Curso de Formacao de Bombeiro Civil
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SUMRIO
1. TEORIA DO FOGO..................................................... 02
1.1 CALOR..............................................................................
05
1.2 COMBUSTVEL................................................................. 12
1.3 COMBURENTE...................................................................................
18
22
26
32
2.2 RESFRIAMENTO.................................................................................
32
2.3 ABAFAMENTO....................................................................................
33
3. AGENTES EXTINTORES.........................................................
34
4. INCNDIO................................................................................. 38
4.1 CLASSES DE INCNDIO...................................................................
38
42
5. APARELHOS EXTINTORES.................................................... 53
6. MATERIAL HIDRULICO......................................................... 62
7. GUA e ESPUMA..................................................................... 76
8. FASES DO SOCORRO............................................................. 90
9. TCNICAS DE COMBATE A INCNDIO................................. 101
10. VENTILAO......................................................................... 127
11. REFERNCIAS....................................................................... 134
1. TEORIA DO FOGO
Para prevenir e combater incndios de modo eficiente necessrio entender o
funcionamento do incndio. As bases tericas sobre como ocorrem e como se
comportam o fogo e o incndio so indispensveis para podermos entender e dominar as
tcnicas de combate e preveno.
Inicialmente convm diferenciar incndio de fogo. Incndio no sinnimo de fogo, ou
ento, em cada churrasqueira, teramos um incndio. Ento qual a diferena? O que
difere as chamas em uma churrasqueira das chamas em um incndio o controle sobre
elas. Na churrasqueira o fogo est controlado, em um incndio no. Assim, podemos
definir incndio como fogo fora de controle.
E fogo? Como definir fogo?
Sabe-se que h muito o homem faz uso do fogo, no entanto, apenas em tempos mais
recentes comeamos a entender a dinmica do fogo, que tambm chamado de
combusto. Arquimedes j havia escrito sobre o fogo na Grcia antiga, mas apenas no
Sc. XVIII, o cientista francs, Antoine Lawrence Lavoisier, descobriu as bases
cientficas do fogo.
A principal experincia que lanou os fundamentos da cincia do fogo consistiu em
colocar uma certa quantidade de mercrio (Hg - o nico metal que normalmente j
lquido) dentro de um recipiente fechado, aquecendo-o. Quando a temperatura chegou a
300C, ao observar o interior do frasco, Lavoisier encontrou um p vermelho que pesava
mais que o lquido original. O cientista notou, ainda, que a quantidade de ar que havia no
recipiente havia diminudo em 20%, e que o ar restante no recipiente possua o poder de
apagar qualquer chama e matar. Lavoisier concluiu que o mercrio, ao se aquecer,
absorveu a parte do ar que nos permite respirar (essa mesma parte que faz um
combustvel queimar: o oxignio). Os 80% restantes eram nitrognio (gs que no
queima), e o p vermelho era o xido de mercrio. Houve o consumo de oxignio (pela
alterao nas propriedades do ar) e a formao de nova substncia (o p vermelho).
Lavoisier estudava a conservao de massas em uma reao, mas, de seu experimento
foi possvel entender que, com o aquecimento, ocorreu uma reao qumica entre
mercrio e ar.
Mesmo com os estudos modernos, ainda no se conseguiu elaborar uma definio
universal, completa e definitiva do que seja fogo, entretanto mesmo sem conseguir definilo, possvel explic-lo.
A combusto (ou fogo) uma reao qumica na qual um material combustvel reage
com um oxidante, chamado de comburente e que normalmente o oxignio,
produzindo energia na forma de calor e, muitas vezes, luz. Essa reao depende de
uma energia de ativao para que se inicie e, aps iniciada, prossegue de forma
autossustentvel.
Combustvel;
Comburente;
Energia.
TETRAEDRO DO FOGO
CARBURENTE
O2
CALOR
COMBUSTVEL
REAO EM CADEIA
O Tetraedro foi escolhido ao invs de um quadriltero pelo fato de que no tetraedro, cada
um dos lados (faces) est ligado a todos os outros, assim como os elementos da
combusto.
Embora na maioria dos manuais em que o tetraedro aparea o tringulo do fogo tenha
desaparecido, entendemos que ele ainda til. A teoria do tetraedro no suplanta a
tringulo. Enquanto que o Tetraedro representa os elementos da combusto, o Tringulo
representa seus requisitos.
Resumindo: para que a combusto inicie-se (requisitos) so necessrios 3 componentes:
calor, comburente e combustvel (tringulo do fogo). Quando ela surge, podemos
constatar a presena de 4 componentes (elementos): os trs anteriores acrescidos da
reao em cadeia.
Interessante tambm diferenciar combusto, ou fogo, de chama. A combusto libera
energia na forma de calor, que retroalimenta a reao, e na forma de luz, que pode ser
incandescncia do material (brasas) ou na formao da chama, que nada mais do que a
ionizao dos gazes em combusto pelo calor produzido, liberando parte da energia na
forma de luz.
Passemos agora ao estudo de cada um dos elementos da combusto.
1.1 CALOR
O calor, antigamente conhecido como agente gneo, o componente energtico do
tetraedro do fogo e ser o elemento responsvel pelo incio da combusto.
Tradicionalmente o calor apresentado como Forma de energia que eleva a
temperatura, gerada da transformao de outra energia, atravs de processo fsico ou
qumico. 1
Diz-se ainda dele que pode ser descrito como uma condio da matria em movimento,
isto , movimentao ou vibrao das molculas que compem a matria. As molculas
esto constantemente em movimento. Quando um corpo aquecido, a velocidade da
vibrao das molculas aumenta e o calor (demonstrado pela variao da temperatura)
tambm aumenta. Quanto mais se aquece um corpo, mas as molculas vibram.
Calor, tecnicamente falando, energia em trnsito. Quando um sistema troca energia
trmica com outro sistema, por exemplo, dois objetos em temperaturas diferentes em
contato, o calor se manifesta na transferncia dessa energia.
De modo simplificado, trataremos o calor como sinnimo da energia trmica.
O calor (energia trmica) , na verdade, energia cintica, haja vista que se trata da
energia de movimentao das molculas. Essa energia transferida sempre de um corpo
de maior temperatura para o de menor temperatura, at existir equilbrio trmico.
Unidades de medida: Caloria (Cal), BTU (British Thermal Unit unidade trmica
britnica), Joule (J).
Por sua vez, temperatura uma grandeza primitiva e, por essa razo, no pode ser
definida. Em termos prticos, podemos considerar a Temperatura de um corpo como
sendo a medida do grau de agitao de suas molculas. Esse grau de agitao medido
nas Escalas: Celsius ( oC), Kelvin (K), Fahrenheit ( oF) e Rankine (R)
Calor o elemento que causa a vaporizao do combustvel lquido e a termlise do
combustvel slido, sendo responsvel por manter a temperatura da reao, que, durante
a combusto, continuar havendo a liberao de mais calor. Como dito anteriormente, na
maior parte dos combustveis h uma mudana de estado para o gasoso antes de
inflamar-se. Nos combustveis gasosos, isso no ocorre, pois j esto em condies de
alcanarem a ignio. Ao receber calor, o combustvel se aquece, ou seja, suas
molculas vibram mais. Com isso elas se desprendem mais facilmente e reagem mais
facilmente com o Oxignio. Por isso, de extrema importncia o controle da temperatura
em ambientes de incndio.
O calor gerado pela transformao de outras formas de energia, quais sejam:
energia qumica (a quantidade de calor gerado pelo processo de combusto);
energia eltrica (o calor gerado pela passagem de eletricidade atravs de um
condutor, como um fio eltrico ou um aparelho eletrodomstico,);
energia mecnica (o calor gerado pelo atrito de dois corpos);
energia nuclear (o calor gerado pela fisso (quebra) do ncleo de tomo).
1
Importante no confundir CALOR com CHAMA. Uma fonte de calor pode ser
qualquer elemento que faa com que o combustvel slido ou lquido desprenda gases
combustveis e venha a se inflamar. No necessariamente uma chama. Pode ser uma
superfcie aquecida, uma fasca (proveniente de atrito), fagulha (pequena sobra de
material incandescente), centelha (de arco eltrico)
Efeitos Do Calor
O calor uma forma de energia que produz efeitos fsicos e qumicos nos corpos e efeitos
fisiolgicos nos seres vivos. Em conseqncia do aumento de intensidade do calor, os
corpos apresentaro sucessivas modificaes, inicialmente fsicas e depois qumicas.
Por exemplo, ao aquecermos um pedao de ferro, este, inicialmente, aumenta sua
temperatura e, a seguir, o seu volume. Mantido o processo de aquecimento, o ferro muda
de cor, perde a forma, at atingir o seu ponto de fuso, quando se transforma de slido
em lquido. Sendo ainda aquecido, gaseifica-se e queima em contato com o oxignio,
transformando-se em outra substncia.
Elevao da temperatura
Este fenmeno se desenvolve com maior rapidez nos corpos considerados bons
condutores de calor, como os metais; e, mais vagarosamente, nos corpos tidos como
maus condutores de calor, como por exemplo, o amianto. Por ser mau condutor de calor,
o amianto era utilizado na confeco de materiais de combate a incndio, como roupas,
capas e luvas de proteo ao calor (o amianto vem sendo substitudo por outros
materiais, por apresentar caractersticas cancergenas).
O conhecimento sobre a condutibilidade de calor dos diversos materiais de grande valia
na preveno de incndio. Aprendemos que materiais combustveis nunca devem
permanecer em contato com corpos bons condutores, sujeitos a uma fonte de
aquecimento.
Aumento de volume
Todos os corpos slidos, lquidos ou gasosos se dilatam e se contraem conforme o
aumento ou diminuio da temperatura. A atuao do calor no se faz de maneira igual
sobre todos os materiais. Alguns problemas podem decorrer dessa diferena.
Imaginemos, por exemplo, uma viga de concreto de 10m exposta a uma variao de
temperatura de 700 C. A essa variao, o ferro, dentro da viga, aumentar seu
comprimento cerca de 84mm, e o concreto, 42mm.
Com isso, o ferro tende a deslocar-se no concreto, que perde a capacidade de
sustentao, enquanto que a viga empurra toda a estrutura que sustenta em, pelo
menos, 42 mm, provocando danos estruturais.
Os materiais no resistem a variaes bruscas de temperatura. Por exemplo, ao jogarmos
gua em um corpo superaquecido, este se contrai de forma rpida e desigual, o que lhe
causa rompimentos e danos. Pode ocorrer um enfraquecimento deste corpo, chegando
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odor e sabor. Quimicamente ela diferente da carne crua e as alteraes qumicas que
causaram a diferena foram provocadas pelo calor.
Efeitos fisiolgicos
O calor a causa direta da queima e de outras formas de danos pessoais. Danos
causados pelo calor incluem desidratao, intermao, fadiga e problemas para o
aparelho respiratrio, alm de queimaduras (1, 2 e 3 graus), que nos casos mais
graves podem levar at a morte.
O esforo fsico em ambiente de elevada temperatura provoca um desgaste muito grande.
O ritmo cardio-respiratrio rapidamente se eleva muito. Ocorre tambm grande perda de
lquidos pela transpirao o que gera desidratao e auxilia a causar exausto.
Por vezes o mecanismo corporal de regulao trmica, na tentativa de manter normal a
temperatura do organismo, no suporta a sobrecarga e falha. Ento, ocorre algo similar
insolao (falha do mecanismo de regulao trmica provocada pela longa exposio ao
sol). Ocorre a intermao, que a falha do mecanismo de regulao trmica provocada
pela sobrecara do mecanismo de regulao trmica decorrente de longa exposio a
altas temperaturas. Com a falha do sistema de arrefecimento corporal, a temperatura do
corpo pode subir perigosamente e acarretar na morte da pessoa.
As queimaduras de vias areas superiores tambm so letais. Respirar fumaa e gases
superaquecidos pode queimar a mucosa das vias areas superiores causando inchao e
obstruo, o que causa a morte por asfixia.
Transmisso do Calor
O calor de objetos com maior temperatura transferido para aqueles com temperatura
mais baixa, levando ao equilbrio trmico e causando o surgimento do fogo nos materiais
que necessitem de uma quantidade menor de calor, do que aquela que est sendo
transferida.
A transferncia de calor de um corpo para outro ou entre reas diferentes de um mesmo
corpo ser influenciada:
CONDUO
Conduo a transferncia de calor atravs de um corpo slido, de molcula a molcula.
Colocando-se, por exemplo, a extremidade de uma barra de ferro prxima a uma fonte de
calor, as molculas desta extremidade absorvero calor; elas vibraro mais
vigorosamente e se chocaro com as molculas vizinhas, transferindo-lhes calor. Essas
molculas vizinhas, por sua vez, passaro adiante a energia calorfica, de modo que o
calor ser conduzido ao longo da barra para a extremidade fria. Na conduo, o calor
passa de molcula a molcula, mas nenhuma molcula transportada com o calor. V-se
que, para a propagao de calor por conduo, so necessrios: matria e contato.
a transmisso de calor que ocorre atravs de molcula para molcula, atravs do
movimento vibratrio das molculas, transmitindo energia para todo o corpo. Quando dois
ou mais corpos estiverem em contato, o calor transmitido atravs deles como se fosse
um s corpo.
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CONVECO
A conveco a transmisso de calor pelo deslocamento de fludos (gases ou lquidos).
O aquecimento de parte de um fludo altera sua densidade que fica menor, pois aumenta
o espao entre as molculas. Quando a densidade alterada, a parte menos densa
(mais leve) sobe e se afasta da fonte de calor. Isso gera uma baixa presso prximo
fonte de calor, assim, mais fludo vai em direo fonte de calor para o espao no ficar
vazio e absorve mais calor tambm se deslocando. Quando o fludo se desloca, ele leva
com ele o calor propagando-o.
Quando a gua aquecida num recipiente de vidro, pode-se observar um movimento,
dentro do prprio lquido, de baixo para cima. medida que a gua aquecida, ela se
expande e fica menos densa (mais leve) provocando um movimento para cima. Da
mesma forma, o ar aquecido se expande e tende a subir para as partes mais altas do
ambiente, enquanto o ar frio toma lugar nos nveis mais baixos. Em incndios em
edifcios, essa a principal forma de propagao de calor para andares superiores,
quando os gases aquecidos encontram caminho atravs de escadas, poos de
elevadores, etc.
As massas de ar que se deslocam do local do fogo levam calor suficiente para aumentar a
temperatura em outros locais, podendo incendiar corpos combustveis, com os quais
entrem em contato.
IRRADIAO
a transmisso de calor por meio de ondas eletromagnticas e raios que se propagam
atravs do espao vazio, no necessitando de continuidade molecular entre a fonte e o
corpo que recebe o calor.
As ondas de calor propagam-se em todas as direes, e a intensidade com que os corpos
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so atingidos aumenta ou diminui medida que esto mais prximos ou mais afastados
da fonte de calor. Isso deve ao fato de que as molculas do ar absorvem parte do calor
irradiado fazendo com que a propagao perca fora com a distncia.
Um corpo mais aquecido emite ondas de energia calorfica para outro mais frio at que
ambos tenham a mesma temperatura. O bombeiro deve estar atento aos materiais ao
redor de uma fonte que irradie calor para proteg-los, a fim de que no ocorram novos
incndios.
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1.2 COMBUSTVEL
toda a substncia capaz de queimar e alimentar a combusto, ou seja, capaz de reagir
com o oxignio. o elemento que serve de campo de propagao para o fogo.
Os materiais combustveis maus condutores de calor, madeira e papel, por exemplo,
queimam com mais facilidade que os materiais bons condutores de calor como os
metais. Esse fato se deve acumulao de calor em uma pequena zona, no caso dos
materiais maus condutores, fazendo com que a temperatura local se eleve mais
facilmente, j nos bons condutores, o calor distribudo por todo material, fazendo com
que a temperatura se eleve mais lentamente.
