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Estaca Raiz

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1 ) GENERALIDADES E HISTRICO

Em geral as estacas tipo raiz so estacas de pequeno dimetro ( usualmente entre 10 cm e


40 cm ), implantadas no terreno atravs de uma perfurao revestida, a qual prosseguida
at se atingir a profundidade prevista em projeto.
As primeiras patentes foram requeridas na Itlia em 1952 pela Empresa Fondedile SPA;
todavia a fase de maior desenvolvimento ocorreu na dcada de 60.
A sua aplicao inicial foi aquela relacionada com o reforo de fundao de antigas
edificaes de pequeno porte. Em geral tratava-se de edifcios histricos e as estacas tipo
raiz cumpriam os seguintes requisitos bsicos :
Os equipamentos eram de pequenas dimenses, o que propiciava acesso a locais
exguos e de p direito baixo ( espao de passagem entre 1,5 e 2,0 m ) e p - direito
mnimo da ordem de 3.0 m;
A perfurao era rpida, silenciosa e sem vibrao. O emprego de conjuntos movidos a
eletricidade permitia a execuo em locais fechados, sem os inconvenientes da fumaa
oriunda do funcionamento de motores a exploso. As perfuratrizes podiam ser
deslocadas ou arrastadas por operrios e a tecnologia permitia atingir-se profundidade
relativamente elevadas ( digamos 30 m ) atravessando camadas ou interferncias com
facilidade. Esta caracterstica flexibilizava o dimensionamento de cargas de trabalho,
determinadas muito mais pela capacidade estrutural da seo do que pela condio de
suporte do subsolo.
As vantagens supra - mencionadas possibilitaram um grande crescimento na utilizao do
produto em escala mundial. Funcionalmente a estaca tipo raiz passou a ser utilizada como
soluo de conteno de encostas, tambm em virtude de duas condies principais :
possibilidade de execuo de estacas inclinadas com orientao tridimensional,
constituindo-se nos reticulados espaciais implantados em encostas ou taludes instveis.
A concepo aquela de uma estrutura de gravidade interna no terreno, fazendo com
que o volume de solo atravessado pelas estacas, convenientemente espaadas,
trabalhasse como um muro rgido;
resistncia trao, atravs da armao do fuste da estaca.
Finalmente o emprego da estaca tipo raiz generalizou-se como soluo para fundaes
normais, com o aumento de dimetro das estacas e do porte dos equipamentos concebidos
para execut-las.

2 ) SEQUNCIA EXECUTIVA
A seqncia executiva a ilustrada esquematicamente abaixo.
f

e
1

FASES DE REALIZAO
1 Perfurao
2 Perfurao concluda
3 Colocao de armadura
4 Injeo de argamassa
5 Concluso da injeo
6 Retirada do tubo de revestimento
com aplicao de presso
7 Estaca raiz concluda

e
4

e
5

e
7

a - Tubo de revestimento
b - Sapata
c - Armadura
d - Tubo de injeo
e - Argamassa
f Tampo de presso

A seguir ser comentada, brevemente, cada uma das principais fases executivas.
Posteriormente sero discutidas particularidades e variantes acarretadas por condies
especficas de subsolo.

