Curso de Formacao de Bombeiro Civil

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CURSO DE FORMAO DE BOMBEIRO PROFISSIONAL CIVIL MDULO PREVENO E COMBATE A INCNDIO

SUMRIO
1. TEORIA DO FOGO..................................................... 02
1.1 CALOR..............................................................................

05

1.2 COMBUSTVEL................................................................. 12
1.3 COMBURENTE...................................................................................

18

1.4 REAO EM CADEIA ... 20


1.5 PONTOS DE TEMPERATURA . 21
1.6 TIPOS DE COMBUSTO......

22

1.7 PRODUTOS DA COMBUSTO E SEUS EFEITOS...........................

26

2. MTODOS DE EXTINO DO FOGO..................................... 32


2.1 RETIRADA DO MATERIAL.................................................................

32

2.2 RESFRIAMENTO.................................................................................

32

2.3 ABAFAMENTO....................................................................................

33

2.4 QUEBRA DA REAO EM CADEIA................................................................


33

3. AGENTES EXTINTORES.........................................................

34

4. INCNDIO................................................................................. 38
4.1 CLASSES DE INCNDIO...................................................................

38

4.2 DESENVOLVIMENTO DOS INCNDIOS EM COMPARTIMENTO....

42

5. APARELHOS EXTINTORES.................................................... 53
6. MATERIAL HIDRULICO......................................................... 62
7. GUA e ESPUMA..................................................................... 76
8. FASES DO SOCORRO............................................................. 90
9. TCNICAS DE COMBATE A INCNDIO................................. 101
10. VENTILAO......................................................................... 127
11. REFERNCIAS....................................................................... 134

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CURSO DE FORMAO DE BOMBEIRO PROFISSIONAL CIVIL MDULO PREVENO E COMBATE A INCNDIO

1. TEORIA DO FOGO
Para prevenir e combater incndios de modo eficiente necessrio entender o
funcionamento do incndio. As bases tericas sobre como ocorrem e como se
comportam o fogo e o incndio so indispensveis para podermos entender e dominar as
tcnicas de combate e preveno.
Inicialmente convm diferenciar incndio de fogo. Incndio no sinnimo de fogo, ou
ento, em cada churrasqueira, teramos um incndio. Ento qual a diferena? O que
difere as chamas em uma churrasqueira das chamas em um incndio o controle sobre
elas. Na churrasqueira o fogo est controlado, em um incndio no. Assim, podemos
definir incndio como fogo fora de controle.
E fogo? Como definir fogo?
Sabe-se que h muito o homem faz uso do fogo, no entanto, apenas em tempos mais
recentes comeamos a entender a dinmica do fogo, que tambm chamado de
combusto. Arquimedes j havia escrito sobre o fogo na Grcia antiga, mas apenas no
Sc. XVIII, o cientista francs, Antoine Lawrence Lavoisier, descobriu as bases
cientficas do fogo.
A principal experincia que lanou os fundamentos da cincia do fogo consistiu em
colocar uma certa quantidade de mercrio (Hg - o nico metal que normalmente j
lquido) dentro de um recipiente fechado, aquecendo-o. Quando a temperatura chegou a
300C, ao observar o interior do frasco, Lavoisier encontrou um p vermelho que pesava
mais que o lquido original. O cientista notou, ainda, que a quantidade de ar que havia no
recipiente havia diminudo em 20%, e que o ar restante no recipiente possua o poder de
apagar qualquer chama e matar. Lavoisier concluiu que o mercrio, ao se aquecer,
absorveu a parte do ar que nos permite respirar (essa mesma parte que faz um
combustvel queimar: o oxignio). Os 80% restantes eram nitrognio (gs que no
queima), e o p vermelho era o xido de mercrio. Houve o consumo de oxignio (pela
alterao nas propriedades do ar) e a formao de nova substncia (o p vermelho).
Lavoisier estudava a conservao de massas em uma reao, mas, de seu experimento
foi possvel entender que, com o aquecimento, ocorreu uma reao qumica entre
mercrio e ar.
Mesmo com os estudos modernos, ainda no se conseguiu elaborar uma definio
universal, completa e definitiva do que seja fogo, entretanto mesmo sem conseguir definilo, possvel explic-lo.
A combusto (ou fogo) uma reao qumica na qual um material combustvel reage
com um oxidante, chamado de comburente e que normalmente o oxignio,
produzindo energia na forma de calor e, muitas vezes, luz. Essa reao depende de
uma energia de ativao para que se inicie e, aps iniciada, prossegue de forma
autossustentvel.

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Da breve explicao, v-se que para iniciar a


combusto, so necessrios:

Combustvel;
Comburente;
Energia.

A unio desses trs elementos forma o TRINGULO


DO FOGO, que uma forma didtica de
representarmos os requisitos da combusto, ou seja,
o que necessrio para ela iniciar.
Representao do
tringulo do fogo
fcil entender porque so necessrios combustvel e comburente. A energia de ativao
requer uma explanao mais detalhada de porque ela necessria.
Na prtica fcil entender que os combustveis no reagem automaticamente com o
oxignio, via de regra. Vemos madeira, papel, tecido e at lcool em contato com o ar
sem que queimem. Mas se aproximarmos uma chama, a reao pode comear
rapidamente.
O que ocorre que as molculas dos combustveis esto estveis e no reagiro com o
oxignio. necessrio for-las a sair de seu estado. Quando aquecemos um corpo,
aumentamos a vibrao das molculas e, com isso, muitas conseguem se desprender
deixando sua situao estvel e passando a estar vidas por reagirem para estar
novamente estveis e ento reagem com o oxignio comeando a queima. Essas
molculas que se desprendem de um combustvel que reagem com o oxignio e no as
que permanecem no corpo. Essa quebra do combustvel em partes menores chamada
de termlise (quebra pela temperatura) ou pirlise (quebra pelo fogo) e, pelo fato dessa
quebra ser necessria que a energia de ativao um requisito para que se inicie a
combusto, pois essa energia que produz a quebra para que ocorra a reao.
Depois que a combusto se inicia, a fonte inicial de energia pode ser retirada. Depois de
acendermos uma fogueira, podemos apagar o fsforo que a acendeu. Por qu? Isso
ocorre pelo fato de que, uma vez iniciada, surge a reao em cadeia, ou seja, a queima
das molculas que se desprendem gera calor suficiente para quebrar o combustvel e
desprender mais molculas em quantidade suficiente para continuar a reagir com o
oxignio, gerando mais calor e assim por diante. Da dizer-se que a combusto uma
reao autossustentvel, pois ela, uma vez iniciada, produz a energia necessria para
que continue ocorrendo.
Assim, uma vez iniciada a reao, alm dos trs requisitos do tringulo do fogo, a reao
em cadeia deve ser acrescida como elemento da combusto. Disso surge a
representao dos elementos da combusto pelo TETRAEDRO DO FOGO.

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TETRAEDRO DO FOGO

CARBURENTE

O2

CALOR

COMBUSTVEL

REAO EM CADEIA

O Tetraedro foi escolhido ao invs de um quadriltero pelo fato de que no tetraedro, cada
um dos lados (faces) est ligado a todos os outros, assim como os elementos da
combusto.
Embora na maioria dos manuais em que o tetraedro aparea o tringulo do fogo tenha
desaparecido, entendemos que ele ainda til. A teoria do tetraedro no suplanta a
tringulo. Enquanto que o Tetraedro representa os elementos da combusto, o Tringulo
representa seus requisitos.
Resumindo: para que a combusto inicie-se (requisitos) so necessrios 3 componentes:
calor, comburente e combustvel (tringulo do fogo). Quando ela surge, podemos
constatar a presena de 4 componentes (elementos): os trs anteriores acrescidos da
reao em cadeia.
Interessante tambm diferenciar combusto, ou fogo, de chama. A combusto libera
energia na forma de calor, que retroalimenta a reao, e na forma de luz, que pode ser
incandescncia do material (brasas) ou na formao da chama, que nada mais do que a
ionizao dos gazes em combusto pelo calor produzido, liberando parte da energia na
forma de luz.
Passemos agora ao estudo de cada um dos elementos da combusto.

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1.1 CALOR
O calor, antigamente conhecido como agente gneo, o componente energtico do
tetraedro do fogo e ser o elemento responsvel pelo incio da combusto.
Tradicionalmente o calor apresentado como Forma de energia que eleva a
temperatura, gerada da transformao de outra energia, atravs de processo fsico ou
qumico. 1
Diz-se ainda dele que pode ser descrito como uma condio da matria em movimento,
isto , movimentao ou vibrao das molculas que compem a matria. As molculas
esto constantemente em movimento. Quando um corpo aquecido, a velocidade da
vibrao das molculas aumenta e o calor (demonstrado pela variao da temperatura)
tambm aumenta. Quanto mais se aquece um corpo, mas as molculas vibram.
Calor, tecnicamente falando, energia em trnsito. Quando um sistema troca energia
trmica com outro sistema, por exemplo, dois objetos em temperaturas diferentes em
contato, o calor se manifesta na transferncia dessa energia.
De modo simplificado, trataremos o calor como sinnimo da energia trmica.
O calor (energia trmica) , na verdade, energia cintica, haja vista que se trata da
energia de movimentao das molculas. Essa energia transferida sempre de um corpo
de maior temperatura para o de menor temperatura, at existir equilbrio trmico.
Unidades de medida: Caloria (Cal), BTU (British Thermal Unit unidade trmica
britnica), Joule (J).
Por sua vez, temperatura uma grandeza primitiva e, por essa razo, no pode ser
definida. Em termos prticos, podemos considerar a Temperatura de um corpo como
sendo a medida do grau de agitao de suas molculas. Esse grau de agitao medido
nas Escalas: Celsius ( oC), Kelvin (K), Fahrenheit ( oF) e Rankine (R)
Calor o elemento que causa a vaporizao do combustvel lquido e a termlise do
combustvel slido, sendo responsvel por manter a temperatura da reao, que, durante
a combusto, continuar havendo a liberao de mais calor. Como dito anteriormente, na
maior parte dos combustveis h uma mudana de estado para o gasoso antes de
inflamar-se. Nos combustveis gasosos, isso no ocorre, pois j esto em condies de
alcanarem a ignio. Ao receber calor, o combustvel se aquece, ou seja, suas
molculas vibram mais. Com isso elas se desprendem mais facilmente e reagem mais
facilmente com o Oxignio. Por isso, de extrema importncia o controle da temperatura
em ambientes de incndio.
O calor gerado pela transformao de outras formas de energia, quais sejam:
energia qumica (a quantidade de calor gerado pelo processo de combusto);
energia eltrica (o calor gerado pela passagem de eletricidade atravs de um
condutor, como um fio eltrico ou um aparelho eletrodomstico,);
energia mecnica (o calor gerado pelo atrito de dois corpos);
energia nuclear (o calor gerado pela fisso (quebra) do ncleo de tomo).
1

Assim encontrado em vrios manuais.


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Importante no confundir CALOR com CHAMA. Uma fonte de calor pode ser
qualquer elemento que faa com que o combustvel slido ou lquido desprenda gases
combustveis e venha a se inflamar. No necessariamente uma chama. Pode ser uma
superfcie aquecida, uma fasca (proveniente de atrito), fagulha (pequena sobra de
material incandescente), centelha (de arco eltrico)
Efeitos Do Calor
O calor uma forma de energia que produz efeitos fsicos e qumicos nos corpos e efeitos
fisiolgicos nos seres vivos. Em conseqncia do aumento de intensidade do calor, os
corpos apresentaro sucessivas modificaes, inicialmente fsicas e depois qumicas.
Por exemplo, ao aquecermos um pedao de ferro, este, inicialmente, aumenta sua
temperatura e, a seguir, o seu volume. Mantido o processo de aquecimento, o ferro muda
de cor, perde a forma, at atingir o seu ponto de fuso, quando se transforma de slido
em lquido. Sendo ainda aquecido, gaseifica-se e queima em contato com o oxignio,
transformando-se em outra substncia.
Elevao da temperatura
Este fenmeno se desenvolve com maior rapidez nos corpos considerados bons
condutores de calor, como os metais; e, mais vagarosamente, nos corpos tidos como
maus condutores de calor, como por exemplo, o amianto. Por ser mau condutor de calor,
o amianto era utilizado na confeco de materiais de combate a incndio, como roupas,
capas e luvas de proteo ao calor (o amianto vem sendo substitudo por outros
materiais, por apresentar caractersticas cancergenas).
O conhecimento sobre a condutibilidade de calor dos diversos materiais de grande valia
na preveno de incndio. Aprendemos que materiais combustveis nunca devem
permanecer em contato com corpos bons condutores, sujeitos a uma fonte de
aquecimento.
Aumento de volume
Todos os corpos slidos, lquidos ou gasosos se dilatam e se contraem conforme o
aumento ou diminuio da temperatura. A atuao do calor no se faz de maneira igual
sobre todos os materiais. Alguns problemas podem decorrer dessa diferena.
Imaginemos, por exemplo, uma viga de concreto de 10m exposta a uma variao de
temperatura de 700 C. A essa variao, o ferro, dentro da viga, aumentar seu
comprimento cerca de 84mm, e o concreto, 42mm.
Com isso, o ferro tende a deslocar-se no concreto, que perde a capacidade de
sustentao, enquanto que a viga empurra toda a estrutura que sustenta em, pelo
menos, 42 mm, provocando danos estruturais.
Os materiais no resistem a variaes bruscas de temperatura. Por exemplo, ao jogarmos
gua em um corpo superaquecido, este se contrai de forma rpida e desigual, o que lhe
causa rompimentos e danos. Pode ocorrer um enfraquecimento deste corpo, chegando
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at a um colapso, isto , h o surgimento de grandes rupturas internas que fazem com


que o material no mais se sustente. Mudanas bruscas de temperatura, como as
relatadas acima, so causas comuns de desabamentos de estruturas.
A dilatao dos lquidos tambm pode produzir situaes perigosas, provocando
transbordamento de vasilhas, rupturas de vasos contendo produtos perigosos, etc.
A dilatao dos gases provocada por aquecimento acarreta risco de exploses fsicas,
pois, ao serem aquecidos at 273 C, os gases duplicam de volume; a 546 C o seu
volume triplicado, e assim sucessivamente.
Sob a ao de calor, os gases liquefeitos comprimidos aumentam a presso no interior
dos vasos que os contm, pois no tm para onde se expandir. Se o aumento de
temperatura no cessar, ou se no houver dispositivos de segurana que permitam
escape dos gases, pode ocorrer uma exploso, provocada pela ruptura das paredes do
vaso e pela violenta expanso dos gases. Os vapores de lquidos (inflamveis ou no) se
comportam como os gases.
Mudana no estado fsico
Com o aumento do calor, os corpos tendem a mudar seu estado fsico: alguns slidos
transformam-se em lquidos (liquefao), lquidos se transformam em gases
(gaseificao) e h slidos que se transformam diretamente em gases (sublimao). Isso
se deve ao fato de que o calor faz com que haja maior espao entre as molculas e estas,
separando-se, mudam o estado fsico da matria. No gelo, as molculas vibram pouco e
esto bem juntas; com o calor, elas adquirem velocidade e maior espaamento,
transformando um slido (gelo) em um lquido (gua).
Mudana no estado qumico
Mudana qumica aquela em que ocorre a transformao de uma substncia em outra.
A madeira, quando aquecida, no libera molculas de madeira em forma de gases, e sim
outros gases, diferentes, em sua composio, das molculas originais de madeira. Essas
molculas so menores e mais simples, por isso tm grande capacidade de combinar
com outras molculas, as de oxignio, por exemplo. Podem produzir tambm gases
venenosos ou exploses.

Um exemplo bem simples a desnaturao de protenas que ocorre quando se prepara


uma carne. A carne assada ou frita bem diferente da carne crua em termos de textura,
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odor e sabor. Quimicamente ela diferente da carne crua e as alteraes qumicas que
causaram a diferena foram provocadas pelo calor.
Efeitos fisiolgicos
O calor a causa direta da queima e de outras formas de danos pessoais. Danos
causados pelo calor incluem desidratao, intermao, fadiga e problemas para o
aparelho respiratrio, alm de queimaduras (1, 2 e 3 graus), que nos casos mais
graves podem levar at a morte.
O esforo fsico em ambiente de elevada temperatura provoca um desgaste muito grande.
O ritmo cardio-respiratrio rapidamente se eleva muito. Ocorre tambm grande perda de
lquidos pela transpirao o que gera desidratao e auxilia a causar exausto.
Por vezes o mecanismo corporal de regulao trmica, na tentativa de manter normal a
temperatura do organismo, no suporta a sobrecarga e falha. Ento, ocorre algo similar
insolao (falha do mecanismo de regulao trmica provocada pela longa exposio ao
sol). Ocorre a intermao, que a falha do mecanismo de regulao trmica provocada
pela sobrecara do mecanismo de regulao trmica decorrente de longa exposio a
altas temperaturas. Com a falha do sistema de arrefecimento corporal, a temperatura do
corpo pode subir perigosamente e acarretar na morte da pessoa.
As queimaduras de vias areas superiores tambm so letais. Respirar fumaa e gases
superaquecidos pode queimar a mucosa das vias areas superiores causando inchao e
obstruo, o que causa a morte por asfixia.

Transmisso do Calor
O calor de objetos com maior temperatura transferido para aqueles com temperatura
mais baixa, levando ao equilbrio trmico e causando o surgimento do fogo nos materiais
que necessitem de uma quantidade menor de calor, do que aquela que est sendo
transferida.
A transferncia de calor de um corpo para outro ou entre reas diferentes de um mesmo
corpo ser influenciada:

Pelo tipo de material combustvel que est sendo aquecido;


Pela capacidade do material combustvel de reter calor; e
Pela distncia da fonte de calor at o material combustvel.

O calor pode se propagar de trs diferentes maneiras: conduo, conveco e irradiao.


Como tudo na natureza tende ao equilbrio, A energia transferida de objetos com mais
energia para aqueles com menos energia. O mais frio de dois objetos absorver calor at
que esteja com a mesma quantidade de energia do outro, o que no significa uma mdia
aritmtica de temperaturas, pois a quantidade de energia considera, alm da temperatura,
fatores como capacidade trmica e massa de cada corpo.

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CONDUO
Conduo a transferncia de calor atravs de um corpo slido, de molcula a molcula.
Colocando-se, por exemplo, a extremidade de uma barra de ferro prxima a uma fonte de
calor, as molculas desta extremidade absorvero calor; elas vibraro mais
vigorosamente e se chocaro com as molculas vizinhas, transferindo-lhes calor. Essas
molculas vizinhas, por sua vez, passaro adiante a energia calorfica, de modo que o
calor ser conduzido ao longo da barra para a extremidade fria. Na conduo, o calor
passa de molcula a molcula, mas nenhuma molcula transportada com o calor. V-se
que, para a propagao de calor por conduo, so necessrios: matria e contato.
a transmisso de calor que ocorre atravs de molcula para molcula, atravs do
movimento vibratrio das molculas, transmitindo energia para todo o corpo. Quando dois
ou mais corpos estiverem em contato, o calor transmitido atravs deles como se fosse
um s corpo.

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CONVECO
A conveco a transmisso de calor pelo deslocamento de fludos (gases ou lquidos).
O aquecimento de parte de um fludo altera sua densidade que fica menor, pois aumenta
o espao entre as molculas. Quando a densidade alterada, a parte menos densa
(mais leve) sobe e se afasta da fonte de calor. Isso gera uma baixa presso prximo
fonte de calor, assim, mais fludo vai em direo fonte de calor para o espao no ficar
vazio e absorve mais calor tambm se deslocando. Quando o fludo se desloca, ele leva
com ele o calor propagando-o.
Quando a gua aquecida num recipiente de vidro, pode-se observar um movimento,
dentro do prprio lquido, de baixo para cima. medida que a gua aquecida, ela se
expande e fica menos densa (mais leve) provocando um movimento para cima. Da
mesma forma, o ar aquecido se expande e tende a subir para as partes mais altas do
ambiente, enquanto o ar frio toma lugar nos nveis mais baixos. Em incndios em
edifcios, essa a principal forma de propagao de calor para andares superiores,
quando os gases aquecidos encontram caminho atravs de escadas, poos de
elevadores, etc.
As massas de ar que se deslocam do local do fogo levam calor suficiente para aumentar a
temperatura em outros locais, podendo incendiar corpos combustveis, com os quais
entrem em contato.

IRRADIAO
a transmisso de calor por meio de ondas eletromagnticas e raios que se propagam
atravs do espao vazio, no necessitando de continuidade molecular entre a fonte e o
corpo que recebe o calor.
As ondas de calor propagam-se em todas as direes, e a intensidade com que os corpos
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so atingidos aumenta ou diminui medida que esto mais prximos ou mais afastados
da fonte de calor. Isso deve ao fato de que as molculas do ar absorvem parte do calor
irradiado fazendo com que a propagao perca fora com a distncia.
Um corpo mais aquecido emite ondas de energia calorfica para outro mais frio at que
ambos tenham a mesma temperatura. O bombeiro deve estar atento aos materiais ao
redor de uma fonte que irradie calor para proteg-los, a fim de que no ocorram novos
incndios.

Abaixo, uma figura ilustrativa das diferentes formas de propagao de calor.

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1.2 COMBUSTVEL
toda a substncia capaz de queimar e alimentar a combusto, ou seja, capaz de reagir
com o oxignio. o elemento que serve de campo de propagao para o fogo.
Os materiais combustveis maus condutores de calor, madeira e papel, por exemplo,
queimam com mais facilidade que os materiais bons condutores de calor como os
metais. Esse fato se deve acumulao de calor em uma pequena zona, no caso dos
materiais maus condutores, fazendo com que a temperatura local se eleve mais
facilmente, j nos bons condutores, o calor distribudo por todo material, fazendo com
que a temperatura se eleve mais lentamente.
Quanto ao seu estado fsico, os combustveis classificam-se em:

Slido (exemplo: madeira, papel, tecido, carvo, plvora, etc.).


Lquido (exemplo: gasolina, lcool, querosene, leos, tintas, etc.).
Gasoso (exemplo: metano, etileno, gs liquefeito de petrleo, etc.).

A grande maioria dos combustveis precisa passar pelo estado gasoso para, ento,
combinar com o oxignio, uma vez que no so as molculas presas no corpo do material
que reagiro com o oxignio, mas sim as que estiverem livres. A inflamabilidade um
combustvel depende da facilidade com que libera molculas (vapores), da afinidade
dessas molculas para combinarem com oxignio sob a ao do calor e da sua
fragmentao (rea de contato com o oxignio).
Como os combustveis so o campo de propagao das chamas, a forma como esto
dispostos tambm afeta o desenvolvimento e a velocidade com que um incndio se
propaga.
Outro ponto sobre os combustveis a diferena entre combustvel e inflamvel. Apesar
de todo material inflamvel ser combustvel, nem todo combustvel inflamvel. Ser
combustvel significa ser capaz de reagir com o oxignio diante de uma quantidade de
energia, o que faz com que a maioria dos materiais seja considerada combustvel. Ser
inflamvel significa ser capaz, temperatura ambiente (20o C) liberar vapores em
quantidade capaz de sustentar uma combusto, ou seja, so inflamveis os materiais
que, temperatura ambiente, esto acima do ponto de combusto (conceito que ser
tratado mais adiante).
De modo simples, nesse ponto de nosso estudo, podemos dizer que inflamveis so os
materiais que pegam fogo facilmente e combustveis so os que conseguem queimar.
Em alguns manuais, combustveis so considerados os materiais que queimam abaixo de
determinada temperatura (normalmente consideram 1000oC). Isso deixa muitos materiais
de fora da lista de combustveis. Esse posicionamento no nos parece o mais paropriada
quando estudamos incndios estruturais, haja vista que um incndio urbano comum em
um cmodo ordinrio, facilmente atinge mais de 1000oC.
Combustveis Slidos
Os combustveis slidos, ao contrrio do que pode parecer, via de regra no queimam
diretamente no estado slido. Para que possa ocorrer a combusto necessrio que
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molculas se desprendam e fiquem disponveis para reagir com o oxignio. A energia de


ativao, o calor, que quebra o combustvel liberando molculas que se desprendem
sob a forma de vapor. Esse processo de queima chamado de pirlise ou termlise.
Os slidos so constitudos de molculas grandes e complexas. O calor quebra essas
molculas grandes em radicais menores que se libertam. Esses radicais menores libertos
so os vapores combustveis que reagem com o oxignio.
A maioria dos combustveis slidos transformam-se em vapores e, ento, reagem com o
oxignio. Outros slidos (ferro, cobre, bronze) primeiro transformam-se em lquidos, e
posteriormente em gases, para ento se
queimarem.
Em uma anlise considerando o nvel
molecular mais fcil entender isso.
Quando se percebe que, via de regra,
para reagir com o oxignio as molculas
do combustvel precisam desprender-se,
v-se que o que queima, na verdade, so
os vapores combustveis. H, como
exceo, os combustveis que queimam
diretamente no estado slido e merecem
ateno especial como veremos mais
frente. Como exemplo destes, podemos
citar o enxofre e os metais alcalinos
(potssio, magnsio, clcio, etc...).
Essa caracterstica dos slidos de
liberarem vapores e estes queimarem faz
com que neles a combusto envolva uma
fase gasosa que forma o que
conhecemos como chama.
Quanto maior a superfcie exposta, mais
rpido ser o aquecimento do material,
maior ser a rea para liberao de
vapores e maior ser a rea de contato
com o oxignio, conseqentemente, mais
rpido ser o processo de combusto.
Como exemplo: um tronco exigir muito
calor para queimar e queimar por horas,
mas, se transformado em tbuas,
queimar com maior facilidade. Caso as
tbuas sejam trituradas em cavacos,
menor ser a energia necessria para a
queima e mais rapidamente ela ocorrer.
Caso os cavacos sejam triturados at
formarem p de serra diminui ainda
amais
a
quantidade
de
energia
necessria para a queima e aumenta a
velocidade da combusto. Se o p estiver
espalhado em suspenso no ar, uma
fagulha
pode
faz-lo
queimar
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instantaneamente, como uma exploso. Assim sendo, quanto maior a fragmentao do


material, quanto maior for a relao superfcie/massa, maior ser a velocidade da
combusto.
Ps de material orgnico e de alguns metais esto sujeitos combusto instantnea ou
exploso, quando em suspenso no ar, portanto seu mecanismo no a pirlise. Os
ps em suspenso no ar comportam-se praticamente como os gases no que diz respeito
combusto. Isso se deve grande relao superfcie massa. (ver figura ao lado)
Outra caracterstica dos slidos combustveis que sua estrutura molecular permite a
queima no interior do corpo, assim os slidos queimam em superfcie e em profundidade.
Alm disso, os slidos podem apresentar um estado de queima no qual no h chamas,
mas apenas incandescncia do combustvel em queima (brasas).
Observa-se ainda que os slidos, ao queimarem, deixam resduos. Nem toda a matria de
um corpo slido est apta a queimar ou consegue queimar. A queima de slidos tambm
marcada pelas cinzas que ficam como resduo da queima.

Como os slidos tem forma definida, o


fogo em um corpo se propagar de
acordo com sua forma, preferindo o rumo
ascendente, pois as massas de vapores
combustveis sobe devido conveco.
Isso
interfere
na
velocidade
da
propagao das chamas. Por exemplo,
uma placa de compensado deitada
queima mais lentamente do que
queimaria se estivesse em p.
Quando a placa est deitada, os gases
aquecidos se afastam da placa e o fogo
progride pela ao direta das chamas.
Com a placa em p, o combustvel ainda
no queimado est disposto exatamente
no caminho dos gases aquecidos, por
isso, o restante da madeira aquece mais
depressa, libera vapores combustveis
mais depressa e queima mais depressa

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Combustveis slidos especiais


Algumas substncias slidas apresentam riscos especiais de incndio, quando em
contato com a gua, ou ar, ou pela sua constituio qumica. So elas:

Metais reativos com a gua - Necessitam de maior ateno, pois alm de


queimarem liberando muita energia, reagem com a gua quebrando-a. A quebra
da gua libera oxignio, que reage com o material intensificando a combusto, e
hidrognio, que altamente combustvel.

quando em contato com a gua, uma vez que a quantidade de calor liberado
considervel. Exemplos: sdio, p de alumnio, clcio, hidreto de sdio, soda
custica, potssio, etc.

Materiais reativos com o ar - Necessitam de maior ateno quando em contato


com o ar, pois liberam grande quantidade de calor. Exemplo: carvo vegetal,
fsforo branco, fsforo vermelho, etc.

Halognios - So materiais que apresentam risco de exploso, quando misturados


a outros materiais. Exemplo: flor, cloro, bromo, iodo e astatnio.

Combustveis Lquidos
Nos lquidos, as molculas no ficam to bem presas umas s outras como no slidos.
Por isso os lquidos no tem forma definida. Como as ligaes so mais fracas entre as
molculas, elas podem se movimentar dentro do corpo lquido sofrendo, inclusive, a ao
da gravidade. Por isso os lquidos escorrem o quanto podem para as partes mais baixas
dos recipientes que os contm.
As molculas dos lquidos possuem a tendncia de se desprenderem e se dispersarem no
ar. o que chamamos de evaporao. Ela ocorre lentamente devido presso
atmosfrica, ou seja, o peso da coluna de ar sobre a superfcie do lquido que segura
as molculas dificultando que escapem no ar. Quando um lquido aquecido, a
movimentao das molculas de lquido aumenta, com isso, aumenta a presso de vapor
do lquido, que a fora que o lquido faz para vaporizar. Quando a presso de vapor
superar a presso atmosfrica, o lquido libera molculas (vaporiza) muito mais
rapidamente.
Diferentemente dos slidos, os combustveis lquidos no sofrem decomposio trmica,
mas um fenmeno chamado vaporizao. As molculas dos lquidos esto menos unidas
que as dos slidos (ligaes intermoleculares mais fracas), por isso, no precisam ser
decompostas para liberar vapores passveis de queima. As prprias molculas do lquido
desprendem-se e saem na forma de vapores.
Os vapores em contato com o oxignio do ar, formam a mistura inflamvel. Essa mistura
na presena de uma fonte de calor (energia de ativao) se inflama.
Os combustveis lquidos so na sua maioria derivados de petrleo. So os chamados
hidrocarbonetos. As substncias olegenas retiradas de plantas e gorduras animais tm
mecanismo semelhante aos derivados de petrleo, na ignio.

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A taxa de evaporao dos lquidos diretamente proporcional ao seu aquecimento, sendo


uma propriedade intrnseca do lquido, que permite determinar os seus pontos de fulgor e
combusto.
Outra propriedade a ser considerada a solubilidade do lquido, que a sua capacidade
de misturar-se gua. Os lquidos derivados do petrleo (hidrocarbonetos) tm pouca
solubilidade, enquanto os lquidos como lcool, acetona (solventes polares) tm grande
solubilidade, isto , podem ser diludos at um ponto que a mistura no seja mais
inflamvel.
Nos combustveis lquidos, quando se avalia seus riscos de incndio, normalmente faz-se
uma diviso entre lquidos inflamveis e lquidos combustveis:
Lquido inflamvel
Incendeiam-se com grande rapidez. Na temperatura ambiente (20-30 C) liberam
vapores em quantidade suficiente para sustentar a queima.
Ex.: gasolina, lcool (etanol)
Lquido combustvel
Na temperatura ambiente no so capazes de liberar vapores em quantidade
suficiente para sustentar uma chama. Precisam ser aquecidos para queimar.
Ex.: leo diesel, graxa.

Combustveis Gasosos
O combustvel assim considerado quando se apresenta em forma de gs ou vapor2 na
temperatura do ambiente. Esse combustvel em contato com o oxignio do ar forma a
mistura inflamvel (ou mistura explosiva), que na presena do calor (energia ativante) se
inflama.
O aumento de temperatura aumenta a movimentao das molculas dos gases, fazendo
com que as ligaes entre elas praticamente deixem de existir, facilitando a combinao
do gs com o oxignio, permitindo que os gases (gs inflamvel e oxignio) cheguem
concentrao ideal para a formao da mistura inflamvel/explosiva.
Exemplos de gases combustveis so os derivados de petrleo: metano, propano, GLP
(propano + butano), Gs Natural, Outros gases combustveis mais conhecidos que no
derivam do petrleo so: hidrognio, o monxido de carbono, amnia, dissulfeto de
carbono.
Os gases no tm volume definido, tendendo, rapidamente, a ocupar todo o recipiente em
que esto contidos.
Se o peso do gs menor que o do ar, o gs tende a subir e dissipar-se. Mas, se o peso
do gs maior que o do ar, o gs permanece prximo ao solo e caminha na direo do
vento, obedecendo aos contornos do terreno.
2

Gs e vapor possuem definies diferentes. Os vapores se liquefazem ao serem comprimidos e os gases no. Apesar
disso, pelo comportamento idntico no que tange combusto, gases e vapores sero tratados como se fossem a
mesma coisa e, vez por outra, tomaremos um pelo outro durante o texto.