Quanto ao seu estado fsico, os combustveis classificam-se em:
A grande maioria dos combustveis precisa passar pelo estado gasoso para, ento,
combinar com o oxignio, uma vez que no so as molculas presas no corpo do material
que reagiro com o oxignio, mas sim as que estiverem livres. A inflamabilidade um
combustvel depende da facilidade com que libera molculas (vapores), da afinidade
dessas molculas para combinarem com oxignio sob a ao do calor e da sua
fragmentao (rea de contato com o oxignio).
Como os combustveis so o campo de propagao das chamas, a forma como esto
dispostos tambm afeta o desenvolvimento e a velocidade com que um incndio se
propaga.
Outro ponto sobre os combustveis a diferena entre combustvel e inflamvel. Apesar
de todo material inflamvel ser combustvel, nem todo combustvel inflamvel. Ser
combustvel significa ser capaz de reagir com o oxignio diante de uma quantidade de
energia, o que faz com que a maioria dos materiais seja considerada combustvel. Ser
inflamvel significa ser capaz, temperatura ambiente (20o C) liberar vapores em
quantidade capaz de sustentar uma combusto, ou seja, so inflamveis os materiais
que, temperatura ambiente, esto acima do ponto de combusto (conceito que ser
tratado mais adiante).
De modo simples, nesse ponto de nosso estudo, podemos dizer que inflamveis so os
materiais que pegam fogo facilmente e combustveis so os que conseguem queimar.
Em alguns manuais, combustveis so considerados os materiais que queimam abaixo de
determinada temperatura (normalmente consideram 1000oC). Isso deixa muitos materiais
de fora da lista de combustveis. Esse posicionamento no nos parece o mais paropriada
quando estudamos incndios estruturais, haja vista que um incndio urbano comum em
um cmodo ordinrio, facilmente atinge mais de 1000oC.
Combustveis Slidos
Os combustveis slidos, ao contrrio do que pode parecer, via de regra no queimam
diretamente no estado slido. Para que possa ocorrer a combusto necessrio que
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quando em contato com a gua, uma vez que a quantidade de calor liberado
considervel. Exemplos: sdio, p de alumnio, clcio, hidreto de sdio, soda
custica, potssio, etc.
Combustveis Lquidos
Nos lquidos, as molculas no ficam to bem presas umas s outras como no slidos.
Por isso os lquidos no tem forma definida. Como as ligaes so mais fracas entre as
molculas, elas podem se movimentar dentro do corpo lquido sofrendo, inclusive, a ao
da gravidade. Por isso os lquidos escorrem o quanto podem para as partes mais baixas
dos recipientes que os contm.
As molculas dos lquidos possuem a tendncia de se desprenderem e se dispersarem no
ar. o que chamamos de evaporao. Ela ocorre lentamente devido presso
atmosfrica, ou seja, o peso da coluna de ar sobre a superfcie do lquido que segura
as molculas dificultando que escapem no ar. Quando um lquido aquecido, a
movimentao das molculas de lquido aumenta, com isso, aumenta a presso de vapor
do lquido, que a fora que o lquido faz para vaporizar. Quando a presso de vapor
superar a presso atmosfrica, o lquido libera molculas (vaporiza) muito mais
rapidamente.
Diferentemente dos slidos, os combustveis lquidos no sofrem decomposio trmica,
mas um fenmeno chamado vaporizao. As molculas dos lquidos esto menos unidas
que as dos slidos (ligaes intermoleculares mais fracas), por isso, no precisam ser
decompostas para liberar vapores passveis de queima. As prprias molculas do lquido
desprendem-se e saem na forma de vapores.
Os vapores em contato com o oxignio do ar, formam a mistura inflamvel. Essa mistura
na presena de uma fonte de calor (energia de ativao) se inflama.
Os combustveis lquidos so na sua maioria derivados de petrleo. So os chamados
hidrocarbonetos. As substncias olegenas retiradas de plantas e gorduras animais tm
mecanismo semelhante aos derivados de petrleo, na ignio.
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Combustveis Gasosos
O combustvel assim considerado quando se apresenta em forma de gs ou vapor2 na
temperatura do ambiente. Esse combustvel em contato com o oxignio do ar forma a
mistura inflamvel (ou mistura explosiva), que na presena do calor (energia ativante) se
inflama.
O aumento de temperatura aumenta a movimentao das molculas dos gases, fazendo
com que as ligaes entre elas praticamente deixem de existir, facilitando a combinao
do gs com o oxignio, permitindo que os gases (gs inflamvel e oxignio) cheguem
concentrao ideal para a formao da mistura inflamvel/explosiva.
Exemplos de gases combustveis so os derivados de petrleo: metano, propano, GLP
(propano + butano), Gs Natural, Outros gases combustveis mais conhecidos que no
derivam do petrleo so: hidrognio, o monxido de carbono, amnia, dissulfeto de
carbono.
Os gases no tm volume definido, tendendo, rapidamente, a ocupar todo o recipiente em
que esto contidos.
Se o peso do gs menor que o do ar, o gs tende a subir e dissipar-se. Mas, se o peso
do gs maior que o do ar, o gs permanece prximo ao solo e caminha na direo do
vento, obedecendo aos contornos do terreno.
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Gs e vapor possuem definies diferentes. Os vapores se liquefazem ao serem comprimidos e os gases no. Apesar
disso, pelo comportamento idntico no que tange combusto, gases e vapores sero tratados como se fossem a
mesma coisa e, vez por outra, tomaremos um pelo outro durante o texto.
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Mistura
Explosiva
FFoonnttee ggnneeaa
Combusto
MISTURA INFLAMVEL
A mxima proporo de gs ou vapor no ar que torna a mistura explosiva denominada
limite superior de explosividade LSE, e a mnima proporo denominada limite inferior
de explosividade LIE.
Existe uma faixa limitada pelo LIE e LSE na qual ocorre a combusto da mistura
inflamvel. S ocorre a queima dos gases/vapores caso estejam em mistura com o ar
dentro dessa faixa entre os limites inferior e superior. Veja alguns exemplos de gases e
vapores de lquidos, com seus respectivos limites de inflamabilidade.
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1.3 COMBURENTE
o elemento que possibilita vida s chamas e intensifica a combusto. O mais comum
que o oxignio desempenhe esse papel.
A atmosfera composta aproximadamente por 21% de oxignio, 78% de nitrognio e 1%
de outros gases.
Em ambientes com a composio normal do ar, a queima desenvolve-se com velocidade
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21 % Normal
16% Mnimo
Combusto
No tecido criado pela Dupont que resiste s chamas e base para as capas de bombeiro
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limitada e tende a decrescer. Essa condio far com que as chamas sofram uma
diminuio e at se apaguem. Entretanto, mesmo com a diminuio destas, a camada
gasosa presente na fumaa permanece aquecida e carregada de material capaz de reagir
com o oxignio, o que a torna uma massa combustvel, necessitando apenas de ar para
fechar o tetraedro do fogo e reiniciar a combusto.
Combusto Completa
Combusto que produz calor e chamas, ocorrendo em um ambiente rico em oxignio.
Em algumas reaes qumicas pode ocorrer uma combusto completa, o que significa
dizer que todas as molculas do combustvel reagiram completamente com as molculas
de oxignio, tornando seus produtos estveis. Tambm chamada de combusto ideal.
importante lembrar que combusto completa no o mesmo que queima total. A
queima total a situao na qual todo o material combustvel presente no ambiente j foi
atingido pela combusto, enquanto que a combusto completa a combinao perfeita
entre o combustvel e o oxignio fazendo com que todo o combustvel reaja.
Na verdade, a combusto completa ocorre apenas em situaes especiais ou em
laboratrios, no sendo encontrada na prtica de combate a incndio, pois no se atinge
um ndice de 100% de queima facilmente e 99% de queima significam combusto
incompleta, pois ficou combustvel sem queimar.
Exemplos de combusto completa so as chamas do fogo e do maarico. Quando o gs
de cozinha est acabando a proporo se altera e sobra combustvel, da o
enegrecimento do fundo das panelas que indica que o gs est acabando.
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Combusto Lenta
A incandescncia um processo de combusto relativamente
lento que ocorre entre o oxignio e um slido combustvel
comumente chamado de brasa.
As Incandescncias
podem ser o incio ou o fim de uma chama, ou seja, de uma
combusto viva. Em todos os casos h produo de luz, calor
e fumaa.
Geralmente, h presena de incandescncia na fase final dos
incndios. Ela pode tornar-se uma combusto viva se houver um aumento do fluxo de ar
sobre o combustvel, semelhantemente ao efeito que se deseja obter ao acender uma
churrasqueira. Por isso, uma ao de ventilao mal realizada por parte dos bombeiros,
durante o combate ao incndio ou no rescaldo, poder agravar as condies do sinistro,
reignio dos materiais combustveis. Um cigarro sobre uma poltrona ou colcho inicia
uma combusto lenta que pode resultar em uma combusto viva e, conseqentemente,
em um incndio.
A incandescncia geralmente ocorre em:
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Exploso
Exploso um rpido aumento de
volume em um curto espao de tempo
que gera uma onda de presso que se
desloca em grande velocidade. A
queima de gases, vapores de lquidos
inflamveis, e partculas (slidas ou
lquidas) em suspenso no ar comportase dessa maneira.
importante notar que combusto significa grande aumento de volume em curto espao
de tempo e isso no envolve necessariamente queima. Por exemplo, um cilinddro de ar
pode explodir devido presso quando ele se rompe e todo o ar dentro dele se expande.
No h queima. Trata-se de uma exploso mecnica. A queima de determinados
materiais pode, em alguns casos, provocar exploses, So exploses qumicas. So
derivadas de uma reao qumica rpida que libera produtos com grande volume
rapidamente.
Por exemplo, os explosivos, so materiais que queimam instantaneamente liberando um
enorme volume de gases. Os gases expandindo-se formam a exploso.
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TIPOS DE CHAMA
As chamas podem ser de dois tipos, variando conforme o momento em que se d a
mistura entre combustvel e comburente. Podem elas ser:
1. Chamas difusas
2. Chamas de pr-mistura
As chamas de pr-mistura so aquelas em que o combustvel e o comburente so
misturados antes da zona de queima. o caso dos maaricos, equipamentos de oxiacetileno, bicos de bunsen, etc. Nesses casos, a zona de queima no precisa estar
envolta em ar, j que a queima ocorre com oxignio fornecido pelo equipamento e no
pela atmosfera, da se perceber que os maaricos queimam mesmo embaixo dgua.
As chamas de pr-mistura apresentam forte tendncia a manterem seu formato e, quando
bem regulada a mistura combustvel-comburente, apresentam uma combusto completa,
praticamente sem resto de gases.
As chamas difusas, as mais comuns, so as chamas em que os vapores combustveis
misturam-se ao comburente, o oxignio do ar, na zona de queima. So as chamas de
uma fogueira, uma vela, um fsforo, etc.
Nesse tipo de chama, h diferena na queima ao longo da chama, da a diferena de
colorao da chama. O tom amarelado na ponta das chamas deve-se aos tomos de
carbono que no conseguiram queimar e que liberam energia excedente na forma de luz
amarelada.
Nas chamas difusas, a oferta de oxignio melhor na base da chama. Por isso, se a
ponta da chama, rica em carbono, for perturbada, o carbono no consegue queimar e,
com isso, aparece o surgimento de uma fumaa preta. A colorao preta da fumaa
proveniente do carbono que no queimou (fuligem) e o que impregna as paredes e o
teto.
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Verifica-se que ela quente, mvel e inflamvel, alm das duas j conhecidas: opaca e
txica.
Quente
A combusto libera calor, transmitindo-o a outras reas que ainda no foram atingidas.
Como j tratado na conveco, a fumaa ser a grande responsvel por propagar o calor
ao atingir pavimentos superiores quando se desloca (por meio de dutos, fossos e
escadas) levando calor a outros locais distantes do foco. A fumaa acumulada tambm
propaga calor por radiao.
Opaca
Mvel
Inflamvel
Txica
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Em todo esse processo, qualquer rota de sada pode fazer com que se movimente
atravs desta, podendo ser tanto por uma janela, quanto por um duto de ar condicionado,
uma escada, ou mesmo um fosso de elevador. Se no houver uma rota de escape
eficiente, o incndio far com que a fumaa desa para o piso, tomando todo o espao e
comprimindo o ar no interior do ambiente.
Natureza do combustvel;
Calor produzido;
Concentrao de oxignio.
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cido Clordrico
Forma-se a partir da combusto de materiais que contenham cloro em sua composio,
como o PVC. um gs que causa irritaes nos olhos e nas vias areas superiores,
podendo produzir distrbios de comportamento, disfunes respiratrias e infeces.
Acrolena
um irritante pulmonar que se forma a partir da combusto de polietilenos encontrados
em tecidos. Pode causar a morte por complicaes pulmonares horas depois da
exposio.
Amnia
um gs irritante e corrosivo, podendo produzir queimaduras graves e necrose na pele.
Os sintomas exposio incluem desde nusea e vmitos at danos aos lbios, boca e
esfago, sendo encontrado em borracha, seda, nylon, etc.
Bombeiros contaminados por amnia devem receber tratamento intensivo, serem
transportados com urgncia para um hospital, sem utilizar gua nem oxignio na
prestao dos Primeiros Socorros.
xidos de Nitrognio
Uma grande variedade de xidos, correspondentes aos estados de oxidao do
nitrognio, podem ser formados num incndio. As suas formas mais comuns so o
monxido de dinitrognio (N2O), xido de nitrognio (NO), dixido de nitrognio (NO2) e
tetrxido de dinitrognio (N2O4).
O xido de nitrognio no encontrado livre na atmosfera porque muito reativo com o
oxignio, formando o dixido de nitrognio. Esses xidos so produzidos, principalmente,
pela queima de nitrato de celulose (filmes e papel fotogrfico) e decomposio dos
nitratos orgnicos. So bastante irritantes, podendo em seguida, tornarem-se anestsicos
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32
2.2 RESFRIAMENTO
o mtodo mais utilizado. Consiste em diminuir a temperatura do material combustvel
que est queimando, diminuindo, conseqentemente, a liberao de gases ou vapores
inflamveis.
A gua o meio mais usado para resfriamento, por ter grande capacidade de absorver
calor e ser facilmente encontrada na natureza, alm de outras propriedades que veremos
adiante.
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2.3 ABAFAMENTO
Consiste em diminuir ou impedir o contato do oxignio com o material combustvel. No
havendo comburente para reagir com o combustvel, no haver fogo. Como exceo
esto os materiais que tm oxignio em sua composio e queimam sem necessidade do
oxignio do ar, como os perxidos orgnicos e a plvora.
Conforme j vimos anteriormente, a diminuio do oxignio em contato com o
combustvel vai tornando a combusto mais lenta, at a concentrao de oxignio chegar
abaixo de 7%, quando no haver mais combusto. Colocar uma tampa sobre um
recipiente contendo lcool em chamas, ou colocar um copo voltado de boca para baixo
sobre uma vela acesa, so duas experincias prticas que mostram que o fogo se
apagar to logo se esgote o oxignio em contato com o combustvel.
Pode-se abafar o fogo com uso de materiais diversos, como areia, terra, cobertores, vapor
dgua, espumas, ps, gases especiais etc.
34
3. AGENTES EXTINTORES
Existem vrios agentes extintores, que atuam de maneira especifica sobre a combusto,
extinguindo o incndio atravs de um ou mais mtodos de extino j citados.
Os agentes extintores devem ser utilizados de forma criteriosa, observando a sua correta
utilizao e o tipo de classe de incndio, tentando-se, sempre que possvel, minimizar os
efeitos danosos do prprio agente extintor sobre materiais e equipamentos no atingidos
pelo incndio.
Dos vrios agentes extintores, os mais utilizados so os que possuem baixo custo e um
bom rendimento operacional, os quais passaremos a estudar a seguir:
GUA
A gua atua na combusto principalmente por resfriamento, sendo a sua elevada
eficincia de arrefecimento resultante de grande capacidade de absorver calor.
A gua s perde para o Hidrognio e o Hlio em calor especfico e, dentre os lquidos
temperatura ambiente, o que apresenta maior calor latente de vaporizao.
