Técnica Vocal para Coros - COELHO, Helena Wohl
Técnica Vocal para Coros - COELHO, Helena Wohl
Técnica Vocal para Coros - COELHO, Helena Wohl
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Tcnica vocal
para coros
68 edio
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DEDICATRIA
Biju, Carol e Lili!
Filhas queridas a quem quero ouvir cantando
cada vez com mais conhecimento, mas sempre
com a mesma felicidade de agora, enquanto
ainda so crianas.
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...
."Edltora
'Sinodal
2003
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Supior d.
Teologia
Editora Sinodal
Rua Amadeo Rossi, 467
93030-220 - So Leopoldo - RS
Fone/fax: (51) 590-2366
Home-page: www.editorasinodal.com.br
SUMRIO
1. Introduo
3. Preparao
3.1. Consideraes preliminares
3.2. Massoterapia aplicada voz
3.3. Exerccios
.
..
..
.
. 25
.................................................................................... 25
. 28
5. Respirao
5.1. Marco terico
5.2. Exerccios
................................................................................... 35
7. Ressonncia
7.1. Marco terico
7.2. Exerccios
8. Vocalises
8.1. Marco terico
8.2. Exerccios
CDD-782.5
16
16
18
21
4. Postura
4.1. Marco terico
4.2. Exerccios
. 35
. 38
6. Articulao
.
6.1. Marco terico .....................................................................................
6.2. Exerccios
.
6.3. Ginstica facial ..................................................................................
ISBN 85-233-0359-6
94-0872
Apresentao
43
43
50
53
. 59
................................................................................... 59
. 64
. 67
...................................................................................... 67
. 72
Concluso ............................................................................................................. 74
Bibliografia
. 75
...
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APRESENTAO
A abordagem feita por Helena Whl Coelho neste livro profunda, exata
e correta, sendo, portanto, de grande importncia para a literatura da pedagogia
vocal. uma obra que apresenta no s fundamentos tericos, mas tambm
exerccios prticos, constituindo-se assim numa excelente fonte de consulta para
o professor e para o aluno.
Este trabalho fruto de anos de pesquisa e de experincias prprias e
pretende oferecer a cantores e professores de canto uma.fonte de informao de
teor cientfico. A. obra, portanto, bastante densa e merece ser estudada com
concentrao. Aps o estudo, cada cantor dever utilizar estes contedos como
base para o trabalho tcnico e artstico individual, fazendo uso de sua intuio
e de sua sensibilidade.
A informao cientfica de suma importncia, porm o sucesso do
trabalho prtico depende muito do instinto do cantor, possuidor de um talento
natural que lhe possibilita sentir quando e quais vocalises e exerccios de
fontica, respirao, relaxamento e ressonncia e qual repertrio deve trabalhar.
a cantor um comunicador. Cantar um fenmeno que envolve o
"dizer" e, com isto, tocar a sensibilidade dos ouvintes. Para sensibiliz-los e
dar-lhes prazer imprescindvel que primeiramente o intrprete esteja sensibilizado e que esteja completamente vontade com o seu prprio ser! O autoconhecimento tarefa primordial para aquele que se decide a expressar-se atravs
da voz.
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1. INTRODUO
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superado (ou suport ado,.
trabalho bem feito de tcnica vocal Ja e um, s"e~ao o propno, espetcu:>.. "
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altar de sacrifcios e fim ltimo de toda a veneraao, e
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concerto nao e um
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de dividir com o pblico expenencias autnticas e Ja
apenas uma oporturn
vivenciadas anteriormente.
A tcnica vocal assim entendida e trabalhada pr~)J1lOVe o autoco~ecime~- que permitem o encontro consigo, mesmo
e a mtegraao
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al como vivncia estruturada e estruturadora de VIda sao mcorporatecmca voc
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dos pelo cantor e transferidos tanto para a execu~ao. ~as o ras o ~epertono
uanto ara todas as facetas de sua atuao como mdl~lduo e como, mtegrante
da soci~dade. a oportunidade de cada um descobrrr-se e assurnrr-se c~mo
instrumento, instrumentista e luthier. De fato, embora poucos tenham percebido,
o espetculo j comeou...
..
I
A autora
Quase todos os livros sobre canto e tcnica vocal tm um captulo destinado a explicar a estrutura e o funcionamento do aparelho fonador. Este um
pouco diferente ... Normalmente, sob o ttulo "fisiologia da voz" estuda-se
apenas um dos componentes do instrumento vocal: o componente vibratrio
imediato, qual seja, a laringe. O instrumento vocal, no entanto, formado pelo
conjunto do corpo humano. E a partir dessa idia que este livro foi escrito.
Didaticamente, este instrumento vocal - corpo humano - pode ser subdividido em componentes respiratrio, ressoador, articulador, controlador e vibratrio. Mas tal subdiviso meramente uma proposta com fms pedaggicos, pois
na realidade o corpo humano no tem constituio anatmica destinada especificamente ao processo fonatrio. Este processo fonatrio se apresenta como
uma funo em acrscimo s funes vitais de outros rgos ou partes do corpo.
A voz resulta de uma utilizao cultural e aprendida de recursos do corpo
humano os quais tm, como mais imediatas, outras exigncias. Este livro no
se detm a pormenorizar tais contedos porque h publicaes suficientes em
quantidade e qualidade, especialmente entre as produzidas na rea mdica.
Importa, aqui, apresentar uma releitura desses dados sob o enfoque musical.
A voz o resultado sonoro de um instrumento que exige cuidados. Antes
de tudo, uma voz s boa se provm de um organismo sadio, A boa alimentao, o repouso equilibrado, os bons hbitos, a ausncia de vcios e a disciplina
so fatores indispensveis para quem deseja ter boa voz. Tambm a sade e o
equilbrio psicolgico so fundamentais. A voz tambm um cdigo de expresso da alma, pois revela nossas impresses mais profundas atravs de seu
timbre, seu volume, sua forma de emisso, enfim. Quando trabalhamos com a
voz de algum, colocamos em jogo o seu esquema de valores, toda a sua
filosofia de vida e toda a sua cosmoviso.
Objetivamente falando, um som larngeo, apoiado na respirao, amplificado nos ressoadores e modelado nos articuladores. Nem sempre o ser humano falou. Acredita-se que, em tempos remotos, sua comunicao se dava apenas
por rudos rudimentares, semelhana dos animais. Mas a civilizao foi-se
desenvolvendo pela evoluo da inteligncia, e, com ela, foram-se tomando
mais especficas as exigncias de comunicao. Isso afetou a voz, pois o ser
humano logo se apercebeu que poderia transformar aqueles rudos primitivos
em precioso fator de comunicao.
A comunicao , portanto, o compromisso maior do processo fonatrio.
