Içami Tiba - Onze Tipos de Professor
Içami Tiba - Onze Tipos de Professor
Içami Tiba - Onze Tipos de Professor
TIBA, Içami. Professores e alunos: os tipos mais comuns. In: Ensinar Aprendendo: como superar os desafios do
relacionamento professor-aluno em tempos de globalização. 13 ed. São Paulo: Editora Gente, 1998. p. 59-69; 133-153.
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para encontrar novas soluções para antigos refletir sobre atuação em classe e melhorar seu
problemas. desempenho.
Se está disposto a tornar suas aulas mais
Para entender uma novidade o aluno precisa interessantes, mas nem sabe por onde começar – o que
utilizar seus conhecimentos anteriores, baseados, por será que está faltando? ) - , faça este exercício. Pense nos
sua vez, em noções elementares. Se desde o início do professores que teve e procure classificá-los. Depois,
processo o aluninho entendeu o que precisava aprender, analise com qual personagem a seguir você se identifica.
não vai mais aceitar qualquer novidade sem entendê-la. Nada impede que você seja uma composição das
Quando a aceita, já a integra, para aumentar sua qualidades ou dos defeitos de dois ou mais tipos e aja de
sabedoria. modo diferente em cada classe.
Ainda que faça o gênero cruel ou bonzinho, não se
3. POR QUE O CONHECIMENTO FICA iluda: os alunos (sobretudo os adolescentes) sempre
encontrarão estratégias para enfrentá-lo.
Cada pessoa tem uma facilidade específica para
reter informações. Enquanto algumas se fixam nas 4.1 Um aluno faz na média: 39 estudantes tiraram
palavras, outras guardam o movimento e são capazes de nota baixa na sua prova, mas você não se abala
repeti-lo igualzinho depois. porque um aluno obteve nota 8. Isso significa que,
A dificuldade corriqueira de lembrar nomes pode se um aluno teve nota boa, o problema é dos
representar falta de uso ou de interesse. Mesmo que se demais que tiveram a mesma chance. Se sua aula
goste da pessoa, se se fica um tempo sem encontrá-la, fosse ruim, ninguém tiraria 8. Os 39 foram mal
pode-se esquecer sseu nome, mesmo que se recorde a porque não prestaram atenção. “Eu estou
fisionomia. A melhor maneira de não esquecer o nome cumprindo minha função de ensinar, tanto que um
do interlocutor é repeti-lo várias vezes durante a aluno prestou atenção e se saiu bem. Esse tipo de
conversa. Ou então associá-lo a pessoas de mesmo professor tem uma grande vaidade pessoal: avalia
nome. seu desempenho na classe em função do melhor
Cada um precisa conhecer o método de aluno, e não na média dos estudantes. Se um dos
memorização mais eficaz para si mesmo e utilizá-lo em presentes está interessado, valeu! A aula é
seu benefício. interessante.
Causas psicológicas e emocionais podem ou não
facilitar a incorporação do conhecimento. O aluno De acordo com a Teoria Integração
aprende porque: Relacional, o primeiro requisito para que o
professor consiga bons resultados é se
• Gosta: tem uma ligação afetiva com o conhecer bem. Pergunto: será que você já
professor ou a matéria. tentou avaliar-se segundo o olhar de seus
• É pitoresco: lembra uma piada, uma música, alunos?
um ritmo ou movimento.
• É bizarro: envolve algo muito diferente. • Qualidades: poucas. Falta olhar para o próprio
• É engraçado: o humor favorece op desempenho como professor. Quem tirou 8
entendimento, pois relaxa o estado de tensão pode Ter estudado em outras fontes que não
mental. você!
• É musical: pela sonoridade, basta ouvir uma • Defeitos: a grande maioria dos alunos não
vez que registra a musicalidade do tema. consegue aprender nada.
• É matemático: nada mais agradável que • Estratégia dos alunos: é difícil enganar esse
poder transformar o tema em números para a tipo de professor, mas os estudantes podem
sua compreensão. desinteressar cada vez mais a matéria e dispor
• É colorido: o tema se destaca pela cor. de uma justificativa comovente: a classe toda
• Odeia: o avesso de gostar também produz foi mal. Os pais tornam-se mais tolerantes.
resultado eficaz. Afinal seu filho está na média.
