Conama Res Cons 1986 001

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 4

LICENCIAMENTO AMBIENTAL Normas e procedimentos

RESOLUO CONAMA n 1 de 1986

RESOLUO CONAMA n 1, de 23 de janeiro de 1986


Publicada no DOU, de 17 de fevereiro de 1986, Seo 1, pginas 2548-2549
Correlaes:
Alterada pela Resoluo n 11/86 (alterado o art. 2o)
Alterada pela Resoluo no 5/87 (acrescentado o inciso XVIII)
Alterada pela Resoluo n 237/97 (revogados os art. 3o e 7o)
Dispe sobre critrios bsicos e diretrizes gerais para a
avaliao de impacto ambiental
O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - CONAMA, no uso das atribuies que
lhe confere o artigo 48 do Decreto n 88.351, de 1 de junho de 1983, 156para efetivo exerccio
das responsabilidades que lhe so atribudas pelo artigo 18 do mesmo decreto, e
Considerando a necessidade de se estabelecerem as definies, as responsabilidades, os
critrios bsicos e as diretrizes gerais para uso e implementao da Avaliao de Impacto
Ambiental como um dos instrumentos da Poltica Nacional do Meio Ambiente, resolve:
Art. 1o Para efeito desta Resoluo, considera-se impacto ambiental qualquer alterao
das propriedades fsicas, qumicas e biolgicas do meio ambiente, causada por qualquer
forma de matria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam:
I - a sade, a segurana e o bem-estar da populao;
II - as atividades sociais e econmicas;
III - a biota;
IV - as condies estticas e sanitrias do meio ambiente;
V - a qualidade dos recursos ambientais.
Art. 2o Depender de elaborao de estudo de impacto ambiental e respectivo relatrio de impacto ambiental - RIMA, a serem submetidos aprovao do rgo estadual
competente, e da Secretaria Especial do Meio Ambiente - SEMA157 em carter supletivo,
o licenciamento de atividades modificadoras do meio ambiente, tais como:
I - Estradas de rodagem com duas ou mais faixas de rolamento;
II - Ferrovias;
III - Portos e terminais de minrio, petrleo e produtos qumicos;
IV - Aeroportos, conforme definidos pelo inciso 1, artigo 48, do Decreto-Lei n 32, de
18 de setembro de 1966158;
V - Oleodutos, gasodutos, minerodutos, troncos coletores e emissrios de esgotos
sanitrios;
VI - Linhas de transmisso de energia eltrica, acima de 230KV;
VII - Obras hidrulicas para explorao de recursos hdricos, tais como: barragem159
para fins hidreltricos, acima de 10MW, de saneamento ou de irrigao, abertura de canais
para navegao, drenagem e irrigao, retificao de cursos dgua, abertura de barras e
embocaduras, transposio de bacias, diques;
VIII - Extrao de combustvel fssil (petrleo, xisto, carvo);
IX - Extrao de minrio, inclusive os da classe II, definidas no Cdigo de Minerao;
X - Aterros sanitrios, processamento e destino final de resduos txicos ou perigosos;
156 Decreto revogado pelo Decreto no 99.274, de 6 de junho de 1990.
157 A Secretaria Especial do Meio Ambiente SEMA, vinculada ao Ministrio do Interior, foi extinta pela
Lei n 7.735, de 22 de fevereiro de 1989, que criou o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis IBAMA. As atribuies em matria ambiental so atualmente do Ministrio
do Meio Ambiente.
158 Decreto-Lei revogado pela Lei no 7.565, de 19 de dezembro de 1986.
159 Retificado no Boletim de Servio do MIN, de 7 de maro de 1986

636

RESOLUES DO CONAMA

LICENCIAMENTO AMBIENTAL Normas e procedimentos

RESOLUO CONAMA n 1 de 1986

Xl - Usinas de gerao de eletricidade, qualquer que seja a fonte de energia primria,


