Vamos Jogar RPG
Vamos Jogar RPG
Vamos Jogar RPG
So Paulo
2008
Edson
Ribeiro
Cupertino
MESTRADO
FFLCH/USP
2008
em
Estudos
Comparados
de
So Paulo
2008
FOLHA DE APROVAO
Cincias
Letras
Humanas
da
Aprovado em:
Banca Examinadora
Prof. Dr. ____________________________________________________________
Instituio_______________________Assinatura____________________________
Prof. Dr. ____________________________________________________________
Instituio_______________________Assinatura____________________________
Prof. Dr. ____________________________________________________________
Instituio_______________________Assinatura____________________________
AGRADECIMENTOS
Agradeo
minha
esposa
pela
contribuio
pacincia
em
A todos que colaboraram, mas cuja falha da memria por vezes causa
injustias, obrigado.
RESUMO
ABSTRACT
SUMRIO
I.
INTRODUO...............................................................................................p.
12
I.
UM POUCO DE HISTRIA...........................................................................p.
18
II.
III.
IV.
V.
CONSIDERAES
FINAIS.........................................................................p.
118
VI.
BIBLIOGRAFIA...........................................................................................p.
120
VII.
ANEXOS......................................................................................................p.
126
10
Uma vida humana uma fico que o homem inventa medida que
caminha.
Jaqueline Held
11
I: INTRODUO
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17
18
Cf. Nelly Novaes COELHO, Panorama histrico da literatura infantil e juvenil: das origens indoeuropias ao Brasil contemporneo, p. 261.
4
Antonio Candido MELLO e SOUZA, Literatura e sociedade, p. 38.
5
Nelly Novaes COELHO, Literatura, Arte, Conhecimento, Vida, p. 245.
19
20
Este breve panorama pode ser mais bem compreendido no prximo item,
cuja taxionomia fornecer elementos para uma melhor compreenso do RPG
enquanto atividade, uma vez que a relao entre obra, leitor e pblico apresenta-se
de modo rico e dinmico. Neste sentido, pertinente observarmos a trajetria da
construo ficcional entre narradores e jogadores de RPG como uma forma de
delimitarmos o carter de narratividade que esse jogo imprime em encontros no
ciberespao, simulacro das convenes do gnero em meados da dcada seguinte,
apresentado a seguir.
21
Lcia SANTAELLA, Culturas e artes do ps-humano: da cultura das mdias cibercultura, p. 15.
Ibid., p.16.
12
Andrea PAVO, A aventura da leitura e da escrita entre os mestres de roleplaying game (RPG),
p.114.
13
possvel obter todo o material republicado da obra, autorizado pelos criadores, em
www.tagmar2.com.br/downloadTagmar2.asp. Acesso em 21 abr. 2008.
14
http://www.nautilus.com.br/~ensjo/rpg/oddb/index.html Acesso em: 12 nov. 2007.
11
22
Acreditamos que o preconceito em questo fruto da falta de informao, aliada a uma conjuntura
histrica do mundo adulto de buscar uma pedagogia, um motivo didtico para as leituras infantis.
Como literatura marginal ou prtica de leitura (at porque no pretendemos aqui apresentar os RPGs
como literatura ou no), os livros de fazer fico renem jovens que se iniciam na brincadeira de
contar histrias sem a mediao do adulto. Sendo um rito de passagem (de jovem para jovem, de
jogador para narrador) longe das escolas e das orientaes dos mais velhos, o preconceito acaba
sendo resultado da falta de percepo da natureza ldica e criadora dos roleplaying game.
16
Cf. Johan HUIZINGA, Homo ludens: o jogo como elemento da cultura, p. 11. Segundo o autor, o
jogo uma atividade que envolve descompromisso e orientao prpria. Ao aplicar a atividade dentro
da sala de aula, a sistematizao que esta exige anula em grande parte esta caracterstica do ldico.
17
Andrea PAVO, op. cit., p.112.
18
Num evento no qual participei ministrando uma oficina sobre RPG, encontrei um jovem estudante
de letras que utilizava as narrativas ldicas como atividade em suas aulas. No entanto, eram
atividades que respeitavam a caracterstica descompromissada entre os participantes.
23
24
Davi Zeb COOK, Advanced Dungeon & Dragons: Dungeon Master's Guide.
Steve JACKSON, GURPS: generic universe roleplaying system, mdulo bsico.
26
Mark Rein HAGEN. Vampiro: a mscara- um roleplaying game de horror pessoal.
25
25
por aqueles que fundiram a narrativa ldica com o teatro do improviso, criando
RPGs chamados Live Action Roleplaying System (LARPS) com base em sistemas
que possuem uma maior facilidade, na viso da autora, com a elaborao da fico
e, tambm, de sua representao.
Devido aos limites terico-metodolgicos e objetivando uma distncia do
objeto, as autoras optaram por no participarem ativamente de partidas de RPG,
mantendo em seus trabalhos um olhar externo. No acredito que a participao no
objeto seja um entrave seriedade. Se assim fosse, investigar literatura seria
impossvel em vista das paixes declaradas dos pesquisadores por seus autores em
vias de pesquisa.
Nessa esteira, Kazuko Kojima Higucht (2001) aventurou-se a traar suas
impresses em RPG: o resgate da histria e do narrador, pequeno artigo que
teorizou o jogo luz de alguns conceitos literrios. Embora com brevidade
caracterstica de um texto do gnero, essa apropriao de uma experincia e sua
teorizao foi pertinente no sentido de alertar para a contribuio dada aos estudos
literrios ao tratar esse objeto.
Os pesquisadores at o momento vm se debruando sobre o jogo da
narrativa sem se dar conta que o seu movimento apreende-se no instante do ldico.
