Uma Nova Pintura e o Grupo Da Casa 7 - Aracy Amaral PDF

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International Center for the Arts of the Americas at the Museum of Fine Arts, Houston

Documents of 20th-century
Latin American and Latino Art
A DIGITAL ARCHIVE AND PUBLICATIONS PROJECT AT THE MUSEUM OF FINE ARTS, HOUSTON

ICAA Record ID: 1111246


Access Date: 2016-02-04
Bibliographic Citation:
Amaral, Aracy. "Uma nova pintura e o grupo da casa 7." In Casa 7, 4-9. So Paulo: MAC USP,
1985.

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UMA NOVA PINTURA

0 GRUPO DA CASA 7

Como surge uma geracao nova que se contra." a anterior existente, mesmo
que isso n5o pressuponha uma reacgo, mas apenas uma postura outra? Se
esse tipo de arte nova (bad painting, transvanguarda, neo-expressionismo, ou
outra que tal, na denominacao) nao se ensina nas escolas de arte locals por
mais arejadas que sejam, deve-se supor que estes jovens estejam folheando
revistas, vendo o que ocorre for de nossas fronteiras art isticas posto que sua
atitude nao tentar alcancar seus professores ou os artistas reconhecidos,
daqui, mas trazer uma proposta imagetica externa, nova a estes que sa-o seus
mestres. Ao mesmo tempo, percebe-se que estes artistas jovens trabalham
como autodidatas na sua pintura (mesmo embora haja alguns que possam
eventualmente ter frequentado "escolas" de arte sem outra diretriz que a de
dar -Ihes diplomas), e frequentemente, em S5o Paulo pelo menos, em grupos
de trabalho unidos nao por qualquer tipo de manifesto porem curiosamente
(como nos anos 30 ou 40, embora agora oriundos da classe media) para
poder pagar o aluguel de urn espaco que partilham conjuntamente para poder
pintar fora de casa.
Por outro lado, observa-se uma grande seriedade, urn profissionalismo
arraigado desde cedo em muitos deles no sentido de se auto-respeitarem
como produtores de arte, personalidades que embora iniciantes, assumem seu
valor e lutam por se impor.
Esta nova pintura, pois ela tao fascinante quanto preocupante pelas
caracteristicas que envolvem seu surgimento e, porque n5o dize-lo? seu
festejamento, se apresenta entre nos no diferente do que se ye tambern na
Europa: sem chassis, sobre suportes de qualidade diverse e nao mais
exclusivamente sobre tela, feita aparentemente sem projeto previo.
Ha uma consideracdo interessante de Argan a proposito, quando menciona a
ausencia de planejamento, por conseqUencia, como diz ele, de valor, bem
como a presence da agressividade nestas pinturas. Frutos mesmo de uma
sociedade em que a violencia uma constante.
.

Mas nao creio que este gestualismo expressivo signifique apenas a violencia. E
que a ausencia de planejamento traga implicit o desejo da pouca
permanencia. Corn reserves. Sei que estes jovens se preocupam pouco corn a
durabilidade de seus materials Mas isso nao significa que menosprezem o
"valor" de seu trabalho artistic. Ao contrario. Prezam e mu ito. Pois querem
vender, querem sucesso, notoriedade ("quero ser reconhecido, quero ser
respeitavel", me disse urn deles). Mas sobretudo, ha neles algo vinculado a

velocidade, que preciso registrar. Essa velocidade do fazer artistic 6 similar


a velocidade do deslocar-se, do poder vender, do alcancar o sucesso,
portanto, tanto de critica quanto comercial.
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Por outro lado ha o sentido de humor que comparece em Arias pinturas, em


