PELA ORGANIZAO, REGISTOS:
Evidncias de competncia das pessoas (7.2).

Evidncia da comunicao (7.4).
Resultados da avaliao do desempenho e da eficcia do SGA (9.1.1).
Evidncia dos resultados da avaliao da conformidade (9.1.2).
Evidncias da implementao do programa de auditoria e os respetivos
resultados das auditorias (9.2.2).
Evidncias dos resultados da reviso pela gesto (9.3).
Evidncias da anlise de causas das no-conformidades e quaisquer aes
subsequentes tomadas (10.2).
Registos de no conformidade e aes corretivas (10.2).
Registos resultantes das obrigaes de conformidade.
Informao documentada que a Organizao determina que necessrio
reter como evidncia da conformidade para com as disposies planeadas,
e para assegurar a eficcia do SGA.
Para as Organizaes que atualmente j tm implementado um SGA de acordo com

a ISO 14001:2004, as alteraes resultantes da introduo do conceito de informao documentada, para alm da terminologia usada, no so muito significativas,
e devero ser entendidas como fceis de implementar em termos de transio para
ISO 14001:2015, na sua seco 4.4.4 Documentao.
ISO 14001:2015
ISO 14001:2004
7.5 Informao Documentada
4.4.4 Documentao
7.5.1 Generalidades
4.4.5 Controlo dos documentos
7.5.2 Criao e atualizao

4.5.4 Controlo de registos
7.5.3 Controlo da documentao

documentada

4.5.4 Controlo de registos
123
Relativamente terminologia da ISO 14001:2015, agora a Organizao mantm informaes documentadas (documentos) e retm informao documentada (registos).
Apesar da introduo desta terminologia, a Organizao pode continuar a referir-se
a documentos e registos.
Esta edio no requer a descrio dos principais elementos do SGA e suas interaes nem procedimentos documentados, competindo Organizao determinar
o tipo e formato de informao documentada que necessita. Esta alterao no
implica que as Organizaes descartem os procedimentos j documentados e as
descries existentes do seu SGA.
A presente edio requer que a Organizao estabelea, implemente e mantenha
processos onde na anterior se referia a procedimentos (ver 4.4).
7.5.2 CRIAO E ATUALIZAO
Aplicao
Esta seco define os requisitos e as atividades que asseguram a correta criao e

atualizao da informao documentada. Aplicando este requisito, os documentos
do SGA estaro:
Identificados e descritos, como por exemplo com um ttulo, referncia, data,
autor, verso ou edio, descrio do tipo de documento, etc.;
Num formato e suporte adequados ao uso: em papel, em formato eletrnico,
como instrues numa aplicao informtica, num esquema grfico, etc.;
Revistos e aprovados para assegurar que so adequados: a evidncia da reviso
e aprovao pode ser feita por assinatura, pela introduo num software ou colocao numa pasta de ficheiros especfica por uma pessoa autorizada, etc.
boa prtica que a Organizao determine regras para a aplicao deste requisito
de modo uniforme, ou seja, como so criados e atualizados os seus documentos.
No sendo requisito que estas regras sejam mantidas como informao documentada, a Organizao pode considerar faz-lo para que sejam conhecidas e seguidas pelos envolvidos, assegurando a comunicao eficaz atravs da informao
documentada.
Este requisito manteve-se quase idntico ao estabelecido na verso anterior, em

4.4.5 para controlo de documentos e 4.5.4 para controlo de registos, sendo que
agora se aplica a qualquer tipo de informao documentada, ou seja, ao que antes
eram documentos e registos.
Contudo, relembra-se que, por natureza, um registo evidencia uma ao, um acontecimento, pelo que no alvo de atualizao. O suporte em que ele feito, quando
pr-determinado, como um impresso, template ou campos de uma aplicao, que
pode ser alvo de atualizao.
124
03
ISO 14001:2015
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7 SUPORTE
No requerido procedimento documentado para definir os controlos da documentao. No entanto, de todo o interesse que estas prticas estejam estabelecidas e possam ser seguidas por todas as pessoas. A Organizao deve criar e
atualizar informao documentada, pelo que poder decidir manter estes procedimentos, revendo-os quanto sua adequabilidade para o uso pretendido.
7.5.3 CONTROLO DA INFORMAO DOCUMENTADA
Aplicao
A documentao do SGA deve ser controlada. O controlo da documentao deve

assegurar que a informao documentada est disponvel no local e momento
apropriado, e adequada para o uso pretendido. Por exemplo, os procedimentos
operativos esto disponveis no computador da linha de operao, ou em papel no
gabinete do supervisor, facilmente acessveis a quem necessita de os consultar.
A Organizao deve assegurar a sua proteo. A informao documentada est
protegida de perda de confidencialidade, de alteraes indesejadas, uso indevido,
extravio atravs de regras definidas e aplicadas para o efeito, deteriorao ou eliminao. Sendo o suporte da informao digital, o controlo passa por estabelecer
regras de acesso e nveis de permisso de leitura ou escrita, backups, etc.
Em 7.3.5. so definidas, claramente, as operaes que asseguram o adequado controlo dos documentos que a Organizao deve assegurar atravs de prticas definidas, que so apresentadas na figura seguinte.
Distribuio
e acesso
Armazenagem
e proteo
Controlo
de alteraes
Reteno
e disposio
Figura 11: Atividades de controlo da informao documentada
A informao documentada de origem externa, que a Organizao determina como

necessria para o SGA, deve ser controlada do mesmo modo. Exemplo: legislao,
normas, comunicao com entidades oficiais, cadernos de encargos, fichas de
materiais, etc.
Podem ser usadas ferramentas de gesto documental, suportadas por workflows
de edio, reviso e validao.
No caso dos suportes digitais, pode ser necessrio rever os controlos de acesso
(senhas ou logins) e nveis de permisso, para garantir que se mantm apropriados.
A Organizao ter de considerar como esses sistemas so protegidos quando as
125
senhas so perdidas, e como a informao preservada, na eventualidade da indisponibilidade de acesso ao sistema.

A Organizao deve determinar as suas regras para a aplicao deste requisito. No
sendo requerido que sejam mantidas como informao documentada, pode considerar faz-lo.
A transio de suportes fsicos para digitais implica que as Organizaes tenham um
maior conhecimento das metodologias de controlo da informao documentada
nestes suportes, nomeadamente permisses de acesso, metodologias de backup,
proteo de servidores e redes informticas, de modo a garantir a segurana e integridade da informao.
Este requisito manteve-se idntico ao estabelecido na verso anterior.

A Organizao pode, assim, definir prticas e suportes comuns para criao,
atualizao e controlo da informao documentada. O nvel de documentao e de integrao da informao documentada, para suportar cada um
dos sistemas, deve ser decidido pela Organizao.
Atendendo a que em ambos os referenciais se pretende que a documentao
suporte o sistema, mas que no seja o sistema em si, criando complexidade
e burocratizaes desnecessrias, h toda a vantagem numa abordagem
integrada e consistente ao tema da informao documentada na Organizao, evitando inconsistncias ou redundncias.
A Organizao evidencia que determinou a informao documentada que deve

manter para um SGA eficaz. Esta inclui a que especificamente requerida pela ISO
14001:2015 e a determinada por obrigaes de conformidade.
So exemplos de informao documentada, mapas de processo, organogramas,
procedimentos, instrues de trabalho, especificaes, comunicaes internas e
externas, ordens de servio, planos de monitorizao, planos estratgicos, formulrios, workflow de processos onde os critrios de operao esto descritos e so
acessveis pelas pessoas que deles necessitem, aplicaes de gesto documental,
bases de dados, etc.
A informao documentada est identificada e descrita, estabelecida num formato
126
03
ISO 14001:2015
GUIA DO UTILIZADOR
7 SUPORTE
e meio determinados, e demonstra ser revista e aprovada para assegurar que adequada. A informao documentada mantida atualizada.
A informao documentada da Organizao est controlada de acordo com os
requisitos estabelecidos nesta seco, estando acessvel, apropriada para utilizao
e protegida. A informao armazenada em suporte digital preservada por backups
ou redundncias que garantem a sua preservao e integridade.
Ligaes relevantes
Em Aplicao listada a informao documentada requerida pela norma e as seces onde pode ser encontrada.
A seco 7.5 transversal a toda a norma na medida em que a Organizao deve
refletir sobre a informao documentada que necessita manter e reter para assegurar a eficcia do SGA, na aplicao dos requisitos da ISO 14001:2015.
127
8 PLANEAMENTO
8.1 PLANEAMENTO E CONTROLO OPERACIONAL
A Organizao planeia, executa e controla os processos, internos ou subcontratados, necessrios para o cumprimento dos requisitos do SGA, de forma coerente
com a perspetiva de ciclo de vida.
Aplicao
A presente seco corresponde fase Fazer, Do, do ciclo PDCA, e operacionalizao do sistema de modo a assegurar os resultados pretendidos e a implementar
as aes determinadas na fase de planeamento (6), sejam as aes para tratar os
aspetos ambientais significativos, as obrigaes de conformidade, os R&O ou sejam
aes para assegurar a concretizao de objetivos ambientais.
A figura seguinte apresenta os principais temas tratados nesta seco.
Processos, controlo
e critrios
operacionais
Gesto das
alteraes
Controlo e influncia
dos contratados e
fornecedores externos
Perspetiva de ciclo
de vida
Design e
desenvolvimento
Requisitos ambientais
para compra de
produtos e servios
Comunicao sobre
produtos e servios
Processos, controlo e critrios operacionais
Figura 12: Temas principais do planeamento e controlo operacional.
128
03
ISO 14001:2015
GUIA DO UTILIZADOR
8 PLANEAMENTO
A Organizao deve estabelecer, implementar, controlar e manter os processos

necessrios para assegurar os resultados pretendidos do SGA. Estes devem estar
suportados em critrios operacionais e controlados de acordo com os mesmos.
A Organizao deve determinar a informao documentada necessria para ter
confiana que os processos so levados a cabo conforme planeado. Numa lgica
de processos, devero ser determinadas as necessidades de recursos, as pessoas
envolvidas e competncias requeridas, bem como a necessidade de definir responsabilidades e autoridades necessrias para assegurar os resultados pretendidos.
O tipo e extenso do controlo operacional dependem dos R&O identificados, dos
aspetos ambientais significativos e das obrigaes de conformidade. Ao selecionar
o tipo e extenso de controlo deve atender-se a fatores de contexto interno como a
competncia e experincia das pessoas, a rotatividade do pessoal, a complexidade,
bem como significncia ambiental das atividades e os riscos que dela decorrem.
O Anexo A.8 fornece vrios exemplos de mtodos possveis, que podem ser usados
individualmente ou em combinao. A Organizao pode optar por diferentes prticas de controlo tais como:
Estabelecer procedimentos ou instrues de trabalho para que os processos
sejam realizados de modo especificado;
Controlar parmetros de processo atravs da tecnologia (controlos de
engenharia);
Desenhar os processos de modo a prevenir erros e assegurar resultados consistentes (sistemas anti erro, redundncias, poke-yoke);
Alocar pessoas competentes;
Monitorizar e medir os processos para assegurar o seu controlo;
Determinar a informao documentada necessria, incluindo documentos e
registos.
Os controlos podem, por exemplo, determinar a eliminao ou substituio duma
matria-prima, componente, atividade, equipamento ou infraestrutura, para eliminar ou minimizar efeitos adversos. Os controlos podem tambm ter um carter
administrativo, assegurando, por exemplo, a monitorizao e medio para verificar
que a conformidade com as obrigaes mantida.
A adequabilidade dos controlos dever ser avaliada periodicamente. Os resultados
da avaliao de desempenho (ver 9.1.1 e 9.1.2) devero fornecer informao relevante para permitir fazer esta avaliao.
129
GESTO DAS ALTERAES
A Organizao deve ainda considerar as alteraes planeadas, assim como as

alteraes no planeadas, as quais devem ser controladas de modo a assegurar a
mitigao de quaisquer efeitos adversos no ambiente e de manter a integridade do
SGA. Ver tambm 4.4 e 6.1 sobre a gesto da mudana.
CONTROLO E INFLUNCIA DOS
CONTRATADOS E FORNECEDORES
Devem ser tidas em conta as atividades contratadas, considerando os aspetos

ambientais de controlo direto e os que pode influenciar.
O tipo, extenso e controlo sobre fornecedores externos e contratados uma
deciso da Organizao, determinados, entre outros fatores, pelo grau de controlo
e influncia da Organizao. Neste ponto torna-se relevante clarificar o que um
processo contratado. Tal como referido em A.8.1, um processo contratado faz parte
do mbito do SGA se cumprir todas as seguintes condies:
parte integrante do funcionamento da Organizao;
necessrio para o SGA atingir os resultados pretendidos;
A responsabilidade pelo cumprimento dos requisitos relativos a esses processos
ou suas sadas da Organizao;
A perceo das PI relevantes sobre a relao entre a Organizao e o fornecedor,
de que o processo assegurado pela Organizao.
Assim, no caso dos processos contratados que cumprem todas estas condies,
espera-se que a Organizao tenha um tipo e extenso de controlo equivalente
ao dum processo que realiza apenas com recursos internos. Posto isto, relembra-se que poder ter um controlo direto sobre aspetos ambientais relacionados com
o objeto do contrato e apenas de influncia sobre outros aspetos ambientais dos
contratados.
Para decidir o tipo e extenso de controlo sobre contratados ou fornecedores externos, requerido nos seus processos de Procurement para controlar os contratados ou
fornecedores externos, a Organizao dever obter o conhecimento suficiente sobre
os fatores que lhe permitem decidir sobre as prticas de controlo mais eficazes.
Recursos requeridos, incluindo o conhecimento e as competncias para controlar o processo, quer do contratado, quer da Organizao: Quem detm os recursos necessrios, as condies, o conhecimento e a competncia para assegurar o
controlo adequado, a Organizao, o contratado ou uma combinao dos dois?
130
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8 PLANEAMENTO
Os riscos do produto ou servio fornecido no alcance dos resultados pretendidos do SGA: Qual o potencial impacte ambiental que queremos prevenir e qual
sua gravidade, incluindo um incumprimento de uma obrigao de conformidade?
As oportunidades de melhoria possveis de obter: Que oportunidades de
melhoria de desempenho ambiental podemos obter?
A medida em que o controlo do processo partilhado entre a Organizao e
o fornecedor externo: O que ns e os nossos fornecedores fazemos para controlar
este processo? Quais as nossas responsabilidades no mesmo? Podemos partilhar
riscos e assegurar controlos em conjunto, criando sinergias?
A capacidade de obter o controlo necessrio atravs dos processos globais de
compras: Conseguimos ter impacto atravs do processo de compra e contribuir
para os resultados pretendidos? Ou temos de assumir que no exequvel nas
condies atuais (a serem revisitadas no mbito da gesto da mudana)?
Na medida apropriada e possvel, a Organizao poder selecionar:
Os seus fornecedores de bens ou servios, incluindo atividades temporrias
contratadas ou em regime de prestao de servios, como por exemplo obras,
manuteno, servios de limpeza, vigilncia, logstica, servios mdicos, servios
de catering;
As pessoas que trabalham em seu nome;
Com base nas suas capacidades tcnicas e organizativas, para que estes respeitem no s os requisitos definidos pela Organizao no SGA, como tambm as
Alternativamente, poder considerar a possibilidade de dotar os seus fornecedores
externos ou as pessoas que trabalham em seu nome das competncias requeridas,
qualificando-as. Esta , de resto, uma medida que se constitui como uma melhoria
de desempenho j que contribui para uma maior conscincia ambiental na sociedade e reveste-se de um carter menos discriminatrio, sendo por isso mais inclusiva. A opo por uma ou por outra uma deciso da Organizao que depende da
sua anlise de contexto, dos riscos e das oportunidades determinados.
Em suma, a Organizao deve analisar o modo como os seus contratados e fornecedores podem afetar a sua capacidade de gerir os seus aspetos ambientais significativos, o alcance dos objetivos ambientais, o cumprimento das obrigaes de conformidade e determinar o modo como podero ser controlados ou influenciados.
Os controlos operacionais determinados como necessrios, sejam de controlo ou
influncia, tais como informao documentada, comunicao com o fornecedor,
contratos ou acordos com os fornecedores e contratados devem ser integrados no
SGA e dever ser verificada a sua implementao eficaz.
No caso dos servios contratados diretamente pela Organizao, as formas de controlo operacional a exercer podem ser mais diretas, por exemplo, atravs do uso de
critrios ambientais na seleo e avaliao de fornecedores, definio de requisitos
contratuais, exigncia de registos de comprovao do cumprimento de requisitos,
131
monitorizao do desempenho do fornecedor, auditorias e outras formas de controlo que a Organizao considere.
PERSPETIVA DE CICLO DE VIDA
Ao determinar os aspetos ambientais significativos, a Organizao deve considerar