1 fase : Perfurao de furo


A no ser em casos excepcionais, previamente justificveis na fase de projeto, a
perfurao deve ser inteiramente revestida. Esta composta por segmentos rosqueados
em seqncia medida que a perfurao prossegue ( a dimenso mais usual varia entre
0.8 m e 1.20 m ).
O revestimento do furo efetuado mediante rotao de uma perfuratriz e de circulao de
gua proporcionada por bombas de alta vazo e presso.
As funes do fluxo dgua so as seguintes:
desagregao do solo no interior do revestimento;
lubrificao e resfriamento da ferramenta de perfurao ( sapata ) ;
desagregao do solo localizado frontalmente coroa.;
abertura de espao anelar ao longo da superfcie externa do revestimento. Este efeito
alm de diminuir o torque da perfuratriz, propicia um aumento de dimetro da estaca
mediante eroso do solo atravessado na regio circunjacente do revestimento;
remoo de todo o solo desagregado mediante um fluxo altamente turbulento, conforme
ser discutido a seguir.
2 fase : Colocao da armadura
A mesma descida manualmente ou atravs de guindastes de apoio, quando a execuo
for a cu aberto.
Em geral para os dimetros menores (at 16 cm) pode-se colocar barra ( ou barras )
centralizadas no furo. Todavia a disposio mais comum e estruturalmente mais
recomendvel a da colocao de armaes concntricas solidarizadas por estribos em
espiral. O nmero e bitola destas barras podem variar em seo e longitudinalmente para
atender s premissas de projeto. Na evidncia das mesmas serem mais curtas do que o
cumprimento do furo, deve-se sobrep-las em transpasse, evitando-se a solda.
3 fase : Injeo de argamassa, de areia e cimento.
feita atravs de bombas do tipo rotor / estator ou, mais rotineiramente, atravs de
bombas de pisto. Ambas devem ser resistentes elevada abraso acarretada pela
argamassa.
A areia deve ser limpa e livre de pedregulhos. Em captulo parte sero analisadas as
caractersticas da argamassa.
4 fase : Aplicao de ar comprimido
A concepo original executiva da estaca tornava mandatria a aplicao de ar comprimido
com presses da ordem de 0.4 M Pa; porm este requisito foi sendo progressivamente
abandonado, conforme ser debatido a seguir. A aplicao do ar feita atravs de um
tampo apropriado rosqueado no topo da composio de revestimento.

5 fase : Extrao do revestimento.


O procedimento atual comporta duas variantes principais :
extrao do revestimento atravs da prpria perfuratriz ( pull out do equipamento ).
extrao do revestimento atravs de dois macacos hidrulicos verticais apoiados no
terreno em posio diametralmente oposta. Tais macacos so idnticos e so
acionados por uma central hidrulica (tambm chamada de centralina) e reagem
contra uma travessa metlica que solidarizada ao revestimento.
Ambos os procedimentos acima so tecnicamente equivalentes e dependem dos
equipamentos colocados disposio da obra e, tambm, da maior ou menor dificuldade
em se sacar o revestimento.
Obviamente durante a extrao h a operao de desrosquear os tubos, a qual feita
atravs do torque propiciado por uma morsa hidrulica agregada perfuratriz ou
centralina.
Cabe mencionar, em complementao, que as operaes de argamassagem da estaca,
eventual aplicao de ar comprimido e extrao do revestimento, so interdependentes.
3 )EQUIPAMENTOS E UTENSLIOS MAIS USUAIS.
A seguir apresentamos, os equipamentos usualmente utilizados no Brasil.
A descrio genrica e objetiva ser abrangente. Para elabor-la baseou-se na
informao de Empresas que atuam na execuo do produto, em situaes mais
freqentes.
3.1 ) Perfuratrizes: podem ser mecnicas ou hidrulicas. As perfuratrizes mecnicas so
em geral de menor porte.
O mecanismo hidrulico confere s perfuratrizes hidrulicas as seguintes funes:
locomoo em geral associada a esteiras;
push e pull out por cilindros de acionamento hidrulico;
morsa e quebra-rosca;
rotao da composio de perfurao.
torque mximo: em geral vria entre 5000 e 15.000 Nm ( 500 e 1500 Kgfm ),
correspondendo a rotaes entre 20 e 200 rpm
3.2 ) Bombas dgua: a disponibilidade de unidades de bombas de presso e vazo
elevadas demanda a utilizao de bombas multi-estgios. O nmero de estgios ( rotores)
varia de trs a cinco propiciando presses de 0.6 a 0.9 M Pa ( 60 a 90 m.c.a ) e vazes de
9 a 12 m 3/ h.
A potncia do motor eltrico varia entre 15 e 30 c.v. a 3.000 r.p.m.
3.3 ) Reservatrios dgua: devem ser compatveis com a necessidade da gua, espao
disponvel na obra, dimetro e profundidade da estaca. Para situar valores, as
necessidades de reservao no devem ser inferiores a, digamos, 10 a 20 m3 a fim de que
no ocorra interrupo dos trabalhos.