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Os gases no precisam ser decompostos ou liberar molculas que reajam com o


oxignio. Como as molculas dos gases esto soltas umas das outras, elas j podem
combinar com o oxignio, ou seja, os gases no precisa sofrer transformao, precisando
de muito pouco calor para queimar.
Como os gases combustveis no precisam liberar vapores, pois suas molculas j se
encontram no estado adequado para a reao com o oxignio, por esse motivo, os gases
ao queimarem, o fazem quase que instantaneamente. Em fraes de segundo toda a
massa (nuvem) de gs queima-se de modo que vulgarmente se considera exploso3 a
queima de uma nuvem de gs.
Isso no significa que os gases queimam automaticamente. Para que haja a reao com
o oxignio eles precisam estar na concentrao adequada com o oxignio. Precisam estar
misturados com o ar em propores adequadas.
Para cada gs (ou vapor ou slido/lquido em suspenso) h uma faixa de concentrao
com o ar na qual pode ocorrer a queima.
AR
Gs Combustvel

Mistura
Explosiva

FFoonnttee ggnneeaa
Combusto

Figura : Mecanismo de ignio do combustvel gasoso.

MISTURA INFLAMVEL
A mxima proporo de gs ou vapor no ar que torna a mistura explosiva denominada
limite superior de explosividade LSE, e a mnima proporo denominada limite inferior
de explosividade LIE.
Existe uma faixa limitada pelo LIE e LSE na qual ocorre a combusto da mistura
inflamvel. S ocorre a queima dos gases/vapores caso estejam em mistura com o ar
dentro dessa faixa entre os limites inferior e superior. Veja alguns exemplos de gases e
vapores de lquidos, com seus respectivos limites de inflamabilidade.

Na verdade, trata-se de uma pseudoexploso.


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Tabela : Mistura explosiva de alguns gases e lquidos.

importante salientar que esse comportamento de queima dentro da faixa de


inflamabilidade conhecida como mistura inflamvel no exclusivo dos combustveis
gasosos. Em escala menor isso ocorre tambm com os vapores desprendidos por
lquidos e slidos. Da a necessidade de aquec-los para queimarem. Slidos ou lquidos
que no queimam na temperatura ambiente no o fazem por no conseguirem liberar
vapores combustveis suficientes de modo a formar a concentrao adequada.
E mais, quando os combustveis lquidos e slidos encontram-se dispersos em suspenso
no ar, na forma de gotculas pulverizadas ou p em suspenso, o comportamento
idntico ao dos gases/vapores. A nvoa (gotculas de lquido) e a nuvem de p (pequenas
partculas slidas) em suspenso, para queimarem precisam tambm estar na
concentrao adequada e, ao queimarem, o fazem de modo violento como a queima de
uma nuvem de gs (pseudoexploso).

1.3 COMBURENTE
o elemento que possibilita vida s chamas e intensifica a combusto. O mais comum
que o oxignio desempenhe esse papel.
A atmosfera composta aproximadamente por 21% de oxignio, 78% de nitrognio e 1%
de outros gases.
Em ambientes com a composio normal do ar, a queima desenvolve-se com velocidade
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e de maneira completa. Notam-se chamas. Contudo, a combusto consome o oxignio do


ar num processo contnuo. Quando a porcentagem do oxignio do ar do ambiente passa
de 21% para a faixa compreendida entre 14% e 8%, a queima torna-se mais lenta, notamse brasas e no mais chamas. Quando o oxignio contido no ar do ambiente atinge
concentrao menor que 4%, no h combusto, exceo de materiais que contenham
oxignio em sua frmula e este seja liberado na forma de O2 durante a queima (plvora,
por exemplo).
Como respiramos oxignio, a intensidade da combusto pode servir de indicativo para
sabermos a concentrao deste gs no ambiente de incndio.
Ar atmosfrico

21 % Normal

Respirao do ser humano

16% Mnimo

Combusto

14% - 21% => chamas


07% - 14% => brasas

Segundo as informaes acima, o fato de no haver chama em um ambiente confinado,


mas to somente brasas, no significa que o ambiente esteja seguro ou que o incndio
nele esteja controlado. Bastar a entrada de oxignio para que a combusto se
restabelea e isso acontece, por vezes, de forma sbita e violenta.
Outra razo para monitorar a concentrao de oxignio em um ambiente que, se houver
uma saturao de O2 no ambiente, materiais que no se inflamariam podem vir a faz-lo.
Como exemplo disso temos o Nomex4 que no se inflama em condies normais, mas
que, em atmosferas com concentrao de O2 igual ou superior a 31%, queima facilmente.
Cmodos com essas caractersticas podem ser comumente encontrados em ambientes
sinistrados industriais ou hospitalares. H ainda chance de isso poder ocorrer onde se usa
solda de oxi-acetileno ou oxi-GLP ou ainda em ambientes residenciais onde moradores
fazem uso clnico de oxignio.

No tecido criado pela Dupont que resiste s chamas e base para as capas de bombeiro
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1.4 REAO EM CADEIA


A reao em cadeia como elemento da combusto foi descoberta quando se estudava a
alta capacidade de extino do PQS em altssimas temperaturas.
Anteriormente acreditava-se que o PQS era bom agente extintor pela presena de CO2
em sua frmula (bicarbonato), entretanto, verificou-se que em temperaturas acima de
1000o C o PQS era mais efetivo que o seu peso em CO2.
Analisando o fenmeno percebeu-se que o PQS interferia quimicamente na reao de
combusto, ento foi necessrio rever a teoria dos elementos da combusto uma vez que
era possvel atuar em mais um deles, a teoria precisava ser expandida. Assim a reao
em cadeia nasce como elemento da combusto e o tetraedro do fogo concebido.
A reao em cadeia torna a queima auto-sustentvel. O calor irradiado das chamas atinge
o combustvel e este decomposto em partculas menores, que se combinam com o
oxignio e queimam, irradiando outra vez calor para o combustvel, formando um ciclo
constante.
O fenmeno qumico do fogo uma reao que se processa em cadeia. Aps seu incio,
a combusto mantida pelo calor produzido durante o processamento da reao. A
reao produz calor e exatamente o que ela precisa para ocorrer.
A cadeia de reao formada durante o fogo propicia a formao de produtos
intermedirios instveis, principalmente radicais livres, prontos para combinarem com
outros elementos, dando origem a novos radicais, ou finalmente a corpos estveis.
A estes radicais livres cabe a responsabilidade de transferir a energia necessria
transformao da energia qumica em calorfica, decompondo as molculas ainda intactas
e, desta vez, provocando a propagao do fogo numa verdadeira cadeia de reao.
Para exemplificar este processo, vamos analisar o processo de combusto do Hidrognio
no ar:
1 fase: Duas molculas de hidrognio reagem com uma molcula de oxignio,
ativadas por uma fonte de energia trmica, produzindo 4 radicais ativos de hidrognio e
2 radicais ativos de oxignio;
2H2 + O2 + Energia Trmica de Ativao _ 4H (Radical) + 2O (Radical)
2 fase: Cada radical de hidrognio se combina com uma molcula de oxignio,
produzindo um radical ativo de hidroxila mais um radical ativo de oxignio;
H (Radical) + O2 _ OH (Radical) + O (Radical)
3 fase: Cada radical ativo de oxignio reage com uma molcula de hidrognio,
produzindo outro radical ativo de oxidrila mais outro radical ativo de hidrognio;
O (Radical) + H2 _ OH (Radical) + H (Radical)
4 fase: Cada radical ativo de oxidrila reage com uma molcula de hidrognio,
produzindo o produto final estvel gua e mais um radical ativo de hidrognio.
OH (Radical) + H2 _ H2O + H (Radical)
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E assim sucessivamente, se forma a cadeia de combusto, produzindo a sua prpria


energia de ativao (calor), enquanto houver suprimento de combustvel (hidrognio).

1.5 PONTOS DE TEMPERATURA


Aps as consideraes acerca dos combustveis, calor, reao em cadeia e mistura
inflamvel, podemos tratar de um assunto de grande relevncia para se entender a
dinmica do fogo e do incndio: os pontos notveis de temperatura.
Os combustveis so transformados pelo calor, e a partir desta transformao, que
combinam com o oxignio, resultando na combusto. Essa transformao desenvolve-se
em temperaturas diferentes, medida que o material vai sendo aquecido.
Quando um material aquecido, suas molculas vibram mais. Vibrando mais, mais delas
escapam do material (em se tratando de slidos e lquidos). Essas molculas escapando
so vapores combustveis e so elas na verdade que queimam, pois so elas que reagem
com o oxignio do ar e no as molculas no corpo do material.
Em slidos e lquidos, sempre h a liberao de molculas. Isso comprovado pelo
cheiro que sentimos dos materiais, que nada mais do que a captao de molculas em
suspenso no ar pelo nosso aparelho olfativo.
Ocorre que, medida que um material aquecido, pelo aumento de vibrao, mais
molculas se desprendem, ou seja, mais vapores so liberados e o efeito dessa liberao
de vapores diferente a partir de trs temperaturas. Chamamos essas temperaturas de
Pontos de Temperatura ou Pontos Notveis de Temperatura.
Os pontos notveis so temperaturas
mnimas nas quais podemos observar
determinados efeitos relacionados aos
vapores liberados.
Com o aquecimento de um material,
chega-se a uma temperatura em que o
material liberara vapores em quantidade
tal que se incendeiam se houver uma
fonte externa de calor, mas a queima no
se mantm se a chama externa for
retirada. Neste ponto, chamado de "Ponto
de Fulgor", as chamas no se mantm,
devido pequena quantidade de vapores
liberados. Esses vapores so capazes
apenas de alimentar uma combusto j
existente.
Prosseguindo no aquecimento, atinge-se
uma temperatura em que h uma liberao de vapores do material tal que, ao entrarem
em contato com uma fonte externa de calor, iniciam a combusto, e continuam a queimar
mesmo retirada a fonte externa. Esse ponto chamado de Ponto de Combusto.
Esse o ponto onde se atinge a reao em cadeia, ou seja, o calor da queima dos
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vapores liberados suficiente para causar a liberao de mais vapor em quantidade


capaz de sustentar a combusto.
Continuando o aquecimento, atinge-se um ponto no qual os vapores liberados pelo
combustvel esto em quantidade tal que, exposto ao ar, entram em combusto sem que
haja fonte externa de calor, tanta a energia que apresentam. Esse ponto chamado de
Ponto de Ignio ou ponto de autoignio ou ponto de autoinflamao.
Assim, cada ponto notvel a temperatura mnima na qual um material libera vapores em
quantidade tal que ocorra um dos efeitos citados.

1.6 TIPOS DE COMBUSTO


O fogo geralmente envolve a liberao de luz e calor em quantidades suficientes para ser
perceptvel. Mas nem sempre existir luz em uma chama. Um exemplo dessa exceo a
queima do hidrognio, que produz apenas vapor dgua por meio da sua reao qumica
com o oxignio.
O fogo pode se apresentar fisicamente de duas maneiras diferentes, as quais podem
aparecer de forma isolada ou conjunta, sendo como chama ou como brasas.
Essas apresentaes fsicas do fogo geralmente so determinadas pelo combustvel. Se
for gasoso ou lquido sempre ter a forma de chamas. Se for slido o fogo poder se
apresentar em chamas e brasas ou somente em brasa. Os slidos de origem orgnica
quando submetidos ao calor, destilam gases que queimam como chamas, restando o
carbono que queima como brasa formando o carvo. Alguns slidos como a parafina e as
gorduras se liquefazem e se transformam em vapores, queimando unicamente como
chamas, outros slidos queimam diretamente apresentando-se incandescentes, como os
metais pirofricos.
A combusto pode ser classificada, quanto sua velocidade de reao, em viva ou lenta.
Quanto formao de produtos da combusto, pode ser classificada como completa ou
incompleta. Existe, ainda, a combusto espontnea, que ser abordada em separado, em
funo de suas particularidades.
Classificao Quanto Liberao de Produtos
Combusto Incompleta
Todos os produtos instveis (molculas e tomos) provenientes da reao em cadeia
caracterizam uma combusto incompleta, que a forma mais comum de combusto.
Esses tomos e molculas instveis resultantes da quebra molecular dos combustveis
continuaro reagindo com as molculas de oxignio, decompondo-as e formando outras
substncias. Durante todo esse processo, haver produo de mais chamas e calor, o
que exigir uma interferncia externa para que a reao pare e as chamas sejam extintas.
Em incndios estruturais, devido s caractersticas construtivas do ambiente (delimitado
por teto e paredes), normalmente, a quantidade de oxignio disponvel para o fogo
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limitada e tende a decrescer. Essa condio far com que as chamas sofram uma
diminuio e at se apaguem. Entretanto, mesmo com a diminuio destas, a camada
gasosa presente na fumaa permanece aquecida e carregada de material capaz de reagir
com o oxignio, o que a torna uma massa combustvel, necessitando apenas de ar para
fechar o tetraedro do fogo e reiniciar a combusto.
Combusto Completa
Combusto que produz calor e chamas, ocorrendo em um ambiente rico em oxignio.
Em algumas reaes qumicas pode ocorrer uma combusto completa, o que significa
dizer que todas as molculas do combustvel reagiram completamente com as molculas
de oxignio, tornando seus produtos estveis. Tambm chamada de combusto ideal.
importante lembrar que combusto completa no o mesmo que queima total. A
queima total a situao na qual todo o material combustvel presente no ambiente j foi
atingido pela combusto, enquanto que a combusto completa a combinao perfeita
entre o combustvel e o oxignio fazendo com que todo o combustvel reaja.
Na verdade, a combusto completa ocorre apenas em situaes especiais ou em
laboratrios, no sendo encontrada na prtica de combate a incndio, pois no se atinge
um ndice de 100% de queima facilmente e 99% de queima significam combusto
incompleta, pois ficou combustvel sem queimar.
Exemplos de combusto completa so as chamas do fogo e do maarico. Quando o gs
de cozinha est acabando a proporo se altera e sobra combustvel, da o
enegrecimento do fundo das panelas que indica que o gs est acabando.

Classificao Quanto a sua Velocidade


Combusto Viva
A combusto viva o fogo caracterizado pela
presena de chama. Pela sua influncia na
intensidade do incndio e pelo impacto visual e
psicolgico que gera, considerada como sendo o
tipo mais importante de combusto e, por causa
disso, costuma receber quase todas as atenes
durante o combate.
Vale ressaltar que
s existir uma
combusto
viva
quando houver um gs ou vapor queimando, ainda que
proveniente de combustveis slidos ou lquidos.

Chama o plasma formado


pelos gases ionizados pela
reao com o oxignio que
liberam o excesso de energia
na forma de luz visvel.

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Combusto Lenta
A incandescncia um processo de combusto relativamente
lento que ocorre entre o oxignio e um slido combustvel
comumente chamado de brasa.
As Incandescncias
podem ser o incio ou o fim de uma chama, ou seja, de uma
combusto viva. Em todos os casos h produo de luz, calor
e fumaa.
Geralmente, h presena de incandescncia na fase final dos
incndios. Ela pode tornar-se uma combusto viva se houver um aumento do fluxo de ar
sobre o combustvel, semelhantemente ao efeito que se deseja obter ao acender uma
churrasqueira. Por isso, uma ao de ventilao mal realizada por parte dos bombeiros,
durante o combate ao incndio ou no rescaldo, poder agravar as condies do sinistro,
reignio dos materiais combustveis. Um cigarro sobre uma poltrona ou colcho inicia
uma combusto lenta que pode resultar em uma combusto viva e, conseqentemente,
em um incndio.
A incandescncia geralmente ocorre em:

Combustveis slidos porosos, como fumos, carvo, ou, ainda, a espuma ou


algodo de colches;
Em combinao de combustveis, como a mistura de tecidos com algodo ou
polmeros, como o caso de sofs; e
Em locais de descarga de combustveis slidos j queimados, como o caso de
lixes ou carvoaria.

importante no confundir combusto lenta com


reao lenta. Em uma reao lenta, ocorrer uma
deteriorao gradual e quase imperceptvel do
material, como o caso da oxidao, no havendo
liberao significativa de calor. Um exemplo
clssico de oxidao o ferro em processo de
ferrugem. O oxignio da atmosfera combina com as
propriedades do ferro e gradualmente, retira as
ligaes que mantm os tomos de ferro juntos. Entretanto, no h liberao de calor
suficiente para classific-lo como combusto.
Combusto Espontnea
Em todas as formas de combusto apresentadas at agora, fez-se referncia presena
de uma fonte externa de calor para dar incio a um processo de queima. Entretanto,
importante abordar um tipo de combusto, de rara ocorrncia, que foge a essa regra e
no necessita de uma fonte externa de calor. o caso da combusto espontnea.
A combusto espontnea um processo de combusto que comea, geralmente, com
uma lenta oxidao do combustvel exposto ao ar. Pode ocorrer com materiais como o
fsforo branco, amontoados de algodo ou em curtumes (tratamentos de peles de
animais).
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Nesses dois ltimos, h uma decomposio orgnica do material e a reao qumica


relativamente lenta, o que torna difcil sua observao. Pode, em alguns casos,
assemelhar-se incandescncia, o que faz com que uma combusto dessa natureza seja
percebida apenas quando a situao j grave.
A taxa de liberao de energia pela reao qumica compete com a habilidade do
combustvel de dissipar calor para o ar ambiente. Isso quer dizer que, se a reao no
libera calor suficientemente para o ambiente, sua temperatura ir aumentar e,
conseqentemente, a velocidade da reao qumica tambm aumentar. Esse processo
tanto pode resultar em uma combusto viva (uma chama), quanto em uma combusto
lenta (incandescncia). Todo o processo pode levar horas ou dias e necessita de um
conjunto crtico de condies ambientais ou de aquecimento para ser vivel.
At a atualidade no h estudos conclusivos sobre como se processa esse tipo de
combusto.
Alguns materiais entram em combusto sem fonte externa de calor (materiais com baixo
ponto de ignio); outros entram em combusto temperatura ambiente (20 C), como o
fsforo branco. Ocorre tambm na mistura de determinadas substncias qumicas,
quando a combinao gera calor e libera gases em quantidade suficiente para iniciar
combusto como, por exemplo, a adio de gua e sdio.

Exploso
Exploso um rpido aumento de
volume em um curto espao de tempo
que gera uma onda de presso que se
desloca em grande velocidade. A
queima de gases, vapores de lquidos
inflamveis, e partculas (slidas ou
lquidas) em suspenso no ar comportase dessa maneira.
importante notar que combusto significa grande aumento de volume em curto espao
de tempo e isso no envolve necessariamente queima. Por exemplo, um cilinddro de ar
pode explodir devido presso quando ele se rompe e todo o ar dentro dele se expande.
No h queima. Trata-se de uma exploso mecnica. A queima de determinados
materiais pode, em alguns casos, provocar exploses, So exploses qumicas. So
derivadas de uma reao qumica rpida que libera produtos com grande volume
rapidamente.
Por exemplo, os explosivos, so materiais que queimam instantaneamente liberando um
enorme volume de gases. Os gases expandindo-se formam a exploso.

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TIPOS DE CHAMA
As chamas podem ser de dois tipos, variando conforme o momento em que se d a
mistura entre combustvel e comburente. Podem elas ser:
1. Chamas difusas
2. Chamas de pr-mistura
As chamas de pr-mistura so aquelas em que o combustvel e o comburente so
misturados antes da zona de queima. o caso dos maaricos, equipamentos de oxiacetileno, bicos de bunsen, etc. Nesses casos, a zona de queima no precisa estar
envolta em ar, j que a queima ocorre com oxignio fornecido pelo equipamento e no
pela atmosfera, da se perceber que os maaricos queimam mesmo embaixo dgua.
As chamas de pr-mistura apresentam forte tendncia a manterem seu formato e, quando
bem regulada a mistura combustvel-comburente, apresentam uma combusto completa,
praticamente sem resto de gases.
As chamas difusas, as mais comuns, so as chamas em que os vapores combustveis
misturam-se ao comburente, o oxignio do ar, na zona de queima. So as chamas de
uma fogueira, uma vela, um fsforo, etc.
Nesse tipo de chama, h diferena na queima ao longo da chama, da a diferena de
colorao da chama. O tom amarelado na ponta das chamas deve-se aos tomos de
carbono que no conseguiram queimar e que liberam energia excedente na forma de luz
amarelada.
Nas chamas difusas, a oferta de oxignio melhor na base da chama. Por isso, se a
ponta da chama, rica em carbono, for perturbada, o carbono no consegue queimar e,
com isso, aparece o surgimento de uma fumaa preta. A colorao preta da fumaa
proveniente do carbono que no queimou (fuligem) e o que impregna as paredes e o
teto.

1.7 PRODUTOS DA COMBUSTO E SEUS EFEITOS


FUMAA
A fumaa um fator de grande influncia na dinmica do incndio, de acordo com as
suas caractersticas e seu potencial de dano.
Antigamente, qualificava-se a fumaa basicamente como um produto da combusto, que
dificultava muito os trabalhos dos bombeiros por ser opaca, atrapalhando a visibilidade, e
por ser txica, o que a tornava perigosa quando inalada. A preocupao era, ento,
estabelecer meios de orientao por cabo guia e usar equipamento de proteo
respiratria para conseguir desenvolver as aes de salvamento e combate a incndio
com segurana.
Com estudos mais recentes, foram valorizadas outras trs caractersticas da fumaa.
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Verifica-se que ela quente, mvel e inflamvel, alm das duas j conhecidas: opaca e
txica.

Quente

A combusto libera calor, transmitindo-o a outras reas que ainda no foram atingidas.
Como j tratado na conveco, a fumaa ser a grande responsvel por propagar o calor
ao atingir pavimentos superiores quando se desloca (por meio de dutos, fossos e
escadas) levando calor a outros locais distantes do foco. A fumaa acumulada tambm
propaga calor por radiao.

Opaca

Os seus produtos, principalmente a fuligem, permanecem suspensos na massa gasosa,


dificultando a visibilidade tanto para bombeiros, quanto para as vtimas, o que exige
tcnicas de entrada segura (como orientao e cabo guia) em ambientes que estejam
inundados por fumaa.

Mvel

um fluido que est sofrendo uma conveco constante, movimentando-se em qualquer


espao possvel e podendo, como j dito, atingir diferentes ambientes por meio de fossos,
dutos, aberturas ou qualquer outro espao que possa ocupar. Da o cuidado que os
bombeiros devem ter com elevadores, sistemas de ventilao e escadas. Essa
caracterstica da fumaa tambm explica porque ocorrem incndios que atingem
pavimentos no consecutivos em um incndio estrutural.

Inflamvel

Por possuir em seu interior combustveis (provenientes da degradao do combustvel


slido do foco e pela decomposio de materiais pelo calor) capazes de reagir com o
oxignio, a fumaa combustvel e, como tal, pode queimar e at explodir. No dar a
devida ateno fumaa ou procurar combater apenas a fase slida do foco ignorando
essa caracterstica um erro ainda muito comum. A fumaa combustvel e queima!

Txica

Os seus produtos so asfixiantes e irritantes, prejudicando a respirao dos bombeiros e


das vtimas.
Os Bombeiros do Distrito Federal criaram um mtodo mnemnico, chamado QOMIT, a fim
de facilitar a fixao das caractersticas da fumaa.

Em ambiente fechado, como um compartimento, a fumaa tende a subir e atingir o teto e


espalhar-se horizontalmente at ser limitada pelas paredes, acumulando-se nessa rea. A
partir da, a fumaa comear a descer para o piso.
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Em todo esse processo, qualquer rota de sada pode fazer com que se movimente
atravs desta, podendo ser tanto por uma janela, quanto por um duto de ar condicionado,
uma escada, ou mesmo um fosso de elevador. Se no houver uma rota de escape
eficiente, o incndio far com que a fumaa desa para o piso, tomando todo o espao e
comprimindo o ar no interior do ambiente.

GASES TXICOS PRESENTES NOS INCNDIOS


A inalao de gases txicos pode ocasionar vrios efeitos danosos ao organismo
humano. Alguns dos gases causam danos diretos aos tecidos dos pulmes e s suas
funes. Outros gases no provocam efeitos danosos diretamente nos pulmes, mas
entram na corrente sangunea e chegam a outras partes do corpo, diminuindo a
capacidade das hemcias de transportar oxignio.
Os gases nocivos liberados pelo incndio variam conforme quatro fatores:

Natureza do combustvel;

Calor produzido;

Temperatura dos gases liberados; e

Concentrao de oxignio.

Os principais gases produzidos so o monxido de carbono (CO), dixido de nitrognio


(NO2), dixido de carbono (CO2), acrolena, dixido de enxofre (SO2), cido ciandrico
(HCN), cido clordrico (HCl), metano (CH4) e amnia (NH3) e sero abordados a seguir.
No apenas a toxicidade de um gs pode ser prejudicial, mas a inalao de ar e fumaa
aquecidos pode provocar queimaduras nas vias areas superiores, o que se constitui em
um ferimento letal.

Monxido de Carbono (CO)


O monxido de carbono (CO) o produto da combusto que causa mais mortes em
incndios. um gs incolor e inodoro presente em todo incndio, mas principalmente
naqueles pouco ventilados. Em geral, quanto mais incompleta a combusto, mais
monxido de carbono est sendo produzido.
O perigo do monxido de carbono reside na sua forte combinao com a hemoglobina,
cuja funo levar oxignio s clulas do corpo. O ferro da hemoglobina do sangue se
junta com o oxignio numa combinao qumica fraca, chamada de oxihemoglobina.
A principal caracterstica do monxido de carbono de combinar-se com o ferro da
hemoglobina to rapidamente que o oxignio disponvel no consegue ser transportado.
Essa combinao molecular denominada carboxihemoglobina (COHb). A afinidade do
monxido de carbono com a hemoglobina aproximadamente na ordem de 200 a 300
vezes maior que a do oxignio com ela. Se muitas hemcias forem comprometidas pelo
CO, o organismo no tem como transportar oxignio pelo sangue e respirar torna-se intil
j que o O2 entra no pulmo, mas no absorvido.
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A concentrao de monxido de carbono no ar acima de 0,05% (500 partes por milho)


pode ser perigosa. Quando a porcentagem passa de 1% (10.000 partes por milho) pode
acontecer perda de conscincia, sem que ocorram sintomas anteriores perceptveis,
podendo provocar convulses e a morte. Mesmo em baixas concentraes, o bombeiro
no deve utilizar sinais e sintomas como indicadores de segurana. Dor de cabea,
tontura, nusea, vmito e pele avermelhada podem ocorrer em concentraes variadas,
de acordo com fatores individuais.

Dixido de Carbono (CO2)


um gs incolor e inodoro. No to txico como o CO, mas tambm muito produzido
em incndios e a sua inalao, associada ao esforo fsico, provoca um aumento da
freqncia e da intensidade da respirao. Concentraes de at 2% do gs aumentam
em 50% o ritmo respiratrio do indivduo. Se a concentrao do gs na corrente
sangunea chegar a 10%, pode provocar a morte.
O gs carbnico tambm forma com a hemoglobina a carboxihemoglobina, contudo, com
uma combinao mais fraca que a produzida pelo monxido de carbono. Efeitos danosos
ao organismo decorrem da concentrao de carboxihemoglobina no sangue. A alta
concentrao de carboxihemoglobina produz privao de oxignio, a qual afeta,
principalmente, o corao e o crebro. Contudo, seu principal efeito a asfixia mecnica,
uma vez que, ao ser produzido e liberado, ocupar o lugar do ar no ambiente reduzindo a
concentrao de O2. Os efeitos danosos ao organismo, predominantemente, decorrem
mais da ausncia de oxignio que da presena em si do CO2.

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cido Ciandrico (HCN)


O HCN produzido a partir da queima de combustveis que contenham nitrognio, como
os materiais sintticos (l, seda, nylon, poliuretanos, plsticos e resinas).
aproximadamente vinte vezes mais txico que o monxido de carbono.
Assim como o CO, tambm age sobre o ferro da hemoglobina do sangue, alm de impedir
a produo de enzimas que atuam no processo da respirao, sendo, portanto, definido
como o produto mais txico presente na fumaa. Da mesma forma que o CO, pode
produzir intoxicaes graves, caracterizadas por distrbios neurolgicos e depresso
respiratria, at intoxicaes fulminantes, que provocam inconscincia, convulses e
bitos em poucos segundos de exposio.

cido Clordrico
Forma-se a partir da combusto de materiais que contenham cloro em sua composio,
como o PVC. um gs que causa irritaes nos olhos e nas vias areas superiores,
podendo produzir distrbios de comportamento, disfunes respiratrias e infeces.

Acrolena
um irritante pulmonar que se forma a partir da combusto de polietilenos encontrados
em tecidos. Pode causar a morte por complicaes pulmonares horas depois da
exposio.

Amnia
um gs irritante e corrosivo, podendo produzir queimaduras graves e necrose na pele.
Os sintomas exposio incluem desde nusea e vmitos at danos aos lbios, boca e
esfago, sendo encontrado em borracha, seda, nylon, etc.
Bombeiros contaminados por amnia devem receber tratamento intensivo, serem
transportados com urgncia para um hospital, sem utilizar gua nem oxignio na
prestao dos Primeiros Socorros.

xidos de Nitrognio
Uma grande variedade de xidos, correspondentes aos estados de oxidao do
nitrognio, podem ser formados num incndio. As suas formas mais comuns so o
monxido de dinitrognio (N2O), xido de nitrognio (NO), dixido de nitrognio (NO2) e
tetrxido de dinitrognio (N2O4).
O xido de nitrognio no encontrado livre na atmosfera porque muito reativo com o
oxignio, formando o dixido de nitrognio. Esses xidos so produzidos, principalmente,
pela queima de nitrato de celulose (filmes e papel fotogrfico) e decomposio dos
nitratos orgnicos. So bastante irritantes, podendo em seguida, tornarem-se anestsicos
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e atacam o aparelho respiratrio, onde formam os cidos nitroso e ntrico, quando em


contato com a umidade da mucosa.

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2. MTODOS DE EXTINO DO FOGO


Diante da teoria j exposta podemos extrair algumas concluses prticas.
Sabendo os requisitos da combusto, para prevenir que ela ocorra, basta impedir que os
requisitos combinem-se de maneira adequada. Por exemplo, a arrumao adequada dos
materiais em um depsito, observando-se distncias de afastamento entre as pilhas no
visa mera organizao, mas preveno. Aceiros entre duas propriedades rurais tambm
visam prevenir a propagao de um incndio pela interrupo do material combustvel. O
correto dimensionamento de instalaes eltricas visa impedir a produo de calor
demasiada pelo efeito joule.
Uma vez instalada a combusto, conhecendo seus elementos, pode-se extingui-la agindo
em um deles. So os mtodos de extino do fogo.
Os mtodos de extino do fogo baseiam-se na eliminao de um ou mais dos elementos
essenciais que provocam o fogo (ELEMENTOS DO TETRAEDRO DO FOGO).
importante ter os mtodos em mente, pois muito comum que se pense apenas em
jogar gua como forma de extinguir o fogo.

2.1 RETIRADA DO MATERIAL


a forma mais simples de se extinguir um incndio. Baseia-se na retirada do material
combustvel, ainda no atingido, da rea de propagao do fogo, interrompendo a
alimentao da combusto. Mtodo tambm denominado corte, isolamento ou remoo
do combustvel.
H outras tcnicas que se encaixam nesse mtodo de atuao, pois h outras formas de
atuar no combustvel que no apenas a retirada do que ainda est intacto. Ex.:
fechamento de vlvula ou interrupo de vazamento de combustvel lquido ou gasoso,
retirada de materiais combustveis do ambiente em chamas, realizao de aceiro, etc.
Veja-se o exemplo de um incndio urbano onde uma poltrona est em chamas na sala de
uma casa. Se apenas a poltrona est em chamas, retira-la do ambiente e coloc-la ao ar
livre, apenas isso, foi a extino do incndio, pois, ao ar livre, o fogo na poltrona est sob
controle, no sendo mais caracterizado como incndio.

2.2 RESFRIAMENTO
o mtodo mais utilizado. Consiste em diminuir a temperatura do material combustvel
que est queimando, diminuindo, conseqentemente, a liberao de gases ou vapores
inflamveis.
A gua o meio mais usado para resfriamento, por ter grande capacidade de absorver
calor e ser facilmente encontrada na natureza, alm de outras propriedades que veremos
adiante.
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A reduo da temperatura do incndio est ligada quantidade e forma de aplicao da


gua (jatos), de modo que ela absorva mais calor que o incndio capaz de produzir.
intil o emprego de gua onde queimam combustveis com baixo ponto de combusto
(menos de 20C), pois a gua resfria at a temperatura ambiente e o material continuar
produzindo gases combustveis.