a perspetiva de ciclo de vida para determinar o grau de controlo e influncia que
pode ter nas diferentes fases do ciclo de vida. Consistente com o que determinou
nessa fase (6.1.1), dever estabelecer os controlos adequados.
O SGA no se deve centrar apenas no controlo dos aspetos ambientais significativos
controlados diretamente pela Organizao, classicamente associados a obrigaes
de conformidade, tais como a gesto de resduos, emisses, efluentes, consumos
de recursos, etc. Deve tambm existir a preocupao de controlar e influenciar o
impacte ambiental a montante e a jusante da Organizao, na medida em que
Organizao puder atuar diretamente ou influenciar.
A Organizao dever considerar, na medida apropriada, processos como compras,
vendas, marketing, design e desenvolvimento, produo, prestao do servio,
manuteno, monitorizao dos produtos e servios, embalamento, armazenagem,
transporte, distribuio e atividades ps-entrega para determinar em que medida
necessria a implementao de critrios de operao nesses processos. A Organizao possui autonomia para determinar os critrios e controlos, podendo determinar prioridades de atuao.
Esta verso da norma refere a necessidade de serem estabelecidos controlos,
consistentes com a perspetiva do ciclo de vida do produto, tanto relacionados
diretamente com as caratersticas dos produto e servios, como com o conjunto
de atividades com ele relacionadas, desde a explorao, colheita e produo de
matrias-primas e subsidirias, transporte e cadeia de abastecimento, recursos utilizados na sua produo, at armazenagem, distribuio, venda, transporte, uso e
fim-de-vida do produto.
DESIGN E DESENVOLVIMENTO
Na perspetiva de ciclo de vida, as Organizaes que so responsveis pelo design e

desenvolvimento dos seus produtos e servios, seja para novos produtos ou alterao dos existentes, devem considerar no seu processo de design e desenvolvimento
o levantamento das entradas associadas a requisitos ambientais para os produtos
e servios. Em funo da natureza do produto e do grau de controlo e influncia, a
Organizao dever considerar os requisitos ambientais ao nvel de cada fase do
ciclo de vida do produto.
132
03
ISO 14001:2015
GUIA DO UTILIZADOR
8 PLANEAMENTO
No design e desenvolvimento, a Organizao pode tambm considerar a avaliao

do conhecimento existente, decorrente da anlise do contexto e das necessidades e
expectativas de PI, para identificar tendncias futuras que se possam constituir como
oportunidades ou riscos, tais como novo conhecimento sobre perigosidade ambiental das matrias-primas, tendncias de legislao e novas restries, preocupaes
sobre uso de recursos, posicionamento da concorrncia face a questes ambientais
e respetivos produtos, novas tecnologias, etc. O processo de design e desenvolvimento um momento privilegiado para determinar a medida em que podem ser
introduzidas mudanas que aumentem o desempenho ambiental da Organizao,
para minimizar os impactes dos seus produtos e servios ou introduzir melhorias
efetivas de desempenho ambiental numa perspetiva de mdio e longo prazo.
A perspetiva do ciclo de vida na fase de design pode ser endereada atravs dos
critrios definidos em 6.1.2, mas tal no obrigatrio.
Como exemplos do resultado da incluso de requisitos ambientais no design e
desenvolvimento dos produtos e servios, as sua sadas podero assegurar que:
So selecionados materiais mais adequados, produtos qumicos menos perigosos, embalagens menos volumosas e mais facilmente reciclveis, transportes
menos poluentes, recurso a fornecedores locais diminuindo a pegada de carbono, etc.;
otimizada a eficincia da produo ou prestao de servio, atravs do design
da linha de produo ou do processo de prestao, reduo de desperdcios,
definio de trajetos, seleo do equipamentos, na sua manuteno, tempos de
armazenagem mais curtos, redues nos consumos de energia, projeto e construo das infraestruturas, seleo dos equipamentos, etc.;
O desempenho do produto na fase de utilizao melhorado, em termos de
emisses gasosas, consumos de energia, consumos de gua, libertao de substncias ou misturas, volume ocupado, necessidades de manuteno, tempo de
vida, etc.;
A definio do destino final do produto no seu ps vida facilitado pela desmontagem de componentes por tipo de material, a sua reutilizao ou valorizao em
detrimento do destino final com maior impacte, como a deposio em aterro;
A informao ambiental a comunicar sobre os produtos e servios determinada.
As Organizaes que no tm responsabilidade no design dos produtos e servios
devero avaliar se podem influenciar esse processo, constituindo-se como PI, partilhando e comunicando os seus requisitos com quem efetua o design. No sendo
responsveis pelo design, podero ser pelo desenvolvimento, pelo que devero
determinar em que medida podem incluir requisitos ambientais ao desenvolver o
processo produtivo ou de prestao de servio para um novo ou alterado produto
ou servio.
133
REQUISITOS AMBIENTAIS PARA

COMPRA DE PRODUTOS E SERVIOS
Ao nvel dos processos de compra e atendendo ao nvel de controlo e influncia

determinados para os seus fornecedores externos, as Organizaes devero, na
medida apropriada, determinar requisitos ambientais aplicveis aos produtos e
servios que compram. Convm refletir aqui quer nas entradas quer nas sadas,
ou seja, na seleo dos destinos finais dos resduos produzidos e fornecedores
associados, e no apenas nos requisitos de compra dos produtos que entram. No
comprar problemas nem vender ou entregar problemas dever ser uma das
preocupaes. A determinao dos requisitos ambientais para a aquisio de produtos e servios deve, conforme apropriado, ser realizada tendo por base a fase de
planeamento do sistema.
Os requisitos ambientais relevantes devem ser comunicados aos fornecedores e
contratados, incluindo os prestadores de servio.
COMUNICAO SOBRE ASPETOS
AMBIENTAIS DOS PRODUTOS E SERVIOS
Finalmente, a jusante requerido que a Organizao considere a necessidade de

fornecer informaes, isto , que comunique sobre potenciais impactes ambientais
significativos associados ao transporte ou fornecimento, utilizao e ao tratamento de fim-de-vida e o destino final dos seus produtos e servios. Esta informao
pode ser necessria para os seus clientes diretos, para o utilizador dos produtos e
servios, para quem vai tratar da disposio final dos mesmos ou at para outras
PI. Esta determinao deve ser consistente com os seus processos de comunicao
externa e os requisitos relevantes de PI.
Adicionalmente, a informao a ser transmitida poder ser determinada na fase de
design e desenvolvimento dos produtos e servios, conforme j referido, e pode ser
disponibilizada s PI relevantes, assegurando a sensibilizao das mesmas.
Nos casos em que a Organizao assuma alegaes ambientais relativas aos produtos e servios que prope ao cliente, deve assegurar que pode satisfazer as referidas
alegaes e que as mesmas esto de acordo com os requisitos legais ou outras obrigaes que tenha escolhido cumprir a este respeito.
As atividades de comunicao aqui requeridas devero ser consistentes com o
determinado nos processos de comunicao externa (7.4).
134
03
ISO 14001:2015
GUIA DO UTILIZADOR
8 PLANEAMENTO
A seco 8.1 da ISO 14001:2015 partilha com a ISO 9001 o texto comum da
estrutura de alto nvel introduzindo os requisitos necessrios para a operacionalizao do SGA, incluindo a perspetiva do ciclo de vida. Do mesmo
modo, a ISO 9001 inclui os requisitos necessrios para alcanar os resultados
pretendidos do SGQ.
Ambas se debruam sobre os processos de realizao dos produtos e servios e as atividades necessrias para assegurar que ocorrem em condies
controladas. E muitas vezes as condies controladas requeridas para um
dos referenciais so tambm importantes no outro. Por exemplo a manuteno de um veculo numa Organizao de transportes assegura que este no
vai avariar, logo assegura a prestao do servio sem falhas, mas tambm
tem impacto sobre o consumo do veculo e as emisses gasosas aspetos
ambientais. Ao otimizar as cargas e rotas, garante-se a eficcia do servio
prestado, diminuem-se consumos diversos e emisses.
A leitura desta seco da ISO 14001 elucidativa sobre o nvel de integrao
pretendido e sobre a necessidade dele ser considerado para alcanar os
resultados pretendidos do SGA que so agora bem mais ambiciosos nesta
norma.
As Organizaes com um SG integrado tm, neste ponto de vista, o caminho
muito facilitado para desenvolverem e tirarem partido da perspetiva de ciclo
de vida pela integrao de requisitos de ambos os sistemas nos seus processos, pois cada processo existente na Organizao desempenha uma funo
na realizao do produto e servio e possivelmente tem impactes ambientais associados.
Convm relembrar a este propsito que, por sua vez, a ISO 9001 prope uma
abordagem sistematizada para os processos do SGQ, incluindo a sua melhoria (4.4), bem como um conjunto de requisitos para processos de realizao
dos produtos e servios e seu controlo ao longo das seces 8.2 a 8.7. Podero existir vantagens para as Organizaes com um sistema integrado em
adotarem a abordagem por processos da ISO 9001 ao nvel dos processos da
ISO 14001.
A deciso do nvel de integrao uma deciso da Organizao.
135
A Organizao demonstra uma ligao coerente e consistente entre o resultado

da determinao dos R&O, dos aspetos ambientais significativos e das obrigaes de conformidade com os processos, critrios e controlos implementados nas
operaes.
Os processos, controlos e critrios suportam o alcance dos resultados pretendidos do SGA, assegurando o cumprimento das obrigaes de conformidade, o
controlo necessrio para a gesto dos aspetos ambientais significativos e os R&O
determinados.
A Organizao determina as necessidades de informao documentada, que so as
necessrias, suficientes e adequadas para assegurar e evidenciar que os processos
so conduzidos do modo planeado.
Face a alteraes planeadas ou no planeadas, a Organizao analisa e rev as
consequncias pretendidas e no pretendidas e toma aes para mitigar efeitos
adversos, quando necessrio.
A Organizao determina o grau de controlo e influncia sobre processos contratados e toma as medidas de controlo e influncia apropriadas.
O controlo das operaes consistente com a perspetiva de ciclo de vida, tal como
determinado pela Organizao na fase de planeamento.
As Organizaes responsveis pelo design ou desenvolvimento dos seus produtos estabelecem processos de design ou desenvolvimento que asseguram que os
requisitos ambientais so identificados e tratados em cada fase do ciclo de vida do
produto, assegurando o controlo deste processo.
Na medida apropriada, as Organizaes definem requisitos ambientais para a aquisio de produtos e servios e comunicam os requisitos relevantes aos seus fornecedores externos incluindo os contratados.
A Organizao demonstra que considerou a necessidade de comunicar sobre aspetos ambientais significativos dos seus produtos e servios e atua em conformidade
com as necessidades determinadas.
Os resultados da avaliao de desempenho e auditorias internas demonstram a
pertinncia, adequao e a eficcia do controlo operacional.
Ligaes relevantes

6. Planeamento
7. Suporte
9.1 Avaliao de desempenho
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ISO 14001:2015
GUIA DO UTILIZADOR
8 PLANEAMENTO
Esta seco define um conjunto de requisitos maior e mais exigente do que a correspondente seco 4.4.6 da edio anterior, reforando a possibilidade da Organizao ter um papel mais ativo e com maior impacto no desempenho ambiental.
Nesta nova edio pretende-se um controlo operacional abrangente incluindo a
perspetiva do ciclo de vida e a concretizao de todas as aes decorrentes da fase
de planeamento, nomeadamente, aspetos ambientais significativos, R&O e obrigaes de conformidade.
So definidos requisitos para a Organizao determinar com maior rigor o nvel de
controle e influncia nos processos contratados e requerida a necessidade de
assegurar o controlo das alteraes, minimizando efeitos adversos.
Foi introduzida a necessidade da Organizao atuar de modo consistente com
a perspetiva do ciclo de vida do produto ou servio, desde a sua fase de design
produo, uso e disposio final, perspetiva que iniciada na fase de planeamento (6). Assim, explicita requisitos para o processo de design e desenvolvimento de
produtos e servios, requisitos de compra de bens e servios, comunicao com fornecedores e comunicao sobre aspetos e impactes ambientais significativos dos
seus produtos e servios.
Clarifica que os processos a considerar para efeitos de controlo so os processos da
Organizao, na medida apropriada para alcanar os resultados pretendidos.
Esta verso da ISO 14001 permite s Organizaes identificarem os aspetos a melhorar nos produtos ou servios, na fase de design e desenvolvimento, de maneira a
evitar a necessidade de controlos desnecessrios nas fases posteriores.
A nova verso deixa de requerer procedimentos passando a requerer processos, contudo, mantm o requisito da Organizao estabelecer a informao documentada
necessria para assegurar que os processos decorrem de acordo com o planeado.
137
8.2 PREPARAO E RESPOSTA A EMERGNCIAS