A gua mais eficaz quando usada sob a forma de chuveiro, dado que as pequenas
gotas de gua vaporizam mais facilmente que uma massa de lquido e possuem rea total
de contato maior, absorvendo mais rapidamente o calor da combusto.
o agente extintor "universal". A sua abundncia e as suas caractersticas de emprego,
sob diversas formas, possibilitam a sua aplicao em diversas classes de incndio.
Como agente extintor a gua age principalmente por resfriamento e por abafamento,
podendo paralelamente a este processo agir por emulsificao e por diluio, segundo a
maneira como empregada.
Apesar de historicamente, por muitos anos, a gua ter sido aplicada no combate a
incndio sob a forma de jato pleno, hoje sabemos que a gua apresenta um resultado
melhor quando aplicada de modo pulverizado, pois absorve calor numa velocidade muito
maior, diminuindo consideravelmente a temperatura do incndio e, conseqentemente,
extingindo-o.
Quando se adiciona gua substncias umectantes na proporo de 1% de Gardinol,
Maprofix, Duponal, Lissapol ou Arestec, ela aumenta sua eficincia nos combates a
incndios da Classe A 5. gua assim tratada damos o nome de "gua molhada". A sua
maior eficincia advm do fato do agente umectante reduzir a sua tenso superficial,
fazendo com que ela se espalhe mais e adquira maior poder de penetrabilidade,
alcanando o interior dos corpos em combusto. extraordinria a eficincia em combate
a incndios em fardos de algodo, juta, l, etc., fortemente prensados e outros materiais
hidrfobos (materiais que repelem gua Ex.: materiais compostos por fibras
prensadas).
5
35
PS QUMICOS
O p qumico o agente extintor mais utilizado em extintores portteis. Os ps qumicos
so eficientes e como no se dispersam tanto na atmosfera como um gs, permitem
atacar as chamas de modo mais rpido e eficaz.
H vrios tipos de ps com composies e caractersticas diferentes.
Os ps qumicos so um grupo de agentes extintores de finssimas partculas slidas, e
tem como caractersticas no serem abrasivas, no serem txicas, mas que podem
provocar asfixia se inalados em excesso. No conduzem corrente eltrica, porm, tem o
inconveniente de contaminar o ambiente sujando-o, podendo danificar inclusive
equipamentos eletrnicos, assim sendo, deve-se evitar sua utilizao em ambientes que
possuam estes equipamentos no seu interior. Ainda apresenta o inconveniente de
dificultar a visualizao do ambiente enqunto est em suspenso.
Os Ps agem de imediato por abafamento, substituindo o O2 nas imediaes do
combustvel, mas tambm principalmente por extino qumica interferindo na reao de
combusto capturando radicais livres. Essa atuao por quebra da reao em cadeia
aumenta de eficincia em temperaturas acima de 1000oC.
Os ps so classificados conforme a sua correspondncia com as classes de incndio
que se destinam a combater. Vejamos:
P BC Nesta categoria est o tipo de p mais comum e conhecido o PQS ou P
Qumico Seco. Os extintores de PQS para classe B e C utilizam os agentes extintores
bicarbonato de sdio, bicarbonato de potssio ou cloreto de potssio, tratados com um
estearato a fim de torn-los antihigroscpicos e de fcil descarga.
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GASES INERTES
Os gases inertes contm, sobretudo, elementos qumicos como o Argnio, Hlio, Nenio
e dixido de carbono. Este tipo de agente extintor no normalmente utilizado em
extintores portteis de incndio, mas sim em instalaes fixas, para proteger, por
exemplo, salas de computadores e outros riscos semelhantes.
A sua eficincia relativamente baixa pelo que geralmente so necessrias grandes
quantidades de gs para proteo de espaos relativamente pequenos, que devem ser
estanques para no permitir a disperso do agente extintor para o exterior. Exemplos de
agentes extintores constitudos por gases inertes so os produtos conhecidos com os
nomes comerciais Inergen e Argonite.
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Halon
Os halons so hidrocarbonetos halogenados.
O halon um agente extintor que teve grande sucesso no combate a incndio dadas as
suas propriedades enquanto gs relativamente limpo e eficaz em fogos das classes A, B e
C.
O halon, contendo elementos qumicos como o bromo, flor, iodo e cloro atuam sobre o
processo de combusto inibindo o fenmeno da reao em cadeia. No entanto, apesar da
sua comprovada eficincia, este produto encontra-se em com uso proibido por razes de
ordem ambiental (afeta a camada de oznio).
Existem hoje em dia gases de extino alternativos, considerados limpos e sem os efeitos
adversos do halon sobre a camada de oznio, notadamente os gases inertes e os
agentes halogenados, tais como, por exemplo, a Argonite, Inergen, FM200, FE13 etc.
No entanto, a utilizao deste tipo de produtos em extintores portteis no se encontra
generalizada dado que a maioria deles se destina sobretudo s instalaes de extino
fixas em salas fechadas.
ESPUMA
A espuma surgiu da necessidade de encontrar um agente extintor que suprisse as
desvantagens encontradas quando da utilizao da gua na extino dos incndios,
principalmente naqueles envolvendo lquidos derivados de petrleo. A soluo encontrada
foi o emprego de agentes tensoativos na gua, a fim de melhorar sua propriedade
extintora. Os agentes tensoativos so aditivos empregados para diminuir a tenso
superficial da gua, melhorando a propriedade de espalhamento sobre a superfcie em
chamas e a penetrao no material.
A espuma um agente extintor polivalente podendo ser usada em extintores portteis,
mveis e instalaes fixas de proteo.
Existem basicamente dois tipos de espumas: as espumas mecnicas, obtidas por um
processo mecnico de mistura de um agente espumfero (LGE lquido gerador de
espuma), ar e gua, e as espumas qumicas, obtidas pela reao qumica entre dois
produtos que se misturam na altura da sua utilizao. Este ltimo tipo caiu em desuso
sobretudo devido sua fraca eficincia e pelos riscos associados ao armazenamento e
manuseamento dos produtos qumicos necessrios sua formao.
A espuma mecnica adequada para instalaes de proteo fixa de unidades de
armazenamento de combustveis, por exemplo, ou outros riscos que envolvem lquidos
combustveis e inflamveis.
As espumas mecnicas classificam-se basicamente em espumas de baixa, mdia e alta
expanso, consoante a respectiva capacidade dos Lquidos Geradores de Espuma de
formar volume de espuma aps a aerao da mistura com gua.
A espuma age principalmente por abafamento, pois cria uma camada que isola o
combustvel do ar. Age em parte por resfriamento devido gua presente em sua
aplicao.
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4. INCNDIO
Como visto, incndio o fogo fora de controle, mas h uma inmera variedade de tipos
de incndio e formas de a ele se referir.
Se o fogo ocorre em local aberto, com suprimento constante e abundante de oxignio (ao
ar livre, por exemplo), o incndio denominado incndio exterior. J se ocorre no interior
de uma edificao, ele chamado de incndio interior.
Se o incndio ocorre em espaos abertos (ar livre ou edificao de grande porte bem
ventilada), os gases produzidos e o ar aquecido acima das chamas deslocam-se de
maneira ascendente devido conveco. Esse deslocamento produz uma zona de baixa
presso junto ao foco que arrasta ar fresco dos arredores. O ar fresco tanto resfria o foco
quanto fornece suprimento de oxignio. Isso faz com que incndios exteriores sejam
muito diferentes em seu desenvolvimento de incndios interiores.
Focaremos os incndios interiores, mormente os incndios em edificao, os quais
denominamos tambm incndios estruturais.
INCNDIO CLASSE A
Incndio envolvendo combustveis slidos comuns, como papel, madeira, pano, borracha
e plstico6.
caracterizado pelas cinzas e brasas que deixam como resduos e por queimar em razo
do seu volume, isto , a queima se d na superfcie e em profundidade.
Como os slidos queimam em superfcie e profundidade, necessrio um mtodo que
possa atingir a combusto no interior do combustvel. Isso nos remete ao resfriamento
para a sua extino o que, no mais das vezes, feito com o uso de gua ou solues que
a contenham em grande porcentagem, a fim de reduzir a temperatura do material em
combusto, abaixo do seu ponto de ignio.
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Apesar de tecnicamente borracha e plstico serem lquidos de altssima viscosidade, pela caracterstica do
fogo e do combate, so inseridos na classe A
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O emprego de agentes que agem por abafamento ir apenas retardar a combusto, pois
extinguir as chamas apenas na superfcie, no agindo na queima em profundidade e
ocasionando uma posterior reignio do material.
INCNDIO CLASSE B
Incndio envolvendo lquidos inflamveis, graxas e leos.
caracterizado por no deixar resduos e queimar apenas na superfcie exposta e no
em profundidade.
Necessita para a sua extino do abafamento ou da interrupo (quebra) da reao em
cadeia. No caso de lquidos muito aquecidos (ponto da ignio), necessrio
resfriamento.
O abafamento mais eficientemente feito com uso de espuma, mas tambm pode ser
feito com ps ou gua finamente pulverizada.
A quebra da reao feita com uso de ps extintores.
INCNDIO CLASSE C
Incndio envolvendo equipamentos energizados.
Como so slidos, o melhor seria resfri-los, mas o risco de haver conduo da corrente
eltrica caso se use gua deve ser observado.
Caso o fornecimento de energia eltrica seja desligado, o incndio assumir as
caractersticas de um incndio classe A e assim dever ser combatido.
Apesar da possibilidade dessa classe de incndio pode ser mudada para A, se for
interrompido o fluxo eltrico. Deve-se ter cuidado com equipamentos (televisores, por
exemplo) que acumulam energia eltrica, pois estes continuam energizados mesmo aps
a interrupo da corrente eltrica.
Caso permanea energizado, para a sua extino necessita-se de agente extintor que
no conduza a corrente eltrica e utilize o princpio de abafamento ou da interrupo
(quebra) da reao em cadeia.
Os agentes mais comumente utilizados so o PQS e o CO2.
O uso do PQS tem o inconveniente de danificar equipamentos pela sua ao corrosiva, o
que pode ocorrer tambm com o CO2 se for usado em equipamentos eletrnicos
delicados pelo excesso de resfriamento que causa.
Em CPDs ou locais onde haja equipamentos sensveis, pode-se encontrar sistemas de
proteo que inundem o ambiente com outros gases inertes que extinguiro por
abafamento sem danificar o maquinrio.
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INCNDIO CLASSE D
Incndio envolvendo metais combustveis pirofricos (magnsio, selnio, antimnio, ltio,
potssio, alumnio fragmentado, zinco, titnio, sdio, zircnio). caracterizado pela
queima em altas temperaturas e por reagir com agentes extintores comuns
(principalmente os que contenham gua).
A reao com gua violenta, pois, ocorre a quebra das molculas de gua (hidrlise)
liberando O2, que comburente e alimenta as chamas e H2, que um gs explosivo.
Como difcil o resfriamento sem utilizao de gua, surge a extino qumica como
mtodo mais eficiente de extino.
Para a extino qumica, necessitam-se de agentes extintores especiais (normalmente
ps) que se fundam em contato com o metal combustvel, formando uma espcie de capa
que o isola do ar atmosfrico, interrompendo a combusto. Muitos entendem isso como
abafamento, pela separao entre combustvel e comburente, entretanto, a separao dse pelo fato de que o agente extintor funde-se com o metal pirofrico, h ligao qumica
entre eles. Assim, o abafamento nada mais do que conseqncia da interferncia
qumica do agente extintor no combustvel.
O abafamento tambm pode ser feito por meio de gases ou ps inertes que substituam o
O2 nas proximidades do combustvel, mas no to eficiente pois, devido s altssimas
temperaturas que esse tipo de queima atinge, a menor baforada de ar capaz de
propiciar a reignio.
Ps especiais (PQE P Qumico Especial) para classe D dependem do tipo de
material que queima e,normalmente, so a base de grafite ou cloreto de sdio ou p de
talco. Usam o CO2 ou o N2 como propulsores. Podem ser ainda compostos dos seguintes
materiais: cloreto de sdio, cloreto de brio, monofosfato de amnia, grafite seco.
O princpio da retirada do material tambm aplicvel com sucesso nesta classe de
incndio, bem como nas demais.
OUTRAS CLASSES
H, como dito, outras classes de incndio conforme classificaes diferenciadas, mas
que, pela especificidade que apresentam no sero por ns abordadas.
Entendemos conveniente, entretanto, fazer algumas ressalvas.
A primeira delas quanto Classe designada para fogo em leos e gorduras que,
segundo o padro americano denominada de Classe K e, segundo o esquema
europeu, Classe E.
No julgamos necessria a separao de incndios em leos e gorduras em classe
separada da dos lquidos inflamveis, haja vista que apresentam as mesmas
caractersticas de queima e de combate. A exceo que os leos e gorduras so todos
insolveis em gua, mas entendemos que isso no justifica a abertura de classe s para
eles.
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Composio Qumica
Carga Incndio no
cmodo
Umidade do combustvel
Posicionamento
Continuidade
Hartin, Ed in: Essentials of fire fighting... 5ed. Oklahoma: Fire Protection Publications, 2008. p. 114.
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Adaptado de Essentials of fire fighting... 5ed. Oklahoma: Fire Protection Publications, 2008. p. 116.
O foco de incndio, por aquecer os gases e estes adquirirem a tendncia de subir, cria
uma zona de baixa presso acima das chamas. A camada de gases aquecidos que se
acumula sob o teto quer sair do cmodo, mas fica limitada pelo confinamento, o que
gera uma zona de maior presso ou sobrepresso. o que se chama de zona de
presso positiva. Assim, com a capa trmica tentando forar a sada por cima e a zona
de baixa presso prxima ao foco (zona de presso negativa8) cria-se uma corrente de
conveco. Os gases quentes tendem a se mover afastando-se do foco (para cima at o
teto e depois horizontalmente) e o ar fresco atrado pela zona de baixa presso
alimentando o foco.
O ar que entra em um cmodo em chamas sempre busca a regio de menor presso, ou
seja, a regio do maior foco, alimentando-o e aumentando o regime de queima e a taxa
de liberao de calor.
No existe presso negativa, mas considerando-se como zero a presso atmosfrica, o termo faz sentido.
46
47
A ocorrncia de um rollover
pode
ocasionar
outro
fenmeno,
chamado
de
flashover.
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Evoluo alternativa
O flashover no ocorre sempre que h um incndio em compartimento. Para que ele
ocorra necessrio que o combustvel envolvido pelas chamas tenha capacidade de
gerar o calor necessrio com a rapidez necessria para gerar o flashover . Tambm no
ocorrer o flashover se o foco inicial consumir o oxignio do cmodo mais rpido do que
ele suprido pelas aberturas fazendo com que sua concentrao baixe diminuindo a taxa
de liberao de calor e diminuio da intensidade da queima. Esta ltima situao muito
perigosa, uma vez que uma abertura inadvertida do compartimento pode oferecer ao foco
o que ele precisa para que o flashover ocorra9.
Assim, v-se que o incndio pode atingir todo o cmodo (desenvolvimento completo) pelo
avanar das chamas sem a transio sbita causada pelo flashover.
Importante salientar que a diminuio da oferta de oxignio em um foco limitado pela
ventilao reduz a taxa de liberao de calor, mas a temperatura no cmodo pode
continuar a subir, ainda que mais lentamente. Toda vez que a ventilao for aumentada,
seja pela ruptura de uma abertura que no suporta o calor seja pela entrada de
bombeiros, a queima se intensifica e a taxa de liberao de calor aumenta, em alguns
casos, rpida e violentamente.
Outro ponto importante que, mesmo que a queima diminua de intensidade, a
inflamabilidade dos gases no diminui, pois as chamas precisam de oxignio para ocorrer,
mas a decomposio do combustvel gerando vapores inflamveis no. A termlise
precisa apenas de energia (calor), no de comburente. Ento, mesmo que no haja
chamas em um ambiente, a atmosfera do cmodo pode estar rica em combustvel.
49
A disponibilidade de comburente,
por sua vez, depende das
dimenses e do posicionamento
das aberturas do cmodo. Quanto
mais altas, maior ser a presso
dos gases para sarem do cmodo
atrapalhando a entrada de ar
fresco.