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A tcnica deve ser posta a servio dela. Muitas vezes, o cantor apresenta
postura , respirao, articula? e ressonncia con:eta~; no entant?, canta como
se estivesse anestesiado, aptico, absolutamente mdiferente e distante do que
est fazendo. Outras vezes, excessivamente preocupado com o prprio virtuosismo. Isso acaba por prejudicar-lhe a voz, pois o esforo muito e o rendimento pouco. A comunicao expressiva faz parte do perfeito mecanismo
vocal: saber o que est falando ou cantando, dar um sentido especfico a cada
momento da emisso, envolver-se emocional e afetivamente e no s com a
tcnica. Para isso necessrio que a pessoa perceba que a pontuao gramatical
no est exatamente, de maneira obrigatria, junto pontuao expressiva; que
as "entrelinhas" muitas vezes falam mais do que as "linhas"; que o derradeiro
sentido ser dado pelas inflexes e jogos tmbricos de sua voz e que isso tudo
diz muito mais do que todas as regras juntas!
A constituio de cada pessoa tem suas prprias particularidades e determina suas caractersticas vocais. Essas caractersticas no podem ser fabricadas
por nenhum professor em ne~um alu~o, nem mesmo ~elo prprio aluno em si
mesmo, pois so elementos merentes a sua estrutura VItal. No entanto, podem
ser pesquisadas, descobertas e exploradas at o seu ponto mais belo e produtivo.
O cantor precisa percorrer todos os ' 'caminhos de som" dentro dele. H
ocasies em que at didaticamente interessante saber como o seu corpo se
comporta durante o erro, qual , enfim, a sensao do erro para poder comparla com a do acerto. Cantar bem pressupe conhecer a si mesmo diante das mais .
variadas e surpreendentes situaes.
Esse autoconhecimento possibilita que o cantor espere e exija de sua voz
exatamente aquilo que ela pode lhe dar. Inclui, tambm, auto-aceitao posta
em xeque pela aceitao de suas prprias condies vocais. Mas o mais interessante em todo esse processo descobrir que " condio vocal" inclui tanto
o material vocal original (condies inerentes s caractersticas de constituio
e estrutura de seu prprio instrumento vocal) quanto o produto do trabalho
realizado sobre tal material (adequao de mtodos de ensino, tempo e condies de exerccio, sofistica~ das perfomances esperadas e recursos oferecidos
para o desenvolvimento do virtuosismo).
Todo o processo fonatrio culmina na execuo de um repertrio, o qual
no precisa se limitar a um ou outro estilo; na realidade, .~o interpr~tar uma
obra, o intrprete se transforma numa personagem. A versatilidade em mterpretar muitas e variadas personagens atesta sua competncia... no palco! A competncia para a vida, no en~anto, adquirida e. reve~ada independenten:ente de
recitais, tendo por referencial o prazer e a satisfao do canto espontneo de
quem est de bem consig~ mes~o. E muito feliz o cantor qu~ prepara o seu
recital e aprimora o seu virtuosismo sem esquecer este referencial!
2.2. Voz
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3. PREPARAO
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3.3 Exerccios
M1: Relaxar e concentrar as costas
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'h: Relavar
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CHIHTlltrar a frente
Na c~ntinuidade de M 1, incluir aos poucos a
part~ supenor ?o peito ~ clavcula e esterno); agora,
;\ IJ : Ativar as costas I
Aproximar as mos , palma contra palma, de tal forma que sejam capazes de
executar movimentos geis e frrmes de vaie-vem lateral, conforme indica o desenho.
Bater nas costas e ombros do paciente com
as bordas externas de ambas as mos, intercaladamente, em rpidos impactos, provocando uma sensao de choques eltricos fracos mas contnuos. Seguir o "roteiro" indicado pelo desenho. Intercalar com
o exerccio M 1 antes de seguir.
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dos dedos do massagista e no o das
mos! As palmas das mos devem
manter sempre a mesma distncia da
pele do paciente; apenas os dedos devem realizar o referido movimento.
Ao retomar, deixar as mos deslizarem com as palmas sobre as costas do
paciente. Intercalar com o exerccio
MIe M2 antes de seguir.
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Perceber pontos onde persistem ns de tenso. Concentrar presso com a ponta dos dedos e executar movimentos circulares mais reduzidos em rea de abrangncia, mas segundo orientaes dadas em Mj e M2. Em
geral, nos pontos indicados no desenho se faz necessria
riveis. Intercalar com MIe M2 antes de seguir.
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4. POSTURA
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?a.s.
De~reende-se
observaes acima que um bom corpo de cantor apresenta solidez e flexibilidade. Ps, pernas e bacia formam uma base slida e
estvel, larga e confortavelmente amalgamado ao solo; simultaneamente dos
quadris para. cima, o corpo posiciona-se como que suspenso pelo teto, alongando-se para cima ereto e leve.
Tai.s observaes, de carter eminentemente plstico, s tm consistncia
~~ assocI~~as a uma refl:xo de carter interior. Para Prosser-Bitterlich (1979),
o exerCICIO da postura e o exerccio das reaes frente vida". A maioria dos
problemas d~ postura s~ deve~ ~o falta de ateno ou inaptido fsica , mas
as perturb~oes ~e carater pSI9U1CO. Corpos pesados, encolhidos, desajeitados,
tensos ou mconsistentes (moleires...) so evidncias visveis de vidas interiores
correspondentes e assim tambm so os sons por eles produzidos.
O cantor usa seu corpo como um meio de expresso. Ao enfrentar uma
situao de palco, assim como durante os ensaios, necessrio assumir sua
prpria pr~s~na fsica em um determinado espao; isto , marcar presena de
forma decIdI~a. Isso s ser possvel se houver dedicao ao estudo especfico,
se a pessoa nver segurana de como e de como se apresenta. Neste sentido,
uma sala ampla (onde possa exercitar o deslocamento) e um espelho grande
(onde possa observar-se nos detalhes de movimento) so muito teis. Mais teis
d? qu~ i~so, porm, so uma auto-avaliao crtica e permanente assim como a
disposio de enfrentar todas as situaes da vida com autonomia e coragem.
27
4.2. Exerccios
PI: Posicionar-se no espao
As pessoas caminham livremente pela sala, sem permitir espaos vazios.
De repente , o dirigente faz um sinal e todos devem parar imediatamente e olhar
em volta: o que vem? Em geral, a tendncia formar aglomerados pelos
cantos da pea , enquanto o centro fica vazio; ou vice-versa. Comentar a importncia de um equilbrio dinmico e malevel na ocupao dos espaos e dos
movimentos prprios e do grupo: umeantor no apenas ouvido; tambm visto!
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feita pela boca num retomo posio em p, com os braos e dedos distendidos
para cima, e com o rosto e o olhar para o alto. Buscar a sensao de lanar o
sopro desde a sola dos ps at as nuvens.
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P6: Descansar em p
Na posio descrita em P3' sem mover o corpo e de olhos fechados, sentir
o peso do corpo se deslocando por vrios pontos de apoio dos ps sobre o cho.