3.4 ) Equipamento para preparo de argamassa :


a) Misturador: necessrio para a dosagem e mistura da argamassa de cimento, areia, gua
e aditivos ( eventuais )
motor eltrico com potncia entre 3 e 10 c.v. ;
rotao entre 1500 e 3000 r.p.m. ;
capacidade da cuba 0.5 a 1.0 m3.
b ) Agitador : recebe a argamassa misturada e mantm a homogeneizao da mesma at a
sua injeo.
Motor eltrico com potncia entre 3 e 5 c.v.
rotao 20 a 50 r.p.m.
capacidade da cuba 0.5 a 1.0 m 3.
3.5 ) Bombas de injeo : h aquelas do tipo rotor (metlico) / estator (camisa de borracha
sinttica ou similar). As de maior eficincia so as de tipo duplex (dois pistes atuando em
paralelo). A potncia do motor eltrico varia entre 5 e 10 c.v. e a presso situa-se em
torno de 0.4 M Pa.
3.6 ) Compressor de ar : para presso de 0.4 M Pa. Conforme mencionado sua utilizao
no tem sido mandatria no Brasil.
3.7 ) Mecanismo de extrao do revestimento:
a ) pull out da perfuratriz, mnimo de 50 kn
capacidade ideal: cerca de 100 kn
b ) macacos mais central hidrulica: 100 a 200 kn .
Convm lembrar que uma composio de revestimento de dimetro externo de 35,6 cm
(14) para estacas acabadas de 41 cm de dimetro tem um peso prprio no inferior a
33.000 kn.
3.8 ) Tubos de revestimento
Em anexo apresenta-se a tabela, contendo as bitolas mais usuais.
Os tubos de boa qualidade empregado em estaca tipo raiz tem a seguinte especificao :
Tipo : tubos de conduo sem costura ASTM A 106 / A 53. So subclassificados em grau
A (soldveis) e em grau B (no soldveis).
Recomenda-se o uso do grau A embora a resistncia seja algo menor que aquela de grau
B.
As tenses de escoamento e ruptura mnimos para os aos de grau A e B so :
106 A/A53A :
escoamento - 205 M Pa
ruptura
- 330 M Pa
106 B/A53B :
escoamento - 240 M Pa
ruptura
- 415 M Pa
A denominao rotineira destes aos a de SCHEDULE, seguida de um nmero ( 30-4060-80-100-120-140 e 160 ), o qual indicativo da espessura da parede e a conseqente
massa do tubo em kg/m.

Os nmeros utilizados para revestimentos variam entre 40 e 100, sendo mais freqentes os
de qualificao 40 e 80. Esta especificao procura otimizar peso ( custo ) com resistncia
e com a possibilidade da execuo de roscas adequadas nas extremidades.
Para os dimetros externos maiores da tabela 1 (acima de 168 mm) usual o emprego de
roscas executadas em ponta de schedule 80 soldados parte central de schedule 40, com
a finalidade de diminuir o peso e facilitar o manuseio durante a execuo da obra.
As roscas so quadradas e tem trs fios por polegada. Atualmente cresce o emprego das
chamadas roscas de trs entradas, assim denominadas por serem torneadas a partir de
trs pontos eqidistantes da seo extrema do tubo.
As finalidades deste procedimento so as seguintes :
reduo acentuada do desgaste ;
reduo do tempo de aperto e desaperto ;
facilidade de encaixe, pois o rosqueamento ocorre sempre alinhadamente.
3.9 ) Sapatas de perfurao
So acopladas extremidade inferior do revestimento, sendo dotadas de sulcos
semicirculares na face cortante e tm dimetro ligeiramente maior que a composio.
Podem ser aparelhadas com pastilhas de widia soldadas proximamente aos sulcos, cuja
finalidade o aumento do poder de abraso.
O objetivo dos sulcos facilitar o fluxo dgua para lubrificar e resfriar a sapata e as
pastilhas.
3.10 ) Tricones
So colocados na extremidade inferior de uma composio de hastes, quando ocorre a
necessidade de limpar os testemunhos que eventualmente no so erodidos pelo fluxo
dgua no interior do revestimento .
Conforme ser discutido nos itens seguintes tambm possibilitam o prosseguimento do furo
at profundidades maiores, na eventualidade indesejvel de no se conseguir mais girar a
composio de revestimento.
3.11 ) Martelos de perfurao
Destinam-se a romper materiais rochosos ou muito duros que no podem ser
desagregados pelas sapatas ou pelos tricones.
Podem ser de superfcie ou de profundidade (DTH - down the hole) e podem ser
acionados hidraulicamente (superficiais) ou a ar comprimido.
Devem trabalhar concentricamente no interior da composio de revestimento.
4 ) PARTICULARIDADES DE EXECUO
Nos itens anteriores objetivou-se a descrio genrica da tecnologia da estaca tipo raiz.
Em seqncia pretende-se discutir alguns pormenores que so fundamentais no dia a dia
da execuo; so tambm condies que afetam a capacidade de carga das estacas, bem
como a velocidade executiva.
4-1 ) Cabe empresa executora atentar para as seguintes indicaes do projeto:
comprimento e seo acabada da estaca;
cotas de ponta e de arrasamento;