• Repete: a insistência colabora para imprimir o
conhecimento. 4.2 Superexigente: até que não haja silêncio
• Faz analogias: são lendas, parábolas e contos absoluto, ele não inicia a aula. E enquanto passa a
com mensagens que facilitam a compreensão matéria o silêncio é tanto que dá para ouvir uma
e, conseqüentemente, o aprendizado. mosca voando. Ameaçador, ele apavora seus
alunos. Amarra seus corpos na carteira enquanto
Quando o professor percebe que seus alunos têm amordaça o cérebro. Transforma adolescentes em
gosto eclético para o aprendizado, pode usar diversos seres inanimados perante a autoridade em classe.
temperos para o mesmo prato. Como sempre há quem E, desse modo, nega a condição máxima da
goste, sempre haverá um aluno que aprenda. Aqui interação. Todo relacionamento humana é
também se nota como é importante que o professor interativo , inclusive o de professor e aluno. É
conheça o conceito de inteligências múlltiplas, de natural que os estudantes se manifestem
Gardner. ocasionalmente, ainda mais se forem adolescentes.
Você, professor, lembra que tipo de aluno foi?
Todo relacionamento humano é interativo,
4. ONZE TIPOS FREQÜENTES DE PROFESSOR inclusive o de professor e aluno.
Mais do que fazer caricaturas, meu objetivo é • Qualidades: o silêncio é ótimo quando resulta
apresentar algumas informações que o estimulem a do interesse espontâneo do aluno em ouvir o
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professor.. Facilita para quem quer prestar • Qualidades: professor-carrasco exige o
atenção. máximo do aluno, que, se tentar corresponder,
• Defeitos: como a aula não tem vida, a poderá progredir muito, estimulado pelo
aprendizagem é tremendamente desafio da separação.
prejudicada. • Defeitos: corre o risco de criar nos estudantes
• Estratégia dos alunos: embora seus olhos um horror pela matéria.
estejam fixos no professor, o pensamento • Estratégia dos alunos: como a maioria não tem
está muito longe dali. O professor pode meios de aceitar o desafio, dá um jeito de
prender o corpo do aluno, jamais seus burlar as normas. “Xeroca” o caderno do
pensamentos. melhor aluno na véspera da prova ou
simplesmente cola.
4.3 Estrupador mental: sua fala é como um rolo
compressor que vai passando por cima de todos 4.5 Tanto faz: nada o atinge: se o aluno aprendeu,
os alunos, independentemente de como se ótimo! Se não aprendeu, pouco importa.
encontram naquele momento. Ele entra e sai da Independentemente do que fizer, seu salário será
classe falando ou escrevendo freneticamente, o pago de qualquer jeito. O estudante entregou o
tema da matéria. Não dá espaço sequer para o trabalho? Bom! Se não entregou, é problema do
aluno reagir.Os estudantes podem até conversar, aluno. Dá nota baixa e pronto. Meio anárquico e
mas ele continua falando. Não faz questão de desorganizado, esse professor está ali, na frente da
silêncio absoluto,. Na verdade, esse tipo não liga classe, quase como uma formalidade. Não é de
para classe. Egoísta, dá aula para si mesmo, para exigir muito em prova. Se o aluno se queixa, ele vê
demonstrar os seus conhecimentos. E sai se dá para mexer em alguma coisa. Se não
satisfeito, com a sensação que aula foi muito reclama, continua tudo como está. Esse tipo
boa. Cumpriu seu dever. Pouco se importa com o apresenta uma espécie de indiferença, uma das
outro. piores posturas para qualquer empreendimento.
Que dirá para a transmissão de conhecimentos? O
• Qualidades: esse professor sua matéria pior de tudo é que os alunos não se sentem
conforme a preparou e não se deixa importantes para o professor, e o estudante
influenciar por atrasos, incidentes ou outros precisa sentir que é valorizado para se envolver no
movimentos. processo de aprendizado.
• Defeitos: o rendimento é prejudicado.