P7: Desenvolver flexibilidade em p (Anderson)
p~:
Equilibrar-se em p (Hofbauer)
"
Ps paralelos na posio do quadril; coluna vertebral ereta (sen"ao de vrtebras empilhadas); cabea sobre a coluna vertebral como
/ :...i que suspensa pelo teto, com o queixo levemente. ap~oximado do peit~;
I~.~
ombros, braos e mos soltos e livres; abdominais fmnes e quadnl
(
encaixado. Alongar msculos das costas e da nuca, puxando a cabea
\ .
para cima. Apoiar todo o peso do corpo nos ps, abrindo muito os
dedos e alargando a sola do p. Desenvolver a sensao de solidez e
estabilidade na parte inferior do corpo, em contraposio maleabili.lade e leveza da parte superior, imaginariamente pendurada no teto.
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p~:
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e dos joelho~.
Quando o Impulso for suficiente, a expirao dever ser
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P12: Relaxar os ps
Na posio Pg. levantar um p de cada_ vez a uma altura de 10 em,
dstend-lo e desenhar crculos no ar, com o dedao, para um lado e para o outro.
P13: Alongar os msculos das costas e da nuca (Hofbauer)
Na posio descrita em Pg, deixar cair a cabea
para a frente como se tivesse sido decapitado por detrs,
isto , sem mover o resto do corpo. Expirar quando a
cabea cai, at o queixo encostar no estemo, mas sem
forar. Permanecer na posio, imaginando que, a cada
nova expirao, a cabea cai mais. Cuidar para no mexer os ombros e no desmontar a coluna. Inspirar erguendo a cabea e, em seguida, expirar soltando-a para trs,
at a nuca encostar nas costas. Abrir a boca, relaxar a lngua
e todos os msculos faciais. Cuidar para no mov~entar o ~orpo. A cada
expirao, a cabea cai mais um pouco, mas sem tensionar. Inspirar e erguer"a
cabea, deixando-a cair laterahnente, a orelha ~on~a o ombro, m~ sem e~gue
lo, com o rosto para a frente. A cada exprraa?, relaxar mais e mais os
msculos faciais. Inspirar e erguer a cabea, expirando para o outro lado e
repetindo orientaes anteriores.
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. Pender a cabea com uma expirao. Aps, gir-la livremente pela direita ,
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palm~
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. Posicionar-se conf?rme P3. Girar um dos ombros para cima e para trs
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das mos para cima prximas nuca, de forma a apoiar o mximo das costas
no cho. Ir flexionando os joelhos de forma a ampliar progressivamente os
pontos de apoio. Voltar as pernas posio inicial sem desencostar a coluna do cho.
111
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G- .
P19: Fortalecer musculatura das costas (Anderson)
Na posio P4, pender o corpo para a frente, fmnando os
abdominais e sem soltar os ombros enquanto os braos caem. O
movimento do corpo deve originar-se do giro do quadril sobre as
pernas, formando entre eles um ngulo. Relaxar coxas e perceber
a sensao de solidez do corpo "aprisionado" pelos msculos
costa-abdominais.
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P24: Posicionar os quadris (Hotbauer)
Em p, conforme PS, mos na cintura e cuidando para no elevar os
ombros, guiar o corpo.sem mover as pernas para trs, inspirando, e retomando
para a frente, expirando. Sentir alongamento do corpo todo a partir da bacia.
r~
33
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ermanecer sempre como se no existisse,
cabea ereta (~te ,:qm, ela dever ~
inar-se descarregando o peso do corpo
inerte). Na exprraao que se segue~ imag
sobre o solo. Espreguiar-se, bocejando.
5. RESPIRAO
5.1. Marco Terico
-.
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insignificante temos a chave de todo o processo respiratrio :oc.al. E~ prim~iro
lugar, afirmar que o problema do cantor no a inspirao. significa mtemalIz~
a confiana de que o ar succionado por estmulos veget~tIvoS, o reflexo re~p~
ratrio, sempre suficiente e a certeza de que a quantlda?~ de ar n~c~ssana
para viver menor do que normalmente se pensa. A propsito, a..~alOna dos
erros respiratrios se d por excesso e no por falta de ar. A tranqilidade com
relao garantia de suficincia de ar r~alment~ fu?~amental para quem canta
e deve ser trabalhada atravs de exerccios resprratonos e de constantes reflexes. Em uma inspirao correta, o procedimento no bus.<:.ar o ~, mas
permitir que ele entre nos pulmes devido elasticidade na regiao do diafragma, abertura da glote e vias areas superiores e postura corre!a. Q~ando
algum desses passos no acontece, ocorre um descontrole de pressao. e e esse
descontrole que causa o mal-estar e a ansiedade que perturb~ e ate. rrn~edem
o canto. Em segundo lugar, afirmar que o problema do cantor e a exprraao.nos
leva a concluir que, no sendo a quantidade de ar. o ~portante, toma-se amda
mais relevante a questo da utilizao desse ar; IStO e, por quanto tempo ele
permanece em repouso inspiratrio, dentro do corpo. Ao. mesmo t~mpo em ~~e
o ar reserva vital, tambm empregado para produzir a pressao nec~ssana
para a produo e projeo do som. Essa presso c~ntr~lad~ pelo ~ovrrnento
do diafragma. Conforme vimos anteriormente, na respiraao VItal, apos _o repouso inspiratrio, o diafragma sobe e empurra o ar para fora. Na resprraao vocal,
esse retomo espontneo precisa ser dominado e controlado.
medida que o pulmo desinfla, o diafragma s~be e a fo:a elstica
expulsiva das paredes abdominais diminui. ~a ~~u!enao de p~essao regulada
e sustentada necessria para o canto, a diminuio progressiva da press.ao
expiratria do diafragma deve ser, em termos teric?s, inv~rs,,~ente proporcional presso do empuxo do abdmen, num mecanismo dinmico de c.om~en
sao. No entanto, Gomez chama a aten~o para o ~~to de que na e:prraao a
fora elstica de expulso excede a pressao necessana. para a fonaao. A par
disso, devido potncia excessiva desta fora expulsiva, apenas a f~r~a de
empuxo da musculatura abdominal no suficiente pa:a fre,?" ~ el~tlcldade
retrtil dos pulmes e costelas . Neste preciso instante, e o prop~lO ~Iafr~gma,
com sua particularidade de relaxamento ret~dado (que _na resprr~~o VItal se
evidencia como repouso inspiratrio), que freia a expul~a? do ar. E.Jus~ente
sobre este retardo diafragmtico e sobre o ponto mximo de distenso .da
musculatura abdominal que deve sobrevir a concentrao e a vontade ~o sentido
de extrapolar a amplitude dos dois movime~tos, es~tabelecendo, c~onsclentemen
te, o apoio. Durante a expirao o p.ulmao esta alt? e retrado, e~ a parte
perifrica ao redor do diafrag~a se Junta e adere a pare~e do torax. Na
inspirao, diafragma se contrai e se separa das costelas, ab~do espa? p~a
os pulmes em expanso tridimensional. Os ~spaos pree~chidos p~las linguetas pulmonares cheias de ar, chamados de sinos costo-d~afragmatlcos, .fazem
aumentar o dimetro do baixo trax. A contrao e o rebaxamenro do diafrag-
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r
f
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37
36
5.2. Exerccios
dacos . Refletir sobre o te~po medido em. comparao com os tempos que
duram as frases numa canao qualquer. Realizar este exerccio apenas uma vez.