A Organizao est preparada para atuar sobre eventuais emergncias ambientais,

prevenindo ou mitigando os impactes ambientais adversos.
Aplicao
Esta seco trata da gesto das situaes de emergncia identificadas na fase de

planeamento, tendo em vista assegurar que a Organizao est preparada e responde a situaes de emergncia. Para tal requerido um processo que se pode
representar do seguinte modo:
ENTRADAS
PROCESSO
Potenciais situaes de
emergncia (6.1.1)
Preparar resposta e planear

as aes.
Aspetos ambientais em
situaes de emergncia
(6.1.2)
Comunicar e treinar.
Obrigaes de conformidade
relativas atuao de
emergncia (6.1.3)
Atuar em caso de
emergncia.
Manter informao
documentada.
Testar as disposies
planeadas.
Prevenir e mitigar as
consequncias adversas.
Melhorar o processo de
resposta.
SADAS
A Organizao previne
potenciais situaes de
emergncia e prepara-se
para atuar caso necessrio.
A Organizao atua eficaz e
atempadamente e situao
de emergncia e minimiza
as consequncias adversas
ou mitiga-as.
Os processos de atuao
so revistos e atualizados
para se manterem
adequados.
Figura 13: Exemplo de processo para preparar e responder a potenciais situaes de emergncia.
A ocorrncia de uma situao de emergncia pode causar impactos adversos como:

Aumento da produo de resduos, geralmente perigosos;
Contaminao do meio externo Organizao, por exemplo, contaminao do
meio hdrico por lixiviados resultantes da interveno;
Consumo inesperado de recursos, matrias primas ou auxiliares, energia, gua,
ou outras que se degradaram ou que foram necessrias para combater a situao
de emergncia;
Afetao da imagem da Organizao;
138
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ISO 14001:2015
GUIA DO UTILIZADOR
8 PLANEAMENTO
Riscos para a produtividade devido ao tempo perdido na interveno, ou por ter

eventualmente de suspender a atividade;
Prejuzos;
Agravamento de aplices de seguro;
Contraordenaes decorrentes de situaes de emergncia que contrariam o
princpio da preveno, consagrado na Lei de Bases do Ambiente e legislao
conexa.
O facto de uma Organizao estar preparada para prevenir ou mitigar os impactes
ambientais e a prpria situao de emergncia, permite beneficiar de uma poupana difcil de quantificar, pois o valor normalmente s efetivamente quantificado aps a ocorrncia real de uma situao de emergncia ambiental.
O ponto de partida a necessidade da Organizao determinar os riscos associados
a situaes de emergncia, o que tratado em 6.1.
Uma vez determinadas as situaes de emergncia reais ou potenciais, a Organizao deve estabelecer um ou mais processos que lhe permitam atuar em situaes
de emergncia bem como prevenir e mitigar os efeitos ambientais adversos.
As aes planeadas devem ser apropriadas magnitude da emergncia e do potencial impacte ambiental. Devem ser disponibilizados os recursos necessrios como
pessoas competentes, equipamento, meios de comunicao, e selecionar os mtodos mais adequados para cada situao de emergncia.
De salientar que, enquanto alguns processos ou atividades de emergncia se podem
dirigir atuao em situao de emergncia, outras atividades podem respeitar
sua preveno. So exemplos a substituio de uma substncia perigosa por outra
de menor impacte, a alterao das instalaes para contemplar bacias de reteno
para o caso de derrame ou para a conteno de lixiviados de uma extino de fogo,
alterao das infraestruturas para salvaguardar a contaminao do ambiente caso
as instalaes sejam inundadas, etc.
Os processos devem ser documentados de modo a dar confiana que so conduzidos como planeado.
Conforme apropriado deve ser providenciada informao relevante e formao
relacionada com a preparao e resposta a emergncia, de modo a assegurar uma
atuao adequada e eficaz quando sejam confrontados com uma situao real de
emergncia ambiental.
As PI relevantes incluem as pessoas que trabalham sob controlo da Organizao
ou outras partes que possam ser afetadas ou ter de atuar em caso de emergncia,
tais como visitas e prestadores de servio, vizinhos, bombeiros, Sistema Nacional
de Emergncia, rgos sociais, devendo ser asseguradas disposies para comunicao interna e externa. A este propsito pode ser crtico deter uma lista de pessoas chave e entidades externas relevantes, incluindo detalhes de contacto, que se
devem manter atualizados (exemplo: servio de bombeiros, servios de limpeza de
derrames, vizinhos, etc.).
139
O nvel de formao e informao funo do papel a desempenhar em caso de

emergncia e do potencial impacto nesse grupo e da natureza dos riscos e efeitos adversos. Contudo, o treino do pessoal que vai atuar em caso de emergncia
ambiental pode ser fundamental para uma boa atuao.
Enquanto para algumas pessoas ser suficiente reconhecer e saber acionar o alarme e conhecer os caminhos de sada e pontos de encontro, para outros, com papis
relevantes na resposta a emergncia, ser necessria mais informao e formao,
por exemplo na conteno de derrames, extino de incndios, tratamento de
intoxicaes, etc. Convm relembrar que as situaes de emergncia ambiental
so tambm na maioria das vezes situaes de emergncia para a segurana de
pessoas, pelo que a atuao deve estar bem articulada e assegurar as prioridades
devidas.
Para que a Organizao possa atuar eficazmente, saber que o seu plano adequado s situaes de emergncia e avaliar o seu estado de prontido, necessrio
test-lo, na medida em que tal seja exequvel. Este teste deve ser efetuado para
cada uma das medidas previstas de atuao em caso de emergncia e para cada
situao de emergncia identificada. Estes testes podero ser planeados, incluindo
a periodicidade necessria para assegurar prontido permanente.
possvel realizar testes ou exerccios simulados contemplando um ou mais cenrios de emergncia. Sempre que as aes planeadas o prevejam e seja exequvel,
boa prtica envolver entidades externas de emergncia, assim como planear a resposta e realizar exerccios de simulao coordenados com Organizaes vizinhas,
em especial quando seja possvel ou expectvel que uma situao de emergncia
com origem numa Organizao possa afetar a vizinhana (exemplo: incndio em
zonas contguas com Organizaes vizinhas).
Para manter adequada a resposta a situaes de emergncia, a Organizao
deve rever periodicamente os processos e aes planeadas, alterando-os sempre
que necessrio. Deve faz-lo aps a realizao dos testes e aps a ocorrncia de
situaes reais. Dever ser verificado se atuou conforme planeado, se os meios e
recursos estavam prontos e operacionais, o que correu bem ou mal, consequncias
esperadas e inesperadas.
Se necessrio a Organizao deve alterar os planos, atualizar ou disponibilizar
novos meios e formar as pessoas. Esta reviso e eventual alterao so tambm
necessrias no caso de mudanas relevantes que possam ter impacto na atuao
de emergncia: alteraes nas instalaes, processos produtivos, materiais utilizados, novo pessoal ou novos prestadores de servio, alteraes de enquadramento
legal, alteraes na vizinhana e noutras PI relevantes.
Na eventualidade da ocorrncia de uma situao real de emergncia ambiental,
para alm do adequado tratamento no terreno, dever ser desencadeada uma anlise da identificao dos aspetos ambientais e avaliao de impactes ambientais
(ver 6.1.2), assim como a atualizao dos riscos identificados (ver 6.1.1), incluindo, se
necessrio, a informao resultante da situao de emergncia ocorrida.
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ISO 14001:2015
GUIA DO UTILIZADOR
8 PLANEAMENTO
A seco 8.2 da ISO 14001 no tem correspondncia com nenhuma seco

da ISO 9001.
Na ISO 9001 existe uma referncia necessidade da comunicao com o
cliente (8.2.1) estabelecer requisitos especficos para aes de contingncia,
quando aplicvel. Por aplicvel entenda-se quando necessrio fazer recolha
de produto, comunicao ao mercado ou autoridades sobre produtos no
seguros ou situaes similares.
Exceto no que se refere necessidade de comunicar com PI, poderemos afirmar que estamos perante temas que pouco tm em comum, para alm de
necessitarem ambos de uma atuao atempada e eficaz, que por isso deve
ser cuidadosamente planeada, testada e revista.
Os processos de preparao e resposta a emergncia da Organizao abrangem as

situaes de emergncia identificadas em 6.1.
So selecionados mtodos adequados s situaes de emergncia, determinadas
as necessidades de comunicao interna e externa.
As disposies de emergncia asseguram, na medida necessria e possvel, a preveno e a mitigao dos efeitos adversos.
So alocados recursos e asseguradas as competncias necessrias, incluindo o treino das pessoas sob o controlo da Organizao.
Os recursos alocados so mantidos em estado adequado e de prontido.
So determinadas as necessidades de comunicao interna e externa com PI relevantes para as situaes de emergncia ambiental.
A Organizao suporta a atuao de emergncia em informao documentada adequada, disponvel, revista e atualizada.
A Organizao testa, na medida praticvel, as disposies planeadas para emergncia e demonstra os resultados e lies aprendidas.
A Organizao atua em caso de emergncia mitigando impactes ambientais adversos e demonstra o modo como atuou.
A Organizao rev periodicamente os processos de resposta a emergncia, em particular aps testes e situaes reais de emergncia ambiental ou em resultado de
alteraes relevantes.
So mantidos os registos necessrios para demonstrar que a preparao e resposta
a emergncias ambientais so realizadas de acordo com o que foi planeado.
141
Quando existem obrigaes de conformidade relacionadas com situaes de emergncia a Organizao demonstra o seu cumprimento.
EXEMPLOS DE BOAS PRTICAS
Planear de forma escalonada a realizao de testes de modo a assegurar a

realizao de exerccios em todos os cenrios possveis.
Sistematizao do planeamento das aes de preparao e atuao em situao de emergncia por interligao com os aspetos e impactes ambientais
identificados, assegurando o planeamento de aes para todos os aspetos e
impactes ambientais identificados em condio de emergncia.
Divulgao da anlise de situaes de emergncia reais ou resultados de testes realizados s pessoas, com uma abordagem do tipo lessons learned.
Estabelecer procedimentos operacionais documentados para divulgao
das formas de atuao no terreno bem como em aes de formao.
Assegurar ao de formao prvia a contratados e visitantes de modo a divulgar as aes a empreender em caso de emergncia.
Promover a realizao de testes e a realizao de exerccios com entidades
externas de modo a concertar procedimentos de atuao, podendo igualmente solicitar formao especfica por parte de entidades externas, tais como
atuao em caso de derrame de produtos qumicos especficos.
Aproveitamento dos recursos atravs das sinergias e coordenao com o planeamento de emergncia da segurana e sade no trabalho.
Ligaes relevantes

7.2 Competncia
7.4 Comunicao
Esta seco corresponde 4.4.7 da anterior edio com mais requisitos, mas mantendo na globalidade os anteriores. H uma definio mais clara do que pretendido que as Organizaes assegurem em matria de emergncia ambiental. A
sequncia de requisitos desta seco segue uma estrutura similar a um fluxograma,
o que facilita uma abordagem sistemtica aos requisitos desta seco.
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ISO 14001:2015
GUIA DO UTILIZADOR
8 PLANEAMENTO
Refora-se agora que as situaes de emergncia devero ser identificadas na fase

de planeamento.
agora explcito que a Organizao deve responder a situaes de emergncia.
So agora requeridos processos onde antes eram solicitados procedimentos.
tambm requerida a reviso destes processos e das aes de resposta planeadas,
em particular aps a ocorrncia de situaes de emergncia ou testes, ou alteraes relevantes.
requerido que a Organizao determine o nvel de informao documentada
necessria para ter confiana que os processos so realizados de acordo com o
planeado.
A norma requer agora que a Organizao d a formao e informao relevante
relacionada com a preparao e resposta a emergncia s PI relevantes, incluindo
as pessoas que trabalham sob o seu controlo.
143
9.1 MONITORIZAO, MEDIO, ANLISE E AVALIAO
A Organizao avalia o desempenho ambiental e a eficcia do SGA atravs da anlise de resultados vlidos obtidos pela monitorizao e medio. Avalia o cumprimento das obrigaes de conformidade. Atua se necessrio.
9.1.1 GENERALIDADES
Aplicao
A melhoria do desempenho ambiental e a eficcia do SGA so alcanados na medida em que a Organizao alcana os objetivos ambientais definidos, cumpre as
obrigaes de conformidade, e assegura o cumprimento dos requisitos do seu SGA
e da ISO 14001:2015, incluindo a melhoria contnua.
A monitorizao, a medio e as subsequentes anlises e avaliao permitem
determinar o estado em relao melhoria do desempenho ambiental e eficcia
do SGA. A seco 9 define os requisitos da fase Verificar (Check) e, em parte, da fase
Atuar (Act) do ciclo PDCA. Na seco 9.1.1 o enfoque nos requisitos relacionados
com a medio, monitorizao, anlise e avaliao do desempenho ambiental e
do SGA. A avaliao do cumprimento das obrigaes de conformidade tratada na
seco 9.1.2. O enfoque de 9.2, auditorias internas, a avaliao da pertinncia e
conformidade do sistema. Finalmente, os resultados da anlise e avaliao de toda
a informao gerada so considerados na reviso pela gesto (9.3), para que se
possa atuar.
Embora a eficincia do SGA deva ser importante para qualquer Organizao, a
avaliao da sua eficcia que um requisito da ISO 14001:2015, ou seja, a medida
em que as atividades planeadas foram realizadas e conseguidos os resultados planeados (3.4.6).
A avaliao do desempenho ambiental e da eficcia do SGA s podem ser realizadas com confiana se os dados que lhe esto subjacentes forem vlidos e representarem bem as caractersticas a avaliar. A aplicao desta seco orienta as Organizaes no sentido de recolherem a informao com a qualidade necessria.
Neste sentido, e com este fim, pretende-se que a Organizao determine:
a) o que necessita ser monitorizado e medido;
b) os mtodos de monitorizao, medio, anlise e avaliao necessrios para
assegurar resultados vlidos;
c) os critrios que vo ser usados para a avaliao do desempenho ambiental e os
indicadores apropriados;
144
03
ISO 14001:2015
GUIA DO UTILIZADOR
d) quando se deve proceder monitorizao e medio;

e) quando se deve proceder anlise e avaliao dos resultados da
monitorizao e da medio.
A primeira deciso recai sobre o que necessita ser monitorizado e medido. A este
respeito, a norma fornece pistas relevantes em diversas seces e no seu anexo, das
quais destacamos:
O estabelecimento e monitorizao de objetivos ambientais, se possvel mensurveis, tendo em conta os seus aspetos ambientais significativos e as obrigaes
de conformidade associadas, e considerando os seus R&O. Ao planear como ir
atingir os objetivos ambientais, a Organizao deve determinar como os resultados sero avaliados, incluindo indicadores para monitorizar o progresso relativamente aos seus objetivos ambientais mensurveis (6.2.2);
Os mtodos de controlo operacional selecionados podem incluir a medio e
monitorizao dos processos para verificar os resultados (A.8.1);
Com base no pensamento baseado no risco, assume-se que os pontos de monitorizao e medio necessrios para o controlo so associados aos aspetos
ambientais significativos e variam em funo dos riscos determinados;
O Anexo A.9.1.1 esclarece que, para alm de assegurar a monitorizao e a medio do progresso dos objetivos ambientais (6.2) ao determinar o que monitorizar
e medir, a Organizao deve ter em conta os aspetos ambientais significativos, as
obrigaes de conformidade e os controlos operacionais necessrios para assegurar o desempenho pretendido.
A determinao do que monitorizar e medir est tambm intimamente associada
ao requerido na alnea c), relativo necessidade da Organizao determinar os
critrios segundo os quais vai avaliar o seu desempenho de definir indicadores
apropriados. importante relembrar que o desempenho ambiental (3.4.10 e 3.4.11,
ISO 14001:2015) um resultado mensurvel, quantitativo ou qualitativo, relacionado
com a gesto dos aspetos ambientais, devendo ser reportado atravs de indicadores. Um indicador, no contexto da ISO 14001 (3.4.7), uma representao mensurvel da condio ou estado das operaes, da gesto ou das condies.
A seleo dos parmetros a monitorizar e medir dever possibilitar a avaliao de
tendncias que permitam verificar se h ou no melhoria. So, de seguida, apresentados alguns exemplos:
i) Uma Organizao determina, como aspeto significativo do seu processo produtivo, o consumo de gua, sendo que este j foi bastante otimizado para eliminar
desperdcios, no sendo estabelecido um objetivo de melhoria do consumo.
Sendo significativo, dever medir continua ou periodicamente este consumo
para verificar se a situao otimizada se mantm. Como existem variaes de
produo, a Organizao poder analisar o consumo por pea produzida ou
hora trabalhada, garantindo que os resultados obtidos desta monitorizao
so comparveis e permitem a tomada de aes. O indicador deve ser estabe-
145
lecido e revisto, se necessrio, de modo a que variveis utilizadas e a sua relao