2.3 ABAFAMENTO
Consiste em diminuir ou impedir o contato do oxignio com o material combustvel. No
havendo comburente para reagir com o combustvel, no haver fogo. Como exceo
esto os materiais que tm oxignio em sua composio e queimam sem necessidade do
oxignio do ar, como os perxidos orgnicos e a plvora.
Conforme j vimos anteriormente, a diminuio do oxignio em contato com o
combustvel vai tornando a combusto mais lenta, at a concentrao de oxignio chegar
abaixo de 7%, quando no haver mais combusto. Colocar uma tampa sobre um
recipiente contendo lcool em chamas, ou colocar um copo voltado de boca para baixo
sobre uma vela acesa, so duas experincias prticas que mostram que o fogo se
apagar to logo se esgote o oxignio em contato com o combustvel.
Pode-se abafar o fogo com uso de materiais diversos, como areia, terra, cobertores, vapor
dgua, espumas, ps, gases especiais etc.

2.4 QUEBRA DA REAO EM CADEIA


Tambm chamada de extino qumica. E consiste no uso de agentes que interferem
quimicamente na reao diminuindo a capacidade de reao entre comburente e
combustvel. Esses agentes agem interferindo nos radicais livres formados na reao
capturando-os antes de se coligarem na prxima etapa da reao.
Certos agentes extintores, quando lanados sobre o fogo, sofrem ao do calor, reagindo
sobre a rea das chamas, interrompendo assim a reao em cadeia (extino qumica).
Isso ocorre porque o oxignio comburente deixa de reagir com os gases combustveis.
Essa reao s ocorre quando h chamas visveis.
Quando se descobriu a possibilidade disso ocorrer (estudando o PQS, como visto no
tpico Reao em Cadeia) percebeu-se a existncia de mais um mtodo de atacar a
combusto e, consequentemente, foi necessrio inserir mais um entre os elementos na
teoria da combusto.

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3. AGENTES EXTINTORES
Existem vrios agentes extintores, que atuam de maneira especifica sobre a combusto,
extinguindo o incndio atravs de um ou mais mtodos de extino j citados.
Os agentes extintores devem ser utilizados de forma criteriosa, observando a sua correta
utilizao e o tipo de classe de incndio, tentando-se, sempre que possvel, minimizar os
efeitos danosos do prprio agente extintor sobre materiais e equipamentos no atingidos
pelo incndio.
Dos vrios agentes extintores, os mais utilizados so os que possuem baixo custo e um
bom rendimento operacional, os quais passaremos a estudar a seguir:

GUA
A gua atua na combusto principalmente por resfriamento, sendo a sua elevada
eficincia de arrefecimento resultante de grande capacidade de absorver calor.
A gua s perde para o Hidrognio e o Hlio em calor especfico e, dentre os lquidos
temperatura ambiente, o que apresenta maior calor latente de vaporizao.
A gua mais eficaz quando usada sob a forma de chuveiro, dado que as pequenas
gotas de gua vaporizam mais facilmente que uma massa de lquido e possuem rea total
de contato maior, absorvendo mais rapidamente o calor da combusto.
o agente extintor "universal". A sua abundncia e as suas caractersticas de emprego,
sob diversas formas, possibilitam a sua aplicao em diversas classes de incndio.
Como agente extintor a gua age principalmente por resfriamento e por abafamento,
podendo paralelamente a este processo agir por emulsificao e por diluio, segundo a
maneira como empregada.
Apesar de historicamente, por muitos anos, a gua ter sido aplicada no combate a
incndio sob a forma de jato pleno, hoje sabemos que a gua apresenta um resultado
melhor quando aplicada de modo pulverizado, pois absorve calor numa velocidade muito
maior, diminuindo consideravelmente a temperatura do incndio e, conseqentemente,
extingindo-o.
Quando se adiciona gua substncias umectantes na proporo de 1% de Gardinol,
Maprofix, Duponal, Lissapol ou Arestec, ela aumenta sua eficincia nos combates a
incndios da Classe A 5. gua assim tratada damos o nome de "gua molhada". A sua
maior eficincia advm do fato do agente umectante reduzir a sua tenso superficial,
fazendo com que ela se espalhe mais e adquira maior poder de penetrabilidade,
alcanando o interior dos corpos em combusto. extraordinria a eficincia em combate
a incndios em fardos de algodo, juta, l, etc., fortemente prensados e outros materiais
hidrfobos (materiais que repelem gua Ex.: materiais compostos por fibras
prensadas).
5

Usar LGE 6% na proporo de apenas 1% produz efeito prtico semelhante.


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O efeito de abafamento obtido em decorrncia da gua, quando transformada de lquido


para vapor, ter o seu volume, aumentado cerca de 1700 vezes (esse volume duplica a
450o C). Este grande volume de vapor, desloca, ao se formar, igual volume de ar que
envolve o fogo em suas proximidades, portanto reduz o volume de ar (oxignio)
necessrio ao sustento da combusto.
O efeito de emulsificao obtido por meio de jato chuveiro ou neblinado de alta
velocidade. Dependendo do cobustvel, esse efeito s conseguido por meio da adio
de produtos agua (aditivos).
Pode-se obter, por este mtodo, a extino de incndios em lquidos inflamveis viscosos,
pois o efeito de resfriamento que a gua proporcionar na superfcie de tais lquidos,
impedir a liberao de seus vapores inflamveis.
Normalmente na emulsificao, gotas de lquidos inflamveis ficam envolvidas
individualmente por gotas de gua, dando no caso dos leos, aspecto leitoso; com alguns
lquidos viscosos a emulsificao apresenta-se na forma de uma espuma que retarda a
liberao dos vapores inflamveis.
O efeito de diluio obtido quando usamos gua no combate a combustveis nela
solveis, tomando o cuidado para no derramar o combustvel do seu reservatrio antes
da diluio adequada do mesmo, o que provocaria uma propagao do incndio.

PS QUMICOS
O p qumico o agente extintor mais utilizado em extintores portteis. Os ps qumicos
so eficientes e como no se dispersam tanto na atmosfera como um gs, permitem
atacar as chamas de modo mais rpido e eficaz.
H vrios tipos de ps com composies e caractersticas diferentes.
Os ps qumicos so um grupo de agentes extintores de finssimas partculas slidas, e
tem como caractersticas no serem abrasivas, no serem txicas, mas que podem
provocar asfixia se inalados em excesso. No conduzem corrente eltrica, porm, tem o
inconveniente de contaminar o ambiente sujando-o, podendo danificar inclusive
equipamentos eletrnicos, assim sendo, deve-se evitar sua utilizao em ambientes que
possuam estes equipamentos no seu interior. Ainda apresenta o inconveniente de
dificultar a visualizao do ambiente enqunto est em suspenso.
Os Ps agem de imediato por abafamento, substituindo o O2 nas imediaes do
combustvel, mas tambm principalmente por extino qumica interferindo na reao de
combusto capturando radicais livres. Essa atuao por quebra da reao em cadeia
aumenta de eficincia em temperaturas acima de 1000oC.
Os ps so classificados conforme a sua correspondncia com as classes de incndio
que se destinam a combater. Vejamos:
P BC Nesta categoria est o tipo de p mais comum e conhecido o PQS ou P
Qumico Seco. Os extintores de PQS para classe B e C utilizam os agentes extintores
bicarbonato de sdio, bicarbonato de potssio ou cloreto de potssio, tratados com um
estearato a fim de torn-los antihigroscpicos e de fcil descarga.
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P ABC composto a base de fosfato de amnio ou fosfatomonoamnico, sendo


chamado de polivalente, pois atua nas classes A, B e C.
Ao inverso dos outros, o p ABC, apresenta considervel eficincia em fogos de Classe
A, pois quando aquecido se transforma em um resduo fundido, aderindo superfcie do
combustvel e isolando-o do comburente (abafamento).
P D usado especificamente na classe D de incndio, sendo a sua composio variada,
pois cada metal pirofrico ter um agente especifico, tendo por base a grafita misturada
com cloretos e carbonetos. So tambm denominados de Ps Qumicos Especiais ou
PQEs.
O p qumico especial normalmente encontrado em instalaes industriais, que utilizam
metais pirofricos em seus depsitos, tendo em vista a periculosidade dos diferentes
materiais pirofricos (agentes extintores devem ser pesquisados para cada caso).

GASES INERTES
Os gases inertes contm, sobretudo, elementos qumicos como o Argnio, Hlio, Nenio
e dixido de carbono. Este tipo de agente extintor no normalmente utilizado em
extintores portteis de incndio, mas sim em instalaes fixas, para proteger, por
exemplo, salas de computadores e outros riscos semelhantes.
A sua eficincia relativamente baixa pelo que geralmente so necessrias grandes
quantidades de gs para proteo de espaos relativamente pequenos, que devem ser
estanques para no permitir a disperso do agente extintor para o exterior. Exemplos de
agentes extintores constitudos por gases inertes so os produtos conhecidos com os
nomes comerciais Inergen e Argonite.

Dixido de Carbono (co2)


O dixido de carbono mais um gs inerte. mais pesado que o ar, atuando sobre a
combusto pelo processo de abafamento isto , por substituio do oxignio que
alimenta as chamas, e tambm em pequena parte por resfriamento.
Como se trata de um gs inerte, tem a grande vantagem de no deixar resduos aps
aplicao. O grande inconveniente deste tipo de agente extintor o choque trmico
produzido pela sua expanso ao ser libertado para a atmosfera atravs do difusor do
extintor (a expanso do gs pode gerar temperaturas da ordem dos 40 C na
proximidade do difusor, havendo, portanto, um risco de queimaduras por parte do
utilizador).
Apesar de no ser txico, o CO2 apresenta ainda outra desvantagem para a segurana
das pessoas, sobretudo quando utilizado em extintores de grandes dimenses ou em
instalaes fixas para proteo de salas fechadas: existe o risco de asfixia quando a sua
concentrao na atmosfera atinge determinados nveis, no pela toxicidade do CO2, mas
pela diminuio da concentrao de O2.
Por no ser condutor de corrente eltrica geralmente recomenda-se este tipo de agente
extintor na proteo de equipamento e quadros eltricos.
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Halon
Os halons so hidrocarbonetos halogenados.
O halon um agente extintor que teve grande sucesso no combate a incndio dadas as
suas propriedades enquanto gs relativamente limpo e eficaz em fogos das classes A, B e
C.
O halon, contendo elementos qumicos como o bromo, flor, iodo e cloro atuam sobre o
processo de combusto inibindo o fenmeno da reao em cadeia. No entanto, apesar da
sua comprovada eficincia, este produto encontra-se em com uso proibido por razes de
ordem ambiental (afeta a camada de oznio).
Existem hoje em dia gases de extino alternativos, considerados limpos e sem os efeitos
adversos do halon sobre a camada de oznio, notadamente os gases inertes e os
agentes halogenados, tais como, por exemplo, a Argonite, Inergen, FM200, FE13 etc.
No entanto, a utilizao deste tipo de produtos em extintores portteis no se encontra
generalizada dado que a maioria deles se destina sobretudo s instalaes de extino
fixas em salas fechadas.

ESPUMA
A espuma surgiu da necessidade de encontrar um agente extintor que suprisse as
desvantagens encontradas quando da utilizao da gua na extino dos incndios,
principalmente naqueles envolvendo lquidos derivados de petrleo. A soluo encontrada
foi o emprego de agentes tensoativos na gua, a fim de melhorar sua propriedade
extintora. Os agentes tensoativos so aditivos empregados para diminuir a tenso
superficial da gua, melhorando a propriedade de espalhamento sobre a superfcie em
chamas e a penetrao no material.
A espuma um agente extintor polivalente podendo ser usada em extintores portteis,
mveis e instalaes fixas de proteo.
Existem basicamente dois tipos de espumas: as espumas mecnicas, obtidas por um
processo mecnico de mistura de um agente espumfero (LGE lquido gerador de
espuma), ar e gua, e as espumas qumicas, obtidas pela reao qumica entre dois
produtos que se misturam na altura da sua utilizao. Este ltimo tipo caiu em desuso
sobretudo devido sua fraca eficincia e pelos riscos associados ao armazenamento e
manuseamento dos produtos qumicos necessrios sua formao.
A espuma mecnica adequada para instalaes de proteo fixa de unidades de
armazenamento de combustveis, por exemplo, ou outros riscos que envolvem lquidos
combustveis e inflamveis.
As espumas mecnicas classificam-se basicamente em espumas de baixa, mdia e alta
expanso, consoante a respectiva capacidade dos Lquidos Geradores de Espuma de
formar volume de espuma aps a aerao da mistura com gua.
A espuma age principalmente por abafamento, pois cria uma camada que isola o
combustvel do ar. Age em parte por resfriamento devido gua presente em sua
aplicao.
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4. INCNDIO
Como visto, incndio o fogo fora de controle, mas h uma inmera variedade de tipos
de incndio e formas de a ele se referir.
Se o fogo ocorre em local aberto, com suprimento constante e abundante de oxignio (ao
ar livre, por exemplo), o incndio denominado incndio exterior. J se ocorre no interior
de uma edificao, ele chamado de incndio interior.
Se o incndio ocorre em espaos abertos (ar livre ou edificao de grande porte bem
ventilada), os gases produzidos e o ar aquecido acima das chamas deslocam-se de
maneira ascendente devido conveco. Esse deslocamento produz uma zona de baixa
presso junto ao foco que arrasta ar fresco dos arredores. O ar fresco tanto resfria o foco
quanto fornece suprimento de oxignio. Isso faz com que incndios exteriores sejam
muito diferentes em seu desenvolvimento de incndios interiores.
Focaremos os incndios interiores, mormente os incndios em edificao, os quais
denominamos tambm incndios estruturais.

4.1 CLASSES DE INCNDIO: Mtodos de Extino e agentes extintores


H variadas classificaes dos incndios, todas elas de acordo com os materiais neles
envolvidos, bem como a situao em que se encontram. Essa classificao feita para
determinar tanto o mtodo de extino quanto o agente extintor adequado para o tipo de
incndio especfico.
A classificao aqui apresentada foi elaborada pela NFPA (National Fire Protection
Association Associao Nacional de Proteo a Incndios/EUA), adotada pela IFSTA
(International Fire Service Training Association Associao Internacional para o
Treinamento de Bombeiros/EUA) e tambm adotada no Brasil.

INCNDIO CLASSE A
Incndio envolvendo combustveis slidos comuns, como papel, madeira, pano, borracha
e plstico6.
caracterizado pelas cinzas e brasas que deixam como resduos e por queimar em razo
do seu volume, isto , a queima se d na superfcie e em profundidade.
Como os slidos queimam em superfcie e profundidade, necessrio um mtodo que
possa atingir a combusto no interior do combustvel. Isso nos remete ao resfriamento
para a sua extino o que, no mais das vezes, feito com o uso de gua ou solues que
a contenham em grande porcentagem, a fim de reduzir a temperatura do material em
combusto, abaixo do seu ponto de ignio.
6

Apesar de tecnicamente borracha e plstico serem lquidos de altssima viscosidade, pela caracterstica do
fogo e do combate, so inseridos na classe A
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O emprego de agentes que agem por abafamento ir apenas retardar a combusto, pois
extinguir as chamas apenas na superfcie, no agindo na queima em profundidade e
ocasionando uma posterior reignio do material.

INCNDIO CLASSE B
Incndio envolvendo lquidos inflamveis, graxas e leos.
caracterizado por no deixar resduos e queimar apenas na superfcie exposta e no
em profundidade.
Necessita para a sua extino do abafamento ou da interrupo (quebra) da reao em
cadeia. No caso de lquidos muito aquecidos (ponto da ignio), necessrio
resfriamento.
O abafamento mais eficientemente feito com uso de espuma, mas tambm pode ser
feito com ps ou gua finamente pulverizada.
A quebra da reao feita com uso de ps extintores.

INCNDIO CLASSE C
Incndio envolvendo equipamentos energizados.
Como so slidos, o melhor seria resfri-los, mas o risco de haver conduo da corrente
eltrica caso se use gua deve ser observado.
Caso o fornecimento de energia eltrica seja desligado, o incndio assumir as
caractersticas de um incndio classe A e assim dever ser combatido.
Apesar da possibilidade dessa classe de incndio pode ser mudada para A, se for
interrompido o fluxo eltrico. Deve-se ter cuidado com equipamentos (televisores, por
exemplo) que acumulam energia eltrica, pois estes continuam energizados mesmo aps
a interrupo da corrente eltrica.
Caso permanea energizado, para a sua extino necessita-se de agente extintor que
no conduza a corrente eltrica e utilize o princpio de abafamento ou da interrupo
(quebra) da reao em cadeia.
Os agentes mais comumente utilizados so o PQS e o CO2.
O uso do PQS tem o inconveniente de danificar equipamentos pela sua ao corrosiva, o
que pode ocorrer tambm com o CO2 se for usado em equipamentos eletrnicos
delicados pelo excesso de resfriamento que causa.
Em CPDs ou locais onde haja equipamentos sensveis, pode-se encontrar sistemas de
proteo que inundem o ambiente com outros gases inertes que extinguiro por
abafamento sem danificar o maquinrio.

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INCNDIO CLASSE D
Incndio envolvendo metais combustveis pirofricos (magnsio, selnio, antimnio, ltio,
potssio, alumnio fragmentado, zinco, titnio, sdio, zircnio). caracterizado pela
queima em altas temperaturas e por reagir com agentes extintores comuns
(principalmente os que contenham gua).
A reao com gua violenta, pois, ocorre a quebra das molculas de gua (hidrlise)
liberando O2, que comburente e alimenta as chamas e H2, que um gs explosivo.
Como difcil o resfriamento sem utilizao de gua, surge a extino qumica como
mtodo mais eficiente de extino.
Para a extino qumica, necessitam-se de agentes extintores especiais (normalmente
ps) que se fundam em contato com o metal combustvel, formando uma espcie de capa
que o isola do ar atmosfrico, interrompendo a combusto. Muitos entendem isso como
abafamento, pela separao entre combustvel e comburente, entretanto, a separao dse pelo fato de que o agente extintor funde-se com o metal pirofrico, h ligao qumica
entre eles. Assim, o abafamento nada mais do que conseqncia da interferncia
qumica do agente extintor no combustvel.
O abafamento tambm pode ser feito por meio de gases ou ps inertes que substituam o
O2 nas proximidades do combustvel, mas no to eficiente pois, devido s altssimas
temperaturas que esse tipo de queima atinge, a menor baforada de ar capaz de
propiciar a reignio.
Ps especiais (PQE P Qumico Especial) para classe D dependem do tipo de
material que queima e,normalmente, so a base de grafite ou cloreto de sdio ou p de
talco. Usam o CO2 ou o N2 como propulsores. Podem ser ainda compostos dos seguintes
materiais: cloreto de sdio, cloreto de brio, monofosfato de amnia, grafite seco.
O princpio da retirada do material tambm aplicvel com sucesso nesta classe de
incndio, bem como nas demais.

OUTRAS CLASSES
H, como dito, outras classes de incndio conforme classificaes diferenciadas, mas
que, pela especificidade que apresentam no sero por ns abordadas.
Entendemos conveniente, entretanto, fazer algumas ressalvas.
A primeira delas quanto Classe designada para fogo em leos e gorduras que,
segundo o padro americano denominada de Classe K e, segundo o esquema
europeu, Classe E.
No julgamos necessria a separao de incndios em leos e gorduras em classe
separada da dos lquidos inflamveis, haja vista que apresentam as mesmas
caractersticas de queima e de combate. A exceo que os leos e gorduras so todos
insolveis em gua, mas entendemos que isso no justifica a abertura de classe s para
eles.
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No padro americano, adotado largamente no Brasil, os incndios em gases combustveis


so colocados dentro da Classe B, o que consideramos um erro, haja vista a
peculiaridade dos incndios em gases combustveis (veremos adiante em tcnicas de
combate), mas resolvemos no abrir uma classe s para eles para no divergir da
nomenclatura mais usual. Por isso ainda no adotamos aqui o padro europeu, pois nele,
h a classe separada para os gases, mas se trata da Classe C, letra j designada
habitualmente para outro tipo de incndio.
A norma americana separa leos e gorduras pelo fato de que l, existe extintores
esecficos para leos e gorduras diferentes dos extintores destinados aos demais lquidos
combustveis. Isso justifica a separao l nos EUA. Aqui no Brasil, os extintores para
leos e gorduras no diferem dos extintores para os demais lquidos combustveis, no
havendo, portanto, razo para separ-los aqui.
No tocante ao fato de que os americanos agregam os gases na mesma classe dos
lquidos combustveis, entendemos ser um posicionamento equivocado. Veja-se que os
combustveis so agregados em classes pelo comportamento similar na queima e para
agrupar combustveis que sejam combatidos pelos mesmos mtodos e agentes
extintores. De modo algum os gases so combatidos do mesmo modo que os lquidos
combustveis no devendo, assim, serem classificados junto com os lquidos
combustveis.

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4.2 DESENVOLVIMENTO DOS INCNDIOS EM COMPARTIMENTO


Para analisar o desenvolvimento de um incndio, primeiramente se faz necessrio
ressaltar a grande diferena na evoluo de um foco de incndio ao ar livre e de um foco
de incndio em compartimento, isto , em local onde h teto e paredes limitando o escape
de fumaa.
A enorme diferena na evoluo desses dos focos ao ar livre e em compartimento devese basicamente a dois fatores:
1. a oferta de oxignio e
2. o feedback radiativo.
fcil entender que a oferta de oxignio considerada constante para os focos ao ar
livre, afinal, a concentrao de oxignio na atmosfera permanece inalterada. Poder-se-a
indagar sobre o fato de o foco consumir o oxignio do ar ao redor do fogo e a
concentrao baixar, no entanto, perceba-se que, ao mesmo tempo em que o foco
consome o oxignio, ele aquece o ar. Com o aquecimento, o ar nas proximidades do foco
fica menos denso e ergue-se desocupando a regio prxima ao foco. Isso causa um
abaixamento na presso que atrai mais ar fresco (e rico em O2) que supre o foco.
Todo foco de incndio, devido ao deslocamento dos gases que provoca pelo
aquecimento, gera seu prprio vento. O ar ao redor desloca-se em direo ao foco
devido ao abaixamento de presso.
Um foco em compartimento, devido ao confinamento, no ter uma oferta constante de
oxignio e a concentrao de oxignio tende a cair. Tanto maior e mais veloz ser a
queda na concentrao quanto menor for rea de abertura do compartimento (portas,
janelas, frestas). Isso altera o desenvolvimento do foco.
Mais ainda que a oferta de oxignio, o feedback radiativo afeta o desenvolvimento dos
focos. Cerca de 70% do calor gerado pela queima do combustvel propagado pela
conveco. Estando o foco ao ar livre, os gases se elevaro na atmosfera, levando com
eles essa enorme quantidade de energia. Desta forma, pouco da energia produzida sobra
para aquecer os combustveis ainda no queimados. Se a queima der-se em um
compartimento, os gases produzidos ficam barrados pelo teto e pelas paredes e esses
gases comeam a se acumular abaixo do teto formando um teto de fumaa, uma capa
trmica que irradia de volta para o cmodo boa parte do calor que carrega. Isso o
feedback radiativo. Parte do calor absorvido para aquecer o teto e as paredes. O
restante segue aquecendo os materiais presentes naquele cmodo. Com o aquecimento
dos combustveis ainda no queimados no cmodo, eles comeam a sofrer um processo
chamado de SECAGEM, que consiste na desidratao, ou seja, liberao de vapor de
gua. Em seguida, se o aquecimento continuar, comeam a sofrer TERMLISE (ou
DECOMPOSIO PELO CALOR) e assim liberam quantidades crescentes de vapores
combustveis. Eventualmente, a quantidade de vapor liberada atinge um ponto em que a
combusto pode ser sustentada e o foco se estende. Caso o material atinja seu ponto de
combusto e entre em contato com alguma fonte de calor, ele queimar. Caso atinja seu
ponto de ignio, o mesmo ocorrer. E com a queima de mais e mais combustveis, mais
calor gerado e mais vapor combustvel liberado.
Enquanto oxignio suficiente estiver disponvel, a evoluo do fogo controlada pelas
caractersticas e configurao do combustvel. Nessas condies, diz-se que o foco est
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limitado pelo combustvel. Os focos ao ar livre so sempre limitados pelo combustvel,


podendo ser influenciados por condies meteorolgicas como vento e chuva. Estando o
foco em um compartimento, quase que inevitavelmente ele atinge um ponto onde passa a
ser limitado pela quantidade de oxignio. Diz-se ento que ele est limitado pela
ventilao.
O desenvolvimento de um incndio em compartimento pode ser descrito em fases. Muito
embora o desenvolvimento seja afetado por muitas variveis e os limites entre as fases
no fique muito claro fora das condies controladas que se tem em laboratrios, mesmo
assim, o estudo das fases fundamental para fornecer didaticamente meios para que se
possa compreender a evoluo de um incndio em compartimento. As fases de
desenvolvimento de um incndio em compartimento so: fase inicial (ou incipiente), fase
crescente (ou de crescimento ou de desenvolvimento), fase de desenvolvimento
completo e fase de decaimento (ou decrescente).
FASE INICIAL OU INCIPIENTE
O incndio comea com a ignio de algum material combustvel. A ignio pode ser
causada por uma fonte gnea quando uma fasca, fagulha, centelha, ou brasa provocam
a ignio como pode ser causada apenas pelo atingimento da temperatura de ignio
por algum material exposto a uma fonte de calor (Ex.: ferro de passar esquecido ligado).
Nesse ponto, o fogo est limitado ao material inicialmente em combusto e altamente
dependente das caractersticas do material (limitado pelo combustvel). A quantidade de
oxignio inicialmente no cmodo permite a queima, ento, ela depende basicamente das
caractersticas do combustvel
Fatores que influenciam o desenvolvimento de um foco limitado pelo combustvel
Relao
SuperfcieMassa

Quanto maior for a superfcie exposta de uma determinada massa de


combustvel, mais fcil ser para o combustvel ser aquecido at sua
temperatura de ignio.

Composio Qumica

A composio qumica do combustvel tem impacto significativo na liberao


de calor durante a combusto. Muitos materiais sintticos base de
hidrocarbonetos (derivados de petrleo, por exemplo) possuem liberam,
quando queimam, at duas vezes mais calor que materiais base de
celulose, como madeira.

Carga Incndio no
cmodo

O total de combustvel disponvel para combusto influencia o total de


liberao de calor.

Umidade do combustvel

Mesmo no sendo um fator presente em todos os combustveis, a gua


funciona como um lastro trmico, retardando o processo de aquecimento do
combustvel at seu ponto de ignio.

Posicionamento

A posio em relao ao fogo influencia como o calor transferido. Por


exemplo, uma divisria de madeira aquecida por conveco e radiao,
enquanto o piso praticamente aquecido apenas por radiao.

Continuidade

Continuidade a proximidade de vrios elementos combustveis uns dos


outros. Quanto mais perto (ou mais contnuos) os combustveis estiverem,
mais fcil e rapidamente o fogo se espalhar. A continuidade pode ser tanto
horizontal (ex.: forro) como vertical (ex.: estante ou rack)

Hartin, Ed in: Essentials of fire fighting... 5ed. Oklahoma: Fire Protection Publications, 2008. p. 114.
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Se a queima do combustvel envolvido no foco inicial no for suficiente para sustentar a


queima causando a ignio de outros materiais, o fogo se extingue nessa fase. Se a
queima do material conseguir liberar calor suficiente para provocar a ignio de outros
materiais o incndio prossegue. Caso o calor produzido no seja capaz de fazer com que
os materiais prximos atinjam o ponto de ignio, pode ser que o foco extinga-se sozinho.
Supondo que a combusto consiga sustentar-se, no incio, a queima aquece o
combustvel adjacente s chamas, que desidrata (processo de secagem) e depois sofre
pirlise (termlise). Quanto mais combustvel for decomposto pelo calor, mais vapores
combustveis sero liberados. Pensando-se em um pequeno foco inicial, os vapores da
rea adjacente sero arrastados pela conveco at s chamas alimentando-as e
gerando mais calor que aquece mais material e mais vapores so liberados e assim por
diante.
No incio a temperatura do ambiente est pouco acima do normal, as chamas so poucas
e no se pode perceber o incndio de outro cmodo na edificao. Nesta fase o bombeiro
no ser incomodado pelo calor do ambiente, porm, dependendo do combustvel que
est queimando, pode haver quantidade substancial de fumaa e de gases nocivos.
Depois de certo tempo, ergue-se uma coluna de vapores combustveis acima do foco
inicial e as chamas erguem-se nessa coluna. Os vapores combustveis, gases resultantes
da combusto e ar aquecido atingem o teto e comeam a se espalhar horizontalmente.
Esses gases comeam a formar um teto de fumaa chamado de capa trmica que
irradia calor de volta ao cmodo aquecendo os outros materiais presentes, causando
secagem e posterior termlise nos demais materiais combustveis no cmodo.
Quando as chamas atingem o teto, entende-se que houve a passagem para a prxima
fase, a fase de crescimento ou desenvolvimento. O tempo que dura a fase incipiente pode
ser desde poucos segundos a vrias horas, a depender dos fatores que a influenciam.
Nessa fase inicial, os ocupantes do cmodo podem evacu-lo facilmente e o fogo pode
ser extinto com o uso de um aparelho extintor.

FASE DE CRESCIMENTO OU DE DESENVOLVIMENTO


A passagem da fase incipiente para a fase crescente marcada pelas chamas subindo a
coluna de gases que se ergue sobre o foco atingindo o teto. Com as chamas, que so
difusas, atingindo o teto, ocorre grande perturbao das mesmas, o que, por sua vez,
inicia uma grande produo de fumaa negra que tambm se acumula no cmodo.
Quanto mais o foco se desenvolve, mais ele afeta o compartimento em que est e, de
modo semelhante, ele afetado pelas caractersticas do compartimento. Por exemplo:
- Quanto mais baixo for o p direito7, mais rapidamente a capa trmica aquecer os
combustveis ainda no queimados;
- Quanto maior for a rea de ventilao do cmodo, menor ser a reduo na
concentrao de oxignio, o que significa uma maior taxa de liberao de calor;
7

Distncia do piso ao teto


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O prprio posicionamento do foco influencia o desenvolvimento do incndio. Um foco ao


ar livre recebe ar de todas as direes e a chegada de ar fresco resfria os gases sobre o
foco reduzindo a altura que as chamas atingem. Em um incndio em compartimento, o
posicionamento do foco afetado pelas entradas de ar do cmodo e pelo posicionamento
do foco em relao ao cmodo.
Um foco no centro do cmodo tende a ter um desenvolvimento mais lento que um foco
contra uma parede. Um foco no canto de um cmodo tende a evoluir mais rapidamente.

Adaptado de Essentials of fire fighting... 5ed. Oklahoma: Fire Protection Publications, 2008. p. 116.

O foco de incndio, por aquecer os gases e estes adquirirem a tendncia de subir, cria
uma zona de baixa presso acima das chamas. A camada de gases aquecidos que se
acumula sob o teto quer sair do cmodo, mas fica limitada pelo confinamento, o que
gera uma zona de maior presso ou sobrepresso. o que se chama de zona de
presso positiva. Assim, com a capa trmica tentando forar a sada por cima e a zona
de baixa presso prxima ao foco (zona de presso negativa8) cria-se uma corrente de
conveco. Os gases quentes tendem a se mover afastando-se do foco (para cima at o
teto e depois horizontalmente) e o ar fresco atrado pela zona de baixa presso
alimentando o foco.
O ar que entra em um cmodo em chamas sempre busca a regio de menor presso, ou
seja, a regio do maior foco, alimentando-o e aumentando o regime de queima e a taxa
de liberao de calor.

No existe presso negativa, mas considerando-se como zero a presso atmosfrica, o termo faz sentido.