38
39
deitado
40
I
fonemas curtos de F, S, X, FSX , com um breve intervalo entre eles. Todos os
impulsos devem partir do diafragma em contrao, o que observado, externamente, pelo aumento do dimetro da cintura a cada novo golpe.
T,
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Expirar-Inspirar-Apoiar-Atacar-Cantar-Cortar-Relaxar-Expirar.
necessrio treino consciente para automatizar tal seqncia, em breves
mas freqentes sesses de estudos; no entanto, na realizao musical, sentir a
satisfao de executar o repertrio, esquecer-se de tudo e... cantar!
42
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6. ARTICULAO
6.1. Marco Terico
O termo "articulao" denota a clareza da interpretao musical inteligente veiculada pela separao equilibrada e coerente do trecho musical em
pequenas unidades. Nos idiomas instrumentais, abrange o fraseado, o ataque e
o corte, e todos os procedimentos tcnico-mecnicos de produo do som
(staccattos, legattos, portatos). Nos idiomas vocais, tais tcnicas articulatrias
so, convencionalmente, abordadas em conjunto com o captulo sobre a respirao, pois so profundamente interdependentes do apoio. Em contrapartida,
acrescentam-se ao estudo da articulao, na voz, os elementos da fontica: a
dico. Segundo Gomez (1980), "articulao vocal uma srie de movimentos
realizados pelas partes mveis das cavidades de ressonncia atravs dos quais
o rudo e o som glticos se transformam em palavras e linguagem" .
Gomez ainda chama a ateno para o fato de que, assim como a respirao vocal um acrscimo de solicitao funcional do organismo, a articulao
da linguagem falada ou cantada prejudica a ventilao pulmonar, pois impe
obstculos livre circulao do ar pela reduo do tempo inspiratrio e pelo
bloqueio da expirao, alm de enrijecer a musculatura e articulao lintrofes
das cavidades de ressonncia.
Os meios articuladores da voz humana encontram-se, basicamente, na
cabea: dentes, lngua, lbios. A par de todos os demais msculos faciais, eles
participam em maior ou menor grau da ativao dos pontos de articulao dos
diversos fonemas. Diz Shewan (1973): "A boa dico inclui pronncia correta,
enunciao clara (...) movimentos musculares livres (...) e depende da ao
correta do sistema articulatrio".
A dificuldade do ensino de articulao/dico passa pelas caractersticas
individuais do aluno, pois a conformao sseo-muscular decisiva na formao e utilizao de seu sistema articulatrio. Ainda Shewan que recomenda
que se evitem distores e afetaes, pois o ouvido e o critrio musical precisam tomar a deciso fmal. Depreende-se da que o excesso de movimento facial
desnecessrio, antiesttico e at mesmo prejudicial. A noo exata do prprio
rosto um problema relacionado constituio da auto-imagem, um processo
que inicia desde a gestao e depende de todos os sentimentos de aceitao
versus rejeio, competncia versus incapacidade, entre outros.
O rosto um dos componentes bsicos do aparelho fonador, pois nele
esto a maioria dos recursos de ressonncia, os de articulao e os de expres-
43
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* A autora tomou conhecimento desta tcnica por intermdio de um curso ministrado, em 1989,,pelo mdico
chins Dr, Paul Shao, na Igreja Presbiteriana Chinesa da Azenha, em Port.o Alegre. conteudo do c~
tomou por base uma srie de programas de televiso p~uzid~s n~ ~a para divulgar ~s benefl~los
estticosda ginsticafacial. posteriormente publicadosem livro. Nao fOI possvel obter maiores informaoes.
44
l
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45
Constritivas
Modo de articulao
Fricativas
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Labiodentais
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articulao
Alveolares
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Sonoras Surdas
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Zona de articulao
Papel das cavidades
bucal e nasal
Elevao
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Timbre
Altas
Fechadas
Reduzidas
Mediais
Fechadas
Abertas
Baixas
46
Fechada
Aberta
Reduzidas
Anteriores
Orais
Nasais
IV
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Orais
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Orais
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"empiricamente tem-se constatado que a vogal A dos brasileiros iscuur aqUI,
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.al das brasileiras - tende a ser demasiado a rta e Cai a, senao
:~tri~:~~~ Assim sendo, esta proposta metodolgica opta pela forma da V?gal
demais adaptando o que propoem Fomeberg e Schneider,
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O como gera d ora das
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b ervar a propsito que o prpno Gomez indica a vog
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d o domnio e o controle da posiao mais aberta e espaosa a
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aque Ia que a
ue os autores concordem quanto a voga ongrn , o mesmo
garganta. M esmo q
.
d
b
- d
_
necessariamente com relao aos procedrrnentos e o tenao as
nao ocorre
,
demais e vice-versa. Comparando os esquemas propostos, tenamos:
i
f
I
r
Ii
J
Schncidcr
Fornebcrg (1Y70)
~1l)72)
u);
quais sejam:
"
O~L
A
Apesar de entender estes paorc:-, como adequados para cantar em p~~t roposta no radical ao afmnar que todos os alunos devem iruciar
gues, .studos pela vogal U. A prtica parece indicar que cada pessoa tem uma
seus es bo . a" a partir da qual as demais
.
,, d I das"
'
deverao ser mo e a as e ai,
"vogal aSIC ,
al I
_
;rn nesta seqncia. Por exemplo, um aluno que canta bem a vog
,
entao, sim,
,.
48
i
J
isto , cuja emisso espontnea boa para o I, dever: primeiro, tomar conscincia disso e dominar tais procedimentos de obteno; segundo, "retirar" a
vogal de I; terceiro, conduzir o I, atravs do , para a vogal U; quarto, retirar
as demais vogais deste U atravs do O.
A interpretao emocional de um texto tambm est relacionada s questes articulatrias, pois a partir do sentido emocional se produzem variaes em
diversidades de timbres (um texto temo ou triste emitido todo mais escuro,
enquanto que num texto alegre e brejeiro os mesmos pontos de articulao
determinam fonemas mais claros e brilhantes. A mobilidade na tonicidade
(slabas, palavras ou frases) articulada na forma de acentos tnicos ou tonos
a partir da inteno emocional, numa relao hierrquica prpria e particular de
um dado texto. Shewan recomenda o estudo da "dico emocional", tambm
indicado por Prosser-Bitterlich. Esta proposta metodolgica no rejeita tais
procedimentos, mas os reserva obra em sua apresentao integral. Entende
como importante que o cantor conhea o significado e o sentido potico do
texto que est musicado e o "declame" em cano; que, diante de uma
eventual falta de clareza, isole tais trechos e os trabalhe um a um; que, imediatamente aps, reintegre-os em seu contexto real, qual seja, o repertrio que est
sendo trabalhado.