permitam analisar efetivamente o cumprimento do objetivo e a evoluo do
desempenho.
ii) Uma Organizao pretende reduzir a produo de um resduo e para isso alterou o processo produtivo, introduzindo uma nova tecnologia, estabelecendo
um objetivo de melhoria de desempenho ambiental. Para medir a eficcia desta
alterao podero ser monitorizados diversos parmetros ao nvel de consumos,
resduos, emisses ou outros dados operacionais, e comparar com a situao
anterior. Esta monitorizao pode ocorrer num determinado perodo de tempo,
considerado como representativo da alterao e da verificao do alcance do
objetivo pretendido. Os parmetros selecionados podem constituir-se como
indicadores para a sua medio e monitorizao. Para se verificar o alcance do
objetivo so necessrios dados relevantes da situao anterior.
Os controlos implementados devem ser monitorizados periodicamente relativamente s condies de operao e de manuteno. So exemplos: rotinas de verificao peridica no terreno para avaliar o estado de limpeza de caleiras, operacionalidade de separadores de gua e gorduras, recolha seletiva de resduos, estado
das redes de drenagem pluviais, etc., verificando a eficcia dos controlos operacionais implementados (8.1).
A segunda deciso recai sobre a seleo dos mtodos de monitorizao, medio,
anlise e avaliao para assegurar resultados vlidos, ou seja, resultados que sejam
fiveis, reprodutveis e rastreveis (A.9.1.1). Um mtodo que assegure resultados
fiveis pode ser entendido como um mtodo que proporciona dados de modo estvel, repetvel e preciso, gerando confiana. Reprodutibilidade significa que o mtodo pode ser repetido assegurando a preciso continuada dos dados. Finalmente,
um mtodo que assegure resultados rastreveis um mtodo que permite traar
a histria do valor medido at sua origem, isto , na medida relevante, o que foi
medido, com qu, quando, por quem e onde est registado.
Na definio dos mtodos deve atender-se que os mesmos devem ocorrer em condies controladas, que podem passar pela seleo de equipamentos, sua calibrao e verificao, qualificao de pessoal, uso de mtodos de controlo adequados,
instrues para medio, definio de registos, entre outros.
A ISO 14001 requer que os equipamentos usados na monitorizao e medio estejam calibrados ou verificados, conforme adequado, e sejam mantidos em estado
apropriado, o que implica a realizao destas aes periodicamente.
Neste mbito, e para selecionar os equipamentos, a Organizao deve ter em conta
a existncia de requisitos determinados pelas suas obrigaes de conformidade.
Do mesmo modo, as Organizaes que determinaram como obrigao de conformidade o reporte de informao ambiental de acordo com determinadas iniciativas
ou normas, devem ter em conta os requisitos determinados sobre a qualidade da
informao a reportar.
146
03
ISO 14001:2015
GUIA DO UTILIZADOR
Quando a Organizao recorre a laboratrios externos ou outros prestadores de

servio (exemplo: caracterizao das emisses gasosas, de guas residuais, rudo,
etc.) dever dar preferncia queles cujos mtodos esto acreditados ou aprovados
pelas entidades reguladoras. Nos outros casos, dever usar algum mtodo para
confirmar a qualidade dos ensaios. Estes resultados devem ser analisados e validados internamente aps a sua obteno, e verificada a sua conformidade.
Os mtodos de monitorizao e medio devem determinar quando se realizam
as medies. Para o fazer, devero garantir que a periodicidade ou calendarizao
assegura a obteno da informao para anlise, avaliao ou reporte no momento
adequado.
Os mtodos devem definir o modo como so analisados e tratados, incluindo a
anlise de tendncias e como vo ser reportados, atendendo ao fim a que se destinam e a quem vo ser reportados.
A anlise dos dados pode incluir a avaliao da qualidade e adequabilidade dos
dados necessrios para produzir informao vlida. Podem ser utilizadas tcnicas
estatsticas para aumentar a fiabilidade da concluso sobre se um resultado pretendido foi ou no atingido.
A informao relevante relacionada com o desempenho ambiental deve ser comunicada, interna e externamente, tal como a Organizao determinou nos seus processos de comunicao e exigido pelas suas obrigaes de conformidade (7.4).
Os resultados da anlise e avaliao so tomados em conta pela gesto de topo
para efeitos de reviso e tomadas de deciso. Tambm devero ser reportados s
pessoas com autoridade e responsabilidade, para desencadear as aes apropriadas. Dever ser evidenciado o registo de tomada de aes, caso se verifique um
incumprimento. Esta avaliao pode ser formalizada, por exemplo, por uma rbrica
do responsvel pela anlise e respetiva data, ou pelo registo de no conformidade
e ao corretiva.
Sobre este tema, a ISO 14001:2015 recomenda a consulta da norma ISO 14031 - Gesto ambiental - Avaliao de desempenho ambiental - Linhas de orientao.
Os resultados de monitorizao, medio, anlise e avaliao devem estar suportados em registos que devem ser retidos.
147
As seces 9.1.1 da ISO 9001 e da ISO 14001 partilham o texto comum do

Anexo SL, sendo que a ISO 14001 inclui requisitos adicionais. Especifica que
a avaliao do desempenho do desempenho ambiental, requerendo que
sejam determinados os critrios para a sua avaliao, incluindo os indicadores apropriados. Na ISO 9001, o requisito equivalente encontra-se na seco
4.4 em relao abordagem por processos.
A necessidade de recorrer a equipamentos de medio calibrados ou verificados requerida aqui, quando na ISO 9001 tratada numa seco prpria
(7.1.5).
A ISO 14001 faz aqui a ligao clara necessidade de comunicar a informao
relevante do desempenho ambiental, tal como a Organizao determinou
no processo de comunicao.
A ISO 14001 explicita ainda que os registos dos resultados so dos resultados
de monitorizao, medio, anlise e avaliao.
Existem sinergias bvias para as Organizaes que tm um sistema integrado tais como as prticas de gesto de equipamentos de medio, seleo
de prestadores de servio de medio, monitorizao, anlise e avaliao,
determinao de indicadores associados a processos, determinao de
mtodos, etc.
Compete Organizao determinar o nvel de integrao que pretende para
a aplicao destes requisitos em ambos os sistemas.
De notar que no remanescente da seco 9.1 as normas divergem, determinando seces especficas a cada uma. A ISO 14001 determina a necessidade
de avaliar a conformidade, enquanto a ISO 9001 requer a avaliao da satisfao do cliente, definindo requisitos adicionais para as prticas e mbito da
anlise e da avaliao, para alm do desempenho e eficcia do sistema em
seces autnomas.
A Organizao determina o que deve monitorizar, medir e analisar para avaliar o

desempenho ambiental e a eficcia do SGA.
Nessa determinao, a Organizao assegura a medio do progresso dos objetivos
ambientais e tem em conta os aspetos ambientais significativos, obrigaes de conformidade e os controlos operacionais requeridos.
A Organizao determina os critrios para avaliao do desempenho ambiental e
seleciona os indicadores apropriados. Estes permitem a anlise de tendncias do
desempenho ambiental.
148
03
ISO 14001:2015
GUIA DO UTILIZADOR
Determina os mtodos de monitorizao, medio, anlise e avaliao, demonstra

como asseguram a validade dos resultados, quando efetuada a medio e monitorizao, a anlise e avaliao e como so efetuados os registos.
Os registos podem ser, por exemplo, planos de monitorizao e medio com a
descrio dos parmetros a analisar, com ligao a obrigaes de conformidade
quando relevante, aes de controlo operacional e aos objetivos.
Quando a Organizao recorre a servios externos de monitorizao e medio,
anlise e avaliao, assegura a qualidade dos servios prestados nos termos requeridos pela presente seco da norma.
Os dispositivos de monitorizao e medio so adequados e esto calibrados ou
verificados.
A Organizao retm os registos de medio, monitorizao, anlise e avaliao.
A Organizao avalia o desempenho ambiental e a eficcia do SGA.
Ligaes relevantes

6.2 Objetivos ambientais e como atingi-los
10.2 No conformidade e ao corretiva
Esta seco apresenta algumas modificaes relevantes relativamente anterior

seco (4.5.1 Monitorizao e medio) da edio de 2004, apresentando-se mais
desenvolvida.
agora explicitada a necessidade de avaliar o desempenho ambiental e a eficcia
do SGA, de proceder anlise e avaliao do que monitorizado e medido, e de
reter os registos dos resultados. requerido que a Organizao determine os critrios para avaliar o desempenho ambiental e defina os respetivos indicadores.
A Organizao deve agora determinar o que monitorizar, medir, analisar e avaliar:
como, com qu, quando e com que critrios, sendo explicitado que tem de assegurar resultados vlidos.
Nesta seco relembrada a necessidade de comunicar, interna e externamente,
informao sobre o desempenho ambiental, um requisito novo estabelecido na
seco 7.4.
Relativamente necessidade de calibrao e verificao de equipamentos usados,
o requisito anlogo ao anterior.
149
150
03
ISO 14001:2015
GUIA DO UTILIZADOR
9.1.2 AVALIAO DA CONFORMIDADE

Aplicao
Em 6.1.3 a Organizao determina as obrigaes de conformidade, nesta seco

verifica o seu estado de cumprimento. A avaliao da conformidade insere-se no
captulo da Avaliao de Desempenho da ISO 14001:2015, pelo que deve ser encarada nessa perspetiva, ou seja, os resultados da avaliao da conformidade atestam o
seu desempenho em relao s obrigaes de conformidade.
Para assegurar que a avaliao de conformidade realizada de modo sistemtico,
a ISO 14001:2015 requer que a Organizao estabelea, implemente e mantenha um
ou mais processos, para avaliar o cumprimento das obrigaes de conformidade.
A Organizao deve determinar a frequncia da avaliao da conformidade, isto
, quando e quantas vezes avalia a conformidade. A frequncia e a calendarizao no tm de ser as mesmas para cada obrigao de conformidade, mas todas
devem ser avaliadas periodicamente, ou seja, no pode ser aplicada amostragem
de forma a verificar apenas um conjunto de obrigaes. Para determinar a frequncia e momento de avaliao deve ser considerada a importncia da obrigao, as
alteraes nas condies de operao, o desempenho nesse item e qualquer requisito que determine a frequncia.
Os mtodos usados para obter resultados vlidos devem ser determinados de acordo com o requerido em 9.1.1. Podem ser complementados por auditorias de verificao da conformidade legal, inspees de instalaes e equipamentos, podendo
ser diferentes em funo das diferentes obrigaes. As listas de verificao so uma
ferramenta til para controlar o estado de verificao das diferentes obrigaes de
conformidade.
A Organizao deve avaliar a conformidade e registar os resultados dessa avaliao.
Quando neste processo de avaliao verificada uma falha, ou seja, o no cumprimento de uma obrigao, deve determinar e implementar as aes para repor o
estado de conformidade.
Os resultados das avaliaes de conformidade devem ser documentados, independentemente de estarem ou no a ser cumpridos. O ideal que, para cada obrigao
de conformidade, exista um resultado associado apoiado por registos efetivos.
A seco 10.2 determina os requisitos para identificar no conformidades, definir
correes e aes corretivas. Contudo, convm relembrar que nem todos os incumprimentos necessitam de ser formalizados como no conformidades quando o SGA
j dispe de mecanismos para sua correo e registo.
Nem todas as no conformidades relacionadas com obrigaes de conformidade
representam um incumprimento de um requisito legal, mas todas devem ser registadas e tratadas. Se a ao inclui um acordo com uma entidade legal, esse acordo
passa a ser uma obrigao de conformidade.
151
O processo de verificao da conformidade legal deve permitir que a Organizao

mantenha o conhecimento e a compreenso sobre o seu estado de conformidade,
ou seja, que em qualquer momento saiba se est ou no a cumprir as suas obrigaes de conformidade. Dever saber o que tem de cumprir, o que cumpre e o que
no cumpre e porque no cumpre. A frequncia deve ser determinada de forma a
que este conhecimento seja mantido de modo apropriado s suas necessidades.
A seco 9.1.2 da ISO 14001 no tem correspondncia com nenhuma seco

da ISO 9001.
Na ISO 9001 a Organizao deve demonstrar a sua capacidade para fornecer
de modo consistente produtos e servios conformes com os requisitos do
cliente e os legais aplicveis. A norma requer que os resultados da anlise
e da avaliao permitam avaliar a conformidade dos produtos e servios.
Por outro lado, o controlo dos processos de realizao de produto e servio devero assegurar e demonstrar a conformidade dos mesmos antes da
entrega ao cliente e que, caso no estejam conformes, sejam controlados
para prevenir a utilizao ou entrega no pretendida.
Podemos afirmar que as prticas de avaliao da conformidade so distintas
e especificas da natureza dos dois temas
A Organizao demonstra a avaliao da conformidade e os registos dos resultados

dessa avaliao.
A frequncia da avaliao da conformidade determinada e adequada para as
necessidades da Organizao.
Os resultados desta avaliao so reportados gesto de topo (ver 9.3).
A Organizao atua quando os resultados da avaliao de conformidade identificam incumprimentos, repondo o estado de conformidade. Quando apropriado
trata os incumprimentos como no conformidades. Quando aplicvel evidencia a
comunicao com as entidades oficiais.
O estado da Organizao face s obrigaes de conformidade conhecido na Organizao, que detm uma compreenso sobre o mesmo.
Quando estabelece acordos com autoridades relativos a um incumprimento, assume esses acordos como obrigaes de conformidade.
152
03
ISO 14001:2015
GUIA DO UTILIZADOR
9.2 AUDITORIAS INTERNAS
Ligaes relevantes
6.1.3 Obrigaes de conformidade