muitos jovens. Que esta claramente vinculado ao humor importado das
estorias em quadrinhos, ao humor do desenho animado visto na TV de volta
da escola e ja tao integrado em suas vidas e seu repertorio quanto talvez o
romance de Delly nas adolescentes dos anos 30 e 40.
o problema da qualidade da obra, ou ausencia de qualidade ou de bons
materials urn dado desconcertante quando percebemos que estes pintores
novos almejam vender. Vender e ter mercado pressupoe, claro, possuir para
oferecer uma mercadoria corn urn minimo de qualidade material. Talvez
alguns destes novos pintores, portanto, ainda alterem para melhor a
fisicalidade de suas obras, a fim de observar esse quesito, n5o sei. Porem 6
indubitavel que a precariedade nao vai de bravos dados corn uma produc5o
vendavel. Porque n5o ha investidor que aposte em jovens talentos que deseje
uma obra para apenas 5 ou 6 verges. E estes jovens, ado ou tarde, se
perseverarem como artistas, ter5o que enfrentar este fato. Quanto tempo
durar5o como alvo de nosso interesse? Saber 5o se desenvolver ou murchargo
como a flor que dura uma so noite? Esta a pergunta que me faro hoje
diante desta floracdo de pintores novos como nao se registrava entre nos
desde a emergencia do "19 pintores" lancados em 1947. Mas destes, quantos
resistiram ao tempo?
E

Alern do mais, ver urn sal5o hoje, como o Nacional do Rio de Janeiro ou o
Paulista de Arte Contemporanea, ambos de dezembro de 1984, 6 no minim
conhecer uma colheita nova. Onde estao os frequentadores dos saloes
anteriores (morreram de pneumonia ou de tifo, ou de algum cancer lento que
os impede de participar de saloes?). Porque s6 estao nos saloes os
novissimos? Pois mesmo a "homenagem", corn uma obra de cada premiado
maximo em saloes nacionais anteriores ao S.N.A.M. do Rio pareceu
deslocada; e sera que a presence da Ultima gerac5o expulsa as geracoes
anteriores, ou cabe aos jUris a responsabilidade por essa poda para
amostragem pura e simples de uma nova leva de pintores novos?
Na verdade, ja o Panorama de Pintura do MAM-Sao Paulo de 1983, foi para
mim, pessoalmente, urn impacto (acontecia ao mesmo tempo que a Bienal de
83) de urn novo "ismo" que surgia entre nos. Pois esse Panorama foi bem urn
sal5o que apresentava tambern artistas de gerac5o intermediaria (de 35 a 50
anos) ja em transicao, isto 6, alertas para as modificacoes percebidas na
pintura internacional. Ent5o, via-se abundantemente os neo-fauves, os "bad
painters" e a acomodacgo clara que os artistas de estilo definido estavam
fazendo para sua pintura se adequar a uma nova ordem... de informac5o
externa (como nos Estados Unidos se percebe corn urn Malcom Morley). Em
alguns ate que cabia bem, em outros causava assombro. Parecia-me estar
transplantada de repente para os anos 50 ou 60 quando depois do impacto
de cada Bienal viamos na Bienal seguinte os artistas brasileiros se adequando
ao figurino da mostra anterior. A velha pergunta: entgo nao somos nada,
somos apenasum espelho corn alguma criatividade? (assim foi do
concretismo ao informal, do pop ao conceitual, as experimentacoes todas

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dos anos 70). Nada criticavel. Estamos no mundo ocidental, e hoje n5o he
necessidade de esperar pela Bienal, pois as revistas ou as viagens
informam mais rapid que as possibilidades de ver ao vivo o que acontece
fora. (Mas, por outro lado, ha uma diferenca bem percept ivel entre os novos
que fazem este tipo de pintura "des-planejada" e gestual corn naturalidade e
os veteranos habeis que se adequam a nova tendencia).
Ha ainda urn dado tambem observavel nestes jovens, e o dado "espetaculo",
o dado "festa", o dado "musical", o dado "show", que me parece tambem
resultante do contagio do meio de arses plasticas frequentado por estes
mocos que tern tal intimidade corn a culture musical popular
contemporanea, que mesmo na forma de "se" apresentarem como autores
das obras, "se produzem" fisicamente ou como postura, da maneira similar a
urn jovem de conjunto musical de sua mesma faixa etaria. Isto 6, os autores
tern urn comportamento parecido, e nem sei se estes jovens pintores se d5o
conta deste detalhe. 0 da "personalidade" artistica que deve ser tratada ou
distinguida em meio ao public em geral. Urn pouco de "genero", mas a
arrogancia nao deixa, as vezes, de comparecer, talvez ate explicavel por uma
necessidade de afirmac5o (?).