Ao lado, vemos a evoluo de um
foco evidenciando o abaixamento do
plano neutro. Repare as chamas
surgindo na fumaa na foto c e a
fumaa em plena combusto na foto
d.
A combusto da fase gasosa
(produtos da combusto da fase
slida e vapores provenientes da
termlise) libera mais calor que a
queima da fase slida em si
.
50
O foco tambm pode respirar pela contrao da capa trmica decorrente do resfriamento,
o que reduz a presso c6omodo sugando ar de fora pelas frestas. Da mesma forma, o ar
que entra segue em direo ao foco alimentando-o e reavivando-o.
Se a oferta de ar for baixa, os ciclos vo diminuindo de intensidade.
A temperatura mdia dos gases em um cmodo na fase de desenvolvimento completo
fica entre 700 a 1200 C dependendo das caractersticas dos combustveis presentes e
da configurao do cmodo.
FASE DE DECAIMENTO
A fase de decaimento ocorre quando o combustvel slido consumido ou quando a
concentrao de oxignio cai a ponto de no mais ocorrer combusto viva, que a
combusto onde se verifica a presena de chamas. Isso ocorre, em geral, quando o O2
encontra-se em concentraes abaixo de 14%. Ambas as hipteses podem levar fase
de decaimento, muito embora, o decaimento pela depleo de oxignio pode apresentar
grande variao se ocorrer mudana no padro de ventilao do cmodo.
Se o decaimento do foco deu-se em razo do exaurimento do combustvel, o incndio,
nesse cmodo, ruma para a extino. Nem por isso o ambiente deixa de ser perigoso. A
combusto passa a ser lenta (brasas) mais ainda capaz de manter a temperatura do
cmodo elevada por longos perodos que variam de acordo com o isolamento trmico e
ventilao do cmodo. Se o cmodo estiver fechado, enquanto os gases combustveis
ainda no queimados estiverem acima da temperatura de ignio, ventilar o cmodo pode
provocar a violenta ignio dos gases.
Se um incndio for forado ao decaimento pela falta de comburente, a taxa de liberao
de calor diminuir, contudo, ainda haver combusto devido presena de combustveis
ainda no consumidos e no pouco oxignio disponvel que entra pelas frestas. A
combusto, pela baixa concentrao de O2 ser lenta (brasas) e, muito embora libere
menos calor, continuar a fornecer calor para o ambiente no cmodo.
Estando o foco em queima lenta devido diminuio da concentrao de O2, mas tendo
ainda condies de, mediante a entrada de ar, voltar queima livre ou apresentar ou
mesmo apresentar um comportamento extremo, diz-se que o foco est em estgio de
INCUBAO. A incubao pode ocorrer no apenas aps o desenvolvimento completo,
mas pode ocorrer antes dessa etapa, bastando somente que o foco em regime de queima
limitada pelo combustvel, passe queima lenta ou mesmo deixe de queimar, mas ainda
guarde energia suficiente para voltar a queimar caso ar entre no ambiente. Se isso no
ocorrer, o foco parte para a extino.
importantssimo notar que, mesmo que a queima diminua, a termlise prossegue, pois a
queima precisa de oxignio, mas a decomposio pelo calor, no. Ainda que a
concentrao de O2 fique abaixo de 7% (incapaz de sustentar a combusto), a termlise
continua ocorrendo. Isso significa que, mesmo sem chama, um cmodo em queima lenta,
ou at mesmo sem queima pode ter uma atmosfera rica em combustveis e acima do
ponto de ignio, espera apenas da entrada de comburente para ignir. Caso uma janela
ou porta se rompa ou um bombeiro abra um acesso ao cmodo, o ar entrar e, to logo a
fumaa misture-se com o ar e alcance concentrao adequada, ela inflamar-se-. A
ignio dos gases combustveis j acima do ponto de ignio pela mistura com oxignio
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violenta e produz uma onda de choque e calor letal. A esse fenmeno, d-se o nome de
backdraft.
Os sinais que indicam que um foco est na fase de decaimento podem ser enganosos. As
condies podem indicar uma aparente tranqilidade no cmodo. Sem luminosidade ou
barulho de chamas, um bombeiro inadvertido ou usando uma tcnica incorreta pode
acender o pavio de uma bomba. Atuando errado, os bombeiros podem piorar as
condies do ambiente dificultando o combate.
52
53
5. APARELHOS EXTINTORES
5.1 DEFINIES
Agente extintor Toda substncia capaz de intervir na cadeia de combusto quebrandoa, diminuindo a quantidade de comburente na reao, interferindo no ponto de fulgor do
combustvel e/ou atuando por reduo na formao de radicais livres, impedindo que o
fogo possa crescer e se propagar, controlando-o e/ou extinguindo-o.
Carga Quantidade de agente extintor contido no extintor de incndio, medida em litro ou
quilograma.
Capacidade Extintora Medida do poder de extino de fogo de um extintor, obtida em
ensaio prtico normalizado. Deve ser indicada no rtulo do produto.
Extintor de incndio Aparelho de acionamento manual, constitudo de recipiente e
acessrios, contendo o agente extintor, destinado a combater princpios de incndio.
So equipamentos que se destinam ao combate e extino de um incndio na fase
incipiente ou no incio da fase de crescimento.
Extintor porttil
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5.2 FUNCIONAMENTO
Geralmente um extintor possui dois tipos de produtos: o agente extintor propriamente dito
e um gs propulsor que tem como funo impulsionar o primeiro para fora do extintor
quando da sua utilizao. Em alguns casos o agente extintor, por ser um gs sob presso
(como por exemplo o dixido de carbono), tem ambas as funes, dispensando um
agente propulsor.
O agente propulsor pode permanecer juntamente com o agente extintor no mesmo
recipiente, ou ento, estar em recipiente distinto, porm conexo, apenas aguardando que
o operador o libere para a pressurizao da ampola com agente extintor, podendo assim,
expulsa-lo.
55
gua
Espuma
Halon e Halogenados
56
CAPACIDADE
EXTINTORA MNIMA
2-A
2-A :10-B
5-B:C
20-B:C
2-A:20-B:C
5-B:C
CARGA
ALCANCE MDIO
DO JATO
EQUIVALNTE
10 L
10 m
9L
5m
6 kg
2m
12 kg
5m
5m
4m
2 kg
Capacidade extintora
Medida do poder de extino de fogo de um extintor, obtida em ensaio prtico
normalizado. Deve ser indicada no rtulo do produto.
57
58
59
60
Extintor de gua
Como o objetivo de usar gua conseguir um resfriamento do material, o Extintor de
gua deve ser usado buscando a mxima disperso da gua possvel. Para tanto, o
operador deve colocar o dedo na frente do requinte para aspergir o jato (como uma
mangueira de jardim) e acionar o gatilho incessantemente dirigindo o jato em varredura
por sobre o combustvel em chamas.
10
61
Cuidados na inspeo
Presso da Carga: Verifique sempre o indicador da
presso da carga do agente extintor, cujo ponteiro
deve estar sobre a faixa verde. Em caso contrrio,
a recarga dever ser realizada por uma empresa
certificada.
CO2 deve
ser
Recomendaes
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6. MATERIAL HIDRULICO
Entende-se por material hidrulico todo aquele que conduz, une ou d forma ao agente
extintor lquido, mais propriamente a gua.
So materiais de extrema importncia para os servios de bombeiros, por isso
importante conhec-los, saber utilizar e manutenir de forma adequada.
6.1 MANGUEIRAS
Denominam-se mangueiras os condutores flexveis utilizados para transportar gua, do
ponto de suprimento at o local em que deva ser lanada.
A mangueira mais comumente utilizada nos servios de bombeiros constitui-se de um
tubo de borracha que tem por finalidade a conduo da gua e um ou dois tubos de lona
de algodo, fibras sintticas (mais comumente) ou linho como revestimento.
A capa externa tem duas finalidades: proteger o tubo de borracha da abraso provocada
pelo atrito com o solo e auxiliar na resistncia presso.
63
64
ACONDICIONAMENTO
As mangueiras podem ser acondicionadas de diversas maneiras, dependendo da
utilizao mais provvel a que elas se destinam.
ACONDICIONAMENTO EM ZIG-ZAG
Este acondicionamento utilizado
quando se deseja rapidez na montagem
de um estabelecimento.
Propicia um rpido estender das
mangueiras, mas dificulta muito o
transporte.
Assim, esse mtodo indicado para
acondicionar mangueiras que no
precisem ser transportadas, tais como as
que ficam em hidrantes de parede e
algumas destinadas montagem de linha
direta nas viaturas de combate a
incndio.
ACONDICIONAMENTO ADUCHADA
o meio usual de acondicionamento,
que consiste em enrolar a mangueira
dobrada ao meio, em direo s
extremidades guarnecidas de juntas, de
modo a se obter um rolo.
Essa forma de acondicionamento facilita
o transporte da mangueira e ainda
possibilita o uso de tcnicas rpidas de
desenrolamento.
Como muitas vezes o servio de combate
a incndio requer o deslocamento da
guarnio e o transporte de mangueiras
para desenrolamento longe da viatura,
esse o meio de acondicionamento mais
usado
65
ACONDICIONAMENTO EM ESPIRAL
Este acondicionamento empregado para
o armazenamento de mangueiras em
almoxarifados ou cujo emprego seja
remoto, pois impede um desenrolamento
rpido.
Consiste em enrolar, a partir de uma junta,
a mangueira entre si mesma, formando
uma espiral que termina na junta oposta
evitando dobra.
66
6.2 MANGOTES
Mangotes so condutores de borracha para conduzir a gua em suco, da fonte de
suprimento at a bomba de incndio, sofrendo, internamente, presso negativa, razo
pela qual so reforados por anis com a finalidade de no se colabarem no ato da
suco.
As mangueiras suportam apenas presso positiva em seu interior e, caso fossem usadas
para suco, ocorreria o colabamento de suas paredes internas. Por outro lado, os
mangotes, devido aos anis de reforo para evitar o colabamento, no possuem a
flexibilidade e maleabilidade das mangueiras, sendo assim teis apenas para suco.
Sempre so acompanhados de ralos e filtros, para que impurezas, da fonte de
suprimento, no atinjam o corpo de bombas.
6.3 MANGOTINHOS
Mangotinhos so tubos flexveis de borracha, reforados
para resistir a presses elevadas e dotados de esguichos
prprios.
So acondicionados nos auto-bombas em carretis de
alimentao axial, o que permite desenrolar parte do
mangotinho e funcionar a bomba sem necessidade de
acoplamento ou outra manobra. Esse tipo de equipagem
permite ainda o uso do mangotinho sem que seja
necessrio o desenrolamento completo.
Podem ser ligados a sistemas de gua ou em baterias de
PQS.
Pela facilidade de operao, os mangotinhos so usados
em incndios que necessitam de pequena quantidade de
gua ou grandes quantidades de PQS.
67
6.4 ESGUICHOS
Esguichos so peas metlicas ou no, montadas na extremidades das mangueiras,
destinadas a dirigir, dar forma e controlar o jato d'gua.
TIPOS DE ESGUICHOS
Esguicho agulheta (5) o tipo
mais
simples
de
esguicho
encontrado, sendo de dimetro
menor que a mangueira. Esse
esguicho s produz jato compacto
e mais comumente utilizado nos
hidrantes das instalaes prediais.
No muito bom para o combate
por no apresentar opes de
forma e controle do jato d`gua.
Esguicho regulvel (4) Esse
tipo de esguicho utilizado quando
se deseja jato em forma de
chuveiro (neblinado) ou jato
compacto. Os jatos em neblinado
ou chuveiro so produzidos devido
ao choque dos filetes formado pelo
desvio da gua em sua trajetria,
motivo pela existncia na boca do
esguicho de um disco que obriga a
gua chocar-se contra seu rebordo
de sada.
A regulagem feita por um rosqueamento na manopla que desloca o disco na parte
interna e altera o ponto de choque da gua dando forma ao jato.
Esguicho universal (3) Esse tipo de esguicho recebe essa denominao pelo jato que
permite a produo de jato compacto, jato neblinado (ou chuveiro) e jato em forma de
neblina. Na parte interior possui dois orifcios de sada de gua, um superior livre por
onde expelido o jato compacto e outro inferior, de maior dimetro, onde encaixado o
Aplicador de Neblina (2) (um prolongador para aplicao de neblina) ou crivo para
obteno do jato em forma de chuveiro.
Esguicho canho (1) Esse esguicho empregado quando se necessita jatos de
grande alcance e grande volume de gua. constitudo de um tubo cilndrico cnico e
trabalha geralmente apoiado no solo. Motivo pelo qual dotado de ps promovidos de
garras; podendo tambm ser montado sobre a prpria viatura que o transporta, a qual
possui dispositivo prprio de fixao.
68
69
70
de
para
boca
COLETOR
um aparelho de metal que tem uma nica sada e
duas ou mais entradas para gua, podendo colet-la
de fontes distintas. Possuindo ou no registro de
paragem e providos de juntas de unio, do tipo
engate rpido (STORZ) nas admisses e expulses.
Alguns so providos internamente de vlvula de
reteno, para recalques a grandes alturas. O
dimetro de ambas as entradas, admisso e
expulso, ser normalmente de 63mm.
VLVULA DE RETENO
E uma vlvula utilizada para permitir o fluxo de gua em um nico
sentido e tambm para montar a coluna d'gua em operaes de
suco e recalque. Podemos encontrar este tipo de material,
isoladamente, ou em conjunto com outros acessrios, tais como
coletor, filtro, esguicho canho, etc..
Existem dois tipos de vlvula de reteno:
- Vlvula de reteno vertical;
- Vlvula de reteno horizontal.
71
LGE
ser
entre
CHAVES
So ferramentas utilizadas para facilitar o acoplamento e desacoplamento de juntas de
unio e tampes ou, ainda, para abertura e fechamento de registros.
Chave de registro de Hidrante Tipo PISTO (2) para abrir os registros de hidrantes
que no possuem volantes. utilizada juntamente com LUVAS DE REGISTRO DE
HIDRANTES (1) que so peas que adaptam os diversos calibres de pisto ao tamanho
da chave.
72
Chave de registro de Hidrante tipo VOLANTE para abrir os registros de hidrante que
possuem volante e os mesmos encontram-se alm do alcance de um brao. O conector
triplo da extremidade, chamado de p de galinha encaixado no volante da vlvula e ao
se girar a barra transversal, a toro transmitida ao volante permitindo a operao da
vlvula.
para
PASSAGEM DE NVEL
utilizada para embutir as
mangueiras que se encontram
vias com trfego de veculos,
protegendo-as do impacto com
rodas
e
a
conseqente
interrupo do fluxo de gua
quando sob presso.
nas
as
73
JUNTAS DE UNIO
So peas metlicas empregadas
que se possibilite a unio de
sees de mangueiras entre si.
processo mecnico que instala
esses
acessrios
chama-se
empatao. Os tipos existentes
os de rosca americana utilizadas
principalmente em mangotes e as
alems denominadas STORZ,
usadas nas mangueiras.
Os
tamanhos so correspondentes
dimetros dos condutores, acima
descritos.
para
O
so
aos
REDUES
Peas metlicas utilizadas para correo do
dimetro da junta de unio, quando houver
diferena que impossibilite o acoplamento.
ADAPTADORES
Acessrios
metlicos
que
possibilitam
o
acoplamento de juntas de unio diferentes, como,
exemplo, o acoplamento de uma junta de unio de
rosca fmea ou macho com uma junta de unio do
STORZ.
por
tipo
74
6.6 HIDRANTES
So dispositivos existentes em redes hidrulicas que possibilitam a captao de gua
para emprego nos servios de bombeiros, principalmente no combate a incndio. Esse
tipo de material hidrulico depende da presena do homem para utilizao final da gua
no combate ao fogo. a principal instalao fixa de gua, de funcionamento manual.
75
HIDRANTE INDUSTRIAL
um dispositivo existente em redes hidrulicas, no interior de
indstrias, que possibilitam a captao de gua, para emprego
no servio de bombeiro. Esse tipo de hidrante utilizado com
gua da Reserva Tcnica de Incndio (RTI11) da empresa.