7.2 Competncias
7.4 Comunicao
9.1.1 Monitorizao, medio, anlise e avaliao Generalidades
Este requisito j constava da edio 2004 na seco 4.5.2 Avaliao da Conformidade, mas encerra definies diferentes, j que abandona a utilizao do lxico
requisitos legais e outros requisitos para os denominar como obrigaes de
conformidade.
A abordagem anterior da avaliao da conformidade j requeria que a avaliao da
conformidade fosse integral e no por um processo de amostragem.
Nesta edio referido explicitamente que deve ser mantido o conhecimento e
compreenso sobre o seu estado de conformidade.
A Organizao assegura que so realizadas auditorias internas para avaliar a conformidade com as disposies planeadas e os requisitos desta norma, determinando
se o sistema est implementado e mantido com eficcia.
Aplicao
Uma auditoria um processo sistemtico, independente e documentado para

obter evidncias e respetiva avaliao objetiva, com vista a determinar em que
medida os critrios de auditoria so cumpridos (3.4.1).
As auditorias internas tm por finalidade avaliar o cumprimento dos requisitos da
ISO14001:2015 e os requisitos determinados pela Organizao para o SGA, a adequao e implementao das suas polticas e a eficcia dos processos em alcanar
os resultados pretendidos. A informao recolhida permite determinar se o SGA
est adequadamente implementado e mantido. As auditorias internas tambm
permitem a identificao de oportunidades de melhoria, sendo um importante instrumento e um fator chave no ciclo PDCA.
A norma requer que a Organizao defina um programa de auditorias, isto , um
conjunto de uma ou mais auditorias planeadas para um dado perodo de tempo e
dirigidas a uma finalidade especfica.
153
O programa de auditorias deve incluir: a frequncia de auditoria, os mtodos, as

responsabilidades envolvidas, os requisitos de planeamento e de reporte dos resultados da auditoria. Poder partir de um pensamento baseado no risco, e deve ter
em conta a importncia ambiental dos processos que vo ser auditados, alteraes
que tenham ocorrido e que afetem a Organizao, bem como resultados das auditorias anteriores. expectvel um maior enfoque do programa de auditorias a processos com maior importncia ambiental, reas que tenham sido alvo de alteraes
recentes ou reas onde ocorreu a identificao de no conformidades. expectvel
a incluso, no programa de auditorias internas, de processos ou atividades contratados com influncia no SGA.
Ao considerar os resultados das auditorias anteriores, a Organizao dever assegurar que as no conformidades identificadas anteriormente, as respetivas correes,
aes corretivas e sua eficcia sejam avaliadas em auditorias subsequentes. Tal
dever incluir tanto as auditorias internas como as auditorias externas.
O SGA pode ser integralmente auditado numa nica auditoria ou em auditorias parciais. No caso de se preverem auditorias parciais, o seu conjunto deve permitir, num
perodo de tempo adequado, avaliar a sua totalidade.
Para a realizao da auditoria interna, a Organizao deve recorrer a pessoal competente e independente face atividade que est a ser auditada, que possa assegurar a objetividade e imparcialidade da mesma. Isto pode ser feito atravs da definio das competncias (7.2) necessrias para a qualificao dos auditores internos
e dever ter em considerao os conhecimentos de diversas reas, definidos caso
a caso, tendo em conta a dimenso, setor de atividade, impactes ambientais das
atividades, produtos e servios, entre outros.
As auditorias internas podem ser realizadas por pessoas internas ou externas,
podendo a independncia e imparcialidade dos auditores ser demonstradas pela
ausncia de responsabilidade e de conflitos de interesse com a rea a ser auditada,
entre outros critrios.
A auditoria interna deve ser objetiva e as metodologias, os critrios17 e o mbito18,
para a planear e conduzir, devem ser claros e estar inicialmente definidos, para que
o programa de auditorias se constitua como uma efetiva ferramenta de melhoria e
suporte gesto.
O planeamento e conduo das auditorias devem ter requisitos determinados,
devendo o programa clarificar as responsabilidades e qual a informao documentada necessria, tal como plano, relatrio, listas de verificao ou comprovao e
comunicaes. Deve, adicionalmente, determinar como os resultados so reportados: definio de regras para a classificao e descrio das constataes de audi17 Critrios: conjunto de polticas, procedimentos, ou requisitos usados como referncia, com as
quais as evidncias objetivas so comparadas ver 3.2 da ISO 19011:2011
18 O mbito deve descrever a extenso e limites da auditoria, como por exemplo os locais, unidades
organizacionais, atividades e processo a auditar. Deve tambm descrever o perodo de tempo
envolvido ver 3.14 da ISO 19011:2011
154
03
ISO 14001:2015
GUIA DO UTILIZADOR
toria, descrio das reas ou funes auditadas, reporte da documentao analisada e outras evidncias, listas de distribuio do relatrio. A ISO 19011 pode ser um
recurso a ter em conta, j que proporciona orientaes relevantes para a definio
de um programa de auditorias e para a realizao das auditorias.
Um boa prtica de planeamento de auditoria utilizar a relao cliente-fornecedor
interno, e, assim, incluir na auditoria um representante do cliente da rea auditada.
Isto no s promove maior objetividade na auditoria, como maior compreenso
interfuncional.
Os registos devem incluir, para alm de eventuais constataes de no conformidade, as concluses da auditoria ou constataes de conformidade que permitam
determinar a conformidade do sistema com os requisitos da norma de referncia e
com os requisitos do SG estabelecidos pela Organizao, e que suportem a anlise
da implementao e adequao do sistema.
A identificao de causas de eventuais no conformidades constatadas, a implementao, o fecho e reviso das aes corretivas decorrentes das auditorias internas, devem ser efetuadas de acordo com um circuito de responsabilidades e prticas definidas (10.2).
Uma boa medida de avaliao do sucesso do programa de auditorias internas pode
ser obtida pela comparao dos resultados de auditorias internas recentes com o
resultado das auditorias de terceira parte. Face a uma no conformidade detetada
numa auditoria externa, a Organizao poder perguntar-se se a no conformidade
poderia e deveria ter sido identificada nas suas auditorias internas.
Os resultados das auditorias internas devem ser levados ao conhecimento da gesto de topo e dos responsveis das reas auditadas, sendo consideradas na reviso
pela gesto (9.3).
A informao documentada associada auditoria interna determinada pela Organizao devendo permitir demonstrar que o programa de auditoria foi implementado de acordo com as disposies previstas bem como os resultados da auditoria.
So exemplos:
Programa de auditorias, definindo frequncia, mtodos, responsabilidades,
requisitos de planeamento, e relatrio para a realizao das auditorias e comunicao do resultado das mesmas.
Planos de auditorias com a definio dos critrios e mbito das mesmas.
Registos da seleo de auditores, ou outros que demonstram a sua aptido
para conduzir auditorias de modo objetivo e imparcial, tais como registos que
demonstrem a sua competncia para a realizao da auditoria, independncia e
imparcialidade em relao s reas auditadas.
Registos das auditorias realizadas, tais como relatrios de auditoria, no conformidades, correes e aes corretivas identificadas e comunicao dos resultados gesto relevante.
155

Anexo SL. As diferenas para cada referencial referem-se natureza dos sistemas, com a ISO 14001 a enfatizar a importncia ambiental dos processos. Por
sua vez, a ISO 9001 requer que as correes e aes corretivas necessrias
sejam empreendidas de modo apropriado e atempado.
A Organizao pode, assim, definir prticas e suportes comuns para o estabelecimento do programa de auditorias, para a sua realizao e reporte. A
possibilidade de realizar auditorias internas em que se auditem, em conjunto, os requisitos da ISO 9001 e ISO 14001, depende da existncia de pessoal
qualificado para o mesmo. Tal pode ser assegurado por um auditor que
rena competncia para ambos os referencias, ou por dois ou mais auditores que no seu conjunto renam essas competncias.
A Organizao mantm registos da implementao do programa de auditorias e

dos seus resultados.
O programa de auditorias e os seus resultados so adequados para providenciar
informao sobre a conformidade do sistema com os requisitos do SGA da Organizao e da ISO 14001:2015. Demonstra que so adequados para fornecer informao
sobre a eficcia da implementao e manuteno do sistema.
O programa de auditorias considera a importncia ambiental dos processos, e
adequado face s alteraes que afetam o SGA e ao resultado de auditorias
anteriores.
Ligaes relevantes
Esta seco transversal a toda a norma, uma vez que uma ferramenta para avaliao da conformidade de todos os requisitos e do desempenho do SGA. Pode, no
entanto, salientar-se uma interligao mais especfica com os requisitos 9.3 Reviso
pela Gesto e 10 Melhoria.
156
03
ISO 14001:2015
GUIA DO UTILIZADOR
9.3 REVISO PELA GESTO
Esta seco corresponde ao 4.5.5 da ISO 14001:2004, apenas dividindo o requisito

em duas seces (9.2.1 e 9.2.2) para melhor aplicao e compreenso. O contedo,
no entanto, manteve-se com pequenas alteraes.
Deixa de ser requerido um procedimento para auditorias internas, sendo agora
definidos requisitos para o tipo de evidncias que devem ser retidas. Sendo as auditorias internas um processo relevante para obter informao sobre a conformidade
do SGA, no expectvel, caso hajam procedimentos documentados adotados,
que estes sejam abandonados ou deixem de ser considerados necessrios. Pode
existir, contudo, uma boa oportunidade de serem revistos, simplificados ou tornados mais eficazes na obteno da informao sobre a conformidade do sistema.
A gesto de topo analisa e conclui sobre a adequao, pertinncia e eficcia do SGA,

decide e determina aes necessrias para a melhoria do desempenho ambiental
da Organizao.
Aplicao
A reviso pela gesto deve fornecer informao relevante sobre o SGA, de forma
regular, para que a gesto de topo possa tomar decises e planear aes necessrias para assegurar a contnua pertinncia, adequao e eficcia.
Assegurar a pertinncia corresponde a assegurar que o SGA adequado Organizao, s suas operaes, sua cultura e aos seus processos de negcio, isto , que
um sistema apropriado Organizao e ao seu contexto.
Assegurar a adequao do sistema assegurar que o mesmo cumpre os requisitos
da ISO 14001 e que os mesmos so implementados e mantidos de modo apropriado.
Finalmente, assegurar a eficcia do SGA corresponde a assegurar que os resultados
pretendidos pelo SGA so atingidos, nomeadamente, a melhoria do desempenho
ambiental, o cumprimento das obrigaes de conformidade e o alcance dos objetivos ambientais.
A ISO 14001:2015 requer que a reviso pela gesto seja realizada em intervalos planeados, definidos pela Organizao. Os fatores que podem condicionar a periodicidade so, entre outros:
A maturidade do SGA;
A dimenso e complexidade da Organizao;
Ciclo de definio de objetivos;
157
Ciclos de outros SG como o financeiro ou contabilstico. Sendo a reviso pela

gesto uma anlise ao SGA, pode tambm acontecer de forma extraordinria,
devido a fatores como:
Alteraes significativas;
Elevado nmero de no conformidades ou desvios significativos face aos
resultados esperados;
Alteraes nos processos de negcio;
Transio do SGA para uma nova edio da norma ISO 14001.
Durante a fase de implementao do SGA, podem ser realizadas revises do SGA,
permitindo gesto de topo acompanhar os resultados e os ganhos j alcanados
com a implementao.
No entanto, tal como indicado em A.9.3, a reviso pela gesto no tem que acontecer como uma reunio especial, podendo ser realizada em reunies peridicas, j
previstas, da gesto de topo.
Deve abranger todo o mbito do SGA. No entanto, no necessrio que todos os
elementos do SGA sejam simultaneamente revistos. Por exemplo, a informao
resultante das auditorias internas poder ser revista num momento diferente dos
resultados de monitorizao e medio.
A reviso pela gesto deve reunir e comentar os resultados alcanados durante
o perodo em anlise, em termos de fatores com influncia no SGA, desempenho
ambiental e outros resultados obtidos, permitindo efetuar comparaes da melhoria dos resultados de desempenho perodo aps perodo, de forma a tomar as
decises e aes necessrias definio do planeamento do SGA e dos objetivos
ambientais. No deve ser confundida com reunies de acompanhamento dos resultados do SGA.
A reviso pela gesto deve incluir a anlise de todos os assuntos das alneas a) a g)
que se sintetizam no quadro seguinte.
Aes das revises

anteriores
Alteraes
Alcance dos
objetivos
Desempenho e
eficcia do SGA
incluindo tendncias
Adequao
de recursos
Comunicao
relevante, incluindo
reclamaes
Oportunidades
de melhoria
Figura 14: Assuntos a analisar na reviso pela gesto.
158
03
ISO 14001:2015
GUIA DO UTILIZADOR
No que respeita s alteraes, devem ser tidas em conta as alteraes nas questes
internas e externas relevantes, nas necessidades e expectativas das PI, incluindo
alteraes nas obrigaes de conformidade, nos aspetos ambientais significativos
e nos R&O. A necessidade de anlise destas alteraes pela gesto de topo insere-se
na gesto da mudana na ISO 14001, necessria para a manuteno da eficcia do
SGA (ver 4.4).
A gesto de topo deve ainda rever as reclamaes relevantes recebidas de PI para
determinar oportunidades de melhoria, o que nos clarificado no Anexo A.9.3.
A informao a recolher sobre o desempenho ambiental da Organizao e suas tendncias inclui informao chave gerada pelo sistema: resultados de monitorizao e
medio, cumprimento das obrigaes de conformidade, resultados das auditorias,
no conformidades e aes corretivas. Uma boa prtica para analisar tendncias
a apresentao dos resultados em forma grfica, que permita comparar a evoluo
ao longo do tempo ou entre perodos anuais. Tal pode ser particularmente til para
analisar o desempenho ambiental.
A Organizao deve reter informao documentada da reviso pela gesto, a qual deve
referir, no mnimo, os resultados esperados da reviso pela gesto sob a forma de:
Concluses sobre a contnua pertinncia, adequao e eficcia do SGA, ou seja,
se ou no apropriado Organizao, se cumpre ou no os requisitos normativos, e se alcana ou no os resultados pretendidos;
Decises relacionadas com oportunidades de melhoria contnua;
Decises relacionadas com a necessidades de alterar o SGA, incluindo decises
sobre recursos;
Aes, se necessrio, quando os objetivos no tenham sido cumpridos: definio
de meios tcnicos, humanos ou financeiros para atingir os objetivos;
Oportunidades para melhorar a integrao do SGA com outros processos de
negcios;
Quaisquer implicaes para a orientao estratgica da Organizao.
As decises tomadas devero dar lugar, na medida aplicvel, ao planeamento das
aes que permitam a sua concretizao, definindo o que fazer, como, quando e
quem, de modo a que o seu seguimento possa ser verificado nas subsequentes revises pela gesto.
boa prtica documentar a informao tida em conta para a reviso pela gesto,
incluindo:
Resultados alcanados face aos objetivos fixados para o perodo em anlise;
Estado das aes corretivas desencadeadas no perodo em anlise, resultados da
avaliao do desempenho;
Resultados das auditorias, tendo em considerao o programa anual de auditorias, os resultados de conformidade e as principais oportunidades de melhoria;
159
Informao relativa a alteraes nas necessidades e expectativas das PI, nas obrigaes de conformidade, nos aspetos ambientais significativos e nos R&O;
Informao sobre reclamaes;
Outra informao relevante para a reviso pela gesto.
Em certas Organizaes pode fazer sentido que cada responsvel apresente os
resultados pelos quais responsvel no mbito do SGA.
160
03
ISO 14001:2015
GUIA DO UTILIZADOR
A seco 9.3 da ISO 9001 e da ISO 14001 adota o texto comum do Anexo SL
com algumas adaptaes e diferenas de linguagem, mas permanecendo
idnticas na essncia. Enquanto a ISO 9001 divide esta seco em trs, a ISO
14001 concentra tudo em uma s.
Os temas a ter em conta como entrada para a reviso pela gesto so os
mesmos, com algumas diferenas e adies em ambos os referenciais:
a) Nas alteraes, a ISO 14001 pede que sejam tidas em conta, adicionalmente ao que pedido na ISO 9001, as alteraes nas necessidades e expectativas das PI, incluindo obrigaes de conformidade, nos aspetos ambientais
significativos e nos R&O.
b) Na ISO 9001 pede-se informao sobre a eficcia das aes tomadas
para tratar os R&O, enquanto na ISO 14001 pedida informao sobre as
alteraes.
c) Relativamente ao desempenho do sistema, a ISO 14001 pede informao
sobre o cumprimento das obrigaes de conformidade, enquanto a ISO 9001
pede ainda informao sobre a satisfao do cliente e retorno de informao
de PI relevantes, o desempenho dos processos e conformidade dos produtos
e servios, e o desempenho de fornecedores externos.
No seu conjunto, as diferenas entre os dois referenciais no so impeditivas
de uma abordagem comum reviso pela gesto.
No que se refere s sadas da reviso pela gesto, a ISO 9001 pede no s as
decises como as aes, no estando estas ltimas explcitas na ISO 14001.
Contudo, ao pedir o seguimento das aes resultantes de revises anteriores, as aes esto implcitas.
Ambas as normas requerem decises sobre oportunidades de melhoria,
alteraes no sistema e necessidades de recursos. Adicionalmente, a ISO
14001 requer decises quando os objetivos ambientais no forem cumpridos
e decises sobre oportunidades para melhorar a integrao do SGA com
outros processos de negcio, quando necessrio.
Finalmente, a ISO 14001 requer que a Organizao conclua sobre a contnua pertinncia, adequao e eficcia do SGA, e que se pronuncie sobre
quaisquer implicaes na sua orientao estratgica, retendo informao
documentada.
Independentemente das diferenas apresentadas, a reviso pela gesto
pode ser assegurada de modo integrado pela Organizao.
161
A Organizao estabelece intervalos planeados para conduzir a reviso pela gesto