carga de trabalho e eventual necessidade de prova de carga;


elementos geomtricos, tais como disposio dos blocos de capeamento, travamento e
alavancas ;
detalhes do concreto da estaca ( fck mnimo ) e da armao ( quantidade e disposio
das barras de ao ).
Estes dados devem estar em concordncia com a NBR 6122.

4-2 ) Durante a execuo das estacas iniciais sobrevm as primeiras diferenas em relao
s previses iniciais. A seguir so enumeradas algumas diferenas:
4-2-1 ) A maneira de atingir-se a cota de ponta prevista com a perfurao revestida
depende de:
a ) presso e vazo da bomba da circulao dgua. Paralelamente a obra deve dispor de
volume dgua suficiente para possibilitar a perfurao rpida e contnua de cada estaca.
Infelizmente ocorre usualmente suprimento insuficiente, levando a direo da obra a tentar
a reutilizao da gua com detritos de solo. Deve-se evitar esta reutilizao uma vez que
as bombas multi estgio com rotores fechados entopem-se e desgastam-se com facilidade
quando se circula gua suja. Os rotores tem espessura fina e so constitudos por placas
paralelas que trabalham com um ajuste muito fino em relao carcaa e aos
acoplamentos ou vedaes.
As vedaes so constitudas por selos mecnicos, os quais perdem rapidamente a
eficincia na presena de folgas ou obstrues.
b) capacidade da perfuratriz :
s vezes so empregadas perfuratrizes leves, dotadas de push e pull de menor
magnitude. Na tabela em anexo ( n. 1 ) apresentamos algumas caractersticas de
perfuratrizes usuais. O torque das mesmas so inferiores a 1200 kgf m ( 12.000 N m ) a
cerca de 500 rpm. Tais valores so indicativos da condio da perfuratriz girar a
composio de revestimento. Assim sendo, caso no haja um jato dgua de energia
elevada, a composio de revestimentos tender a travar ou a prender , no jargo de
obra.
Conforme ser discutido adiante, a capacidade da perfuratriz sempre o elo mais fraco na
tentativa de se evitar a priso do revestimento. Evit-la envolve, sem dvida, a habilitao
e coordenao da equipe, uma vez que a operao interrompida a cada metro para
colocao de novos segmentos de revestimento.
c) Condies e tipo de ferramenta de perfurao; Natureza do subsolo:
Ferramentas desgastadas ou inadequadas ao material a ser atravessado ( solo, rocha
alterada ou rocha s ) acarretam uma queda de produo ou mesmo a impossibilidade de
se prosseguir a perfurao.
Os problemas acentuam-se potencialmente para dimetros superiores a 15 20 cm de
dimetros 1 externo do tubo e podem ser dramticos para perfuraes com 27 e 35 cm.
Nestas condies as equipes devem ser de alto nvel, alm de demandarem superviso de
qualidade.
d) Qualidade dos tubos de revestimentos e das roscas:
Na tabela 2 apresenta-se um clculo de torques limites para tubos A 106 ou A 53, do tipo
mais usado no Brasil que o Mannesmann. O uso mais recomendvel deve ser o de
categoria A ( tubos soldveis ) com tenso de escoamento de 205 M PA. O torque
correspondente a esta tenso de no mnimo