depois, como explicar sua receptividade frente ao mercado? Reporto-me a


alguns participantes da exposicao realizada no MAC em 1983, "Pintura como
Meio" corn urn punhado de jovens artistas, lancamento de urn grupo, pode-se
dizer, distintos entre si mas talvez uns tres corn certas afinidades (comp
Cozzolino, Romagnolo e Leda Catunda), alem da presence isolada de Ana
Maria Tavares, menos apreciada posto que menos de acordo corn o figurino,
e bem visivel no grupo a indubitavel superioridade criativa de Leda Catunda,
talvez a mais interessante artiste desta gerac5o em sua direcao transgressora,
corn uma licence poetica maravilhosa em suas invencoes.
Mas de imediato alguns desta exposicao foram procurados pelo mercado de
arte, lancados corn alarido no Rio, e corn obras cotadas a precos
elevados (que muitos ja iniciados ha dez anos teriam dificuldade de ostentar).
Mas foi urn fato. Compradores de arte (pois n5o sao colecionadores no
sentido estrito da palavra) de uma faixa nova, jovens executivos de urn n ivel
cultural sofisticado passaram a se interessar pelos pintores novos.
claro que paralelamente a estes ha aqueles que viveram ou estagiaram por
urn tempo em Paris, e trazem a informack europeia corn seu repertorio (de
mascaras africanas, jacares, ou outros animais, carros, avioes ou certos signos
dispostos de maneira livre sobre a tela), sempre manipulado corn a mesma
caracteristica de gestualismo e rapidez que uma constante em todos.
Mas nesse sucesso de mercado ha urn dado que chamei de preocupante nesta
tentative de reflexab sobre esta gerack, que e o de seguir produzindo a
galope para satisfaC5o das propostas de exposicao, para os sal-6es (inclusive a
esta altura neles ja reconhecidos e onde ganharam premios elevados, como o
premio maxim, no Sala Nacional do Rio de Janeiro, por Nuno Ramos,
bem como de Daniel Senise, no Sala Mokiti Okada de Sao Paulo,,ou ainda
o premio de Rodrigo Andrade no Sark Paulista de Arte ContempOranea).
Pode ser coincidencia, mas a presence, seja ao nivel da America Latina como
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tivemos ja ocasiao de ver, como no Brasil, da informacao ou de urn


repertOrio de imagens incorporadas, manipuladas por esta pintura nova, da
citacao da antiguidade classica em elementos escultoricos ou
arquitetonicos, corn a presenca de figuras de animals selvagens ou patos
Sao comum de elementos alem da presenca do graffiti, promovido a pintura
de galeria (como tambem o fizeram Penck ou Borovsky): ern superposiceies
de signos, figuras, etc. de maneira aleatoria em sua expressividade. Muito
diverso este tipo de graffiti daquele realizado por Carlos Matuck e Waldemar
Zeidler, ou Alex Vallauri entre nos, artistas que ja passaram de
personalidades "marginais" a "artistas", introduzindo para dentro das
galerias suas figuras inspiradas nos "mass media" mas corn urn encanto
singular ao ocupar paredes de interiores.
E interessante a desvinculacao total entre estes artistas e os da pintura
informal vigente entre nos como Kuperman, Guinle ou Aquila da Rocha
Miranda de uma geracao intermediaria, dos 30 aos 40 anos
aproximadamente e que pareciam sobreviventes, em meio as tendencias
conceituais existentes na segunda metade dos anos 70. Curiosamente, vemos
apenas Aquila como tendo uma renovac5o interessante, diante do
barroquismo de urn Guinle, ou mesmo da abstracao expressive de Kuperman,
muito mais relacionados corn os informalistas dos anos 60.