de topo.
Demonstra, com informao documentada, que realiza as revises pela gesto
em intervalos definidos e adequados. A informao documentada nos formatos
escolhidos pela Organizao, tais como relatrios de gesto, atas de reunio, apresentaes, etc.
A informao a ter em conta analisada e so tomadas decises atempadas para
assegurar a contnua pertinncia, eficcia e adequao do SGA.
Ligaes relevantes

5. Liderana
7.1 Recursos
10.1 Melhoria - Generalidades
Esta seco equivalente seco 4.6 da ISO 14001:2004. Embora desaparea a

meno a entradas para reviso, mencionada a necessidade de ter em conta a
restante informao j referida na anterior edio, sendo acrescentadas as questes internas e externas, as necessidades e expectativas de PI, os R&O e a adequabilidade de recursos. J em relao s sadas da reviso pela gesto, esta nova norma
mais especfica, clarificando que a Organizao deve concluir sobre:
a contnua pertinncia, adequao e eficcia do SGA;
necessidade de recursos;
aes para objetivos no cumpridos;
oportunidades para melhorar a integrao do SGA com outros processos de
negcios;
quaisquer implicaes para a sua orientao estratgica.
162
03
ISO 14001:2015
GUIA DO UTILIZADOR
10 MELHORIA
10.1 GENERALIDADES
10 MELHORIA
10.1 GENERALIDADES
A Organizao promove aes de melhoria para atingir os objetivos ambientais,

melhorar o desempenho ambiental e cumprir as obrigaes de conformidade.
Aplicao
A ISO 14001:2015 requer que a Organizao determine e selecione oportunidades de

melhoria, promovendo agora no seu anexo um conceito de melhoria mais abrangente do que a melhoria contnua da eficcia do SGA.
Esta seco enquadra-se no objetivo global da implementao de um SGA que
atingir os resultados pretendidos, sendo que estes incluem:
A melhoria do desempenho ambiental;
O cumprimento das obrigaes de conformidade; e
O alcance dos objetivos ambientais.
Deste modo fica definido o tipo de melhorias que devem ser identificadas pela
Organizao. Estas podem ser determinadas com base nos riscos e nas oportunidades determinados em 6.1, nos resultados de anlise e avaliao (9.1) e determinadas
pela gesto e topo em sede de reviso pela gesto (9.3). Relembra-se que a gesto
de topo promove a melhoria contnua e deve assegurar que o SGA atinge os resultados pretendidos.
A ISO 14001:2015 aborda agora a melhoria a partir de um conceito mais abrangente
do que o de melhoria contnua, determinando a possibilidade da Organizao aplicar, no seu SGA, outros tipos de melhoria. Os benefcios decorrentes da aplicao
de um SGA tm vindo a ser analisados e outros tipos de melhorias foram entretanto
perspetivados. Para alm dos aspetos associados reduo da utilizao de recursos como gua, energia, matrias-primas; as melhorias enquadrveis por este tipo
de sistema ressaltam a importncia crescente do ambiente na estratgia empresarial determinante de uma vantagem ligada ao desempenho, como demonstrado
em vrios estudos de mbito acadmico19.
A norma no requer que a Organizao adote e implemente todos os tipos de
melhoria, mas clarifica agora (A.10.1) que diferentes tipos de melhoria e inovao
podem ser considerados e podem ser adequados para atingir os resultados pretendidos. A deciso dos tipos de melhoria que sero aplicados da Organizao.
19 Khanna, V. K. (2010). An Indian experience of the environmental management system. International
Journal of Innovation and Technology Management, 07(04), 423445, Ruzevicius, J. (2009).
Environmental Management Systems and Tools Analysis. Engineering Economics; Gktepe, O., Altn, E.,
& Kasmolu, M. (2014). A Strategic Environmental Management Model: Salt Lake Case. Procedia - Social
and Behavioral Sciences, 150, 310319
163
A melhoria pressupe a capacidade da Organizao atuar a partir de uma viso

interna, isto , na tica do SG, seus processos e atividades, dos recursos e das pessoas, e tambm a partir de uma viso sobre a sua ligao ao ambiente em que se
insere, ou seja, o contexto e a interao com as PI relevantes desse contexto, internas e externas.
A estes requisitos explcitos na seco 10, acrescem outras referncias importncia
de associar a melhoria liderana, ao planeamento e aos processos e outras atividades como as de suporte ou de avaliao.
A melhoria pode estar suportada por um plano de melhoria20 que explicite objetivos, atividades, responsabilidades, documentao, indicadores de desempenho a
monitorizar e o calendrio. Dos indicadores mais destacados em termos internacionais encontram-se o de pegada ecolgica e os indicadores resultantes da abordagem de uma avaliao do ciclo de vida, cada vez mais utilizados como indicadores
de gesto e de desempenho das Organizaes.
Numa publicao recente, Matthews& Marzec21 apontam oito dimenses da melhoria numa lgica de um SGQ. No entanto, pela sua relevncia, destacam-se alguns
exemplos de melhoria aplicveis tambm num SGA:
Melhorias tangveis;
Mudanas como resposta a dinmicas sociais e econmicas (ex.: pegada ecolgica), a reclamaes de PI e mudanas das especificaes de clientes;
Mudanas nas especificaes de produto associadas a requisitos e preocupaes
ambientais (ex.: eco-labbeling);
Reduo dos custos derivada de novas prticas de gesto ambiental;
Conformidade com a regulamentao e obrigaes de conformidade;
Satisfao das PI;
Melhorias nas polticas e nos procedimentos (sistema de gesto).
Conforme proposto pelos autores, dimenso da melhoria, devem associar-se as
dimenses da melhora contnua (CI) e as dimenses da melhoria de processos (PI)
para alm de, no caso de um SGA, ser relevante a sua contextualizao em termos
da adoo de uma perspetiva de sustentabilidade em todos as reas de atividade
da Organizao: compras, produo, marketing, I&D e Inovao, servios, entre
outras.
A combinao desses vrios tipos de melhorias reflete a complexidade inerente a
um ambiente dinmico e aos desafios que se colocam s Organizaes no sentido
de associarem dimenses que incluem, entre outras, as melhorias contnuas, de
processos, de ferramentas e mtodos, de alteraes em prticas, procedimentos,
20 Cf. Wandersman, A., Chien, V. H ., & Katz, J. (2012). Toward an Evidence-Based System for Innovation
Support for Implementing Innovations with Quality: Tools, Training, Technical Assistance, and Quality
Assurance/Quality Improvement. American Journal of Community Psychology, 50(3-4), 445459.
21 Matthews, R. L., & Marzec, P. E. (2015). Continuous, quality and process improvement: disintegrating
and reintegrating operational improvement? Total Quality Management & Business Excellence, 122.
164
03
ISO 14001:2015
GUIA DO UTILIZADOR
10 MELHORIA
10.1 GENERALIDADES
especificaes, requisitos ou outras, resultantes das necessidades de satisfao dos

colaboradores, dos clientes e outras PI.
A competitividade empresarial exige, pois, que as Organizaes desenvolvam as suas
capacidades de adaptao mudana, sendo a melhoria uma das vias para que tal
acontea, garantindo ainda uma aprendizagem passvel de aplicao no futuro.
O propsito da ISO 14001:2015 dotar as Organizaes do enquadramento para proteger o ambiente e responder a alteraes nas condies ambientais em equilbrio
com as necessidades socioeconmicas (0.1 e 0.2 da ISO 14001:2015).
Para responder a este desafio, as Organizaes podem ter necessidade de adotar
diversas formas de melhoria, para alm das correes e da melhoria contnua, tais
como mudanas disruptivas, inovaes e reorganizaes (A.10.1).
Neste quadro de referncia, em que os objetivos associados melhoria proporcionam o estabelecimento de ligaes com a inovao, importa salientar a importncia de distinguir:
O grau de novidade e de originalidade das mudanas ocorridas;
As capacidades existentes ou no na Organizao, em termos de conhecimento
ou de competncias, para a sua concretizao;
O impacto potencial em termos de mercado ou na sociedade.
As reorganizaes passam pela implementao de novos mtodos para a organizao das atividades de rotina e desenvolvimento de novos procedimentos para
desenvolvimento do trabalho (Inovao organizacional - NP 4456).
A inovao corresponde implementao de novas ou significativamente melhoradas solues para a Organizao. (exemplos: novo produto, processo, mtodo organizacional ou de marketing) com o objetivo de reforar a sua posio competitiva,
aumentar o desempenho, ou o conhecimento (Inovao NP 4456).
Ocasionalmente existem oportunidades para mudanas, que so disruptivas para
as Organizaes, para o mercado ou para a sociedade. Elas mudam a trajetria futura da Organizao, ou at mesmo da sociedade, do mercado ou do setor, atravs de
produtos ou processos totalmente novos, de novas formas de fazer negcios, novas
tecnologias ou novos modos de pensar.
As decises associadas implementao de qualquer uma das trs abordagens
anteriores esto condicionadas, e por vezes dependentes, dos atores, de instituies ou de outros fatores, como por exemplo a regulao ou a legislao que
influenciam as Organizaes, ou seja, do contexto em que as mesmas se inserem.
Por outro lado, o contexto externo condiciona as oportunidades e as ameaas relevantes a mdio e longo prazo, pelo que as melhorias a implementar tambm esto
dependentes desses mesmos fatores.
Por ltimo, ao avaliar a evoluo das necessidades e tendncias, com o objetivo de
implementar melhorias, a Organizao dever considerar o conhecimento organizacional existente e determinar como adquirir ou aceder ao conhecimento adicional
165
necessrio, tendo em conta o contexto em que se insere e os atores da envolvente

externa com que se relaciona.
A demonstrao de conformidade com este requisito feita geralmente pela avaliao dos resultados das melhorias introduzidas pela Organizao, previamente
determinadas, planeadas e executadas atravs da recolha de informao por entrevista, anlise de documentos e eventuais ferramentas de suporte melhoria, atas
de reunio de equipas, avaliaes de resultados e a observao in situ das melhorias introduzidas ou em implementao nos processos, nos produtos e servios e na
Organizao e a sua contribuio para o desempenho ambiental.
A melhoria pode ser demonstrada atravs de:
Alterao dos produtos, bens ou servios, para melhorar a gesto do seu ciclo de
vida, incluindo a sua destruio ou cessao;
Implementao de alteraes nos processos para minimizar os impactes ambientais e melhorar o desempenho ambiental.
So evidenciadas melhorias para prevenir, corrigir ou reduzir efeitos indesejveis.
So evidenciadas aes de melhoria orientadas para o aumento da eficcia e
melhoria do desempenho do SGA.
Na lista seguinte so dados alguns exemplos de atividades e melhorias que podem
ser observadas nas Organizaes:
Utilizao de ferramentas de suporte melhoria22 (ex.: Brainstorming, Eco-mapping, etc.);
Implementao de aes e projetos de melhoria organizacional, com o objetivo de reduzir consumos, substituir materiais, otimizar processos, (ex.: Kaizen, 6
Sigma, Sesses de boas prticas; aes de criatividade e de gesto do conhecimento focadas na melhoria, etc.);
Realizao de iniciativas de gerao e valorizao de ideias como, por exemplo,
bolsas de ideias, caixas de ideias, incluindo a disponibilizao de meios para
recolha, aperfeioamento, avaliao e mensurao de impacto como por exemplo plataformas de inovao on-line, intranets, etc.;
Articulao do SGA, em especial dos seus objetivos estratgicos, com a estratgia
de gesto de conhecimento;
Introduo de indicadores de desempenho associados gesto ambiental;
Ligao das reas de atividade da Organizao ao SGA, potenciando um maior
envolvimento dos colaboradores no compromisso estratgico necessrio;
Aplicao do conceito de open-innovation, com projetos para recolha de ideias
junto da comunidade externa Organizao, como por exemplo: clientes, parceiros,
potenciais clientes, etc.
22 Sobre este tema: http://asq.org/learn-about-quality/quality-tools.html
166
03
ISO 14001:2015
GUIA DO UTILIZADOR
10 MELHORIA
10.1 GENERALIDADES
As seces 10.1 da ISO 9001 e da ISO 14001 partilham o texto comum do Anexo
SL, explicitando cada uma que a melhoria se deve dirigir aos resultados pretendidos dos respetivos sistemas.
A ISO 9001 refere claramente que as oportunidades de melhoria determinadas devem incluir melhorias nos produtos e servios, na minimizao de
risco e na melhoria do desempenho e eficcia do SGQ.
Por seu lado, a ISO 14001 explicita que as entradas para determinar as oportunidades de melhoria so 9.1, 9.2 e 9.3, o que a ISO 9001 explicita em 10.3 a
propsito da melhoria contnua.
Ambas clarificam que a Organizao pode adotar diferentes formas de
melhoria. A ISO 9001 numa nota e a ISO 14001 no seu anexo informativo A.10.1.
Naturalmente, a natureza dos temas diferente, mas as prticas sistmicas
para a melhoria e melhoria contnua podem ser integradas na Organizao
(ver texto sobre integrao em 10.3).
Ligaes relevantes