acima de 10MW;
XII - Complexo e unidades industriais e agro-industriais (petroqumicos, siderrgicos, cloroqumicos, destilarias de lcool, hulha, extrao e cultivo de recursos hdricos
hidrbios?)160;
XIII - Distritos industriais e zonas estritamente industriais - ZEI;
XIV - Explorao econmica de madeira ou de lenha, em reas acima de 100 hectares
ou menores, quando atingir reas significativas em termos percentuais ou de importncia
do ponto de vista ambiental;
XV - Projetos urbansticos, acima de 100 ha ou em reas consideradas de relevante
interesse ambiental a critrio da SEMA e dos rgos municipais e estaduais competentes
estaduais ou municipais1;
XVI - Qualquer atividade que utilizar carvo vegetal, em quantidade superior a dez
toneladas por dia.
XVI - Qualquer atividade que utilizar carvo vegetal, derivados ou produtos similares,
em quantidade superior a dez toneladas por dia. (nova redao dada pela Resoluo n
11/86)
XVII - Projetos Agropecurios que contemplem reas acima de 1.000 ha. ou menores,
neste caso, quando se tratar de reas significativas em termos percentuais ou de importncia do ponto de vista ambiental, inclusive nas reas de proteo ambiental. (inciso
acrescentado pela Resoluo n 11/86)
XVIII - Empreendimentso potencialmente lesivos ao patrimnio espeleolgico nacional. (inciso acrescentado pela Resoluo n 5/87)
Art. 3o Depender de elaborao de estudo de impacto ambiental e respectivo RIMA,
a serem submetidos aprovao da SEMA, o licenciamento de atividades que, por lei,
seja de competncia federal. (Revogado pela Resoluo n 237/97)
Art. 4o Os rgos ambientais competentes e os rgos setoriais do SISNAMA devero
compatibilizar os processos de licenciamento com as etapas de planejamento e implantao das atividades modificadoras do meio ambiente, respeitados os critrios e diretrizes
estabelecidos por esta Resoluo e tendo por base a natureza o porte e as peculiaridades
de cada atividade.
Art. 5o O estudo de impacto ambiental, alm de atender legislao, em especial os
princpios e objetivos expressos na Lei de Poltica Nacional do Meio Ambiente, obedecer
s seguintes diretrizes gerais:
I - Contemplar todas as alternativas tecnolgicas e de localizao do projeto, confrontando-as com a hiptese de no execuo do projeto;
II - Identificar e avaliar sistematicamente os impactos ambientais gerados nas fases
de implantao e operao da atividade;
III - Definir os limites da rea geogrfica a ser direta ou indiretamente afetada pelos
impactos, denominada rea de influncia do projeto, considerando, em todos os casos,
a bacia hidrogrfica na qual se localiza;
lV - Considerar os planos e programas governamentais, propostos e em implantao
na rea de influncia do projeto, e sua compatibilidade.
Pargrafo nico. Ao determinar a execuo do estudo de impacto ambiental o rgo
estadual competente, ou a SEMA ou, no que couber ao Municpio 161, fixar as diretrizes
adicionais que, pelas peculiaridades do projeto e caractersticas ambientais da rea, forem
julgadas necessrias, inclusive os prazos para concluso e anlise dos estudos.
Art. 6o O estudo de impacto ambiental desenvolver, no mnimo, as seguintes atividades tcnicas:
160 Reticado no Boletim de Servio do MIN, de 7 de maro de 1986
161 Reticado no Boletim de Servio do MIN, de 7 de maro de 1986
RESOLUES DO CONAMA

637

LICENCIAMENTO AMBIENTAL Normas e procedimentos

RESOLUO CONAMA n 1 de 1986

I - Diagnstico ambiental da rea de influncia do projeto completa descrio e anlise