0 GRUPO DA CASA 7

Neste contexto de comparacoes entre as diversas tendencias hoje surgidas


deve-se destacar as contribuicoes que estimulam a nos fazer ver, depois de
muitos anos, corn otimismo, esta geracao. De toda maneira, apps o primeiro
contato corn todo o grupo da Casa 7 ern seu atelie da pequena vila de
Cerqueira Cesar, saimos corn urn astral elevado. Como que se houvessemos
sido oxigenados por urn frescor novo.

No que nao exista

neles a inevitavel informacao nova do que se passa na


Europa. Nao tendo frequentado escolas de arte e para que? trabalham e

discutem intensamente juntos, numa dialetica natural porem instigante.


Ocorreu corn este grupo urn fenomeno atualmente vigente tambem entre nos
no Brasil (Rio e Sao Paulo, mais vivamente), reflexo direto do que se passa
ha uns 3-4 anos na Europa ocidental e Estados Unidos. Dois dados: urn, o
reconhecimento vertiginoso, e ja corn garantia do convite para participacao
na proxima Bienal de Sao Paulo. Como explicar este exit tao veloz a nao ser
pela propria rapidez instaurada na projecao desta geracao (e que nos faz
lembrar a famosa frase de Warhol que dizia que vivia-se ja o tempo de "ser
famoso por 15 minutos") muito integrada neste consumismo de nossa
sociedade, que torna a arte tambem descartavel, como comentava Segui,
recentemente entre nos, como as tendencias da moda ou os modelos de bens
de consumo produzidos em escala industrial?
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Esta velocidade na projeck desta geracao (que beneficia urn Daniel Senise,
urn Claudio Fonseca, urn Eneas do Valle, urn Leonilson, uma Leda Catunda,
urn Barrio, alem destes da Casa 7, entre nos) pode ser articulada, no caso
destes cinco pintores, a sua surpreendente e intensa produtividade.

Parece-nos perigoso, sim, este excesso de festejamento que afeta a todaesta


jovem fornada de artistas pintores, pois no os preserva a uma modestia, ou
a uma auto-defesa da qualidade de seu trabalho. Porem, cada qual sabe de si,
como se diz em Portugal. E ficarao aqueles que resistirem, como em todas as
areas de atuacao profissional.
Mas certo que esta gerac5o, que esta falando alto, teve entre nos nestes dois
anos, urn reconhecimento que nunca, ao n ivel de mercado e critics, os
artistas brasileiros ja gozaram antes. Abrem-se os espacos mais cobicados na
area cultural, e, fato inedito, ha urn reconhecimento de mercado t5o sUbito
(como na Europa para os jovens sobretudo da Alemanha, Italia e Franca),
como antes so tiveram ao n ivel do mercado os artistas "pop"
norte-americanos nos Estados Unidos. E estimulante, e preocupante, e urn

dado novo.
No caso destes 5 da Casa 7 estamos diante de pintores de fato. Estes jovens
tern talento, nem por isso deixam de estar perfeitamente informados pelo
que se passa no Exterior. Ao contrario. Na jovem pintura dos anos 80
poderiamos localiza-los corn uma certa facilidade entre os neoexpressionistas
alemaes, por suas afinidades percept iveis. Talvez hoje, Rodrigo Andrade
esteja mudando rapidamente e seja, de todo o grupo o que mais se aproxima
dos artistas que se inspiram nos pintores-grafitistas. Esta ocorrendo em sua
produce's() Ultima toda uma desestruturack de formas, uma deconstruc5o que
se entrega ao signo, ao gestual que desfaz as composicoes bem evidentes ha
urn ano arras e que o relaciona corn os artistas europeus desta tendencia
(como Basquiat, por exemplo).
Mas estas afinidades sao correntes como a proximidade de Leonilson de
Narcise, apenas para mencionar urn caso ou Nuno Ramos e Monteiro de
afinidades corn o clima visivel em certas obras de certos contemporeneos