• Estratégia dos alunos: podem aproveitar a • Qualidades: caso tenha alguma, com certeza é
aula para estudar outras matérias, fazer muito menor do que os defeitos.
trabalhos etc. Às vezes nem olham o • Defeitos: raramente o aluno consegue aprender
professor. E, quando chega a prova, alguma coisa com um professor assim. A
recorrem à “decoreba”. tendência é que se passe a se acomodar com o
mínimo. Para ele, essa aula “tanto faz”.
4.4 Carrasco: sempre exige mais do que ensinou. • Estratégia dos alunos: o professor entra na
Nas mãos dele, a avaliação vira um chicote. classe, e os estudantes nem percebem a
Pergunta o rodapé das enciclopédias, a errata presença dele. Continuam o que faziam antes.
dos jornais. Se durante o bimestre, deu exercícios
de dificuldade progressiva de 1 a 10, na prova 4.6 Crânio: é um profundo conhecedor de sua
ele pede 15. Elabora questões de Física com disciplina, mas um péssimo comunicador. Sabe
tamanha dificuldade que é impossível resolvê-las. tudo sobre a matéria, mas não consegue explicar
E não raro chega a afirmar “Dez é para Deus, nada. Por timidez, desorganização na forma
oito para o professor, e para o aluno, só de seis de se expressar ou falta de capacitação para o
para baixo.” Conta-se que o poderoso dono da papel de professor, ele não consegue transmitir
Microsoft, Bill Gates, teve um professor assim na seus conhecimentos. Algo dificulta, paralisa ou
universidade. Suas provas eram tão complexas tumultua a comunicação de seu saber. A grande
que ele dizia aos alunos: “se um de vocês acertar maioria não aprendeu a representação cênica do
tudo, pedirei demissão do meu cargo de papel de professor nem a se apresentar diante de
professor e serei seu empregado.” O futuro dono uma “platéia” de estudantes.
da gigante do campo da informática era um de
seus alunos mais brilhantes. Bill Gates conseguia É uma pérola dentro da ostra. Sabe muito,
resolver a a maioria da questões, mas não todas. mas não tem facilidade para comunicar o que
Dizem, agora, que esse professor está sabe.
arrependido. Se tivesse sido menos exigente,
provavelmente estaria trabalhando e ganhando • Qualidades: são poucas, uma vez que ocorre
rios de dinheiro desperdício de talento. As vantagens podem
aparecer em tempos de vestibular: quando os
Se um aluno médio nem o texto estuda, alunos se põem a resolver exercícios que
como exigir dele os rodapés? O aluno não caíram em várias provas e encontram
precisa ser um especialista na matéria. dificuldades nas questões, em geral procuram
Talvez o carrasco nem saiba os textos de esse tipo de professor, e o resultado costuma
outras matérias. ser produtivo. É que nessa ocasião o aluno está
pronto para ouvir.
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• Defeitos: rigoroso na avaliação, esse ver com os critérios da aula. Sendo rico, por
professor exige muito além do que conseguiu exemplo, e bajulado por todos, até mesmo pelo
ensinar, não por espírito de vingança ou professor, não ganha uma identidade pessoal, mas
sadismo, mas por achar que o aluno deve sobressai devido ao poder da família. Se a origem
saber. O grande perigo é desmotivar o da admiração for beleza, força física ou qualquer
estudante para o aprendizado. “Saber tanto, outro atributo pessoal, sua identidade é
para quê?” reconhecida, mas há risco de muitas complicações.
• Estratégia dos alunos: como aprendem Não é incomum professores se casarem com
pouco, tendem a tumultuar a aula e a utilizar alunos, mas pode dar uma tremenda confusão uma
recursos variados (inclusive a cola) para professora de 30 anos envolver-se com um rapaz
passar de ano. de 16. Numa classe, todos devem ter direitos
iguais, inclusive para aprender a ser cidadãos.
