Marcos Rey (Quem Manda Já Morreu)

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com/group/digitalsource
Marcos Rey
QUEM MANDA
J MORREU
TEXTO
Editor
Fernando Paixo
2
Assistente editorial
Carmen Lcia Campos
Preparao dos originais ...
!enise "#e$edo de Faria
Supe!ento de tra"al#o
%aria &elena Teixeira da 'il$a
AR$E
Editor
%arcus de 'ant("nna
Diagra!ao
Fernando %onteiro
lustra%es
)og*rio +orges
Arte&'inal
Fu,u,o 'aito
"ntonio -. !omienicio
".rton /uaresma
(oordenao de co!posio
0eide &iromi To.ota
1'+0 23 42 45564 2
7828
Todos os direitos reser$ados pela Editora 9tica '.".
)ua +aro de 1guape: 774 ; Tel.: <P"+X= 262;8522
Caixa Postal 2>3>. End. Telegr?@ico A+omli$roB 'o Paulo
Para !orrer
5
de !edo))) ou de rir
!esta $e# $ocCs $o conhecer Edu: aluno de ComunicaDEes Fue: ao @a#er um
traGalho HornalIstico nas @*rias: acaGa se en$ol$endo com uma perigosIssima m?@ia de
tra@icantes. E ele prJprio Fuem conta a histJria: in@ormalmente e com uma graDa de Fuem
no perde o piFue mesmo nos momentos de maior tenso.
Conhecero tamG*m o impag?$el Tio Palha: deteti$e particular meio Giruta: Fue
aHudando o soGrinho a cumprir sua tare@a escolar acaGa sendo arrastado por uma enxurrada
de lances de arrepiar os caGelos. E o mais espantoso * Fue se di$erte com issoK
0a mesma onda emGarca ainda a Expedita Coca Limene#: secret?ria e tal$e#
namorada do deteti$e: ex;cantora e maFuiadora excepcional: Fualidade esta Fue permite aos
trCs ingressarem dis@arDadas na sede da terrI$el Fuadrilha.
Tudo isso para descoGrir a $erdadeira identidade do che@e da Fuadrilha: a
enigm?tico +oss <patro: em inglCs=: @igura sinistra: herdeiro da organi#aDo criminosa de
um tal TO0M L)"0!: delinFente @amoso cuHa Giogra@ia Edu tenta inocentemente
le$antar em seu traGalho HornalIstico.
/uanto ao autor dessa alucinada com*dia policial: * a mesmo Fue escre$eu para a
Naga;lume O !ist*rio do cinco estrelas <Fue $ai $irar @ilme=: O rapto do garoto de ouro
<Fue H? @oi peDa teatral=: U! cad+,er ou,e r+dio: So-in#a no !undo. Din#eiro do c*u <o
pre@erido das 6Os e 2Os s*ries=: /e!&,indos ao Rio. Enig!a na tele,iso e 0arra de
ca!peo 1P %arcos )e.) 1sso: sem @alar: claro: de outros romances @ora da Naga;lume
como Malditos paulistas: A arca dos !arec#ais e A 2lti!a corrida: tamG*m muito lidas
pelos Ho$ens.
E * %arcos )e. Fuem di#: se $ocC no curte um Gom texto de humor: no ser?
capa# de le$ar nada a s*rio.
1sto dito e assegurado: di$irtam;se.
SUMRO
NeHam se $ocCs pre@erem este comeDo ... 2
/ue tal comeDar pelo @imQ ... 2
%elhor comeDar pelo comeDo ... 8
7. Rltimo dia de Hunho ))) 8
2.Tio Palha: deteti$e particular ... 74
S
5. Ton. Lrand ... 72
S. "plausos antes do espet?culo ... 7S
3. 0o arFui$o do Hornalo ... 73
>. Primeira entre$ista ... 76
6. 'egunda entre$ista ... 78
2. Terceira entre$ista ... 27
8. " $olta do $elho nu ... 22
74. Ton. Lrand apagou mas sua Fuadrilha continua acesa ... 2S
77. +oa $iagem pra $ocCsK ... 23
72. Eh: Fuem so $ocCsQ ... 2>
75. -m milho de caras @eias ... 22
7S. O Fue aconteceu com a secret?riaQ ... 28
73. O pior acontece ... 54
7>. " "gCncia Leo de !eteti$es encerra suas ati$idades ))) 52
76. %adame Leni. Ensina;se crochC e tricT. %*todo prJprio ... 5S
72. E agoraQ ... 53
78. !uas surpresas e um susto ... 5>
24. " escolinha in$adida ... 52
27. Coisas da cidade grande ... 58
22. Onde eu pensa$a Fue a histJria terminaria ))) S4
25. TchinK TchimG?K TchinK ... S2
2S. O dia seguinte ... S3
23. LemGram de mimQ 'ou um tal de Edu ))) S2
2>. O tricT e o @io da meada ... 34
26. " longa noite de espera ... 34
22. O cego mexicano ataca outra $e# ... 37
28. O cantor negro ... 32
54. U eleK U eleK O cantorK ... 35
57. 0o hotel TeGas: Paola com AoB ... 33
52. Os Gons $elhinhos ... 36
55. Trocando @igurinhas ))) 32
5S. O $endedor de algodo;doce ... 38
53. /uem esta$a atr?s da piteiraQ ... >4
5>. %ais algodo;doce ))) >2
56. " $olta da cantora dos tempos do papai ... >3
52. O perigoso chachach? ... >6
58. "lgu*m na geladeira ... >8
S4. Cada $e# mais perto do +oss ))) 67
S7. O simp?tico admirador de Lu# ... 62
S2. O 1ncJgnito ... 65
S5. Paola d? um s#o3 @ora de contrato ... 63
SS. )e.nold seria mesmo )e.noldQ ))) 6>
S3. 'anto !eusK ))) 62
S>. " $e# do empres?rio rui$o ... 24
S6. O pun4 so#inho no salo ... 27
S2. Ele est? aFuiK ))) 22
S8. Onde est? o diaGo do pun4Q ... 25
34. Ele escapouK ... 2S
37. /uando a lu# assusta mais Fue a escurido ... 23
32. "s @eras mostram os dentes ... 2>
35. Eu: descoGerto ))) 26
3S. " casa do @im da rua ... 22
3
33. -ma Gre$e pausa e o choFue ... 87
3>. Eu: repJrter ))) 8S
36. " nota 74 ))) 83
32. O repJrter @a# um Gre$e notici?rio ... 8>
>
6
5EJAM SE 5O(6S
PRE7EREM ES$E (OME8O9
P NocC nos meteu numa enrascada: Edu P disse tio Palha. P O melhor
Fue temos a @a#er * @ugir para o 0epal.
P 0o sei onde * o 0epal P respondi.
P Ento re#e para Fue os Gandidos tamG*m no saiGam.
OU ES$E9
P NocC * aFuele garoto curioso: no *Q P perguntou o homem alto e gordo
Fue ostenta$a um cra$o na lapela: olhando;me l? de cima.
0o ti$e d$idas: o @iguro de$ia pertencer V Fuadrilha do @alecido Ton.
Lrand. /uem saGe: o no$o che@e. Primeiro le$ei um susto: depois senti pa$or.
P 0o sou curioso: mas se o senhor pensa assim prometo me corrigir.
P WtimoK P exclamou o @acInora tirando um re$Jl$er deste tamanho da
cintura. P %as ter? apenas trinta segundos para isso.
P Posso me corrigir em menos tempo P garanti.
P Ora: no tenha tanta pressa. Trinta segundos d? para se arrepender e
ainda apro$eitar um pouco mais a $ida P reGateu o homem do cra$o: @ixando os
olhos em seu relJgio de pulso. Esta$a tendo inIcio a contagem.
QUE $A: (OME8AR PE:O 7M;
ME:<OR (OME8AR PE:O (OME8O9
7
2
RLT1%O !1" !E X-0&O
Yamos entrar nas @*rias de Hulho e o pro@essor )uGens: da @aculdade de
ComunicaDEes: solicitou V classe Fue @i#esse nesse perIodo uma reportagem soGre
FualFuer tema. Nalia at* pesFuisa histJrica: A" construDo do Teatro %unicipalB ou
A" $ida de Castro "l$es Fuando estudante em 'o PauloB.
Xlio: @an?tico por carros: disse Fue ia escre$er soGre corridas de stock-cars.
Laura entre$istaria um conhecido @igurinista. "ntenor: sempre preocupado com a
ecologia: H? tinha um tema: a p*ssima conser$aDo das praDas e parFues paulistanos.
Edgar: parente de um $ereador: @aria uma reportagem soGre o programa da pre@eitura
para as @a$elas da cidade. Como todos se mani@estassem prontamente: o pro@essor me
perguntou:
P E $ocC: Edu: soGre o Fue $ai escre$erQ
P 0o sei P respondi: atarantado.
P FaDo;lhe uma sugesto. Escre$a soGre $endedores amGulantes de
algodo;doce. "inda circulam alguns pela peri@eria.
"lgu*m riu: go#ando da minha @alta de imaginaDo ou H? me $endo papear
num Gairro distante com um desses raros @aGricantes de c?ries.
P "cho Fue tenho algo melhor P disse com @alsa con$icDo.
0o de$o ter sido muito con$incente: pois na saIda da @aculdade Xlio
despediu;se de mim com um Atchau: doDuraB e o Edgar sugeriu Fue eu no escre$esse
nadaZ Gastaria: no reinIcio das aulas: le$ar algodo;doce para o pro@essor e receGeria
nota m?xima.
!ei uma risada curtinha e @ui saindo como se esti$esse doido para curtir as
@*rias. %entira. Continua$a com o grilo na caGeDa: soGre o Fue @a#er a reportagemQ
=
T1O P"L&": !ETET1NE P")T1C-L")
" primeira pessoa para Fuem expus o re@erido grilo @oi tio Palha: Fue
pigarreou e disse... 0o: nem pigarreou nem disse. "ntes: Fuero Fue conheDam
melhor o deteti$e Leraldo Palha. Por sinal: detesta esse nome: nada comercial para
Fuem exerce tal pro@isso.
8
P Nou mudar meu nome para Xones: "rmstrong ou Ta.lor P anunciou um
dia. P 0omes mais apropriados: no achaQ
P +onitos: mas o senhor no parece estrangeiro.
P E daIQ Conhece aFuele roFueiro Cla.ton %ax[ellQ O nome dele *
"lGerico 'il$a. Com esse nome passa$a @omeZ como Cla.ton %ax[ell @atura os
tuGos.
P 'e o senhor ao menos @alasse inglCs: tio.
P !irei V clientela Fue le$ei um tomGo: Gati a caGeDa e esFueci o inglCs.
Coisas assim acontecem.
Continuou: por*m: chamando;se Palha: nome Fue se aHusta$a Gem: porFue
ele sempre me pareceu um espantalho: todinho de palha por dentro: corpo le$e: ?gil:
Fue sJ no se des@a#ia ao $ento por causa do colete e paletJ sempre aGotoados. 'eu
rosto: tamG*m de espantalho: tinha algo de irreal e impro$isado: como um desenho
in@antil: @eito no para merecer Goa nota mas para di$ertir a turma da escola. 1rmo de
minha me: sempre ti$era mais pro@issEes Fue empregos. 0o ltimo FueGrara pulso e
relJgio;de;ponto com um soco. !esde ento passara a ser autTnomo: pro@issional sem
hor?rio @ixo nem patro. Orgulha$a;se disso: mesmo Fuando @ica$a meses sem
traGalho. !i#ia;se $endedor: H? $endera p?ssaros exJticos: selos antigos: tapetes per;
sas: enciclop*dias e um miraculoso rem*dio para crescer caGelos: ele Fue no tinha
muitos.
P -m dia @arei o Fue realmente gosto P costuma$a di#er.
E @e#: aos Fuarenta anos: Fuando alugou uma saleta num edi@Icio no centro
da cidade: de $inte andares: repleto de peFuenos: $ariados e at* estranhos escritJrios
e estaGelecimentos. " porta: pregou uma placa: ALeraldo Palha P !eteti$e Particu;
larB. Era seu sonho e proHeto: desde Fue lera seu primeiro romance policial: gCnero do
Fual era leitor e colecionador apaixonado.
0o percam tempo imaginando Fue tio Palha soluciona$a grandes enigmas
policiais. Leralmente era contratado para procurar pessoas desaparecidas: maridos ou
esposas Fue aGandona$am seus cTnHuges: $o$Ts ou $o$Js esclerosados Fue saIam de
casa e se perdiam: e mesmo animai#inhos de estimaDo: cachorros: gatos e papagaios:
Fue se $olati#a$am nas sel$as da metrJpole.
O mo$imento do escritJrio de tio Palha melhorou: por*m: Fuando o dono de
um circo o procurou: a@oGado. /ueria Fue o deteti$e encontrasse um leo @ugido. -m
leoQ 'im: um imenso leo: a maior atraDo do circo. 'e a polIcia o matasse seu ne;
gJcio estaria arruinado.
P Preciso dele $i$o: seu Palha.
P Ele mordeQ
P 0ero nunca me mordeu P garantiu o cliente.
P 'aGe para Fue lado ele @oiQ
P \ona Leste.
Tio Palha te$e sorte. "li?s: uma tremenda sorte. 0o mesmo dia locali#ou o
leo dormindo num campo de @uteGol de $?r#ea. O di@Icil @oi @a#er 0ero entrar dentro
de um t?xi: soG os protestos do mal;humorado motorista. Tem sempre gente Fue no
gosta de colaGorar. O Fue o deteti$e no espera$a era: ao chegar: $er o circo cheio de
repJrteres e @otJgra@os: como se algu*m ti$esse reali#ado uma not?$el proe#a.
74
P O senhor pegou o leo so#inhoQ P pergunta$am os Hornalistas.
P Peguei: o motorista no Fuis aHudar.
P Como conseguiu issoQ
P Ti$e de lhe aplicar uns Go@etEes e pontap*s. 0o ha$ia ningu*m da
'ociedade Protetora dos "nimais por perto.
Ento lhe in@ormaram:
P O senhor no saGia Fue desde Fue @ugiu esse leo @eriu cinco pessoasQ
-ma est? entre a $ida e a morteK
P 0o tenho medo de nada P respondeu o deteti$e.
1nstantes depois tio Palha desmaia$a: o Fue atriGuiu ao excessi$o calor
daFuele dia. !urante a noite te$e @eGre e dores de Garriga: mas no dia seguinte:
disposto: $oltou ao escritJrio com um rolo de papel P um pTster P Fue mostra$a a
cara #angada de um leo. Pregou;o V parede e Gati#ou de@initi$amente o esta;
Gelecimento: "LU0C1" LE]O !E !ETET1NE'.
Em seguida tio Palha mandou imprimir um milheiro de cartEes comerciais:
tendo como logotipo a cara de um leo: Fue passou a distriGuir por toda parte. E para
Fue a agCncia realmente ti$esse Heito de agCncia: contratou como secret?ria uma
uruguaia Fuarentona: Coca Limene#: cantora de ritmos latino;americanos: aposentada
pelo sucesso do rock. Tio Palha @ora admirador @an?tico da cantora: Fue ao ser
encontrada traGalha$a como Gilheteira num teatro e$itado pelas pessoas distintas.
!escon@iei logo Fue continua$a apaixonado por Coca: o Fue contesta$a.
P Contratei la Limene# por causa do sotaFue estrangeiro. Nalori#a o
negJcio.
0o era Gem $erdade. !o castelhano Coca sJ conser$ara um adis, Fuando
se despedia de algu*m. %ais magra do Fue gorda: altinha: mantinha;se Gonita com a
aHuda de uma caixa cheia de cosm*ticos. !urante um perIodo maFuiara atri#es e ato;
res: o Fue di#ia ser sua melhor aptido. Losta$a de $estir;se Gem: lemGrando nas
roupas e maneiras uma solteirona um tanto modernosa.
Para complementar o $isual deteti$esco da agCncia: tio Palha: Fue nem
cigarros comuns @uma$a: tentou @umar cachimGo: dando;se mal H? na primeira
experiCncia. -m cliente impaciente: $endo;o tossir tanto: emGora socorrido por Coca
Fue lhe da$a tapas nas costas: saiu precipitadamente.
O diretor da "gCncia Leo de !eteti$es alcanDou;o no corredor.
P Em Fue lhe posso ser til: ca$alheiroQ
P Precisa$a de uma pessoa Fue se escondesse dentro de um arm?rio para
ou$ir uma certa con$ersa sigilosa. Com essa tosse e insistindo em @umar essa coisa: o
senhor no * a pessoa indicada. +oa tarde.
Feli#mente no tardou a titio deteti$e descoGrir Fue muito mais importante
Fue um cachimGo era possuir lupa: m?Fuina @otogr?@ica e outros eFuipamentos
necess?rios ao exercIcio da pro@isso. %esmo porFue: depois do caso do leo: Fue
saiu em todos os Hornais e teleHornais: tio Palha ganhou @ama de homem de grande
coragem: aumentando a clientela.
%as $oltemos V pedra no meu sapato: a reportagem.
77
>
TO0M L)"0!
P Posso lhe dar uma dica para uma reportagem P disse;me tio Palha. P
"posto Fue ser? a mais original da classe. Escre$a soGre Ton. Lrand.