HIDRANTE DE PAREDE
um hidrante adaptado ao Sistema Hidrulico Preventivo
(SHP) das edificaes, para proteo contra incndio.
encontrado embutido ou encostado parede, podendo ser
disposto em abrigo especial onde de encontram tambm os
lances de mangueiras, esguicho e chave de mangueira.
HIDRANTE DE RECALQUE
um hidrante adaptado ao Sistema Hidrulico Preventivo
(SHP) normalmente localizado em frente s edificaes.
Utilizado pelos bombeiros para pressurizar e abastecer o
sistema hidrulico, possibilitando, assim, que todos os
hidrantes de parede da edificao tenham presso e gua
para o combate a incndios. utilizado em caso de
extrema necessidade como manancial para abastecer as viaturas do Corpo de Bombeiros
Militar do Esprito Santo em locais onde no haja outro disponvel.
11
76
7. GUA e ESPUMA
Apesar da grande variedade de agentes extintores, os mais utilizados pelos bombeiros
so a gua e a espuma. Pelo menos, salvo as viaturas especializadas para combate a
incndio em aerdromos que possuem grandes baterias de PQS, as viaturas regulares de
combate a incndio permitem o combate com gua do tanque e Espuma (bombonas de
LGE).
Em virtude disso, dedicamos neste captulo uma ateno especial a esses agentes
extintores aprofundando um pouco acerca do seu uso nas operaes de combate a
incndio.
7.2 PRESSO
Presso a ao de uma fora sobre uma rea. Em termos prticos, isto , no servio de
bombeiros, a presso a fora que se aplica na gua para esta fluir atravs de
mangueiras, tubulaes e esguichos, de uma extremidade a outra. importante notar que
o fluxo em si no caracteriza a presso, pois se a outra extremidade do tubo estiver
fechada por uma tampa, a gua estar empurrando a tampa, apesar de no estar
fluindo.
Presso Dinmica - a presso de descarga, medida na expedio, enquanto a gua
est fluindo.
Presso Esttica - a presso sobre um lquido que no est fluindo, por exemplo, uma
mangueira com esguicho fechado, sendo pressurizada por uma bomba. A ao da
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77
gravidade pode, tambm, produzir presso esttica. Por exemplo, no fundo de um tanque
haver presso, resultante do peso da gua sobre a rea do fundo do tanque.
Perda de Carga - A gua sob presso tende a se distribuir em todas as direes, como
quando se enche uma bexiga de borracha com ar. Contudo, as paredes internas de
mangueiras, tubulaes, esguichos, etc. impedem a expanso da gua em todas as
direes, conduzindo-a numa nica direo. Ao evitar a expanso da gua, direcionandoa, as paredes absorvem parte da fora aplicada na gua, roubando energia. Isto explica
por que a fora aplicada diminui de intensidade medida que a gua vai caminhando
pelas tubulaes. A isto chamamos perda de carga.
A fora da gravidade um outro fator que acarreta perda de carga. Quando a gua
recalcada de um nvel inferior para um nvel superior, a fora da gravidade puxa a gua
para baixo, o que diminui a presso. A fora da gravidade tambm poder ser utilizada no
aumento da presso, ao se fazer a gua fluir de um nvel superior para um nvel inferior.
Se considerarmos o p-direito12 de um pavimento medindo 3 metros e arredondando a
soma da altura de 3 pavimentos para 10m (o metro a mais ser contado para que seja
considerada a perda de carga por atrito na tubulao), ento temos que em 3 pavimentos
perde-se, por gravidade 10 m.c.a. o que corresponde a, aproximadamente, 1Kgf/cm2 ou
15 Lb/pol2 (PSI Pound Square Inch).
, Devido aos arredondamentos desfavorveis que consideram a perda por atrito, Se
dividirmos por 3, temos que a perda de carga por gravidade pode ser considerada em
termos prticos da seguinte forma:
78
EFEITO BERNOULLI
Para entender o funcionamento da aplicao da espuma e da ventilao hidrulica
(tpicos que sero vistos adiante) necessrio que se entenda o efeito Bernoulli. O efeito
Bernoulli ocorre na movimentao dos fludos, por isso, aplica-se gua e tambm ao ar,
como aos demais fludos.
O princpio de Bernoulli indica que um fludo, ao
passar por um estreitamento, como o de um tubo
Venturi, ganha velocidade, energia cintica, s
custas da presso do fludo. o que se pode ver
figura ao lado com um fluxo de ar (flow) fazendo
com que a gua (no tubo estreito inferior) penda
para o lado esquerdo devido diferena de presso
fludo nas duas partes do tubo maior.
na
do
JATOS DGUA
Para a aplicao de gua e aproveitamento de seu potencial como agente extintor, os
bombeiros valem-se de equipamentos hidrulicos que se destinam a armazenar, conduzir
e lanar gua. Tanques armazenam gua, hidrantes a fornecem, tubulaes e
mangueiras a conduzem, bombas a impulsionam (daqui que se origina o nome bombeiro
operador de bomba) e esguichos do forma ao jato d`gua.
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14
80
- Jato neblina
O uso do esguicho agulheta ou de um smooth-bore permite apenas o emprego do jato
slido, que veremos a seguir.
JATO SLIDO
Slido no um termo correto para se designar um jato de gua, uma vez que o agente
lanado na forma lquida, mas, na falta de outro termo cunhado para designar esse jato,
empregaremos o termo consagrado oriundo da designao em ingls solid stream.
Slido, obviamente, no se trata do estado fsico da gua, mas refere-se plenitude do
agente no jato. O jato slido produzido pelo esguicho agulheta ou por esguichos de jato
slido15 (um tipo agulheta com mecanismo
de abertura e fechamento).
Eles nada mais so do que um mero
estreitamento, ou seja, a gua lanada
preenchendo todo o cilindro do jato,
inclusive o interior, da o termo slido,
uma vez que o jato completamente
preenchido.
Esse tipo de jato tem grande alcance e
pode
ser
usado
com
presses
relativamente baixas (50 a 80 psi),
dependendo do desenho do esguicho.
O ponto de quebra o ponto a partir do qual o jato perde a configurao de jato
contnuo e passa a se fragmentar em grandes gotas que cairo ao solo, no penetrando
no material como se desejava, e, muitas vezes, nem alcanando o material.
Por no estar fragmentado, o jato compacto chegar ao ponto desejado com maior
impacto, atingindo camadas mais profundas do material em chamas, o que pode ser
observado em materiais fibrosos.
Devido ao seu maior alcance, ele apropriado para emprego no combate em modo
defensivo (externo) e/ou para atingir focos no interior de cmodos com dimenses
amplas.
15
81
JATO COMPACTO
Por muito tempo no Brasil designou-se o jato mais fechado produzido pelo esguicho
regulvel da mesma maneira que o jato produzido pelos esguichos de jato slido.
Entretanto, os dois jatos so fundamentalmente diferentes.
Enquanto que o jato de um esguicho tipo smooth-bore completamente preenchido de
gua, o jato mais compacto produzido por um esguicho com regulagem de jato oco. O
miolo do jato vazio. Isso se deve ao mecanismo de regulagem de jato que um
anteparo mvel que fora a gua ao redor dele deixando o interior do cone vazio.
No idioma americano a diferenciao j comea no termo. Enquanto que o jato produzido
por um esguicho de jato slido chamado de solid stream o jato parecido produzido por
um esguicho de jato regulvel chamado de straight stream (jato direto ou reto). O
ltimo termo destaca que, apesar da forma ser parecida, o segundo jato no
preenchido, no slido.
A falta de diferenciao dos termos em portugus em muito contribuiu para confuso
entre os dois.
82
JATO NEBLINADO
Neste tipo de jato, a gua fragmenta-se em gotas. usado quando a absoro de calor
pretere o alcance. A fragmentao da gua oferece uma maior rea de contato o que
permite absorver maior quantidade de calor que os jatos slido ou compacto.
Devido ao alcance reduzido e grande influncia que sofre do vento, o jato neblinado
encaixa-se melhor em tticas de combate ofensivas.
O jato neblinado assume a forma de um cone cuja parede formada por gotas de gua.
Conforme a abertura do cone, o jato dividido em neblinado estreito e neblinado
amplo.
83
A abertura do cone influencia na aplicao do jato, uma vez que, quanto mais aberto,
maior a fragmentao da gua e consequentemente, menor a velocidade, menor o
alcance e maior a absoro de calor.
H esguichos que produzem um cone vazio e outros, que produzem um cone cheio. O
cone cheio, na verdade, no cheio, mas possui outro cone mais estreito em seu interior.
Outra caracterstica do jato neblinado que oferece muito menor dificuldade de
guarnecimento da mangueira, pois o recuo provocado por esse jato muitssimo menor.
Devido velocidade da gua e rea de contato com o ar, por causa do princpio de
Bernoulli, o jato neblinado provoca um grande arrasto dos gases ao redor, seja ar ou
fumaa. Essa caracterstica possibilita o emprego desse jato para ventilao (ver captulo
especfico).
O neblinado estrito, devido s suas caractersticas, muito til para a proteo contra
calor irradiado podendo ser usado para proteger os bombeiros de uma linha ou at
mesmo material no queimado.
A fragmentao da gua, faz com que ela absorva calor muito mais rapidamente que nos
jatos compacto e slido devido a isso e prpria fragmentao, o jato neblinado produz
uma quantidade maior de vapor e o faz mais rapidamente.
Para que a fragmentao seja eficiente, a presso residual deve ser elevada, caso
contrrio as gotas produzidas sero grandes demais, destruindo as caractersticas
vantajosas desse jato. O esguicho combinado utilizado pelo CBMES foi desenhado para
ser eficiente com uma presso residual de 100 psi (aproximadamente 7 kgf/cm2).
JATO NEBLINA
Ampliando mais a abertura da regulagem do jato nos esguichos, chega-se a um ponto no
qual, dependendo da presso aplicada, o cone se desfaz, perde a forma e no h mais
verdadeiramente um jato, mas uma nvoa de gotculas de gua sai do esguicho.
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84
Devido ao tamanho das gotculas e da baixa velocidade do jato neblina, ele sofre grande
influncia do vento e tem pouco alcance.
85
diretamente influenciada pela presso imprimida pela bomba, mas pode ser alterada por
outros meios como fechamento parcial do esguicho e a posio do anteparo do esguicho.
Regulagem do jato a regulagem de jato possibilitada pelo esguicho permite uma
variao no jato afetando principalmente o formato do jato, alm disso, a fragmentao e
a velocidade da gua (conforme j visto).
Abertura a abertura do esguicho interfere no jato. A quantidade de gua lanada e, at
certo ponto, a velocidade da gua, so grandemente influenciadas pelo manejo do
mecanismo de abertura
Combinando as regulagens possveis, temos vrias tcnicas de combate a incndio
baseadas no manejo do esguicho e na aplicao de gua.
No importa a tcnica utilizada, no podemos deixar de lembrar o seguinte:
- Qualquer jato de gua sobre um mesmo ponto por mais de 3 segundos
ineficiente. Se nesse tempo o jato no for Capaz de sobrepujar as chamas (taxa de
absoro de calor < taxa de liberao de calor) sinal que necessrio aumentar
a capacidade de resfriamento pelo aumento da quantidade de gua (maior vazo
ou mais linhas) ou pela otimizao de seu emprego (maior fragmentao).
- Excesso de vapor de gua prejudicial ao combate, pois:
o Perturba o balano trmico trazendo aos nveis mais baixos o excesso de
calor dos nveis superiores
o Com a descida do plano neutro, perde-se visibilidade;
o O vapor penetra na capa de aproximao queimando os bombeiros;
- gua que escorre gua desperdiada, pois ela absorve muito mais calor para
evaporar e como vapor do que para aquecer no estado lquido.
7.3 ESPUMA
A espuma uma das formas de aplicao de gua. constituda por um aglomerado de
bolhas de ar, ou gs, formada por soluo aquosa. Flutua sobre os lquidos, devido sua
baixa densidade.
A espuma apaga o fogo por abafamento, mas, devido presena de gua em sua
constituio, age, secundariamente, por resfriamento.
86
ATUAO DA ESPUMA
A espuma atua sobre os lquidos inflamveis de trs formas:
Isolando o combustvel do ar: A espuma flutua sobre os lquidos, produzindo uma
cobertura que impede o contato com o ar
(oxignio), extinguindo o incndio por
abafamento.
Resfriando o combustvel:
A gua na espuma, ao drenar, resfria o lquido
e, portanto, auxilia na extino do fogo.
Isolando os gases inflamveis: Os lquidos
podem liberar vapores inflamveis. A espuma
impede a passagem desses vapores, evitando
incndios.
FORMAO DA ESPUMA
A espuma pode ser formada por reao qumica ou processo mecnico, da as
denominaes espuma qumica ou espuma mecnica.
Espuma qumica - formada pela reao do bicarbonato de sdio e sulfato de alumnio.
Devido s desvantagens que apresenta, vem se tornando obsoleta, uma vez que a
espuma mecnica mais econmica, mais eficiente e de fcil utilizao na proteo e
combate ao fogo.
Espuma mecnica - formada pela mistura de gua, lquido gerador de espuma (ou
extrato formador de espuma) e ar.
O lquido gerador de espuma adicionado
gua atravs de um aparelho (proporcionador),
formando a pr-mistura (gua e LGE). Ao passar
pelo esguicho, a pr-mistura sofre batimento e o
ar , dessa forma, a ela acrescentado, formando
a espuma. As caractersticas do extrato definiro
sua proporo na pr-mistura (de 1% at 6%).
Dentro do entrelinhas h um estreitamento,
chamado de tubo Venturi. O estreitamento
provoca a acelerao da gua que, pelo efeito
Bernoulli, provoca uma queda de presso. Isso
arrasta o LGE para o fluxo de gua.
87
em trs
espuma
espuma
espuma
88
Mdia expanso: mais leve que a baixa expanso e mais resistente que a espuma de alta
expanso.
Alta expanso: caracteriza-se por sua grande expanso, por causar um mnimo de danos,
no ser txica e necessitar de pouca gua e presso para ser formada. ideal para
inundao de ambientes confinados (pores, navios, hangares). Nestes locais, deve
haver ventilao para que a espuma se distribua de forma adequada. Sem ventilao, a
espuma no avana no ambiente.
O uso da espuma de alta expanso em espaos abertos eficiente, mas depende muito
da velocidade do vento no local.
A espuma no txica, mas a entrada do bombeiro dentro dela perigosa, pela falta total
de visibilidade. No se deve esquecer que a espuma produzida prxima ao local do fogo
pode estar com ar contaminado pelas substncias txicas geradas pela combusto.
Assim, o bombeiro deve usar aparelhos de respirao autnoma para entrar na espuma,
bem como um cabo guia.
Quanto maior a taxa de expanso, mais leve ser a espuma e menor ser sua
capacidade de resfriamento.
AFFF AQUOUS FILME FORMING FOAM (Espuma Formadora de Filme Aquoso)
uma espuma sinttica, base de substncias fluoretadas, que forma uma pelcula aquosa
que permanecer sobre a superfcie do combustvel, apagando o fogo e impedindo a
reignio.
Pode ser aplicado com qualquer tipo de esguicho, embora seja recomendada sua
utilizao com esguicho gerador (ou produtor de espuma), e compatvel com o p
qumico, isto , pode haver ataque a incndio utilizando os dois agentes extintores ao
mesmo tempo. O AFFF no se presta alta ou mdia expanso.
gua molhada: trata-se da utilizao do AFFF 6% em proporo menores, de 0,1 a 1%
na pr-mistura, aplicado com esguicho regulvel ou universal. um agente umectante.
Nesta proporo, h baixa tenso superficial (menor distncia entre as molculas da
gua), permitindo maior penetrao em incndios tipo classe A. Outra aplicao para a
gua molhada se d como agente emulsificador, para remoo de graxas e leos
(lavagem de pista, por exemplo);
Sinttica resistente a solventes polares: uma espuma sinttica qual so
acrescentados aditivos que a tornam resistente a solventes polares. Presta-se para o
combate a incndio envolvendo lquidos polares e no polares
APLICAO DE ESPUMA
A melhor maneira de aplicar espuma lan-la contra uma superfcie slida (anteparo,
borda do tanque, parede oposta ou outro obstculo) de maneira que a espuma escorra,
cobrindo o lquido em chamas.