Nesse sentido, a diegese do roleplaying game condio sine qua non para a
apreenso do movimento das estruturas literrias no fluxo da narrativa enquanto
jogo. Snia Rodrigues pensou o objeto livro, Andra Pavo investigou as prticas de
leituras, e este trabalho, por sua vez, est orientado a analisar os relatos de
aventuras pelos sujeitos do jogo num discurso construdo por um pesquisador e
jogador.
Uma vez situado o leitor sobre a natureza, o histrico e o olhar
acadmico sobre o RPG, reservo-me a trilhar a tipologia do RPG, do livro, da ficha
de personagem e da aventura.
26
Por seu resgate de formas, esse valor que devemos buscar numa obra
que torna um livro importante para um dado setor da sociedade. Valorao relativa,
posto que o lazer e o gosto por uma determinada esttica literria acabam
esbarrando em questes que muitas vezes deveriam ser tratadas da forma mais
objetiva possvel. Nesse sentido, sem cair num maniquesmo entre literatura e no
literatura, a preocupao em cena definir em que medida uma obra tem ou no o
27
27
seu valor frente aos desejos, aos sonhos, s prticas e ao imaginrio de uma poca,
utilizando-se do RPG enquanto atividade ldica que toma de emprstimo termos
literrios como a personagem, o enredo, a narrativa, a narratividade, entre outros.
O papel do narrador na obra continua sendo fundamental, cabendo a ele o
relato dos eventos, ao passo que s personagens importa desatar o n da intriga e
promover a volta ao estado inicial ou propriamente um momento final, condio em
que a busca se encerra.
A prtica de leitura, muitas vezes individual e solitria, adquiriu um perfil
de coletividade ao tornar a narrativa, um conto ou um romance, em forma de jogo,
dependendo da extenso e complexidade das personagens. Esse vis participativo,
cujo leitor torna-se co-autor resultado da oralidade nos RPGs, tornando a narrativa
um eixo no qual mestre e jogador contribuem para construir personagens.
Devido tnue linha divisria entre fico e jogo, em todo meu discurso
revezarei os termos "jogador" e "personagem", "mestre" e "narrador". Dessa
maneira, chamo a ateno para a ntima relao entre leitor, fico e jogo nos
RPGs: em que dar especial ateno para o perfil do leitor ou do jogador
descaracterizar a fuso desses elementos presentes no roleplaying.
Se o livro carece de um leitor para que este justifique a sua existncia, o
mesmo podemos dizer da personagem, que grita pelos acontecimentos para que
esta se adiante a salvar o mundo, tornar-se sujeito atuante naquela sociedade
descrita pela obra. Nesse sentido, a personagem (...) a transfigurao de uma
realidade humana (...) transposta para o plano da realidade esttica. No h
narrativa, sem personagens que a executam.30 a personagem o fio condutor que
une narrativa e jogo, intermediado pela interpretao do jogador, cujo controle
repercute na narrativa numa relao de causa e efeito.
28
29
Ibid., p.141.
Ibid., p. 153-4.
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34
mundo a ser narrado, como o caso de GURPS Cyberpunk, AD&D Dark Sun e
AD&D Ravenloft.
O livro como suplemento possui um valor mais mercadolgico que artstico
no que toca produo narrativa, pois sua funo apenas agregar novos detalhes
ou eventos histricos ao universo j criado pelo livro mundo. totalmente possvel
jogar e criar fico sem necessariamente contar com os suplementos de livros de
RPG. Exemplo dessa modalidade de publicao o Livro de Monstros da srie
Advanced Dangeons & Dragons (AD&D). Existem suplementos voltados para
armaduras, para raas fantstico-maravilhosas, armas mgicas, magias e outros
itens que so cuidadosamente listados em cada suplemento.
Os livros de regra, mundo e suplemento possuem uma organizao
prpria49, no seguindo uma ordem cannica de leitura e fazendo referncias diretas
e indiretas a outras obras. , portanto, um livro que comunica e exige um dilogo
com outras fontes de outros suportes para que se efetive a narrativa.
O livro de regra o princpio norteador do jogo e da narrativa, nada mais.
Cabe ao narrador, principalmente aquele inserido no paradigma da segunda
gerao, dar conta das produes culturais do seu tempo como forma de criar um
bom jogo e atrair o pblico, objetivo presente tanto nos autores em geral quanto nos
narradores de RPG.
Essa observao pertinente, pois o leitor ainda no iniciado nos jogos de RPG sente-se estranho
ao livro, uma vez que este possui uma organizao prpria, aberta ao manuseio orientado para a
pesquisa sobre determinados elementos do jogo ou da narrativa. As lacunas nos textos tambm so
propositais, abrindo possibilidades ao leitor para a construo da sua narrativa.
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De acordo com o Massaud MOISS, Dicionrio de Termos Literrios, p. 310, motivo o impulso
para a realizar uma ao, onde as classes de PCs se lanam, cada qual, por uma busca que
alinhavada por uma procura geral propiciada organizada pelo mestre na narrativa.
69
Antonio Candido MELLO E SOUZA, Literatura e sociedade, p. 34.
43
44
Mestre: Certo pessoal, uma vez com as fichas criadas, vamos para
a introduo do mundo em que vocs vo jogar. O universo o
AD&D, bem conhecido por vocs atravs do mundo de Dark Sun,
no entanto, comearemos a jogar hoje o mundo conhecido como
Ravenloft.
um mundo medieval-gtico, um plano dimensional que alguns
acreditam que pertena a uma parcela do emaranhado de planos
que compe o universo Planescape. No entanto, marca constante
em Ravenloft o desespero, a tristeza, e uma enfadonha impresso
que a regio foi abandonada por qualquer tipo de divindade, noo
de felicidade ou bem-estar, onde a morte uma companheira
constante.
Acreditam alguns que existe uma diferena bsica entre os
habitantes desse mundo, ou plano, como queiram: uns so almas
que tiveram a infelicidade de renascer neste mundo, fadados a todo
tipo de sofrimento, os demais habitantes foram de alguma maneira
transportados e amaldioados nestas terras, fruto das terrveis
atitudes em seus mundos. Chamo a ateno para este ltimo
grupo, pois so eles os detentores de grande parte do poder
poltico, influncia e posses neste mundo.