P X? ou$i esse nome. /uem * mesmoQ
P Foi o maior delinF^ente Fue o paIs conheceu desde Fue tiraram os
Gondes.
P X? morreu: no *Q
P Encontraram seu corpo Goiando no TietC. /ueimado: pro$a$elmente
num carro. 0em suas impressEes digitais escaparam. 'e no @ossem os documentos
ningu*m diria Fue era Ton. Lrand.
P "cha interessante escre$er soGre o caraQ
P "inda hoHe muitos tremem sJ de ou$ir seu nome.
P 0o seria mais Fuente escre$er soGre um Gandido $i$oQ
P Pra se meter em complicaDEesQ Os mortos so mais pacI@icos. E Fuem
72
saGe algum Hornal decida puGlicar a reportagemK
O repJrter do algodo;doce saindo nos HornaisQ
P O Fue @a#ia esse Ton.Q
P Tudo: principalmente tr?@ico de entorpecentes. Para isso assalta$a:
mata$a: @a#ia o diaGo. _s $e#es era apanhado: mas escapa$a espetacularmente:
sempre @acilitado por policiais corruptos. 'ua Fuadrilha agia em 'o Paulo: )io e
outros estados. /uando aperta$am o cerco: e$apora$a. !i#iam Fue ia para o exterior
onde gasta$a rios de dinheiro.
P Preciso ter todas as in@ormaDEes soGre Ton. Lrand P eu disse: H?
emGalado. P O tema merece reportagem detalhada. %e aHuda: tioQ
P 1n@eli#mente: Edu: a "gencia Leo de !eteti$es no possui arFui$o. 0o
@uturo: pode crer: instalarei aFui computador: $ideoteipe e tudo Fue a eletrTnica H?
in$entou para complicar a $ida dos Gandidos. %as ainda * cedo.
P Ento: como me arranHoQ
P Nou lhe dar um carto para $asculhar o arFui$o dos Hornais. 0ingu*m
nega nada ao Palha da Leo.
0esse momento entraram dois homens a@litos: clientes da agCncia.
P No$T @ugiu de no$o P disse um deles.
P !e ceroulas: como da outra $e#Q
P 0u P in@ormou o segundo homem.
P 0uQ P admirou;se o deteti$e.
P 0u e dirigindo um automJ$el: o Fue no @a#ia h? trinta anosK
Coca comeDou a @a#er anotaDEes. Tio Palha ia entrar em aDo. 'aI.
?
"PL"-'O' "0TE' !O E'PET9C-LO
O pessoal de casa <Lusta$o: meu pai: Odete: minha me: e )enatinho: o
caDula= @icou meio assustado com a id*ia. %as a@inal: se Fueria ser um Gom Hornalista
precisa$a caprichar nas reportagens desde a @aculdade: no achamQ
P Ento $ai escre$er soGre um GandidoQ P admirou;se meu pai.
P Por Fue no escolhe um assunto mais agrad?$el: EduQ P opinou dona
Odete. P Ni$emos num mundo $iolento demais.
%eu pai logo reconsiderou: o importante era Fue eu demonstra$a no estar
gastando seu dinheiro V toa. CaGeDa de economista: sacaramQ
P 'eu entusiasmo me trouxe um pouco de pa# P disse meu pai. P &oHe
em dia * preciso aGraDar depressa uma pro@isso. /uer ser HornalistaQ Ento $ai ser. E
agradeDa por mim a sugesto de seu tio: essa * a primeira $e# Fue di# alguma coisa
til.
%ais tarde eu me lemGraria daFuela @rase: Aseu entusiasmo me trouxe um
pouco de pa#B. U... ningu*m tem Gola de cristal em casa para pre$er o @uturo. Pa#...
75
P "gora $ou pesFuisar nos Hornais P anunciei em tom Gastante
pro@issional. P Pra Fuem @ica: tchauK
'aI da sala surpreendendo num relance um sorriso de orgulho dos $elhos.
0o porto topei com o )enatinho: Fue me FueGrou a onda com uma
pergunta:
P NocC no $ai com a gente pra 'erra 0egraQ
E eu FueriaQ
@
0O ")/-1NO !O XO)0"L]O
FiFuei um pouco perdido no arFui$o do grande Hornal em Fue comecei a
pesFuisa. Em grossos $olumes encadernados l? esta$a um s*culo da $ida do
matutino.
Pelo menos no precisaria copiar as notIcias de meu interesse: um
@uncion?rio xerocaria tudo. "nimado: passei a @olhear os Hornais atento V seDo
policial. %ole#a. O nome de Ton. Lrand sempre surgia ligado a assaltos:
contraGandos e assassinatos. E Fuanta notIcia soGre sua morte: atriGuida a gangues
ri$ais. Fotos de seu corpo des@igurado: do carro torradinho encontrado pela polIcia e
do delegado %aranho: incumGido do caso. XeroFuei tudo e $oltei para casa.
-sando a $elha m?Fuina de escre$er Fue meu pai aposentara: comecei a
redaDo. 0o @ui longe. Era chatIssima aFuela mera compilaDo: esp*cie de resumo
da $ida criminosa de Ton. Lrand: e mais nada. 'er$iria apenas para re@rescar a
memJria das pessoas Fue H? o tinham esFuecido.
0o dia seguinte @ui V "gCncia Leo de !eteti$es e mostrei a tio Palha o Fue
escre$era.
P Est? na cara Fue andei copiando Hornais: no *Q
P 1sso * coisa H? saGida.
P "cha Fue de$o ir a outrosQ
P Todos contam a mesma histJria. %as tenho uma id*ia P disse o
deteti$e. P N? ao arFui$o da polIcia. ConheDo uma pessoa l?: o "donias. /uem saGe
ele possa lhe passar melhores in@ormaDEes soGre Ton. Lrand. Nou escre$er umas
linhas apresentando $ocC.
X? esta$a saindo Fuando lemGrei de perguntar:
P E o $elho nu: encontrouQ
P "inda no: mas souGe Fue acaGa de entrar num cinema. Estou indo para
l?. 'J espero Fue o @ilme seHa imprJprio para menores.
O tal "donias: antigo @uncion?rio do arFui$o policial: receGeu;me Gem e
logo re@eriu;se ao meu tio.
P Leraldo Palha seria um grande deteti$e se tudo acontecesse como nos
7S
romances policiais. %as numa coisa lhe @aDo HustiDa. 0em 'herloc, &olmes seria
capa# de pegar um leo a unha. 0o Fue posso ser til: mocinhoQ
P Estou @a#endo uma reportagem soGre Ton. Lrand.
P Xornalista na sua idadeQK
P U apenas um traGalho para a @aculdade. X? esti$e no arFui$o de um Hornal
e xeroFuei uma montanha de in@ormaDEes soGre ele. %as como o traGalho saiu
parado: morno: meu tio aconselhou Fue o procurasse.
"donias comeDou com uma in@ormaDo sinistra.
P "t* algemado Ton. da$a medo. O pior delinF^ente Fue conheci em
trinta anos de pro@isso. 'ua morte @oi um alI$io. 0em acreditei Fuando o $i morto:
na geladeira.
P 0unca souGeram Fuem o matouQ
P Os maiores suspeitos @oram mortos em seguida. Luerra de Fuadrilhas:
entendeQ
P " polIcia souGe de alguma coisa Fue os Hornais no puGlicaramQ
P Oh: no: os Hornais puGlicaram tudo.
%eio desanimado admiti:
P Terei de me limitar Vs in@ormaDEes Fue H? tenho.
P Espere um momento P disse;me o arFui$ista: saindo da sala. Noltou
logo em seguida com uma peFuena lista de nomes.
"Fui esto algumas pessoas Fue seria interessante entre$istar.
P XornalistasQ
P 0o: gente muito ligada a Ton. Lrand. Os nomes H? riscados so de
mortos ou desaparecidos. Procure +runa Lrand: irm do Gandido: * dona de um salo
de Gele#a. 'empre negou Fue pertencesse V Fuadrilha do irmo#inho. O segundo * um
Gorracheiro: %ossorJ: um cara da pesada: agora em liGerdade. E \o*: trape#ista de
circo: Fue tamG*m cumpriu pena.
P "credita Fue podero me aHudarQ
P 0o garanto P ponderou "donias: P mas se $ocC Fuer @a#er um Gom
traGalho tem de tentar.
A
P)1%E1)" E0T)EN1'T"
"o entrar na "gCncia Leo de !eteti$es surpreendi o patro GeiHando a
secret?ria. Ela: com muita cancha de @lagras: nem se tocou: mas ele perdeu o prumo.
73
P Nou ditar uma carta: senhorita... P disse o deteti$e austeramente V
secret?ria. P ExcelentIssimo senhor Ton. Lrand...
0o deu: caI na risada.
P Ele ressuscitouQ
P "h: estou con@usoK P admitiu tio Palha. P Tudo por causa daFuele
maldito $elho.
P O senhor no o pegou no cinemaQ
P /uando cheguei H? tinha saIdo. Parece Fue no gostou do @ilme. %ais
tarde souGe Fue este$e num shopping center.
P Pode ter ido comprar roupas.
P Pelo Fue sei @oi apenas dar um passeio na escada;rolante.
Tocou o tele@one: Coca atendeu.
P U soGre o nudista P disse ela. P Est? tomando Ganho no cha@ari# de uma
praDa.
P Pergunte Fue praDa *: $ou correndo para l?.
Tio Palha tinha seus a@a#eres e eu os meus.
O salo de Gele#a de +runa Lrand no era longe. Fui a p* mesmo. %as V
porta do salo: hesitei: nunca ha$ia entrado num caGeleireiro.
Entrei emGaraDado. &a$ia apenas uma @reguesa: soG um ruidoso secador de
caGelos. -ma mulher pesadona e @eiosa $eio ao meu encontro.
P O Fue Fuer aFui: meninoQ P perguntou com $o# de tro$o.
P /ueria @alar com a sra. +runa Lrand.
P 'ou eu mesma. "ssuntoQ
P 'ou soGrinho de Leraldo Palha: da "gCncia Leo de !eteti$es P disse:
como se isso explicasse minha presenDa no salo.
P E daIQ
P !aI... Fueria @a#er V senhora algumas perguntas soGre Ton. Lrand.
P %orreu h? cinco anos. O Fue maisQ
"Fuilo era o mesmo Fue entre$istar o %onumento ao 'oldado
!esconhecido.
P " senhora saGe Fuem o matouQ
Ela no respondeu: perguntou:
7>
P Esse seu tio * deteti$eQ
P Particular: mas *. LemGra;se daFuele leo Fue @ugiuQ Pois @oi ele Fue...
P Por Fue ele mandou $ocC aFuiQ
'aGem Fue @iFuei com medo da mulherK
P U Fue pretendo @a#er uma reportagem...
P NocC * repJrter: @edelhoQ
0unca ningu*m me chamara de @edelho <crianDa Fue cheira a cueiros: como
li depois num dicion?rio=.
P 0o.
P 'e no *: por Fue @a# reportagensQ
P Estudo ComunicaDEes P respondi: certo de Fue ela no me entenderia e
H? olhando para a porta.
P O Fue seu tio est? Fuerendo saGerQ
P Ele no est? Fuerendo saGer nada. Eu * Fue preciso saGer tudo soGre
Ton. Lrand.
P Tudo o FuCQ P ela perguntou: dando um passo em minha direDo.
Com medo de Fue ela me desse uma mordida: tentei explicar:
P Tudo. Por exemplo...
76
&ou$e uma pausa.
P Por exemploQ
P 'ei l?... por exemplo... a senhora @oi reconhecer o cad?$er dele na
polIciaQ
P 1nteressaQ
P 'egundo a polIcia nenhum parente de Ton. apareceu para... P disse
lemGrando a in@ormaDo do Hornal.
P !iga logo o Fue est? Fuerendo. "Gra o Hogo.
P 0o h? Hogo algum: minha senhora.
P Esses tirasK %andando um garoto GoGoca me prensarK O Fue Fuerem
mais Fue eu digaQ
P 0o @oram os tiras Fue me mandaram.
" $o# dela tro$eHou:
P 0o disse Fue seu tio * um tiraQ
P !eteti$e particular: da "gCncia Leo.
/uase empurrado pela irm#inha de Ton. Lrand: ou$i:
P Ele est? a ser$iDo de FuemQ
P !e ningu*m. /uer apenas me aHudar a @a#er a reportagem para a
@aculdade.
PuxaK "t* para mim soou @also. /uem acreditaria nessa histJriaQ 'e eu @osse
irmo de Ton. Lrand no acredita$a.
P 'uma daFui: @edelho. %eu irmo est? morto e no tenho mais nada a di#er
soGre ele.
!epressa ganhei a rua e @ui me a@astando. Perto da esFuina parei e olhei para
tr?s. " troncuda irm de Ton. esta$a V porta de seu salo acompanhando meus passos
com uma cara irritada e preocupada.
B
'EL-0!" E0T)EN1'T"
Claro Fue $oltei V "gCncia Leo de !eteti$es e contei tudo ao tio Palha: sem
conseguir: por*m: passar;lhe a impresso desagrad?$el Fue a gigantesca +runa Lrand
me causara. Ele esta$a com o pensamento longe: ali?s: no to longe: porFue Coca
descera apenas para comprar uns sanduIches.
P 0o pense Fue todos os repJrteres so receGidos com @lores P disse.
P "chei a atitude dela muito esFuisita.
P Certamente @oi muito molestada por ser irm de um Gandido: e declarou
guerra ao mundo.
P Cheguei a pensar Fue ela @osse me estrangular.
Tio Palha no comentou nada pois Coca Limene# entrara na sala. Trocaram
sorrisos. Eu esta$a soGrando na agCncia. %as ainda perguntei:
72
P E o $elho nuQ
P Cheguei tarde no$amente. X? tinha tomado seu Ganho de cha@ari#.
Fui V Gorracharia onde trCs homens $estindo macacEes empilha$am pneus
$elhos. Perguntei por %ossorJ a um deles.
P Che@eK Com o senhor.
%ossorJ apareceu. "o contr?rio dos empregados $estia;se at* com certo
luxo. 'uHeito peFueno mas posudo. Xamais $ira Gorracheiro to chiFue: com gra$ata e
tudo: e um ar de superioridade. Tapar Guraco de pneu d? tanto dinheiro assimQ
P +oa tardeK P cumprimentei. P Conhece o "donias: do arFui$o policialQ
P 0o.
P Foi Fuem me deu seu nome. PodIamos Gater um papoQ
P 'oGreQ
P Ton. Lrand. Estou escre$endo uma reportagem soGre ele.
P Tudo Fue tinha a di#er H? disse V polIcia. 'J issoQ
P Conhece a irm de Ton.Q
P "inda agora me tele@onou: mas eu tinha ido tomar uma cer$eHa. 'J issoQ
Ela teria tele@onado ao Gaixinho gr;@ino para comentar minha $isitaQ
P NocCs so amigosQ
Ele le$ou a mo ao nJ da gra$ata. Para aHeitar ou para desapertar.
P %ais ou menos. 'J issoQ
P "cho Fue sim P respondi: e mesmo sem me despedir @ui me a@astando.
Ou$i ento a $o# de %ossorJ.
P Em Fue Hornal $ocC traGalhaQ P perguntou.
P Em nenhum P respondi. P 'J issoQ
"@astei;me tentando parecer natural: Fuerendo encucar o Gorracheiro. %as a
curiosidade me $enceu: apJs dar uns $inte passos: olhei para tr?s. %ossorJ
continua$a V porta do estaGelecimento: mais do Fue parado: imoGili#ado.
"companha$a;me como um desses Fuadros Fue parecem mo$er os olhos Fuando
passamos por ele.
" $erdade * Fue esta$a intrigado com o comportamento dos dois
entre$istados. "panhei um EniGus para a peri@eria: onde esta$a instalado o Circo
'amarra. Era o local de traGalho de \o*: o terceiro e ltimo da lista de "donias.
C
TE)CE1)" E0T)EN1'T"
\o* no chega$a a empolgar. Era mais um palhaDo do trap*#io: cuHa
caGeleira ameaDa$a cair a cada salto. Trata$a;se de um espet?culo especial para as
escolas dos arredores. Os alunos ha$iam chegado em TniGus.
" garotada gostou mais Fuando \o* impro$isou um piFueniFue no trap*#io:
mas tudo Fue tenta$a comer: Ganana: cacho de u$a: laranHas: sanduIche: escapa$a;lhe
78
das mos indo cair na rede de proteDo. -m Garato.
/uando \o* concluiu seu nmero contornei a lona do circo e @ui sair num
terreno Galdio: onde esta$am estacionados alguns trailers. Perguntei pelo trape#ista a
um ano.
P NocC Fuer um autJgra@oQ P perguntou.
P 1sso mesmoK "pro$eitando a oportunidade me dC o seu Ppedi retirando
a agenda do Golso.
O ano: $aidoso: escre$eu seu apelido: %eia;'omGra. !epois me indicou o
trailer.
Fui at* l? e entrei. \o*: um cara de rosto comprido e soGrancelhas grossas:
esta$a largado tranF^ilamente numa $elha poltrona. Parecia gente Goa.
P 'eu nmero * G?rGaro P disse.
P " gente @a# o Fue pode: moDo. TraGalho por amor: * isso aI.