4.7 Vítima: sofre com a classe, que descobre um Quando demonstra nitidamente a preferência por
prazer sádico em “torturá-lo”. Vale tudo para um aluno em detrimento dos outros, em geral o
tumultuar a aula. Enquanto implora silêncio, professor é ridicularizado. Nunca vi algum ser bem
“pelo amor de Deus”, um aluno está trás dele, considerado por cair na sedução. Geralmente, é
imitando seus gestos, dando-lhe uns cascudos, tachado de bobo, dominado, possuído. Perde a
fazendo gozações com a sua pessoa. Será autoridade perante a classe e tem de apelar para o
lembrado pelo resto da vida como um professor autoritarismo para conseguir dominar a turma.
“zoado pela classe”. Dificilmente alguém se
esquece de um professor-vítima. Como ele não Assim como só cai na chantagem quem
consegue se impor, muito menos assumir a tem algo a ganhar, quem cai no jogo da
posição de coordenador da classe, os alunos sedução também quer seduzir.
fazem o que querem mesmo! Tudo funciona na
base da vontade dos estudantes de cooperar ou • Qualidades: pode usar a sedução pelo lado
não. Ele vive pedindo clemência aos alunos – bom, caprichando mais para dar a aula,
“Não façam isso comigo” – e às vezes chega até fazendo com que a classe se sinta beneficiada,
a chorar. já que ele demostra ser mais tolerante com
ela.
Assim como todo devedor é logo • Defeitos: quase sempre esse comportamento é
descoberto por um credor qualquer, toda antipedagógico. O aluno pode extrair
postura de “vítima” favorece ser vantagens dessa relação e vir a manipular o
encontrada por seus algozes. professor.
• Estratégia dos alunos: quando querem obter
• Qualidades: não tem nenhuma. Os alunos algum benefício, apelam para o “preferido”,
escolhem sua aula para bagunçar e, no final, que vira porta-voz da classe e, em geral, tem
aprendem muito pouco. Os alunos não seu pedido atendido. Assim, a classe aprende
respeitam quem não sabe defender-se. a manipular o professor. Investe no que o
• Defeitos: ele não consegue dar a matéria. atrai em proveito próprio. Há professores, por
Quando chega ao final da aula, desgastado exemplo, que gostam de ver os cadernos em
de tanto sofrer com a classe, diz a célebre ordem, sem dar igual valor ao conteúdo.
frase: “Vou considerar essa matéria dada”.
Nem assim os alunos se preocupam. Tive um professor que pedia apenas uma coisa nas
• Estratégia dos alunos: descobrem as provas: “fale tudo o que sabe sobre...” Depois,
maneiras mais variadas de tumultuar a aula, nem se dava ao trabalho de ler. Seu critério era a
dando preferência a brincadeiras focalizadas qualidade. Nós, alunos, adotávamos uma técnica
na figura do professor. Na hora da prova, infalível: começávamos o texto com algumas frases
recorrem à cola ostensiva do livro ou de impacto, no meio escrevíamos uma porção de
trocando as provas com os colegas. Esse tipo bobagens sobre futebol e programas de TV e
de professor estimula classes sádicas ou terminávamos com frases também pertinentes.
anarquistas. Precisa vestir urgentemente o Tirávamos notas ótimas. Quem escrevia apenas
avental comportamental para proteger sua uma página sobre a matéria, ainda que fosse de
pessoa, tão vulnerável que é atingida na pele conteúdo denso, revelando conhecimento do
por qualquer ação de seus alunos. assunto, tirava nota baixa por não apresentar
volume de texto.
4.8 Sedutor/seduzido: atraído por conversa,
beleza, status, poder ou outra característica de 4.9 Crédulo: excessivamente compreensivo e
um aluno, torna-se extremamente parcial em seu democrático, ele debate qualquer assunto e
comportamento: tende a facilitar, favorecer ou acredita em tudo o que o aluno diz, verdade ou
privilegiar esse aluno, fazendo uma distinção mentira. Se o estudante alega que não entregou o
nítida entre eles e os demais. A aula passa a ser trabalho porque o pai ficou doente, tudo bem, ele
dada para ele. A classe, que logo percebe o lhe dá outra oportunidade. Não importa que a
jogo, pode sentir-se injustiçada e rejeitada. O doença do pai tenha ocorrido cinco anos atrás. Se
“preferido”, por sua vez, nem sempre se acha os alunos argumentam que tal professor deixa a
confortável nessa posição. Ao contrário, pode classe fazer determinada coisa, então ele também
sentir-se prejudicado, mal-interpretado e deixa.
explorado numa vantagem que não tem nada a
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Todo bonzinho em excesso Os currículos são organizados com base na
corre o risco de ser teoria. Na prática, a adolescência sempre existiu.