7.1 Recursos
7.4 Comunicao
9.2 Auditoria interna
10.3 Melhoria contnua
Esta seco nova j que a edio anterior no continha nenhuma seco especfica para a melhoria, no entanto a melhoria contnua estava presente e referenciada
diversas vezes.
A abordagem anterior previa apenas a melhoria contnua da eficcia do SGA atravs dos resultados das auditorias, das revises pela gesto, do tratamento das no
conformidades, levando geralmente tomada de aes corretivas ou de aes
preventivas.
A Organizao poder agora usar diferentes tipos de melhoria para alm da melhoria contnua.
167
10.2 NO CONFORMIDADE E AO CORRETIVA

A Organizao identifica falhas e incumprimentos, corrige-os, investiga as causas e

toma aes para prevenir a recorrncia, assegurando a melhoria.
Aplicao
Uma no conformidade a no satisfao de um requisito, e uma ao corretiva

a ao tomada para eliminar a causa de uma no conformidade e prevenir a sua
repetio23.
As no conformidades podem ser detetadas interna ou externamente, como reclamaes de PI, identificadas nas atividades de controlo, monitorizao e medio,
em auditorias internas ou externas.
A ISO 14001:2015 indica que o primeiro passo, quando ocorre uma no conformidade, reagir a essa no conformidade. Tal implica definir medidas para corrigir
e controlar, repondo o estado de conformidade, e medidas para lidar com as consequncias, como aplicvel. Esta reao comumente chamada de correo. Se
da no conformidade resultaram efeitos ambientais adversos, como um derrame
ou contaminao, a correo deve abranger a sua mitigao, bem como lidar com
outras consequncias que possam decorrer.
A ao corretiva uma ao dirigida a eliminar as causas da no conformidade,
para que esta no volte a acontecer ou no acontea noutro ponto do SGA. A Organizao deve analisar as no conformidades e determinar se so necessrias aes
corretivas. Esta determinao pode ser feita para uma no conformidade ou para
um conjunto de no conformidades idnticas.
A avaliao para eliminar as causas implica a identificao das causas da no conformidade. Para isso, a no conformidade analisada e revista no sentido de identificar qual a causa ou causas que originaram o no cumprimento do requisito, sendo
necessrio recolher e analisar toda a informao relevante para uma boa anlise.
Determinar as verdadeiras causas do problema, a razo da no conformidade,
dever ser um exerccio exaustivo que permita chegar aos fatores que determinam
o problema, para que se possam eliminar verdadeiramente. Anlises superficiais de
causas que apenas identificam a causa aparente da falha, remetendo-a para falha
pontual ou erro humano, raramente do origem a aes eficazes que eliminam as
causas do problema e que se traduzem em ganhos para a eficcia do sistema.
Existem tcnicas como o diagrama de Ishikawa, tambm chamado de espinha de
peixe, ou os 5 porqus s quais a Organizao poder recorrer.
Para determinar se existem ou se poderiam vir a ocorrer no conformidades similares, a Organizao dever avaliar no conformidades idnticas que j ocorreram
23 ISO 14001:2015, 3.4.3 e 3.4.4
168
03
ISO 14001:2015
GUIA DO UTILIZADOR
10 MELHORIA
ou possam vir a ocorrer, ou identificar situaes potenciais onde esta no conformidade poderia ocorrer. A anlise pode abranger outras reas, produtos, servios
ou processos, sendo que uma abordagem em equipa poder ser determinante para
uma anlise eficaz.
As aes corretivas devem ser proporcionais aos efeitos potenciais das no conformidades, incluindo os impactes ambientais subjacentes.
As aes corretivas podero ser alvo de planeamento que defina a ao, o prazo e
as responsabilidades, de modo a assegurar que so implementadas.
A ISO 14001:2015 requer que a Organizao reveja a eficcia das aes corretivas, ou
seja, se uma vez implementadas se verifica que de facto o problema foi corrigido e
no existem recorrncias.
Se, aps a implementao da ao, a no conformidade persistir, pode a ao no
ter sido suficiente para eliminar a causa, ou podem existir outras causas concorrentes, pelo que a no conformidade dever ser reanalisada e determinada a necessidade de definir novas aes.
Finalmente, a norma requer que sejam introduzidas alteraes no SGA, se necessrio, e ainda que a Organizao retenha informao documentada, apropriada
natureza das no conformidades, das aes subsequentes e dos resultados das
aes corretivas. Por natureza da no conformidade entende-se a sua descrio:
onde aconteceu, local de deteo, frequncia, etc. As aes tomadas referem-se
s correes e anlise de causas para determinar a necessidade de implementar
aes e sua definio. Finalmente, os resultados das aes corretivas so demonstrados pela avaliao da sua eficcia.
A Organizao identifica as falhas e incumprimentos e corrige-os lidando com as

consequncias.
Analisa as no conformidades, determina e implementa aes corretivas.
As aes corretivas so eficazes, verificando-se que no so identificadas recorrncias no tipo de no conformidades identificadas.
Quando necessrio introduz alteraes no SGA.
Retm informao documentada das no conformidades, correes, anlise de
causas, determinao de aes e dos resultados das aes corretivas empreendidas, incluindo da sua eficcia.
169
170
03
ISO 14001:2015
GUIA DO UTILIZADOR
10 MELHORIA
As seces 10.2 da ISO 9001 e da ISO 14001 partilham o texto comum do

Anexo SL, com pequenas diferenas. A ISO 9001 refere a necessidade das
no conformidades que resultam de reclamaes serem includas na aplicao dos requisitos desta seco, e requer que as no conformidades sejam
no s revistas mas analisadas, o que refora o processo de investigao
das causas reais das no conformidades. Finalmente, relembra que os R&O
determinados no planeamento podem ter de ser atualizados na sequncia
das no conformidades e aes corretivas.
Por seu lado, a ISO 14001 explicita, ao nvel da correo, que lidar com as
consequncias de uma no conformidade implica lidar com a mitigao
dos impactes ambientais adversos. Do mesmo modo, sublinha que as aes
corretivas devem ser apropriadas importncia das consequncias das no
conformidades, incluindo os impactes ambientais.
Independentemente das diferenas apresentadas, as prticas associadas a
no conformidades e aes corretivas podem ser asseguradas de modo integrado pela Organizao.
Ligaes relevantes
9.1 Monitorizao, anlise e avaliao

Esta seco corresponde ao 4.5.3 da ISO 14001:2004, clarificando os momentos da

correo e no conformidade.
Deixando de existir a obrigatoriedade do procedimento para aes corretivas, compete agora Organizao determinar a informao documentada que considera
necessria para suportar a eficaz implementao desta seco.
Por ltimo, uma das principais mudanas na reviso de 2015 da ISO 14001, e que
teve reflexos nesta seco, foi a introduo do pensamento baseado em risco, atravs da anlise do contexto e das aes para tratar R&O, deixando as aes preventivas de serem referidas. Deste modo, o SGA atua como uma ferramenta preventiva.
Para as Organizaes que aplicavam eficazmente e com bons resultados o conceito
de aes preventivas atravs das prticas estabelecidas anteriormente, recomenda-se que as mantenham.
A preveno uma das componentes essenciais de um SGA, que agora integrada
no planeamento do sistema.
171
10.3 MELHORIA CONTNUA

Usar o princpio da melhoria contnua nas prticas da Organizao para aumentar

os resultados do SGA e o desempenho ambiental.
Aplicao
A ISO 14001:2015 requer que a Organizao melhore de forma contnua a pertinncia, a adequao e a eficcia do seu SGA para melhorar o desempenho ambiental.
A ISO 14001:2015 (ver 3.4.5) define melhoria contnua como atividade recorrente
para melhorar o desempenho, esclarecendo em nota que se trata da melhoria
do desempenho ambiental, devendo esta melhoria ser consistente com a poltica
ambiental. O desempenho ambiental (3.4.10) refere-se a um resultado mensurvel
relacionado com a gesto dos aspetos ambientais.
Ser uma atividade recorrente no deve ser entendido como ter de ocorrer de modo
contnuo, sem interrupes, ou que tenha de ocorrer em todas as reas. Contudo,
a melhoria contnua um dos resultados pretendidos do SGA, devendo por isso
merecer especial enfoque, necessitando a Organizao de a demonstrar.
Consequentemente, a melhoria contnua no pode ser baseada apenas em problemas identificados ou situaes casusticas decorrentes de oportunidades ou de
aes corretivas para no conformidades identificadas. A melhoria contnua advm
do compromisso da Poltica Ambiental e, decorrente deste compromisso, a Organizao deve definir as suas prioridades e objetivos ambientais, em consonncia com
a sua orientao estratgica.
172
03
ISO 14001:2015
GUIA DO UTILIZADOR
10 MELHORIA
Por ltimo, a norma ISO 14001 usa o termo melhoria contnua para enfatizar o
facto de que esta uma atividade contnua e recorrente. importante reconhecer,
no entanto, que h diferentes formas para uma Organizao poder melhorar. A
melhoria contnua, passo a passo, apenas uma delas. A ISO 14001: 2015 usa em
10.1, o termo melhoria de uma forma mais abrangente, esclarecendo em A.10.1 que a
melhoria inclui aes corretivas, melhoria contnua, mudana disruptiva, inovao
ou reorganizao.
No Anexo A esclarece-se que a Organizao dever determinar o ritmo, a extenso
e a calendarizao das aes que suportam a melhoria contnua, podendo estar
suportada num conjunto de aes distintas e destinadas a diferentes temas, como
tambm na aplicao do SGA como um todo.
So apresentados aqui alguns exemplos de melhorias:
Aplicar conceitos de ecodesign aos produtos, por exemplo, redesenhando um
produto que reduz a produo de resduos associados s embalagens ou a substituio de matrias-primas txicas para o ambiente por outras menos nocivas.
Determinar e aplicar requisitos para um abastecimento sustentvel de matrias-primas, por exemplo, privilegiando o abastecimento local para diminuir as emisses de carbono associadas a transportes.
Reduzir consumos de gua de lavagem dos equipamentos na sequncia da
implementao de novas tcnicas de lavagem.
Reduzir o consumo de energia atravs de uma abordagem sistmica sua gesto.
Analisar a eficincia dos processos de modo a eliminar desperdcios de matria e
energia que consequentemente diminuam os impactes no ambiente.
Substituir o combustvel usado nos equipamentos por um com menos emisses.
Envolver-se em iniciativas da comunidade local para a proteo do ambiente:
participar na educao ambiental das escolas, disponibilizar as instalaes para
visitas de estudo sobre temas relacionados com o ambiente, apoiar iniciativas
locais que contribuam para a biodiversidade e preservao dos ecossistemas
(promover a participao da Organizao e seus colaboradores na limpeza de
praias ou de matas, apoiar, financeira, tcnica, ou materialmente, iniciativas de
recuperao de ecossistemas degradados, etc.)
Aquando da determinao da mudana, seja na alterao das instalaes, aquisio de novos equipamentos, criao de novas linhas, estudar e considerar as
melhores alternativas que possam minimizar o impacte ambiental.
Esta seco no tem requisitos sobre informao documentada, relembra-se contudo que as oportunidades de melhoria determinadas so uma das sadas da reviso
pela gesto, as quais devem estar documentadas e que a melhoria do desempenho ambiental um resultado esperado do SGA o qual deve ser demonstrado pela
Organizao.
173
A seco 10.3 da ISO 9001 e ISO 14001 partilha o texto comum do Anexo SL,
sendo que a ISO 9001 requer que sejam considerados os resultados da anlise e avaliao (9.1) e as sadas da reviso pela gesto (9.3) para determinar
necessidades ou oportunidades de melhoria. Na ISO 14001 a ligao a toda a
seco 9 feita na seco 10.1 Generalidades da Melhoria.
Tanto 10.1 como 10.3 em ambos os referenciais referem-se melhoria como
um todo, particularizando em 10.3, as atividades de melhoria contnua.
Naturalmente, a natureza dos temas diferente, mas as prticas sistmicas
para a melhoria e melhoria contnua podem ser integradas na Organizao.
medida que as questes ambientais e de qualidade se interligam ser cada
vez mais difcil distinguir umas das outras. Muitas das melhorias introduzidas
podem trazer benefcios quer ao nvel do desempenho ambiental, quer ao
nvel da capacidade dos produtos e servios satisfazerem necessidades e
expectativas dos clientes, contribuindo assim para a eficcia de ambos os
sistemas, tendo em vista o alcance dos resultados pretendidos.
Do mesmo modo, as melhorias dirigidas pertinncia e adequao dos
sistemas podero encontrar sinergias numa aplicao integrada que poder
ser benfica para todos.
A Organizao demonstra a implementao de aes de melhorias no SGA ao nvel

da sua adequao, da sua pertinncia e da sua eficcia.
A Organizao demonstra melhorias do desempenho ambiental.
A reviso pela gesto rev os resultados de aes de melhoria determinadas nas
anteriores revises pela gesto, mantendo registos.
A reviso pela gesto resulta em decises, onde so determinadas aes sobre
melhoria, registando-as.
Os resultados de anlise e avaliao identificam necessidades de melhoria, incluindo de melhoria contnua.
Ligaes relevantes

6.2.2 Objetivos ambientais e planeamento para os atingir
9.1.3 Anlise e avaliao
174
03
ISO 14001:2015
GUIA DO UTILIZADOR
10 MELHORIA
A norma ISO 14001:2004 j requeria a melhoria contnua do SGA, pela incluso

desse compromisso na sua poltica ambiental (4.2), pelo estabelecimento de objetivos, metas e programa (4.3.3) e nas sadas da reviso pela gesto (4.6). No entanto
no existia nenhuma seco relativa a este princpio da melhoria contnua, agora
expresso na seco 10.3. A presente edio clarifica que o objetivo ltimo da melhoria contnua a melhoria do desempenho ambiental da Organizao.
175
BREVE NOTA SOBRE OS ANEXOS
A edio de 2015 da ISO 14001 disponibiliza dois anexos de teor informativo.