P Posso @a#er umas perguntinhasQ Estudo ComunicaDEes.
P Pergunte. "Fui os estudantes mandam.
!isparei V Fueima;roupa:
P Foi muito amigo de Ton. LrandQ
" pergunta incomodou \o*.
P 1sso * assunto de escolaQ
P 0a @aculdade cada um escolhe o seu.
P /uem disse Fue me encontraria aFuiQ
P O "donias: do arFui$o policial. ConheceQ
P Parece Fue no esFuecem de mim: n*Q 0o conheDo nenhum "donias.
P NocC trabalhou com Ton.Q P perguntei.
P Escute aFui: moDo: eu estou limpo. Ponha isso na caGeDa: estou limpo.
Cumpri a minha pena e agora est? tudo acaGado. %inha pro@isso * trape#ista. CaI
@ora daFuele mundo. %eu negJcio hoHe so as crianDas. Lanho uma ninharia mas
estou melhor assim.
P Foi o Fue me disseram. /ue est? limpo. )elaxe: no sou da polIcia. Estou
@a#endo uma reportagem para a @aculdade. 0o tomarei muito do seu tempo. 'aGe
Fuem matou Ton. LrandQ
P Ora: sJ sei Fue @oram inimigos dele: gente de outra Fuadrilha. !e$ia estar
na mira de muitos. 0o me peDa nomes Fue no sei. Pro$a$elmente Fuem @e# isso H?
se @oi tamG*m. 0o sei de nada. Estou limpo.
P !iga mais FualFuer coisa soGre Ton. para a reportagem.
P Era doido por amendoim.
PerceGi Fue \o* no esta$a disposto a colaGorar e @i# a ltima pergunta.
P Conhece um tal %ossorJ: GorracheiroQ
\o* Fuase caiu da poltrona. Por Fue o sustoQ
P Falou com eleQ O Fue ele disse soGre mimQ !esemGuche: garotoK
"gora ele H? no era o di$ertido trape#ista da crianDada. 'e eu hesitasse me
torceria o GraDo ou me esganaria.
P Ele no disse nada soGre o senhor. 0em ele nem a irm de Ton. Lrand.
P "h: tamG*m procurou elaQ Eh: Fue in$estigaDo * essaQ NocC * mesmo
estudanteQ
24
!ei um passo atr?s: pronto para saltar do trailer.
P /uer $er minha carteirinhaQ
P " polIcia in$enta muitos truFues para descoGrir coisas. %as $ieram Gater
em porta errada. 0unca mais $i Ton.: isto *: muito antes de ele morrer eu H? esta$a
noutra.
%eia;'omGra: o ano: entrou no trailer.
P X? pegou seu autJgra@o: rapa#Q
P X? P respondi: saindo Vs pressas do carro. Para mim chega$a. "gora era
sentar V m?Fuina e escre$er.
D
" NOLT" !O NEL&O 0-
%eu tio acaGou tendo sorte no caso do $elho Fue @ugiu nu de casa num
automJ$el. /uase por acaso $iu;o num Gar da cidade tomando um re@rigerante: Hunto
ao Galco. Contou;me Fue Gateu: no omGro dele e comentou:
P Olha Fue $ai apanhar um res@riadoK
P O re@rigerante no est? gelado.
P )e@iro;me aos seus traHes P esclareceu o deteti$e.
O $elho olhou para seu prJprio corpo.
P Puxa: como o senhor * oGser$adorK
P -m homem como o senhor andando nu: assim: pelas ruasK
P 0u * exagero: estou de meia e sapato.
P Eu pago o re@rigerante: porFue pelo Heito no tem nada nos Golsos.
Namos antes Fue seHa detido por atentado ao pudor. P E como di$ersas pessoas H? se
aproxima$am do nudista: o deteti$e acrescentou: P Cumprimente a distinta plat*ia e
me acompanhe.
0o carro: Fue o $elho @e# Fuesto de dirigir: perguntou a tio Palha:
P 0unca andou nu pelas ruasQ
P Pelas ruas no: sJ em ele$adores. U mais discreto.
Coca morreu de rir ao ou$ir essa histJria: enFuanto eu me precipita$a em
contar ao che@e da agCncia o resultado de minhas entre$istas. Esta$a com trCs pulgas
atr?s da orelha.
P Todos eles me trataram mal e no acreditaram Fue me interessa$a por
Ton. Lrand sJ por causa de um traGalho escolar.
P O Fue espera$a encontrarQ -ma @reira e dois padresQ
P Para terminar a reportagem gostaria de $isitar o tmulo do Gandido. %as
no para le$ar @lores.
P Foi cremado.
P CremadoQ
P " irm dele deu a ordem.
27
P 0o acha estranhoQ
P Por FuCQ &oHe em dia * to comumK
P Pode ser. %as tamG*m pode no ser.
O tele@one tocou e Coca atendeu. Era um cliente.
P "Fuele menino outra $e# P in@ormou a secret?ria. P /uer Fue encontre
seu ?lGum de @igurinhas. O pai paga Gem.
P N? @a#er a reportagem: Edu. O Xames +ond aFui est? entrando em aDo
outra $e#.
EF
TO0M L)"0! "P"LO- %"'
'-" /-"!)1L&" CO0T10-" "CE'"
O segundo texto saiu melhor Fue o primeiro: Gem @eitinho: correto: por*m
ainda @alta$a aFuele algo mais. Continua$a morno: tra$ado. 0a manh seguinte reli o
traGalho e ele me pareceu pior do Fue antes: sem o toFue pro@issional dos Hornalistas
tarimGados. Tudo no passa$a de relato escolar. "Fuilo no iria causar nenhum
impacto nos colegas e no pro@essor )uGens. "I eu disse pra mim mesmo: concluindo:
@alta um pouco de intriga: de @icDo: de interesse. E imediatamente Golei o tItulo:
TO0M L)"0! "P"LO- %"' '-" /-"!)1L&" CO0T10-" "CE'".
%esmo com esse tItulo @orte no @oi @?cil comeDar: mas comecei: primeiro
relemGrando a carreira do Gandido: Fue termina$a com seu corpo Goiando no rio
depois de ter sido Fueimado: pro$a$elmente por uma Fuadrilha ri$al ou por gente da
prJpria gangue de olho no seu posto. Feita essa aGertura: dei o primeiro chute.
A%as h? moti$o de soGra para se pensar Fue a morte do che@o no pTs @im V
Fuadrilha. Ela est? aI: na ati$a: emGora alguns de seus memGros $i$am como
cidados comuns e traGalhadores. Parece Fue agindo assim: nas somGras: mostraram;
se mais cautelosos e tal$e# mais [email protected]
!epois de algum GlaGlaGl? reprodu#i as trCs entre$istas: em @orma de
di?logo: carregando um pouco nas tintas. /ueria Fue +runa: %ossorJ e \o*
parecessem ainda mais suspeitos e perigosos. 0uma Goa reportagem $ale tudo: noQ
A" reaDo dos entre$istados @oi surpreendente como re$ela o tele@onema de
+runa Lrand para %ossorJ logo apJs minha $isita ao salo. Tudo le$a a crer Fue
continuam unidos: com certe#a tra@icando e matando como nos tempos de Ton.
Lrand.B
22
'empre GlaGlaGlando: Gem solto: com a imaginaDo V $ontade: termina$a a
reportagem com um apelo V polIcia:
A'e o delegado %aranho: Fue tanto comGateu a Fuadrilha de Ton.:
con$ocasse +runa: %ossorJ e \o* para no$o interrogatJrio: o resultado poderia
indicar Fue eles ainda $estem a camisa do cluGe do @amigerado GandidoB.
"chei o A@amigeradoB um tanto careta: coisa de Hornal antigo: mas deixei.
)eli tudo empolgado. 1a sacudir a classe. Pude at* $er olhares de admiraDo:
principalmente da "naGel: minha paixo secreta na @aculdade. 0em sei como at*
agora no @alei dela: ou @aleiQ %as nem teria o FuC. 0unca trocamos mais Fue
algumas pala$ras: ela sempre rodeada de $eteranos.
Corri para a agCncia do tio.
P /uer dar uma lidaQ
O deteti$e pegou a reportagem e a leu a Hato.
P Est? uma paradaK
P NerdadeQ
P /uentIssimaK -m Hornalista de $erdade precisa ler isto. ConheDo o Xair:
redator;che@e da Gazeta da Tarde. Nou mostrar a ele. Lostando: tal$e# con$ide $ocC
pra @a#er um est?gio no Hornal. U assim Fue muitos Hornalistas comeDam.
P "inda sou no$o pra traGalhar na imprensa.
P Eu sei: mas pode pintar uma reportagem de Fuando em Fuando: e um
pouco de dinheiro no @a# mal a ningu*m. Fa#Q
EE
+O" N1"LE% P)" NOC`'K
/uando $oltei para casa meus pais H? esta$am com as malas prontas. Eu
sempre me aGorrecia com essas $iagens de meio de ano Fue sJ da$am programas de
te$C: passeios de charrete e papos @urados com hJspedes do hotel.
P NocCs se chateiam se eu @icar desta $e#Q P pedi. P Tenho de pTr os
estudos em dia.
P %as $amos le$ar a empregada P disse minha me.
P Eu deixo tudo em ordem e almoDo e Hanto com tio Palha.
Como era a primeira $e# Fue @icaria so#inho em casa enFuanto a @amIlia
$iaHa$a: na hora de partir meu pai ad$ertiu:
P Por @a$or: no se meta em nenhuma con@uso.
P Prometo Fue $ou tentar. +oa $iagem pra $ocCsK
"ssim Fue ou$i o ronco do carro do $elho: consultei a lista e liguei para
"naGel. Ela atendeu: sorteK
P "naGel: euK
P )olandoK /ue Gom Fue tele@onouK Namos ao shopping hoHe V tardeQ
P 'e Fuiser ir ao shopping, conte comigo. -m programa e tanto. %as
25
acontece Fue no * o )olando.
P <Tom de decepDo= Ento Fuem *Q
P Edu.
P <O mesmo tom de decepDo: sJ Fue mais mole= "h...
P Parece Fue o horJscopo a enganou: no *Q
P <"gora com ironia= Est? entre$istando $endedores de algodo;doceQ
!i#em Fue so um Garato.
P Entre$istei uma d#ia deles. O mais sem graDa tem melhor papo Fue o
)olando. "gora Fuando ou$ir um AclicB: sou eu Fue estou desligando.
Olhei;me depois no espelho: no parecia muito despeitado. 'aI.
Eu ia indo pela rua Fuando...
E=
E&: /-E% ']O NOC`'Q
Eu ia indo pela rua Fuando um carro me ultrapassou e Grecou. 1mediatamente
um homem Gaixo e @orte: tipo orangotango: saltou e com um meio sorriso me
perguntou:
P Podia nos dar uma in@ormaDoQ Estamos perdidos.
-m tanto descon@iado: perguntei:
P Em Fue rua Fuerem irQ
O desconhecido me pegou pelo GraDo aproximando;me do carro.
P ExpliFue ao motorista.
Cur$ei;me para @alar com o motorista: Fuando @ui Hogado no Ganco traseiro
do carro Fue saiu numa arrancada.
P /uem so $ocCsQ P perguntei.
P Calma: mocinho: sJ Fueremos algumas dicas.
P 'oGre o FuCQ
P 1sso * com o delegado. NocC * acusado de praticar um peFueno @urto.
0o acreditei.
P 'o da polIciaQ
P ClaroK P respondeu o orangotango.
P %ostrem os documentos.
O Fue me segura$a se perturGou: mas o motorista: sem olhar para tr?s:
socorreu;o:
P Estamos apenas @a#endo um ser$icinho pro delegado.
0o con$encia.
P Pra Fue delegacia esto me le$andoQ
P 35.
0o conhecia nenhuma delegacia pelo nmero. Chutei:
P " 35 no * nessa direDo. NocCs no so tiras.
2S
O Fue me segura$a declarou:
P 1sto * um seF^estro. Entendeu agoraQ
0o me calei.
P %eus pais no so ricos: cara.
P 0ingu*m @alou em resgate P disse o motorista. P O che@e $ai @a#er
umas perguntinhas.
P 'oGreQ
P Calma: moleFue.
Como no caso do leo do tio Palha o medo no $eio na hora: mas $eio: e
todo de uma $e#. Concentrei @orDas e esperei o primeiro @arol $ermelho. %as sJ da$a
$erde. 0o @in#inho da a$enida pintou en@im o $ermelho e o carro Grecou atr?s de um
Fusco. %e $i com trCs anos de idade en@iando dois dedos nos olhos dum garoto de
seis Fue tenta$a rouGar meu sor$ete.
Foi o Fue @i# com o orangotango ao lado.
"ntes de ou$ir um ai: aGri a porta do carro P ele tinha Fuatro P e saltei
@eito um doido: costurando entre os $eIculos parados no sem?@oro. Os GandidEes no
me perseguiram. "ssim Fue o @arol @icou $erde: partiram com os pneus cantando.
Com a impresso de Fue engolira um mata;Gorro: todo seco por dentro: entrei num
23
Gar e tomei um re@rigerante pelo gargalo. !epois peguei um TniGus de $olta V
agCncia.
%eu tio con$ersa$a amenidades com Coca Limene#.
P Fui seF^estradoK P Gerrei.
P +rincadeira tem hora.
P 0o: tio: aconteceu agorinha mesmo. -m cara me Hogou dentro de um
carro. 'e @osse GoGoca ainda estaria com eles.
Coca @oi Guscar Vs pressas um copo de ?gua.
P Conte tudo direitinho P pediu tio Palha.
"Huntando pala$ras: e atropelando algumas: contei o @ato como pude.
P %inhas pernas ainda tremem.
EnFuanto eu GeGia a ?gua: Coca perguntou:
P 1sso no teria algo a $er com as entre$istasQ
P Creio Fue no P tio Palha respondeu por mim. P LemGra da cara
delesQ
P " do homem Fue me empurrou: sim. O motorista: nem $i.
Tio Palha me puxou para a porta.
P Namos V polIcia $er os ?lGuns. Os homens podem estar @ichados.
E>
-% %1L&]O !E C")"' FE1"'
Eu: tio Palha e um deteti$e chamado Lato @icamos umas duas horas numa
sala @olheando ?lGuns de retratos de criminosos procurados. -ma cara mais @eia do
Fue a outra: e pelo menos $inte lemGra$am a do seF^estrador. !i$ersas $e#es esti$e
para di#er P * esteK P mas hesita$a. "caGei cansando.
P Chega: tio.
P OGrigado: Lato.
Fomos a um Gar: eu para tomar um suco: ele uma cer$eHa.
P NocC est? Gem $estido: pensaram Fue * @ilho de ricos.
P 'aGe: tio: ti$e a impresso de Fue era eu mesmo Fue Fueriam pegar.
P 1mpresso Gaseada em FuCQ
P Em nada. 1mpresso sJ.
!eixamos o Gar e $oltamos V agCncia. Empurramos a porta e entramos. Coca
no esta$a na sala.
P 'er? Fue ela saiuQ
/uando ela sai @echa a porta V cha$e P disse o deteti$e preocupado.
Chamou: P CocaK CocaK
0ingu*m respondeu.
2>
E?
O /-E "CO0TECE- CO%
" 'EC)ET")1"Q
Eu e tio Palha nos olhamos assustados. Ele chamou outra $e#.
P CocaK
0ada.
Corremos ao Ganheiro: ao lado da sala. 0ada da moDa.
P Ela pode ter descido pra comprar um sanduIche.
P %esmo Fuando * para $oltar logo: ela @echa a porta Preplicou tio Palha.
Toc;toc;toc. Eram Gatidas na madeira. Toc;toc;toc. 0o ti$e id*ia de onde
$inha aFuele ruIdo. Toc;toc;toc.
P T? ou$indo: tioQ
O deteti$e correu no$amente ao Ganheiro e aGriu a porta do arm?rio
emGutido. 'anto !eusK
Coca esta$a toda encolhida: amordaDada e com os punhos e as canelas
amarrados com tiras @eitas de uma toalha. Foi um tanto di@Icil tir?;la de l? e arrancar
as tiras.
P /ue hou$eQ
P -ma Grincadeira P disse Coca. P O mais di@Icil @oi amarrar meus
prJprios GraDos e @echar a porta por @ora.
Wtimo senso de humorK %as o Fue Coca espera$aK /ue a gracinha nos
deixasse menos a@litosQ
P Namos: Coca: Fuem @e# issoQ
X? no escritJrio a secret?ria esparramou;se na cadeira: o corpo doendo. !esta
$e# eu * Fue @ui Guscar o copo de ?gua.
P "gora: sim: isto est? parecendo uma agCncia de deteti$es P disse ela. P
Entraram dois caras armados: me amarraram e me @echaram no arm?rio.
P O Fue disseramQ
P 0o esta$am com $ontade de papear. %as eram pessoas honestIssimas:
no le$aram nem meu colar nem o relJgio.
P O Fue Fueriam entoQ
P Tra#er um recadinho.
P /ue recadinhoQ
A!iga ao tal Palha Fue estamos por perto. 'e puGlicar a reportagem algu*m
morre.B E comentou: P Pre@eriram o estilo sint*tico.