dos recursos ambientais e suas interaes, tal como existem, de modo a caracterizar a
situao ambiental da rea, antes da implantao do projeto, considerando:
a) o meio fsico - o subsolo, as guas, o ar e o clima, destacando os recursos minerais,
a topografia, os tipos e aptides do solo, os corpos dgua, o regime hidrolgico, as correntes marinhas, as correntes atmosfricas;
b) o meio biolgico e os ecossistemas naturais - a fauna e a flora, destacando as espcies
indicadoras da qualidade ambiental, de valor cientfico e econmico, raras e ameaadas
de extino e as reas de preservao permanente;
c) o meio scio-econmico - o uso e ocupao do solo, os usos da gua e a scioeconomia, destacando os stios e monumentos arqueolgicos, histricos e culturais da
comunidade, as relaes de dependncia entre a sociedade local, os recursos ambientais
e a potencial utilizao futura desses recursos.
II - Anlise dos impactos ambientais do projeto e de suas alternativas, atravs de identificao, previso da magnitude e interpretao da importncia dos provveis impactos
relevantes, discriminando: os impactos positivos e negativos (benficos e adversos), diretos
e indiretos, imediatos e a mdio e longo prazos, temporrios e permanentes; seu grau
de reversibilidade; suas propriedades cumulativas e sinrgicas; a distribuio dos nus
e benefcios sociais.
III - Definio das medidas mitigadoras dos impactos negativos, entre elas os equipamentos de controle e sistemas de tratamento de despejos, avaliando a eficincia de
cada uma delas.
IV - Elaborao do programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos
positivos e negativos, indicando os fatores e parmetros a serem considerados.
Pargrafo nico. Ao determinar a execuo do estudo de impacto ambiental, o rgo
estadual competente; ou a SEMA ou quando couber, o Municpio fornecer as instrues
adicionais que se fizerem necessrias, pelas peculiaridades do projeto e caractersticas
ambientais da rea.
Art. 7o O estudo de impacto ambiental ser realizado por equipe multidisciplinar
habilitada, no dependente direta ou indiretamente do proponente do projeto e que
ser responsvel tecnicamente pelo resultados apresentados. (Revogado pela Resoluo
n 237/97)
Art. 8o Correro por conta do proponente do projeto todas as despesas e custos referentes realizao do estudo de impacto ambiental, tais como: coleta e aquisio dos
dados e informaes, trabalhos e inspees de campo, anlises de laboratrio, estudos
tcnicos e cientficos e acompanhamento e monitoramento dos impactos, elaborao do
RIMA e fornecimento de pelo menos 5 (cinco) cpias.
Art. 9o O relatrio de impacto ambiental - RIMA refletir as concluses do estudo de
impacto ambiental e conter, no mnimo:
I - Os objetivos e justificativas do projeto, sua relao e compatibilidade com as polticas setoriais, planos e programas governamentais;
II - A descrio do projeto e suas alternativas tecnolgicas e locacionais, especificando para
cada um deles, nas fases de construo e operao a rea de influncia, as matrias primas, e
mo-de-obra, as fontes de energia, os processos e tcnicas operacionais, os provveis efluentes,
emisses, resduos e perdas de energia, os empregos diretos e indiretos a serem gerados;
III - A sntese dos resultados dos estudos de diagnsticos ambiental da rea de influncia do projeto;
IV - A descrio dos provveis impactos ambientais da implantao e operao da
atividade, considerando o projeto, suas alternativas, os horizontes de tempo de incidncia
dos impactos e indicando os mtodos, tcnicas e critrios adotados para sua identificao,
quantificao e interpretao;
V - A caracterizao da qualidade ambiental futura da rea de influncia, comparando

638

RESOLUES DO CONAMA

LICENCIAMENTO AMBIENTAL Normas e procedimentos

RESOLUO CONAMA n 1 de 1986

as diferentes situaes da adoo do projeto e suas alternativas, bem como com a hiptese
de sua no realizao;
VI - A descrio do efeito esperado das medidas mitigadoras previstas em relao aos
impactos negativos, mencionando aqueles que no puderem ser evitados, e o grau de
alterao esperado;
VII - O programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos;
VIII - Recomendao quanto alternativa mais favorvel (concluses e comentrios
de ordem geral).
Pargrafo nico. O RIMA deve ser apresentado de forma objetiva e adequada a sua
compreenso. As informaes devem ser traduzidas em linguagem acessvel, ilustradas
por mapas, cartas, quadros, grficos e demais tcnicas de comunicao visual, de modo
que se possam entender as vantagens e desvantagens do projeto, bem como todas as
conseqncias ambientais de sua implementao.
Art. 10. O rgo estadual competente, ou a SEMA ou, quando couber, o Municpio ter
um prazo para se manifestar de forma conclusiva sobre o RIMA apresentado.
Pargrafo nico. O prazo a que se refere o caput deste artigo ter o seu termo inicial
na data do recebimento pelo rgo estadual competente ou pela SEMA do estudo do
impacto ambiental e seu respectivo RIMA.
Art. 11. Respeitado o sigilo industrial, assim solicitando e demonstrando pelo interessado o RIMA ser acessvel ao pblico. Suas cpias permanecero disposio dos
interessados, nos centros de documentao ou bibliotecas da SEMA e do rgo estadual
de controle ambiental correspondente, inclusive durante o perodo de anlise tcnica.
1o Os rgos pblicos que manifestarem interesse, ou tiverem relao direta com o
projeto, recebero cpia do RIMA, para conhecimento e manifestao.
2o Ao determinar a execuo do estudo de impacto ambiental e apresentao do RIMA,
o rgo estadual competente ou a SEMA ou, quando couber o Municpio, determinar o
prazo para recebimento dos comentrios a serem feitos pelos rgos pblicos e demais
interessados e, sempre que julgar necessrio, promover a realizao de audincia pblica
para informao sobre o projeto e seus impactos ambientais e discusso do RIMA.
Art. 12. Esta Resoluo entra em vigor na data de sua publicao.
FLVIO PEIXOTO DA SILVEIRA - Presidente do Conselho
Este texto no substitui o publicado no DOU, de 17 de fevereiro de 1986.

RESOLUES DO CONAMA

639

Você também pode gostar