Vocs se encontram neste instante numa cidadela conhecida por
abrigar guildas de ladres e assassinos profissionais, e a violncia
a todo instante percorre e amedronta as pessoas. Para agilizar a
aventura, as personagens se conhecem, coisa porm que vocs
devem descrever na forma de histrico. Como se conheceram?
Essa tarefa de casa ok? Enquanto mecnica de jogo, vamos s
72
Na esteira de Daniel Mackay, tambm fao neste momento uma homenagem ao grupo de RPG que
me acompanha at os dias atuais. Os nomes de jogadores e personagens so, respectivamente, dos
colegas de diverso que ajudaram-me a trilhar reflexes importantes sobre a literariedade nos RPGs.
45
lembrar disso!
Dante:
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Mrcio:
a misso.
NPC:
Mestre:
NPC:
47
Mrcio:
cuidado.
NPC:
NPC:
Por qu?
NPC:
NPC:
alimentos....
NPC:
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que seria 17, digamos que voc tem duas lembranas um tanto
confusas, ou essa floresta a Floresta do Silncio, ou a Floresta
da Perdio.
Sandra:
Mestre:
Mestre:
mestre?
Mestre:
Pode ser, mas como voc mudo, vai ter que sempre
andar com esse bloco de notas aqui, assim o que voc quiser
perguntar ou afirmar dever ser passado para os magos, paladinos
ou clrigos do grupo, entendeu?
49
Tuquinho:
Mestre:
mestre?
Mestre:
o ladro.
Mestre:
Tuquinho:
Mestre:
50
Mestre:
Mestre:
Marcelo:
Mestre:
Marcelo:
Mestre:
51
Entre uma parte da narrativa e outra, existe o elemento jogo, que promove
diversas possibilidades aos jogadores levando-se em conta as suas regras e a
relao de causa e efeito pertinentes, gerando um novo conjunto de eventos que,
devido a novas intervenes das personagens, levar a uma nova srie de escolhas,
todas regradas pelo ldico. importante lembrar que a narrativa importa ao ldico
no roleplaying, e no o inverso, posto que os momentos finais de uma aventura ou
campanha esto relacionados com o percurso narrativo das personagens e com a
pilhagem, ou no desenlace propriamente. Segundo Sonia Rodrigues (2004:69-84), a
pilhagem um movimento prprio do maravilhoso blico. No entanto, devido ao seu
carter ldico cuja proposta central enquanto tal a evoluo da personagem,
acredito que todo RPG seja, de fato, caracterizado pela narrativa cujo destino final ,
seja enquanto enredo ou sistema de jogo, a apropriao de elementos e recurso em
que o grupo ou a personagem esteja em dficit.
Alm dos pressupostos ficcionais, acrescenta-se o aleatrio imprimindo
um carter de improviso para a narrativa, tornando-a uma simulao da vida e
contemplando o aspecto ldico que atrai os jovens leitores pelo desconhecido que
trilhado pelas malhas da fico e regras do sistema de jogo.
73
Segundo o Massaud Moiss, Dicionrio de termos literrios, p.145, o enredo implica na totalidade
da relao causa conseqncia dos acontecimentos, dependendo de recursos como o mistrio, o
suspense. Intriga sinnimo de trama, constituindo o relato sucinto, abreviado, mas atento noo
de causalidade, dos eventos que se entrelaam na direo de um fim.
74
Steve JACKSON, op. cit., p.V.
52
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56
Sem perder de vista a sua natureza, nem oral e to pouco fixa como nos
padres impressos, os fruns tornaram-se espaos em que o mestre procura saber
de seus pares como foi o jogo, seus pontos positivos e negativos. A participao
nesse circuito , neste caso, fundamental para que melhores narrativas sejam
disponibilizadas e reconstrudas pela equipe de jogadores.
90
Gustavo MILLER. Fanfics criam mundo paralelo de Harry. O Estado de S. Paulo, 23 jul. 2007, Link,
p. L8 e Julio Daio BORGES. Internet renova a literatura do sculo 21. O Estado de S. Paulo, 02 jul.
2007, Caderno Link.
91
Merino apud Lcia SANTAELLA, Navegar no ciberespao: o perfil cognitivo do leitor imersivo, p.
163.
92
Lcia SANTAELLA, Navegar no ciberespao: o perfil cognitivo do leitor imersivo, p. 165.
57
58
(embora o livro de regras bsico seja uma publicao paga). Para Sonia Rodrigues,
tal prtica inevitvel, construindo-se propostas baseando-se em resultados bemsucedidos de um emaranhado de outras mdias100, como ocorreu com a criao do
RPG baseado em HP Lovecraft101 e na temtica dos limites do entranho e
maravilhoso no autor de Alice no Pas das Maravilhas102. Neste ltimo, a adaptao
unindo blico e maravilhoso emblemtica na imagem produzida pela ilustrao do
livro de regras103, em que Alice utiliza uma espada para corajosamente enfrentar um
inimigo muito maior que a protagonista104.
So obras que colocam em jogo o enredo, retirando o espectador da
condio passiva e convidando-o a produzir a sua narrativa. Neste sentido, feliz foi a
afirmativa de Andra Pavo (2000) sobre este panorama: criao que foge do
controle do criador105.