As premissas a partir das quais a presente proposta metodolgica constituda no que se refere articulao so as seguintes:
1. O excesso de movimentao facial evidncia de preparo articulatrio
inadequado e ineficiente.
2. A emisso de vogais e o movimento articulatrio de consoante mantm
entre si independncia mecnica e separao funcional; isto , as vogais estabelecem consistncia sonora contnua, enquanto as consoantes determinam precisos limites internos nesta sonoridade, interrompendo-a apenas por necessidades
expressivas.
3. A forma geradora da igualdade entre todas as vogais a da vogal U,
adquirida a partir da forma do O, seguindo-se as demais em grupos por variaes labiais e linguais progressivas, quais sejam: uoA, UI, UOOE.
4. As consoantes so agrupadas conforme diferentes possibilidades de
combinaes entre posies de lbios, dentes, lngua e palato, quais sejam
MPB, NTD, LR, SZ, FV, xr, KG.
5. Os diversos fonemas (vogais puras e com consoantes) so trabalhados
isoladamente at que se adquira conscincia dos pontos de articulao; imediatamente aps, so integrados em seu contexto, no repertrio.
6. O espelho e o gravador so os meios mais adequados para a realizao
dos exerccios, tanto articulatrios quanto expressivos, e a ginstica facial,
embora tenha na sua origem apenas uma frnalidade esttica, pertinente a esse
processo.
7. Cada pessoa precisa desenvolver-se a partir de suas prprias condies
49
.
e de seu(s) prprio(s) som(ns) espontaneamente correto(s). Ao professor cabe
descobrir isso no seu aluno e indicar procedimentos por meio dos quais esse
"cantar espontneo" seja expandido para todas as exigncias do repertrio.
i.
I
6.2. Exerccios
AI: Exerccios para a lngua (Gomez)
Colocar a lngua bem para fora, mantendo o interior da boca e a garganta
relaxados, de forma a mant-la completamente plana, buscando encostar todo o
lbio inferior e o queixo com sua superfcie inferior. Retom-la para o interior
da boca, sempre plana e com as bordas levemente encostadas aos dentes
inferiores. Tomar cuidado para que a boca permanea aberta e imvel, com os
lbios em forma oval; o movimento deve ser exclusivo da lngua, movendo-se
desde a sua base, como se fosse desgrudar-se do interior da ~arg~ta.
f
r
l
I
50
51
I
Rea1Izar
'-c '
S aproxim a
roxima dentes superiores e Ia'b'10 mrenor;
delas sen d o qu e F ap
'
.
inferiores entre si e a lngua a ambos, com os Ia'b'lOS bem
I'
dentes supenores e l'
trn a posio dos lbios e dos dentes, mas recolhe a mgua.
abertos; e X man
I
r
r
52
53
aos olho~, aproximando-as. A s~guir, ir levantando as sobrancelhas, mantendoas aproximadas ao centro o mais possvel. Realizar movimentos de vai-e-vem
~ax~
.
r
r
54
Permanecer com a metade interior do rosto completamente relaxada, como se existisse uma "linha divisria" no ponto assinalado
no desenho. Voltar posio iniciai.
r
r
[
I
55
~ ~
t:J,'
~x:rccio
\~
f
r
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r
f
I
r
r
,I
Rir de maneira falsa, deixando as arcadas dentrias sempre juntas. Esticar os lbios para os cantos
da boca (pode-se abrir um pouco
os lbios).
i
i
56
r..
57
7. RESSONNCIA
7.1. Marco Terico
(;
U~:
I
J
r
r
r
58
A ressonncia um fenmeno fsico observvel pelo reforo na intensidade de uma onda mecnica qualquer - reforo este sobre seu som fundamental e/ou seu(s) som(ns) harmnico(s) - ao atingir um sistema oscilante cuja
freqncia seja igual sua. O som uma onda mecnica longitudinal com
propagao em slidos, lquidos e gases. Sempre que uma fonte sonora com sua
freqncia prpria for posta a vibrar, poder ocorrer uma transferncia de
energia deste primeiro sistema oscilante para um segundo com a mesma freqncia; desencadeando sua vibrao e o conseqente reforo da onda original.
Com base nas leis de ressonncia so construdos os ressoadores, isto , cavidades cujas dimenses e formas tm a capacidade potencial de entrar em
vibrao quando prximo a elas existir um sistema oscilante que transmita as
vibraes ao ar contido em seu interior. No contexto da voz, a ressonncia o
efeito resultante das modificaes que as cavidades de ressonncia humanas
imprimem s vibraes larngeas transmitidas pela coluna de ar (propagao em
gases) e pelos ossos e msculos (propagao em slidos). No processo de
modificao, cada cavidade de ressonncia, por sua anatomia ou por seu uso,
provocar alteraes no som original produzido pela vibrao das cordas vocais.
Tais alteraes podero aumentar ou reduzir a amplitude de onda sonora na
freqncia fundamental, fazendo o som emitido variar em intensidade (volume).
Simultaneamente, o mesmo poder ocorrer a um ou mais dos sobretons que
formam a srie harmnica dessa onda, o que resultar, para efeitos auditivos,
numa variao de timbre do som emitido.
As cavidades de ressonncia humanas so todas aquelas cavidades do
corpo cujo contedo areo e cujos componentes sseos, cartilaginosos ou musculares entram ou podem entrar em vibrao a partir das vibraes do interior
da laringe. Anatomicamente, se classificam em infraglticas (traquia, brnquios, pulmes e caixa torxica) e supraglticas (laringe, faringe, boca, rinofaringe, nariz e seios nasais, maxilares e frontais). Fisiologicamente, podem ser
fixas (nariz, seios nasais e rinofaringe - com uma parede mvel formada pelo
palato mole e laringe) ou mveis (faringe, boca, lbios e bochechas). A despeito
de a sensao vibratria ser mais significativa no interior dessas cavidades e nos
tecidos que lhes conferem forma, na realidade todo o corpo humano vibra em
ressonncia. Com o tempo de estudo e aprimoramento da sensibilidade
possvel experimentar a estranha, mas produtiva sensao de ter at as mos e
os ps vibrando em reforo ao som vocal. Em um estgio inicial, no entanto,
59
I
mais evidente e de retomo mais imediato e garantido o investimento pedaggico na busca de domnio sobre os ressonadores anteriormente caracterizados,
quais sejam, as cavidades torxica, bucal e nasal.