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No desenvolvimento de um incndio em compartimento verifica-se o fenmeno da


estratificao da fumaa ou estratificao trmica ou balano trmico.
Os gases aquecidos buscam ocupar a parte superior do cmodo e, em existindo uma
abertura, sairo pela parte superior desta. O ar frio ocupa a parte inferior do cmodo e
entra pela parte inferior das aberturas dirigindo-se em direo ao foco. Os gases dispemse em camadas de acordo com a temperatura, ficando os mais aquecidos junto ao teto e
o ar mais frio junto ao piso. Essa diviso dos gases em camada a estratificao da
fumaa ou dos gases. A zona de separao entre a camada de gases quentes, que
apresentam maior presso e a camada de ar frio, de menor presso, chamada de plano
neutro.
Quanto mais o incndio desenvolve-se, mais gases aquecidos so produzidos acumulamse sob o teto. Isso faz com que a capa trmica fique mais densa e o plano neutro abaixe
pelo aumento da capa trmica. O plano neutro ficar mais baixo dependendo da
quantidade, dimenses e posicionamento das aberturas.
Quanto mais gases se acumulam, menos oxignio haver disponvel para a queima.
Quanto mais baixo estiver o plano neutro, menor a oferta de oxignio para o foco. Isso
pode mudar o regime de queima do foco, tornando-o limitado pela ventilao.
A capa trmica formada de gases/vapores combustveis e de partculas combustveis
lquidas e slidas (fuligem), ou seja, ela combustvel. A fumaa combustvel e
atingindo seu ponto de ignio e estando na concentrao adequada, ela queimar como
queimam os gases. Ela tambm transporta calor e o irradia de volta para os combustveis
do cmodo. Quanto mais calor transportado e irradiado, mais vapores combustveis so
gerados e mais queima haver (havendo oxignio suficiente) gerando mais calor e assim
por diante.
O incndio pode crescer pelo propagar das chamas ou pela ignio de outros
combustveis que alcancem a temperatura de ignio. As chamas, aps alcanarem o teto
comeam a percorrer a capa trmica. A capa trmica rica em vapores combustveis
provenientes da termlise dos materiais no ambiente e rica em compostos orgnicos
combustveis provenientes da combusto incompleta. Caso esteja misturada com o
oxignio na concentrao adequada (da o foco ser limitado pela ventilao ou pelo
comburente), a capa trmica queimar. Com o incndio na fase de crescimento, o
mecanismo de transferncia de calor predominante no cmodo passa da conveco para
a radiao, o que aumenta a taxa de transferncia de calor prximo ao piso.
Nesse estgio, alguns fenmenos do Comportamento Extremo do Fogo podem ser
observados.
Chamas isoladas (ghost flames chamas fantasmas) so bolses de chamas
percorrendo ou aparecendo na capa trmica. A camada de fumaa, rica em carbono
proveniente da perturbao da chama difusa e rica em outros materiais combustveis
possui temperatura de ignio em torno dos 600C.
O aparecimento das chamas fantasmas pode ser devido ao aquecimento de pores da
fumaa j em mistura inflamvel ou pode a fumaa estar acima da temperatura de
ignio, mas fora da faixa de inflamabilidade e, com a movimentao dos gases, algumas
pores podem atingir uma concentrao de mistura inflamvel, vindo ento a entrar em
ignio.
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Rollover o termo rollover usado quando as chamas na capa trmica no apenas


surgem isoladas, mas quando se forma uma frente de fogo que percorre a capa trmica
aumentando muito a irradiao de calor em um curtssimo espao de tempo. O fenmeno
do rollover envolve apenas a queima repentina da fumaa, sem envolver a queima dos
demais combustveis no ambiente que se encontram na fase slida.

[Ao lado, temos uma foto


onde ocorre um rollover. Vse
a
frente
de
fogo
avanando pela capa trmica
em direo entrada de ar
fresco.]

A ocorrncia de um rollover
pode
ocasionar
outro
fenmeno,
chamado
de
flashover.

Flashover flashover a rpida transio de um incndio na fase de crescimento para o


estgio de desenvolvimento completo em um cmodo, onde h o envolvimento pelas
chamas de todos os combustveis presentes no cmodo.
Com o aumento da taxa de liberao de calor provocado (por um rollover ou pelo mero
atingimento da temperatura de ignio de vrios combustveis ao mesmo tempo), todos
os materiais presentes em um cmodo entram em ignio. As chamas dominam tanto a
fumaa como os combustveis slidos causando a imediata transio para a prxima
etapa da evoluo de um incndio: a fase de pleno desenvolvimento.
As condies para a ocorrncia do flashover so definidas de variadas formas. Em geral,
a temperatura da capa trmica deve atingir algo em torno dos 600C [temperatura de
ignio do carbono (fuligem)] ou ento o fluxo de calor (medida da transferncia de calor)
para o piso do cmodo deve alcanar a taxa de 15-20 kW/m2, o que causa a ignio dos
vapores provenientes da termlise na fase slida do combustvel.
Quando ocorre o flashover, sobretudo quando proveniente da ignio da fumaa, ocorrer
uma onda de sobrepresso que ser tanto mais violenta quanto maior for a proximidade
da concentrao da mistura fumaa-ar do ponto estequiomtrico. Isso pode causar a
abertura repentina de portas e janelas.
Normalmente janelas no se quebram devido sobrepresso em um flashover, mas os
vidros se partem devido ao calor irradiado que provoca a expanso da parte virada para o
cmodo dos vidros de modo muito rpido e, como o lado voltado para o exterior no
consegue acompanhar e no dilata na mesma velocidade. Isso gera uma presso interna
que acaba por fazer o vidro ruir.
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Evoluo alternativa
O flashover no ocorre sempre que h um incndio em compartimento. Para que ele
ocorra necessrio que o combustvel envolvido pelas chamas tenha capacidade de
gerar o calor necessrio com a rapidez necessria para gerar o flashover . Tambm no
ocorrer o flashover se o foco inicial consumir o oxignio do cmodo mais rpido do que
ele suprido pelas aberturas fazendo com que sua concentrao baixe diminuindo a taxa
de liberao de calor e diminuio da intensidade da queima. Esta ltima situao muito
perigosa, uma vez que uma abertura inadvertida do compartimento pode oferecer ao foco
o que ele precisa para que o flashover ocorra9.
Assim, v-se que o incndio pode atingir todo o cmodo (desenvolvimento completo) pelo
avanar das chamas sem a transio sbita causada pelo flashover.
Importante salientar que a diminuio da oferta de oxignio em um foco limitado pela
ventilao reduz a taxa de liberao de calor, mas a temperatura no cmodo pode
continuar a subir, ainda que mais lentamente. Toda vez que a ventilao for aumentada,
seja pela ruptura de uma abertura que no suporta o calor seja pela entrada de
bombeiros, a queima se intensifica e a taxa de liberao de calor aumenta, em alguns
casos, rpida e violentamente.
Outro ponto importante que, mesmo que a queima diminua de intensidade, a
inflamabilidade dos gases no diminui, pois as chamas precisam de oxignio para ocorrer,
mas a decomposio do combustvel gerando vapores inflamveis no. A termlise
precisa apenas de energia (calor), no de comburente. Ento, mesmo que no haja
chamas em um ambiente, a atmosfera do cmodo pode estar rica em combustvel.

FASE DE DESENVOLVIMENTO COMPLETO


A fase de desenvolvimento completo
ocorre quando todo combustvel em um
cmodo est em combusto. Quando
isso ocorre, a queima no compartimento
estar liberando o mximo de calor
possvel para a quantidade de
combustvel e comburente disponveis.
Haver ainda grande produo de
fumaa.
Assim
como
descrito
anteriormente, o aumento na ventilao
do ambiente ocasionar um aumento na
intensidade da queima e na taxa de
liberao de calor.
A capa trmica fica muito avantajada,
forando o plano neutro para prximo ao solo. O acmulo de presso dos gases
produzidos aliviado em pulsos que expelem bolses de fumaa para o exterior do
cmodo por qualquer abertura disponvel com a conseqente entrada de ar para dentro
do ambiente (diz-se que o foco est respirando). Os gases aquecidos expulsos do
ambiente onde a queima limitada pela ventilao (pelo comburente) geralmente
9

o que se chama de flashover induzido pela ventilao.


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queimam ao sarem do cmodo, pois, ao misturar com o ar de fora do cmodo, alcanam


a inflamabilidade estando ainda acima do ponto de ignio.
Enquanto houver oxignio suficiente para alimentar a combusto dos combustveis em um
cmodo, o fogo limitado pelo combustvel. Quando o regime de queima comea a ser
afetado pela diminuio na concentrao de oxignio na atmosfera do ambiente, o regime
de queima passa ser limitado pela ventilao. A disponibilidade de ar ditar o crescimento
do fogo.
A fase de desenvolvimento completo
caracterizada pela mxima taxa de
liberao de calor limitada apenas
pela disponibilidade de combustvel e
de comburente.

A disponibilidade de comburente,
por sua vez, depende das
dimenses e do posicionamento
das aberturas do cmodo. Quanto
mais altas, maior ser a presso
dos gases para sarem do cmodo
atrapalhando a entrada de ar
fresco.
Ao lado, vemos a evoluo de um
foco evidenciando o abaixamento do
plano neutro. Repare as chamas
surgindo na fumaa na foto c e a
fumaa em plena combusto na foto
d.
A combusto da fase gasosa
(produtos da combusto da fase
slida e vapores provenientes da
termlise) libera mais calor que a
queima da fase slida em si
.

Sequncia de fotos: experimento do NIST

Em um cmodo de alvenaria fechado, com as aberturas (portas e janelas) razoavelmente


seladas, comum que o consumo de oxignio pela queima, de um lado, e a produo de
gases provenientes da combusto alm de produtos da termlise, de outro, reduzam a
concentrao de oxignio no ambiente. Isso afeta diretamente o fogo reduzindo a
intensidade das chamas e a taxa de liberao de calor. Nesse cenrio, duas hipteses
podem surgir para fazer o foco pulsar ciclicamente.
Um modo do foco respirar decorre do escape de gases superaquecidos pelas frestas na
parte superior das aberturas que abre espao para entrada de ar fresco pela parte inferior.
O ar que entra segue em direo ao foco, por ser esta a regio de menor presso. Em l
chegando, o ar realimenta o foco com O2. Com isso as chamas voltam a se intensificar
at consumir o oxignio e o ciclo reiniciar.

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O foco tambm pode respirar pela contrao da capa trmica decorrente do resfriamento,
o que reduz a presso c6omodo sugando ar de fora pelas frestas. Da mesma forma, o ar
que entra segue em direo ao foco alimentando-o e reavivando-o.
Se a oferta de ar for baixa, os ciclos vo diminuindo de intensidade.
A temperatura mdia dos gases em um cmodo na fase de desenvolvimento completo
fica entre 700 a 1200 C dependendo das caractersticas dos combustveis presentes e
da configurao do cmodo.

FASE DE DECAIMENTO
A fase de decaimento ocorre quando o combustvel slido consumido ou quando a
concentrao de oxignio cai a ponto de no mais ocorrer combusto viva, que a
combusto onde se verifica a presena de chamas. Isso ocorre, em geral, quando o O2
encontra-se em concentraes abaixo de 14%. Ambas as hipteses podem levar fase
de decaimento, muito embora, o decaimento pela depleo de oxignio pode apresentar
grande variao se ocorrer mudana no padro de ventilao do cmodo.
Se o decaimento do foco deu-se em razo do exaurimento do combustvel, o incndio,
nesse cmodo, ruma para a extino. Nem por isso o ambiente deixa de ser perigoso. A
combusto passa a ser lenta (brasas) mais ainda capaz de manter a temperatura do
cmodo elevada por longos perodos que variam de acordo com o isolamento trmico e
ventilao do cmodo. Se o cmodo estiver fechado, enquanto os gases combustveis
ainda no queimados estiverem acima da temperatura de ignio, ventilar o cmodo pode
provocar a violenta ignio dos gases.
Se um incndio for forado ao decaimento pela falta de comburente, a taxa de liberao
de calor diminuir, contudo, ainda haver combusto devido presena de combustveis
ainda no consumidos e no pouco oxignio disponvel que entra pelas frestas. A
combusto, pela baixa concentrao de O2 ser lenta (brasas) e, muito embora libere
menos calor, continuar a fornecer calor para o ambiente no cmodo.
Estando o foco em queima lenta devido diminuio da concentrao de O2, mas tendo
ainda condies de, mediante a entrada de ar, voltar queima livre ou apresentar ou
mesmo apresentar um comportamento extremo, diz-se que o foco est em estgio de
INCUBAO. A incubao pode ocorrer no apenas aps o desenvolvimento completo,
mas pode ocorrer antes dessa etapa, bastando somente que o foco em regime de queima
limitada pelo combustvel, passe queima lenta ou mesmo deixe de queimar, mas ainda
guarde energia suficiente para voltar a queimar caso ar entre no ambiente. Se isso no
ocorrer, o foco parte para a extino.
importantssimo notar que, mesmo que a queima diminua, a termlise prossegue, pois a
queima precisa de oxignio, mas a decomposio pelo calor, no. Ainda que a
concentrao de O2 fique abaixo de 7% (incapaz de sustentar a combusto), a termlise
continua ocorrendo. Isso significa que, mesmo sem chama, um cmodo em queima lenta,
ou at mesmo sem queima pode ter uma atmosfera rica em combustveis e acima do
ponto de ignio, espera apenas da entrada de comburente para ignir. Caso uma janela
ou porta se rompa ou um bombeiro abra um acesso ao cmodo, o ar entrar e, to logo a
fumaa misture-se com o ar e alcance concentrao adequada, ela inflamar-se-. A
ignio dos gases combustveis j acima do ponto de ignio pela mistura com oxignio
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violenta e produz uma onda de choque e calor letal. A esse fenmeno, d-se o nome de
backdraft.

Os sinais que indicam que um foco est na fase de decaimento podem ser enganosos. As
condies podem indicar uma aparente tranqilidade no cmodo. Sem luminosidade ou
barulho de chamas, um bombeiro inadvertido ou usando uma tcnica incorreta pode
acender o pavio de uma bomba. Atuando errado, os bombeiros podem piorar as
condies do ambiente dificultando o combate.

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5. APARELHOS EXTINTORES
5.1 DEFINIES
Agente extintor Toda substncia capaz de intervir na cadeia de combusto quebrandoa, diminuindo a quantidade de comburente na reao, interferindo no ponto de fulgor do
combustvel e/ou atuando por reduo na formao de radicais livres, impedindo que o
fogo possa crescer e se propagar, controlando-o e/ou extinguindo-o.
Carga Quantidade de agente extintor contido no extintor de incndio, medida em litro ou
quilograma.
Capacidade Extintora Medida do poder de extino de fogo de um extintor, obtida em
ensaio prtico normalizado. Deve ser indicada no rtulo do produto.
Extintor de incndio Aparelho de acionamento manual, constitudo de recipiente e
acessrios, contendo o agente extintor, destinado a combater princpios de incndio.
So equipamentos que se destinam ao combate e extino de um incndio na fase
incipiente ou no incio da fase de crescimento.

Extintor porttil

Extintor que possui massa total (carga,


recipiente e acessrios) de no mximo 20 Kg.

Extintor sobre rodas


Extintor montado sobre rodas que possui
massa total (carga, recipiente e acessrios)
acima de 20 Kg.

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5.2 FUNCIONAMENTO
Geralmente um extintor possui dois tipos de produtos: o agente extintor propriamente dito
e um gs propulsor que tem como funo impulsionar o primeiro para fora do extintor
quando da sua utilizao. Em alguns casos o agente extintor, por ser um gs sob presso
(como por exemplo o dixido de carbono), tem ambas as funes, dispensando um
agente propulsor.
O agente propulsor pode permanecer juntamente com o agente extintor no mesmo
recipiente, ou ento, estar em recipiente distinto, porm conexo, apenas aguardando que
o operador o libere para a pressurizao da ampola com agente extintor, podendo assim,
expulsa-lo.

5.3 TIPOS DE EXTINTORES


5.3.1. Quanto ao Tipo de Propulso do Agente Extintor:
Extintores pressurizveis, a pressurizar ou de presso no permanente,
Nos
extintores
de
presso
no
permanente o agente extintor e o gs
propulsor esto separados e apenas este
ltimo se encontra sob presso, num
cartucho instalado no interior do prprio
extintor ou no exterior do mesmo.
Quando o extintor ativado, o gs
propulsor libertado do cartucho para o
interior do extintor onde se vai misturar
com o agente extintor, aumentando a
presso interna.

Extintores de presso permanente


Hoje em dia a maioria dos extintores que se encontra em aplicaes comuns do tipo
presso permanente. Neste tipo de extintor o agente extintor e o gs propulsor
encontram-se misturados no interior do extintor, a uma determinada presso (geralmente
indicada por uma pequeno manmetro instalado no extintor). Quando o extintor ativado
o agente extintor, j sob a presso, expelido por um tubo at extremidade do difusor.
A descarga pode ser controlada atravs de uma vlvula que existe na extremidade do
tubo ou na cabea do extintor.

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5.3.2 Quanto ao Tipo de Agente Extintor:


Os extintores so nomeados conforme o agente extintor que carregam e so classificados
de acordo com a classe de incndio a que o agente extintor se presta a combater.

gua

P Qumico Seco (PQS)

P Qumico Especial (PQE)

Dixido de Carbono (CO2)


( e gases inertes em geral)
Uso possvel, mas no
recomendado.

Espuma

Halon e Halogenados

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5.4 COMPONENTES DE UM EXTINTOR


Os extintores so constitudos pelas seguintes
peas fundamentais:
Corpo ou reservatrio do extintor, destinado
a armazenar o agente extintor;
Vlvula de descarga, destinada a fazer atuar
o extintor, permitindo a passagem do agente
extintor para o exterior;
Manpulo ou punho, faz atuar a vlvula de
descarga;
Lacre de segurana, tem como funo
libertar o manpulo que atua a vlvula de
descarga;
Tubo de pesca ou sifo, conduz o agente
extintor desde o interior do corpo do extintor
para a vlvula de descarga;
Tubo ou mangueira: conduz o agente extintor
para o exterior atravs de um difusor ou bico
de descarga colocado na sua extremidade.

5.5 UNIDADE EXTINTORA


A Capacidade Extintora mnima de cada tipo de extintor porttil, para que se constitua
uma unidade extintora, deve ser:
AGENTE
EXTINTOR
gua
Espuma Mecnica
CO2
P BC
P ABC
Compostos
Halogenados

CAPACIDADE
EXTINTORA MNIMA
2-A
2-A :10-B
5-B:C
20-B:C
2-A:20-B:C
5-B:C

CARGA
ALCANCE MDIO
DO JATO
EQUIVALNTE
10 L
10 m
9L
5m
6 kg
2m
12 kg
5m
5m
4m
2 kg

Capacidade extintora
Medida do poder de extino de fogo de um extintor, obtida em ensaio prtico
normalizado. Deve ser indicada no rtulo do produto.

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O extintor classe C no possui ensaio normatizado de capacidade extintora, apenas se


verifica se o agente extintor conduz eletricidade ou no.

5.6 COMBATE A INCNDIO COM EXTINTORES


A primeira observao para o combate a incndio com Aparelhos Extintores, ou apenas
Extintores, ter a conscincia de que os Extintores prestam-se a combater to somente
princpios de incndio.
Outra observao a ser feita que os extintores devem estar adequadamente
posicionados na edificao conforme projeto aprovado pelo Corpo de Bombeiros. O
posicionamento adequado visa limitar a distncia mxima a percorrer em caso de
necessidade de utilizao de um Extintor.
No adianta nada um extintor estar devidamente posicionado se o acesso a ele est
obstrudo, assim, igualmente os extintores devem estar com acesso livre e desimpedido,
devendo, mais que isso, ficar visveis. Muitos escondem extintores por considerar que
atrapalham a esttica arquitetnica, mas se esquecem que, caso venham a precisar dele,
muito provavelmente no se lembraro onde o esconderam.
Nesse passo, no adianta o extintor estar adequadamente posicionado e desobstrudo se
no estiver funcionando, por isso, deve ser feito um trabalho srio de manuteno dos
extintores.
Tambm necessrio que os ocupantes de uma edificao saibam escolher o extintor
adequado e saibam us-lo corretamente.
Finalmente, facilita o combate em termos de tempo resposta se os ocupantes de uma
edificao souberem onde ficam os extintores.
Traadas as observaes acima, passemos aos passos que devem ser seguidos em um
combate a incndio com extintores.
1. Localizar o foco identificando o material que est queimando;
2. Escolher o extintor adequado classe do material que queima;
3. Retirar o lacre e efetuar um teste ainda no local, pois se o extintor no estiver
funcionando, perder-se- momentos preciosos deslocando ao foco um extintor intil;
4. Usar o extintor adequadamente conforme seu tipo (cada um tem uma forma de
utilizao prpria).
Uma recomendao no uso de extintores que, em uma situao de incndio, depois de
utilizado ou depois de testado e constatada a falha, um extintor deve ser deixado deitado
para que outros no percam tempo tentando us-lo.

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PARTICULARIDADES NA UTILIZAO DOS DIVERSOS TIPOS DE EXTINTORES


Extintor de Espuma
Empunhar a mangueira e apertar o gatilho, dirigindo o jato para um anteparo de forma
que a espuma gerada escorra cobrindo o lquido em chamas.
No se deve jogar a espuma diretamente sobre o lquido
Se o lquido estiver derramado, primeiro deve-se fazer um aglomerado de espuma antes
da poa e depois for-la com mais espuma para sobre o lquido.
Extintor CO2
Como esse extintor funciona a alta presso, quando o gs liberado ele se resfria
violentamente. Para que no ocorra queimaduras pela baixa temperatura, o operador
deve segurar a mangueira pelo punho ou manopla e nunca pelo difusor.
Como o CO2 age principalmente por abafamento, sua utilizao deve visar substituir o ar
atmosfrico no espao sobre o combustvel, para tanto o gatilho deve ser apertado
constantemente ou em rpidas sucesses para que se forme uma nuvem de gs sobre o
combustvel e as chamas se apaguem pela ausncia de O2.
Deve se observar que aps o abafamento, necessrio que se busque o resfriamento do
material para evitar reignies futuras.
Extintor de PQS
O extintor de PQS facilmente confundido com o Extintor de gua, muito embora no
rtulo constem informaes sobre classes de incndio diferentes. No momento de
adrenalina de um incndio as letras no so enxergadas pela maioria das pessoas.
Uma sutil diferena entre os extintores em questo o dimetro do requinte (bocal da
mangueira). No extintor de P o requinte bem mais aberto para permitir a passagem do
p com maior facilidade.
Uma maneira prtica de diferenci-los batendo neles. Como o p um slido, o som da
batida grave e seco, enquanto que a gua produz um som aberto e com pequeno eco.
O p no se dissipa to facilmente como o gs e tem tambm maior alcance do jato,
ento sua utilizao diferente.
O jato no deve ser dirigido base do fogo. Devem ser aplicados jatos curtos o p de
modo que a nuvem expelida perca velocidade e assente sobre o foco. O jato seguinte
deve esperar o assentamento da nuvem anterior para no desloc-la de sobre o foco
antes de assentar.

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Extintor de gua
Como o objetivo de usar gua conseguir um resfriamento do material, o Extintor de
gua deve ser usado buscando a mxima disperso da gua possvel. Para tanto, o
operador deve colocar o dedo na frente do requinte para aspergir o jato (como uma
mangueira de jardim) e acionar o gatilho incessantemente dirigindo o jato em varredura
por sobre o combustvel em chamas.

5.7 MANUTENO e CUIDADOS


Com j abordado anteriormente, importante o bom funcionamento dos extintores para
que sirvam ao que propem: extinguir pequenos focos de incndio antes que se tornem
grandes.
Para garantir o bom funcionamento dos extintores, necessrio que sejam seguidas as
seguintes manutenes:
Semanal verificao se o posicionamento dos extintores est correto, bem como seu
acesso e sinalizao.
Quinzenal verificao do estado geral do extintor, com especial ateno para sinais de
impactos fsicos e obstruo do requinte.
Mensal conferncia da presso dos extintores pela checagem dos manmetros (o
Extintor de CO2 no possui manmetro). Caso a presso no esteja adequada, deve-se
enviar o aparelho para recarga.
Semestral conferncia do peso da ampola, no caso dos extintores de CO2. Caso haja
perda de mais de 10% do peso em relao ao peso do extintor quando recebido 10, devese enviar o aparelho para recarga.
Anual o aparelho deve ser enviado para recarga e inspeo feita em empresa
especializada.
Qinqenal deve ser feito o teste hidrosttico do cilindro.

Cuidados na conservao - O extintor no deve apresentar sinais de ferrugem ou


amassamento.

10

O peso deve ser anotado no recebimento para essa conferncia.


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Cuidados na inspeo
Presso da Carga: Verifique sempre o indicador da
presso da carga do agente extintor, cujo ponteiro
deve estar sobre a faixa verde. Em caso contrrio,
a recarga dever ser realizada por uma empresa
certificada.

O extintor de incndio cujo agente extintor gua


ou p qumico deve ser inspecionado anualmente.
O extintor de incndio de
inspecionado a cada 6 meses.

CO2 deve

ser

Inspeo no recarga. No preciso abrir o


extintor, o que quer dizer que no h substituio
do anel de plstico amarelo (foto ao lado) e do selo
de conformidade ou de manuteno.
A recarga deve ser feita conforme recomendao
do fabricante, ou aps o uso.
Cuidados na Manuteno
O extintor de incndio deve passar, a cada 5 anos, por
uma manuteno geral, para que seja efetuada, por
exemplo, a troca da carga, o teste hidrosttico, etc.
Essa manuteno deve ser efetuada apenas por
empresa autorizada no mbito do Sistema Brasileiro
de Certificao.

Recomendaes

Proteja-se, exigindo que empresa de manuteno


fornea um outro extintor para substituir o seu,
enquanto este estiver em manuteno.
O extintor de incndio que sofreu manuteno
apresenta um anel de plstico amarelo que indica que
o extintor foi aberto, entre a vlvula e o cilindro, com
identificao da empresa que realizou a manuteno,
o ms e o ano em que o servio foi realizado (essa
data repetida no selo de manuteno). Este anel no
precisa ser trocado anualmente - somente quando o
extintor tiver sido usado - podendo permanecer no
extintor por 5 anos, quando, ento, ser substitudo
aps terem sido feitos os testes de manuteno.

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6. MATERIAL HIDRULICO
Entende-se por material hidrulico todo aquele que conduz, une ou d forma ao agente
extintor lquido, mais propriamente a gua.
So materiais de extrema importncia para os servios de bombeiros, por isso
importante conhec-los, saber utilizar e manutenir de forma adequada.

6.1 MANGUEIRAS
Denominam-se mangueiras os condutores flexveis utilizados para transportar gua, do
ponto de suprimento at o local em que deva ser lanada.
A mangueira mais comumente utilizada nos servios de bombeiros constitui-se de um
tubo de borracha que tem por finalidade a conduo da gua e um ou dois tubos de lona
de algodo, fibras sintticas (mais comumente) ou linho como revestimento.
A capa externa tem duas finalidades: proteger o tubo de borracha da abraso provocada
pelo atrito com o solo e auxiliar na resistncia presso.

H ainda mangueiras que se constituem de


um tubo de lona de fibra de polister,
forrado
internamente
com
borracha.
Externamente apresenta um revestimento
de material plstico, destinado a proteg-la
contra agressividade de produtos qumicos
e de abraso devido a seu arraste durante
as operaes de combate ao fogo
.
Ela no to resistente abraso, mas possui uma resistncia consideravelmente
superior contra o desgaste provocado pelo contato com produtos qumicos.
As mangueiras podem ter comprimentos variados, mas os mais comuns so de 10, 15 e
30 metros. Tambm podem apresentar diversos sistemas de conexo e diversas bitolas,
calibres ou dimetros.

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As mangueiras mais comumente utilizadas so de 1 (uma e meia polegada) ou 38mm


(trinta e oito milmetros) e 2 (duas e meia polegada) ou 63mm (sessenta e trs
milmetros).
Em relao sistema de conexo, no Brasil, o sistema mais adotado o alemo, com
juntas do tipo STORZ.
Uma observao acerca do uso das mangueiras que requerem o desenrolamento
completo para que possam ser usadas.

CUIDADOS COM AS MANGUEIRAS


Das mangueiras depende no s o sucesso no combate ao fogo, como tambm a
segurana dos homens que guarnecem os esguichos, razo pela qual deve ser
dispensado a este equipamento cuidadoso trato, antes, durante e aps o seu emprego.
Antes do uso:
- Armazenar em locais arejados, livres de mofo e umidade, protegida da incidncia direta
dos raios solares;
- Periodicamente recondicionar os lances para evitar a formao de quebras;
- Conservar o forro com talco e as unies com talco ou grafite, evitando o uso de leo ou
graxa;
Durante o uso:
- Evitar arrast-las sobre bordas cortantes, materiais em altas temperaturas e materiais
corrosivos (gasolina, leos, cidos...);
- No permitir a passagem de veculos sobre as mangueiras estejam elas cheias ou
vazias;
- Evitar pancadas e arrastamento das juntas de unio, pois podem danificar-se impedindo
seu perfeito acoplamento e se uma mangueira perde a funcionalidade de uma de suas
conexes ela fica inutilizada.
Aps o uso:
- Fazer rigorosa inspeo visual quanto ao estado da lona e das unies, separando as
danificadas definitivamente, com um n na extremidade;
- As mangueiras boas sero lavadas com gua pura, sabo neutro e escovas de fibras
largas e macias;
- Depois de enxaguadas devero ser colocadas em suporte adequado, sombra, de onde
s sero retiradas aps estarem completamente secas para serem armazenadas com os
cuidados devidos.

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ACONDICIONAMENTO
As mangueiras podem ser acondicionadas de diversas maneiras, dependendo da
utilizao mais provvel a que elas se destinam.
ACONDICIONAMENTO EM ZIG-ZAG
Este acondicionamento utilizado
quando se deseja rapidez na montagem
de um estabelecimento.
Propicia um rpido estender das
mangueiras, mas dificulta muito o
transporte.
Assim, esse mtodo indicado para
acondicionar mangueiras que no
precisem ser transportadas, tais como as
que ficam em hidrantes de parede e
algumas destinadas montagem de linha
direta nas viaturas de combate a
incndio.

ACONDICIONAMENTO ADUCHADA
o meio usual de acondicionamento,
que consiste em enrolar a mangueira
dobrada ao meio, em direo s
extremidades guarnecidas de juntas, de
modo a se obter um rolo.
Essa forma de acondicionamento facilita
o transporte da mangueira e ainda
possibilita o uso de tcnicas rpidas de
desenrolamento.
Como muitas vezes o servio de combate
a incndio requer o deslocamento da
guarnio e o transporte de mangueiras
para desenrolamento longe da viatura,
esse o meio de acondicionamento mais
usado

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ACONDICIONAMENTO EM ESPIRAL
Este acondicionamento empregado para
o armazenamento de mangueiras em
almoxarifados ou cujo emprego seja
remoto, pois impede um desenrolamento
rpido.
Consiste em enrolar, a partir de uma junta,
a mangueira entre si mesma, formando
uma espiral que termina na junta oposta
evitando dobra.

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6.2 MANGOTES
Mangotes so condutores de borracha para conduzir a gua em suco, da fonte de
suprimento at a bomba de incndio, sofrendo, internamente, presso negativa, razo
pela qual so reforados por anis com a finalidade de no se colabarem no ato da
suco.
As mangueiras suportam apenas presso positiva em seu interior e, caso fossem usadas
para suco, ocorreria o colabamento de suas paredes internas. Por outro lado, os
mangotes, devido aos anis de reforo para evitar o colabamento, no possuem a
flexibilidade e maleabilidade das mangueiras, sendo assim teis apenas para suco.
Sempre so acompanhados de ralos e filtros, para que impurezas, da fonte de
suprimento, no atinjam o corpo de bombas.

Podem ser de diversos comprimentos e dimetros sendo mais comuns os de 2 (duas


e meia polegada) ou 4 (quatro polegadas).

6.3 MANGOTINHOS
Mangotinhos so tubos flexveis de borracha, reforados
para resistir a presses elevadas e dotados de esguichos
prprios.
So acondicionados nos auto-bombas em carretis de
alimentao axial, o que permite desenrolar parte do
mangotinho e funcionar a bomba sem necessidade de
acoplamento ou outra manobra. Esse tipo de equipagem
permite ainda o uso do mangotinho sem que seja
necessrio o desenrolamento completo.
Podem ser ligados a sistemas de gua ou em baterias de
PQS.
Pela facilidade de operao, os mangotinhos so usados
em incndios que necessitam de pequena quantidade de
gua ou grandes quantidades de PQS.

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6.4 ESGUICHOS
Esguichos so peas metlicas ou no, montadas na extremidades das mangueiras,
destinadas a dirigir, dar forma e controlar o jato d'gua.
TIPOS DE ESGUICHOS
Esguicho agulheta (5) o tipo
mais
simples
de
esguicho
encontrado, sendo de dimetro
menor que a mangueira. Esse
esguicho s produz jato compacto
e mais comumente utilizado nos
hidrantes das instalaes prediais.
No muito bom para o combate
por no apresentar opes de
forma e controle do jato d`gua.
Esguicho regulvel (4) Esse
tipo de esguicho utilizado quando
se deseja jato em forma de
chuveiro (neblinado) ou jato
compacto. Os jatos em neblinado
ou chuveiro so produzidos devido
ao choque dos filetes formado pelo
desvio da gua em sua trajetria,
motivo pela existncia na boca do
esguicho de um disco que obriga a
gua chocar-se contra seu rebordo
de sada.
A regulagem feita por um rosqueamento na manopla que desloca o disco na parte
interna e altera o ponto de choque da gua dando forma ao jato.
Esguicho universal (3) Esse tipo de esguicho recebe essa denominao pelo jato que
permite a produo de jato compacto, jato neblinado (ou chuveiro) e jato em forma de
neblina. Na parte interior possui dois orifcios de sada de gua, um superior livre por
onde expelido o jato compacto e outro inferior, de maior dimetro, onde encaixado o
Aplicador de Neblina (2) (um prolongador para aplicao de neblina) ou crivo para
obteno do jato em forma de chuveiro.
Esguicho canho (1) Esse esguicho empregado quando se necessita jatos de
grande alcance e grande volume de gua. constitudo de um tubo cilndrico cnico e
trabalha geralmente apoiado no solo. Motivo pelo qual dotado de ps promovidos de
garras; podendo tambm ser montado sobre a prpria viatura que o transporta, a qual
possui dispositivo prprio de fixao.