Esta$a claro: o moti$o eram as entre$istas.
P !e$iam ser os mesmos Fue tentaram seF^estrar $ocC Pconcluiu o
deteti$e. P 0o perderam tempo. "ssim Fue escapou: $ieram para c?. Parece Fue
no gostaram do tema Fue escolheu para o traGalho.
P "cho Fue eles podem @icar tranF^ilos P a@irmei. P 0o $ou tocar mais
26
no assunto. Farei a reportagem soGre algodo;doce. Creio Fue $ou lidar com pessoas
menos agressi$as. !e$ol$a meu traGalho: tio: $ou Fueimar tudo.
P 0o est? aFui.
P Onde est?Q
P 0o lemGro.
'usto compartilhado com Coca.
P 0o lemGraQ
&ou$e uma pausa dolorosa em Fue a sede $oltou. %as tio Palha deu um tapa
na testa e sua memJria @uncionou.
P Le$ei ao Xair: o redator;che@e da Gazeta da Tarde. Ele @icou de di#er se
$ocC nasceu ou no pro Hornalismo.
P X? no estou interessado na minha $ocaDo. Namos l? correndo.
/uando saIamos: Coca a$isou:
P 'e eu no esti$er aFui Fuando $oltarem: procurem no arm?rio.
E@
O P1O) "CO0TECE
EmGora a La#eta da Tarde @osse logo ali: pegamos um t?xi. TraHeto curto
mas su@iciente para tio Palha tomar uma deciso.
P !epois do Hornal eu o acompanho V rodo$i?ria. CertoQ
Chegamos V La#eta: um pr*dio antigo dos poucos Fue resta$am no centro
$elho da cidade. &a$ia sido um Hornal importante: mas hoHe soGre$i$ia apenas com
anncios classi@icados: p?ginas e p?ginas de Aprecisa;seB. Como mat*ria HornalIstica
sJ algumas reportagens sensacionalistas. Fa#endo ranger os degraus do Fuase
histJrico edi@Icio: suGimos V redaDo: onde apenas uns gatos pingados traGalha$am.
Xair: um $eterano de caGelos Grancos: aproximou;se com os GraDos aGertos.
P 'al$e: PalhaK Esse * o rapa# da reportagemQ ParaG*nsK Pode passar no
caixa. " La#eta paga mal: mas paga.
P 0o Fuero puGlicar a reportagem P eu disse.
P %odesto: al*m de talentosoQ " mod*stia * uma $irtude @ora de moda. 'J
atrapalha.
22
P )ealmente Edu no est? interessado P acrescentou meu tio P 'J
FuerIamos seu a$al. "cha Fue o menino * GomQ
Xair: sem responder: @oi at* a mesa central da redaDo e $oltou desdoGrando
um exemplar do dia. "inda V distancia exiGiu a manchete Fue ia de um lado a outro
da p?gina: TO0M L)"0! "P"LO- %"' '-" /-"! )1L&" CO0T10-"
"CE'". E emGaixo um tremendo retrato do Gandido.
O mesmo raio atingiu a mim e ao tio.
P /uando saiu issoQ P ele perguntou.
P Est? chegando Vs Gancas. Por Fue essa cara: PalhaQ
P &a$ia uns erros de ortogra@ia P disse o deteti$e. P %eu soGrinho
escre$eu casa com z e Hanela com g. P E arrancando o exemplar da mo do redator;
che@e: puxou;me para a escada.
P Espero Fue os Gandidos no leiam. Tra@icantes no procuram emprego.
Eu esta$a desorientado.
P O Fue de$emos @a#erQ
P Namos V rodo$i?ria. Em 'erra 0egra o nico perigo ser? uma picada de
marimGondo.
P 0o $ou P reagi. P /uero $er como esta histJria acaGa.
P Pode acaGar com nJs dois acordando com a Goca cheia de @ormigas ou
28
Goiando no TietC. 'aGe l? o Fue * issoQ O rio mais poluIdo do paIsK
P Fico com o senhor.
P 0o tenho medo de nada P disse: P lemGre;se Fue agarrei so#inho o
0ero: o leo homicida: mas no posso me responsaGili#ar por $ocC: ainda mais
morando so#inho.
P %udo para seu apartamento.
P Noltemos V agCncia. Coca pode ter $oltado para o arm?rio.
EA
" "L`0C1" LE]O !E !ETET1NE'
E0CE))" '-"' "T1N1!"!E'
Noltamos V agCncia apressados. "ssim Fue aGrimos a porta uma mulher nos
apontou um re$Jl$er: era Coca Limene#.
P 'e usassem sapatos de Gorracha H? estariam mortos.
P Onde arranHou esse canhoQ
P Encontrei numa ga$eta: Palha.
P Ento aconselho a colocar seis Galas no tamGor. U assim Fue essas coisas
@uncionam. "gora: se esti$er com $ontade de le$ar um Gom susto leia este Hornal.
NeHa como meu soGrinho escre$e Gem: mesmo sendo ainda estudante.
Coca pegou o Hornal e correu os olhos pela p?gina. 1gnora$a Fue era craFue
em leitura dinamica. Le$ou apenas cinco segundos para ler a p?gina e ainda soGrou
tempo para desmaiar. Ti$emos de aGan?;la e massagear;lhe os pulsos.
P "cho Fue li nossa sentenDa de morte P concluiu assim Fue $oltou a si.
P 0ossos amigos $o $oltar. /ue tal pedirmos pelo tele@one trCs sanduIches
caprichadosQ Todo condenado tem direito a satis@a#er um ltimo deseHo.
P %eu ltimo deseHo * morrer de $elhice P GalGuciei.
P NocC nos meteu numa enrascada: Edu P disse tio Palha. P O melhor
Fue temos a @a#er * @ugir para o 0epal.
P 0o sei onde * o 0epal P respondi.
P Ento re#e para Fue os Gandidos tamG*m no saiGam.
O grande deteti$e comeDou a andar pelo escritJrio ao encalDo de uma id*ia
Fue teima$a em escapar;lhe. Coca aponta$a o re$Jl$er para a porta desaHeitadamente:
como se esti$esse numa trincheira.
Fi# uma sugesto desesperada.
P E se compr?ssemos todos os exemplares da Gazeta da Tarde?
P Contratando $inte caminhEes podemos recolher a ediDo em apenas $inte
e Fuatro horas P respondeu tio Palha. P Eh: Coca: pare de apontar esse re$Jl$er
para a porta. Pode matar o carteiro.
P Pre@iro morrer em comGate.
P 'e est? to apa$orada pode aGandonar o emprego.
54
P U isso Fue $ocC Fuer: no *Q 'J pra no pagar os trCs sal?rios Fue me
de$eK
P TrCs mesesQ 0o tenho culpa se o tempo passa to depressaK P E
retirando uma cartolina da ga$eta ordenou V secret?ria: H? Fue ela insistia em
continuar na agCncia: P Escre$a FualFuer coisa aI. U para colocarmos na porta.
P /ualFuer coisa comoQ
P Ora: FualFuer coisa.
P /ue tal: A0o entrem: sarampoB P sugeriu ela.
Tio Palha tinha id*ia melhor:
P Escre$a: A+re$emente al@aiataria 'o %iguel P PreDos popularesB.
%inha sugesto era outra:
P Eles H? esti$eram aFui e no $o se iludir. Escre$a: Coca:
A" "gCncia Leo de !eteti$es encerrou suas ati$idadesB.
P -m pouco melhor P admitiu Coca: P mas no a@asta totalmente o
perigo. +asta empurrarem a porta e $ero Fue * um truFue.
"I tio Palha recorreu VFuele recurso de dar um tapa na testa. "ssim sua
caGeDa @unciona$a prontamente.
P &? um conHunto $ago na outra ala do edi@Icio. EnFuanto @a# o carta#:
Coca: eu trato do no$o endereDo com madame Leni. Nou lhe FueGrar um galho.
P /uem * madame LeniQ P perguntei.
P 0o tenho tempo para explicaDEes P respondeu o ex;che@e da "gCncia
Leo de !eteti$es atirando;se ao tele@one.
EB
%"!"%E LE01
E0'10";'E C)OC&` E T)1Cb
%ETO!O P)WP)1O
Le$ando Fuase nada da agCncia: al*m da m?Fuina de escre$er e do pTster
enrolado do leo: tio Palha: Coca e eu entramos na escolinha de crochC e tricT Fue
madame Leni: uma @rancesa idosa: amiga do deteti$e: @echara pro$isoriamente por
@alta de alunos. !esta $e#: por*m: madame Leni teria algu*m para pagar o aluguel:
pelo menos era a intenDo de tio Palha.
O estaGelecimento era pouco maior Fue a agCncia: por*m mais limpo:
acortinado e tinha um Gelo tapete. Em tudo o toFue caprichoso das mos de madame
Leni: segundo o deteti$e uma senhora muito reFuintada. Era impressionante seu
grande sortimento de agulhas: dedais: meadas: no$elos e carret*is. &a$ia tamG*m
uma pilha de peFuenos $olumes ilustrados: o m*todo desen$ol$ido por madame
Leni.
"ssim Fue entramos o tele@one tocou: Coca atendeu. Eu e tio Palha
57
imaginamos Fue ela daria uma mancada: di#endo o nmero e o nome da agCncia:
como sempre @a#ia: mas a secret?ria esta$a atenta: apesar de suas Fueixas traGalhistas.
P %adame Leni: escola de crochC e tricT. P E logo em seguida: P 0o
h? mais $agas: minha senhora. O curso est? completo. Todo mundo resol$eu aprender
crochC e tricT ultimamente. Estamos pensando at* em dar aulas numa Fuadra de
GasFuete. Tente na semana Fue $em.
P 'e saiu Gem: CocaK P Tio Palha @elicitou;a. P U Gom saGerem Fue a
escolinha est? @uncionando.
P %eu receio * Fue o pessoal da portaria in@orme Fue estamos aFui.
P 0ingu*m saGe Fue mudamos de ramo.
Eu no esta$a entendendo nada. Fui sincero.
P 'aGe: tio: nem sei por Fue mudamos para c?. Pretende continuar
atendendo seus clientes aFui da escolinhaQ
" re$elaDo: tchan;tchan;tchan;tchan...
P Nou me dedicar exclusi$amente a exterminar a Fuadrilha do @alecido.
Coca ou$iu e reGateu:
P LoucuraK Eles so muito @ortesK
P O leo tamG*m era e agora sJ sai da Haula para dar shows no circo. %as
se acalmem. 'J eu $ou traGalhar nisso.
Coca de$ia estar um tanto apaixonada pelo tio Palha:
P 0o $ou deix?;lo so#inho nessa: Palha.
O Fue me resta$a di#erQ
P 'e eu puder @a#er alguma coisa...
P "gradeDo: mas antes pre$ino: no me responsaGili#o por $idas nem por
extra$io de Gagagens.
Coca no se aGalou e saiu com uma de suas id*ias:
P -sarei uma peruca loira: lentes de contato $erdes e sapatos Gem altos.
0em minha me me reconheceria.
Pensei tamG*m num dis@arce:
P Nou usar um Gon* Gem enterrado na caGeDa e um paletJ.
Tio Palha deu um tapa na testa e disse:
P EsFueci uns GadulaFues na agCncia. Nolto num minuto.
"lgum tempo depois algu*m Gateu V porta: entrando em seguida: um homem
Fue usa$a chap*u: Jculos escuros e uma Gengala com a Fual tatea$a o cho: inseguro.
O Fue um tipo assim Fueria na escolinhaQ Coca aGriu a ga$eta para pegar o re$Jl$er.
P Procura algu*mQ P perguntei.
P /uero @a#er um curso de tricT e crochC P disse ele. P"ceitam cegosQ
)imos. Era o deteti$e Leraldo Palha: o do leo: H? dis@arDado.
EC
E "LO)"Q
52
0o perIodo da tarde Coca apareceu com a peruca loira: lentes de contato
$erdes e um no$o penteado: o caGelo todo pra cima: armado: como uma Torre de
+aGel. Eu @ora Guscar meu Gon* amarelo e $estia um paletJ com a gola le$antada.
P NocC parece irmo gCmeo do moDo Fue andou por aI @a#endo entre$istas
P disse o homem da Gengala.
P O Fue o senhor Fueria: tio: Fue eu @i#esse uma operaDo pl?sticaQ Como
explicaria a meus paisQ
P +astaria di#er Fue no lugar do dentista entrou por engano na clInica de
um cirurgio.
)imos os trCs: mas em seguida @i# uma pergunta: Gre$e: Fue acaGou com a
risada.
P E agoraQ
P 1sso mesmo: LC P re@orDou Coca: cada $e# mais Intima do deteti$e: P
a gente $ai a um Gaile a @antasia ou @a# alguma coisa pr?ticaQ
P Eu $ou V lutaK P garantiu tio Palha.
P ComeDando por ondeQ P perguntei.
P Por onde $ocC comeDou: apertando +runa Lrand. Tchau.
P -m momento: tio: posso ir HuntoQ
P Pode: mas @iFue na esFuina. /uero $ocC longe disso.
Coca nos deseHou Goa sorte e disse:
P Ficarei lendo o m*todo de madame Leni. "@inal: V escolinha est? soG
nossa direDo. Adis.
ED
!-"' '-)P)E'"' E -% '-'TO
Como @icara comGinado: esperei por tio Palha na esFuina do salo de
caGeleireiro de +runa Lrand. 0o passara cinco minutos e ele H? $olta$a: apoiado em
sua Gengala.
P Ela no esta$aQ
P +runa $endeu o salo para as empregadas a preDo de Ganana e mudou;se.
P Para ondeQ
P 0o deixou endereDo pra ningu*m. !isseram Fue $iaHou.
P Essa leu a reportagem: aposto.
P Namos ao Gorracheiro. 'e ele gagueHar: chamo a polIcia.
Outro t?xi nos le$ou V Gorracharia do %ossorJ. 0o$amente @iFuei na
esFuina. !essa $e# o deteti$e no demorou cinco minutos: demorou Fuatro.
P Falou com o %ossorJQ
P TamG*m $endeu o negJcio e se mandou.
55
P Est? Grincando: tioQ
P +rincandoQ 'aGe o Fue $i Hogado num cantoQ -m exemplar de ontem da
Gazeta da Tarde.
/uase sem comentarmos nada: surpresos: eu e meu tio nos dirigimos ao
Circo 'amarra: onde entre$istara o trape#ista \o*. !essa $e# no Fuis @icar na
esFuina.
0ingu*m na Gilheteria. Fomos entrando. 0o era hora de espet?culo. 0o
centro do picadeiro $i o ano %eia;'omGra Fue chora$a. 'im: chora$a.
P Parece Fue o circo $ai ser despeHado P disse o deteti$e $endo outro
artista: com @Isico de acroGata: Fue se Hunta$a ao ano para chorar. P " no ser Fue
esteHam ensaiando um nmero triste: tal$e# a Paixo de Cristo.
"tra$essamos o circo e saImos por uma aGertura na lona: nos @undos: Fue
le$a$a ao espaDo onde esta$am os $eIculos da companhia. L?: artistas: curiosos e
policiais rodea$am um trailer.
P U o trailer de \o*. Namos $er mais de perto: tio.
Ele tentou entrar mas @oi impedido por um policial.
P "onde $ai: homemQ
P !ar uma olhada.
P Onde se $iu um cego dar uma olhadaQ
P 'J Fuero saGer o Fue aconteceu aI.
P En@orcaram um artista com um @io de n?ilon P disse o policial.
P /ue artistaQ
P \o*: o trape#ista. "gora saIa do caminho: pode serQ
Puxei tio Leraldo pelo GraDo: retornando ao picadeiro. "gora H? ha$ia ali um
coro de chorEes. \o* de$ia ser muito Fuerido pelos colegas.
P ConheDo o ano P disse. P Tal$e# nos in@orme alguma coisa.
P "cha Fue \o* @oi assassinado por algum espectador Fue no gostou de
seu nmeroQ P cismou o deteti$e.
%eia;'omGra enxuga$a as l?grimas na manga de seu paletJ @olgado.
P LemGra de mimQ P perguntei. P Nim pedir autJgra@o ao \o*: outro dia.
P Niu o Fue @i#eram com o coitadoQ P lamentou o ano com sua $o#
tamG*m peFuena.
P /uem $ocC acha Fue @e# issoQ
P Ni dois homens entrando no trailer hoHe cedo. X? contei V polIcia.
P Como era a pinta delesQ P perguntou o deteti$e.
P FortEes.
P Como orangotangosQ P eu: agora.
P %ais ou menos. -ma hora depois o corpo de \o* @oi encontrado pelo
homem;esFueleto e sua esposa: a mulher;GarGada.
P Por Fue o teriam matadoQ P perguntamos.
P \o* $i$eu no crime muitos anos P disse. P Todos aFui saGiam disso:
ele no @a#ia segredo. Pertenceu V Fuadrilha de Ton. Lrand. %as saiu da cadeia
regenerado. O melhor pro@issional aFui do 'amarra. "s crianDas o ama$am. "cho Fue
o mataram porFue no Fuis $oltar V marginalidade: ou porFue conhecia os segredos
da Fuadrilha.
5S
P OGrigado: %eia;'omGra.
Tio Palha comentou:
P NocC acertou na mosca. Ton. morreu mas sua Fuadrilha est? aI: agindo.