Academicamente, fala-se em "voz de peito" e em "voz de cabea",
numa referncia aos sons cuja ressonncia se d no peito :...- geralmente aconselhada para os sons graves - ou na cabea - geralmente aconselhada para
os sons agudos - , respectivamente. Para autores como Gomez, o erro est
tanto na terminologia quanto na idia, pois as ressonncias de peito so teis
para a auscultao clnica do trax, mas jamais para a fonao. Desta afirmao
possvel concluir que tanto os sons agudos como os sons graves devem ser
projetados para cima, na direo das cavidades de ressonncia supraglticas,
pois somente estas conferem consistncia e rendimento sonoro resguardando a
sade vocal. No entanto, mesmo estas carecem de detalhamento. Da leitura das
obras de Sinnek e de Nunes possvel depreender a .existncia e a classificao
de algumas ressonncias que, em sendo mantidas exclusivas, tomam-se viciosas
dentre as das cavidades de ressonncia supraglticas: ressonncia de garganta
(perceptvel pela voz estridente e apertada) ; ressonncia de crnio (perceptvel
pela voz redundante e zumbida); ressonncia de nariz (perceptvel pela voz
fanhosa e velada) e ressonncia de boca (perceptvel pela falta de clareza
articulatria). A ressonncia perfeita utiliza todos os ressoadores do corpo de
forma dinmica, flexvel e equilibrada. Para fms pedaggicos, pode ser conveniente referir-se figura da "voz da mscara", porque a vibrao faz-se sentir
com relativa facilidade nas mas do rosto e na testa - formando um desenho
semelhante a uma mscara volta dos olhos - quando em emisso correta.
Outra figura que estimula a imaginao, fazendo a voz projetar-se adequadamente, a de que o som nasce na bacia, ganha fora na cintura e, aps passar
por trs do palato mole e por cima do palato duro, se projeta para fora pelos
olhos. Na pesquisa dos espaos e meios de ressonncia vocal, cada pessoa deve
percorrer todos os caminhos do som dentro do prprio corpo. H ocasies em
que didaticamente interessante, seno necessrio, verificar o comportamento
e as reaes do organismo diante do erro; isto , experimentar a sensao do
erro para poder compar-la do acerto de forma a adquirir domnio sobre a
antecipao de qualquer uma delas.
TIPOS DE RESSONNCIA
r
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I
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n&~1
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ou bucal
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de~ito_
i'.
I
As cordas vocais so uma fonte sonora cujas ondas se propagam, teoricamente, de forma esfrica, centrfuga e concntrica; mas, para que isso possa
ocorrer, os rgos envolvidos com a ressonncia devem ser educados para
realizarem movimentos inversos s suas reaes espontneas. A boca e seus
componentes, por exemplo, cujas funes primordiais so digestivas, tm movimentos espontneos oclusivos. Para transform-los em ressoadores preciso ,
antes de qualquer estudo articulatrio de moldes ou formas de fonemas, dominar o inverso de sua funo primeira; isto , preciso afastar os dentes, abrir
os lbios, manter a lngua baixa e plana e dilatar todos os seus espaos
interiores. No correto nem possvel fixar receitas para posies e formatos
especficos dos ressoadores, pois eles so uma caracterstica individual de cada
pessoa, resultado de suas formas anatmicas tanto por herana gentica como
por eventuais alteraes acidentais ou culturais (as cirurgias plsticas, por exempio). No obstante, alguns princpios tm-se mostrado vlidos de uma forma
bastante abrangente, quais sejam:
- Abrir a boca sempre no sentido vertical e nunca no horizontal-lateral.
A abertura da boca, segundo Roe , deve ser o resultado do afastamento descontrado e paralelo dos maxilares superior e inferior a partir do relaxamento dos
msculos mastigadores, cuja tendncia energeticamente oclusiva.
- Manter a lngua a maior parte do tempo baixa e plana , com os bordos
encostados nos incisivos inferiores, evitando sua retrao.
- Levantar o palato, aumentando o espao bucaL
- Alargar a faringe, como durante o bocejo.
- Sorrir com os olhos , de forma a levantar as mas do rosto, criando
uma fisionomia aberta e comunicativa.
- Abrir as narinas.
- Relaxar a faringe, deixando-a baixa sempre que possveL
Em uma reconsiderao do conceito fsico de ressonncia, constatam-se
dois focos de ateno: o reforo da intensidade da onda e a freqncia do
sistema oscilante utilizado como ressoador. Ambos os aspectos so relevantes
no problema da utilizao adequada das cavidades de ressonncia humanas. Em
primeiro lugar, analisemos a intensidade ou volume do som: este consiste na
quantidade de energia veiculada na amplitude da forma de onda. A energia
geradora provm do apoio - fora muscular de sustentao e manuteno de
presso area; no entanto, a intensificao na amplitude da onda sonora o
resultado do uso mais ou menos abundante das cavidades de ressonncia e no
de esforo fsico! Na busca da intensidade pelo esforo, o que acaba sobrevindo
rouquido e outras formas de fadiga vocal. Embora seja corrente a afmnao
de que a fora da coluna de ar inspirado e a fora de aduo das cordas vocais
seriam os fatores preponderantes da intensidade vocal, Gomez diz ser a intensidade um fator de aproveitamento das cavidades de ressonncia, o que implica
I
I
60
61
l
o grau de tenso proporcionado pelos distintos posicionamentos no do msculo
vocal- se entendido no sentido restrito de cordas vocais - , mas dos msculos
vocais - se entendidos como o conjunto de msculos envolvidos pelo processo
de falar ou cantar. A discusso sobre as cordas vocais propriamente ditas pode
ser estudada nas teorias de Ewald (1898), Husson (1950) e Perello (1962) e no
relevante aqui. Por outro lado, a eutonia muscular dos msculos limitadores
das cavidades de ressonncia, em especial das supraglticas, decisiva na
construo dos prprios ressoadores e por isso deve ser objeto de estudo por
parte do cantor.
A presente proposta metodolgica concorda com o segundo autor supracitado, Gomez, tanto mais enfaticamente quanto mais inicial for o momento de
ensino-aprendizagem. Considera que relacionar a presso da coluna de ar com
a intensidade do som emitido em um momento em que o apoio e o domnio
respiratrio recm esto sendo adquiridos pode criar graves confuses e gerar
tenses desnecessrias e prejudiciais. Em momentos bem posteriores, a proposta
dos primeiros autores poder - e, eventualmente, dever - ser aplicada,
principalmente porque nela reside a referida energia geradora.
Em segundo lugar, analisemos a freqncia do sistema oscilante usado
como ressoador: as cavidades de ressonncia humanas. Tanto a fonte geradora
como os meios pelos quais o som vocal elaborado so determinados pelas
caractersticas individuais. No entanto, a natureza complexa e rica em segredos, o que implica afmnar que, pedagogicamente, convm considerar as possibilidades de rendimento e beleza do som vocal como potencialmente infinitas.