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Esguicho Torre d`gua


Consiste em um esguicho especial do tipo agulheta, com diversas bocas mveis,
articulado por meio de junta estanque, que permite o movimento vertical da seo anterior
do esguicho. montado na extremidade de uma auto escada e alimentado por uma linha
de mangueiras, sendo operado desde o solo atravs de cabos de comando.
Esguicho de alta presso
Devido sua forma, os esguichos de alta presso so comumente chamados de
pistolas. Em alguns casos tambm so chamados de atomizados pela capacidade que
possuem de pulverizao da gua.
So empregados em servios que requeiram gua em forma de chuveiro alta presso,
como interiores de residncias, lojas, etc..., onde o combate com esse meio tem se
revelado de grande eficincia, tendo em vista o baixo consumo de gua. As PISTOLAS
operam com bombas que fornecem at 600 lbs, acoplados em mangotinhos dos autobombas.
Possuem injetado em plstico com acabamento ergonmico apropriado a comportar uma
mo fechada, com acomodao para os dedos. Tem um ngulo de inclinao de
aproximadamente 30 e um desenho que permite boa fixao quando o operador estiver
usando luvas.
Equipado com alavanca de vazo em pea de plstico de uso fcil e seguro, permitindo
que o usurio tenha controle efetivo da vlvula de controle de vazo.
O controle de vazo em anel no mesmo material do corpo do esguicho, e tem gravado
de forma indelvel as indicaes de 30, 60, 95 e 125 que indicam a vazo existente na
linha expressa em gales por minuto.
Alm das 4 indicaes bsicas tem uma ltima posio que permite abertura total do
corpo do esguicho (flush), permitindo assim a sada de qualquer sujeira que venha a se
alojar no corpo do interno no esguicho.

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Esguicho Proporcionador de Espuma Esse esguicho destinado produo de


espuma mecnica. Possui um dispositivo para captao de ar, tubo pescante e ralo.
A aspirao do extrato gerador
feita atravs do princpio de Venturi;
a reduo do dimetro do esguicho
(2), na ligao com o tubo pescante
(3), aumenta a velocidade da gua,
resultando em presso negativa no
interior do tubo e a conseqente
suco do estrato gerador de
espuma, esta etapa mistura o LGE
gua na proporo adequada. O
corpo do esguicho funciona como
batedor, tambm pelo princpio de
venturi (1) o ar adicionado
mistura gua-LGE.

Esguicho Gerador (ou Produtor) de Espuma (6 e 7) um esguicho destinado a


adicionar ar mistura gua / Lquido gerador de espuma, a qual formada no aparelho
proporcionador de espuma (ENTRE-LINHAS); composto internamente por um tubo
venturi e aletas para captao de ar para adicionar ar e produzir ou gerar a espuma
mecnica.
Anteriormente este esguicho era chamado de Esguicho Lanador de Espuma, mas ele
no lana espuma, quem faz isso a presso da bomba, ele apenas
Esguicho de Vazo Regulvel Semelhante ao esguicho regulvel, contudo possui
alavanca para fechamento independente do regulador de jato e possui regulagem de
vazo, o que permite regular a vazo (obviamente em proporo inversa da presso).

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6.5 MATERIAIS HIDRULICOS ACESSRIOS


Entende-se por material hidrulico acessrio, todo aquele que ser utilizado para auxiliar
no emprego dos materiais hidrulicos, dependendo do esquema a ser montado.
DIVISOR
um aparelho que recebe uma linha
mangueiras, denominada ADUTORA,
dividi-la em duas ou trs LINHAS DE
ATAQUE.
No divisor, a boca que recebe a
ADUTORA denomina-se boca de
admisso e as demais se chamam
de expulso, sendo todas elas do tipo
STORZ.

de
para

boca

COLETOR
um aparelho de metal que tem uma nica sada e
duas ou mais entradas para gua, podendo colet-la
de fontes distintas. Possuindo ou no registro de
paragem e providos de juntas de unio, do tipo
engate rpido (STORZ) nas admisses e expulses.
Alguns so providos internamente de vlvula de
reteno, para recalques a grandes alturas. O
dimetro de ambas as entradas, admisso e
expulso, ser normalmente de 63mm.

VLVULA DE RETENO
E uma vlvula utilizada para permitir o fluxo de gua em um nico
sentido e tambm para montar a coluna d'gua em operaes de
suco e recalque. Podemos encontrar este tipo de material,
isoladamente, ou em conjunto com outros acessrios, tais como
coletor, filtro, esguicho canho, etc..
Existem dois tipos de vlvula de reteno:
- Vlvula de reteno vertical;
- Vlvula de reteno horizontal.

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APARELHO PROPORCIONADOR DE ESPUMA ENTRE-LINHAS


um acessrio utilizado para aduzir extrato gua, na proporo desejada, que varia de
1 a 6%, dando origem pr-mistura (gua + extrato), cujo esguicho prprio para espuma
gerar e lanar a espuma mecnica.
O misturador entrelinhas dispe de
dispositivo venturi, que succiona o
e possui vlvula dosadora, com
graduao variando de 1 a 6%, para
usada conforme o tipo de LGE.
O proporcionador pode ser usado
dois lances de mangueiras, da o
nome entrelinhas, diretamente da
expedio da bomba ou junto ao
esguicho.

LGE
ser
entre

Na utilizao do proporcionador, deve-se observar a diferena de altura e a distncia


entre ele e o equipamento formador de espuma. Os equipamentos no devem estar em
desnvel superior a 4,5 m e a uma distncia superior a 45 m.
Sob pena de prejudicar a formao da espuma, a presso de entrada no proporcionador
deve ser 7 kgf/cm2 (100 PSI) e nunca inferior a 5 kgf/cm2 (75 PSI).
Encontra-se esse acessrio nos dimetros de 38mm, 63mm e providos de juntas de
unio, do tipo STORZ.

CHAVES
So ferramentas utilizadas para facilitar o acoplamento e desacoplamento de juntas de
unio e tampes ou, ainda, para abertura e fechamento de registros.
Chave de registro de Hidrante Tipo PISTO (2) para abrir os registros de hidrantes
que no possuem volantes. utilizada juntamente com LUVAS DE REGISTRO DE
HIDRANTES (1) que so peas que adaptam os diversos calibres de pisto ao tamanho
da chave.

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Chave de registro de Hidrante tipo VOLANTE para abrir os registros de hidrante que
possuem volante e os mesmos encontram-se alm do alcance de um brao. O conector
triplo da extremidade, chamado de p de galinha encaixado no volante da vlvula e ao
se girar a barra transversal, a toro transmitida ao volante permitindo a operao da
vlvula.

Chaves de conexo so chaves que se destinam a facilitar as manobras de


acoplamento e desacoplamento de juntas ou a abertura e fechamento de bocais.
1) Chave de hidrante para permitir a
abertura e fechamento das tampas de
bocais de hidrantes.
2) Chave de mangote
acoplamento de desacoplamento.

para

3, 4 e 5) Chaves de mangueira para


acoplamento e desacoplamento de
juntas do tipo Storz.

PASSAGEM DE NVEL
utilizada para embutir as
mangueiras que se encontram
vias com trfego de veculos,
protegendo-as do impacto com
rodas
e
a
conseqente
interrupo do fluxo de gua
quando sob presso.

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nas
as

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JUNTAS DE UNIO
So peas metlicas empregadas
que se possibilite a unio de
sees de mangueiras entre si.
processo mecnico que instala
esses
acessrios
chama-se
empatao. Os tipos existentes
os de rosca americana utilizadas
principalmente em mangotes e as
alems denominadas STORZ,
usadas nas mangueiras.
Os
tamanhos so correspondentes
dimetros dos condutores, acima
descritos.

para
O
so

aos

REDUES
Peas metlicas utilizadas para correo do
dimetro da junta de unio, quando houver
diferena que impossibilite o acoplamento.

ADAPTADORES
Acessrios
metlicos
que
possibilitam
o
acoplamento de juntas de unio diferentes, como,
exemplo, o acoplamento de uma junta de unio de
rosca fmea ou macho com uma junta de unio do
STORZ.

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por
tipo

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RALO COM VLVULA DE RETENO


Acessrio utilizado para impedir a entrada
de corpos estranhos que possam
danificar as bombas e demais acessrios
hidrulicos quando feita a suco por
meio de mangotes. As grades do ralo
impedem que pedras e galhos maiores
sejam sugados com a gua e a vlvula de
reteno impede que a gua retorne ao
manancial e segura a coluna dgua nos
casos de Viaturas que no possuem
bombas de escorva para suco.
CESTO
Material utilizado como complemento adicional ao ralo, pois, suas malhas impedem a
entrada de corpos estranhos menores no interior das bombas.

6.6 HIDRANTES
So dispositivos existentes em redes hidrulicas que possibilitam a captao de gua
para emprego nos servios de bombeiros, principalmente no combate a incndio. Esse
tipo de material hidrulico depende da presena do homem para utilizao final da gua
no combate ao fogo. a principal instalao fixa de gua, de funcionamento manual.

HIDRANTE DE COLUNA DO TIPO BARBAR


Esse tipo de hidrante o mais comumente encontrado
pelas ruas e avenidas do Estado, destinando-se ao
abastecimento de gua dos centros urbanos, nos
combates a incndios. Sua abertura feita atravs de
um registro de gaveta, cujo comando colocado ao seu
lado.
Esse tipo de hidrante utilizado no lado externo das
edificaes ligado rede pblica de abastecimento
prpria.

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HIDRANTE INDUSTRIAL
um dispositivo existente em redes hidrulicas, no interior de
indstrias, que possibilitam a captao de gua, para emprego
no servio de bombeiro. Esse tipo de hidrante utilizado com
gua da Reserva Tcnica de Incndio (RTI11) da empresa.

HIDRANTE DE PAREDE
um hidrante adaptado ao Sistema Hidrulico Preventivo
(SHP) das edificaes, para proteo contra incndio.
encontrado embutido ou encostado parede, podendo ser
disposto em abrigo especial onde de encontram tambm os
lances de mangueiras, esguicho e chave de mangueira.

HIDRANTE DE RECALQUE
um hidrante adaptado ao Sistema Hidrulico Preventivo
(SHP) normalmente localizado em frente s edificaes.
Utilizado pelos bombeiros para pressurizar e abastecer o
sistema hidrulico, possibilitando, assim, que todos os
hidrantes de parede da edificao tenham presso e gua
para o combate a incndios. utilizado em caso de
extrema necessidade como manancial para abastecer as viaturas do Corpo de Bombeiros
Militar do Esprito Santo em locais onde no haja outro disponvel.

11

Quantidade de gua reservada para o uso em combate a incndio.


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7. GUA e ESPUMA
Apesar da grande variedade de agentes extintores, os mais utilizados pelos bombeiros
so a gua e a espuma. Pelo menos, salvo as viaturas especializadas para combate a
incndio em aerdromos que possuem grandes baterias de PQS, as viaturas regulares de
combate a incndio permitem o combate com gua do tanque e Espuma (bombonas de
LGE).
Em virtude disso, dedicamos neste captulo uma ateno especial a esses agentes
extintores aprofundando um pouco acerca do seu uso nas operaes de combate a
incndio.

7.1 PROPRIEDADES EXTINTORAS DA GUA


A gua capaz de absorver grandes quantidades de calor e quanto maior a sua
fragmentao mais rpida a absoro de calor.
A transformao da gua em vapor outro fator que influencia na extino de incndios.
Seu volume aumenta 1.700 vezes, na passagem do estado lquido para o gasoso. Este
grande volume de vapor dgua desloca um volume igual de ar ao redor do fogo,
reduzindo, deste modo, a quantidade de oxignio disponvel para sustentar a combusto.
Para um melhor entendimento, imaginar um esguicho descarregando 300 lpm (litros por
minuto) de gua, em um local com temperatura maior que 100C. A essa temperatura, a
gua transformar-se em vapor. Durante um minuto de operao, 300 litros de gua
sero vaporizados, expandindo-se para cerca de 510.000 litros (300 x 1.700) de vapor.
Esse vapor suficiente para ocupar um compartimento medindo 17m de comprimento por
10m de largura e 3m de altura. Em atmosferas extremamente aquecidas, o vapor se
expande em volumes ainda maiores. Essa expanso rpida, e se o local estiver tomado
por fumaa e gases, o vapor, ali gerado, expulsar esses gases.
O correto entendimento e aproveitamento desse potencial da gua so indispensveis no
combate a incndio de qualidade.

7.2 PRESSO
Presso a ao de uma fora sobre uma rea. Em termos prticos, isto , no servio de
bombeiros, a presso a fora que se aplica na gua para esta fluir atravs de
mangueiras, tubulaes e esguichos, de uma extremidade a outra. importante notar que
o fluxo em si no caracteriza a presso, pois se a outra extremidade do tubo estiver
fechada por uma tampa, a gua estar empurrando a tampa, apesar de no estar
fluindo.
Presso Dinmica - a presso de descarga, medida na expedio, enquanto a gua
est fluindo.
Presso Esttica - a presso sobre um lquido que no est fluindo, por exemplo, uma
mangueira com esguicho fechado, sendo pressurizada por uma bomba. A ao da
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gravidade pode, tambm, produzir presso esttica. Por exemplo, no fundo de um tanque
haver presso, resultante do peso da gua sobre a rea do fundo do tanque.
Perda de Carga - A gua sob presso tende a se distribuir em todas as direes, como
quando se enche uma bexiga de borracha com ar. Contudo, as paredes internas de
mangueiras, tubulaes, esguichos, etc. impedem a expanso da gua em todas as
direes, conduzindo-a numa nica direo. Ao evitar a expanso da gua, direcionandoa, as paredes absorvem parte da fora aplicada na gua, roubando energia. Isto explica
por que a fora aplicada diminui de intensidade medida que a gua vai caminhando
pelas tubulaes. A isto chamamos perda de carga.

A fora da gravidade um outro fator que acarreta perda de carga. Quando a gua
recalcada de um nvel inferior para um nvel superior, a fora da gravidade puxa a gua
para baixo, o que diminui a presso. A fora da gravidade tambm poder ser utilizada no
aumento da presso, ao se fazer a gua fluir de um nvel superior para um nvel inferior.
Se considerarmos o p-direito12 de um pavimento medindo 3 metros e arredondando a
soma da altura de 3 pavimentos para 10m (o metro a mais ser contado para que seja
considerada a perda de carga por atrito na tubulao), ento temos que em 3 pavimentos
perde-se, por gravidade 10 m.c.a. o que corresponde a, aproximadamente, 1Kgf/cm2 ou
15 Lb/pol2 (PSI Pound Square Inch).
, Devido aos arredondamentos desfavorveis que consideram a perda por atrito, Se
dividirmos por 3, temos que a perda de carga por gravidade pode ser considerada em
termos prticos da seguinte forma:

1 pavimento = perda de 0,3 kgf/cm2 ou 5 Lb/pol2.


Presso Residual - Conhecida como presso no esguicho, a presso da bomba de
incndio menos a perda de carga com a variao de altura.

Golpe de Arete - Quando o fluxo de gua, atravs de uma tubulao ou mangueira,


interrompido de sbito, surge uma fora resultante que chamada golpe de arete. A
12

Medida do piso ao teto


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78

sbita interrupo do fluxo determina a mudana de sentido da presso (da bomba ao


esguicho, para do esguicho bomba), sendo esta instantaneamente multiplicada. Esse
excesso de presso causa danos aos equipamentos hidrulicos e s bombas de incndio.
Os esguichos, hidrantes, vlvulas e estranguladores de mangueira devem ser fechados
lentamente, de forma a prevenir e evitar o golpe de arete.

EFEITO BERNOULLI
Para entender o funcionamento da aplicao da espuma e da ventilao hidrulica
(tpicos que sero vistos adiante) necessrio que se entenda o efeito Bernoulli. O efeito
Bernoulli ocorre na movimentao dos fludos, por isso, aplica-se gua e tambm ao ar,
como aos demais fludos.
O princpio de Bernoulli indica que um fludo, ao
passar por um estreitamento, como o de um tubo
Venturi, ganha velocidade, energia cintica, s
custas da presso do fludo. o que se pode ver
figura ao lado com um fluxo de ar (flow) fazendo
com que a gua (no tubo estreito inferior) penda
para o lado esquerdo devido diferena de presso
fludo nas duas partes do tubo maior.

na
do

Esse princpio tem vasta aplicao na atividade de


bombeiros. Como visto anteriormente, ele explica e
permite o funcionamento do aparelho entrelinhas e
do
esguicho produtor de espuma. Alm disso, verificamos o princpio tambm no emprego
das variadas tcnicas de manejo do esguicho.

JATOS DGUA
Para a aplicao de gua e aproveitamento de seu potencial como agente extintor, os
bombeiros valem-se de equipamentos hidrulicos que se destinam a armazenar, conduzir
e lanar gua. Tanques armazenam gua, hidrantes a fornecem, tubulaes e
mangueiras a conduzem, bombas a impulsionam (daqui que se origina o nome bombeiro
operador de bomba) e esguichos do forma ao jato d`gua.
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Muito cedo na histria dos equipamentos de bombeiro percebeu-se que se alterando a


extremidade por onde a gua lanada, altera-se o jato. Fazemos isso, por exemplo, com
uma mangueira de jardim. Obstrumos parte do furo obrigando a gua a se deslocar com
maior velocidade a fim de manter a vazo e, com isso, ganha-se presso dinmica e
alcance do jato.
Assim nasceu a concepo dos esguichos. Inicialmente, cada esguicho prestava-se a um
tipo de jato e apenas dava forma. Como o tempo, regulagens foram acrescidas e as
funes passaram a ser mais variadas.
Um esguicho ainda antigo, chamado de universal permitia o emprego de um jato
compacto pela passagem livre de gua por um duto, e um jato pulverizado (chuveiro)
forando a passagem da gua por um crivo que quebrava o jato.
Outro esguicho, foi o regulvel, amplamente utilizado no Brasil at os dias de hoje. Ele
permitia o fechamento da gua, alm de regular o jato desde um estreito cilindro a um
cone amplo, bastando, para isso, o giro do bocal.
Um esguicho interessante, foi o de vazo regulvel. Alm da regulagem do jato, ele
permitia a regulagem de vazo e a abertura e fechamento da passagem de gua em
mecanismos independentes. Esse esguicho foi pouco utilizado pelo desconhecimento
acerca das tcnicas de emprego e pelo peso que apresentava em sua modelagem inicial,
j que era feito em pesadas peas de uma liga metlica.
Com o desenvolvimento dos materiais, o esguicho de vazo regulvel evoluiu para o
esguicho combinado. Feito de polmero e modelado por computador, o esguicho
combinado permite, por meio de mecanismos independentes, a regulagem de jato, a
regulagem de vazo e a abertura e fechamento rpidos. Isso permite o emprego de
variadas tcnicas de manejo que resultam em diferentes aplicaes de gua.
O esguicho usado pelo CBMES foi desenvolvido para trabalhar com uma presso residual
de 100 PSI e possui regulagem de vazo de 30, 60, 95 e 125 gpm13 o que equivale a
cerca de 115 a 470 lpm (14). Opera com uma alavanca ligada a uma vlvula tipo globo que
permite a abertura e o fechamento rpido independentemente das regulagens de jato e
vazo.
Esse esguicho permite o emprego das tcnicas apresentadas mais adiante.
Uma das mais importantes variaes na aplicao da gua a respeito do JATO.
Os jatos podem ser classificados em:
- Jato slido (ou compacto)
- Jato compacto
- Jato neblinado amplo
- Jato neblinado estreito
13

Gales por minuto

14

Litros por minuto


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80

- Jato neblina
O uso do esguicho agulheta ou de um smooth-bore permite apenas o emprego do jato
slido, que veremos a seguir.

JATO SLIDO
Slido no um termo correto para se designar um jato de gua, uma vez que o agente
lanado na forma lquida, mas, na falta de outro termo cunhado para designar esse jato,
empregaremos o termo consagrado oriundo da designao em ingls solid stream.
Slido, obviamente, no se trata do estado fsico da gua, mas refere-se plenitude do
agente no jato. O jato slido produzido pelo esguicho agulheta ou por esguichos de jato
slido15 (um tipo agulheta com mecanismo
de abertura e fechamento).
Eles nada mais so do que um mero
estreitamento, ou seja, a gua lanada
preenchendo todo o cilindro do jato,
inclusive o interior, da o termo slido,
uma vez que o jato completamente
preenchido.
Esse tipo de jato tem grande alcance e
pode
ser
usado
com
presses
relativamente baixas (50 a 80 psi),
dependendo do desenho do esguicho.
O ponto de quebra o ponto a partir do qual o jato perde a configurao de jato
contnuo e passa a se fragmentar em grandes gotas que cairo ao solo, no penetrando
no material como se desejava, e, muitas vezes, nem alcanando o material.

Por no estar fragmentado, o jato compacto chegar ao ponto desejado com maior
impacto, atingindo camadas mais profundas do material em chamas, o que pode ser
observado em materiais fibrosos.
Devido ao seu maior alcance, ele apropriado para emprego no combate em modo
defensivo (externo) e/ou para atingir focos no interior de cmodos com dimenses
amplas.
15

Em ingls, o equipamento chamado de smooth-bore nozzle ou solid-bore nozzle


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Muitos corpos de bombeiros americanos baseiam suas tcnicas de combate apenas no


emprego do jato slido e, por isso, usam apenas esguichos manuais do tipo smooth-bore.
Dentre as vantagens do uso de jatos slidos, destacamos:
- Produz pouco vapor de gua quando usado em operaes ofensivas;
- Tem o maior alcance, permitindo combate distncia;
- Opera com presses baixas, reduzindo o recuo da mangueira;
- Permite mais fcil mobilidade da linha devido menor presso e ao menor recuo;
- Tem maior poder de penetrao;

H, entretanto, desvantagens, dentre as quais citamos:


- O uso do esguicho de jato slido no permite o emprego de muitas tcnicas;
- O jato promove uma menor absoro de calor por litro de gua que outros jatos
mais fragmentados;

O uso de esguichos com regulagem de jato, notadamente o esguicho combinado, permite


o emprego de mais de um tipo de jato, os quais veremos adiante:

JATO COMPACTO
Por muito tempo no Brasil designou-se o jato mais fechado produzido pelo esguicho
regulvel da mesma maneira que o jato produzido pelos esguichos de jato slido.
Entretanto, os dois jatos so fundamentalmente diferentes.
Enquanto que o jato de um esguicho tipo smooth-bore completamente preenchido de
gua, o jato mais compacto produzido por um esguicho com regulagem de jato oco. O
miolo do jato vazio. Isso se deve ao mecanismo de regulagem de jato que um
anteparo mvel que fora a gua ao redor dele deixando o interior do cone vazio.
No idioma americano a diferenciao j comea no termo. Enquanto que o jato produzido
por um esguicho de jato slido chamado de solid stream o jato parecido produzido por
um esguicho de jato regulvel chamado de straight stream (jato direto ou reto). O
ltimo termo destaca que, apesar da forma ser parecida, o segundo jato no
preenchido, no slido.
A falta de diferenciao dos termos em portugus em muito contribuiu para confuso
entre os dois.

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Para diferenciar, adotaremos o seguinte: chamaremos o jato produzido pelo esguicho


agulheta ou similar de jato slido e o jato mais fechado produzido pelo esguicho com
regulagem de jato de jato compacto.
O emprego de ambos semelhante, porm, o jato compacto no tem o mesmo alcance
devido fragmentao da gua provocada pelo anteparo que d forma ao jato. Isso, por
outro lado, aumenta um pouco a capacidade de absoro de calor. Apesar de ter um
alcance menor, como o jato compacto pode ser usado em um esguicho com regulagem
de jato, ele acaba por se tornar mais verstil, j que o uso de esguichos com regulagem
de jatos permitem o emprego de variadas tcnicas de combate.

JATO NEBLINADO
Neste tipo de jato, a gua fragmenta-se em gotas. usado quando a absoro de calor
pretere o alcance. A fragmentao da gua oferece uma maior rea de contato o que
permite absorver maior quantidade de calor que os jatos slido ou compacto.
Devido ao alcance reduzido e grande influncia que sofre do vento, o jato neblinado
encaixa-se melhor em tticas de combate ofensivas.
O jato neblinado assume a forma de um cone cuja parede formada por gotas de gua.
Conforme a abertura do cone, o jato dividido em neblinado estreito e neblinado
amplo.

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A abertura do cone influencia na aplicao do jato, uma vez que, quanto mais aberto,
maior a fragmentao da gua e consequentemente, menor a velocidade, menor o
alcance e maior a absoro de calor.
H esguichos que produzem um cone vazio e outros, que produzem um cone cheio. O
cone cheio, na verdade, no cheio, mas possui outro cone mais estreito em seu interior.
Outra caracterstica do jato neblinado que oferece muito menor dificuldade de
guarnecimento da mangueira, pois o recuo provocado por esse jato muitssimo menor.
Devido velocidade da gua e rea de contato com o ar, por causa do princpio de
Bernoulli, o jato neblinado provoca um grande arrasto dos gases ao redor, seja ar ou
fumaa. Essa caracterstica possibilita o emprego desse jato para ventilao (ver captulo
especfico).
O neblinado estrito, devido s suas caractersticas, muito til para a proteo contra
calor irradiado podendo ser usado para proteger os bombeiros de uma linha ou at
mesmo material no queimado.
A fragmentao da gua, faz com que ela absorva calor muito mais rapidamente que nos
jatos compacto e slido devido a isso e prpria fragmentao, o jato neblinado produz
uma quantidade maior de vapor e o faz mais rapidamente.
Para que a fragmentao seja eficiente, a presso residual deve ser elevada, caso
contrrio as gotas produzidas sero grandes demais, destruindo as caractersticas
vantajosas desse jato. O esguicho combinado utilizado pelo CBMES foi desenhado para
ser eficiente com uma presso residual de 100 psi (aproximadamente 7 kgf/cm2).

JATO NEBLINA
Ampliando mais a abertura da regulagem do jato nos esguichos, chega-se a um ponto no
qual, dependendo da presso aplicada, o cone se desfaz, perde a forma e no h mais
verdadeiramente um jato, mas uma nvoa de gotculas de gua sai do esguicho.
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Devido ao tamanho das gotculas e da baixa velocidade do jato neblina, ele sofre grande
influncia do vento e tem pouco alcance.

Em virtude da maior fragmentao (as gotculas so menores), a gua se vaporiza mais


rapidamente que nos jatos compacto e neblinado, absorvendo o calor com maior rapidez.
Isso provoca uma gerao rpida e grande de vapor de gua.
Geralmente a neblina obtida pelo uso do aplicador de neblina acoplado ao esguicho
universal. Alguns esguichos combinados, quando aplicadas presses elevadas, podem
produzir um jato quase to pulverizado quanto o obtido pelo aplicador de neblina.
Com esses tipos de jato e com as demais regulagens que mecanismos nos equipamentos
hidrulicos permitem, podemos empregar variadas tcnicas para aplicao de gua no
combate a incndios.

TCNICAS DE MANEJO DO ESGUICHO E APLICAO DE GUA


A aplicao de gua por uma linha de mangueira pode ser muito diversificada. A forma e
eficincia com que a gua lanada varia conforme vrios fatores:
Presso quanto maior a presso imprimida pela bomba, maior pode ser a velocidade
com que flui a gua ao deixar o esguicho. Em conseqncia disso, em um esguicho com
a regulagem mantida, a pura variao da presso acarretar mudanas no jato como
alcance, disperso, fragmentao, etc...
Vazo quanto maior a vazo, maior a quantidade de gua que flui, o que bvio.
Menos bvio que a vazo interfere na fragmentao do jato e, principalmente, o fator
que mais influi no recuo da mangueira. Quanto maior a vazo, maior a fora que o jato
dgua faz empurrando a mangueira para trs e maior tambm ser o golpe de arete
provocado pela interrupo brusca no fluxo de gua.
Velocidade a velocidade com que a gua sai interfere no formato, na fragmentao e
no alcance do jato dgua. Interfere tambm no recuo, mas menos que a vazo. Ela
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diretamente influenciada pela presso imprimida pela bomba, mas pode ser alterada por
outros meios como fechamento parcial do esguicho e a posio do anteparo do esguicho.
Regulagem do jato a regulagem de jato possibilitada pelo esguicho permite uma
variao no jato afetando principalmente o formato do jato, alm disso, a fragmentao e
a velocidade da gua (conforme j visto).
Abertura a abertura do esguicho interfere no jato. A quantidade de gua lanada e, at
certo ponto, a velocidade da gua, so grandemente influenciadas pelo manejo do
mecanismo de abertura
Combinando as regulagens possveis, temos vrias tcnicas de combate a incndio
baseadas no manejo do esguicho e na aplicao de gua.
No importa a tcnica utilizada, no podemos deixar de lembrar o seguinte:
- Qualquer jato de gua sobre um mesmo ponto por mais de 3 segundos
ineficiente. Se nesse tempo o jato no for Capaz de sobrepujar as chamas (taxa de
absoro de calor < taxa de liberao de calor) sinal que necessrio aumentar
a capacidade de resfriamento pelo aumento da quantidade de gua (maior vazo
ou mais linhas) ou pela otimizao de seu emprego (maior fragmentao).
- Excesso de vapor de gua prejudicial ao combate, pois:
o Perturba o balano trmico trazendo aos nveis mais baixos o excesso de
calor dos nveis superiores
o Com a descida do plano neutro, perde-se visibilidade;
o O vapor penetra na capa de aproximao queimando os bombeiros;
- gua que escorre gua desperdiada, pois ela absorve muito mais calor para
evaporar e como vapor do que para aquecer no estado lquido.

7.3 ESPUMA
A espuma uma das formas de aplicao de gua. constituda por um aglomerado de
bolhas de ar, ou gs, formada por soluo aquosa. Flutua sobre os lquidos, devido sua
baixa densidade.
A espuma apaga o fogo por abafamento, mas, devido presena de gua em sua
constituio, age, secundariamente, por resfriamento.

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ATUAO DA ESPUMA
A espuma atua sobre os lquidos inflamveis de trs formas:
Isolando o combustvel do ar: A espuma flutua sobre os lquidos, produzindo uma
cobertura que impede o contato com o ar
(oxignio), extinguindo o incndio por
abafamento.
Resfriando o combustvel:
A gua na espuma, ao drenar, resfria o lquido
e, portanto, auxilia na extino do fogo.
Isolando os gases inflamveis: Os lquidos
podem liberar vapores inflamveis. A espuma
impede a passagem desses vapores, evitando
incndios.

FORMAO DA ESPUMA
A espuma pode ser formada por reao qumica ou processo mecnico, da as
denominaes espuma qumica ou espuma mecnica.
Espuma qumica - formada pela reao do bicarbonato de sdio e sulfato de alumnio.
Devido s desvantagens que apresenta, vem se tornando obsoleta, uma vez que a
espuma mecnica mais econmica, mais eficiente e de fcil utilizao na proteo e
combate ao fogo.
Espuma mecnica - formada pela mistura de gua, lquido gerador de espuma (ou
extrato formador de espuma) e ar.
O lquido gerador de espuma adicionado
gua atravs de um aparelho (proporcionador),
formando a pr-mistura (gua e LGE). Ao passar
pelo esguicho, a pr-mistura sofre batimento e o
ar , dessa forma, a ela acrescentado, formando
a espuma. As caractersticas do extrato definiro
sua proporo na pr-mistura (de 1% at 6%).
Dentro do entrelinhas h um estreitamento,
chamado de tubo Venturi. O estreitamento
provoca a acelerao da gua que, pelo efeito
Bernoulli, provoca uma queda de presso. Isso
arrasta o LGE para o fluxo de gua.