Cada um pode tornar-se produtor, criador, compositor, montador, apresentador,
difusor de seus prprios produtos. Com isso, uma sociedade de distribuio
piramidal comeou a sofrer a concorrncia de uma sociedade reticular de
integrao em tempo real. Isso significa que estamos entrando numa terceira era
miditica, a cibercultura.106
59
Fico/Literatura
Narrador
Leitor/ouvinte
Foco narrativo
Histria (intriga)
Espao/tempo
Gnero narrativo: conto, novela,
romance
Discurso narrativo
RPG
Mestre narrador
Jogador ouvinte
Foco narrativo - do mestre e do jogador
Histria (intriga)
Espao/tempo - livro de mundo
Gnero narrativo: conto - aventura, novela
campanha
Discurso narrativo
Cf. Nelly Novaes COELHO, Literatura infantil: teoria, anlise, didtica, p. 65.
60
(...) A fico um lugar ontolgico privilegiado: lugar em que o homem pode viver
e contemplar, atravs de personagens variadas, a plenitude da sua condio, e
em que se torna transparente a si mesmo; lugar em que, transformando-se
imaginariamente no outro, vivendo outros papis e destacando-se a si mesmo,
verifica, realiza e vive a sua condio fundamental de ser auto-consciente e livre,
capaz de desdobrar-se, distanciar-se de si mesmo e de objetivar a sua prpria
situao.109
108
109
61
XX, com claras aluses dominao de ditadores pela guerra110. Neste filme, alm
da criao de um enredo englobando personagens enigmticas, encontramos o uso
de temas da Histria como eixo de possibilidades para a criao da trama e a
definio da funo do heri na busca. Liga Extraordinria vem ao encontro do
movimento proposto pelo RPG DC Mutant and Mastarmind no que tange utilizao
do heri noutro contexto, formando aventuras outras e ilustrando o que ocorre, de
fato, numa criao de aventura apropriando-se de heris ou viles111 j existentes.
O filme A Bssola de Ouro, alm de ser uma releitura do livro de Philip
Pullman publicado nos anos 90, dialoga diretamente com o leitor, possibilitando a
retirada de elementos do universo atravs da construo de narrativas de RPG em
livro de regras produzido oficialmente meses antes da exibio da pelcula 112. Desta
forma, a familiaridade do leitor com os elementos do filme estar construda antes
mesmo da exibio comear e, como aconteceu com O Senhor dos Anis,
provvel que a busca por novas referncias resulte no contato com a obra original,
cuja riqueza de detalhes naturalmente mais ampla, em virtude das possibilidades
da criao literria e das tcnicas do texto impresso.
Tal como os roteiristas das histrias em quadrinhos e do cinema, o
jogador e o mestre de roleplaying devem reconstruir, por meio do processo
intertextual, a sua aventura. O leitor tem uma funo de autoria num primeiro
momento: banhar-se na cultura das mdias para, em seguida, ser co-autor na tenso
narrativa que compe a trade obra-jogo-leitor.
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63
64
Esse fragmento foi retirado do site www.spellbrasil.com.br e no citado o seu link diretamente por
motivos de fora maior, uma vez que a comunidade foi diluda e o endereo eletrnico foi vendido
para uma empresa do ramo de eletrnicos. A pesquisa dos trechos sobre as aventuras de Liendell e o
seu grupo, no entanto, foi realizada no dia 20 de Maro de 2004. Tomei a atitude de manter os textos,
mesmo com o problema acima, por considerar a pertinncia dos registros do usurio Veritas (dono
das postagens) em relao pesquisa realizada.
65
repete, s vezes sob as mesmas formas, outras vezes sob forma diferente, nova
para um determinado conto. Com isso se inicia um novo conto.
Esse fenmeno mostra que um grande nmero de contos maravilhosos se
compe de duas sries de funes, que podemos chamar de seqncias (grifos
do autor). Uma nova desgraa d origem a uma nova seqncia, e deste modo
uma histria rene, s vezes, toda uma srie de contos. O desenrolar da ao
(...) mesmo constituindo uma nova seqncia, no deixa de ser um
prolongamento de um determinado conto.121
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vizinhos, mas ainda sim, cada um considera a sua habilidade mais apropriada para a
resoluo do enigma.
O combate no durou muito. O feiticeiro olhou para o que pareciam pedras
negras e se aproximou delas.
_ Isto no so pedras! H um encanto de iluso poderoso aqui!
O paladino segurou o feiticeiro: _Deixe-me fazer isto.
_ Voc no tem a habilidade para fazer o que vou tentar. Quero ver se consigo
anular por instantes a iluso para podermos ver o que esta pedra oculta.
Todos viram o feiticeiro tocar na pedra e fechar os olhos. Viram o suor brotando
de sua fronte. Luzes brilhando em sua mo. Mas a pedra no deixou de ser
pedra. NUm instante, ele soltou da pedra e abriu os olhos... _ Viram?
As expresses de estranheza nos rostos de todos responderam por si _ Tem
uma coisa dormindo dentro desta pedra ao menos. Segura um grande machado
e tem o smbolo de Hextor gravado no peito.
_ O Paladino olhou para a pedra que o feiticeiro tocara e depois para as outras: _
Ser que nas outras ocorre o mesmo?
_ Posso imaginar que sim. Se meu pai estivesse aqui ele saberia me responder.
Nos RPGs a idia de atributo parece se confundir com as percias ou conhecimentos mgicos, pois
todos colaboram para personalizar o heri.
127
Vladimir PROPP, op. cit., p. 81.
69
70
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72
73
136
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75
76
Embora
paz
seja
necessria
ao
bem
comum
no
mundo
78
por sua prima? Quem convocou aquele demnio? O que parecia ser o fim era, na
verdade, apenas o comeo...
79
80
Nos primeiros momentos do enredo, a obra inicia com o texto original. Cf. p. IV.
Praticamente todo o Canto III de Lusadas 2500 reconstri visualmente o texto verbal. Cf. Lailson
de Holanda CAVALCANTI, op. cit., pp. XCVIII-CXL.
143
Cf. Ibid., pp. VII-IX.
144
Ibid.,p. CLXXXIV.
142
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82
83
Lemos apud Lcia SANTAELLA, Culturas e artes no ps-humano: da cultura das mdias
cibercultura, p. 118.