Se o lquido est derramado no solo (poas), deve-se, inicialmente, fazer uma camada de
espuma frente do fogo, empurrando-a em seguida. O jato deve atingir toda a extenso
da largura do fogo, em movimentos laterais suaves e contnuos.
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89
Quanto mais suave for a aplicao da espuma, mais rpida ser a extino e menor a
quantidade de LGE necessria.
As faixas de presso de trabalho dos dispositivos de dosagem e formao devero ser
observadas. Normalmente os esguichos trabalham a uma presso de 5 kg/cm2.
A espuma deve ser considerada idntica gua quando usada em incndios em
equipamentos energizados e em substncias que reajam violentamente com a gua.
A espuma deve cobrir toda a superfcie do combustvel, fazendo uma vedao
perfeita, especialmente nos combustveis altamente volteis e nos solventes polares.
A dosagem da pr-mistura (proporo gua-LGE) deve obedecer s especificaes do
LGE.
O esguicho utilizado deve ser compatvel com o proporcionador. A vazo nominal do
proporcionador no pode ser maior que a do esguicho e nem menor.
Antes de iniciar o trabalho, deve-se ter certeza de que h LGE e gua suficientes.
90
8. FASES DO SOCORRO
O atendimento a uma ocorrncia de incndio urbano denominado de socorro. Da o
prefixo rdio das viaturas de combate a incndio ser, em muitos locais, socorro. As
viaturas so designadas de Primeiro Socorro, Segundo Socorro e assim por diante.
Para um melhor estudo do atendimento s ocorrncias de incndio, dividiram-se os
procedimentos em fases, denominadas: fases do socorro.
O ciclo de uma ocorrncia de incndio inicia-se antes do atendimento, portanto, antes das
fases do socorro.
O ciclo de uma ocorrncia de incndio o seguinte:
Ecloso do incndio
Deteco do incndio
Acionamento do Corpo de Bombeiros
Atendimento
Pedido de percia
Trabalhos periciais
Dentro desse ciclo, o que nos interessa o atendimento, cujas fases so o objeto do
presente captulo. Tais fases so:
Aviso
Composio do trem de socorro (Partida)
Deslocamento
Reconhecimento
Estabelecimento
Combate
Salvamento
Rescaldo
Relatrio
AVISO
Aviso constitui a recepo do pedido de atendimento por parte do Centro de Operaes
ou do Quartel de onde partir o Socorro.
O aviso da ocorrncia pode acontecer via rdio, quando passado pelo Centro de
Operaes a uma Unidade BM; via telefone, passado pelo solicitante, que pode ser outra
Corporao como a PM, por exemplo, que, por estar na rua, pode tomar conhecimento do
sinistro antes dos bombeiros; ou via pessoal, quando algum se desloca at o quartel e
avisa verbalmente do sinistro.
Esta fase to importante quanto qualquer outra. Nela o Operador de comunicaes em
contato com o solicitante deve levantar o maior nmero de informaes possveis sobre a
ocorrncia.
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92
DESLOCAMENTO
Consiste no deslocamento do trem de socorro at o local da ocorrncia. Este
deslocamento deve ser feito atentando para a segurana dos bombeiros e das viaturas.
Os sinais luminosos e sonoros devem estar acionados e o cuidado deve ser extremo nos
cruzamentos e curvas.
Convm lembrar que o Corpo de Bombeiros trabalha sobre rodas e de nada adianta
possuir as mais avanadas viaturas e equipamentos se estes no chegarem ao local do
sinistro. Um acidente pode transformar os bombeiros em vtimas e demandarem uma
operao para seu atendimento alm de retardar ou impossibilitar o atendimento
ocorrncia para a qual se deslocavam.
O deslocamento deve ser feito preferencialmente em comboio e deve seguir a velocidade
compatvel com a via na qual se desloca.
O deslocamento deve ocorrer priorizando a segurana, pois, por melhores que sejam os
equipamentos, de nada valem caso um acidente impea a viatura de chegar ocorrncia.
Por isso, deve-se tomar todo o cuidado no deslocamento para que se consiga chegar
ocorrncia. So cuidados bsicos o acionamento dos sinais luminosos e sonoros.
Esta etapa remete importncia que deve ser dada aos Condutores e Operadores de
Viaturas (COVs). Os COVs devem ser bem selecionados e treinados.
Cumpre lembrar nesta fase tambm da importncia que deve ser dada manuteno das
viaturas, pois, j foi dito que o bombeiro trabalha sobre rodas. Caso as viaturas no
funcionem no h como chegar ocorrncia de maneira adequada.
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RECONHECIMENTO
Chegando ao local do sinistro a primeira providncia a ser tomada por parte do
responsvel pela operao o reconhecimento. Ao aproximar-se do local sinistrado o
responsvel j deve estudar rapidamente um local seguro para o estabelecimento das
viaturas. Este local deve estar isento de riscos tais como desmoronamento, propagao
do incndio, acidentes automobilsticos e outros.
Depois de estabelecida a Vtr, antes do incio das operaes de combate, recomenda-se
que se confirmem as informaes levantadas e repassadas pelo operador de
comunicaes ou que se levante estas informaes na impossibilidade de haverem sido
levantadas anteriormente. O Responsvel pela operao deve, se for o caso, adentrar
edificao sinistrada acompanhado de mais um ou dois auxiliares, equipados com
aparelhos de respirao autnoma e cabo guia. No interior da edificao devem:
Localizar os focos;
Levantar risco de propagao;
Material combustvel que est incendiando;
Material combustvel que pode ser atingido;
Reconhecer vias de acesso ao foco e fuga;
Levantar cmodos sinistrados;
Determinar riscos operao;
Providenciar desligamento da rede eltrica caso ainda no haja sido feito;
Determinar a armao inicial das linhas de combate definindo estratgias de
combate;
- Verificar riscos na estrutura fsica da edificao;
- Outros conforme a situao peculiar.
-
94
vizinhas;
- Avaliar risco de ocorrncia de fenmenos de pseudo-exploso ambiental;
- Avaliar as condies do fogo e da fumaa, verificando a direo do vento.
- Avaliar o risco de exploso ou colapso da estrutura.
- Conhecer as possveis fontes de abastecimento.
- Avaliar outros riscos possveis.
- Solicitar apoio (pessoal, material e viaturas), se necessrio.
3. No local, em edificaes de pequeno porte (sem SHP):
- Realizar o fechamento do registro do GLP e retirada de botijes preservados.
4. No local, em edificaes de maior porte (que requerem SHP):
- Verificar a existncia de vtimas na fachada externa e no terrao.
- Fazer com que os elevadores desam ao trreo e a permaneam.
- Certificar-se do desligamento do sistema central de ar condicionado, caso exista.
- Realizar o fechamento do registro da central de GLP e a retirada de botijes, caso
existam.
- Promover a evacuao.
- Solicitar apoio (pessoal, material e viaturas), se necessrio.
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95
ESTABELECIMENTO
Essa fase consiste no posicionamento ttico dos meios materiais para o combate a
incndio. Compreende desde o posicionamento da(s) viatura(s) at montagem do
estabelecimento de mangueiras.
O posicionamento das viaturas deve ser feito em local adequado, livre de riscos, que
impea o mnimo possvel o trnsito de veculos nas vias pblicas e que facilite as
manobras de combate e de abastecimento.
A fase de estabelecimento ocorre em duas etapas: uma inicial, aps um reconhecimento
prvio e outra aps o reconhecimento completo e definio do local para o
estabelecimento e da disposio das viaturas. Nesta disposio as viaturas de Resgate
devem ter sada facilitada e deve haver possibilidade de estabelecimento de viaturas de
apoio como carros-pipa, AE, e APH.
No estabelecimento devemos observar, dentre outros aspectos, o seguinte:
- Clculo para o nmero de mangueiras, tanto na ligao como nas linhas;
- Cuidado com as linhas quanto se tratar do plano vertical; amarrar as
mangueiras pelas juntas;
- Observar possibilidade e espao suficiente para qualquer manobra com as
viaturas;
- Observar se h possibilidade de um desabamento sobre as viaturas
estabelecidas ;
- Determinar que seja feito um isolamento da rea para que facilite o trabalho dos
Bombeiros;
- Estabelecer as viaturas em local seguro para evitar a propagao do incndio
para as mesmas;
- Verificar se o terreno suporta o peso das viaturas ou se a inclinao muito
acentuada.
A montagem do material hidrulico ser vista detalhadamente mais adiante.
COMBATE
Esta fase compreende o combate a incndio propriamente dito que composto por:
Isolamento;
Confinamento;
Ataque ou extino e
Rescaldo.
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96
Veja-se que combate diferente de extino sendo mais amplo que esta, haja vista que
combater o incndio envolve muito mais do que apenas extinguir as chamas.
Veremos cada uma das aes de combate detalhadamente adiante, mas, para clarear a
lio ora tratada, apresentam-se a seguir breves definies de cada uma das aes que
podem compor a fase conhecida como combate.
Isolamento consiste nos esforos efetuados com o intuito de impedir que o incndio
propague-se para sistemas vizinhos. O objetivo no apagar as chamas, mas limitar sua
progresso salvaguardando sistemas inatingidos. Por exemplo, so os esforos para
impedir que o fogo se espalhe para uma casa vizinha sinistrada, para impedir que o
fogo passe de um carro para outro, de um tanque de material para outro, etc.
Confinamento so os esforos despendidos para evitar que o fogo espalhe-se dentro
de um mesmo sistema. Em um incndio em edificao, o confinamento visa impedir que o
fogo se espalhe atingindo mais cmodos. No so aes que visam extinguir as chamas.
Extino so as aes que visam apagar as chamas. As aes de extino empregam
recursos objetivando a extino do fogo.
O rescaldo ser tratado mais adiante, j que tratado como uma fase prpria nas
operaes de socorro, apesar de constituir-se como parte do combate.
H ainda as tcnicas de ventilao, mas estas podem ser entendidas como tcnicas com
o objetivo de realizar uma das operaes acima exceo do rescaldo.
Os trabalhos de rescaldo impedem a reignio e eliminam focos menores, ou seja, o
rescaldo parte da fase de combate, mas acontece aps o trabalho de extino mais
pesado, por isso ele foi colocado como fase do socorro aps o salvamento.
As tcnicas de combate sero tratadas em captulo parte pelo seu extenso contedo.
SALVAMENTO
Consiste no desenvolvimento dos trabalhos de busca das vtimas, bem como a retirada
dessas vtimas do incndio.
Almeja-se que as aes de salvamento ocorram concomitantemente com a etapa de
combate. Taticamente convm que sejam equipes separadas para cada uma das
misses: salvamento e combate. No entanto as duas equipes devem trabalhar em total
coordenao, pois as equipes de salvamento constantemente demandaro proteo de
linhas de combate. Devem ser duas equipes separadas para que cada uma possa envidar
todos os esforos em sua misso especfica contribuindo assim para o sucesso da
operao como um todo.
O salvamento de vidas sempre o objetivo maior em um atendimento uma operao de
combate a incndio, porm, a depender das condies ele nem sempre ser o primeiro
objetivo ttico.
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Pode ocorrer que seja necessrio primeiro extinguir parte do incndio para que se tenha
acesso s vtimas, como pode ocorrer que, por haver um efetivo reduzido na guarnio,
primeiro se busque a localizao e retirada das vtimas para depois enfatizar-se o
combate.
Cabe ao responsvel pela operao decidir o que ocorrer primeiro ou se
simultaneamente. Cabe ainda coordenar os esforos das equipes (se houver mais de
uma) e zelar pela harmonia dos trabalhos.
RESCALDO
Extinto o incndio o Cmt do socorro dever proceder a uma rigorosa inspeo em todas
as dependncias do prdio sinistrado, estendendo tal vistoria aos prdios vizinhos, a fim
de verificar se h possibilidade de uma nova irrupo do fogo.
Uma inspeo mal feita e incompleta poder dar motivo para uma nova chamada ao
mesmo local.
Depois de feita a inspeo, sendo constatado que no h mais fogo e que o mesmo
manda que o socorro se desarme.
Nesta fase que se determina se h necessidade ou no do rescaldo.
Ainda nesta fase o Cmt do socorro dependendo do desgaste da equipe durante os
trabalhos, determina a substituio de sua equipe por outra descansada para realizao
do rescaldo.
Chama-se de rescaldo s iniciativas tomadas na fase final dos incndios, visando evitar a
reignio, garantindo extino plena e o estado de segurana local.
So operaes demoradas e cansativas, exigindo remoo e ao resfriadora nos
escombros e braseiros.
Os procedimentos de rescaldo tm por objetivo confirmar a extino completa do incndio
e deixar o local sinistrado nas melhores condies possveis de segurana e
habitabilidade, sem destruir evidncias de incndio.
Como toda operao de bombeiro, o rescaldo deve ser precedido de um planejamento
adequado situao.
REGRESSO
No encerramento dos trabalhos, o Cmt do socorro determina que os chefes de
Guarnies se renam, determinando que seja recolhido todo o material utilizado e
conferncia dos mesmos e das guarnies, logo aps estas recomendaes, determina o
retorno ao Quartel de origem.
98
RELATRIO
O objetivo principal do Corpo de Bombeiros evitar incndios. Para isso, necessrio
que os bombeiros tenham instruo adequada e a comunidade esteja educada sobre o
assunto. Estas duas etapas s podero ser alcanadas atravs de estatsticas confiveis
que indiquem causas provveis de incndio. Estas estatsticas so produzidas atravs
dos relatrios, que so a nica fonte de informao sobre ocorrncias de incndio. Os
relatrios so a retroalimentao do ciclo operacional dos servios de bombeiros suprindo
o sistema de informaes preciosas acerca de preveno e combate.
O relatrio o fundamento da evoluo dos servios de bombeiros, pois registra uma
experincia que permite avaliaes e correes. tambm a base para certides que
tramitaro no Poder Judicirio, nas companhias seguradoras, nos cartrios, etc. Portanto,
o relatrio deve ser o mais completo possvel, observando-se o seguinte:
- Redao: correo no escrever;
- No inserir no relatrio opinies particulares, mas somente o que for visto;
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100
ESQUEMA DIDTICO
Como foi visto, as fases do socorro no acontecem linearmente, pois o reconhecimento
se estende desde o aviso at o rescaldo, o salvamento e combate acontecem em ordem
no determinada ou simultaneamente e o rescaldo, na verdade parte dos esforos de
combate uma vez que objetiva a extino do incndio.
Isto posto, elaboramos o esquema didtico abaixo conforme essas consideraes. De
acordo com o estudado, as fases do socorro ficariam assim:
Aviso
Composio do trem de
socorro (Partida)
Deslocamento
Estabelecimento
Combate*
Salvamento
Rescaldo*
Regresso
Relatrio
Reconhecimento
101 CURSO DE FORMAO DE BOMBEIRO PROFISSIONAL CIVIL MDULO PREVENO E COMBATE A INCNDIO
102
Por sistema, compreendemos estruturas que podem ser sinistradas como um edifcio, um reservatrio,
um galpo, uma planta industrial, um veculo, etc. So estruturas que podem ser individualmente
consideradas em si mesmas e que, quando sinistradas isoladamente j se pode considerar um incndio e
no um foco.
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103 CURSO DE FORMAO DE BOMBEIRO PROFISSIONAL CIVIL MDULO PREVENO E COMBATE A INCNDIO
vidraaria, etc);
Esvoaamerto de fagulhas para o combustvel vizinho (considerar janelas
abertas e outras aberturas);
Risco de desabamento ou queda de materiais incendiados;
Impetuosidade e direcionamento da corrente de verto.
O isolamento pode ser feito resfriando os sistemas com risco de serem atingidos por meio
da aplicao de gua. Tal medida visa diminuir o efeito da radiao de calor. Essa forma
muito usada em incndios em tanques de combustveis para resfriar o tanque vizinho.