Assim sendo, o procedimento educacional mais adequado o da descoberta; no
caso especfico, o da autodescoberta. Cabe ao professor, contudo, estabelecer
um marco inicial, um referencial para esse processo. No estudo da ressonncia,
esta proposta metodolgica apresenta as aquisies relativas postura, respirao e articulao como parmetros iniciais. Tais parmetros sero teis na
construo dos ressoadores, que, uma vez existentes, vibraro por ressonncia
com um estmulo de igual freqncia. Partindo do princpio de que os ressoadores humanos so potencialmente ilimitados, ento, potencialmente, entram
em ressonncia com qualquer freqncia vocal emitida por qualquer fonte vocal
que no necessariamente a do prprio corpo. Da o comeo pelo estmulo da
voz do professor, apresentado como exerccio por esta proposta. A propsito,
os procedimentos tradicionais para o ensino do canto lanam mo deste recurso;
no entanto, sem o posicionamento crtico adquirido pelo estudo da postura,
respirao e articulao, o que acontece um processo de imitao da voz do
professor. Em lugar de a voz do professor ser um estmulo que desencadeia a
descoberta das prprias condies no aluno, um alvo a atingir, e a est o equvoco.
Retomando discusso do potencial ressoador das cavidades de ressonncia humanas, na bibliografia consultada no foram encontradas referncias a
isso. As afmnaes feitas so, portanto, resultado das prprias observaes da
autora. Em reforo a elas, empiricamente, qualquer pessoa pode testemunhar o
62
f
r
r
r
r
r
r
"
(
I
cansao vocal causado por ouvir outros falando! Ou, ainda, por tentar falar
enquanto outros falam! Nesses casos, acredita-se que o esforo da prpria corda
vocal estimulado pela vontade de dizer e as vibraes causadas pela prpria voz
tomam-se conflitantes com as ressonncias provocadas pelos estmulos externos, causando a fadiga. Com certeza, um ponto polmico e inconsistentemente fundamentado pelos argumentos apresentados ; no entanto, a estimulao dos
ressoadores por fontes sonoras externas antes de o ser pela fonte sonora interna
e a pesquisa das prprias possibilidades de amplificao e timbre do som so
premissas desta proposta metodolgica.
Determinados fonemas, quando devidamente modelados e emitidos sobre
a sensao de bocejo, parecem veicular maior energia que outros: so, portanto,
mais adequados para o estudo dos ressoadores. No possvel um parecer
ortodoxo sobre quais seriam tais fonemas: eles dependem das caractersticas
individuais. Da mesma maneira que cada pessoa tem o que se poderia chamar
de seu "som existencial" ou sua "freqncia bsica" - isto , aquela altura
precisa onde a sua voz flui com maior naturalidade e beleza - , tem tambm o
seu "fonema bsico". Cabe ao professor, pelo aprimoramento da prpria sensibilidade, perceber que altura e que fonema tem esse som para cada aluno
separadamente e, ento, a partir deles, propor exerccios que estimulem o
surgimento dos demais. nata-se, sem dvida, de outro ponto polmico, que,
no obstante carecer de maiores estudos epistemolgicos, nesta circunstncia
ser considerado verdadeiro.
Os procedimentos didticos da presente proposta metodolgica fundamentam-se nas seguintes premissas:
1. O estudo da ressonncia se embasa nas aquisies da postura, respirao e articulao, e parte da construo dos espaos ressoadores.
2. As cavidades de ressonncia humanas adequadas para o estudo inicial
da ressonncia so as supraglticas. Apesar disso, necessrio que o aluno
identifique todo o seu corpo como um instrumento musical.
3. A emisso vocal acontece pela "voz na mscara" e parte da base do corpo.
4. A intensidade de som tem por enfoque inicial a atuao dos ressoadores
e por enfoque posterior a presso area.
.
5. O timbre da voz humana uma caracterstica individual e deve ser
produto de descoberta e no de imitao.
6. A descoberta do "som fundamental" ou da "freqncia bsica" individual o problema inicial do estudo da ressonncia.
l
I
63
7.2. Exerccios
Repetir procedimentos anteriores, porm emitir duas ou trs notas seguidas, formando um pequeno motivo. Escutar o que seus colegas esto cantando.
Procurar estabelecer dilogos. Escutar e participar, descobrindo e contribuindo
para que se estabelea um equilbrio global.
t
I
l
I
64
r..
65
I
SII: Adequar a prpria sonoridade ao grupo
Posicionar-se conforme o exerccio Sq. Escutar um tema qualquer proposto por seu colega da esquerda. Criar um dilogo polifnico com ele e concluir.
Propor um novo tema e repeti-lo at que desenvolvam um dilogo ~om seu
colega da direita. Calar-se. Escutar enquanto seus colegas seguem reallZan?O ~
exerccio. Pensar sobre a extenso e os demais elementos dos momentos individuais em comparao uns com os outros e com o efeito global.
S 12: Exercitar o equilbrio sonoro
Posicionar-se conforme o exerccio anterior. Escutar um tema proposto.
Sentir sua idia rtmico-meldica e movimentar-se de acordo com ela (danla). Improvisar sobre o tema, livremente e de forma coerente com o grupo.
r
r
r
8.1. Marco Terico
i
r
r
r
r
r
[
r
r
li
66
8. VOCALISE
l
l
I
li
Este o captulo mais complexo deste livro, pois o xito de suas propostas
depende, quase que integralmente, do controle auditivo de um professor. O
prprio cantor no se ouve como os outros o ouvem. A pessoa, ao cantar,
experimenta sensaes corporais internas que seus ouvintes no percebem.
Estes a escutam com ouvidos externos, enquanto o prprio cantor, ao lado de
seu prprio ouvido externo (sistema controlador), se "ouve" como os surdos
se "ouvem", isto , por vibraes internas de ossos, msculos e suas prprias
cavidades de ressonncia. muito comum o cantor confundir-se: escutar, de si
mesmo, uma voz redonda e bem timbrada, enquanto o pblico escuta uma voz
presa e entubada. Neste caso, a voz "acontece" apenas internamente, no tem
projeo. Se, ao contrrio, a voz lanada para fora, em direo aos ouvidos
de um ouvinte externo, pode parecer pequena e sem graa ao prprio cantor. A
funo mais importante do professor de canto, neste caso, auxiliar o aluno a
construir um parmetro de controle de sua voz. Enquanto o aluno pesquisa e
experimenta sons que pode emitir, o professor identifica para ele aqueles que
soam de modo correto e mais bonito para quem escuta. A partir de ento caber
ao aluno construir um sistema interno prprio de correlao entre suas sensaes internas e o que o professor lhe apontou como sons adequados para o
ouvinte externo. Com isso afmna-se: o cantor no se "ouve"; o cantor se
"sente"! Na verdade, o que ele deve aprender e desenvolver o controle de
suas prprias percepes ao cantar. A voz resultante apenas uma decorrncia
natural de tais sensaes fsicas.