84
eu no me acho realmente qualificado para lhe oferecer ajuda, mas, lendo seu
post achei que talvez alguem pudesse desenvolver minha ideia para encrementar
153
85
seu cenrio. Minha ideia constitui um cenrio governado por um tirano (Pensei
em um mago, mas talvez isso seja meio exagerado) que governa a maior parte
do reino manipulando reis e clrigos, neste cenrio averiam inumeros de casos
onde monstro(Drages, esfinjes, Quimeras, sei l me inspirei na mitologia grega,
mas voc quem sabe) atacavam pessoas vilarejos ou at cidades
frequentemente e sem nenhuma explicao. Em um mundo assim, apareceriam
vrios heris para enfretar essas ameaas, no entanto, o Governador(como
resolvi chamar o Tirano) proibiu qualquer ato de heroismo com a alegao de
que isso seria tarefa para o exrcito ou para os guardies misticos(achei que
poderia encaichalos aqui), a pena para quem bancasse o heroi seria a priso,
devido ao grande nmero de herois presos, foi construida uma cidadela-priso
em uma regio desrtica do reino.
Os guardies misticos no entanto comearam aos poucos a duvidar das boas
intenes do Governador, reprimindo o surgimento de novos herois, isso causou
uma grande diviso interna entre os guardies. Como resultado mais e mais
guardies sofrem do vazio interior alguns procurando assim o exilio e outros
apoiando grupos de herois rebeldes. Esses grupos tem como objetivo continuar a
combater os monstros e derrubar o governo. por isso que o exercito tomou as
cidades a procura de rebeldes (Embora ajam rumores de que o exrcito tambm
procura por artefatos mgicos que trariam mais poder ao governador), andar por
estradas tambm perigoso se voc um heroi que no quer ser preso. Embora
a presena do excito nas cidades intimide os herois a mostrarem seus rostos,
no consegue evitar(ou no quer evitar) os ataques a cidades de outras
raas(Pensei em orcs, mas achei meio batido) ninguem sabe de onde vem essas
raas (a rumores de que vem de reinos distantes) mas elas vem saqueiam as
cidades e desaparecem. Espero que isso tenha trazido boas idias se no te
trouxe eu posso usar isso mais tarde, como pode ver no est terminado, mas
tambm no adiantaria fazer um cenrio inteiro e voc achasse uma M*rd por
isso ve o que voc acha e da sua opinio.
86
mais distantes que comeam a ter relaes com o reino em questo, mas achei
que se eu descrevesse o cenario todo da maneira que estava na minha cabea,
privaria a participao de alguem que tivesse umja boa ideia sobre um desses
reinos, mas, valeu o toque.154
Mas como fugir desta realidade colocada por Mark Rein Hagen? O
responsvel pelo tpico relata a sua angstia ao tentar criar publicamente um mundo
de RPG:
154
87
Bem, confesso que no tinha me inspirado em Star Wars para criar tudo
isso(Apesar de ser fo de Star Wars), me basiei em Aragorn para criar um rei
que governasse ouros reis, mas, achei que em um ambiente onde voc tivesse
que tomar cuidado com tudo e todos, o mestre teria chances maiores de narrar
uma aventura com uma grande dose de acontecimentos inesperados, dai resolvi
tornar o "Governador" maligno para aumentar as possibilidades de conflito.
Bom, me parece que meu cenrio precisa de muita melhora, mas todos at agora
parecem ter gostado da idia bsica, no me preocupo com plgio, mas, acho
que se alguem se preocupar com isso basta mandar mps isso, mas, isso
realmente tornaria a conversa muito individual, por isso pesso a todos que
mantenham uma consiencia limpa, confio na boa f de todos.
157
Foi lanado na dcada de 1980 um Atlas sobre o Planeta Krynn, baseado no jogo Advanced
Dangeons & Dragons- Dragon Lance. Segundo o mestre e meu mentor de roleplaying Henry
Guimares, era comum leigos ao gnero adquirirem o mapa apenas pela riqueza de detalhes. No
entanto, no encontrei referncias sobre a obra nas pesquisas realizadas.
88
89
Quando eu criei o meu cenrio de d20 eu comecei pelo vilo da coisa toda.
pela
narrativa,
cujo
desconhecimento
do
jogador
torna-se
Por ser uma terra naturalmente muito poderosa magicamente ela por sculos
desde sua descoberta tem sido alvo de ataques de diversos reinos ambiciosos
querendo expulsar os elfos de suas terras e tom-las para si, embora at hoje a
terra ainda permanea intacta. Os elfos tem resistido bravamente durante anos,
mas com o crescente ataque, no se sabe at quando os elfos iro agentar.158
158
90
Arcanjo, o que pode ser feito nesse sentido? Que caractersticas voc acha que
podem ser atribudas ambientao, para que esta estimule/promova esse tipo
de jogo - interpretao, sentimentos, e dramas - de fato?
Analisando Vampire temos:
- mais caractersticas sociais no sistema (atributos sociais por ex.)
- mais caractersticas internas do personagem/potencialmente dramticas
(Humanidade por ex. )
- elementos da ambientao que estimulam esse estilo de jogo ( faces
fundamentadas em ideologias, geralmente antagnicas, deixando assim a "cama
pronta" para poltica e intriga inter-faccionais )
Analisando os RPGs que promovem esse estilo de jogo, pode ser til para
identificarmos caractersticas que promovem esse estilo de jogo. E a partir da
tentar inser-las no seu jogo.
159
Mensagem nmero 4.
91
Postagem nmero 9.
Postagem nmero 18.
92
162
http://www.orkut.com/CommMsgs.aspx?cmm=41034&tid=2545771128742303743 Acesso em 30
out. 2007.
93
Thiago(Valcrist)
A reunio finalmente acaba e a deciso foiu a seguinte:
Os exercitos protegeram as cidades enqanto os Libertadores (ns) agem.