“bobonzinho”., Na teoria, só há pouco foi reconhecida.
Para se ter uma idéia, em 1970, a Psiquiatria
• Qualidades: o aluno se faz ouvir. Como esse Infantil do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina
tipo de professor costuma ser muito querido da USP, que é um modelo para outras instituições, atendia
pelos alunos, pode mobilizar a cooperação crianças e jovens até 18 anos de idade. Os médicos
da classe e produzir bons resultados. encontravam diferenças entre crianças e adolescentes,
• Defeitos: é fácil ser enganado e manipulado. mas, como não havia teoria a respeito, não tinham meios
Se alguns respeitam essa posição, a maioria de lidar com essa realidade.
abusa dela. Esse professor quer ser Ainda hoje existem resquícios desse modelo.
“bonzinho” e acaba sendo “bobonzinho”. Adolescentes são cuidados por pediatras (especialistas em
• Estratégia dos alunos: os mais espertos crianças) ou por médicos de adultos. Muito recentemente
podem abusar da boa vontade do professor. surgiu a hebeatria, que é a especialidade em
adolescentes.
4.10 Superatural: usa e abusa de novidades, como Tratando crianças e adolescentes da mesma
recursos da informática, Internet, informações maneira, estamos sendo inadequados. A capacitação e o
de jornais e revistas, temas abordados em ser no mundo da criança e do adolescente são totalmente
novelas, seriados de sucesso, tudo. Desperta o distintos.
maior interesse na classe porque incorpora às A escola também os uniformiza, utilizando para
aulas as últimas notícias, invenções e avanços. ambos o mesmo sistema de ensino. Todos se sentam nas
mesmas carteiras, com o professor no centro da sala, em
• Qualidades: a maior é solicitar a frente a um quadro-negro. O ensino não muda do
participação dos alunos, que devem levar fundamental ao superior.
novidades também. Afinal, ele está sempre A criança aceita facilmente o professor. O
pronto a aprender. É capaz de dar uma adolescente nega. Sua ligação maior é com os
aula dinâmica e interessante. Esse tipo de colegas.
professor costuma fazer sucesso entre os Para a criança que acredita nos adultos, o
alunos. professor ainda pode ser a fonte do saber. Já o
• Defeitos: quando exagera na novidade, adolescente deveria ser estimulado a buscar o saber,
tirando o foco da aula, sem relacionar o assim como busca a própria identidade.
assunto à sua matéria. É preciso critério
para selecionar as novidades. É inadequado lidar com adolescentes como
• Estratégia dos alunos: levar cada vez mais se fossem crianças.
novidades para desfocar a aula. Eles deveriam ser levados em conta
conforme as características desta etapa de
4.11 Menção honrosa: ele vai para o professor vida.
atualizado, competente, relacionável e
ético. É aquele que, a partir de episódios Esta é a diferença fundamental: de fonte de saber,
práticos e cotidianos dos alunos, consegue o professor passaria a ser, para o adolescente, um
introduzir os conhecimentos teóricos, para que elemento intermediário que ajuda a procurar os
os estudantes passem a dominar o fenômeno. conhecimentos.
Ele consegue despertar no aluno o desejo pelo No lugar de dar aulas tradicionais, dividiria os
prazer de saber. alunos em grupos. Cada grupo se encarregaria de
pesquisar um tema para transmitir à classe, já que o
5. ONDE É POSSÍVEL MUDAR JÁ adolescente ouve mais o colega que o professor. Caberia
a ele apenas o arremate final.