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A espuma mecnica classificada, de acordo com sua taxa de expanso,


categorias:
Baixa expanso: quando um 1 litro de pr-mistura produz at 20 litros de
(espuma pesada);
Mdia expanso: quando 1 litro de pr-mistura produz de 20 a 200 litros de
(espuma mdia);
Alta expanso: quando 1 litro de pr-mistura produz de 200 a 1.000 litros de
(espuma leve).

em trs
espuma
espuma
espuma

LQUIDO GERADOR DE ESPUMA (LGE)


classificado, conforme sua composio qumica, em protenico ou sinttico.
LGE protenico (ou protico) - produzido a partir de protenas animais e vegetais, s
quais so adicionados (dependendo do tipo de extrato) outros produtos. A partir desta
mistura, so obtidos os vrios tipos de extratos:
Protenico comum: utilizado em combate a incndio envolvendo lquidos
combustveis que no se misturam com gua (lquidos no polares). Possui razovel
resistncia a temperaturas elevadas e proporciona boa cobertura. No se presta ao
combate a incndio em solventes polares (lcool, acetona) porque dissolvido por eles.
Solventes polares so aqueles que se misturam com a gua, conseqentemente,
destruindo a espuma;
Flor protenico: derivado do protenico comum, ao qual foi acrescentado um
aditivo fluorado, que o torna mais resistente ao fogo e reignio, alm de dar maior
fluidez espuma. Proporciona uma extino bem mais rpida do fogo que o LGE
protenico comum. Tambm no deve ser utilizado no combate a incndios envolvendo
solventes polares;
Protenico resistente a solventes polares: obtido a partir de protenas que so
misturadas a produtos especiais que aumentam a estabilidade da espuma contra
solventes polares. Pode ser usado tanto em incndios em lquidos polares como no
polares. Por este motivo chamado de polivalente.
Todos os LGE protenicos somente se prestam a produzir espuma de baixa expanso.
LGE sinttico - produzido a partir de substncias sintticas.
As espumas sintticas dividem-se nos tipos: comum, gua molhada, gua leve e
espuma resistente a solventes polares.
Espuma sinttica comum: pode ser usada em baixa expanso, mdia expanso, alta
expanso e tambm como gua molhada.
Baixa expanso: espuma pesada e resistente, para incndios intensos e para locais no
confinados. a maneira de aplicao mais rpida e eficiente da espuma sinttica comum.
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Mdia expanso: mais leve que a baixa expanso e mais resistente que a espuma de alta
expanso.
Alta expanso: caracteriza-se por sua grande expanso, por causar um mnimo de danos,
no ser txica e necessitar de pouca gua e presso para ser formada. ideal para
inundao de ambientes confinados (pores, navios, hangares). Nestes locais, deve
haver ventilao para que a espuma se distribua de forma adequada. Sem ventilao, a
espuma no avana no ambiente.
O uso da espuma de alta expanso em espaos abertos eficiente, mas depende muito
da velocidade do vento no local.
A espuma no txica, mas a entrada do bombeiro dentro dela perigosa, pela falta total
de visibilidade. No se deve esquecer que a espuma produzida prxima ao local do fogo
pode estar com ar contaminado pelas substncias txicas geradas pela combusto.
Assim, o bombeiro deve usar aparelhos de respirao autnoma para entrar na espuma,
bem como um cabo guia.
Quanto maior a taxa de expanso, mais leve ser a espuma e menor ser sua
capacidade de resfriamento.
AFFF AQUOUS FILME FORMING FOAM (Espuma Formadora de Filme Aquoso)
uma espuma sinttica, base de substncias fluoretadas, que forma uma pelcula aquosa
que permanecer sobre a superfcie do combustvel, apagando o fogo e impedindo a
reignio.
Pode ser aplicado com qualquer tipo de esguicho, embora seja recomendada sua
utilizao com esguicho gerador (ou produtor de espuma), e compatvel com o p
qumico, isto , pode haver ataque a incndio utilizando os dois agentes extintores ao
mesmo tempo. O AFFF no se presta alta ou mdia expanso.
gua molhada: trata-se da utilizao do AFFF 6% em proporo menores, de 0,1 a 1%
na pr-mistura, aplicado com esguicho regulvel ou universal. um agente umectante.
Nesta proporo, h baixa tenso superficial (menor distncia entre as molculas da
gua), permitindo maior penetrao em incndios tipo classe A. Outra aplicao para a
gua molhada se d como agente emulsificador, para remoo de graxas e leos
(lavagem de pista, por exemplo);
Sinttica resistente a solventes polares: uma espuma sinttica qual so
acrescentados aditivos que a tornam resistente a solventes polares. Presta-se para o
combate a incndio envolvendo lquidos polares e no polares

APLICAO DE ESPUMA
A melhor maneira de aplicar espuma lan-la contra uma superfcie slida (anteparo,
borda do tanque, parede oposta ou outro obstculo) de maneira que a espuma escorra,
cobrindo o lquido em chamas.
Se o lquido est derramado no solo (poas), deve-se, inicialmente, fazer uma camada de
espuma frente do fogo, empurrando-a em seguida. O jato deve atingir toda a extenso
da largura do fogo, em movimentos laterais suaves e contnuos.
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No se deve jogar espuma contra espuma, porque a cobertura ser destruda.


A espuma no deve ser jogada diretamente contra a superfcie de um lquido em chamas,
porque o calor e o fogo iro destru-la. Para se aplicar a espuma eficientemente, deve-se
formar uma camada com pelo menos 8cm de altura sobre o lquido inflamado.
Para uma boa formao e utilizao da espuma, algumas regras bsicas devem ser
obedecidas:

Usar o LGE adequado ao combustvel que est queimando.

Quanto mais suave for a aplicao da espuma, mais rpida ser a extino e menor a
quantidade de LGE necessria.
As faixas de presso de trabalho dos dispositivos de dosagem e formao devero ser
observadas. Normalmente os esguichos trabalham a uma presso de 5 kg/cm2.
A espuma deve ser considerada idntica gua quando usada em incndios em
equipamentos energizados e em substncias que reajam violentamente com a gua.
A espuma deve cobrir toda a superfcie do combustvel, fazendo uma vedao
perfeita, especialmente nos combustveis altamente volteis e nos solventes polares.
A dosagem da pr-mistura (proporo gua-LGE) deve obedecer s especificaes do
LGE.
O esguicho utilizado deve ser compatvel com o proporcionador. A vazo nominal do
proporcionador no pode ser maior que a do esguicho e nem menor.

Antes de iniciar o trabalho, deve-se ter certeza de que h LGE e gua suficientes.

CUIDADOS NA UTILIZAO DA ESPUMA


No utilizar espuma em incndio de classe C e nem em materiais que reajam
violentamente com a gua.
LGEs diferentes no devem ser misturados, pois a mistura prejudica a formao da
espuma.
Alguns ps-qumicos so incompatveis com espuma. Se forem usados
simultaneamente, pode ocorrer a destruio da espuma (certificar-se de quais so os psqumicos compatveis, antes de atacar o fogo, combinando ESPUMA + PQS).

Os equipamentos devem ser inteiramente limpos com gua, aps o uso.

Os equipamentos devem ser testados periodicamente. O LGE deve ser armazenado


em recipientes hermeticamente fechados, em ambientes que no excedam a temperatura
de 45C e no recebam raios solares diretamente.
Os recipientes de LGE protenicos, quando armazenados, devem ser inspecionados
visualmente a cada 6 meses, e, a cada inspeo, invertidos, a fim de evitar sedimentao.

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8. FASES DO SOCORRO
O atendimento a uma ocorrncia de incndio urbano denominado de socorro. Da o
prefixo rdio das viaturas de combate a incndio ser, em muitos locais, socorro. As
viaturas so designadas de Primeiro Socorro, Segundo Socorro e assim por diante.
Para um melhor estudo do atendimento s ocorrncias de incndio, dividiram-se os
procedimentos em fases, denominadas: fases do socorro.
O ciclo de uma ocorrncia de incndio inicia-se antes do atendimento, portanto, antes das
fases do socorro.
O ciclo de uma ocorrncia de incndio o seguinte:

Ecloso do incndio
Deteco do incndio
Acionamento do Corpo de Bombeiros
Atendimento
Pedido de percia
Trabalhos periciais

Dentro desse ciclo, o que nos interessa o atendimento, cujas fases so o objeto do
presente captulo. Tais fases so:

Aviso
Composio do trem de socorro (Partida)
Deslocamento
Reconhecimento
Estabelecimento
Combate
Salvamento
Rescaldo
Relatrio

AVISO
Aviso constitui a recepo do pedido de atendimento por parte do Centro de Operaes
ou do Quartel de onde partir o Socorro.
O aviso da ocorrncia pode acontecer via rdio, quando passado pelo Centro de
Operaes a uma Unidade BM; via telefone, passado pelo solicitante, que pode ser outra
Corporao como a PM, por exemplo, que, por estar na rua, pode tomar conhecimento do
sinistro antes dos bombeiros; ou via pessoal, quando algum se desloca at o quartel e
avisa verbalmente do sinistro.
Esta fase to importante quanto qualquer outra. Nela o Operador de comunicaes em
contato com o solicitante deve levantar o maior nmero de informaes possveis sobre a
ocorrncia.
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Em um primeiro momento, o operador de comunicaes dever coletar as informaes


essenciais para a composio do trem de socorro e para o deslocamento.
Para a composio do trem de socorro necessrio que se saiba a natureza da
ocorrncia para que se possa equipar a viatura com o material necessrio ao atendimento
caso o equipamento bsico da viatura no seja suficiente.
Para que o deslocamento seja iniciado necessrio o endereo em linhas gerais
(municpio e bairro principalmente).
Outras informaes devem ser coletadas durante o deslocamento do trem de socorro
para que a guarnio possa preparar-se mentalmente para a ocorrncia e possa ir
traando um plano e tomando providncias.
Quanto mais informaes sobre a ocorrncia melhor, mas eis alguns exemplos de
elemento de informao de grande valia para o atendimento:
Local exato do sinistro;
Pontos de referncia e melhores vias de acesso;
Quantidade de pavimentos da edificao sinistrada;
Pavimento(s) onde h foco(s);
Existncia de vtimas e quantidade;
Se as vtimas esto dentro do incndio;
Se h pessoas no local ou est desabitado;
Existncia de SHP e se est funcionando;
Hidrantes prximos;
Tempo decorrido at o aviso;
Existncia e cor da fumaa;
Existncia e intensidade das chamas;
Quantidade de cmodos tomados pelo fogo;
Se h brigada de incndio ou responsvel pela edificao no local;
Se h viaturas deslocadas em reforo ou se h viaturas que podem ser deslocadas
em reforo;
- Etc.
-

Dependendo da situao e mediante determinao do responsvel pela operao o


Operador de comunicao pode ainda nesta fase tomar outras providncias tais como:
Acionar reforo de outra unidade;
Acionar prefeituras para auxlio com carros-pipa;
Acionar a concessionria de energia para desligamento de rede eltrica;
Acionar a Polcia Militar para isolamento da rea e controle do trnsito;
No caso de locais difceis de serem encontrados, solicitar a populares que se
posicionem em locais estratgicos e guiem as viaturas ao local do sinistro;
- Etc.

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COMPOSIO DO TREM DE SOCORRO (partida)


Essa fase consiste tanto em compor o trem de socorro, ou seja, escolher quais viaturas
deslocar-se-o para o atendimento ocorrncia bem como em providenciar os
equipamentos necessrios e que no constem na carga bsica da(s) viatura(s).
Conforme o caso, as seguintes viaturas podem compor o trem de socorro:
Necessariamente, um Auto Bomba Tanque (ABT);
Viatura do Chefe de Operaes, caso decida comandar a ocorrncia no local;
Resgate, para o atendimento a vtimas do incndio;
Auto Busca e Salvamento (ABS) para operaes de arrombamento e
salvamento que possam fazer-se necessrias;
- Auto Escada (AE) e/ou Auto Plataforma Hidrulica (APH), para armao de
torre dgua e para operaes de salvamento no caso de incndios
verticalizados;
- Outras viaturas para transporte de material e pessoal em apoio.

Os equipamentos que no constem na carga bsica da viatura sero providenciados de


acordo com a demanda determinada pela natureza da ocorrncia, por isso importante
que o operador de comunicaes na fase de aviso consiga delinear as peculiaridades da
ocorrncia antes de repassar o atendimento guarnio.

DESLOCAMENTO
Consiste no deslocamento do trem de socorro at o local da ocorrncia. Este
deslocamento deve ser feito atentando para a segurana dos bombeiros e das viaturas.
Os sinais luminosos e sonoros devem estar acionados e o cuidado deve ser extremo nos
cruzamentos e curvas.
Convm lembrar que o Corpo de Bombeiros trabalha sobre rodas e de nada adianta
possuir as mais avanadas viaturas e equipamentos se estes no chegarem ao local do
sinistro. Um acidente pode transformar os bombeiros em vtimas e demandarem uma
operao para seu atendimento alm de retardar ou impossibilitar o atendimento
ocorrncia para a qual se deslocavam.
O deslocamento deve ser feito preferencialmente em comboio e deve seguir a velocidade
compatvel com a via na qual se desloca.
O deslocamento deve ocorrer priorizando a segurana, pois, por melhores que sejam os
equipamentos, de nada valem caso um acidente impea a viatura de chegar ocorrncia.
Por isso, deve-se tomar todo o cuidado no deslocamento para que se consiga chegar
ocorrncia. So cuidados bsicos o acionamento dos sinais luminosos e sonoros.
Esta etapa remete importncia que deve ser dada aos Condutores e Operadores de
Viaturas (COVs). Os COVs devem ser bem selecionados e treinados.
Cumpre lembrar nesta fase tambm da importncia que deve ser dada manuteno das
viaturas, pois, j foi dito que o bombeiro trabalha sobre rodas. Caso as viaturas no
funcionem no h como chegar ocorrncia de maneira adequada.
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RECONHECIMENTO
Chegando ao local do sinistro a primeira providncia a ser tomada por parte do
responsvel pela operao o reconhecimento. Ao aproximar-se do local sinistrado o
responsvel j deve estudar rapidamente um local seguro para o estabelecimento das
viaturas. Este local deve estar isento de riscos tais como desmoronamento, propagao
do incndio, acidentes automobilsticos e outros.
Depois de estabelecida a Vtr, antes do incio das operaes de combate, recomenda-se
que se confirmem as informaes levantadas e repassadas pelo operador de
comunicaes ou que se levante estas informaes na impossibilidade de haverem sido
levantadas anteriormente. O Responsvel pela operao deve, se for o caso, adentrar
edificao sinistrada acompanhado de mais um ou dois auxiliares, equipados com
aparelhos de respirao autnoma e cabo guia. No interior da edificao devem:
Localizar os focos;
Levantar risco de propagao;
Material combustvel que est incendiando;
Material combustvel que pode ser atingido;
Reconhecer vias de acesso ao foco e fuga;
Levantar cmodos sinistrados;
Determinar riscos operao;
Providenciar desligamento da rede eltrica caso ainda no haja sido feito;
Determinar a armao inicial das linhas de combate definindo estratgias de
combate;
- Verificar riscos na estrutura fsica da edificao;
- Outros conforme a situao peculiar.
-

H uma observao a ser feita a respeito dessa fase. Se se considerar que


reconhecimento trata-se da coleta de informaes para o combate, ver-se- que, na
verdade, essa fase se inicia no aviso com o operador de comunicaes e durar enquanto
durar os trabalhos de atendimento, seja, at durante o rescaldo.
O POP do CBMES para o reconhecimento prev o seguinte:
1. Ainda em deslocamento em contato com a central de operaes:
- Verificar dimenses do incndio, solicitando o reforo se j julgar necessrio;
- Verificar quantidade de pavimentos na edificao e quais pavimentos esto
sinistrados;
- Confirmar endereo e colher pontos de referncia;
- Solicitar posicionamento de solicitante em via de maior movimento para indicar
localizao;
- Informar-se sobre localizao de hidrante prximo;
- Informar-se sobre SHP na edificao ou prximo;
- Informar-se se h brigada de incndio na edificao;
- Informar-se se o responsvel pela edificao est no local, se no estiver, solicitar
que se tente contat-lo;
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- Informar-se se h suspeita ou confirmao da presena de vtima;


- Informar-se se h vtimas ainda presas na edificao;
- Solicitar apoio de outros rgos (PM, trnsito, carros-pipa) SFC;
2. Aproximando-se do local, iniciar Rec visual dimensionando a cena, solicitando reforo,
se julgar necessrio, e escolhendo local para posicionamento da Vtr considerando:
- Segurana do local, mesmo em prejuzo dos demais itens;
- Proximidade do sinistro;
- Proximidade de pontos de abastecimento;
- Espao para manobras da Vtr e do possvel reforo;
3. No local:
- Colher informaes junto aos populares, solicitante e/ou responsvel pela
edificao;
- Confirmar existncia, quantidade, provvel localizao e situao das vtimas;
- Certificar-se do desligamento da energia eltrica;
- Conhecer a dimenso do local atingido pelas chamas;
- Observar as vias de acesso , de escape e de ventilao;
- Avaliar os riscos de propagao na edificao

sinistrada e para as edificaes

vizinhas;
- Avaliar risco de ocorrncia de fenmenos de pseudo-exploso ambiental;
- Avaliar as condies do fogo e da fumaa, verificando a direo do vento.
- Avaliar o risco de exploso ou colapso da estrutura.
- Conhecer as possveis fontes de abastecimento.
- Avaliar outros riscos possveis.
- Solicitar apoio (pessoal, material e viaturas), se necessrio.
3. No local, em edificaes de pequeno porte (sem SHP):
- Realizar o fechamento do registro do GLP e retirada de botijes preservados.
4. No local, em edificaes de maior porte (que requerem SHP):
- Verificar a existncia de vtimas na fachada externa e no terrao.
- Fazer com que os elevadores desam ao trreo e a permaneam.
- Certificar-se do desligamento do sistema central de ar condicionado, caso exista.
- Realizar o fechamento do registro da central de GLP e a retirada de botijes, caso
existam.
- Promover a evacuao.
- Solicitar apoio (pessoal, material e viaturas), se necessrio.
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Deve-se observar o seguinte quanto ao reconhecimento:


 A operao de reconhecimento inicia-se ainda no deslocamento.
 Toda a guarnio deve atentar para o reconhecimento fazendo fluir para o Ch as
informaes.
 Reconhecimento um processo dinmico. Deve ser constantemente refeito at o
fim da ocorrncia.

ESTABELECIMENTO
Essa fase consiste no posicionamento ttico dos meios materiais para o combate a
incndio. Compreende desde o posicionamento da(s) viatura(s) at montagem do
estabelecimento de mangueiras.
O posicionamento das viaturas deve ser feito em local adequado, livre de riscos, que
impea o mnimo possvel o trnsito de veculos nas vias pblicas e que facilite as
manobras de combate e de abastecimento.
A fase de estabelecimento ocorre em duas etapas: uma inicial, aps um reconhecimento
prvio e outra aps o reconhecimento completo e definio do local para o
estabelecimento e da disposio das viaturas. Nesta disposio as viaturas de Resgate
devem ter sada facilitada e deve haver possibilidade de estabelecimento de viaturas de
apoio como carros-pipa, AE, e APH.
No estabelecimento devemos observar, dentre outros aspectos, o seguinte:
- Clculo para o nmero de mangueiras, tanto na ligao como nas linhas;
- Cuidado com as linhas quanto se tratar do plano vertical; amarrar as
mangueiras pelas juntas;
- Observar possibilidade e espao suficiente para qualquer manobra com as
viaturas;
- Observar se h possibilidade de um desabamento sobre as viaturas
estabelecidas ;
- Determinar que seja feito um isolamento da rea para que facilite o trabalho dos
Bombeiros;
- Estabelecer as viaturas em local seguro para evitar a propagao do incndio
para as mesmas;
- Verificar se o terreno suporta o peso das viaturas ou se a inclinao muito
acentuada.
A montagem do material hidrulico ser vista detalhadamente mais adiante.

COMBATE
Esta fase compreende o combate a incndio propriamente dito que composto por:





Isolamento;
Confinamento;
Ataque ou extino e
Rescaldo.
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Veja-se que combate diferente de extino sendo mais amplo que esta, haja vista que
combater o incndio envolve muito mais do que apenas extinguir as chamas.
Veremos cada uma das aes de combate detalhadamente adiante, mas, para clarear a
lio ora tratada, apresentam-se a seguir breves definies de cada uma das aes que
podem compor a fase conhecida como combate.
Isolamento consiste nos esforos efetuados com o intuito de impedir que o incndio
propague-se para sistemas vizinhos. O objetivo no apagar as chamas, mas limitar sua
progresso salvaguardando sistemas inatingidos. Por exemplo, so os esforos para
impedir que o fogo se espalhe para uma casa vizinha sinistrada, para impedir que o
fogo passe de um carro para outro, de um tanque de material para outro, etc.
Confinamento so os esforos despendidos para evitar que o fogo espalhe-se dentro
de um mesmo sistema. Em um incndio em edificao, o confinamento visa impedir que o
fogo se espalhe atingindo mais cmodos. No so aes que visam extinguir as chamas.
Extino so as aes que visam apagar as chamas. As aes de extino empregam
recursos objetivando a extino do fogo.
O rescaldo ser tratado mais adiante, j que tratado como uma fase prpria nas
operaes de socorro, apesar de constituir-se como parte do combate.
H ainda as tcnicas de ventilao, mas estas podem ser entendidas como tcnicas com
o objetivo de realizar uma das operaes acima exceo do rescaldo.
Os trabalhos de rescaldo impedem a reignio e eliminam focos menores, ou seja, o
rescaldo parte da fase de combate, mas acontece aps o trabalho de extino mais
pesado, por isso ele foi colocado como fase do socorro aps o salvamento.
As tcnicas de combate sero tratadas em captulo parte pelo seu extenso contedo.

SALVAMENTO
Consiste no desenvolvimento dos trabalhos de busca das vtimas, bem como a retirada
dessas vtimas do incndio.
Almeja-se que as aes de salvamento ocorram concomitantemente com a etapa de
combate. Taticamente convm que sejam equipes separadas para cada uma das
misses: salvamento e combate. No entanto as duas equipes devem trabalhar em total
coordenao, pois as equipes de salvamento constantemente demandaro proteo de
linhas de combate. Devem ser duas equipes separadas para que cada uma possa envidar
todos os esforos em sua misso especfica contribuindo assim para o sucesso da
operao como um todo.
O salvamento de vidas sempre o objetivo maior em um atendimento uma operao de
combate a incndio, porm, a depender das condies ele nem sempre ser o primeiro
objetivo ttico.
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Pode ocorrer que seja necessrio primeiro extinguir parte do incndio para que se tenha
acesso s vtimas, como pode ocorrer que, por haver um efetivo reduzido na guarnio,
primeiro se busque a localizao e retirada das vtimas para depois enfatizar-se o
combate.
Cabe ao responsvel pela operao decidir o que ocorrer primeiro ou se
simultaneamente. Cabe ainda coordenar os esforos das equipes (se houver mais de
uma) e zelar pela harmonia dos trabalhos.

RESCALDO
Extinto o incndio o Cmt do socorro dever proceder a uma rigorosa inspeo em todas
as dependncias do prdio sinistrado, estendendo tal vistoria aos prdios vizinhos, a fim
de verificar se h possibilidade de uma nova irrupo do fogo.
Uma inspeo mal feita e incompleta poder dar motivo para uma nova chamada ao
mesmo local.
Depois de feita a inspeo, sendo constatado que no h mais fogo e que o mesmo
manda que o socorro se desarme.
Nesta fase que se determina se h necessidade ou no do rescaldo.
Ainda nesta fase o Cmt do socorro dependendo do desgaste da equipe durante os
trabalhos, determina a substituio de sua equipe por outra descansada para realizao
do rescaldo.
Chama-se de rescaldo s iniciativas tomadas na fase final dos incndios, visando evitar a
reignio, garantindo extino plena e o estado de segurana local.
So operaes demoradas e cansativas, exigindo remoo e ao resfriadora nos
escombros e braseiros.
Os procedimentos de rescaldo tm por objetivo confirmar a extino completa do incndio
e deixar o local sinistrado nas melhores condies possveis de segurana e
habitabilidade, sem destruir evidncias de incndio.
Como toda operao de bombeiro, o rescaldo deve ser precedido de um planejamento
adequado situao.

REGRESSO
No encerramento dos trabalhos, o Cmt do socorro determina que os chefes de
Guarnies se renam, determinando que seja recolhido todo o material utilizado e
conferncia dos mesmos e das guarnies, logo aps estas recomendaes, determina o
retorno ao Quartel de origem.

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Convm que antes do deslocamento em retorno, as viaturas que dispem de tanque de


gua sejam abastecidas, pois, em caso de novo acionamento, j esto em condies para
o combate.
No regresso as viaturas devem seguir a corrente normal do trnsito, obedecendo as
normas de trnsito e viajando em comboio.
Ao chegar ao quartel de origem, as guarnies devem reunir-se e conversarem sobre a
atuao na ocorrncia fazendo uma crtica das aes apontando erros e acertos, o que
funcionou e o que no funcionou.
Esta reunio de anlise posterior (o que os americanos chamam de debriefing) de suma
importncia para o desenvolvimento tcnico da equipe e da doutrina de uma corporao,
pois nela se descobre o que est adequado e o que deve ser mudado.
de salutar importncia que nessa reunio a postura dos integrantes da guarnio seja o
mais madura possvel e que se tenha em mente que o objetivo no criticar
negativamente os colegas de servio, mas a atuao da guarnio.
Se um bombeiro cometeu uma falha, ela deve ser apontada, mas o colega que apontar a
falha deve ter em mente que poderia ter sido ele a falhar caso estivesse executando o
mesmo servio e deve ter em mente que, no prximo servio, talvez seja ele a falhar.
Com isso em mente a falha apontada de forma construtiva, para que seja corrigida,
afinal, esse o objetivo da crtica e no o que falhou ser humilhado pelo erro cometido. A
humilhao do que errou no contribui para a melhora.
Caso se verifique nessa reunio que um procedimento padro no atendeu, suas falhas
devem ser comunicadas para que a doutrina seja revista.
No regresso tambm, o Chefe de Guarnio ordena que seja feita toda a conferncia do
material (estado fsico de cada um), caso seja necessrio, efetuar substituio. Os
motoristas ficam responsveis pelo abastecimento tanto de gua como de combustvel de
suas viaturas.

RELATRIO
O objetivo principal do Corpo de Bombeiros evitar incndios. Para isso, necessrio
que os bombeiros tenham instruo adequada e a comunidade esteja educada sobre o
assunto. Estas duas etapas s podero ser alcanadas atravs de estatsticas confiveis
que indiquem causas provveis de incndio. Estas estatsticas so produzidas atravs
dos relatrios, que so a nica fonte de informao sobre ocorrncias de incndio. Os
relatrios so a retroalimentao do ciclo operacional dos servios de bombeiros suprindo
o sistema de informaes preciosas acerca de preveno e combate.
O relatrio o fundamento da evoluo dos servios de bombeiros, pois registra uma
experincia que permite avaliaes e correes. tambm a base para certides que
tramitaro no Poder Judicirio, nas companhias seguradoras, nos cartrios, etc. Portanto,
o relatrio deve ser o mais completo possvel, observando-se o seguinte:
- Redao: correo no escrever;
- No inserir no relatrio opinies particulares, mas somente o que for visto;
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- Especificar os danos materiais;


- Usar termos tcnicos;
- Ser claro, preciso e conciso (quem confecciona o histrico no poeta ou
escritor);
- No culpar ningum;
- Procurar causa provvel na codificao do manual de preenchimento, evitando,
quando possvel, o uso do cdigo para a causa provvel desconhecida;
- Elaborar croquis, ilustrando o local e o que foi utilizado (material humano e
maquinrio);
- Constar entradas foradas, especificando se foram realizadas por bombeiros ou
no;
- Constar situao do incndio na chegada dos bombeiros;
- Relatar como foram os trabalhos de extino e rescaldo, constando, inclusive, o
que foi mexido pelos bombeiros na extino ou no.

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100

ESQUEMA DIDTICO
Como foi visto, as fases do socorro no acontecem linearmente, pois o reconhecimento
se estende desde o aviso at o rescaldo, o salvamento e combate acontecem em ordem
no determinada ou simultaneamente e o rescaldo, na verdade parte dos esforos de
combate uma vez que objetiva a extino do incndio.
Isto posto, elaboramos o esquema didtico abaixo conforme essas consideraes. De
acordo com o estudado, as fases do socorro ficariam assim:
Aviso
Composio do trem de
socorro (Partida)
Deslocamento

Estabelecimento
Combate*

Salvamento
Rescaldo*
Regresso
Relatrio

Reconhecimento

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9. TCNICAS DE COMBATE A INCNDIO


COMBATE OFENSIVO E DEFENSIVO
Antes de falarmos sobre as tcnicas de combate propriamente ditas, necessrio que
falemos dos modos de ataque ou tticas.
As operaes de combate a incndio estrutural (os que ocorrem em edificaes) podem
ser conduzidas por duas linhas diferentes de ao: ofensiva e defensiva.
As operaes ofensivas consistem na penetrao na edificao e combate ao incndio no
interior da edificao. As operaes defensivas consistem no combate externo, feito do
lado de fora da edificao, concentrando esforos tambm no isolamento do incndio.
Os dois modos de atuao requerem o emprego de tcnicas diferentes para o combate e
extino das chamas, as quais veremos adiante. Agora, o que define se o combate se
dar no modo ofensivo ou defensivo?
Muito embora no caiba aos soldados definirem a ttica, bom que tenham uma noo
para poderem auxiliar no planejamento e entenderem seu papel em uma operao de
combate.
De modo geral, algumas coisas remetem o combate a incndio estrutural ao modo
defensivo:

Edificao completamente tomada pelas chamas;

Risco de colapso da estrutura.

Mesmo os riscos de fenmenos de comportamento extremo do fogo no impedem a


operao ofensiva. Pode ser que se atue defensivamente at que os riscos de fenmenos
de ignio rpida dos gases sejam contornados e, ento, a operao passa a ser
ofensiva.
Todos em uma operao devem saber o modo de atuao, pois, como uma edificao
tem geralmente no mnimo 4 lados, no possvel que o responsvel vigie todas as
frentes de combate. E isso quer dizer que uma linha pode no saber o que a outra est
fazendo e isso pode ser um problema caso no se saiba do modo de atuao.
Digamos que uma linha inicie um combate defensivo de um lado enquanto outra linha em
um lado adjacente resolva penetrar na edificao. A atuao da primeira linha pode gerar
um fenmeno de comportamento extremo do fogo que nem sequer ser anunciado se no
se souber que algum adentrou mudando a operao para defensiva. Por isso todos
devem saber o modo de atuao e a deciso sobre qual ser adotado cabe ao
responsvel pela operao, ou chefe de guarnio mais antigo ou o chefe de operaes.
Os bombeiros devem estar aptos a executar com rapidez e eficincia as evolues
determinadas pelo comandante da guarnio. Este nvel de profissionalizao
alcanado quando h empenho no treinamento por parte das guarnies que trabalham
juntas. A familiaridade com os equipamentos de combate a incndios e com as tcnicas
obtida atravs de instruo constante.
A guarnio deve trabalhar como uma equipe, onde cada bombeiro tem sua misso
definida conforme o protocolo de procedimentos para as situaes.
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102

Os brigadistas, por geralmente no disporem de EPI capaz de permiti-los realizar um


combate ofensivo, devem proceder apenas o combate no modo defensivo.
Feitas as consideraes que permitem entender o combate ofensivo e defensivo,
passemos s tcnicas de combate.

Tcnicas de combate a incndio so formas de utilizao dos meios disponveis para


combater incndios com maior segurana e com um mnimo de danos durante o combate.
Como j mencionado anteriormente, combater no sinnimo de apagar o fogo.
Combater combater. Importante frisar isso, por mais redundante que isso parea. Muitas
aes de combate no tem o objetivo de apagar o fogo, de extinguir as chamas. Muitas
vezes o combate requer aes que focam outros objetivos.
Em um combate a incndio h conjuntos de aes que no dizem respeito ao ataque ao
fogo em si, ou seja, no se tratam de extino, mas que compem as operaes que
visam o trmino do incndio. Por isso, chamamos tais aes de operaes de combate e
no de extino.
No combate a incndio, muitas vezes faz-se necessrio o emprego de tais aes antes,
durante ou aps os trabalhos de extino propriamente ditos.

9.1 ISOLAMENTO E CONFINAMENTO


Em um grande nmero de casos, ou a situao no permite ou a ttica no recomenda o
combate direto e imediato ao foco. Por vezes necessrio, antes disso, ou
concomitantemente, cercar o incndio e dom-lo antes de finalmente extingui-lo. O
isolamento e o confinamento constituem-se de aes nesse sentido.
O ISOLAMENTO abrange as aes de bombeiro que tem por objetivo impedir a
propagao de calor e fogo para outros locais na vizinhana de incndio. a tentativa de
impedir que o incndio alcance outro sistema16 alm do que j est sinistrado.
O prprio ataque ao incndio em princpio, procedido com rapidez, adequao e
suficincia de meios constitui uma iniciativa isoladora, uma vez que restringe a produo
e propagao de calor.
A deciso quanto ao emprego desta ao envolve a considerao de alguns fatores, uma
vez que o isolamento sempre desvia linhas de ataque ao fogo e consome agente extintor,
a saber:
 Teor de calor emanado no incndio (acima de 150 C considerado calor
excessivo)
 Proximidade do combustvel vizinho ao incndio;
 Natureza e volume do combustvel exposto ao calor propagado (alvenaria,
16

Por sistema, compreendemos estruturas que podem ser sinistradas como um edifcio, um reservatrio,
um galpo, uma planta industrial, um veculo, etc. So estruturas que podem ser individualmente
consideradas em si mesmas e que, quando sinistradas isoladamente j se pode considerar um incndio e
no um foco.
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vidraaria, etc);
 Esvoaamerto de fagulhas para o combustvel vizinho (considerar janelas
abertas e outras aberturas);
 Risco de desabamento ou queda de materiais incendiados;
 Impetuosidade e direcionamento da corrente de verto.