28,6 kN m para o dimetro interno de aproximadamente 4 schedule 80. Para as roscas


em estado de novo a resistncia de 50% deste valor. Idem para os tubos de espessura
schedule 40.
O clculo simples, considerando-se uma hiptese de cisalhamento puro ou mesmo
assumindo-se um push ou pull out entre 50 e 100 kN aplicada pela perfuratriz.
Conclui-se que a condio de flexo composta tem influncia pouco significativa.
O clculo ilustra o fato de que a ruptura no tubo macio schedule 40 ou 80 improvvel (
tubos em bom estado de conservao ).
A ruptura ocorre quase sempre na rosca devido ao desgaste da mesma aps uso
excessivo. O formato da ruptura assume uma das seguintes feies :
estreitamento da rosca macho e alargamento em forma de sino da rosca fmea.
Ocorre porque o desgaste arredondou as roscas e diminuiu a altura das mesmas.
ruptura das paredes as quais se tornaram muito finas
ovalamento ou amassamento devido ao esforo excessivo das morsas
amassamento das extremidades por manuseio inadequado
Conclui-se em fecho que atribuir-se coluna de revestimento o fato de no se conseguir a
profundidade necessria no condiz com a realidade ou com a boa tcnica executiva.
Assim sendo, para estacas tipo raiz ou as mesmas devem ser revestidas ou deve-se
prever, por ocasio do projeto, a execuo de uma perfurao parcialmente revestida
baseando-se sempre em uma boa investigao de sub superfcie.
5 ) VARIANTES EXECUTIVAS
Caso ocorra a impossibilidade prtica de se implantar, o revestimento at a cota prevista,
possvel adotar-se um dos procedimentos seguintes:
5-1 ) Prosseguir a perfurao com o emprego de uma composio interna de hastes,
dotada de um tricone ou ferramenta de perfurao na mesma extremidade. Deve-se
levar em considerao que havendo pedregulhos no subsolo, no haver a certeza de
limpeza do fundo do furo.
5-2 ) Aps a execuo descrita em ( 5-1 ), podem ser adotadas duas seqncias :
1 seqncia : telescopagem do furo, descendo-se um revestimento interno de dimetro
menor. Pode ser previsto em projeto, porm a velocidade de execuo sofre um
decrscimo acentuado. Por exemplo, pode haver a necessidade de perfurar os 5m
inferiores da estaca no interior de um revestimento de maior dimetro com 20m de
profundidade. Para atingir-se os 25m, haver a obrigatoriedade de rosquear e desrosquear
20m a mais de tubos.
2 seqncia : prosseguir com o revestimento original aps alvio frontal do avano devido
perfurao interna com o tricone. Em geral torna-se vivel tambm devido limpeza de
um testemunho que tenha eventualmente permanecido no interior do revestimento.
5-3 ) H casos em que ocorre camada de rocha. Neste caso o mais recomendvel o uso
de roto-percusso por dentro do revestimento.
Posteriormente no haver a necessidade de se revestir o furo em rocha. Em geral
empregam-se martelos de fundo (DTH).

5-4 ) Na eventualidade de ocorrerem mataces, a execuo passa a ser extremamente


trabalhosa com combinao de DTH, telescopagem e composio tricone. Tais
situaes embora complicadas podem vir a ser as nicas viveis, o que atesta a
versatilidade da estaca tipo raiz no enfrentamento de situaes inusitadas.
6) CONSIDERAES SOBRE A ENERGIA DO FLUXO DGUA NAS ESTACAS TIPO
RAIZ
Com a finalidade de avaliar-se este tpico, efetuaram-se algumas estimativas
hidrodinmicas que ilustrassem o efeito do fluxo dgua descendente ( interior da tubulao
) e ascendente ( atravs do anel entre a parede de solo e a face externa do revestimento).
Da hidrodinmica sabe-se que:
os fluxos dgua podem ser laminares, intermedirios ou turbulentos, dependendo de
como as molculas de lquido fluem paralelamente ou erraticamente. Sabe-se que na
natureza a maioria dos fluxos turbulenta e as condies laminares ocorrem em
laboratrio ou em simulaes ideais.
Na percolao em solos, o fluxo em geral laminar devido s baixas velocidades (da
ordem de mm/s) e tambm devido s dimenses capilares dos vazios dos mesmos.
para analisar numericamente o assunto Osborne Reynolds ( fsico ingls ) atribuiu um
nmero para deliminar trs situaes ( chamado numero de Reynolds Re ):
fluxo laminar: Re inferior a 2.000
fluxo transicional ( intermedirio): Re varia entre 3.000 e 4.000
fluxo turbulento: Re acima de 4.000
VD
Re = _____, sendo :
V
V = a velocidade mdia do fluxo , em m/s
4x rea da seo
D = dimetro hidrulico = ___________________________ , em m
Comprimento molhado da seo
v = viscosidade cinemtica do lquido circulante. sensivelmente dependente da
temperatura deste
lquido.
Algumas simulaes procedidas considerando-se as bombas e tubos descritos nos
captulos anteriores resultaram em velocidades internas de 0,20 a 0,30 m/s e velocidades
anelares de 0,40 a 0,80 m/s. Nesta simulao no possvel diferenciar a rugosidade do
revestimento e do solo. Resultaram nos seguintes valores para RE:
Re no interior do revestimento : de 13 a 60 mil.
Re no espao anelar
: de 07 a 30 mil.