Sugiro a cada professor que faça um exercício Jovens rejeitam comida pronta. Gostam de
para verificar que tipo de professor é e com que tipo de participar. Quanto mais participarem do processo do
aluno está trabalhando. Responda honestamente: será aprendizado, mais se sentirão responsáveis por ele.
que o resultado que você vem obtendo é o melhor que Se o que conta é o aprendizado, está mais do que
poderia conseguir no ambiente em que se encontra e na hora de mudar. Enquanto as escolas não são as ideais,
com os recursos de que o aluno dispõe? devemos fazer o melhor possível com o que temos.
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apenas outra função, que é o exercício da busca do informação até o momento da prova para depois descartá-
conhecimento. Estimula o aluno a participar ativamente la.
da construção de sua vida.
Desse modo, não forja apenas mais um O professor impõe o aprendizado, precisa
decorador de matérias. Contribui para formar um criador cobrar a matéria.
de novas saídas. O mestre desperta a vontade de aprender.
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como drogas, violência dentro e fora da O velho atingiu seu objetivo de viver até completar
escola, dificuldades sócio-econômicas, seu ciclo vital. É um experiente da vida e, portanto, um
mercado de trabalho etc.; sábio.
• praticar a cidadania. Entre os indígenas, até hoje as experiências são
passadas pela convivência. Os mais velhos, bastante
O mestre ultrapassa o conteúdo expresso da respeitados, compõem o conselho que orienta o cacique,
matéria e com freqüência exercita o terceiro nível do como um corpo de senadores.
comportamento humano, a capacidade relacional, Hoje em dia, as mudanças são muito radicais e
colocando em prática disciplina, gratidão, religiosidade, ocorrem em curto espaço de tempo, colocando-nos frente
ética e cidadania. a frente com desafios, dilemas e problemas quase diários.
Disciplina é a qualidade que faz o ser humano O pai trabalha muito mais tempo e deve estar
cumprir suas propostas, mesmo sem ser cobrado por continuamente se preparando, incorporando as novidades
alguém, pois sabe que a responsabilidade é sua. na sua profissão. A mãe trabalha fora de casa. As crianças
Gratidão é o sentimento de reconhecimento por estão indo à escola com 2 anos de idade, em média.
um benefício recebido direta ou indiretamente. Quem é Quando ficam em casa, não há mais a convivência com a
grato deixa de ser arrogante e egoísta, venenos do grande família, que se pulverizou com as migrações de
relacionamento saudável. seus membros em busca de melhores condições de vida.
Religiosidade é o nível mais elevado que o ser
humano pode atingir. Significa aceitar o ciclo vital como Como o pai trabalha muito, a mãe também
algo superior a ele mesmo. Compreender que acima do trabalha fora e a criança começa a escola
ser humano existe uma entidade, não importa seu nome com 2 anos de idade, os educadores têm de
(Deus, Natureza, Vida), que deve ser respeitada. complementar a educação familiar.
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própria vida mas também a de outra pessoa, interagindo
com seu ecossistema de modo saudável. Desperta a
cidadania.
O aluno passa a ser discípulo porque sabe que o
5º Passo – A essência do texto:
mestre está um nível acima. Há uma religiosidade
envolvida nesse respeito. Os religiosos louvam suas
divindades, e a vida respeita seus sábios. ¾ O leitor identifica as principais idéias do
Entretanto, existem ainda noções elementares autor e, a partir delas, situar o autor
sobre o desenvolvimento dos alunos que o professor num certo contexto ideológico.
precisa conhecer antes de tentar atingir o nível de ¾ Distinguir o que é essencial do que é
mestre. acessório.
¾ O aluno deve trabalhar os parágrafos do texto:
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA idéia central, nuclear, secundária, tópicos
frasais.
TIBA, Içami. Professores e alunos: os tipos mais
comuns. In: Ensinar Aprendendo: como superar os 6º Passo – A síntese do texto:
desafios do relacionamento professor-aluno em
tempos de globalização. 13 ed. São Paulo: Editora
Gente, 1998. p. 59-69; 133-153.
¾ É a recriação do texto em suas partes principais.
¾ Pode ser feita oralmente ou por escrito, depois
da exposição oral o aluno deve fazer uma
síntese por escrito.
LER E APRENDER:
UMA PROPOSTA DE AÇÃO PEDAGÓGICA 7º Passo – A avaliação do que se lê:
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