Toda iniciativa isoladora exige viso futura de:


1) Durao provvel da ao
2) Consumo aproximado de gua;
3) Nmero de linhas (ou guarnies) envolvidas;
4) Pessoal e material afastado do ataque efetivo s chamas.

O isolamento pode ser feito resfriando os sistemas com risco de serem atingidos por meio
da aplicao de gua. Tal medida visa diminuir o efeito da radiao de calor. Essa forma
muito usada em incndios em tanques de combustveis para resfriar o tanque vizinho.
Pode ainda ser feito com o uso de jatos neblinados ou neblina direcionados para o
sistema sinistrado, pois, assim, alm de bloquear a radiao pode o combate ser feito
simultaneamente.
H ainda a possibilidade de direcionamento da fumaa que escapa de um sistema pelo
uso de jato neblinado desviando-a. A fumaa, alm de conduzir calor, quando se
incendeia libera uma enorme quantidade de calor que se propaga por irradiao.
Outras medidas mais simples podem ser adotadas dependendo da forma como se verifica
que o incndio pode se propagar para o sistema vizinho. Por exemplo, pode ser uma
medida eficaz o mero fechamento das janelas para evitar a penetrao de fagulhas
trazidas pelo vento ou evitar a penetrao de fumaa superaquecida.
CONFINAMENTO o conjunto de aes que visam impedir a propagao de fogo e calor
a compartimentos ainda no atingidos pelo incndio, em uma edificao.
A tendncia dos gases aquecidos subir, o que torna urgente o confinamento em
incndios verticais tanto mais quanto mais baixo for o andar onde se localiza e sinistro.
Nos Incndios a propagao ocorre lateralmente, de cima para baixo e de baixo para
cima, merecendo ao preventiva dos bombeiros os seguintes meios:
1) Aberturas que possam ser alcanadas por chamas ou ar quente;
2) Exploses:
3) queima de paredes e portas internas;
4) Chamas e fagulhas vindas de janelas ou outras aberturas
5) Conduo de calor atravs de dutos metlicos, etc, de cmodo para cmodo.
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104

6) Queda de tetos ou pisos;


7) Circulao interna de massas gasosas extremamente aquecidas.

Os Sistemas de ventilao forada (ar condicionado) devem Ter seu funcionamento


suspenso, pois poderiam contribuir para a extenso do incndio conduzindo fumaa e
calor para locais no atingidos pelas chamas.
As aes de confinamento devem ser somadas aos dispositivos de proteo permanente
da edificao, quais sejam. Paredes resistentes ao fogo, portas corta-fogo, sistemas
automticos de sprinklers, etc. tambm deve ser preocupao ttica fornecer a estas
estruturas proteo permanente, visando garantir pleno funcionamento continuado.
O ataque indireto (visto adiante) constitui um mtodo adequado de retirada de calor
excessivo de ambientes confinados. Isso pode ser feito, muitas vezes, no com o intuito
de apagar o fogo, mas de impedir que ele se espalhe.
A descolorao da pintura e desprendimento do reboco acusam a propagao de calor
naqueles espaos. Pelo tato podemos detectar tambm tal propagao em paredes e
forros, devendo ser abertos tais espaos e submetidos ao extintora ou resfriadora.

9.2 TCNICAS DE EXTINO


Vistas outras tcnicas de combate, passaremos a seguir a apresentar as tcnicas de
extino, as que visam apagar as chamas.
Para organizar o estudo, dividiremos as tcnicas de acordo com a classe dominante do
incndio que se est combatendo. Isso no significa que as tcnicas no se entrelaam.
9.2.1 INCNDIOS CLASSE A - (incndios estruturais)
Em geral, os incndios estruturais (os que envolvem edificaes) so basicamente, ou
predominantemente, da Classe A. Para combat-los, temos as tcnicas a seguir
apresentadas, sem excluir outras existentes.

ATAQUE DIRETO
Consiste no emprego de um jato slido ou compacto dirigido base do fogo sobre a fase
slida do combustvel visando resfri-lo abaixo do ponto de combusto.
Devido ao alcance do jato, pode ser usado tanto de fora do c6omodo sinistrado como de
fora da edificao (modo defensivo).
Em um combate em modo defensivo, a presso nominal e a vazo regulada no esguicho
podem ser reduzidas para a economia de gua. Ambas devem ser aumentadas se se
verificar que os jatos no esto absorvendo mais calor do que o fogo produz.
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Se for usado em combate ofensivo, deve-se cuidar para no empregar gua em demasia
para no causar danos pelo excesso de gua e, tambm, para no gerar excesso de
vapor de gua.
ATAQUE DIRETO MODIFICADO
O ataque direto modificado consiste no ataque fase slida do combustvel quando este
se encontra escudado por algum obstculo. O jato direcionado ao teto para ser defletido
e cair sobre o foco atingindo-o.
Apesar de no ser dirigido diretamente ao foco, ele considerado uma forma de ataque
direto, pois com ele se pretende combater as chamas em si, o foco queimando sobre a
fase slida dos combustveis.

ATAQUE INDIRETO
Tambm se usa o jato slido ou compacto, entretanto, o objetivo no extinguir o fogo
combatendo diretamente a fase slida. No ataque indireto, o objetivo produzir uma
grande quantidade de vapor de gua para resfriar a capa trmica (gases combustveis
provenientes da combusto e da termlise) e o cmodo e, indiretamente, apagar o fogo.
O alvo no ataque indireto so as paredes e o teto superaquecidos para que, na
fragmentao do jato pelo impacto, a gua absorva o calor dessas superfcies e
transforme-se em vapor resfriando o ambiente.
No se pode jogar gua em demasia para no resfriar demais as superfcies. Isso impede
a formao de vapor. Tambm preciso cuidar para no se produzir vapor em excesso.
ATAQUE COMBINADO
Consiste no emprego alternado das tcnicas de ataque indireto e direto. Com movimentos
circulares (para que o jato atinja paredes e teto) busca-se a gerao de vapor para resfriar
os gases aquecidos e, alternadamente, lanam-se jatos fase slida do combustvel
prxima ao solo.

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106

SATURAO COM NEBLINA


Quando um ambiente est na fase de decaimento pela baixa concentrao de oxignio,
ou seja, em queima lenta e sob o risco de ocorrncia de um backdraft diante da abertura
de acessos pelos bombeiros, recomenda-se a saturao do cmodo com neblina.
O tcnica consiste na injeo de gua em pulsos de 2-3 segundos de jato neblina por
uma pequena abertura na parte superior da parede ou teto, com intervalos de 12-15
segundos para permitir a troca de calor entre neblina e gases aquecidos no ambiente.
A neblina age resfriando e diluindo a fumaa, diminuindo sua combustibilidade e o risco
de um backdraft, e tambm atrapalha a concentrao com o oxignio.
A grande gerao de vapor, como dito, pode ser um problema. Pode decretar a morte de
vtimas no interior do cmodo. Por isso, essa tcnica s deve ser usada em cmodos em
que se verifique a queima lenta (fase de decaimento pela depleo de oxignio). Em
havendo vtimas nesse ambiente, certamente estaro mortas pela baixssima
concentrao de oxignio e pelo elevado calor previamente atingido.
A saturao com neblina mais eficiente quando associada a uma ventilao vertical (ver
captulo prprio).

3DWF TRIDIMENSIONAL WATER FOG (neblina tridimensional)


Estudos oriundos na Sucia em meados da dcada de 1980, originaram o uso de pulsos
de jato neblinado. Foi quando se demonstrou a combustibilidade da fumaa e os riscos
decorrentes de sua ignio, que se traduz em um comportamento extremo do fogo.
Pensando no combate volumtrico, (tridimensional) e no apenas na superfcie do slido
em queima, desenvolveram-se tcnicas de combate baseadas no lanamento de curtas
rajadas de jato neblinado.
Usa-se a regulagem de jato neblinado em um esguicho combinado e faz-se uma rpida
abertura e fechamento lanando um pulso de neblina que fica suspensa no ar por algum
tempo. Para que seja eficiente, calculou-se que uma linha de 38mm deve ser suprida com
7 a 9 Kgf/cm2 de presso residual, ou seja, a presso imprimida na bomba (nominal)
deve ser maior.
Como o jato neblinado, o alcance curto, assim, o que mais importa a fragmentao
da gua para aumentar seu poder de resfriamento e o tempo de suspenso no ar. Por
isso a presso deve ser elevada.
A fim de no gerar vapor em excesso, deve-se cuidar para no aplicar pulsos em excesso
e no varrer a aplicao de cada pulso. Se se pretende atingir uma rea maior, usa-se
mais pulsos (dois alvos, dois pulsos). Tambm limita-se a quantidade de gua disparada
trabalhando com uma vazo mnima no esguicho (30gpm ou cerca de 125lpm).
Usando-se a vazo mnima, a abertura e fechamento brusco no gera um golpe de arete
capaz de danificar a canalizao, haja vista que a massa de gua deslocada a cada pulso
muito pequena.
Conforme a mudana no padro do jato e no tempo de abertura, a 3DWF apresenta suas
prprias variaes.
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Pulso Neblinado Curto


O pulso curto consiste na abertura total do fluxo de gua com o imediato fechamento
(pulso de cerca de 0.2s) de um jato neblinado amplo.
O neblinado amplo tem o alcance muito reduzido, mas tem uma maior capacidade de
resfriamento e gera vapor com grande velocidade quando atinge a capa trmica.
O pulso neblinado curto pode ser empregado tanto ofensiva como defensivamente17
OFENSIVO tem por objetivo extinguir chamas volumtricas (chamas na fase gasosa do
combustvel, na fumaa, na capa trmica) e resfriar a prpria capa trmica evitando a
ocorrncia de um flashover.
V-se assim que a tcnica recomendada para combate no modo ofensivo com o
incndio na fase de desenvolvimento (pr-flashover).
Devido ao curto alcance do neblinado amplo, a tcnica recomendada para ambientes
pequenos, como quartos de uma residncia de classe mdia, ou no deslocamento da
entrada at o cmodo sinistrado quando o teto for baixo (p direito normal de 2,5 a 3m).
DEFENSIVO a tcnica pode ser usada preventivamente (defensivamente) para resfriar
gases superaquecidos na capa trmica, antes que venham a queimar.
Tanto ofensivo como defensivo, o pulso neblinado curto, se aplicado corretamente,
provoca a contrao da fumaa. Com a perda de calor da fumaa para aquecer a gua
lanada, ocorre o inverso da dilatao e a fumaa contrai-se.

Pulso Neblinado Mdio


Quando o cmodo tem dimenses maiores (salo ou pequeno depsito) ou quando o teto
muito alto, o pulso curto de neblinado amplo no atingir a regio mais aquecida da
capa trmica. Emprega-se ento um pulso mdio (de 1 a 2s) de um jato neblinado
estreito, que tem maior alcance. Vazo e presso permanecem.
Essa tcnica tambm pode ser usada tanto ofensiva quanto defensivamente18 da mesma
forma que o pulso neblinado curto, porm , para cmodos com mdias dimenses ou com
teto alto.
Pode ser usado em cmodos menores quando, aps usar o pulso neblinado curto,
verifica-se a ineficincia deste face quantidade de calor produzido.

JATO MOLE Resfriamento preventivo de superfcies


Enquanto progredindo no interior da edificao, os bombeiros podem se deparar com
materiais liberando v apores combustveis (fumaa clara e branca) em razo da termlise.

17
18

No confundir com modo ofensivo e defensivo de combate.


No confundir com modo ofensivo e defensivo de combate.
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108

Para prevenir a ignio desses materiais, emprega-se a tcnica do resfriamento


preventivo.
A tcnica consiste em ajustar a regulagem de jato para compacto (estando a presso em
7-9Kgf/cm2 e a vazo ajustada em 30gpm) e efetuar a abertura parcial do esguicho
permitindo apenas o escape de gua sem velocidade pelo bocal (da o nome de jato
mole) deixando a gua escorrer gentilmente dobre a superfcie do material que estava
pirolizando.

PENCILING
O penciling19 assemelha-se ao jato mole, entretanto, consiste em pulsos coma abertura
um pouco maior do fluxo de gua permitindo lanar pores de gua sobre a fase slida
em queima.
Estando dentro da edificao e no tendo a necessidade de disparar um ataque direto ao
foco pelas suas dimenses e para evitar o dano ocasionado pelo jato, usa-se o penciling
que pode ser casado com pulsos neblinados para resfriar a capa trmica no que se
chama de abordagem pulse-penciling.

ZOTI PULSO LONGO DE ALTA VAZO


Atuando externamente edificao ou mesmo dentro da edificao, mas se deparando
com um cmodo em fase de desenvolvimento completo, verifica-se que para debelar as
chamas necessrio absorver uma enorme quantidade de calor. Para isso emprega-se a
tcnica do pulso longo de alta vazo ou ZOTI.
Com a presso entre 7-9Kgf/cm2, ajusta-se a vazo para 125gpm (470lpm)20 e o jato para
neblinado estreito. Mirando o ponto mais distante do cmodo, abre-se o fluxo de gua
pintando, entre a linha do teto e do piso, uma das letras Z,O,T ou I conforme as
dimenses do cmodo.
- Para cmodos com 30m2 Z
- Para cmodos com 20m2 O
- Para cmodos com 10m2 T
- Para corredores I

19

Usamos o nome em ingls pela falta de um em termo em portugus que exprimisse a idia em uma ou
duas ou trs palavras
20
Por isso importante que a vazo da viatura seja de, pelo menos, 500lpm para uma linha de ataque.
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www.flashover.fr
As letras so um meio prtico de determinar o tempo de abertura do esguicho para, na
regulagem indicada, lanar gua em quantidade suficiente para absorver o calor gerado
no cmodo.
Aps uns 30 segundos, repete-se o procedimento at que sejam debeladas as chamas.
Devido alta vazo, no emprego dessa tcnica deve-se cuidar para fechar lentamente o
fluxo de gua a fim de evitar a ruptura de mangueiras pelo golpe de arete.
Caso o ambiente sinistrado seja muito grande, mais linhas podem efetuar o procedimento
combinadamente ou ele pode ser usado em sesses do ambiente.
Importantssimo atentar para o posicionamento da linha em relao ao incndio para que
a tcnica no sopre o fogo para cmodos e combustveis ainda no afetados. O
posicionamento correto no combate entre a parte no queimada e o fogo, atacando-o de
forma a empurr-lo para fora.
ABORDAGEM DE AMBIENTE E PASSAGEM DE PORTA
Entendemos abordagem como as aes de aproximao, abertura de acesso(s) e
penetrao em um ambiente sinistrado.
Ao se chegar a uma porta fechada dentro de uma edificao sinistrada, os bombeiros na
linha de ataque devem proceder com cautela, haja vista que toda ventilao provoca
acelerao da queima e aumento da taxa de liberao de calor alm de poder acarretar
em fenmenos de comportamento extremo do fogo.
Diante disso, os bombeiros devem proceder uma verificao perimetral da porta
procurando por sinais que indiquem a condio do interior do cmodo. necessrio que
se verifique em qual fase de desenvolvimento o fogo est, em qual regime de queima o
foco est (se limitado pelo combustvel o pela ventilao). A temperatura da porta deve
ser checada procura de indcios que demonstrem a presena e altura da capa trmica.
A colorao, densidade, opacidade e velocidade da fumaa devem ser checadas.
Sempre que os bombeiros se depararem com uma porta pirolizando pelo lado externo,
devem resfri-la com jato mole a fim de preserv-la. A perda da porta significa perda do
controle sobre a ventilao do foco que est por trs dela.

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110

Para a confirmao das suspeitas necessrio efetuar a abertura de uma porta para
confirmao visual da condio no interior do cmodo. Para isso, procede-se da seguinte
forma:
1. O jato deve ser regulado para neblinado estreito, para que passe na pequena
abertura da porta;
2. O operador do esguicho lana dois pulsos neblinados curtos sobre a porta visando
deixar em suspenso uma neblina de gua na regio superior prxima porta.
Ao se proceder a abertura, os gases aquecidos que escapem tenham menos
chance de se inflamarem, j que se misturaro neblina e perdero calor ao
mesmo tempo em que a neblina transforma-se em vapor diluindo os gases;
3. O auxiliar da linha, posicionado para a abertura da porta de modo protegido, abre
a porta deixando mostra uma pequena fresta;
4. Pela fresta o operador do esguicho lana um pulso neblinado mdio na parte
superior da abertura enquanto visualiza as condies no interior
Conforme as condies confirmadas, a abordagem prossegue de modo diferente.

FOCOS EM FASE INICIAL


A fase inicial de queima de um foco no apresenta grande potencial de risco iminente e,
exatamente por isso, merece que sejam tecidas algumas consideraes.
Devido ao aspecto menos alarmante que um foco em fase inicial apresenta, o grande
risco para os bombeiros a negligncia com aspectos bsicos relativos segurana.
Apenas por que um foco no apresenta dimenses ou aspecto alarmantes, no significa
que no ambiente no haja calor ou concentrao de gases txicos suficientes a causar
leses.
Por isso, um ambiente em fase inicial deve ser abordado com toda a teno e cautela e
com os bombeiros adequadamente equipados.
Outro problema que pode ocorrer o super-dimensionamento do foco. Um pequeno foco
capaz de inundar um ambiente grande com fumaa e calor e, por isso, algumas vezes
bombeiros inexperientes ou afoitos podem afobar-se e exagerar no uso de gua no
combate por um dimensionamento equivocado das propores do foco. comum ocorrer
prejuzos materiais significantes pelo uso indevido e excessivo de gua no combate.
Lembrando que a gua que escorre ou se acumula no cho no absorveu calor suficiente
para evaporar, ou seja, no foi aproveitada naquilo que tem de melhor: sua capacidade de
resfriamento.
O combate ao foco em si deve ser feito de modo a tentar preservar o material que ainda
no queimou. Sugere-se pulsos neblinados para resfriar a fumaa, se for o caso, e
penciling para extinguir o foco.

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111 CURSO DE FORMAO DE BOMBEIRO PROFISSIONAL CIVIL MDULO PREVENO E COMBATE A INCNDIO

FOCOS EM DESENVOLVIMENTO
Como j vimos anteriormente, na fase de desenvolvimento, a concentrao de oxignio
no ambiente permite a ocorrncia de vivas chamas.
Em decorrncia disso, no h, normalmente, problemas na abertura de acessos. Como
essa a regra geral, ainda assim a abordagem deve ser cautelosa devido s excees.
Toda ventilao ir acelerar a queima e aumentar a taxa de liberao de calor.
Como se sabe, para que gases queimem, ou mesmo partculas lquidas e slidas em
suspenso, devem estar na concentrao adequada (entre os limites inferior e superior de
inflamabilidade) com o oxignio.
Como no temos meios prticos de saber a composio exata ou mesmo a concentrao
necessria para a queima dos gases no ambiente, a abertura de acesso deve ser feita
com cautela, devendo os bombeiros posicionarem-se fora da zona de abertura para que
uma possvel ignio dos gases no os afete.
Para abrir ou quebrar uma janela, o bombeiro deve posicionar-se abaixo do peitoril. Para
a abertura de uma porta, deve posicionar-se atrs da porta, caso abra em sua direo, ou
atrs da parede, caso abra para o interior do ambiente.
J estudamos que em um foco na fase de queima livre pode ocorrer o fenmeno
conhecido como flashover.
Reconhecendo a queima livre e verificando os sinais indicativos de flashover a
abordagem deve considerar esse risco.
Os sinais indicativos de flashover muito se confundem com os sinais que indicam a
prpria queima livre: barulho e luminosidade de chamas, fumaa aquecida e chamas
subindo pela coluna de fumaa acima do foco. Outros so mais especficos do fenmeno
citado:

Fumaa muito densa, muito opaca e muito escura;

Calor excessivo sendo irradiado da fumaa;

Chamas muito vivas e subindo pela coluna de fumaa que se ergue do foco;

Desprendimento de vapores dos materiais ainda no incendiados;

Fumaa mostrando alteraes de padro (revolues rpidas e abaixamento do


plano neutro);

Ocorrncia de fenmenos como flameover e rollover, este ltimo sendo um


clarssimo sinal da iminncia de um flashover;

Diante desses sinais, a porta deve ser aberta com cautela, como dito acima, e a
abordagem do ambiente deve ser enrgica. No deve o bombeiro penetrar no ambiente
enquanto o risco de exploso ambiental no tenha sido reduzido.
Em um ambiente assim o combate deve priorizar o ataque capa trmica, camada de
fumaa que se acumula a partir do teto. Voc talvez se pergunte a razo disso e talvez
esteja pensando que um ataque direto ao fogo eliminaria a fonte de calor que o
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112

causador do flashover. Ocorre que, a queima dos combustveis presentes na fumaa,


irradia muito, mas muito mais calor que a queima do material que alimenta o foco
(normalmente slidos em um incndio urbano).
Deve o Bombeiro utilizar pulsos neblinados curtos. Os jatos devem ser disparados em
rajadas curtas para aproveitar uma maior superfcie de resfriamento
Os pulsos devem ser distribudos pela capa trmica e, na medida em que forem
disparados, deve o bombeiro aguardar alguns instantes e observar o efeito que a
expanso do vapor de gua provocar para continuar no combate fumaa ou no.
Enquanto aguarda, jatos curtos (penciling) podem ser direcionados ao foco.
Deve-se tomar o cuidado para no jogar gua em excesso, tanto para no provocar
danos materiais como tambm para no abaixar o nvel da capa de fumaa pela
expanso do vapor dgua. O objetivo no abaixar a fumaa. Isso provocar a
diminuio da visibilidade. A meta to somente o resfriamento dos combustveis da
fumaa para que no entrem em ignio. Outro risco de jogar gua em excesso que se
a capa de fumaa abaixar demais pode sufocar possveis vtimas que se encontrem no
ambiente ou nos ambientes anexos.
Uma vez estabilizado o ambiente ele pode ser penetrado para a extino do foco por
penciling ou at jato mole.

FOCOS INCUBADOS21
Um ambiente em queima lenta apresenta uma srie de riscos. O primeiro deles o subdimensionamento da potencialidade lesiva que apresenta. Por haver poucas chamas ou
nenhuma, o ambiente parece estar controlado, o que um grande equvoco. Na verdade,
o ambiente est quieto como uma bomba antes da ignio. Uma abordagem errada pode
deton-la. Assim, o que era um ambiente queimando lentamente, apenas com brasas,
pode se tornar um ambiente completamente tomado pelas chamas aps uma deflagrao
violenta da fumaa.
Nunca se deve esquecer que, mesmo que no haja oxignio para a queima viva, a
termlise ocorre at com 0% de O2. Isso significa que, enquanto estiver quente, o
ambiente acumular vapores combustveis.
Alm desse, h outros riscos tais como a baixa visibilidade, alta concentrao de gases
txicos e baixa concentrao de oxignio. Para a abordagem do ambiente, o risco de
backdraft o principal problema.
Conforme estudamos, no decaimento, os combustveis (gases, vapores, partculas
lquidas e slidas) presentes na fumaa podem estar com temperatura acima da
temperatura de ignio, mas, devido ao confinamento do ambiente, ultrapassam o limite
superior de inflamabilidade, ou seja, h combustvel em excesso para a escassa
quantidade de oxignio nesses ambientes e, por isso, no queimam. Quando um acesso
aberto e o ar entra ofertando oxignio, to logo a concentrao atinja um patamar
adequado, a fumaa deflagra-se. A queima violenta que ocorre o backdraft.

21

Focos na fase de decaimento pela depleo de oxignio e com fumaa acima da temperatura de ignio.
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So indicativos da queima lenta com risco de exploso da fumaa (backdraft):

Fumaa sob presso, num ambiente fechado;

Fumaa mudando de cor (cinza e amarelada / cqui) e saindo do ambiente em


forma de lufadas;

Calor excessivo (nota-se pela temperatura na porta);

Pequenas chamas ou inexistncia destas;

Fuligem e leo impregnando o vidro das janelas;

Pouco rudo (no se ouve o crepitar de chamas);

Movimento de ar para o interior do ambiente quando alguma abertura feita (em


alguns casos ouve-se o ar assoviando ao passar pelas frestas);

Chamas aparecendo na fumaa assim que esta escapa do ambiente22.

Ao perceber os sinais, a equipe de bombeiros deve abordar o ambiente com toda a


cautela para que no provoque uma exploso ambiental que pode lesionar ou at matar
integrantes da equipe ou, na melhor das hipteses, tornar o combate muito mais difcil,
pois, muitas vezes seguida da ignio completa do ambiente.
Nesse ambiente, por sua dinmica e caractersticas, v-se que os combustveis na
fumaa precisam apenas atingir a concentrao adequada para uma queima violenta. Ao
se abrir uma porta ou janela, inevitavelmente o ar estar entrando no ambiente e,
consequentemente, carregando O2, fornecendo exatamente o que os gases precisam
para se deflagrarem. Como necessria uma abertura para que se entre no ambiente, ao
oferecer o comburente os bombeiros devem retirar algo para que os requisitos da
combusto no estejam presentes.
A abertura da porta d-se como nos passos 1 a 4 no incio do tpico. Por meio da
checagem visual no interior do ambiente, possvel confirmar as suspeitas da condio
no interior do cmodo.
O auxiliar deve efetuar a abertura da porta abaixado e protegido pela porta firmando-a
para que no se abra de repente por causa da fora da exploso, caso ocorra. Se a porta
tiver a abertura para dentro do cmodo, a operao da porta deve ser feita com o auxlio
de um cabo preso maaneta possibilitando que o auxiliar a opere sem que fique na linha
de abertura da porta.
Os passos 1 a 4 devem repetidos at que o aspecto da fumaa esteja indicando uma
menor combustibilidade. Verifica-se isso pela fumaa mais clara (cinza), menos densa,
menos opaca e movendo-se de forma menos turbulenta.
Em seguida, caso necessrio, deve ser utilizada a tcnica de saturao com neblina pela
parte superior da porta, at que o ambiente permita a entrada dos bombeiros.

22

Significando que a fumaa j est em condio de queimar, faltando apenas o comburente, por isso ela
queima assim que alcana o exterior.
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114

Assim que os sinais de risco diminurem a porta deve comear a ser aberta lentamente
enquanto o operador do esguicho procura saturar a regio superior do cmodo nas
imediaes da porta na parte interna com pulso neblinado mdio.
A inteno dessa neblina diminuir a combustibilidade da fumaa prxima porta, que
vai ter contato com o oxignio, e o resfriamento para abaixar a temperatura aqum do
ponto de ignio.
Uma vez que o ambiente foi abordado, ele deve ser dominado. Em um ambiente em
queima lenta o calor e a fumaa devem ser dissipados para prevenir novas ignies e isso
deve ser feito por mio de uma das tcnicas de ventilao. Os possveis focos devem ser
resfriados para que no entrem em ignio medida que a fumaa for expulsa.

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115

Tcnica

Jato

Vazo

Presso

Objetivo

Ataque Direto

Compacto

30 gpm

3 7 Bar

Resfriar o combustvel na
fase slida

Fase crescente em estgio avanado

Resfriar o combustvel na
fase slida

Fase crescente em estgio avanado e linha


direta ao foco bloqueada.

Produzir VAPOR para


resfriar o cmodo

Fase Crescente em estgio avanado

Ataque Direto
Modificado

Compacto

Ataque
indireto

Compacto

30 gpm

30 gpm

3 7 Bar

3 7 Bar

Situao

Posicionamento

Forma de emprego

EXTERNO

distncia, usar o jato compacto tendo por alvo


o encontro do combustvel slido com as
chamas

No permitir excesso de
vapor de gua

distncia, usar o jato compacto tendo por alvo


o teto para defletir o jato e fazer cair gua sobre
as chamas

No permitir excesso de
vapor de gua

Lanar a gua sobre paredes e teto para que


absorva o calor e forme vapor que resfrie o
ambiente

No permitir excesso de
vapor de gua.

Lanar a gua sobre paredes e teto para que


absorva o calor e forme vapor que resfrie o
ambiente em movimentos circulares alternando
com jato dirigido base das chamas sobre os
materiais slidos

No permitir excesso de
vapor de gua.

Por uma pequena abertura na parte superior,


injetar 2-3s de jato neblina e esperar fazer efeito
por 12-15s

Certificar-se da queima lenta

Pulsos <1s repetitivos variando regio na


fumaa

No gerar vapor em excesso

(fora do cmodo)

- paredes e tetos devem estar


superaquecidos

EXTERNO
(fora do cmodo)
EXTERNO
(fora do cmodo)

- CMODO DEVE SER BEM VEDADO


Ataque
combinado

Compacto

30 gpm

3 7 Bar

Resfriar o combustvel na
fase slida e
Produzir VAPOR para
resfriar o cmodo

Saturao
com neblina

Pulso
Neblinado
Curto
Ofensivo

Neblina

Neblinado
Amplo

30 gpm

30 gpm

7 9 Bar

7 9 Bar

Fase Crescente em estgio avanado


- paredes e tetos devem estar
superaquecidos

EXTERNO
(fora do cmodo)

- CMODO DEVE SER BEM VEDADO

Inundar o cmodo com


neblina para resfriar, diluir
e abafar a fumaa

Foco INCUBADO (cmodo fechado e queima


lenta)

Extinguir chamas na capa


trmica e impedir flashover

Estado pr-flashover (chamas isoladas ou


rollover) em cmodos pequenos

EXTERNO
(fora do cmodo)
INTERNO

Cuidados

No usar em cmodos
ventilados

No usar em cmodos
ventilados

Vigiar descida do plano


neutro
No pulsar sobre superfcies
pouco aquecidas

Pulso
Neblinado
Curto
Defensivo

Neblinado
Amplo

30 gpm

7 9 Bar

Resfriar a fumaa

Capa trmica em cmodo pequeno ou mdio

Prevenir flashover

Progredindo no interior da edificao


deparando-se com gases aquecidos

Tcnica

Jato

Vazo

Presso

Objetivo

Pulso
Neblinado
Mdio
Ofensivo

Neblinado
Estreito

30 gpm

7 9 Bar

Extinguir chamas na capa


trmica e impedir flashover

(cmodo pequeno)

Situao
Estado pr-flashover (chamas isoladas ou
rollover) em cmodos mdios

INTERNO

Posicionamento
INTERNO

Pulsos <1s dirigidos capa trmica. Pulsos


devem ser curtos e o alvo no deve mudar
durante um pulso (dois alvos = dois pulsos)

Forma de emprego
Pulsos de 1-2 s com pausa de 1-2s se a
temperatura no estiver muito alta.

No gerar vapor em excesso


No pulsar sobre superfcies
frias

Cuidados
No gerar vapor em excesso
Vigiar descida do plano
neutro
No pulsar sobre superfcies

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116

pouco aquecidas
Pulso
Neblinado
Mdio
Defensivo

Neblinado
Estreito

30 gpm

Resfriar a fumaa
Prevenir flashover
(cmodo mdio ou teto
alto)

Jato mole

Compacto

30 gpm

Penciling

Compacto

30 gpm

Pulso Longo
de alta vazo

Neblinado
estreito

125
gpm

(ZOTI)

7 9 Bar

7 9 Bar

7 9 Bar

7 9 Bar

Capa trmica em cmodo mdio ou grande


e/ou de teto alto

INTERNO

Pulsos de 1-2 s com pausa de 1-2s se a


temperatura no estiver muito alta.

No gerar vapor em excesso

Progredindo no interior da edificao


deparando-se com gases aquecidos

No pulsar sobre superfcies


pouco aquecidas

Acabar com termlise

Combustvel em termlise liberando vapores


(sem queima)

INTERNO

Abertura parcial do esguicho permitindo a


passagem de pouca gua sem velocidade

No abrir demais

Resfriar o combustvel na
fase slida

Fase slida queimando + combustvel slido


no queimado e no danificado

INTERNO

Pulsos com abertura parcial do esguicho


lanando pequenas pores de gua
gentilmente sobre a fase solida.