Pode ainda ser feito com o uso de jatos neblinados ou neblina direcionados para o
sistema sinistrado, pois, assim, alm de bloquear a radiao pode o combate ser feito
simultaneamente.
H ainda a possibilidade de direcionamento da fumaa que escapa de um sistema pelo
uso de jato neblinado desviando-a. A fumaa, alm de conduzir calor, quando se
incendeia libera uma enorme quantidade de calor que se propaga por irradiao.
Outras medidas mais simples podem ser adotadas dependendo da forma como se verifica
que o incndio pode se propagar para o sistema vizinho. Por exemplo, pode ser uma
medida eficaz o mero fechamento das janelas para evitar a penetrao de fagulhas
trazidas pelo vento ou evitar a penetrao de fumaa superaquecida.
CONFINAMENTO o conjunto de aes que visam impedir a propagao de fogo e calor
a compartimentos ainda no atingidos pelo incndio, em uma edificao.
A tendncia dos gases aquecidos subir, o que torna urgente o confinamento em
incndios verticais tanto mais quanto mais baixo for o andar onde se localiza e sinistro.
Nos Incndios a propagao ocorre lateralmente, de cima para baixo e de baixo para
cima, merecendo ao preventiva dos bombeiros os seguintes meios:
1) Aberturas que possam ser alcanadas por chamas ou ar quente;
2) Exploses:
3) queima de paredes e portas internas;
4) Chamas e fagulhas vindas de janelas ou outras aberturas
5) Conduo de calor atravs de dutos metlicos, etc, de cmodo para cmodo.
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ATAQUE DIRETO
Consiste no emprego de um jato slido ou compacto dirigido base do fogo sobre a fase
slida do combustvel visando resfri-lo abaixo do ponto de combusto.
Devido ao alcance do jato, pode ser usado tanto de fora do c6omodo sinistrado como de
fora da edificao (modo defensivo).
Em um combate em modo defensivo, a presso nominal e a vazo regulada no esguicho
podem ser reduzidas para a economia de gua. Ambas devem ser aumentadas se se
verificar que os jatos no esto absorvendo mais calor do que o fogo produz.
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105 CURSO DE FORMAO DE BOMBEIRO PROFISSIONAL CIVIL MDULO PREVENO E COMBATE A INCNDIO
Se for usado em combate ofensivo, deve-se cuidar para no empregar gua em demasia
para no causar danos pelo excesso de gua e, tambm, para no gerar excesso de
vapor de gua.
ATAQUE DIRETO MODIFICADO
O ataque direto modificado consiste no ataque fase slida do combustvel quando este
se encontra escudado por algum obstculo. O jato direcionado ao teto para ser defletido
e cair sobre o foco atingindo-o.
Apesar de no ser dirigido diretamente ao foco, ele considerado uma forma de ataque
direto, pois com ele se pretende combater as chamas em si, o foco queimando sobre a
fase slida dos combustveis.
ATAQUE INDIRETO
Tambm se usa o jato slido ou compacto, entretanto, o objetivo no extinguir o fogo
combatendo diretamente a fase slida. No ataque indireto, o objetivo produzir uma
grande quantidade de vapor de gua para resfriar a capa trmica (gases combustveis
provenientes da combusto e da termlise) e o cmodo e, indiretamente, apagar o fogo.
O alvo no ataque indireto so as paredes e o teto superaquecidos para que, na
fragmentao do jato pelo impacto, a gua absorva o calor dessas superfcies e
transforme-se em vapor resfriando o ambiente.
No se pode jogar gua em demasia para no resfriar demais as superfcies. Isso impede
a formao de vapor. Tambm preciso cuidar para no se produzir vapor em excesso.
ATAQUE COMBINADO
Consiste no emprego alternado das tcnicas de ataque indireto e direto. Com movimentos
circulares (para que o jato atinja paredes e teto) busca-se a gerao de vapor para resfriar
os gases aquecidos e, alternadamente, lanam-se jatos fase slida do combustvel
prxima ao solo.
106
107 CURSO DE FORMAO DE BOMBEIRO PROFISSIONAL CIVIL MDULO PREVENO E COMBATE A INCNDIO
17
18
108
PENCILING
O penciling19 assemelha-se ao jato mole, entretanto, consiste em pulsos coma abertura
um pouco maior do fluxo de gua permitindo lanar pores de gua sobre a fase slida
em queima.
Estando dentro da edificao e no tendo a necessidade de disparar um ataque direto ao
foco pelas suas dimenses e para evitar o dano ocasionado pelo jato, usa-se o penciling
que pode ser casado com pulsos neblinados para resfriar a capa trmica no que se
chama de abordagem pulse-penciling.
19
Usamos o nome em ingls pela falta de um em termo em portugus que exprimisse a idia em uma ou
duas ou trs palavras
20
Por isso importante que a vazo da viatura seja de, pelo menos, 500lpm para uma linha de ataque.
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109 CURSO DE FORMAO DE BOMBEIRO PROFISSIONAL CIVIL MDULO PREVENO E COMBATE A INCNDIO
www.flashover.fr
As letras so um meio prtico de determinar o tempo de abertura do esguicho para, na
regulagem indicada, lanar gua em quantidade suficiente para absorver o calor gerado
no cmodo.
Aps uns 30 segundos, repete-se o procedimento at que sejam debeladas as chamas.
Devido alta vazo, no emprego dessa tcnica deve-se cuidar para fechar lentamente o
fluxo de gua a fim de evitar a ruptura de mangueiras pelo golpe de arete.
Caso o ambiente sinistrado seja muito grande, mais linhas podem efetuar o procedimento
combinadamente ou ele pode ser usado em sesses do ambiente.
Importantssimo atentar para o posicionamento da linha em relao ao incndio para que
a tcnica no sopre o fogo para cmodos e combustveis ainda no afetados. O
posicionamento correto no combate entre a parte no queimada e o fogo, atacando-o de
forma a empurr-lo para fora.
ABORDAGEM DE AMBIENTE E PASSAGEM DE PORTA
Entendemos abordagem como as aes de aproximao, abertura de acesso(s) e
penetrao em um ambiente sinistrado.
Ao se chegar a uma porta fechada dentro de uma edificao sinistrada, os bombeiros na
linha de ataque devem proceder com cautela, haja vista que toda ventilao provoca
acelerao da queima e aumento da taxa de liberao de calor alm de poder acarretar
em fenmenos de comportamento extremo do fogo.
Diante disso, os bombeiros devem proceder uma verificao perimetral da porta
procurando por sinais que indiquem a condio do interior do cmodo. necessrio que
se verifique em qual fase de desenvolvimento o fogo est, em qual regime de queima o
foco est (se limitado pelo combustvel o pela ventilao). A temperatura da porta deve
ser checada procura de indcios que demonstrem a presena e altura da capa trmica.
A colorao, densidade, opacidade e velocidade da fumaa devem ser checadas.
Sempre que os bombeiros se depararem com uma porta pirolizando pelo lado externo,
devem resfri-la com jato mole a fim de preserv-la. A perda da porta significa perda do
controle sobre a ventilao do foco que est por trs dela.
110
Para a confirmao das suspeitas necessrio efetuar a abertura de uma porta para
confirmao visual da condio no interior do cmodo. Para isso, procede-se da seguinte
forma:
1. O jato deve ser regulado para neblinado estreito, para que passe na pequena
abertura da porta;
2. O operador do esguicho lana dois pulsos neblinados curtos sobre a porta visando
deixar em suspenso uma neblina de gua na regio superior prxima porta.
Ao se proceder a abertura, os gases aquecidos que escapem tenham menos
chance de se inflamarem, j que se misturaro neblina e perdero calor ao
mesmo tempo em que a neblina transforma-se em vapor diluindo os gases;
3. O auxiliar da linha, posicionado para a abertura da porta de modo protegido, abre
a porta deixando mostra uma pequena fresta;
4. Pela fresta o operador do esguicho lana um pulso neblinado mdio na parte
superior da abertura enquanto visualiza as condies no interior
Conforme as condies confirmadas, a abordagem prossegue de modo diferente.
111 CURSO DE FORMAO DE BOMBEIRO PROFISSIONAL CIVIL MDULO PREVENO E COMBATE A INCNDIO
FOCOS EM DESENVOLVIMENTO
Como j vimos anteriormente, na fase de desenvolvimento, a concentrao de oxignio
no ambiente permite a ocorrncia de vivas chamas.
Em decorrncia disso, no h, normalmente, problemas na abertura de acessos. Como
essa a regra geral, ainda assim a abordagem deve ser cautelosa devido s excees.
Toda ventilao ir acelerar a queima e aumentar a taxa de liberao de calor.
Como se sabe, para que gases queimem, ou mesmo partculas lquidas e slidas em
suspenso, devem estar na concentrao adequada (entre os limites inferior e superior de
inflamabilidade) com o oxignio.
Como no temos meios prticos de saber a composio exata ou mesmo a concentrao
necessria para a queima dos gases no ambiente, a abertura de acesso deve ser feita
com cautela, devendo os bombeiros posicionarem-se fora da zona de abertura para que
uma possvel ignio dos gases no os afete.
Para abrir ou quebrar uma janela, o bombeiro deve posicionar-se abaixo do peitoril. Para
a abertura de uma porta, deve posicionar-se atrs da porta, caso abra em sua direo, ou
atrs da parede, caso abra para o interior do ambiente.
J estudamos que em um foco na fase de queima livre pode ocorrer o fenmeno
conhecido como flashover.
Reconhecendo a queima livre e verificando os sinais indicativos de flashover a
abordagem deve considerar esse risco.
Os sinais indicativos de flashover muito se confundem com os sinais que indicam a
prpria queima livre: barulho e luminosidade de chamas, fumaa aquecida e chamas
subindo pela coluna de fumaa acima do foco. Outros so mais especficos do fenmeno
citado:
Chamas muito vivas e subindo pela coluna de fumaa que se ergue do foco;
Diante desses sinais, a porta deve ser aberta com cautela, como dito acima, e a
abordagem do ambiente deve ser enrgica. No deve o bombeiro penetrar no ambiente
enquanto o risco de exploso ambiental no tenha sido reduzido.
Em um ambiente assim o combate deve priorizar o ataque capa trmica, camada de
fumaa que se acumula a partir do teto. Voc talvez se pergunte a razo disso e talvez
esteja pensando que um ataque direto ao fogo eliminaria a fonte de calor que o
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112
FOCOS INCUBADOS21
Um ambiente em queima lenta apresenta uma srie de riscos. O primeiro deles o subdimensionamento da potencialidade lesiva que apresenta. Por haver poucas chamas ou
nenhuma, o ambiente parece estar controlado, o que um grande equvoco. Na verdade,
o ambiente est quieto como uma bomba antes da ignio. Uma abordagem errada pode
deton-la. Assim, o que era um ambiente queimando lentamente, apenas com brasas,
pode se tornar um ambiente completamente tomado pelas chamas aps uma deflagrao
violenta da fumaa.
Nunca se deve esquecer que, mesmo que no haja oxignio para a queima viva, a
termlise ocorre at com 0% de O2. Isso significa que, enquanto estiver quente, o
ambiente acumular vapores combustveis.
Alm desse, h outros riscos tais como a baixa visibilidade, alta concentrao de gases
txicos e baixa concentrao de oxignio. Para a abordagem do ambiente, o risco de
backdraft o principal problema.
Conforme estudamos, no decaimento, os combustveis (gases, vapores, partculas
lquidas e slidas) presentes na fumaa podem estar com temperatura acima da
temperatura de ignio, mas, devido ao confinamento do ambiente, ultrapassam o limite
superior de inflamabilidade, ou seja, h combustvel em excesso para a escassa
quantidade de oxignio nesses ambientes e, por isso, no queimam. Quando um acesso
aberto e o ar entra ofertando oxignio, to logo a concentrao atinja um patamar
adequado, a fumaa deflagra-se. A queima violenta que ocorre o backdraft.
21
Focos na fase de decaimento pela depleo de oxignio e com fumaa acima da temperatura de ignio.
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113 CURSO DE FORMAO DE BOMBEIRO PROFISSIONAL CIVIL MDULO PREVENO E COMBATE A INCNDIO
22
Significando que a fumaa j est em condio de queimar, faltando apenas o comburente, por isso ela
queima assim que alcana o exterior.
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114
Assim que os sinais de risco diminurem a porta deve comear a ser aberta lentamente
enquanto o operador do esguicho procura saturar a regio superior do cmodo nas
imediaes da porta na parte interna com pulso neblinado mdio.
A inteno dessa neblina diminuir a combustibilidade da fumaa prxima porta, que
vai ter contato com o oxignio, e o resfriamento para abaixar a temperatura aqum do
ponto de ignio.
Uma vez que o ambiente foi abordado, ele deve ser dominado. Em um ambiente em
queima lenta o calor e a fumaa devem ser dissipados para prevenir novas ignies e isso
deve ser feito por mio de uma das tcnicas de ventilao. Os possveis focos devem ser
resfriados para que no entrem em ignio medida que a fumaa for expulsa.
115
Tcnica
Jato
Vazo
Presso
Objetivo
Ataque Direto
Compacto
30 gpm
3 7 Bar
Resfriar o combustvel na
fase slida
Resfriar o combustvel na
fase slida
Ataque Direto
Modificado
Compacto
Ataque
indireto
Compacto
30 gpm
30 gpm
3 7 Bar
3 7 Bar
Situao
Posicionamento
Forma de emprego
EXTERNO
No permitir excesso de
vapor de gua
No permitir excesso de
vapor de gua
No permitir excesso de
vapor de gua.
No permitir excesso de
vapor de gua.
(fora do cmodo)
EXTERNO
(fora do cmodo)
EXTERNO
(fora do cmodo)
Compacto
30 gpm
3 7 Bar
Resfriar o combustvel na
fase slida e
Produzir VAPOR para
resfriar o cmodo
Saturao
com neblina
Pulso
Neblinado
Curto
Ofensivo
Neblina
Neblinado
Amplo
30 gpm
30 gpm
7 9 Bar
7 9 Bar
EXTERNO
(fora do cmodo)
EXTERNO
(fora do cmodo)
INTERNO
Cuidados
No usar em cmodos
ventilados
No usar em cmodos
ventilados
Pulso
Neblinado
Curto
Defensivo
Neblinado
Amplo
30 gpm
7 9 Bar
Resfriar a fumaa
Prevenir flashover
Tcnica
Jato
Vazo
Presso
Objetivo
Pulso
Neblinado
Mdio
Ofensivo
Neblinado
Estreito
30 gpm
7 9 Bar
(cmodo pequeno)
Situao
Estado pr-flashover (chamas isoladas ou
rollover) em cmodos mdios
INTERNO
Posicionamento
INTERNO
Forma de emprego
Pulsos de 1-2 s com pausa de 1-2s se a
temperatura no estiver muito alta.
Cuidados
No gerar vapor em excesso
Vigiar descida do plano
neutro
No pulsar sobre superfcies
116
pouco aquecidas
Pulso
Neblinado
Mdio
Defensivo
Neblinado
Estreito
30 gpm
Resfriar a fumaa
Prevenir flashover
(cmodo mdio ou teto
alto)
Jato mole
Compacto
30 gpm
Penciling
Compacto
30 gpm
Pulso Longo
de alta vazo
Neblinado
estreito
125
gpm
(ZOTI)
7 9 Bar
7 9 Bar
7 9 Bar
7 9 Bar
INTERNO
INTERNO
No abrir demais
Resfriar o combustvel na
fase slida
INTERNO
EXTERNO
No fechar bruscamente
(golpe de arete)
(fora do cmodo)
Z reas de 30 m2
O reas de 20 m2
T reas de 10 m2
I corredores
117
117
118
absoro de calor. Caso se queira mais alcance, a abertura do cone deve ser fechada,
caso se queira maior fragmentao, o cone de ;gua deve ser aberto.
Outra forma de resfriar com gua usando o aplicador de neblina para estender o
alcance da neblina de gua sobre a superfcie do lquido.