A despeito disso, o desafio de escrever sobre algo que s pode ser
escutado se apresenta a cada nova proposta do processo de ensino-aprendizagem da tcnica vocal. Se trabalhos especficos para a vocalizao de cantores
solistas j so raros e de registro complicado, trabalhos especficos para vocalizao de coros so praticamente inexistentes. Decidiu-se partir, portanto, da
anlise de alguns dos mais conhecidos mestres do canto lrico, os quais, embora
tidos como desatualizados por alguns, foram os primeiros a organizar com
preocupaes didticas as dificuldades de execuo do repertrio vocal. Foram
os grandes mestres do bel canto os primeiros a tratarem a voz como um
instrumento e o cantor como um instrumentista e a identificarem a necessidade
de procedimentos sistematizados de estudo e exerccio para o aprimoramentodavoz.
Vocalisar exercitar e desenvolver possibilidades tcnicas da habilidade
vocal. As vocalises podem ser, dependendo de seu objetivo, vocalises de aque-
67
l
que a vocalise deveria ser uma vivncia integral, em miniatura, das grandes
obras do repertrio; isto , uma espcie de laboratrio onde cada um dos
desafios que no repertrio aparecem combinados, pudesse ser isolado e vivenciado em detalhes, profunda e integralmente. Props, ento, melodias agradveis ao ouvido, com acompanhamento, s quais fossem sendo agregados Ornamentos, cromatismos, velocidade e outras exigncias tcnicas e que fossem
ampliando a extenso vocal do cantor atravs de sucessivas transposies. O
curioso, no entanto, observar que em sua obra no aparecem anotaes
referentes dinmica e as vocalises no contm texto.
cimento ou de virtuosidade. As vocalises de aquecimento normalmente concentram seus procedimentos em exerccios para a voz mdi~, tra~alhando p~ci
palmente a articulao e a ressonncia. ~s vocali~es de vntuosl~ade enfatIz~
a extenso e a agilidade vocal, devem VIr precedidas d.as vocalises de aquecimento e so mais adequadas para os momentos de ensaio e estudo do que para
antes de concertos. Exatamente quais exerccios fazem parte de um ou de outro
grupo algo varivel para cada cantor, pois o que ~xtre~amente exigente p~a
um principiante e seria, para ele, considerado de ~ntuosldade, pode ser muito
simples para um veterano e empregado para aquecimento s~m caus~ es~a. O
mais importante disso que o cantor deve reservar as vocalises ~alS exigentes
do seu nvel tcnico para os ensaios e executar como aqueclfi.ento apenas
aquelas sobre as quais tenha domnio completo. Segundo Garcia (1841), o
objetivo da vocalise :
Para este autor, a agilidade sobre todas as. notas em diferentes possi~i!ida
des tcnicas exercitada apenas sobre as vogais, tendo no A a forma bsica e
geradora das demais (seqncia AEEOOU).
Concone (1848) estabeleceu dois objetivos principais e de carter mais
amplo: fixar a voz e cultivar o gosto musical. ,Seus trabalhos. no co~tm
orientaes especficas; resumem-se a reunir melod~as .de compleX1~ade ~al~ o~
menos crescente e a enfatizar a interpretao dos sinais de expressao e dinmica. Suas vocalises geralmente no tm texto e so executadas sobre as vogais
que tambm tm no A a forma bsica (seqncia AEIOU, nesta ordem).
J em Vaccai (1914) verifIcamos uma sria preocupao com o texto, pois,
segundo este autor, preciso acostumar-se aos s~n~ da !ngua simultaneamente
aos sons das notas e, por isso, todos os seus exer~lclos sao pr.?postos c.om textos
em italiano. Em seu mtodo, os graus de dificuldade sao orgarnzados na
seguinte seqncia: exerccios sobre os graus da escala, partindo de . .gr.aus
conjuntos e ampliando, paulatinamente, para ~altos tendo por base .a toruca;
exerccios de agilidade abrangendo de duas a diversas notas,. progressivamente,
sobre cada grau da escala; exerccios de ornamentos (apogiaturas, mordentes,
grupetos, trinados, escalas e roulantes,. port~ento~, n.esta ord~m); e, p~r fim,
recitativos. Vaccai (1914) enfatiza muito a mportancia de evrtar o tdio e o
cansao nas vocalises.
Neste aspecto concorda com ele Righini .(1945), 9ue , alm ~sso, ressalta
o desenvolvimento do gosto pelo canto, do estilo e da mterpretaao. Este autor
comps vrias vocalises com o objetivo de u~ ~s princpios tc~c~~ dos
antigos mestres com o ato de cantar como expenencia agradavel. Sua idia era
68
I
I
l
l
I
Procurando dar mais objetividade questo da yocalise com coros, passaremos a enumerar alguns princpios de construo e criao de vocalises. So
apenas princpios, pois os procedimentos especficos precisaro ser sempre
decididos frente situao real e especfica com base no conjunto de conhecimentos sobre tcnica vocal.
Primeiramente, a questo da extenso vocal e altura mais adequadas: cada
pessoa tem sua prpria altura mais cmoda e seu prprio "som fundamental"
(aquele em que a voz est quase que espontaneamente bem colocada). Isso
acontece com grupos corais tambm. Geralmente, em tomo do intervalo r3-f3
os coralistas tm um "som em comum". Geralmente, mas no sempre. Cabe
ao professor de tcnica vocal descobrir tal altura, que pode variar conforme a
ocasio para um mesmo grupo, e a partir dela iniciar os exerccios. A expanso
acontece, primeiro, para os agudos, sempre transpondo um mesmo exerccio
para a tonalidade do semitom ascendente seguinte. Na volta, para os graves,
expandir esta extenso vocal numa relao de dois tons ascendentes por meio
tom descendente, e assim, sucessivamente, at atingir o limite agudo da regio
mdia. A partir de ento, deve-se manter tal limite e expandir at o limite grave
da regio mdia da voz. Realizar vrias vocalises de aquecimento exercitando
apenas esta regio mdia, que, no caso de coralistas, aproxima-se de uma
oitava. O esquema a seguir, exemplificando o que j foi dito acima, mostra a
69
extenso em que cada vocalise ou grupo de vocalises deve ser feito na seqncia da sesso de tcnica vocal. Por exemplo, na primeira vez em que um
determinado exerccio feito, empregar apenas uma .extenso de quatro notas
(r# 3 a f:ff3); na segunda, seis notas (r#3 a sol#3) e assim por diante.
Naturalmente, medida que a voz vai encaixando, pode-se avanar nesta
seqncia queimando as primeiras etapas.
..
r
r
r
r
71
8.2. Exerccios
E: I
n -P:I
V71U -------
IV
J~
__jjJ.
i<
I
m
n
E: 1
V7
ri
o
o
ri
V711I
11 P: I
r
Posteriormente, variar com outros fonemas,
r
r
ii f: i
V7rrl -----
iv
e: i
E: 1
ii
vi
IV
V7
I V7111
r
V7/D
V7
V7
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~~i~~1
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fi
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V7
V7
V7
V7111 ------
lo mu -
~~.~~~~~~H~~~~I
bru- ma brufri- de fri-
ma bru- ma
de fri- de
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