P Com a morte de \o* perdemos o @io da meada. 0o temos pista alguma
P comentei.
Tio Palha ia dar um tapa na testa: mas interrompeu o gesto.
=F
" E'COL10&" 10N"!1!"
/uem in$adiu a escolinha @oi uma senhora gorda: muito ner$osa: tra#endo
nas mos um pulT$er de tricT.
P /uero @alar com madame Leni P implorou.
P %adame est? em Paris. 0o saGia Fue ela ganhou o tro@*u A" melhor
Tricoteira do %undoBQ -ma esp*cie de Oscar P disse Coca.
" notIcia no consolou a in$asora: Fue mostrou o pulT$er.
P NeHaK 0o acerto @a#er as mangas. /uero uma liDo extraK
P O curso terminou P eu in@ormei.
P Pago Fuanto pedirem. U para o ani$ers?rio de meu marido.
!esorientada: Coca protestou:
P %inha senhora: isto * uma escola: no um pronto;socorro de tricoteiras.
P +asta me di#er como @a#er: eu aprendo depressa.
Tio Palha: Fue mesmo na escola usa$a chap*u: Jculos escuros e Gengala:
correu em auxIlio da secret?ria.
P Permita;me uma sugesto. %angas esto um tanto @ora de moda. 'aGiaQ
"l*m do mais neste ano o in$erno no $ai ser muito rigoroso: segundo os Hornais.
Considere o pulT$er pronto. P E pegando um grande no$elo de linha: P "ceite este
Grinde de nossa escola.
P OGrigada: senhor. TraGalha com madame LeniQ
P 'omos s*cios. "caGo de aGrir uma @ilial da escola em &ong;cong P
in@ormou tio Palha: condu#indo a ex;aluna gentilmente para a porta. P 'empre Fue
ti$er um proGlema: apareDa. 'J nos dar? pra#er. Tchau#inho.
"pJs a saIda da mulher do pulT$er: Coca reaGriu o li$reto com o m*todo de
madame Leni.
P Preciso aprender logo a maneHar as agulhas. Casos como esse podem se
repetir.
O deteti$e esta$a preocupado: por*m no com a escolinha.
P 'e a agCncia continuar @echada terei de @a#er o Fue @a#ia antes.
P E o Fue @a#ia antesQ P perguntou Coca.
O deteti$e tentou lemGrar mas deu um Granco na memJria.
P Namos sair P disse ele: pegando;me pelo GraDo. P Perdemos o @io da
53
meada: mas algu*m pode nos aHudar a encontr?;lo.
=E
CO1'"' !" C1!"!E L)"0!E
1gnora$a Fue tio Palha me le$a$a para a delegacia cuHo titular era o delegado
%aranho: conhecido seu a Fuem Vs $e#es le$a$a os casos mais complicados da
agCncia.
O delegado nos receGeu com um ar en@arado: @arto do mundo.
P /uem * o senhorQ 0o estamos dando donati$os...
P 'ou eu: seu amigo Leraldo PalhaK O de Gon* * meu soGrinho Edu.
P PalhaQ O Fue aconteceuQ 'o@reu um acidenteQ Namos registrar.
P 0ada de acidente: %aranho P esclareceu o deteti$e.
P 1sto * um dis@arce. Edu so@reu uma tentati$a de seF^estro e in$adiram
minha agCncia. Tem gente Fuerendo nos eliminar.
P Coisas da cidade grande: PalhaK %as Fue homens so essesQ
P Lente da Fuadrilha de Ton. Lrand P disse o deteti$e.
P Ora: ele morreu h? muito tempo e sua Fuadrilha @oi totalmente
desGaratada P garantiu o delegado. P -m dos ltimos Gandidos Fue traGalha$am
para ele: \oC: @oi assassinado hoHe.
Tio Palha mostrou a Gazeta da Tarde com a reportagem.
P Leia: %aranho.
P X? li. 'ensacionalismo Garato. 'em o menor @undamento. /uem escre$eu
essa GoGagemQ
P Eu P con@essei: deprimido.
P To Ho$em e H? a ser$iDo da imprensa sensacionalistaK /uem lhe pTs
essas id*ias na caGeDaQ 0Js liFuidamos a gangue de Ton.. Ou acha Fue estamos aFui
para descansarQ P perguntou o delegado: GoceHando.
Tio Palha insistiu em seu ponto de $ista:
P %eu soGrinho acertou em cheio. " Fuadrilha de Ton. continua
organi#ada e atuante.
%aranho: irredutI$el:
P FantasiaK O Ho$em aI Fuer pro$ocar coment?rios para se @irmar como
Hornalista. Falar hoHe de Ton. Lrand * pura @icDo: histJrias da Carochinha.
O deteti$e usou mais um argumento:
P Os entre$istados desapareceram: %aranho. "cha apenas coincidCnciaQ
P Coisas da cidade grande P repetiu o delegado cansado da con$ersa.
P E como @ica nossa seguranDa: %aranhoQ
P /uer Fue eu escale dois policiais para proteger $ocCs durante alguns
diasQ
Policiais V porta da escolinha de crochC e tricTQ
5>
P OGrigado: %aranho: mas acho Fue no * preciso.
P 'e so@rerem no$a $iolCncia: me a$isem.
P %ortos no mandam recados P disse tio Palha. P Namos emGora: Edu.
X? est?$amos V porta Fuando o delegado dirigiu seu conselho a mim:
P Escre$a soGre amenidades: rapa#. 0o torne o mundo mais @eio do Fue H?
*. E nada de in$entar histJrias @ant?sticas: certoQ
P Certo.
==
O0!E E- PE0'"N" /-E
" &1'TW)1" TE)%10")1"
'em pistas dos Gandidos: sem contar com a Goa $ontade do delegado: e ainda
condenado a passar todo o tempo na escolinha de crochC e tricT: decidi apro$eitar as
@*rias em 'erra 0egra.
P Nou tele@onar para seus pais a$isando P disse tio Palha.
P Pre@iro @a#er uma surpresa para eles.
P Eu o le$o V rodo$i?ria.
P 0o: tio: antes tenho de passar pelo meu apartamento para pegar algumas
roupas.
!ei um GeiHo de despedida em Coca: Fue H? esta$a na metade da leitura do
m*todo: e um aGraDo @orte no deteti$e. Francamente esta$a ansioso para espairecer no
interior e mostrar aos meus pais a reportagem Fue o primogCnito puGlicara na Gazeta
da Tarde. !isse um tchau e com meu Gon* e paletJ @ui arrumar minhas tranFueiras.
0o TniGus: relemGrando o aGraDo no tio: senti Fue minha partida o ali$iara.
0o Fueria ag^entar o peso da responsaGilidade: caso os Gandidos me @i#essem algum
mal. %as eu me esFuecera de perguntar se mesmo sem pista e sem amparo policial
tentaria ainda locali#ar a Fuadrilha. 1maginei Fue no. Ficaria com Coca na escolinha
por algum tempo at* seu regresso ao antigo endereDo.
0o apartamento $a#io senti um certo mal;estar: e por isso Gem depressa
tratei de Hogar algumas roupas numa peFuena mala: inclusi$e o Gon* e o paletJ do
dis@arDe: saindo H? ansioso para di#er AchegueiB aos $elhos: em 'erra 0egra.
"@astei;me do edi@Icio e @ui V esFuina esperar um t?xi Fue me le$asse V
rodo$i?ria. Como no passa$a nenhum: logo lamentei no ter aceito a conduDo Fue
tio Palha o@erecera.
Ou$i passos.
P NocC * aFuele garoto curioso: no *Q P perguntou o homem alto e gordo
Fue ostenta$a um cra$o na lapela: olhando;me l? de cima.
0o ti$e d$idas: o @iguro de$ia pertencer V Fuadrilha do @alecido Ton.
Lrand. /uem saGe: o no$o che@e. Primeiro le$ei um susto: depois senti pa$or.
56
P 0o sou curioso: mas se o senhor pensa assim prometo me corrigir.
P WtimoK P exclamou o @acInora tirando um re$Jl$er deste tamanho da
cintura. P %as ter? apenas trinta segundos para isso.
P Posso me corrigir em menos tempo P garanti.
P Ora: no tenha tanta pressa. Trinta segundos d? para se arrepender e
ainda apro$eitar um pouco mais a $ida P reGateu o homem do cra$o: @ixando os
olhos em seu relJgio de pulso. Esta$a tendo inIcio a contagem.
Outro homem se aproximou. )econheci. -m dos orangotangos do seF^estro:
o Fue le$ara os dedos nos olhosK Foi logo di#endo:
P 'e tentar @ugir: mando Gala.
Para mim aFuilo no esta$a acontecendo: era sJ um pesadelo. E como no
esta$a: me deixei le$ar at* um carro: doGrando a esFuina: o do primeiro ApasseioB.
"o entrar: ladeado pelos dois: reconheci o cara ao $olante. " mesma nuca.
P 1a @ugindo pra ondeQ P um deles perguntou.
P Eu: @ugindoQ Por FuCQ
Ento o homem do cra$o me deu um Go@eto. "cordei e $i Fue no se trata$a
de pesadelo: pois em nenhum pesadelo uma Go@etada dJi tanto.
P NocC no $ai mentir mais: espertchinho P disse o do cra$o. !i#ia
espertchinho, com um sotaFue estrangeiro. P 'J a $erdade manter? $ocC $i$o.
/ue $erdadeQ %as isso @oi sJ pensamento para e$itar Go@etadas. Perguntei:
apenas pra dis@arDar o medo:
P Pra onde $o me le$arQ
" resposta @oi uma pretIssima $enda nos olhos.
=>
TC&10K TC&1%+9K TC&10K
"cho Fue o carro rodou mais de uma hora: girando pelos mesmos
FuarteirEes: sJ para me desorientar. Por Fue tanta cautela se iam me matarQ
/uando o carro parou: meio #on#o @ui condu#ido pela mo. Ti$e a impresso
de Fue me @i#eram atra$essar um longo salo: passando por um espaDo ladrilhado
cuHo cheiro identi@ica$a uma co#inha. !epois me @i#eram descer muitos degraus:
di@Icil para mim: com as pernas GamGas. Finalmente aGriram uma porta emperrada e
me empurraram.
"rrancando;me a $enda: o do cra$o disse:
P Comece a re#ar: espertchinho.
!ei uma olhada no amGiente. Parecia um depJsito: ou coisa assim: onde
guarda$am $assouras: uma enceradeira e material de limpe#a. " lu# $inha apenas de
alguns retangulos translcidos no alto do cTmodo. Ni uma portinha: aGri. &a$ia ali
um $aso sanit?rio e uma pia. Onde esta$a: a@inalQ
Os Gandidos no tinham pressa. !uas horas depois reapareceram. Pude $C;
52
los melhor. O do cra$o: alto: tinha mesmo cara de estrangeiro. -m Gandido de @ilme.
Os orangotangos eram Gem mais Gaixos: mas encorpados. -m tinha a cara larga e os
olhos um tanto repuxados. O outro: orelhas enormes e pescoDo curto. Nestiam
GlusEes coloridos. O primeiro: no entanto: usa$a paletJ e gra$ata: muito elegante.
P "gora @ale tudo P disse o do cra$o.
P O Fue Fuerem saGerQ P perguntei num @io de $o#.
P Onde est? seu tioQ P Fuis saGer o da cara larga.
P "Gandonou o ramo e sumiu P in@ormei.
P Onde ele moraQ P pcrguntou o orelhudo.
P %ora$a na agCncia P respondi: P mas agora no sei.
O do cra$o:
P Para onde esta$a indo: espertchnko?
P Para 'erra 0egra: onde meus pais passam as @*rias.
P "gora @ale de suas entre$istas P exigiu o do cra$o: taxati$o.
Comecei pelo ltimo dia de aula na @aculdade: Fuando solicitaram aos alunos
Fue @i#essem um traGalho durante as @*rias. Tentando ser o mais con$incente possI$el
@alei da sugesto Fue tio Palha @i#era de uma reportagem soGre Ton. Lrand: da Fual
surgiram as entre$istas @eitas com pessoas Fue o "donias: do arFui$o policial:
58
indicara.
P 'e era coisa de escola: como acaGou saindo no Hornal: espertchinho?
!i@Icil de explicar. Tentei.
P %eu tio le$ou a reportagem para um amigo do Hornal: para Fue desse
uma opinio soGre o traGalho. /ueria o palpite de um pro@issional. E o cara puGlicou
a coisa sem nos consultar.
Os trCs entreolharam;se. O do cra$o era o mais descrente.
P Parece histJria in$entada.
P 'e perguntarem no Hornal: ao che@e de redaDo: seu Xair: ele con@irmar?
Fue @oi assim mesmo.
Os trCs sairam: cada um com sua d$ida. "lgum tempo depois a porta se
aGriu e me passaram um copo pl?stico: uma garra@a de ?gua mineral e dois
sanduIches. Tomei a ?gua: comi um dos sanduIches e @ui deitar numa esteira Fue
encontrei num canto. !urante horas no ou$i nenhum ruido.
" lu# do dia se apaga$a. Tateei a parede V procura de um interruptor: no
encontrei. Em completa escurido comi o ltimo sanduIche e GeGi o Fue resta$a da
?gua. 'entia;me @lutuando no espaDo: com minha @amIlia me supondo em 'o Paulo e
meu tio em 'erra 0egra. Podiam me matar tranF^ilamente. " des@orra dos
orangotangos.
9 noite ou$i uma msica distante e passos arrastados soGre o depJsito. -ma
Ganda de rock toca$a animada e me pareceu Fue os passos eram de danDa: impresso
Fue logo $irou certe#a. !anDa$am soGre minha caGeDa: roc,s. LemGrei dos Indios
Fue tamG*m danDam antes de sacri@icar suas $Itimas: emGora no usem instrumentos
eletrTnicos.
Ou$i mais tarde a $o# grossa e um tanto rouca de um cantor. O artista tinha
um Heito prJprio de cantar: misturando o piFue do rock com o dos samGas de GreFue.
'uGia e Gaixa$a de tonalidade: ora @ren*tico: ora sentimental. "pJs di$ersos nmeros:
palmas. !e$ia ser a atraDo principal do estaGelecimento.
%esmo se ti$esse sono o Gaile l? de cima no me deixaria dormir. /ue #onaK
%ais de cem pessoas de$eriam estar danDando. %uito mais tarde o cantor retornou:
mais solto e mais rouco Fue da primeira $e#. Fa#ia sucesso: o pessoal pedia mais.
Canta$a to alto Fue aprendi a sua msica mais aplaudida: uma doideira mais ou
menos assim:
Tchin TchimG?;tchimG?K
-ule;l?;l?
TchimG?K TchimG?K
TchinK
-uuuuuuuule l?;l?K
!esta $e#: al*m de palmas: Gatidas de p*. O pGlico enlouFuecera. "t* eu
cantei Gaixinho:
TchinK TchimG?;tchimG?K
-ule;l?;l?K
=?
S4
O !1" 'EL-10TE
!ormi um pouco e acordei com a tCnue lu# do sol @iltrada nos retangulos
translcidos. O ca@* da manh no @oi o de um hotel cinco estrelas. O motorista
orelhudo e seu colega trouxeram outro copo pl?stico com ca@* e uma @atia de po sem
manteiga. !e$ia reclamar V gerCncia.
P Namos Fuerer toda a $erdade P disseram. P 0o estamos pra
Grincadeira.
'aIram e algum tempo depois $oltaram com o homem do cra$o: irritado.
P NocC * um rapa# espertchinho P admitiu. P %as sua esperte#a acaGa
agora.
Eu: humilde:
P O Fue o senhor Fuer Fue eu digaQ
P " $erdade. O Fue $ocCs descoGriramQ Com Fue intento @i#eram a
reportagemQ Onde esto Fuerendo chegarQ
0o entendia. /ue signi@ica$am aFuelas perguntasQ
P " gente no Fueria chegar a lugar algum... Era sJ um traGalho de
@aculdade. Estudo Xornalismo.
O motorista: Gem in@ormado ou adi$inhando: disse:
P %as $ocCs @oram V polIcia.
P Fomos. Pedir proteDo: depois Fue me apanharam. "I tio Palha resol$eu
@echar a agCncia: e como cada um @oi pro seu lado dispensamos guarda;costas. Xuro
Fue * $erdade.
0um Gre$e instante supus ter con$encido os trCs: mas o homem do cra$o
ordenou:
P Tire a camisa: espertchinho.
P 0o $ai adiantar me torturarem P supliFuei. P 0em imagino o Fue
Fuerem saGer. %as se me matarem a polIcia $ai $irar a cidade de pernas pro ar V
procura de $ocCs.
P " camisa P Gerrou o motorista orelhudo.
%as o do cra$o recuou.
P %elhor @alar com o +oss.
!e m? $ontade os orangotangos sairam com ele.
!oss, che@e: patro: em inglCs. &a$ia um boss, algu*m Fue manda$a mais
Fue eles: Fue decidia. %inha esperanDa era Fue o +oss @osse mais sensato.