Finalmente livre, pego meu grifo e saio a procura do 1 portal..
Enqanto isso...
Uma tropa de varios tipos de inimigos marcha para o portal tbm, mas eles jah
esto bem perto, to perto q os com melhores aldies jah podem escuta-los...
On: Acordo pela manh logo com o sol batendo em meu rosto... abro os olhos e
vejo que ainda no h ninguem proximo de mim. Levanto, guardo meu saco de
dormir, lavo o rosto e preparo um ch um pedao de po com mel para comer.
"Mas que droga... eu pedi a eles que estivessem aqui quando o sol nascesse...
mas eles esto atrasados... no possivel que eles tenham esquecido... por
favor pessoal... no demore, ou todo nosso esforo ir valer de nada."
Pego a esttua do primeiro guardio e fico olhando-a... um gargula com dentes
enormes... realmente muito feio... o numero do portal bate com o da gargula... o
numero 1.
De repente, enquanto estou sentado em uma pedra esperando por meus
companheiros, o portal comea a dar sinais de que est ativando... um frio
assombroso passa pela minha espinha e o temor pelo pior acontece. Eles esto
atrasados.
Um grito agudo como de mulher ouvido ao longe... eu caio de dores no cho
pois fico surdo por alguns instantes e atordoado pelo grito... mas posso observar
que o grito vem das duas mulheres entalhadas na rocha.
Ento magicamente uma forma comea a sair do portal que aparentemente no
muda a aparencia... como se uma parte da rocha estivesse saindo no formato
de um humanoide... com asas?
Ento a rocha do portal se desprende da criatura e posso ver claramente a figura
de uma belissima mulher ruiva com pequenas asas em suas costas, lbios
carnudos e seios fartos, pernas que deixariam qualquer homem sem folego. Ela
olha para mim e diz: "Nunca achei que a primeira criatura que eu testaria meus
poderes seria um elfo nojento... levante-se... no gosto de matar quem est
prostrado!
94
Levanto-me com minha cimitarra em mos quando uma bola de fogo explode em
minha direo.
95
cho perto da esttua... estou sangrando muito e s me resta uma fraca magia
de cura... o suficiente para estancar a hemorragia.
Ativo a esttua da Gargula e rapidamente ordeno a ela que me proteja enquanto
eu me curo... A Gargula volta-se contra o demonio e parece estar ganhando
tempo para mim enquanto eu lano "CURAR FERIMENTOS MODERADOS"
On: Vejo algumas flechas fazerem ccegas na mulher demnio e ento aproveito
que a grgula est entre mim e ela para poder recuar um pouco... vejo as
inumeras bolas de fogo que aquele ser bizarro arremessa para todos os lados...
96
atrs de uma rocha, ouo um grito de mulher... bem onde uma bola de fogo
explodiu... Mancando e confiando na gargula, vou at la e vejo uma garota elfica
com sua perna esquerda queimada e um arco longo cado ao lado dela... falo
ento em elfo:
"Garota, fuja daqui... no derrame seu sangue toa nessas colinas... essa luta
no sua!"
Vejo que ela sente dor na perna, mas nada posso fazer de imediato, pois tenho
um inimigo mais perigoso em nossas costas...
"Eu vou tentar distrair aquele demnio... e voc vai fugir... a no ser que voc me
convena que Gaia a enviou, voc vai fugir!" - Falo com certa autoridade mas
com a voz um pouco tremula.
Ento pego minha taa elemental, encho-a d'gua e convoco meu elemental
d'gua e o comando: "Proteja-nos daquela mulher demnio!"
Enquanto o elemental avana at ela, eu retorno a gargula forma de esttua,
pego a garota pelo brao bruscamente e tento correr com ela dali... fico distante
o suficiente para no perde-la de vista, e vejo meu elemental seu massacrado
por ela!
"Edu, Valcrist, Skar, Sioran, Felix, seus idiotas... porque demoram tanto? Gaia foi
quem nos mandou nessa misso e vocs fazem isso comigo agora? Depois de
tanto tempo me abandonam? Droga!"
A garota se levanta e mostra-se firme... parece abalada com o poder do
demnio, mas no mostra vontade de fugir.
Como ultimo recurso, pego a flauta e fico preparado para utilizar um de seus
poderes. Vejo que em poucos minutos, meu elemental derrotado. Ela ouve o
som da flauta e caminha em nossa direo.
"Prepare-se" - digo eu.
163
97
Eru, o Ilvatar
Dessa
outra
eu
fui
testemunha,
falo
em
primeira
pessoa:
Um conhecido meu nunca soube fazer paladinos... E jogando como tal, foi
enviado pelo sacerdote da sua ordem para negociar com os nobres a diviso das
terras de uma cidade recm conquistada com eles (isso em Ravenloft). Deveria
exigir para a ordem pelo menos 3 das 5 reas conquistadas nos arredores da
cidade
tomada.
164
Os eventos descritos neste tpico fogem ao sistema de regras e condutas da fico. Erros de
interpretao, relaes de poder entre mestre e jogador e falta de referencial na construo e
conduo da personagem, plana ou esfrica, so alguns dos temas abordados, colecionando o que
muitos jogadores consideram uma aula de teoria da fico e da personagem: o que no fazer num
percurso narrativo com a sua personagem ou na conduo (no papel de narrador) de um grupo de
actantes. Embora com traos cmicos, sua finalidade funde-se entre a necessidade de registros dos
eventos imemoriais e um alerta dos erros que podem finalizar uma narrativa devido morte do heri
ou da desestruturao da plena do que podemos chamar de equilbrio morfolgico: o actante, a sua
funo e o seu percurso no enredo. Tambm os erros de grafia e digitao foram deixados no
original, procurei relacionar apenas os eventos mais pertinentes ao eixo da pesquisa.
