MIP - Pragas Açai e Pupunha
MIP - Pragas Açai e Pupunha
MIP - Pragas Açai e Pupunha
INTRODUO
O dendezeiro (Elaeais guineensis Jaquim)O
2.1.2.
- Descrio: O adulto se assemelha a uma pequena mosca, tem a cor branca, mede
cerca de 2mm de comprimento por 4mm de envergadura, possui 4 asas membranosas e
cobertas por uma secreo pulverulenta. As ninfas medem cerca de 1mm de comprimento,
tm colorao amarelada, rodeada de serosidade branca e vivem na face inferior da folha,
onde excretam uma substncia adocicada, proporcionando o aparecimento de formigas e
do fungo fumagina. As ninfas e os adultos formam colnias e, na maioria das vezes,
ocupam toda a rea dos fololos.
- Ocorrncia: A mosca branca ataca um grande nmero de fruteiras e diversas
palmeiras. encontra de Norte ao Sul do Brasil (Silva et al. 1968).
- Sintomas: Por se alimentar da seiva, torna a planta amarelada, debilitada e depois
clortica, atrasando o desenvolvimento e a produo, podendo causar a morte do aaizeiro
no caso de ataque severo. Esse inseto favorece o aparecimento do fungo fumagina, que
provoca a diminuio na fotossntese da planta.
- Controle: Tanto no viveiro como no campo, as medidas de controle so as mesmas
propostas para C. lataniae.
2.1.3.
- Ocorrncia: Essas savas so encontradas em todos os Estados do Brasil. A savada-mata, alm do aaizeiro e a pupunheira, ataca diversas fruteiras; a sava-cabea-devidro tambm ataca diversas fruteiras, assim como o aaizeiro, pupunheira, coqueiro
(Cocos nucifera L.) e o dendezeiro (Elaeis guineensis Jack.) e a sava-limo-do-norte ou
formiga-da-mandioca ataca o aaizeiro pupunheira, e outras palmeiras e fruteiras.
O controle qumico com gases liquefeitos (metil bromide) o mais utilizado, mas
podem ser aplicados produtos lquidos (termonebulizveis _ fenitrothion e deltametrin) e
iscas granuladas (diflubenzuron), que so mais prticos, eficientes e econmicos.
As savas tambm podem ser controladas por inimigos naturais, como fungos,
nematides, caros parasitas, formigas predadoras e um coleptero da famlia
Scarabaeidae, predador das rainhas (Della Lcia, 1993). Pode tambm ser feita a gradagem
do terreno para destruir os ninhos no solo.
2.1.4.
- Descrio: Essa praga possui hbito diurno e, pelo seu tamanho, facilmente vista
voando dentro de plantaes atacadas. A larva, completamente desenvolvida, mede 75 mm
de comprimento por 25 mm de largura, possui corpo recurvado de colorao brancocremosa. A pupa tem a colorao amarelada, onde possvel observar todos os membros
do besouro adulto. O adulto recm emergido, depois de algumas horas, comea a voar
procura de fmea para acasalar e uma palmeira para se alimentar. O adulto vive de 45 a 60
dias e as fmeas pem, em mdia, 250 ovos durante o seu ciclo de vida. Na fase adulta
um besouro de cor preto-aveludada, medindo, em mdia, 5 cm de comprimento, sendo
possvel observar machos e fmeas em constantes acasalamentos, tanto no campo como
sob condies de laboratrio (Bondar, 1940; Genty et al. 1978; Ferreira et al. 1998).
- Ocorrncia: O gnero Rhynchophorus encontrado disperso por todo o Brasil.
- Sintomas: O aaizeiro atacado apresenta porte reduzido, folhas mais curtas e
amareladas, com o pecolo bronzeado, reduo do nmero de folhas, reduo ou ausncia
de cachos, inflorescncias abortadas e estipe com furos enegrecidos junto regio da
coroa. Quando o aaizeiro est muito atacado, as folhas mais jovens so mais curtas e no
se abrem completamente, tomando o formato de uma vassoura. Essa praga alm de fazer
enormes galerias no estipe e na regio da coroa foliar, bloqueando a passagem dos
nutrientes, provocando o enfraquecimento ou at a morte da planta, propicia a entrada de
microrganismos como fungos, bactrias e vrus, ou insetos secundrios capazes de
provocar novos danos. Alm disso, o vetor do nematide causador, nas palmceas, da
doena conhecida por "anel-vermelho".