Ou ele no esta$a l?: ou tamG*m no saGia o Fue @a#er comigo. Os trCs
demoraram a reaparecer. EnFuanto espera$a: cantarolei:
TchinK TchimG?K TchimG?K
-ule;l?;l?K
TchimG?K
)eapareceram sJ os orangotangos com o almoDo: @eiHo: arro#: picadinho de
carne e um gar@o. %edo no tira @ome: comi. " soGremesa @oi o retorno do homem do
cra$o com um charuto aceso: acompanhado pelos dois.
P Tire a camisa: espertchinho P $oltou a ordenar.
S7
"chei Fue iam me Fueimar com a ponta do charuto. Peito nu: @echei os
olhos. 'enti o calor da ponta acesa. !e$ia ser proiGido @umar naFuele recinto. )ecuei
milImetros: os outros me seguraram. 0o$amente a proximidade da Grasa.
P Nou @a#er um @uro em $ocC.
P Por @a$or: no me Fueime P implorei.
P Ento se aGra: espertchinho.
Fa#endo uma $o# de garoto xarope: comecei:
P Escolhi um assunto sensacional pra impressionar uma tal de "naGel.
/ueria Fue souGesse Fue me metera com Gandidos perigosos. -m pouco de papo
aHuda pra se ganhar uma garota. ConcordamQ
O do cra$o me en@iou o charuto no peito. "penas calor#inho: tinha apagado.
O orangotango;che@e procurou @Js@oros ou isFueiro nos Golsos. 0o encontrou.
Estendeu a mo para o motorista.
P Fogo.
P !eixei de @umar h? um mCs P disse o outro. P Esta$a me irritando a
garganta.
P TamG*m no tenho @Js@oros P in@ormei educadamente. P Posso $estir
a camisa: senhorQ
0ingu*m respondeu e tornaram a sair. 1maginei um no$o papo com o +oss.
Ou$i $o#es e encostei o ou$ido na porta. Esta$am discutindo. Os dois orangotangos
eram os Fue @ala$am mais: P Pode deixar Fue matamos o garoto P parece Fue ou$i.
" outra $o#: com certe#a do +oss: tinha o tom das ponderaDEes: de Fuem pesa prJs e
contras: e$itando precipitaDEes incorrigI$eis. P Ele nem saGe onde est?: P ou$i com
clare#a. E dentro de mim um riGomGar tremendo: meu coraDo.
Os trCs $oltaram chateados. Tinham se desentendido com o +oss: e$idente.
O do cra$o @oi Fuem @alou.
P 'aGe Fue lugar * esteQ
P Como posso saGerQ %e puseram uma $enda nos olhos.
O motorista tirou a $enda do Golso e: no$amente: a escurido.
P Namos acaGar com $ocC P disse: para me assustar.
P " ltima reportagem Fue @i# pra @aculdade receGeu um #ero P repliFuei:
P mas nunca pensei Fue me matassem por causa de uma.
P NocC no * Gom da caGeDa P disse o do cra$o: condu#indo;me.
P 1sso * $erdade P concordei. P X? esti$e numa esp*cie de hospital e me
deram choFues na caGeDa. _s $e#es sonho Fue sou um espina@re. &? algo errado
comigo.
Empurraram;me para a porta e pegaram;me pela mo Fuando ti$e de suGir os
degraus. Passei pelo espaDo ladrilhado: a co#inha: e pelo salo imenso onde nossos
passos @a#iam eco.
Para Fue no temessem Fue mais tarde pudesse identi@icar o local: saI com
esta:
P 1sto * uma Fuadra de GasFuete: acerteiQ
P -m centro espIrita P responderam. P 1r daFui para o c*u * um pulo.
Foi gostoso sentir;me na rua: pra#er seguido de um empurro Fue me Hogou
para dentro do carro. %eus p*s tocaram minha mala: ainda l?. !epois comeDaram os
S2
giros para me despistar. 0o esta$a com medo. /uem * le$ado para morrer no *
a$isado. Os @ilmes de gangster so assim.
"@inal o carro estacionou. "Griram a porta e um deles me @e# sair.
P Namos soltar $ocC P disse o orangotango;che@e. P %as se aGrir a Goca
ter? o mesmo @im Fue \o* e os outros.
P 0o aGro: no. Podem acreditar.
P 'egure a mala e $? em @rente. 'J tire a $enda Fuando no ou$ir mais o
carro. NocC * um rapa# de sorte: espertchinho. "inda acaGa ganhando na loteria.
!ei uns passos e Fuando o carro H? esta$a longe arranFuei a $enda. /ue Gom
$er a lu# e sentir o sol na pele. Ti$era mesmo muita sorte. O +oss me sal$ara. Olhei
ao redor: era uma rua tIpica da peri@eria. 'e ti$esse HuI#o iria diretamente para a rodo;
$i?ria: mas como no tenho mesmo Goa caGeDa: segundo meu prJprio depoimento aos
Gandidos: @ui V procura de um t?xi a @im de me desaGa@ar na escolinha de madame
Leni.
=@
LE%+)"% !E %1%Q
'O- -% T"L !E E!-
Empurrei a porta da escolinha... e o Fue $eHoQ Outra cena proiGida para
menores: o che@e GeiHando a secret?ria: reprise de uma anterior: sJ Fue interpretada
com mais capricho. Tossi.
P LemGram de mimQ 'ou um tal de Edu.
-m Galo#inho com uma interrogaDo ergueu;se da caGeDa dos dois.
P NeHa Fuem est? aFuiK P exclamou Coca Limene#.
P "s coisas em 'erra 0egra esto to ruins assimQ
P 0o esti$e em 'erra 0egra.
Os dois:
P 0oQQQ
P Passei 2S horas aGaixo do nI$el do solo.
P Todo esse tempo passeando de metrTQ ExpliFue isso: soGrinho.
P Fui capturado. %as no se preocupem. Tudo indica Fue escapei com
S5
$ida: a no ser Fue eu seHa um mentiroso.
P Pelo amor de !eus: conte tudoK P implorou a secret?ria.
Contei tudo: tudo: sem @a#er inter$alo para os comerciais.
P Estranho no terem matado $ocCK P comentou o deteti$e.
P OGra de !eusK P exclamou a secret?ria: olhando para o alto.
P O tal +oss parece ter mais caGeDa Fue seus comandados.
P /uem seria esse +ossQ P perguntou Coca.
P Esti$e muito perto dele mas no @aDo id*ia.
O deteti$e @icou matutando: @ora de sintonia. Como @a#ia @alta um cachimGo
naFuele momentoK !eu um tapa na testa para acionar as id*ias.
P Como era mesmo a msicaQ
P " Fue ou$i durante a noiteQ Era mais ou menos assim:
TchimG?K TchimG?K Tchin...
-ule;l?;l?K
TchinK
TchimG?K TchimG?K
-ule... l?;l?.
P 0o gosto da msica: mas a letra * JtimaK P exclamou Coca.
%eu tio:
P NocC disse um cantor de $o# roucaQ
P Tal$e# um cantor negro: cheio de Gossa. !e$ia ser a grande atraDo da
casa: muito aplaudido.
O deteti$e concentrou;se: desenrolou por um momento o pTster: encarou o
leo sisudamente e concluiu:
P Temos de encontr?;lo.
P O cantor do tchimG?;tchimG?Q Por FuCQ Ele no * assim to @ormid?$el.
Tio Palha @e# uma pausa e; explicou:
P 'J ele nos le$ar? ao tal +oss: o che@e da gangue. Fui claroQ
P %as como: se nem sei onde esti$eQ
P Este$e preso no poro de uma danceteria: no *Q
P !isso no tenho d$ida.
P Pois *: sJ resta locali#?;la.
P &? centenas na cidade.
P %as a maioria situada na regio central. E Fuanto Vs danceterias dos
Gairros: sJ de$e existir uma com um cantor negro Fue cante esse tchimG?;tchimG?.
CertoQ
Peguei a mala pela alDa.
P Tio: H? saltei desse Garco. Noltei sJ pra saGer Fuando comeDa o no$o
curso de tricT.
P !eixe essa in$estigaDo por minha conta: Edu. %adame Leni est? to
grata por termos tomado conta da escolinha Fue me emprestou seu carro. E preciso de
um para rodar a cidade.
P Nou com $ocC P aderiu Coca. P "doro amGientes alegres: com muita
msica. O Fue precisamos * de uma relaDo desses lugares.
O deteti$e Palha pensa$a em tudo:
SS
P &? um Jrgo o@icial Fue controla as ati$idades musicais dessas casas:
recolhendo uma taxa para os compositores. " sede * aFui perto. P E $oltando;se
para mim: P Edu: desta $e# o le$o mesmo V rodo$i?ria. Namos.
P Espero o senhor aFui: tio. %e deixe matar saudade de Coca. T?Q
=A
O T)1Cb E O F1O !" %E"!"
Coca me contou Fue para iludir os Gandidos tio Palha at* puGlicara um
anncio da escolinha. E Fuando os candidatos ao curso chega$am ela $endia o
m*todo de madame Leni: ao in$*s de o@erecC;los gratuitamente como @a#ia antes.
P E como se arrumaro Fuando comeDarem as aulasQ Pperguntei.
P Elas sJ comeDaro daFui a um mCs. %as tricT no * di@Icil. 'aGe Fue
estou @a#endo um pulT$er para seu tioQ
P Com ou sem mangasQ
)apidamente o deteti$e retornou com uma longa lista de nomes e endereDos
de danceterias.
P O seu c?rcere: Edu: est? nesta lista. "gora $amos V rodo$i?ria.
P Perdi o ltimo TniGus. EmGarco amanh cedo.
P 0o poderemos lhe @a#er companhia: Edu. Temos traGalho.
"I me ocorreu:
P O Fue um cego de Gengala $ai @a#er num salo de danDaQ
P 0o se preocupe com isso. Namos. Nai passar a noite no meu
apartamento. 0o espere por mim: $oltarei tarde.
=B
" LO0L" 0O1TE !E E'PE)"
EnFuanto ha$ia programas na tele$iso @oi at* @?cil esperar por tio Palha em
seu minsculo apartamento: mas mesmo antes de ligar a te$C @i# uma coisa...
S3
P "lT: Fuem @alaQ
P "naGel.
P "di$inha Fuem *Q
P -m chato chamado Edu.
P /ue * isso: id*ia @ixaQ Pensa em mim o tempo todoQ Con@esse.
P 'aiGa Fue detesto algodo;doce.
Clic.
O Fue ela esta$a pensandoQ /ue era a nica garota Gonita do mundoQ !ei
uma risada um tanto curta e @ui V co#inha @a#er um sanduIche. !epois: cama. X?
amanhecia Fuando ou$i um ruIdo e le$antei assustado.
&a$ia um cego de Gengala no Fuarto: com um somGreiro na caGeDa.
P /ual o dis@arceQ
P -m cego mexicano no chamaria ainda mais a atenDoQ
Tio Palha no respondeu. Parecia desanimado.
P )odamos mais de cem FuilTmetros e entramos em no sei Fuantas
danceterias. E nada do seu cantor negro.
P %elhor desistir: tio. " id*ia * @urada.
P Namos dormir. %ais tarde o le$o V rodo$i?ria.
=C
O CELO %EX1C"0O "T"C"
O-T)" NE\
"cordamos tarde. Eu e tio Palha H? est?$amos de saIda para a rodo$i?ria
Fuando tocaram a campainha: Coca. Tra#ia a lista de danceterias na mo.
P Fi# uma limpe#a nesta lista. Ontem perdemos tempo indo a lugares
errados.
P Como * Fue @e# a seleDoQ
P X? in$entaram o tele@one: saGiaQ Tele@onei para um monte de endereDos
perguntando Fue gCnero de msica se danDa$a l?: se tinha Ganda prJpria: cantores: e
$eHa como redu#i a lista.
P +elo traGalho: CocaK "gora $amos V rodo$i?ria.
P Estou com @ome: tio: ontem sJ comi sanduIches.
P Ento podemos almoDar aFui perto e depois partir.
0o restaurante: eu: o cego mexicano e a loira extra$agante encaramos um
tremendo rodI#io de churrasco.
P Locali#ando o lugar: o Fue pretende @a#er: tioQ P perguntei.
P !eteti$e * como artista: age por inspiraDo P respondeu tio Palha:
re$elando um procedimento nico em sua pro@isso.
P O mais sensato * a$isar a polIcia.
S>
P /uer Fue di$ida meus trun@os com a polIciaQ "l*m do mais uma pessoa
sensata no en@renta um leo como eu @i#. Namos pegar o TniGus.
P Comi tanto Fue no $ou ag^entar $iaHar agora P disse. P %e @aria mal.
Fomos V escolinha de madame Leni: onde Coca logo deu outros tele@onemas
para resumir ainda mais sua lista de danceterias. )esta$am: Canto da Lua: CluGe da
Lanterna: " Lira@a: )oFue e seus )oFueiros: %e %.sel@ and 1: +o.s meet girls: Na;
mos nJs: 'aloon...
P X? digeriu o almoDoQ P perguntou;me o deteti$e.
P Esti$e pensando: tio: se apanharem $ocCs: Fuem chamar? a polIciaQ
P Ele tem ra#o: LC. %elhor Fue @iFue no apartamento.
'ugesto apro$ada.
=D
O C"0TO) 0EL)O
%orri de in$eHa ao $er tio Palha e Coca partirem no$amente para a a$entura
noturna. Eu teria de amargar mais uma noite $endo tele$iso e comendo sanduIches.
%as @i# duas ligaDEes. -ma para 'erra 0egra: Fuando @alei com meu pai e minha me
e outra...
P E $ocC: )olandoQ Por Fue demorou tanto pra tele@onarQ Clic.
!esta $e# no @ui dormir: esperei Fue o cego mexicano e sua guia $oltassem.
Tio Palha me contou Fue no salo " Lira@a $iram um cantor negro Fue poderia ser o
Fue eu ou$ira do poro.
P U eleK P exclamou tio Palha de sua mesa de pista.
P Esperemos Fue cante o tchimG?;tchimG?.
"caGou o show e ele no cantou. %as Fuando o cantor $oltou ao palco para
agradecer os aplausos: o deteti$e ergueu;se e exigiu:
P Cante o tchimG?;tchimG?K
O cantor negro no deu atenDo ao pedido e saiu do palco. O deteti$e e a
secret?ria @oram aGord?;lo num corredor da danceteria.
P O Fue $ocCs FueremQ P perguntou intrigado.
P /ue cante o tchimG?;tchimG?.
P 0o conheDo.
P Conhece: sim. Namos cantar para $ocC.
Tio Palha e Coca em dueto:
TchimG?;TchimG?K
TchinK
-ulC;l?;l?.
TchinK
TchimG?K TchimG?K
O cantor negro sacudiu a caGeDa.
S6
P 0o conheDo.
P 'e lemGrar lhe dou uma grana P prometeu o cego mexicano.
P 0unca ou$i essa msica P garantiu o cantor: de cara @echada: a@astando;
se.
Noltando ao carro de madame Leni: tio Palha @e# um Huramento:
P "manh @aremos o ltimo giro pelos salEes. Cansei.
>F
U ELEK U ELEK O C"0TO)K
0a noite seguinte: $endo Fue tio Palha e Coca se apronta$am para a ltima
tentati$a de locali#ar a danceteria;priso: perguntei:
P /ue dis@arce de$o usarQ
P Nai $estir o piHama e se dis@arDar de dorminhoco.
Coca @oi menos radical.
P Namos dar uma chance a ele.
P 0o P Gerrou titio;deteti$e. P Ele * muito conhecido dos Gandidos.
P Posso dar um Heito P garantiu Coca. P 0em $ocC o reconhecer?.
Coca era maFuiadora: como H? disse. "Griu sua caixa e traGalhou Fuase uma
hora em meu rosto. Olhando no espelho nem me reconheci.
P /uem * esse caraQ P perguntei.
P -m punk da peri@eria.
P Esses caGelos espetados so horrI$eisK
P Ni di$ersos punks nos salEes em Fue esti$emos P disse ela. P 'e $estir
uma calDa $elha e cortar @ora as mangas da camiseta @icar? per@eito.
E @iFuei mesmo. "#punk per@eitoK "t* tio Palha apro$ou.
9s de# H? est?$amos no carro de madame Leni: correndo os salEes.
P NeHamK -m cantor negroK P exclamou Coca Fuando entramos no
terceiro salo.
FiFuei atento. %as a $o# dele no era a Fue eu ou$ira.
P $orr%, no * Fuem procuramos.
Fomos a mais trCs salEes e decidimos Fue o prJximo seria o ltimo. " casa
se chama$a %ontanha de "li: aluso V histJria de Ali !ab& e os 'uarenta ladr(es, um
casaro simp?tico: cheio de Hanelas: Fue a Hulgar pelo entra;e;sai era um amGiente
alegre e Gadalado.
"comodados a uma mesa assistimos a um show inteiro: desesperanDados. O
cego mexicano GeGia cer$eHa Fuando anunciaram o nmero de encerramento: H? de
madrugada. " cantora no era: por*m: nenhum negro: mas uma mulher Gaixota e
gorducha.
P " conta P pediu o deteti$e.
S2
P Foi tudo perda de tempo P lamentou Coca.
X? saIamos do salo: passando entre as mesas: Fuando ou$imos:
TchimG?K TchimG?K
TchinK
-ulC;l?;l?
TchimG?;tchimG? G
%eia;$olta e nos aproximamos do palco. O pGlico reagia entusiasmado.