165
http://forum.valinor.com.br/showthread.php?t=10822&highlight=Lendas+Lend%E1rias Acesso em
30 out. 2007.
98
...se mata
Thyago_Potter_Virbickas
sempre jogo com um paladino que rosolve tudo com bolas de foco o GRANDE
PALADINO MAGNOPIROL e um dia estavamos num parco e um polvo enorme
pegou a ponta do barco para querer comer todo mundo a isso normal tinha um
carregamento de polvora eu e o ano do grupo pegamos alguns barris de
polvova e rolamos na direo do polvo e logico FIRE BOLL
CABUMmMmMmMmMmMhehehe o polvo morreu o barco afundou e a turma
toda quase que me mata aqui no mundo real isso aconteceu durante uma partida
de calipe
166
99
...bom...um grupo medieval achou uma caverna e a elfa decidiu adentrar pra
investigar, nisso eu tinha narrado: vcs ouvem passos, o mago do grupo percebe
uma aura maligna emanando do lugar...
A elfa decide adentrar e mal bota os pes na caverna recebe 2flechadas certeiras
e cai inconciente,o ranger do grupo decide correr pra pegar o corpo da elfa e
salva-la...ela se aproximou e levou tb 2 flechadas e caiu demaisda em cima do
corpo da elfa , o centauro do grupo em toda sua agilidade e IMPRUDENCIA
decidiu fazer o mesmo salvando o corpo desmaiado das duas...ele conseguiu
pegar os corpos mas na hora de fugir recebeu duas flechadas e caiu por cima
das duas...foi a vez do outro elfo q tentou salva-los...ele decidiu atirar uma flecha
pra dentro da caverna e salvar o grupo
,o mesmo denunciou sua posio e
recebeu duas flechadas caindo em seguida ...
eu parei ai a aventura pra continuar esse sabado...mas com certeza com um
grupo competente desses TUDO VAI CORRER BEM hahahaha
100
Von
Quando eu conto essa ningum acredita, mas pura verdade... Tava comeando
a jogar rpg, e o meu mestre era muito iniciante... terminamos o Karameikos
(AD&D) e fomos pra Mirros, capital do reino. L eu, que era um guerreiro, e
queria virar dual class com ladro, fui fazer o tete numa guilda...(Detalhe eu era o
personagem mais cago do meu grupo...) Os ccaras me mandaram roubar um
tesouro na casa de um nobre, onde tava tendo uma festa... Cheguei l, pela
porta dos fundos , e me infiltrei na festa... Depois encontrei a sala do tesouro,
sem guarda nenhuma!
Eu peguei o que queria, e fui embora, mas na sada,
descobriram que o tesouro tinha sido roubado, e foram revistar o pessoal...
Chegou a minha vez e o capito da guarda chegou me perguntando : "Voc~e
estava na festa ?" "Claro!" - eu respondi (dh!), "Ento qual era a cor do vestido
da rainha ?" "Verde!" - eu disse sem a menor idia da cor verdadeira... "Errado!
Era vermelho ! Prendam-no!!!" "Pera !" - eu falei-"Eu sou daltnico!" O mestre
, j de saco cheio de mim, gritou, xingou, mas eu convenci ele a deixar continuar
... " O capito desconfiado, perguntou o que era isso... eu disse que era uma
doena rara e que eu trocava as cores... A ele chamou um clrigo e mandou ele
me curar... eu fiz um teste de resistncia magia, pra no ser descoberto, e
passei, pra desespero do mestre ... " O capito perguntou Ento qual era a cor
do vestido ? Vermelho! eu disse...hilrio... o kra falou ento, pode ir... o mestre
no me aguentava mais...
A eu voltei pra guilda de ladres com o tesouro e
... A safadeza que o mestre se vingou de mim e o kras me
passei no teste
roubaram depois...
Elfo Mariachi
eu tava mestrando uma aventura de Sda pro meu grupo, os integrantes era Oz
um selvajem meio doido, Servik um guerreiro bsico, Everth um elfo arqueiro,
dae eles chegaram a Rohan e foram ver o rei e prestar-le servicos, dae eles
jurarao lealdade ao rei e na hora qeu eles tavam indo embora de Edoras a
owyn passou na frente deles , dae Oz disse- quero usar minha habilidade
correr, dae o Servik perguntou - pra que? e Oz respondeu - eu quero dar um
tapinha na bunda da owyn e correr pra cair fora de Edoras, pronto eu chinguei o
kra pra kct mais deixei , ele fez a prova, falhou e levou porrada, e ainda por cima
nao ganhou armadura hehe (pq a owyn deu umas armaduras lah pros kras
menos pra ele por tarado hehe)
101
102
Vrykolakas
Jogo RPG desde 1985, tendo passado por diversos sistemas nestes quase 20
anos de Role Playing, e como seria natural pude colecionar diversas prolas no
decorrer dos anos. De modo que esta nica postagem no fique muito grande,
vou postar cada histria separadamente, mas gostaria de ouvir os comentrios
dos
senhores
sobre
cada
uma
das
situaes.
Magic Missile
Era a primeira vez que eu jogava RPG. Eu era um Fighter e ao entrarmos em
uma caverna fomos atacados por uma bruxa. Levei logo de cara um Magic
Missile nos peitos que me deixou com 1 HP. Comecei a me arrastar para fora da
caverna, enquanto o resto do grupo lidava com a noiva do capeta. A cada round
o elfo disparava suas flechas, o mago conjurava alguma magia, os outros dois
guerreiros tentavam atac-la pelos flancos e o Clrigo combinava aes fsicas
com encantos de proteo. E eu me arrastava um pouquinho mais para fora da
Caverna. Assim foi, at que o nosso nmero superior se fez prevalecer e
alcanamos o xito letal. Coincidiu de ser a vez da minha ao. Imediatamente
me levantei e fui vasculhar o tesouro da strega antes que os meus companheiros
tivessem tempo de recuperar o flego. Abri logo um ba que me pareceu mais
atraente e...disparei um armadilha, fui envenenado com um veneno classe F que
diante das minhas atuais conies foi mortal de qualquer jeito.