Embora citado como tcnica, o resfriamento com gua mostra-se difcil nos combates a
incndios em lquidos. Isso deve-se ao fato de que os incndios classe B geram, em
mdia, 5 vezes mais calor que os incndios classe A.
BOIL-OVER
O Boil-over um fenmeno que pode ocorrer nos combates a incndios em lquidos
inflamveis. Ocorre nos lquidos menos densos que a gua.
O boil-over pode ser explicado da seguinte maneira:
Quando se joga gua em lquidos de pequena densidade, a gua tende a depositarse no fundo do recipiente.
Se a gua no fundo do recipiente for submetida a altas temperaturas, pode vaporizarse. Na vaporizao da gua h grande aumento de volume (1 litro de gua
transforma-se em 1.700 litros de vapor).
Com o aumento de volume, a gua age como mbolo numa seringa, empurrando o
combustvel quente para cima, espalhando-o e arremessando-o a grandes distncias.
119 CURSO DE FORMAO DE BOMBEIRO PROFISSIONAL CIVIL MDULO PREVENO E COMBATE A INCNDIO
SLOP OVER
O Slop Over semelhante ao boil over, porm ocorre de maneira imediata e na superfcie
do lquido.
O slop over acontece quando um jato penetrante (slido ou compacto) atirado na
superfcie de um lquido combustvel de alta viscosidade em chamas. Se a quantidade de
calor gerado for suficiente para ferve a gua atirada, isso ocorrer bem abaixo da
superfcie do lquido assim que o jato de gua penetr-la. Isso provocar a expanso da
gua arremessando pequenas quantidades de lquido inflamvel superaquecido e em
chamas para fora do recipiente que o contm.
VARREDURA COM GUA
A gua pode ser utilizada para deslocar combustveis, que estejam queimando ou no,
para locais onde possam queimar com segurana, ou onde as causas da ignio possam
ser mais facilmente controladas. Evitar que combustveis possam ir para esgotos, drenos
ou locais onde no seja possvel a conteno dos mesmos.
O jato contnuo ser projetado de um lado a outro (varredura), empurrando o combustvel
para onde se deseja.
Derramamento de lquidos combustveis em via pblica tambm pode causar desastres,
inclusive acidentes de trnsito. O lquido combustvel poder ser removido atravs de
120
APLI
CA
O
DE
ESP
UMA
Outr
a
tcnica de combate a incndios em lquidos inflamveis a aplicao de espuma. O uso
da espuma possui grande eficincia no abafamento dos lquidos inflamveis.
A aplicao da espuma pode se dar de 3 maneiras:
Empurramento quando o lquido est derramado no solo e no possvel valerse de anteparos para aplicar a espuma por escorrimento, deve-se lan-la ao solo
margeando a poa de combustvel e depois o volume de espuma formado deve ser
empurrado pelo lanamento de mais espuma forando-o a avanar sobre a poa;
EXTINO QUMICA
Um mtodo moderno e interessante de extino de incndios em lquidos inflamveis a
aplicao de agentes extintores especiais que interrompem a reao de combusto
quimicamente.
Um exemplo o composto FN200, um agente encapsulador desenvolvido para combate a
incndios. Ele atua quimicamente envolvendo as molculas dos hidrocarbonetos de modo
estvel, impedindo-as de reagir com o oxignio. Isso interrompe a reao.
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GLP engarrafado
O gs liquefeito de petrleo (GLP) ou gs engarrafado, como um combustvel
armazenado sob presso, usado principalmente em residncias, em botijes de 13 kg.
Sua utilizao comercial e industrial feita com cilindros de maior capacidade, de 20, 45 e
90 kg.
Este gs composto principalmente de propano, com pequenas quantidades de butano,
etano propileno e iso-butano. O GLP no tem cheiro natural. Por isso, uma substncia
odorfica, denominada mercaptana, lhe adicionada. O gs no txico, mas
classificado como asfixiante porque pode deslocar o ar, tomando seu lugar no ambiente, e
conduzir asfixia.
O GLP cerca de 1,5 vez mais pesado que o ar, de forma que, normalmente, ocupa os
nveis mais baixos. Todos os recipientes de GLP esto sujeitos a BLEVE quando
expostos a chamas diretas. O GLP freqentemente armazenado em um ou mais
cilindros (bateria). O suprimento de gs para uma estrutura pode ser interrompido pelo
fechamento de uma vlvula de canalizao. Se a vlvula estiver inoperante, o fluxo pode
ser interrompido retirando-se a vlvula acoplada ao cilindro.
Ao se deparar com fogo em gs inflamvel, e no podendo conter o fluxo, o bombeiro no
dever extinguir o incndio. Um vazamento ser mais grave que a situao anterior, por
reunir condies propcias para uma exploso. Neste caso, o bombeiro dever apenas
controlar o incndio.
O gs que vazou e est depositado no ambiente pode ser dissipado por ventilao, ou por
um jato dgua em chuveiro, de no mnimo 360 lpm (esguicho de 38mm com
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aproximadamente 5,5 kg/cm2 de presso), com 60o de abertura, da mesma maneira com
que se realiza a ventilao de um ambiente, usando esguicho.
B.L.E.V.E.
Um fenmeno que pode ocorrer em recipiente com gases inflamveis pressurizados, ou
at mesmo com lquidos inflamveis, embora com menor intensidade, o BLEVE.
(Boiling Liquid Expanding Vapor Explosion).
Quando ocorre a exposio de um recipiente pressurizado contendo gs inflamvel
liquefeito a uma chama intensa, o calor transmitido por conduo atravs da parede do
tanque aquecendo o lquido no interior. O aquecimento do lquido provoca uma corrente
de conveco que constantemente rouba calor da parede do tanque protegendo-a da
ao das chamas.
Com o aquecimento do lquido, ele ferve. A liberao de gases pela fervura aumenta a
presso no tanque. O lquido no se transforma todo em gs. Assim que o espao acima
dele fica saturado com o gs, ele deixa de ferver. Contudo, o aumento da presso aciona
vlvulas de alvio que liberam o gs para a atmosfera para impedir a exploso do tanque
pelo acmulo da presso. Isso resolve o problema momentaneamente, porm, com o
escape de gases, abre-se espao para a vaporizao de mais lquido. Isso vai, aos
poucos, abaixando o nvel de lquido. A parte do tanque acima do nvel de lquido no tem
a proteo que a conveco do lquido oferece e, se exposta s chamas, o metal comea
a enfraquecer e amolecer. A presso interna o empurra tornando-o fino e diminuindo sua
resistncia. Quando a resistncia for menor que a presso interna, o tanque se rompe.
Nesse instante ocorrer uma enorme liberao de energia proveniente das seguintes
fontes:
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ao fogo, ou por calor irradiado. Este resfriamento deve ser preferencialmente com jato
dgua em forma de neblina.
Diante do risco iminente de BLEVE, pode ser que a melhor opo seja a evacuao da
rea e esta rea relativamente grande. Para se ter uma idia um tanque de combustvel
transportado por composio ferroviria pode gerar uma exploso que afete centenas de
metros. A zona de queima pode ter uma centena de metros de dimetro. A onda de
choque pode ser fatal a 300 ou mais metros do ponto inicial e a irradiao lesiva a
vrias centenas de metros.
124
No combate (com gua) ao fogo em materiais eletrificados, usa-se uma regra simples,
exposta na figura abaixo.
Voltagem da corrente;
Instalaes Eltricas
Nas residncias, a instalao eltrica normalmente de baixa tenso (110 e 220 volts). O
mtodo mais simples de interromper o fornecimento da energia desligar a chave geral
da instalao.
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Instalaes Industriais
Quando forem encontrados fios cados, a rea ao redor deve ser isolada;
126
No se deve tocar em qualquer veculo ou viatura que esteja com fios eltricos,
pois esse procedimento pode resultar em choque eltrico.
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10. VENTILAO
Em se tratando de combate a incndio, ventilao consiste na sistemtica retirada de
fumaa, ar e gases aquecidos da edificao, substituindo-os por ar fresco.
A ventilao, quanto ao momento em que realizada, pode ser: antes do combate
(antes das linhas de ataque iniciarem a aplicar gua), durante o combate
(simultaneamente ao trabalho das linhas de ataque) ou aps o combate, para retirar a
fumaa e calor apenas.
Em relao ao plano da abertura de sada da fumaa, a ventilao pode ser vertical ou
horizontal.
VENTILAO VERTICAL
aquela em que os produtos da combusto caminham verticalmente pelo ambiente,
atravs de aberturas verticais existentes (poos de elevadores, caixas de escadas), ou
aberturas feitas pelo bombeiro (retirada de telhas).
Para a ventilao, o bombeiro deve aproveitar as aberturas existentes na edificao,
como as portas, janelas e alapes, s efetuando aberturas em paredes e telhados se
inexistirem aberturas ou se as existentes no puderem ser usadas para a ventilao
natural ou forada. Efetuar entrada forada em paredes e telhados, quando j existem
aberturas no ambiente, acarreta prejuzos ao proprietrio, alm de significar perda de
tempo.
VENTILAO HORIZONTAL
aquela em que os produtos da combusto caminham horizontalmente pelo ambiente.
Este tipo de ventilao se processa pelo deslocamento dos produtos da combusto
atravs de corredores, janelas, portas e aberturas em paredes no mesmo plano.
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VENTILAO NATURAL
A ventilao natural consiste em abrir acessos existentes (portas, janelas, clarabias) ou
criando acesso (quebrando parte da estrutura de paredes, teto ou destelhando telhado)
permitindo a entrada natural de are sada de fumaa pela diferena de presso.
Aproveita-se a prpria tendncia da fumaa em se deslocar para fora devido diferena
de densidade e devido s diferenas de presso.
Como j visto, o foco produzindo e aquecendo gases, faz com que eles subam . A
acumulao deles no teto e a expanso provocada pelo aquecimento geram um aumento
de presso que maior rente ao teto acima do foco. De igual modo, a tendncia dos
gases aquecidos em subir gera uma zona de baixa presso imediatamente acima do foco
(ao redor e acima das chamas).
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VENTILAO FORADA
A ventilao forada consiste no emprego de meios artificiais para acelerar a
movimentao dos gases no ambiente sinistrado.
Alm da mera abertura de acessos, que se d quase como na ventilao natural, a
ventilao forada conta com equipamentos para acelerar o deslocamento dos gases.
Quanto ao tipo de equipamento utilizado, a ventilao forada divide-se em: mecnica e
hidrulica.
Ventilao Forada MECNICA consiste no emprego de ventiladores ou exaustores
com funcionamento eltrico, a combusto ou hidrulico23.
Ventilao Forada HIDRULICA consiste no emprego de jato neblinado para,
aproveitando o princpio de Bernoulli, arrastar gases junto com o cone quer seja a fumaa
para fora ou o ar fresco para dentro.
A ventilao forada pode ser de presso negativa ou por presso positiva, caso se force
a entrada o deslocamento de gases pela entrada ou pela sada dos gases.
O jato deve ser usado com vazo mnima possvel e o esguicho deve ficar entre 0,5 a 1 m
de distncia do acesso. Nenhuma parte do cone de gua pode sobrar para fora do
23
130
acesso. Todo o cone deve ser encaixado dentro da abertura prximo beirada, seja uma
porta, janela ou acesso forado.
Ventilao por Presso Positiva (VPP) a ventilao forada, quer seja ela mecnica
ou hidrulica, pode ser feita com o jato neblinado soprando no acesso de entrada jogando
gua para dentro do ambiente e arrastando junto ar fresco. Como o ar forado para
dentro a presso fica maior no interior na zona prxima abertura, por isso a
denominao de ventilao por presso positiva.
Como se pode perceber ela feita de fora para dentro do ambiente sinistrado.
A VPP pode ser feita com uma ou duas aberturas.
Com uma abertura, o ar deve ser soprado pela parte inferior, haja vista a tendncia da
fumaa em flutuar sobre a camada de ar frio que entra.
Em se tratando de uma abertura e sendo ela uma porta, o jato deve ser posicionado de
modo que preencha o Maximo possvel da metade inferior da porta como esquematizado
ao lado.
Semelhantemente ocorrer se o nico acesso for uma janela. A metade superior deve ser
deixada livre para a sada de fumaa.
Como a sada de fumaa se dar muito prximo aos bombeiros, a tcnica de VPP por
uma abertura deve ser feita preferencialmente aps o fogo ser debelado e caso no haja
outra forma de efetuar a ventilao.
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Vo da porta
Alvo do jato
Com duas aberturas, uma para a entrada do ar fresco e outra oposta para a sada de
fumaa, o jato deve ter outro alvo. Em se tratando de uma porta, deve atingi-la na metade
superior. Isso se deve ao fato de que na parte superior esto concentrados os gases mais
aquecidos e a ventilao por ali ser mais eficiente.
Como h outra abertura para sada de fumaa, no h necessidade de reservar a parte
superior do vo da porta para a sada de fumaa.
Se a abertura de entrada for uma janela, deve o jato ocupar o mximo dela possvel pela
mesma razo.
Se a queima ainda estiver
considervel, ou seja, se a
ventilao
for
prvia
ou
concomitante ao combate,
imperativo que o acesso para
sada de fumaa seja prximo ao
foco e que direcione a fumaa
para fora da edificao. A fumaa
aquecida pelo foco no pode
percorrer o interior da edificao,
pois, se assim fosse, a fumaa
estaria irradiando calor para
materiais ainda no afetados e
poderia provocar a ignio de
novos focos.
Vo da porta
Alvo do jato
132
Ventilao por Presso Negativa (VPN) a ventilao forada, quer seja ela mecnica
ou hidrulica, pode ser feita com o jato neblinado soprando no acesso de sada jogando
gua para fora do ambiente e arrastando junto ar fresco. Como o ar forado para fora, a
presso no interior prximo abertura fica menor gerando uma zona de baixa presso,
por isso a denominao de ventilao por presso negativa.
A gua jogada para fora do ambiente, evitando os danos propriedade pela gua, mas
diminuindo a capacidade de resfriamento da operao de ventilao, o que facilmente
contornado se a ventilao for bem feita.
Com a fumaa empurrada para fora, o ar frio entra para substituir o vazio que ficaria,
substituindo a atmosfera quente e inflamvel do ambiente.
A VPN tambm pode ser feita por uma ou duas aberturas, mas em qualquer dos casos, o
jato deve ser direcionado metade superior nas portas e englobando o mximo do
espao nas janelas.
A abertura de entrada de ar menos importante, uma vez que o ar buscar entrar por
qualquer fresta para ocupar o espao deixado pela fumaa arrastada para fora.
Como a VPP, a VPN deve ser feita com a
sada de fumaa prxima ao foco e pode ser
imediatamente posterior extino do foco
com emprego da tcnica penciling, ou
mesmo ataque direto.
A VPN feita de dentro para fora.
Obs.: mencionamos o alvo dos jatos de
gua, considerando a VPP e VPN
hidrulicas, mas o emprego de ventiladores
bem semelhante no que tange aos alvos a
serem escolhidos nas aberturas.
CUIDADOS NA VENTILAO
Para a ventilao, o bombeiro deve aproveitar as aberturas existentes na edificao,
como as portas, janelas e alapes, s efetuando aberturas em paredes e telhados se
inexistirem aberturas ou se as existentes no puderem ser usadas para a ventilao
natural ou forada. Efetuar entrada forada em paredes e telhados, quando j existem
aberturas no ambiente, acarreta prejuzos ao proprietrio, alm de significar perda de
tempo.
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11. REFERNCIAS
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department operations. 5 Ed. Oklahoma: Fire Protection Publications, 2008.
GRIMWOOD, Paul. Euro Firefighter. Inglaterra: Jeremy Mills Publishing. 2008
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Fire Protection Publications. 2005.
GRIMWOOD, Paul; DESMET, Koen. Tactical Firefighting: a comprehensive guide to
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OLIVEIRA, Marcos de. Manual de estratgias, tticas e tcnicas de combate a
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SO PAULO. Corpo de Bombeiros da Polcia Militar do Estado de So Paulo. Coletnea
de Manuais Tcnicos de Bombeiros, Ttulos 1, 23, 32, 42. So Paulo: 2006.
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