Com sua encorpada $o# masculina ela canta$a e salta$a como um canguru. Curioso:
o medo Fue eu sentira no poro $oltou: e meu impulso @oi o de correr para @ora.
P Foi o Fue $ocC ou$iuQ P perguntou o deteti$e.
P Foi.
TchimG?K TchimG?K
"li;"li +aG?K
Nenham V %ontanha de "li
-ulC;l?;l?.
Era uma criaDo especial para a casa: um nmero exclusi$o: daI no ser
conhecido pelos outros cantores.
P NocC disse Fue passou por um cho ladrilhado: tal$e# uma co#inha P
lemGrou o cego mexicano.
S8
P !e$o ter passado por aFuela porta P indiFuei. Tio Palha: sem a Gengala:
a@astou;se e no @inal#inho da msica $oltou para con@irmar:
P Tem de @ato uma co#inha e no @inal uma escada. Coca: como se @osse a
@ nmero um: @oi aGraDar a cantora. Trocaram algumas pala$ras: depois $oltou para
Hunto de nJs com in@ormaDEes.
P Ela chama;se Paola com AoB. Est? hospedada no hotel TeGas: onde
poderei entre$ist?;la: se @or necess?rio.
O medo no passara: Fueria sair.
P Namos emGora: pessoal: est? muito calor: no achamQ
Lentilmente os dois concordaram: esta$a calor: e saImos. Tinha a impresso
de Fue os seF^estradores me espreita$am
'J @ui respirar no carro.
>E
0O &OTEL TE+"': P"OL" CO% AOB
O TeGas era um hotel modestIssimo. 'ua nica estrela era Paola com AoB:
Fue V lu# do dia @ica$a ainda mais Gaixota e gorducha. " id*ia da entre$ista @ora de
Coca: mas Fuem pisa$a o exIguo saguo do hotel era um senhor gordo e rui$o:
caGelos Fuase $ermelhos: Fue nem a prJpria me diria tratar;se do deteti$e particular
Leraldo Palha.
Paola: a$isada pelo inter@one: logo apareceu com um $estido Fue tinha mais
cores Fue um arco;Iris. Perguntou ao meu tio:
P /uem * o senhorQ
P %atias %ateus: empres?rio e seu admirador. Outra noite esti$e na
%ontanha de "li e @iFuei impressionado com suas Fualidades $ocais. "Fuele nmero
@inal do show * FualFuer coisa de espetacular.
Paola @aGricou seu melhor sorriso e Fuis saGer:
P Est? interessado em me contratarQ
P 'im: para uma turnC por toda a "m*rica Latina. 'eria uma glJriaK
" cantora gostou de ou$ir a proposta: mas...
P 1n@eli#mente ainda tenho mais de um mCs de contrato no "li.
P /uem a contratouQ P perguntou o empres?rio. P " sra. +runaQ
P "ssinei com o sr. +ristol.
P Por acaso no * um ca$alheiro Fue usa sempre um cra$o na lapelaQ
P Esse mesmo. -m tipo Gastante alto.
O deteti$e tinha de insistir nisso:
P +runa tamG*m no * sJciaQ
P 0o conheDo l? nenhuma mulher com esse nome. 'ei Fue +ristol no * o
nico dono: h? tamG*m outro: mas deste no sei nem o nome.
%ateus %atias GeiHou a mo da estrela.
34
P Nale a pena esperar por uma cantora talentosa como $ocC. Nai ser uma
magnI@ica turnCK P E despedindo;se: cantarolou: TchimG?;tchimG?K Tchin... -ulC;l?;
l?.
!epois Fue tio Palha relatou a entre$ista com a roFueira gorducha: Coca deu
sua opinio:
P X? Fue temos o endereDo dos GandidEes: por Fue no pass?;lo V polIciaQ
P 0ada de precipitaDEes. /uero descoGrir so#inho Fuem * o +oss. 'herloc,
&olmes nunca pediu proteDo V 'cotland Mard.
P NocC descoGriu Fue o homem do cra$o * um dos donos da danceteria:
mas sendo ele um delinF^ente: du$ido Fue o lugar esteHa registrado em seu nome P
ponderou a secret?ria.
" ponderaDo no aGalou o empres?rio;deteti$e.
P /uem saGe o nome dos $erdadeiros donos * a Pre@eitura. E estou cheio de
amigos l? dentro. -m caso Fue posso esclarecer at* por tele@one. /uerem $erQ
>=
O' +O0' NEL&10&O'
"o desligar o tele@one o deteti$e H? tinha a in@ormaDo correta. Os
propriet?rios do salo eram "ntTnio e )osa de Oli$eira: nomes comuns demais para
estarem en$ol$idos num enigma. !e posse do endereDo: o empres?rio se pTs em
aDo. %eia hora depois estaciona$a diante de um casaro caindo aos pedaDos: em
cuHa entrada se lia: numa placa Fuase apagada: APenso @amiliarB. TranspTs o porto e
$iu uma empregada de a$ental.
P 'eu "ntTnio e dona )osa so os donos da pensoQ Pperguntou.
)isinho.
P 1magine: coitadosK %oram no Fuarto dos @undos P indicou.
O gordo empres?rio: Fue era o magro tio Palha: @oi at* o tal Fuarto e Gateu.
P Entre P ou$iu uma $o# de mulher idosa.
O deteti$e entrou e $iu um $elho na cama e uma $elha Fue lhe massagea$a a
perna com um ung^ento de cheiro ardido.
P 'eu "ntTnio e dona )osaQ
'em interromper o traGalho: a $elha respondeu:
P !esculpe no poder apertar sua mo.
P O Fue aconteceu com eleQ P perguntou %ateus %atias.
P Escorregou no Fuintal.
37
P 'er? Fue no FueGrou nenhum ossoQ
Tio Palha @ora en@ermeiro: durante uma nica semana: mas @ora. Examinou a
perna do homem com ares de entendido.
P 0o FueGrou. O importante agora * repousar e nada de danDar rock na
%ontanha de "li.
Os $elhos @icaram ressaGiados. Ela:
P /uem * o senhorQ
P Esperem: no estou entendendo P disse %atias %ateus Palha. P NocCs
so donos de uma mina de ouro: o maior salo de danDas da regio: e moram neste
FuartinhoQ Essa no d? pra entender.
'eu "ntTnio trocou a dor na perna por uma preocupaDo maior:
P /uem * mesmo o senhorQ
P 'ou um empres?rio e Fueria discutir com $ocCs um certo contrato.
P 0o * com a gente P disse o $elho.
P %as no so os propriet?rios da %ontanhaQ
P 0em saGemos onde * o salo P disse a mulher. P 1sto e... P tentou
corrigir: mas no conseguiu: emGaraDada.
P 'o propriet?rios de um salo Fue nem conhecemQ
Os dois @icaram supera@litos e o Heito de sair da enrascada @oi esclarecendo
tudo: como @e# dona )osa:
P 'omos donos sJ nos pap*is.
P Entendo P disse o @also gordo. P Em troca receGem um dinheirinho
para ir le$ando: certoQ
P 0o h? mal nisso P de@endeu;se o $elho. P Ou h?Q
Tio Palha tranF^ili#ou o casal com um sorriso.
P &? pessoas Fue no podem aparecer... %as Fuem so os $erdadeiros
propriet?riosQ
X? Fue ha$iam comeDado: prosseguiram:
P -m tal de sr. +ristol. 1amos ser despeHados por no poder pagar o aluguel
Fuando ele apareceu: sal$ando a gente. Era sJ assinar uns pap*is e receGer um tanto
por mCs. Caiu do c*u.
P E eles so muito pontuais P acrescentou dona )osa.
P !isse elesQ Ento +ristol tem sJcios.
P -ma senhora: geralmente Fuem tra# o dinheiro.
P Como se chamaQ
P 0um dia em Fue $ieram Huntos seu +ristol a chamou de +runa.
+runa: irm de Ton. Lrand: pro$a$elmente a +oss: che@e da Fuadrilha.
Tio Palha H? ia emGora.
P Continuem com a massagem. Podem estar certos de Fue no FueGrou
nada.
O $elho tinha direito a uma pergunta:
P E o senhor: Fuem *Q
P %eu nome * ElesGo: sou m?gico. ElesGo * um nome @eio mas no
chega a ser pala$ro. Pode ser dito na presenDa de crianDas.
32
>>
T)OC"0!O F1L-)10&"'
P Eu: o deteti$e LC e sua secret?ria Coca Limene# nos reunimos na
escolinha para concluir e Fuem saGe planeHar.
P +em: H? saGemos Fue a Fuadrilha de Ton. Lrand est? $i$Issima e sediada
na %ontanha de "li P disse Palha: outra $e# com um $isual de espantalho: sem o
dis@arce de %atias %ateus. P X? identi@icamos como memGros da gangue o
elegant*rrimo +ristol: os dois orangotangos: a irm#inha +runa: %ossorJ...
P E h? um che@e: o +oss: ainda no identi@icado P lemGrei.
P /ue para mim * a prJpria +runa P apostou Coca.
O deteti$e no disse sim nem no: conHeturando noutra direDo.
P %esmo ignorando Fuem * o +oss podemos traDar seu per@il. U um cara
muito prudente. 'e @osse precipitado teria ordenado sua morte: Coca: Fuando
esti$eram aFui: e a sua: Edu: Fuando o prenderam no poro.
P U $erdade P concordei. P %as Fuando se trata de matar para proteger a
Fuadrilha: no hesita. O \o* est? de pro$a.
P -m Fue de$ia saGer demais P disse o deteti$e. P Outro dado de seu
per@il * a discriDo. Paola: mesmo traGalhando na %ontanha de "li: no saGe Fuem
ele *. Os $elhinhos da penso tamG*m no saGem. 0em mascarado apareceu diante
de Edu. Pode ser um @iguro respeitadIssimo da sociedade...
P ... ou da polIcia P acrescentou Coca. P Por Fue noQ
Nendo Fue as suposiDEes no le$a$am a nada: lamentei:
P /ue id*ia o senhor me deu de @a#er aFuela reportagem. %elhor escre$er
soGre $endedores de algodo;doce.
Tio Palha me olhou com a maior gratido. "GraDou;me.
P OGrigado: soGrinho.
P OGrigado por FuCQ
P "inda perguntaQ NocC me deu a cha$e Nou V luta P disse: saindo a Hato.
P "onde ele $aiQ P perguntou Coca.
P E eu seiQ P respondi.
>?
O NE0!E!O) !E "LLO!]O;!OCE
&oras depois algu*m tele@ona$a para a escolinha.
35
P Estou no orelho aFui emGaixo: desDam.
!escemos. 0a rua: diante do edi@Icio: no ha$ia nada nem ningu*m Fue nos
chamasse a atenDo. Lente passando: carros: TniGus e... o Fue maisQ !e di@erente:
apenas um $endedor de a$ental diante de um carrinho met?lico Fue produ#ia uma
esp*cie de ne$e grudenta P algodo;doceK Eu conhecia aFuele amGulanteK
P Ol?: crianDas P saudou;nos tio Palha: entregando a mim e a Coca uma
porDo de algodo. P &oHe no $ou coGrar. O@erta da casa.
Eu e Coca FuerIamos rir mas ha$ia perguntas a @a#er.
P Onde arranHou o carrinho: tioQ
P "luguei por uns dias. 'eu dono me ensinou como se @a# esta delIcia. 0o
Fueria entre$istar um $endedor de algodo;doce: soGrinhoQ N em @rente: mas seHa
Gre$e. Preciso ir para o meu ponto.
P Onde * esse pontoQ
P Em @rente de uma danceteria chamada %ontanha de "li.
Eu e Coca trocamos olhares.
P O Fue pretende @a#er l?Q P ela perguntou.
P Fotogra@ar os Fue entram e saem no perIodo da tarde. _ noite aFuilo $ira
apenas um salo de danDas. Tchau.
Tio Palha en@iou o carrinho no porta;malas do carro e partiu. Noltamos V
escola. "o aGrirmos a porta a primeira coisa Fue $i @oi uma comprida piteira e na
ponta um cigarro aceso. /uando acaGariam os sustosQ
>@
/-E% E'T"N" "T)9' !" P1TE1)"Q
"tr?s da piteira esta$a uma senhora idosa e extremamente elegante.
P Como entrou aFuiQ P perguntou Coca.
P Com a minha cha$e.
P " senhora tem a cha$e daFuiQ
P E por Fue no teriaQ 'ou madame Leni.
)elaxamos.
P %adame LeniK
P %e deu saudade da escolinha. Esti$e dando uma olhada nesta lista. /ue
nomes so essesQ
P 'o os alunos Fue pediram inscriDo para o prJximo curso. Palha Fuer
lhe de$ol$er a escola repleta de alunos.
" @rancesa sorriu:
P /ue homem char#ant * o deteti$e PalhaK Certa $e# percorreu a cidade
toda para encontrar meu Lulu da Pomerania: perdido num shopping. -m encanto de
pessoa.
Coca: um tanto enciumada: apenas concordou:
3S
P Ele saGe despertar simpatias.
P "tualmente anda en$ol$ido em algum caso misteriosoQ Pindagou
madame Leni: curiosa.
P 0o P respondi em cima. P 'ua paixo agora * tricT e crochC.
0o acreditando em mim: madame comentou:
P 'e est?: certamente no @ar? alarde. O sigilo * o grande trun@o de um
deteti$e. +em... esta$a sJ de passagem. P E olhando para aFuilo Fue eu e Coca ainda
segur?$amos. P "lgodo;doceK /uem diria Fue ainda se $ende isso na cidadeK
"GraDos ao deteti$e Palha. To char#ant) P E desapareceu com sua piteira: cuHa
@umaDa desenha$a uma interrogaDo.
0aFuele clima de mist*rio em Fue $i$Iamos: exclamei:
P /ue mulher estranhaK
P Pensei Fue madame Leni @osse uma $elhinha menos exiGida.
Esperamos tio Palha at* o @inal da tarde. !epois: @omos esper?;lo em seu
apartamento: Coca le$ando re@rigerantes e sanduIches. 'aGIamos Fue ansiedade d?
@ome. Foi uma longa e apreensi$a espera at* Fue o deteti$e apareceu.
P Fui re$elar as @otogra@ias no laGoratJrio de um amigo.
P Nendeu muito algodo;doceQ P perguntei.
P Consegui um Gom @reguCs na %ontanha de "li. !e$e ser um dos
orangotangos: pela descriDo Fue @e#.
P Namos $er as @otos P pedi: apressado.
" primeira era de +ristol: com o cra$o na lapela: entrando na casa.
P Conhece: noQ
P Claro.
P E esteQ
Coca mani@estou;se antes de mim:
P -m dos Fue me amarraram.
P !irigia o carro nas duas $e#es em Fue me pegaram Pcon@irmei.
Terceira @oto:
P Outro Fue me amarrou P disse Coca.
P TamG*m participou dos dois seF^estros. O de cara larga. Fotogra@ou os
trCs homens Fue me prenderam no poro: tio.
P &? outro modelo @otogr?@ico Fue tal$e# reconheDa Pprosseguiu o rei do
algodo;doce mostrando a @oto de uma mulher. P X? $iu essa gracinha em algum
lugarQ
Tio Palha @otogra@ara +runa Lrand descendo de um carro.
P " irm do @alecidoK P exclamei.
P /ue para mim * a che@ona P apostou Coca.
P %ais algu*mQ
P -m $endedor de algodo;doce no * um lamGe;lamGe. "manh $oltarei
ao meu posto. /uem saGe consigo @otogra@ar o +ossQ
Coca: recolhendo as @otos: lemGrou:
P 'aGe Fuem este$e na escolinhaQ %adame Leni.
P %adame LeniQK P exclamou o deteti$e.
P Por Fue o espanto: LCQ
33
P Ela me disse Fue ia $iaHar e Fue sJ $oltaria no @inal do mCsK
P Para nJs no @alou em $iagem P disse. P Eu no imagina$a Fue ela
@osse to Gonita e so@isticadaK
P +onita e so@isticadaQ P admirou;se no$amente tio Palha. P 'er? Fue
estamos @alando da mesma pessoaQ
%udei de assunto com uma pergunta ansiosa:
P !epois de completar seu ?lGum de @igurinhas: Fual ser? o prJximo
passoQ
O rei do algodo;doce respondeu s*rio:
P 0unca se saGe Fual ser? o prJximo passo de um grande deteti$e. Perderia
a graDa.
>A
%"1' "LLO!]O;!OCE
X? Fue tio Palha passaria o dia todo @ora da escolinha: Coca apro$eitou parte
da tarde para @a#er compras. Eu: sem nenhum dis@arce: @ui V lanchonete @reF^entada
pelos colegas da @aculdade.
Xlio $eio logo com go#aDo:
P Est? escre$endo soGre os $endedores de algodo;doceQ
P Estou. U emocionante.
P EmocionanteQ P ele estranhou.
P /uando eu apresentar o traGalho $o @icar GoFuiaGertos.
P Claro: ningu*m come nada com a Goca @echada.
'uportei a piadinha e me a@astei porFue "naGel acaGa$a de entrar: usando
Gotas. " gata de Gotas. 0o espera$a Fue meu coraDo @osse dar aFuele disparo.