alem5es neo-expressionistas
Nao importa, pois sao as admiracoes de uma geracdo como o foram aquelas
dos anos 60. Mas ha nestes cinco urn outro ponto a que devemos chamar a
atenc5o poise raro entre os pintores de sua geracao no Brasil: o respeito pela
pintura contemporanea, ou pelos mestres pintores. Pintura de citac5o? Quern
sabe se poderia tambern coloca-lo nestes termos. Ou seja, o
neoexpressionismo citado se apoia em admiracoes claras: como o a
por
homenagem a Goya, a Courbet, aos mestres do cubismo, e percebe-se
dos
anos
40,
de
urn
de
urn
Sironi
a observacao
acaso ou informacao direta
Torres-Garcia de fins de 20, de urn Philip Guston, etc.

Ver estes cinco pintores, por exemplo, circulando pelas exposicoes,de acervo
do MAC, conversando entre si, falando quase ao mesmo tempo, assinalando,
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discutindo, pode ser indicacgo positiva a meu ver. Alias, o debate esta na raiz
da convivencia destes cinco que se reunem para trabalhar. E em suas
discussoes diante de seus proprios trabalhos percebe-se a estimulante
auto-critica, uma seriedade respeitavel na critics matua, generosa, a que se
entregam e recebem corn uma abertura bastante rara no meio artistic.
Pintam em esmalte sobre papal Kraft grandes paineis de mais de quatro
gestual, ampla, a tinta nao
metros quadrados, em media, dando sua factura
medida exata do vertiginoso da execucao. Precario o
raro escorrida
material, apaixonante a possibilidade de abordagem de forma fluente da
9rande superficie. No entanto, ja manipulam a pintura a oleo sobre tela,
embora conscientes todos cinco das alteracbes que a mudanca de suporte e
tecnica implicam em seus trabalhos, que adquirem um "tonus" mais
elaborado, mais racionalizado, como tivemos oportunidade de perceber na
participac5o dos integrantes do grupo no Sala) Paulista de Arte
Contemporanea.
Para alguns que observem corn muita rapidez estes trabalhos pode
transparecer entre ales uma similitude menos real. Alem de Rodrigo
Andrade, por exemplo, em Carlito Carvalhosa evidente uma preocupac5o
mais construtiva que dramatica, por exemplo, as referencias ao real se
fundamentando na fus5o de formas organicas corn elementos do universo
mecanico. Fabio Miguez, por sua vez faz e refaz paisagens (imaginadas ou
reais?) na concentrac5o cezanniana pela solucao construtiva da imagem
representada.

Em Nuno Ramos o corpo humano se insinua atraves de vestes magnificadas e


quase inidentificaveis em seu gigantismo a cobrir toda a superficie pintada,
como grandes formas organicas que dominam o espaco pictorico corn

vitalidade dramatica.
A auclacia major do ponto de vista compositivo, esta sem dt.ivida alguma,
corn Paulo Monteiro. Que trabalha corn o espaco, cria profundidades
ilusorias de interiores inventados em total liberdade construtiva, justapondo
elementos de densidade diversa em clima de intensa dramaticidade, a figura
humans se confundindo formalmente corn as formas minerais ou
industrializadas em tratamento pictorico unitario por toda a superficie do
trabalho.
Eis aqui os paineis mais recentes de Carlito Carvalhosa, Fabio Miguez, Nuno
Ramos, Paulo Monteiro e Rodrigo Andrade: personalidades que emergem na
vertigem de sua geracs5o dos anos 80, pintores antes de tudo, numa tentativa
de visa-a reflexiva que o Museu de Arte Contemporanea gostaria de projetar
para o pOblico de Sk Paulo bem como do Rio de Janeiro atraves de seu

Museu de

Arte Moderna.

ARACY AMARAL
Museu de Arte Contemporanea da USP

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