- Controle: As plantas decadentes ou mortas, que so focos e servem de criadouro
para a broca-do-coqueiro, quando eliminadas concorrem para a reduo da ocorrncia
dessa praga. Tambm devem ser evitados ferimentos mecnicos acentuados durante a
colheita dos cachos, para que os adultos no sejam atrados pela seiva exudada. Os estipes
eliminados so cortados em pedaos e queimados fora da plantao. O uso de armadilhas
o mtodo mais seguro para o controle dessa praga e pode ser feita com o aproveitamento
de recipientes descartveis de plstico (20 litros), utilizados no envasamento de leo para
mquinas agrcolas. A parte superior dos recipientes retirada e, no local, adaptada uma
tampa de madeira, com um furo de aproximadamente 10 cm ao centro, no qual fixado um
funil feito com a parte superior de garrafa de plstico descartvel de refrigerante (2 litros),
com a parte afunilada voltada para dentro da armadilha, do modo a facilitar a entrada do
inseto. No interior da armadilha deve conter iscas compostas por feromnio de agregao
sinttico rincoforol (trocados a cada 3 meses), mais 6 roletes de cana de acar (20 cm
cada, cortados transversalmente). As armadilhas (Fig. 5) so colocadas em moires de
madeira com 1 metro de altura e distribudas dentro do aaizal a cada 150 metros. A troca
da cana deve ser feita a cada 15 dias, ocasio em que ser feita a coleta dos insetos
capturados (Silva et al. 1998).
2.1.5.
instalar o viveiro prximo a plantas atacadas por esse inseto, para que no haja a
possibilidade de ser levada planta atacada para o local de plantio definitivo.
2.1.6.
2.1.7.
10
2.1.8.
11
controle feito com o uso dos inseticidas carbaryl a 0,16% i.a. ou trichlorphon a 0,15 i.a.
(Ferreira et al. 1998).
2.1.9. Hemisphaerota tristis (Bohheman,1850) (Coleptera: Crysomeliade).
Conhecida por inseto-rodilha (Fig. 8)
12
13
14
15
no estipe do aaizeiro, junto coroa, onde permanece durante todo seu desenvolvimento,
que varia de 144 a 403 dias, com uma mdia de 233 dias.
No final de seu desenvolvimento a lagarta passa por um perodo de pr-pupa, durante
19 dias, em mdia (Korkytkowski & Ruiz, 1979b). No final do ciclo, transfere-se para a
regio superior do estipe onde empupa. A pupa de cor castanho-escura brilhante e mede
de 64 a 95 mm de comprimento; o casulo formado pela pupa marrom escuro e
confeccionado com as fibras da palmeira, fortemente compactadas (Korkytkowski & Ruiz
1979b). O perodo pupal foi estimado por Korkytkowski & Ruiz (1979a) em
aproximadamente 30 dias, e o ciclo biolgico completo de aproximadamente 14 meses.
A mariposa possui comportamento matutino e vespertino muito caracterstico,
voando somente por um perodo de 10 a 15 minutos nas primeiras horas da manh (6h s
6h15m) e nas primeiras horas da noite (18h s 18h15m), permanecendo, durante o dia,
pousada no estipe prximo a copa da palmeira, o vo rpido e silencioso, e se realiza a
uma altura entre 1 a 4 metros.
- Ocorrncia: encontrada, em plantaes de dendezeiro, coqueiro e algumas
palmeiras nativas, na Venezuela, Suriname, Guiana, Brasil (Regio Norte), Colmbia,
Equador, Peru e Panam, (Ray, 1973; Genty et al. 1978; Korkytkowski & Ruiz, 1979b).