Anexo A
O Anexo A define algumas linhas orientadoras de como usar a norma com o propsito de prevenir interpretaes errneas dos requisitos. Apresenta, a partir da seco 4 (A.4), uma correspondncia direta com as seces da norma, ou seja, a seco
A.4.1 do anexo, corresponde seco 4.1 do corpo da norma.
No pretende definir requisitos adicionais mas deve ser considerado na medida em
que tem por fim prevenir interpretaes desadequadas da norma.
Aqui explicado que a norma deve ser abordada numa perspetiva sistmica, no
devendo as vrias seces ser interpretadas isoladamente, mas observadas e
entendidas em conjunto e nas suas relaes. tambm referida a importncia da
gesto da mudana para o alcance dos resultados pretendidos e para a manuteno do SGA.
referido, neste anexo, que a estrutura e alguma terminologia foram alinhadas com
outras normas de SG - aqui entende-se a adaptao nova estrutura de alto nvel,
que tem por objetivo aperfeioar a consistncia e o alinhamento das MSS [Normas de Sistemas de Gesto] da ISO. tambm explicitado que no existe nenhum
requisito que imponha, s Organizaes, a adoo da estrutura e terminologia da
norma sua informao documentada, podendo estas escolher as designaes
que lhes so mais convenientes.
So tambm apresentadas clarificaes de alguns conceitos e explicaes da
alterao de designaes em relao verso anterior da norma. Destaca-se o
significado preciso dado s palavras considerar e ter em conta. Enquanto no primeiro caso, apesar de ser necessrio pensar no tpico, este poder ser excludo, no
segundo caso, o tpico no poder ser excludo. Destaca-se, ainda, a alterao da
designao requisitos legais e outros requisitos que a Organizao subscreva para
obrigaes de conformidade, no existindo, porm, qualquer diferena no sentido
atribudo.
Apesar das diferenas naturais devido s alteraes na norma, o Anexo A mantm
as mesmas pretenses que o homlogo na ISO 14001:2004.
176
03
ISO 14001:2015
GUIA DO UTILIZADOR
ANEXOS
Anexo B
O anexo B apresenta uma matriz de correspondncia entre a ISO 14001:2015 e a ISO

14001:2004, sendo til para os utilizadores da edio anterior da norma se localizarem nesta edio mais recente.
Na verso de 2004 da norma, o anexo B correspondia s matrizes de correspondncia entre a ISO 14001 e a ISO 9001 e vice-versa. Esta comparao deixou de fazer
sentido uma vez que as verses de 2015 de ambas as normas seguem a estrutura de
alto nvel e, por isso, tm a mesma estrutura base. J a relao da ISO 14001:2015
com a ISO 14001:2004 no to linear.
ndice alfabtico de termos
No final da norma disponibilizado um ndice alfabtico de termos que, devido

sua ordenao alfabtica, facilita a localizao dos termos na seco 3 da norma,
que por sua vez se encontra em ordem conceptual de relevncia para o SGA.
177
178
03
ISO 14001:2015
GUIA DO UTILIZADOR
CONCLUSO
CONCLUSO
A verso de 2015 da ISO 14001, sua terceira edio, o culminar de uma adaptao
ao mundo atual, tentando ir ao encontro das necessidades e expectativas dos seus
utilizadores no contexto dinmico e complexo em que operam. Sendo mais explcita
e compatvel com outras normas de SG, ir facilitar a implementao e integrao,
criando sinergias nessa integrao.
Estando baseada na demonstrao do desempenho para o alcance dos resultados
pretendidos, refora agora a sua proposta de valor fundamental para melhorar o
desempenho ambiental, cumprir as obrigaes de conformidade e atingir os objetivos ambientais.
As Organizaes certificadas tm um perodo de 3 anos a contar da publicao da
norma, a 15 de setembro de 2015, para procederem atualizao dos seus SGA e
estarem de acordo com esta nova edio.
A adaptao nova verso da norma ir requerer um processo de aprendizagem
por parte de todos os utilizadores, no s para as Organizaes, mas tambm consultores, auditores e organismos de certificao.
Certamente, com a colaborao de todos, tudo ser mais fcil e produtivo j
que, bem vistas as coisas, todos trabalhamos para o mesmo objetivo, proteger o
ambiente em equilbrio com as necessidades socioeconmicas, reforando o valor
das Organizaes.
179
BIBLIOGRAFIA
1. NP EN ISO 14001:2015. Sistemas de gesto ambiental Requisitos e linhas de

orientao para a sua utilizao.
2. ISO 14001:2015. Environmental management systems - Requirements with
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3. APCER. Guia Interpretativo NP EN ISO 14001:2004. Outubro 2009.
4. APCER. Guia do utilizador ISO 9001:2015. Dezembro 2015.
6. NP EN ISO 9001:2015. Sistemas de gesto da qualidade Requisitos.
8. ISO/FDIS 14004.Environmental management systems General guidelines on
implementation.
9. NP EN ISO 14006:2013. Sistemas de gesto ambiental - Linhas de orientao
para a integrao do ecodesign.
10. NP ISO 14015:2006. Gesto ambiental - Avaliao ambiental de stios e
organizaes (AASO).
11. ISO 14031:2013. Environmental management - Environmental performance
evaluation Guidelines.
12. NP EN ISO 14040:2008. Gesto ambiental - Avaliao do ciclo de vida
- Princpios e enquadramento.
13. NP EN ISO 14044. Gesto ambiental - Avaliao do ciclo de vida - Requisitos e
linhas de orientao.
14. ISO/TR 14047:2012. Environmental management - Life cycle assessment
- Illustrative examples on how to apply ISO 14044 to impact assessment
situations.
15. ISO/IEC 17021-1:2015. Conformity assessment Requirements for bodies
providing audit certification of management systems Part 1: Requirements.
16. NP EN ISO 19011:2012. Linhas de orientao para auditorias a sistemas de
gesto.
17. NP EN ISO 26000:2011. Linhas da orientao da responsabilidade social.
18. NP ISO 10018:2014. Gesto da Qualidade - Linhas de orientao relativas ao
envolvimento e competncia das pessoas.
19. NP 4456:2007. Gesto da Investigao, Desenvolvimento e Inovao (IDI)
Terminologia e definies das actividades de IDI.
180
03
ISO 14001:2015
GUIA DO UTILIZADOR
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21. ISO/TC 207/SC1 (2015). Workshop - ISO 14001 Key perspectives and developing
countries view, ISO 14004 (SC 1/N 1138) - power point presentation.
22. BSI (2015). Moving from ISO 14001:2004 to ISO 14001 2015: Transition Guide.
British Standards Institute. bsigroup.com
23. Khanna, V. K. (2010). An Indian experience of the environmental management
system. International Journal of Innovation and Technology Management,
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Management Model: Salt Lake Case. Procedia - Social and Behavioral Sciences,
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System for Innovation Support for Implementing Innovations with Quality:
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27. Matthews, R. L., & Marzec, P. E. (2015). Continuous, quality and process
improvement: disintegrating and reintegrating operational improvement?
Total Quality Management & Business Excellence, 122.
28. https://committee.iso.org/tc207sc1, acedido em 19.02.2016
181
1. ISO 14001: Sistemas de gesto ambiental Requisitos e linhas de orientao

para a sua utilizao
2. ISO 14004: Sistemas de gesto ambiental Linhas de orientao gerais sobre
implementao
3. ISO 14005: Sistemas de gesto ambiental Linhas de orientao para a
implementao faseada de um sistema de gesto ambiental, incluindo o uso
da avaliao do desempenho ambiental1
4. ISO 14006: Sistemas de gesto ambiental Linhas de orientao para a
integrao do ecodesign
5. ISO 14015: Gesto ambiental Avaliao ambiental de stios e organizaes
(AASO)
6. ISO 14020: Rtulos e declaraes ambientais Princpios gerais
7. ISO 14021: Rtulos e declaraes ambientais Autodeclaraes ambientais
(Rotulagem ambiental Tipo II)
8. ISO 14024: Rtulos e declaraes ambientais Rotulagem ambiental Tipo I
Princpios e procedimentos
9. ISO 14025: Rtulos e declaraes ambientais Declaraes ambientais
Tipo III Princpios e procedimentos1
10. ISO 14031: Gesto ambiental Avaliao de desempenho ambiental
Linhas de orientao
11. ISO/TS 14033: Gesto ambiental Informao ambiental quantitativa
Linhas de orientao e exemplos1
12. ISO 14040: Gesto ambiental Avaliao do ciclo de vida
Princpios e enquadramento
13. ISO 14044: Gesto ambiental Avaliao do ciclo de vida
Requisitos e linhas de orientao
14. ISO 14045: Gesto ambiental Avaliao da eco-eficincia de sistemas
de produto Princpios, requisitos e linhas de orientao1
15. ISO 14046: Gesto ambiental Pegada de gua Princpios, requisitos
e linhas de orientao
16. ISO/TR 14047: Gesto Ambiental Avaliao do ciclo de vida Exemplos
ilustrativos de como aplicar a ISO 14044 a situaes de avaliao de impactes
17. ISO/TS 14048: Gesto ambiental Avaliao do ciclo de vida
Formato da documentao de dados1
18. ISO/TR 14049: Gesto ambiental Avaliao do ciclo de vida
Exemplos ilustrativos de aplicao da ISO 14044 definio de objetivo
e mbito e anlise de inventrio1
182
03
ISO 14001:2015
GUIA DO UTILIZADOR
19. ISO 14050: Gesto ambiental Vocabulrio

20. ISO 14051: Gesto ambiental Contabilidade de custos de fluxo de materiais
Enquadramento geral1
21. ISO/TR 14062: Gesto ambiental Integrao de aspetos ambientais
no design e desenvolvimento de produto1
22. ISO 14063: Gesto ambiental Comunicao ambiental
Linhas de orientao e exemplos
23. ISO 14064-1: Gases com efeito de estufa Parte 1:
Especificaes com linhas de orientao ao nvel da organizao para
a quantificao e comunicao de emisso e remoo de gases com
efeito de estufa
24. ISO 14064-2: Gases com efeito de estufa Parte 2: Especificaes
com orientaes ao nvel do projeto para a quantificao, monitorizao
e comunicao de emisso e incremento de remoo de gases com
efeito de estufa
25. ISO 14064-3: Gases com efeito de estufa Parte 3: Especificaes com linhas
de orientao ao nvel da validao e verificao de declaraes de gases com
efeito de estufa
26. ISO 14065: Gases com efeito de estufa Requisitos para organismos de
validao e verificao de gases com efeito de estufa para acreditao ou
outras formas de reconhecimento1
27. ISO 14066: Gases com efeito de estufa Requisitos de competncia para
equipas de validao e verificao de gases com efeito de estufa1
28. ISO/TS 14067: Gases com efeito de estufa Pegada de carbono de produtos
Requisitos e linhas de orientao para quantificao e comunicao1
29. ISO 14069: Gases com efeito de estufa Quantificao e reporte de emisses
de gases com efeito de estufa para organizaes Linhas de orientao para a
aplicao da ISO 14064-11
30. ISO/TS 14071: Gesto ambiental Avaliao do ciclo de vida Reviso critica
dos processos e competncias dos revisores: Requisitos adicionais e linhas de
orientao para a ISO 14044:20061
31. ISO/TS 14072: Gesto ambiental Avaliao do ciclo de vida Requisitos
e linhas de orientao para avaliao do ciclo de vida organizacional1
32. ISO Guide 64: Guia para abordar questes ambientais nas normas de produto1
33. ISO 19011: Linhas de orientao para auditorias a sistemas de gesto2
1 Norma ainda no traduzida para portugus de Portugal, traduo livre do ttulo.
2 Comum a vrios sistemas de gesto, elaborada por vrios comits tcnicos.
183
CONTACTOS APCER
SEDE
EDIFCIO DE SERVIOS DA EXPONOR 2

Av. Dr. Antnio Macedo
4450-617 Lea da Palmeira
t. (+351) 229 993 600
[email protected]
DELEGAO LISBOA
EDIFCIO ROSA
Praa das Indstrias
1300-307 Lisboa
t. (+351) 213 616 430
[email protected]
DELEGAO AORES E MADEIRA
EDIFCIO EXECUTIVO 1C
Av. do Infante, 8
9000-015 Funchal
t. (+351) 291 235 140
[email protected]
[email protected]
www.apcergroup.com

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GUIA DO UTILIZADOR

Joana dos Guimares S

Cristina Sousa Rocha

Joana dos Guimares S

2.1 A nova norma ISO 14001 sobre Sistemas de Gesto Ambiental:

2.2 Estrutura de alto nvel, termos e texto comuns para

3 ISO 14001:2015 GUIA DO UTILIZADOR

1 Objetivo e Campo de Aplicao

4.2 Compreender as necessidades e as expectativas das partes interessadas

7.5.2 Criao e atualizao

9.1.2 Avaliao da conformidade

Breve nota sobre os anexos

ndice alfabtico de termos

ANEXO - FAMLIA DE NORMAS 14000 PUBLICADAS A MARO DE 2016

O presente guia do utilizador ISO 14001:2015 vem partilhar a experincia da APCER

Providenciar uma base de entendimento comum e partilhada entre a APCER e

GUIA DO UTILIZADOR ISO 14001:2015

A utilizao deste guia no substitui nem dispensa a consulta da ISO 14001:2015 ou

Apresenta o guia, os seus objetivos e modo de utilizao. Descreve tambm os

O guia do utilizador segue a estrutura da ISO 14001:2015, sendo as orientaes de

Com o aproximar da data prevista de publicao da nova verso das normas

Perfil dos respondentes

Na figura 1 vemos a distribuio das respostas obtidas por funo desempenhada. A

GUIA DO UTILIZADOR ISO 14001:2015

Responsvel Sistema de Gesto

Perfil das organizaes respondentes

A figura 3 mostra a distribuio por rea de negcio das respostas efetuadas em

GUIA DO UTILIZADOR ISO 14001:2015

Figura 4: Distribuio das respostas por nmero de trabalhadores da Organizao.

Apesar de existir uma maior prevalncia das mdias empresas, obteve-se um

s pessoas que responderam em nome individual (46% do total de respostas) foi

GUIA DO UTILIZADOR ISO 14001:2015

Perceo sobre o guia APCER ISO 14001:2004

Figura 6: Utilidade do guia ISO 14001:2004 da APCER.

tedos, o pormenor com que foram tratados, a estrutura do guia e as referncias

Tendo o questionrio sido realizado antes da publicao da norma e na altura ainda

Proteo do ambiente e melhoria

GUIA DO UTILIZADOR ISO 14001:2015

Para recolhermos informao mais qualitativa, colocamos questes opcionais, de

2.1 A NOVA NORMA ISO 14001 SOBRE SISTEMAS DE GESTO AMBIENTAL:

Cristina Sousa Rocha, Presidente da Comisso Tcnica 150 Gesto Ambiental e

1 Desafios futuros para os sistemas de gesto ambiental.

GUIA DO UTILIZADOR ISO 14001:2015

ENQUADRAMENTO E INFORMAES GERAIS

Confirmao da procura da norma

Agosto de 2011 Janeiro

Geralmente, o Comit responsvel

Fevereiro de 2012 Fevereiro de

GUIA DO UTILIZADOR ISO 14001:2015

ENQUADRAMENTO E INFORMAES GERAIS

Esta fase opcional. O WD

Maro de 2013 Outubro de 2014

O DIS submetido ao Secretariado

Novembro de 2014 Abril de 2015

Esta fase automaticamente

Nesta fase, o secretariado submete

Como est patente no quadro, Portugal esteve envolvido em todo o processo de

GUIA DO UTILIZADOR ISO 14001:2015

ENQUADRAMENTO E INFORMAES GERAIS