Vem da a necessidade de se imprimir grande velocidade e presso gua, resultando


fluxo altamente turbulento, formando um turbilho que erode as paredes do solo. A
elevada energia cintica desmonta e transporta o solo na direo do fluxo, tendo o efeito
acumulativo de limpeza do furo, aumento do dimetro da estaca e lubrificao do
revestimento ( desta maneira aumentando a velocidade de execuo ).
As zonas mais erodveis so removidas, abrindo-se um fuste de conformao irregular o
qual tem a tendncia a conferir estaca terminada uma capacidade de carga superior de
outras solues de seo transversal equivalente ( para estacas de pequeno dimetro ).
Considera-se esta a razo pela qual a implantao do revestimento a operao principal
que diferencia a estaca tipo raiz.
Convm enfatizar este ponto, pois h as vezes a compreenso equivocada de que o
revestimento serve apenas para manter o furo estvel.
A injeo posterior de argamassa penetra discretamente na zona de solo com superfcie
irregular limpa, possibilitando uma boa solidarizao solo estaca.
7 ) COTA DE ARRASAMENTO.
Quando se deseja que a estaca fique arrasada em uma cota inferior em relao
superfcie do terreno, tem-se que executar a estaca at a superfcie e posteriormente
demolir-se a parte superior que no ser incorporada ao bloco de fundao.
Isto porque a extravaso da nata pelo espao anelar essencial para que se assegure da
continuidade da argamassagem do fuste.
8) CONSIDERAES SOBRE A INJEO DA ARGAMASSA
Originalmente empregava-se ar comprimido para melhorar a penetrao da nata da
argamassa no solo e para assegurar a continuidade da argamassagem do fuste.
Modernamente, no Brasil, a injeo de ar vem sendo substituda pela injeo da prpria
bomba de argamassa, a qual tem o mesmo efeito, caso executada com o mesmo
procedimento e cuidado de campo.
A funcionalidade e eficcia destes procedimentos tanto maior quanto maior a fluidez e
homogeneidade da argamassa, a qual ser tratada em captulo parte.
Tabela 1 : Estacas tipo raiz tubos de revestimentos e dimetros de martelos de fundo.
Dimetro nominal da estaca
(mm)
Dimetro externo do tubo ( pol )
Dimetro externo do tubo (mm)
Espessura da parede ( mm )
Massa por metro linear ( kg/m )
Dim. do martelo de fundo (pol )

100

120

150

160

200

250

310

410

3
89
8
15
-

3 1/2 4 1/2
5
6
8
10
14
102 127 141 168 220 273 356
8
9
9.5
11
13
13
13
19
28
31
43
65
81
107
3 1/2 3 1/2 5 1/8 7 5/8 9 1/8 9 1/8

Tabela 2: Torques mximos para escoamento de tubos schedule 80, tipo Mannesman, grau
A, esc = 205 M Pa ( 2.050 kgf/cm2 )
Dimetro externo do tubo ( pol )
4
5
6
8
10
14

Torque mximo para escoamento kN.m


28.6
50,0
81,9
164,6
306,4
659,3

Tabela 3: Torques usuais de alguns equipamentos de acordo com catlogos


Equipamentos
CR-10 (Cl Zironi)
CR-12 (Cl Zironi)
SM-400 (Soil Mec )
Acker Holegator

Kgf.m
500
1100
1198
795

Torque mximo

N.m
5000
11000
11980
7950

Eng Ivan Grandis


Eng Helvio Tarozzo

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