Relmpago
Achei ento, que era melhor ser guerreiro animal mesmo e assim, voltei a jogar
como um Fighter que logo de cara se mostrou imensamente sortudo e
terrivelmente irritante. Nem o mestre me agentava. Uma certa ocasio um grupo
de Goblins deu o azar de cruzar o nosso caminho e aps serem chacinados, eu
estava um pouco ferido. J traumatizado com o fim trgico de minhas vidas
passadas, comecei a azucrinar o mestre quanto minha recuperao. Aps
muito pentelhar ele disse que se eu fosse dormir poderia recuperar alguns HP.
Como estvamos na Floresta, fomos todos dormir no alto das rvores.
Obviamente continuei a abusar da pacincia do DM, perguntando de 5 em 5
segundos se eu j havia me recuperado. Ele ento se enfureceu de vez.
Levantou-se e disse Sem que vcs percebessem, durante a noite, o tempo
fecha e sem o menor aviso cai um raio no acampamento...direto sobre a sua
armadura! disse o mestre me apontando o dedo. Em seguida rolou vrios D8 e
com um olhar sdico me diz Sua armadura virou um monte de metal derretido,
logo voc... Ento eu o interrompi e disse ...logo eu deso da rvore, ponho
a mo na cintura e comento abobalhando, sem acreditar no que estou vendo.
Que sorte que eu estava dormindo no alto da rvore e deixei a minha armadura
aqui embaixo!. A o mestre aloprou, eu expliquei que ningum iria dormir de Full
Plate Mail no alto de uma rvore e que era bvio que eu a havia tirado para
dormir....
103
entrando numa situao de perigo sem se dar conta das dificuldades sistmicas do
protagonista. Neste sentido, preciso sempre levar em conta a relao de
representao do jogo, definida pelo status de literariedade presente na ficha de
personagem, constituda pelos limites impostos pela fico. Escreve Vrykolakas:
*Dark Angel*_theOld
Eu tenho uma otima... encontramos uma chave... de ouro, com diamantes...
vendemos a maldita chave.... Depois de muito tempo.... encontramos uma
fechadura de ouro com diamantes....
105
Cibele
Essa historia foi pra revista dragaum justamente nessa coluna enataum achei
interessante colocar aki.
Aventura de Vampiro:Minha personagem e personagem do meu irmaum chegam
de aviaum no Caribe. O dia estah para amanhacer e decidimos ficar no aviaum
por seguranca (o aviaum era especial). Ateh q o senhor (esses npc's "guias" de
mestres megalomaniacos) chega com um anel para cada um, conta uma
historinha sem sentido e nos expulsa do aviao...
Sentimos o sol, mas naum torramos, naum sentimos sono... nada!!
Logo, irmaum analisando o anel vira para o mestre e fala:
- Eu vou tirar o anel pra ver se tem algo escrito dentro dele...
Preciso contar o final?
Ruby Moon
Aventura de Vampiro
L estavam todos no hotel. Tinha gangrel, ventrue, brujah, giovanni...enfim, uma
galera. De repente todos ouvem um grito.
Grangrel: Vamos ver o que est acontecendo!
Ventrue pega o telefone do quarto
Ventrue: Recepo... estou ouvindo gritos e exijo providncias!
Fanor post
167
106
Manowar_
Eu sei que sso no se encaixa aki mas meu mestre t puto pq h mto tempo no
jogvamos com nossos velhos personagens um monge elfo 10 nvel, um druida
aasimar 7 nvel e meu meio-drago brbaro de 6 nvel, aps muito insistirmos
ele resolveu fazer uma aventura e com raiva extrema de nossos personagens do
nda
apareceu
o
Tarrasque.
Apavorados com a gigantesca chance de perder nossos to queridos
personagens resolvemos ir dormir mas o mestre aps muito tempo conseguiu
nos
convencer
a
jogar...
Aps 3 minutos e menos de 2 rodadas leavmos o Tarrasque a -40 pvs, ento o
mestre em sua cartada final disse... sim, agora s falta o desejo final que far
com que o Tarrasque seja destrudo... ns 3 tendo a mesma divindade oramos e
pedimos que nosso desejo fosse realizado o sorriso do mestre no durou mto
aps trs 20 consecutivos hAEIUheaIUHuiaehaiueHuea
168
107
A autora classificou as instncias da criao em volta do RPG com algo relacionado autoria, que
tornou-se um projeto especfico de criao ficcional. Informaes podem ser obtidas em
www.autoria.com.br Acesso em 02 Maio 2008.
172
Cf. Edmir PERROTTI, op. cit., p. 13.
108
segundo uma outra causalidade que habitualmente se procede uma leituraconstruo; as causas e as conseqncias do acontecimento devem procurar-se
numa matria que no lhe homognea. Parecem ser mais freqentes dois
casos (como tambm observa Aristteles): o acontecimento tomado como
conseqncia (e/ou a causa) ou de um trao de carter, ou de uma lei
impessoal.174
Denise ROCHAEL, Imaginao e leitura in Graa PAULINO (org). O jogo do livro infantil, p.117.
174
175
109
Ibid, p.100.
Anatol ROSENFIELD in Antonio Candido de MELLO e SOUZA, A personagem de fico, p. 41
110
179
111
que
(...)
Natureza
sua
personalidade
verdadeira,
enquanto
112
113
186
187
188
Tetsuya Nomura, Final Fantasy VII: Advent Children. Japo, 2005, 101 min.
Tania PELEGRINI (et al.), Literatura, cinema e televiso, p. 15.
Edmir PERROTTI, op. cit., p.19.
114
189
115
116
117
118
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VII. ANEXOS
126
127
128
129
130
131
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