Em 1996, foi detectada a presena dessa praga atacando os estipes de aaizeiro e de
bacabeiras (Oenocarpus maropa H. Karst e O. minor Mart.), palmeiras nativas da Regio
Norte. No Estado do Par, o primeiro registro desta praga atacando diversas palmeiras foi
por Silva et al. (1968).
- Sintomas: O ataque, inicialmente, ocorre na regio da insero da folha (axila
foliar). Aps a emergncia, as larvas se dispersam pela coroa da palmeira e na medida que
crescem, caminham em direo ao estipe fazendo enormes galerias, danificando seus
tecidos, impedindo a circulao e o transporte de nutrientes para a regio da copa,
causando grandes prejuzos produo (Schuilling & Dinther, 1980). O estipe, junto
coroa, fica totalmente perfurado e enegrecido em decorrncia da oxidao da seiva, que
escorre por meio das galerias abertas externamente. Como conseqncia, as folhas ficam
carcomidas ao nvel dos pecolos, que pendem junto ao estipe e terminam por cair.
17
18
3. CONSIDERAES FINAIS
Cabe ressaltar que na regio Norte existe um grande potencial para o cultivo de
palmeiras visando produo de palmito, principalmente, a pupunheira e o aaizeiro. A
maioria dos problemas com ataques de pragas em pupunheira e em aaizeiro de
ocorrncia restrita a alguns plantios e principalmente na fase inicial de cultivo dessas
espcies. Em plantios, casos espordicos so estimulados por condies adversas locais,
que so observadas de maneira isolada no campo, em plantas estressadas, raramente
ocorrendo em toda a plantao. Alguns desses estresses so consequncia de perodos
secos e de baixas temperaturas que coincidem com os transplantes; drenagem deficiente
dos solos; e desequilbrio nutricional da planta, o que favorece o ataque de insetos-pragas
pois as plantas encontram-se fragilizadas. Com o aumento de reas plantadas, pode-se
esperar tambm o aumento da presso desses insetos pois haver maior disponibilidade de
alimento disponvel. Outro problema que deve ser motivo de preocupao a baixa
qualidade sanitria da semente utilizada, havendo necessidade de pesquisas para o
desenvolvimento de protocolos de tratamento, para evitar o surgimento de pragas nos
primeiros estadios de desenvolvimento das mudas.
Uma ateno especial deve ser dada aos viveiros de produo de mudas, onde
geralmente os danos por pragas, principalmente foliares, so mais severos devido alta
densidade de plantas e ao acmulo de umidade. As pragas causam reduo na quantidade e
qualidade das mudas produzidas, o que leva a plantios desuniformes e por ventura a
disseminao dessas pragas no campo no perodo crtico do cultivo. Outro fato importante
que a regio apresenta grande rea coberta com vegetao natural e a maior parte das
plantaes de pupunha e aai esto prximas as matas o que, provavelmente, influencia
diretamente na composio da entomofauna associada cultura. Assim, estudos que visem
esclarecer o comportamento da entomofauna associadas ao agroecossistema da pupunheira
e aaizeiro na regio so de fundamental importncia.
Outro fato importante que deve ser observado que o sucesso na conduo dos
plantios da pupunheira e do aaizeiro depender, muitas vezes, das aes tomadas pelos
agricultores que, auxiliados tecnicamente, tambm necessitaro de esprito inovador e
investigativo para colocar em prtica os resultados de pesquisas, aliado aos conhecimentos
prticos para que possam obter um controle eficiente dos insetos-praga que por ventura
possam surgir em seu sistema de cultivo.
19
Para isso, mtodos de controle devem ser disponibilizados aos produtores para o
manejo fitossanitrio da cultura visando a produo de um produto de qualidade e que
oferea rentabilidade. A sustentabilidade do agroecossistema da pupunheira e aaizeiro
depender de diversas aes, dentre elas o manejo fitossanitrio da cultura. Neste sentido, a
necessidade de pesquisas bsicas e aplicadas, considerando os aspectos regionais de
fundamental importncia, visando oferecer informaes ao agricultor sobre uma cultura
ainda em incio de expanso na regio.
20
4. REFERNCIAS
21
22