No abrir demais para no


espalhar brasas ou danificar
os demais materiais

Extinguir foco generalizado

Foco em fase de pleno desenvolvimento

EXTERNO

Desenhar a letra correspondente a partir da


linha do teto no fim do cmodo fechando o
esguicho devagar

No fechar bruscamente
(golpe de arete)

(fora do cmodo)

Z reas de 30 m2
O reas de 20 m2
T reas de 10 m2
I corredores

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Posicionar-se entre o fogo e a


rea intacta

117

117

9.2.2 INCNDIOS "CLASSE B"


Os incndios Classe B so incndios em lquidos inflamveis que, por terem
caractersticas prprias, possuem mtodos de extino distintos.
O melhor mtodo de extino para a maioria dos incndios em lquidos inflamveis o
abafamento, podendo ser utilizado tambm a quebra da reao em cadeia, a retirada do
material e o resfriamento.
O controle de incndios em lquidos inflamveis pode ser efetuado com gua, que
atuar por abafamento e resfriamento. Na extino por abafamento, a gua dever ser
aplicada como neblina, de forma a ocupar o lugar do oxignio, que est suprindo a
combusto nos lquidos.
A tcnica de resfriamento somente resultar em sucesso se o combustvel tiver ponto de
combusto acima da temperatura normal da gua (20C). Ao se optar pelo uso de gua
deve-se, sempre, usar o jato chuveiro ou jato neblina. O jato contnuo no deve ser
utilizado, pois no permitir o abafamento e poder esparramar o lquido em chamas,
aumentando o incndio.
Para se combater este tipo de incndio em segurana, deve-se conhecer as propriedades
e caractersticas dos lquidos inflamveis, que, em sua maioria:
Geram vapores inflamveis temperatura ambiente (volteis);
Flutuam na gua;
Geram eletricidade esttica quando fluindo;
Queimam rapidamente por sobre a superfcie exposta ao calor;
Liberam durante a queima grande quantidade de calor.
Eis a seguir as tcnicas de combate a incndio em lquidos inflamveis.
RESFRIAMENTO COM GUA
Enquanto a gua sem extratos de espuma
pouco eficaz em lquidos volteis (como
gasolina ou diesel), incndios em leos mais
pesados (no volteis) podem ser extintos
pela aplicao de gua em forma de neblina,
em quantidades suficientes para absorver o
calor produzido. Deve-se estar atento para
que no haja transbordamento do lquido e
para que no ocorra o fenmeno conhecido
como boil over.
As tcnicas de manejo do esguicho e aplicao de gua aplicam-se normalmente. Para
evitar o fenmeno do Boil Over (tratado adiante), recomenda-se o uso de gua
neblinada, haja vista que o que se pretende saturar a regio prxima superfcie
atrapalhando a reao por abafamento, bem como se quer a evaporao da gua para

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118

absoro de calor. Caso se queira mais alcance, a abertura do cone deve ser fechada,
caso se queira maior fragmentao, o cone de ;gua deve ser aberto.
Outra forma de resfriar com gua usando o aplicador de neblina para estender o
alcance da neblina de gua sobre a superfcie do lquido.
Embora citado como tcnica, o resfriamento com gua mostra-se difcil nos combates a
incndios em lquidos. Isso deve-se ao fato de que os incndios classe B geram, em
mdia, 5 vezes mais calor que os incndios classe A.

BOIL-OVER
O Boil-over um fenmeno que pode ocorrer nos combates a incndios em lquidos
inflamveis. Ocorre nos lquidos menos densos que a gua.
O boil-over pode ser explicado da seguinte maneira:
Quando se joga gua em lquidos de pequena densidade, a gua tende a depositarse no fundo do recipiente.
Se a gua no fundo do recipiente for submetida a altas temperaturas, pode vaporizarse. Na vaporizao da gua h grande aumento de volume (1 litro de gua
transforma-se em 1.700 litros de vapor).
Com o aumento de volume, a gua age como mbolo numa seringa, empurrando o
combustvel quente para cima, espalhando-o e arremessando-o a grandes distncias.

Antes de ocorrer o boil-over, pode-se identificar alguns sinais caractersticos:


Atravs da constatao da onda de calor: dirigindo um jato dgua na lateral do
tanque incendiado, abaixo do nvel do lquido, pode-se localizar a extenso da onda
de calor, observando-se onde a gua vaporiza-se imediatamente;
Atravs do som (chiado) peculiar: pouco antes de ocorrer a exploso, pode-se ouvir
um chiado semelhante ao de um vazamento de vapor de uma chaleira fervendo.
Ao identificar esses sinais, o bombeiro deve se comunicar imediatamente com o
comandante. Recebendo ordem de abandonar o local, todos devem se afastar
rapidamente.
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O boil-over tem mais probabilidades de ocorrer em casos de lquidos combustveis de


maior densidade como leo cru e pode ser seguido de uma exploso que liberar
enormes quantidades de calor por radiao. Esse efeito pode ser fatal dada a energia
liberada.
Previne-se o boil-over fazendo a drenagem da gua que se acumular no fundo do tanque
de combustvel, resfriando o tanque externamente e evitando o uso excessivo de gua.

SLOP OVER
O Slop Over semelhante ao boil over, porm ocorre de maneira imediata e na superfcie
do lquido.
O slop over acontece quando um jato penetrante (slido ou compacto) atirado na
superfcie de um lquido combustvel de alta viscosidade em chamas. Se a quantidade de
calor gerado for suficiente para ferve a gua atirada, isso ocorrer bem abaixo da
superfcie do lquido assim que o jato de gua penetr-la. Isso provocar a expanso da
gua arremessando pequenas quantidades de lquido inflamvel superaquecido e em
chamas para fora do recipiente que o contm.
VARREDURA COM GUA
A gua pode ser utilizada para deslocar combustveis, que estejam queimando ou no,
para locais onde possam queimar com segurana, ou onde as causas da ignio possam
ser mais facilmente controladas. Evitar que combustveis possam ir para esgotos, drenos
ou locais onde no seja possvel a conteno dos mesmos.
O jato contnuo ser projetado de um lado a outro (varredura), empurrando o combustvel
para onde se deseja.
Derramamento de lquidos combustveis em via pblica tambm pode causar desastres,
inclusive acidentes de trnsito. O lquido combustvel poder ser removido atravs de

varredura, adicionando-se um agente emulsificador (LGE sinttico ou detergente comum,


por exemplo) gua e evitando, ao mesmo tempo, que o lquido se dirija para o esgoto ou
rede pluvial. Pode-se tambm utilizar areia e cal. Essas substncias absorvem o lquido
combustvel, removendo-o da via pblica e impedindo que alcance a rede de esgoto ou
pluvial.
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120

SUBSTITUIO DE COMBUSTVEIS POR GUA


A gua pode ser empregada para remover combustveis de encanamentos ou tanques
com vazamentos. Incndios que so alimentados por vazamentos podem ser extintos
pelo bombeamento de gua no prprio encanamento ou por enchimento do tanque com
gua a um ponto acima do nvel do vazamento. Este deslocamento faz com que o produto
combustvel flutue sobre a gua (enquanto a aplicao de gua for igual ou superior ao
vazamento do produto). O emprego desta tcnica se restringe aos lquidos que no se
misturam com gua e que flutuam sobre ela.
Esta tcnica pode ser usada, por exemplo, no caso de um acidente automobilstico onde
houve ruptura de um dos tanques e o combustvel vaza pelo fundo. Inundando-o com
gua faz-se com gua vaze no fundo.

APLI
CA
O
DE
ESP
UMA
Outr
a
tcnica de combate a incndios em lquidos inflamveis a aplicao de espuma. O uso
da espuma possui grande eficincia no abafamento dos lquidos inflamveis.
A aplicao da espuma pode se dar de 3 maneiras:

Escorrimento a espuma lanada em um anteparo, normalmente a parede do


recipiente que contm o lquido, de modo que escorra suavemente sobre a
superfcie do lquido;

Empurramento quando o lquido est derramado no solo e no possvel valerse de anteparos para aplicar a espuma por escorrimento, deve-se lan-la ao solo
margeando a poa de combustvel e depois o volume de espuma formado deve ser
empurrado pelo lanamento de mais espuma forando-o a avanar sobre a poa;

Precipitao outra forma de aplicar a espuma sobre lquidos inflamveis


lanando-a ao ar sobre o lquido para que precipite por gravidade sobre ele.

EXTINO QUMICA
Um mtodo moderno e interessante de extino de incndios em lquidos inflamveis a
aplicao de agentes extintores especiais que interrompem a reao de combusto
quimicamente.
Um exemplo o composto FN200, um agente encapsulador desenvolvido para combate a
incndios. Ele atua quimicamente envolvendo as molculas dos hidrocarbonetos de modo
estvel, impedindo-as de reagir com o oxignio. Isso interrompe a reao.
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ATENDIMENTO A VAZAMENTOS DE GASES INFLAMVEIS


O nico mtodo seguro de se solucionar a ocorrncia de vazamento de gs ou lquido sob
presso, com ou sem fogo, a retirada do material.
Como quase todas as edificaes utilizam o GLP ou gs natural, importante que todo o
bombeiro conhea os riscos e as tcnicas no atendimento de ocorrncias envolvendo
estes gases.
Gs natural
O gs natural (gs encanado) formado principalmente por metano, com pequenas
quantidades de etano, propano, butano e pentano. Este gs mais leve do que o ar.
Assim, tende a subir e difundir-se na atmosfera; no txico, mas classificado como
asfixiante, porque em ambientes fechados pode tomar o lugar do ar atmosfrico,
conduzindo assim asfixia (asfixia mecnica). A companhia concessionria local deve ser
acionada quando alguma emergncia ocorrer.
Incidentes envolvendo o sistema de distribuio de gs natural so freqentemente
causados por escavao nas proximidades da canalizao subterrnea. Neste caso, as
viaturas no devem estacionar prximas ao local, por causa da possibilidade de ignio. A
guarnio deve estar preparada para o evento de uma exploso e incndio subseqente.
A primeira preocupao deve ser a evacuao da rea vizinha e eliminao de possveis
fontes de ignio no local.

GLP engarrafado
O gs liquefeito de petrleo (GLP) ou gs engarrafado, como um combustvel
armazenado sob presso, usado principalmente em residncias, em botijes de 13 kg.
Sua utilizao comercial e industrial feita com cilindros de maior capacidade, de 20, 45 e
90 kg.
Este gs composto principalmente de propano, com pequenas quantidades de butano,
etano propileno e iso-butano. O GLP no tem cheiro natural. Por isso, uma substncia
odorfica, denominada mercaptana, lhe adicionada. O gs no txico, mas
classificado como asfixiante porque pode deslocar o ar, tomando seu lugar no ambiente, e
conduzir asfixia.
O GLP cerca de 1,5 vez mais pesado que o ar, de forma que, normalmente, ocupa os
nveis mais baixos. Todos os recipientes de GLP esto sujeitos a BLEVE quando
expostos a chamas diretas. O GLP freqentemente armazenado em um ou mais
cilindros (bateria). O suprimento de gs para uma estrutura pode ser interrompido pelo
fechamento de uma vlvula de canalizao. Se a vlvula estiver inoperante, o fluxo pode
ser interrompido retirando-se a vlvula acoplada ao cilindro.
Ao se deparar com fogo em gs inflamvel, e no podendo conter o fluxo, o bombeiro no
dever extinguir o incndio. Um vazamento ser mais grave que a situao anterior, por
reunir condies propcias para uma exploso. Neste caso, o bombeiro dever apenas
controlar o incndio.
O gs que vazou e est depositado no ambiente pode ser dissipado por ventilao, ou por
um jato dgua em chuveiro, de no mnimo 360 lpm (esguicho de 38mm com
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122

aproximadamente 5,5 kg/cm2 de presso), com 60o de abertura, da mesma maneira com
que se realiza a ventilao de um ambiente, usando esguicho.
B.L.E.V.E.
Um fenmeno que pode ocorrer em recipiente com gases inflamveis pressurizados, ou
at mesmo com lquidos inflamveis, embora com menor intensidade, o BLEVE.
(Boiling Liquid Expanding Vapor Explosion).
Quando ocorre a exposio de um recipiente pressurizado contendo gs inflamvel
liquefeito a uma chama intensa, o calor transmitido por conduo atravs da parede do
tanque aquecendo o lquido no interior. O aquecimento do lquido provoca uma corrente
de conveco que constantemente rouba calor da parede do tanque protegendo-a da
ao das chamas.
Com o aquecimento do lquido, ele ferve. A liberao de gases pela fervura aumenta a
presso no tanque. O lquido no se transforma todo em gs. Assim que o espao acima
dele fica saturado com o gs, ele deixa de ferver. Contudo, o aumento da presso aciona
vlvulas de alvio que liberam o gs para a atmosfera para impedir a exploso do tanque
pelo acmulo da presso. Isso resolve o problema momentaneamente, porm, com o
escape de gases, abre-se espao para a vaporizao de mais lquido. Isso vai, aos
poucos, abaixando o nvel de lquido. A parte do tanque acima do nvel de lquido no tem
a proteo que a conveco do lquido oferece e, se exposta s chamas, o metal comea
a enfraquecer e amolecer. A presso interna o empurra tornando-o fino e diminuindo sua
resistncia. Quando a resistncia for menor que a presso interna, o tanque se rompe.
Nesse instante ocorrer uma enorme liberao de energia proveniente das seguintes
fontes:

Toda a presso dentro do tanque ser aliviada instantaneamente com a expanso


imediata do gs ali contido;

Quase toda a fase lquida ser vaporizada instantaneamente e, ao fazer isso, o


material se expande algumas centenas de vezes. O GLP, por exemplo, ao
vaporizar-se expande-se cerca de 400 vezes. Isso significa que, caso houvesse
1.000 litros de GLP ainda lquido, eles se transformariam em 400.000 litros de gs.
Essa expanso instantnea tambm contribui para o poder do BLEVE;

O material, ao escapar, no vai apenas expandir-se. Ao se misturar com o oxignio


alcanando a concentrao para queima, o que ocorre rapidamente, o combustvel
queima gerando gases que ocupam um volume maior que o inicial, aumentando a
fora de expanso do BLEVE.

Os gases expandindo-se to rapidamente provocam um onda de choque capaz de matar


seres vivos e destroar edificaes em um raio de centenas de metros. A queima do
combustvel gera uma onda de calor capaz de incendiar outros materiais nas
proximidades.
Outro dos grandes perigos do BLEVE o arremesso de pedaos do recipiente em todas
as direes, com grande deslocamento de ar. Para se evitar o BLEVE necessrio
resfriar exaustivamente os recipientes que estejam sendo aquecidos por exposio direta
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ao fogo, ou por calor irradiado. Este resfriamento deve ser preferencialmente com jato
dgua em forma de neblina.
Diante do risco iminente de BLEVE, pode ser que a melhor opo seja a evacuao da
rea e esta rea relativamente grande. Para se ter uma idia um tanque de combustvel
transportado por composio ferroviria pode gerar uma exploso que afete centenas de
metros. A zona de queima pode ter uma centena de metros de dimetro. A onda de
choque pode ser fatal a 300 ou mais metros do ponto inicial e a irradiao lesiva a
vrias centenas de metros.

Ao lidar com o BLEVE, os bombeiros devem estar atentos para o seguinte:

Resfriar o tanque, principalmente em sua parte superior, acima da fase lquida;

Evacuar a rea prxima expondo o mnimo de pessoal possvel;

Usar EPI completo;

Combater abaixados e maior distncia possvel

Recomenda-se ainda o uso de canhes monitores para eliminar a necessidade de


presena humana nas proximidades.

9.2.3 INCNDIOS CLASSE "C"


A dificuldade na identificao de materiais energizados um dos grandes perigos
enfrentados pela guarnio no atendimento de ocorrncia.
Este tipo de incndio pode ser extinto, com maior facilidade aps o corte da energia
eltrica. Assim, o incndio deixa de ser classe C, tornando-se classe A ou B,
podendo ainda extinguir-se.
Para sua extino, deve-se utilizar agentes extintores no condutores de eletricidade,
como PQS, e HALON. No se deve utilizar aparelhos extintores de gua ou espuma
(qumica ou mecnica), devido ao perigo de choque eltrico para o operador, que pode
causar-lhe a morte. Pode-se utilizar linhas de mangueiras, desde que se conhea a
tcnica e se tomem as precaues necessrias.
A gua contm impurezas que a tornam condutora; da, na sua aplicao em incndios
em materiais energizados, deve-se considerar todos os riscos de o bombeiro levar um
choque eltrico.
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No combate (com gua) ao fogo em materiais eletrificados, usa-se uma regra simples,
exposta na figura abaixo.

O Comandante da Operao determinar o uso de gua, considerando os fatores:

Voltagem da corrente;

Distncia entre o esguicho e o equipamento energizado;

Isolamento eltrico oferecido ao bombeiro, entre os quais luvas de isolamento e


botas de borracha isolante.

Outro problema a presena de produtos qumicos perigosos em instalaes e


equipamentos eltricos, o que pode acarretar srios riscos sade e ao meio ambiente.
Neste caso, deve-se tomar as cautelas necessrias para sua extino, tais como: isolar a
rea, conhecer as caractersticas e os efeitos do produto e usar EPI (roupas, luvas,
proteo respiratria, capacetes e capa ou roupa apropriada). Incndio em transformador
eltrico que utiliza como lquido refrigerante o ASKAREL (cancergeno) exemplo
tpico. Como medida de segurana, linhas energizadas no devem ser cortadas; apenas
tcnicos especializados devero faz-lo. O Corpo de Bombeiros somente desligar a
eletricidade pela abertura de chave, remoo de fusvel ou desacionamento de disjuntor
quando necessrio.
Contatos e cooperao com as concessionrias de fornecimento de energia so vitais no
combate a incndios classe C, para reduzir o risco vida e propriedade.

Instalaes Eltricas
Nas residncias, a instalao eltrica normalmente de baixa tenso (110 e 220 volts). O
mtodo mais simples de interromper o fornecimento da energia desligar a chave geral
da instalao.

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Chave Geral Residencial

Instalaes Industriais

Deve-se ter cuidado com o fornecimento de energia edificao atravs de instalao


clandestina, pois, mesmo aps desligar os dispositivos de entrada de eletricidade, pode
haver energia no local.
Muitas indstrias, edificaes comerciais, prdios elevados e complexos de apartamentos
tm equipamentos eltricos que utilizam mais de 600 volts.
Nas portas dos compartimentos que abrigam estes equipamentos (como transformadores
e grandes motores), deve haver uma placa de identificao com a inscrio alta
voltagem.
Pode-se ainda encontrar instalaes eltricas subterrneas, isto , galerias com cabos
eltricos abaixo da superfcie. Os riscos mais freqentes so as exploses, que podem
arremessar tampas de bueiros a grandes distncias, devido ao acmulo de gases
inflamveis de centelha de fusveis, rels ou curto circuito. No se deve entrar em bueiros,
exceto para efetuar um salvamento. O combate deve ser efetuado desde a superfcie,
com o uso de gs carbnico ou PQS.
A gua no deve ser aplicada em galerias, em razo da proximidade com o equipamento
eltrico.
Emergncias com Eletricidade
Em emergncia envolvendo eletricidade, alguns procedimentos devem ser seguidos para
manter um ambiente seguro ao servio de bombeiros:

Quando forem encontrados fios cados, a rea ao redor deve ser isolada;

Deve-se tratar todos os fios como energizados e de alta voltagem;


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126

Quando existir o risco de choque eltrico, deve-se usar EPI adequado e


ferramentas isoladas;

Deve-se tomar cuidado ao manusear escadas, mangueiras ou equipamentos


prximos a fios eltricos.

No se deve tocar em qualquer veculo ou viatura que esteja com fios eltricos,
pois esse procedimento pode resultar em choque eltrico.

9.3.4 INCNDIOS CLASSED


Incndios em metais combustveis (magnsio, selnio, antimnio, ltio, cdmio, potssio,
alumnio, zinco, titnio, sdio, zircnio) exigem, para a sua extino, agentes que se
fundam em contato com o material ou que retirem o calor destes. Metais combustveis
queimam em temperaturas extremamente altas e reagem com a gua, arremessando
partculas. A reao ser tanto maior quanto mais fragmentado estiver o metal.
Estes incndios podem ser reconhecidos pela cor branca das chamas. Uma camada
cinza poder cobrir o material, dando a impresso de que no h fogo.
Quando o material estiver em forma de limalha (fragmentado), deve-se isolar a parte que
est queimando do resto por processo mecnico (retirada do material) e utilizar o agente
extintor prprio, cobrindo todo o material em chama.
O maior problema do bombeiro numa emergncia com combustveis classe "D" a
obteno de agentes extintores adequados situao especfica. Isso porque os metais
combustveis no apresentam um comportamento padro para um determinado agente
extintor. Portanto, deve-se agir com extrema cautela nestes casos. O melhor mtodo de
extino a quebra da reao em cadeia com uso de agente extintor especfico que reaja
com o combustvel e/ou radicais livres impedindo a reao.
Quando no se dispe do agente especfico, o mtodo a ser usado o abafamento.
Exemplos de agentes que podem ser usados so grafite seco, cloreto de sdio, areia
seca e nitrognio.
Em certas circunstncias, a gua pode ser usada como agente extintor (nas situaes
especficas de ligas de magnsio usadas em indstria). Neste caso, a gua deve ser
utilizada em grandes quantidades, pois a temperatura deste tipo de fogo muito alta e a
tcnica de extino utilizada o resfriamento. A gua deve ser em quantidade tal que o
resfriamento suplante a reao dela com o combustvel.
importante que se obtenha o mximo de informao sobre o produto em chamas, bem
como se h no local o agente extintor apropriado.

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10. VENTILAO
Em se tratando de combate a incndio, ventilao consiste na sistemtica retirada de
fumaa, ar e gases aquecidos da edificao, substituindo-os por ar fresco.
A ventilao, quanto ao momento em que realizada, pode ser: antes do combate
(antes das linhas de ataque iniciarem a aplicar gua), durante o combate
(simultaneamente ao trabalho das linhas de ataque) ou aps o combate, para retirar a
fumaa e calor apenas.
Em relao ao plano da abertura de sada da fumaa, a ventilao pode ser vertical ou
horizontal.

VENTILAO VERTICAL
aquela em que os produtos da combusto caminham verticalmente pelo ambiente,
atravs de aberturas verticais existentes (poos de elevadores, caixas de escadas), ou
aberturas feitas pelo bombeiro (retirada de telhas).
Para a ventilao, o bombeiro deve aproveitar as aberturas existentes na edificao,
como as portas, janelas e alapes, s efetuando aberturas em paredes e telhados se
inexistirem aberturas ou se as existentes no puderem ser usadas para a ventilao
natural ou forada. Efetuar entrada forada em paredes e telhados, quando j existem
aberturas no ambiente, acarreta prejuzos ao proprietrio, alm de significar perda de
tempo.

VENTILAO HORIZONTAL
aquela em que os produtos da combusto caminham horizontalmente pelo ambiente.
Este tipo de ventilao se processa pelo deslocamento dos produtos da combusto
atravs de corredores, janelas, portas e aberturas em paredes no mesmo plano.

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No que diz respeito ao humana para acelerar a movimentao dos gases, a


ventilao pode ser natural ou forada.

VENTILAO NATURAL
A ventilao natural consiste em abrir acessos existentes (portas, janelas, clarabias) ou
criando acesso (quebrando parte da estrutura de paredes, teto ou destelhando telhado)
permitindo a entrada natural de are sada de fumaa pela diferena de presso.
Aproveita-se a prpria tendncia da fumaa em se deslocar para fora devido diferena
de densidade e devido s diferenas de presso.
Como j visto, o foco produzindo e aquecendo gases, faz com que eles subam . A
acumulao deles no teto e a expanso provocada pelo aquecimento geram um aumento
de presso que maior rente ao teto acima do foco. De igual modo, a tendncia dos
gases aquecidos em subir gera uma zona de baixa presso imediatamente acima do foco
(ao redor e acima das chamas).

Zona de Alta presso

Zona de baixa presso

Adaptado de figura extrada do stio <www.flashover.fr>


Em se fazendo aberturas, o ar frio tende a entrar e ir em direo zona de baixa presso
enquanto que a fumaa busca o exterior do cmodo para aliviar a presso. Isso provoca a
ventilao.
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A ventilao ocorrer por qualquer abertura existente ou feita, intencionalmente ou no.


Ainda que exista uma abertura s, como na figura anterior, o ar entrar por baixo e
fumaa sair por cima. Se a ventilao ser eficiente ou no, isso depende do tamanho
da abertura em relao ao cmodo e ao foco.
A ventilao natural ser mais eficiente caso seja cruzada, ou seja, caso acessos sejam
abertos em lados opostos do cmodo permitindo a sada da fumaa por um lado e a
entrada de ar pelo outro, renovando a atmosfera do ambiente.
Ao se efetuar uma ventilao natural devemos considerar alguns aspectos:
- A direo do vento deve ser aproveitada para soprar ar fresco para dentro da
edificao;
- O acesso de sada deve ser aberto primeiro, pois, abrir a entrada primeiro significa
dar comburente ao foco sem lhe retirar nada;
- Se possvel, a rea de sada de fumaa deve ser maior que a rea de entrada de
ar fresco;
- O caminho que a fumaa vai fazer dentro da edificao: a fumaa aquecida no
deve vagar por cmodos no afetados.

VENTILAO FORADA
A ventilao forada consiste no emprego de meios artificiais para acelerar a
movimentao dos gases no ambiente sinistrado.
Alm da mera abertura de acessos, que se d quase como na ventilao natural, a
ventilao forada conta com equipamentos para acelerar o deslocamento dos gases.
Quanto ao tipo de equipamento utilizado, a ventilao forada divide-se em: mecnica e
hidrulica.
Ventilao Forada MECNICA consiste no emprego de ventiladores ou exaustores
com funcionamento eltrico, a combusto ou hidrulico23.
Ventilao Forada HIDRULICA consiste no emprego de jato neblinado para,
aproveitando o princpio de Bernoulli, arrastar gases junto com o cone quer seja a fumaa
para fora ou o ar fresco para dentro.
A ventilao forada pode ser de presso negativa ou por presso positiva, caso se force
a entrada o deslocamento de gases pela entrada ou pela sada dos gases.
O jato deve ser usado com vazo mnima possvel e o esguicho deve ficar entre 0,5 a 1 m
de distncia do acesso. Nenhuma parte do cone de gua pode sobrar para fora do

23

ligado bomba da viatura, a gua impulsionada pela bomba faz girar as ps


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130

acesso. Todo o cone deve ser encaixado dentro da abertura prximo beirada, seja uma
porta, janela ou acesso forado.
Ventilao por Presso Positiva (VPP) a ventilao forada, quer seja ela mecnica
ou hidrulica, pode ser feita com o jato neblinado soprando no acesso de entrada jogando
gua para dentro do ambiente e arrastando junto ar fresco. Como o ar forado para
dentro a presso fica maior no interior na zona prxima abertura, por isso a
denominao de ventilao por presso positiva.
Como se pode perceber ela feita de fora para dentro do ambiente sinistrado.
A VPP pode ser feita com uma ou duas aberturas.
Com uma abertura, o ar deve ser soprado pela parte inferior, haja vista a tendncia da
fumaa em flutuar sobre a camada de ar frio que entra.

Em se tratando de uma abertura e sendo ela uma porta, o jato deve ser posicionado de
modo que preencha o Maximo possvel da metade inferior da porta como esquematizado
ao lado.
Semelhantemente ocorrer se o nico acesso for uma janela. A metade superior deve ser
deixada livre para a sada de fumaa.
Como a sada de fumaa se dar muito prximo aos bombeiros, a tcnica de VPP por
uma abertura deve ser feita preferencialmente aps o fogo ser debelado e caso no haja
outra forma de efetuar a ventilao.

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O mero fato de haver outra


abertura para a sada de fumaa j
torna mais segura a operao para
os bombeiros na linha de
ventilao. Isso no elimina a
necessidade de coordenao entre
a equipe de ventilao e a equipe
de ataque, pois a ventilao
alterar a dinmica do incndio.

VPP por uma abertura:

Vo da porta

Alvo do jato

Com duas aberturas, uma para a entrada do ar fresco e outra oposta para a sada de
fumaa, o jato deve ter outro alvo. Em se tratando de uma porta, deve atingi-la na metade
superior. Isso se deve ao fato de que na parte superior esto concentrados os gases mais
aquecidos e a ventilao por ali ser mais eficiente.
Como h outra abertura para sada de fumaa, no h necessidade de reservar a parte
superior do vo da porta para a sada de fumaa.
Se a abertura de entrada for uma janela, deve o jato ocupar o mximo dela possvel pela
mesma razo.
Se a queima ainda estiver
considervel, ou seja, se a
ventilao
for
prvia
ou
concomitante ao combate,
imperativo que o acesso para
sada de fumaa seja prximo ao
foco e que direcione a fumaa
para fora da edificao. A fumaa
aquecida pelo foco no pode
percorrer o interior da edificao,
pois, se assim fosse, a fumaa
estaria irradiando calor para
materiais ainda no afetados e
poderia provocar a ignio de
novos focos.

VPP por duas aberturas:


porta como entrada

Vo da porta

Alvo do jato

A ventilao por presso positiva auxilia no resfriamento do ambiente pela impulso de


neblina de gua que ajuda no resfriamento. Infelizmente, aumentam tambm os danos
causados pela gua e pelo excesso de vapor que se acumular caso a ventilao no
seja bem efetuada.
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Ventilao por Presso Negativa (VPN) a ventilao forada, quer seja ela mecnica
ou hidrulica, pode ser feita com o jato neblinado soprando no acesso de sada jogando
gua para fora do ambiente e arrastando junto ar fresco. Como o ar forado para fora, a
presso no interior prximo abertura fica menor gerando uma zona de baixa presso,
por isso a denominao de ventilao por presso negativa.
A gua jogada para fora do ambiente, evitando os danos propriedade pela gua, mas
diminuindo a capacidade de resfriamento da operao de ventilao, o que facilmente
contornado se a ventilao for bem feita.
Com a fumaa empurrada para fora, o ar frio entra para substituir o vazio que ficaria,
substituindo a atmosfera quente e inflamvel do ambiente.
A VPN tambm pode ser feita por uma ou duas aberturas, mas em qualquer dos casos, o
jato deve ser direcionado metade superior nas portas e englobando o mximo do
espao nas janelas.
A abertura de entrada de ar menos importante, uma vez que o ar buscar entrar por
qualquer fresta para ocupar o espao deixado pela fumaa arrastada para fora.
Como a VPP, a VPN deve ser feita com a
sada de fumaa prxima ao foco e pode ser
imediatamente posterior extino do foco
com emprego da tcnica penciling, ou
mesmo ataque direto.
A VPN feita de dentro para fora.
Obs.: mencionamos o alvo dos jatos de
gua, considerando a VPP e VPN
hidrulicas, mas o emprego de ventiladores
bem semelhante no que tange aos alvos a
serem escolhidos nas aberturas.

CUIDADOS NA VENTILAO
Para a ventilao, o bombeiro deve aproveitar as aberturas existentes na edificao,
como as portas, janelas e alapes, s efetuando aberturas em paredes e telhados se
inexistirem aberturas ou se as existentes no puderem ser usadas para a ventilao
natural ou forada. Efetuar entrada forada em paredes e telhados, quando j existem
aberturas no ambiente, acarreta prejuzos ao proprietrio, alm de significar perda de
tempo.
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Sabemos que qualquer ventilao altera a intensidade da queima e a TLC. A ns no


interessa a ventilao que alimente as chamas apenas. Buscamos resfriar o ambiente
melhorando as condies de conforto, visibilidade e de sobrevida s vtimas no interior,
assim, ao realizar uma ventilao, ela ser eficiente se retirar mais calor com os gases
aquecidos do que produzido pelo foco.
Devemos cuidar para que a fumaa seja deslocada para fora da edificao evitando que
transmita calor para outros materiais termolizando-os e at mesmo provocando sua
ignio.
Para evitar o espalhamento da fumaa para outros cmodos no afetados, possvel
abri-los para o exterior e fech-los para o interior. Abrem-se as janelas para fora e
fecham-se as portas para dentro.
A fumaa, mesmo ao sair da edificao, no deve ter seu caminho ignorado, pois se ela
deixar uma edificao para penetrar em outra vizinha, estar transportando calor que
pode ser suficiente para eclodir novos focos nessa outra edificao.
J foi afirmado, mas no inconveniente lembrar que a sada de fumaa, seja a
ventilao por presso positiva ou por presso negativa, seja forada ou natural,
horizontal ou vertical, a abertura de sada de fumaa deve ser prxima ao foco!
O uso de ventiladores-exaustores com mangas de direcionamento de ar altera a dinmica
apresentada. Com as mangas, possvel coletar a fumaa do cmodo sinistrado e a
conduzir at o exterior da edificao sem expor os materiais pelo caminho.

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11. REFERNCIAS
International Fire Service Training Association. Essentials of firefighting and fire
department operations. 5 Ed. Oklahoma: Fire Protection Publications, 2008.
GRIMWOOD, Paul. Euro Firefighter. Inglaterra: Jeremy Mills Publishing. 2008
GRIMWOOD, Paul. et alii. 3D Firefighting: techniques, tips, and tactics. Stillwater, OK:
Fire Protection Publications. 2005.
GRIMWOOD, Paul; DESMET, Koen. Tactical Firefighting: a comprehensive guide to
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OLIVEIRA, Marcos de. Manual de estratgias, tticas e tcnicas de combate a
incndio estrutural. Florianpolis: Editograf, 2005.
SO PAULO. Corpo de Bombeiros da Polcia Militar do Estado de So Paulo. Coletnea
de Manuais Tcnicos de Bombeiros, Ttulos 1, 23, 32, 42. So Paulo: 2006.

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