P Ol?: "naGelK
P NocC est? proiGido de tele@onar pra minha casa.
P NocC * muito gentil: "naGel. /uase me @a# chorar de emoDo. %as agora
estamos con$ersando ao $i$o e no pelo tele@one. Posso lhe o@erecer alguma coisaQ
Ela espera$a por algu*m: Fue chega$a.
P )olando: como $ocC demorouK
"GraDaram;se e GeiHaram;se. 0o conhecia o tal )olando. -m suHeito
horrI$el: alto: loiro: olhos a#uis e caGelos ondulados. Outras garotas na lanchonete
olharam interessadas para ele. Niam o FuC no caraQ 0o pensem Fue me aGorreci.
"penas dei um pontap* numa lata de cer$eHa: Fue $oou at* a Lua.
"lgu*m lou$ou o @eito esporti$o: o pro@essor )uGens.
P O Fue h?: EduQ 0er$oso porFue no consegue @a#er a reportagemQ
Ti$e de me conter para no des@erir o segundo pontap*.
P %inha reportagem $ai @a#er a @aculdade tremer nas Gases.
P "lgodo;doce * um tema to sensacional assimQ Pironi#ou.
3>
P To sensacional Fue tal$e# todos os Hornais puGliFuem a reportagem P
ironi#ei.
Noltei ao apartamento. Coca chegou logo depois com uma sacola de coisas
gostosas. X? era noite Fuando o deteti$e aGriu a porta.
P +ateu no$as @otosQ P perguntei.
%ostrou a primeira.
P )econhece esteQ
P %ossorJ P reconheci. P " gangue est? completa.
Tio Palha no se mostra$a muito satis@eito.
P Est? @altando o +oss: o manda;chu$a. %as no entrou nem saiu ningu*m
com cara de che@e. "penas os empregados.
P 1sso pro$a Fue algum dos nossos conhecidos * o +oss Pargumentou
Coca.
P +ristol e os dois orangotangos no P disse eu. P )eceGem ordens:
segundo o Fue eu ou$i.
P )estam +runa e %ossorJ. Fico com +runa P palpitou Coca.
Le$antei outra hipJtese:
P Pode ser Fue o +oss nunca saia do salo. Ni$e nos porEes: como naFuele
@ilme Fue $i na tele$iso: * +antas#a da pera.
Coca exigia pro$idCncias imediatas:
P N? procurar o delegado %aranho: LC. "gora $ocC H? saGe onde a
Fuadrilha se rene. U sJ chegar e prender.
P Pra mim * cedo.
P O Fue $ai @a#er: entoQ P perguntei. P Nender mais algodo;doceQ
P !e$ol$i o carrinho. Parece Fue no ia longe na pro@isso.
" interrogaDo continua$a no ar.
P NocC no tem plano algum na caGeDaQ P Fuis saGer a secret?ria de
caGelos loiros.
"o ou$ir a pala$ra AcaGeDaB o deteti$e recorreu ao expediente Fue sempre
da$a resultado: deu um tapa estalado na prJpria testa.
Eu e Coca @icamos na expectati$a de Fue o c*reGro de Leraldo Palha:
sacudido pela pancada: $oltasse a @uncionar.
P "lguma id*iaQ P perguntou Coca.
P 0o ainda P respondeu o ex;$endedor de algodo;doce. E sem mais
pala$ra: com muita agilidade: @incou as mos no cho e ergueu as pernas para o alto:
plantando Gananeira.
P Para Fue issoQ P perguntou a secret?ria.
P O tapa no deu resultado. "ssim a presso na caGeDa * maior pela @orDa
da gra$idade: e todas as pecinhas do c*reGro se encaixam no lugar certo. %as no
@iFuem parados aI. Peguem a m?Fuina e Gatam uma @oto. 'er? interessante registrar o
momento em Fue o grande deteti$e Leraldo Palha produ#ia uma grande id*ia.
%eio contra a $ontade: Coca @otogra@ou seu che@e naFuela posiDo
incTmoda. !u$ido Fue alguma secret?ria tenha @eito isso no mundo a pedido do
patro.
P Pronto P disse ela.
36
P "gora comam os sanduIches P ordenou tio Palha.
P Luardaremos um para $ocC.
P Luardar nada P ele protestou. P %e dC um. Posso comer per@eitamente
Gem de caGeDa para Gaixo. 0o h? nenhuma lei Fue oGrigue uma pessoa a comer
apenas Fuando est? com os p*s no cho: no *Q
Coca passou um sanduIche para tio Palha: Fue momentaneamente se apoiou
numa sJ mo: pegou o sanduIche e comeu sem di@iculdade.
P %e impressiona $er $ocC assim: LC.
P E eu no gosto Fue me olhem como se esti$esse @a#endo uma coisa
extraordin?ria. !i@iculta a concentraDo.
Coca e eu saImos da sala. 0a co#inha: ela me disse:
P )eceio Fue seu tio esteHa doido.
P Eu tinha esse receio. "gora estou certo P con@essei. P Nou para 'erra
0egra apro$eitar as @*rias.
%eu tio entrou na co#inha H? com os p*s no cho.
P 0o disseQ
P !isse o FuCQ P perguntei: oGser$ando nele um sorriso triun@ante.
P /ue o processo era in@alI$elQ X? ti$e a id*ia. "calmem;se.
P /ue id*iaQ P perguntamos eu e Coca em dueto.
32
P Como apanhar o tal +oss. !esta $e#: Edu: no @ar? uma reportagem
Gaseada sJ em palpites: mas em @atos reais. "hK 'aGem Fue @ico tonto assim soGre os
p*sQ
>B
" NOLT" !" C"0TO)" !O'
TE%PO' !O P"P"1
LemGram;se de %atias %ateus: o empres?rio gordo e rui$o: de caGelos
Fuase $ermelhosQ Pois Gem: ele $oltou ao &otel TeGas para no$o papo com a
roFueira de $o# masculina.
P Paola: le$o $ocC da PatagTnia a %iami: mas antes Fueria um @a$or. /ue
encaixasse no show da %ontanha de "li uma contratada minha: a @amosa Lu# del 'ol.
0otou como esto $oltando V moda os ritmos antigosQ Lu# @oi a rainha dos Goleros e
do chachach?. 'e disser ao sr. +ristol Fue ela * sua amiga: as coisas podem se
resol$er.
P Lu# del 'ol... O nome no me * desconhecido. %as o pessoal de l? no
paga Gem. 'J ninharia.
P Ela est? $oltando aos palcos e no coGra muito. "ceita o Fue pagarem. E
por uma temporada curta. /uin#e dias: no m?ximo. Consiga isso: Paola: Fue eu a
contrato.
P Posso @alar com o +ristol. %e tele@one amanh a esta hora.
0o dia seguinte o deteti$e tele@onou para o &otel TeGas. Paola tinha uma Goa
notIcia.
P 'ua cantora est? com sorte P disse. P O salo esta$a mesmo
precisando de uma int*rprete de msicas latino;americanas. %as como H? disse:
pagam Fuase nada.
P 0o importa. OGrigado: Paola. " $ida * assim. -ma mo la$a a outra.
Tchau.
Lu# del 'ol usa$a uma caGeleira Fue chega$a V cintura e sJ @ala$a
castelhano. Forma$a um estranho par com seu empres?rio de caGelos a$ermelhados.
1n@eli#mente desse lance eu no poderia participar. 'enti muito Fuando $i os dois
saIrem naFuela tarde.
Lu# e seu empres?rio: logo V porta da %ontanha de "li: encontraram um
conhecido: o motorista dos seF^estros: e Fue com seu companheiro aHudara a en@iar
Coca no arm?rio na in$aso da agCncia. O orangotango nd 7.
P O gerente est? esperando P in@ormou.
" %ontanha de "li de dia cheira$a a mo@o. O orangotango nd 7 condu#iu os
dois atra$*s do salo e depois por um corredor. Entraram numa peFuena sala em
cuHas paredes no ha$ia mais espaDo para retratos de cantores. Ficaram V espera do
38
gerente.
O homem do cra$o: alto e grandalho: entrou. -ma cara adeFuada V seDo
policial de FualFuer Hornal. Olhou para Lu# e sorriu. Lostou dela.
P 'ou o gerente P apresentou;se. P Paola @alou de $ocC. O senhor * o
empres?rioQ
%atias %ateus apertou a mo de +ristol sem iniGiDo.
P E me orgulho disso. Lu# del 'ol @oi um estrondo nos anos >4 e ainda est?
em @orma.
P Tal$e# seHa Goa demais para a %ontanha de "li. %as se o preDo no @or
salgado...
P /ue di# de um contrato de duas semanas apenas na Gase de de# dJlares
di?riosQ P disse o rui$o. P O Fue nos interessa * o retorno de Lu# aos palcos.
/ueremos constatar como o pGlico a receGe.
P Namos ao palco P sugeriu o gerente. P Tem um pianista e um Gaterista
l?. 'e ela se sair Gem: a gente @echa.
Tio Palha nem lemGra$a h? Fuanto tempo Coca no canta$a: mas ela no se
mostra$a emGaraDada.
O pianista e o Gaterista trocaram algumas pala$ras com Lu#: e diante do
empres?rio %atias %ateus e do Gandido do cra$o ela comeDou a cantar um dos
maiores sucessos dos dias em Fue meus pais namora$am.
Chachach?
de la se;cre;ta;ria;?
chachach?
de la es;te;no;gra;@?
chachach?
O pianista: mais $elho: logo se entusiasmou: e o Gaterista: emGora Ho$em:
entendeu e apro$ou o agitado chachach?. O Gandido: coroa como Lu# e %atias:
sorriu: H? entregue. " ele logo se Huntaram os orangotangos nd 7 e nd 2. !e$ia ser
di@Icil cantar diante de um auditJrio to seleto: mas Lu# tinha cancha e GalanDo: e
continuou saracoteando e cantando sem se aGalar. Chachach?.
P Estamos comGinados P disse o gerente. P &oHe Vs on#e horas. Est?
apro$ada.
>C
O PE)1LO'O C&"C&"C&"
" id*ia maluca do deteti$e Palha era @a#er com Fue Coca <Lu# del 'ol=
circulasse pelo $entre da %ontanha de "li como gente da casa: para tentar descoGrir a
identidade do +oss: o mando. Ento: com o nome do sr. X: procuraria o delegado
%aranho: e tintim por tintim: al*m de outros tintins: contaria V autoridade tudo Fue
souGesse soGre a perigosa Fuadrilha.
>4
Coca sempre alimentara um sonho: $oltar a cantar. Ela: Fue H? conta$a com
muitos anos de estrada. %esmo com outro nome e com outro oGHeti$o: o plano de LC
lhe agradara. "dora$a GadalaDEes e aplausos.
Precisa$am $er Fue G?rGara ela esta$a Fuando se aprontou para sair em
companhia do empres?rioK Eu no poderia perder aFuela a,ant-pre#i-re. Em poucos
minutos as mos m?gicas de Coca me trans@ormaram outra $e# no punk, agora
usando um paletJ @olgado do titio. 'eria mais um punk no "li: onde FualFuer um se
$estia da maneira Fue lhe agradasse. "t* ca$alheiros de s#oking iam l?: misturados
com gente de .eans, Germudas: GomGachas: culotes e tudo mais.
Chegando no "li sentei;me so#inho a uma mesa: enFuanto a estrela e seu
empres?rio se mandaram pelos corredores. O orangotango nd 7 le$ou;os para o
camarim: Fue ela di$idiria com Paola. O gerento: de cra$o no$o: logo apareceu.
P 0ossas instalaDEes so modestas P disse.
P X? cantei at* em Las Negas: mas para Fuem est? recomeDando a
%ontanha de "li * um luxo P disse Lu#.
P Ela $ai Grilhar outra $e# P garantiu o empres?rio. P Lu# saGe tudo
soGre emoDEes.
P EsteHam V $ontade P e saiu.
Em seguida chegou Paola. Tio Palha @e# as apresentaDEes.
P Paola: Lu# del 'ol...
P OGrigada pela colher de ch? P agradeceu Coca. P 'em sua aHuda no
estaria aFui.
Perto da meia;noite: no palco: a prJpria Paola anuncia$a:
P Com $ocCs: agora: uma $elha amiga minha: a rainha do chachach?.
Palmas para elaK
'oG palmas la Limene# pisou o palco con@iante: e soG a lu# de um spotlight
comeDou a cantar o chachach? Fue encantara o gerente. 'e os mais Ho$ens no se
mani@estaram muito a princIpio: entraram na onda da cantora Fuando um punk, eu:
saltando no meio da pista: se pTs a aplaudir $iGrantemente. O sucesso de Coca
interessa$a ao nosso plano. 0ingu*m descon@ia dos $encedores. Ni +ristol e os dois
orangotangos Gatendo palmas.
Cumprimentando o puGlico: Coca encerrou o show.
P Chachach?.
E dirigiu;se ao camarim onde algu*m a espera$a: LC.
P EnFuanto $ocC canta$a: sondei o corredor. Todas as portas esto
@echadas: mas h? lu# na ltima. Espiei pelo Guraco da @echadura e $i um Fuarto de
dormir luxuoso.
P Pode ser de +runa.
P 0o $i oGHetos @emininos. !e$e ser o Fuarto do +oss.
P Psiu: $em genteK
+ristol entrou com uma GraDada de @lores.
P !e$ia ter entregue no palco: desculpe...
P %uita gentile#aK O senhor gostouQ
O gerento esta$a exultante:
P Eu gostei: o pGlico gostou: at* o che@e gos... P deixou as @lores e
>7
retirou;se.
%eu tio: Gaixinho.
P Ou$iuQ
P "t* o che@e gostou P ela repetiu. P 0o * o Fue se chama lapso ou uma
escorregadelaQ +onitas @lores.
O deteti$e @oi at* a porta e comentou:
P &? mesmo um che@e: e do sexo masculino. %ora no Fuarto dos @undos
com certo luxo: assistiu ao seu show e gosta de chachach?.
P Ele me assistiuK /ue honraK
P FiFue aFui e $eHa se algu*m passa pelo corredor. Nou dar uma espiada
no salo.
Tio Palha passou por mim: Fue toma$a um re@rigerante no salo: e se pTs a
oGser$ar o pessoal danDando. " tare@a de reconhecer entre eles o +oss era Fuase
impossI$el. Noltou ao camarim. Coca lhe disse Fue ningu*m entrara no tal Fuarto dos
@undos e Fue os orangotangos esta$am $igilantes: cada um numa ponta do corredor.
Ni o tio e sua secret?ria deixando o salo e @ui atr?s. Como ha$iam
estacionado o carro um pouco distante: ningu*m $iu o punk acomodar;se no Ganco
traseiro. Lu# mostra$a;se radiante com o Cxito: o empres?rio nem tanto.
P O mist*rio continua Pdisse. P /uem * o +ossQ /uem *Q
%e lemGrei de uma coisa:
P Conhecemos Fuase toda a Fuadrilha. %as um deles no esta$a na
%ontanha de "li. Tal$e# Fuem ocupa aFuele Fuarto. O che@o.
P /uem no esta$aQ
P %ossorJ.
P O GorracheiroK P exclamou %atias %ateus. P U $erdade. O nico
ausente. "certou no al$o: Edu. O Gorracheiro de mentira pode ser o +oss: como noQ
P "I est? uma coisa mais concreta para in@ormar ao %aranho P disse
Coca. P FaDa isso.
>D
"LL-U% 0" LEL"!E1)"
Coca insistiu tanto Fue tio Palha resol$eu $isitar o delegado. Fui Hunto.
P %aranho P @oi di#endo: P lemGra;se do %ossorJ: o Gorracheiro Fue
desapareceu apJs a puGlicaDo da reportagemQ
P LemGro. 'eu nome * "rFuimedes Pessoa.
P Tenho ra#Ees para a@irmar Fue * o che@e de uma grande Fuadrilha de
tra@icantes.
P NocCs o conheceramQ
P Eu conheci. Fui entre$ist?;lo na Gorracharia.
P Ento $enham comigo P pediu o delegado: pondo;se de p*.
>2
'aImos da delegacia e entramos numa $iatura da polIcia.
O delegado disse FualFuer coisa ao motorista e o carro partiu. !urante o
caminho %aranho permaneceu calado: e Fuando tio Palha lhe @e# perguntas: no
respondeu. 0em saGIamos para onde est?$amos indo.
O carro estacionou diante de um edi@Icio: 1nstituto %*dico Legal. !escemos
e entramos. O delegado: V @rente: nos condu#iu at* um amplo salo. !epois de trocar
algumas pala$ras com um @uncion?rio de a$ental: este aGriu uma ga$eta do Fue pare;
cia uma imensa geladeira. E era.
P !Cem uma olhada.
Logo identi@iFuei:
P %ossorJK
P "I est? o che@e da Fuadrilha P disse o delegado ao deteti$e particular.
P Foi encontrado num terreno Galdio com duas Galas na caGeDa.
P "ssaltoQ
P 0o. Tinha um relJgio de ouro no pulso e dinheiro no Golso. 'atis@eito:
PalhaQ
O deteti$e Gaixou a caGeDa: emGaraDado. Puxou;me pelo GraDo. /ueria
a@astar;se Gem depressa do $exame.
0a rua eu disse:
P " culpa @oi minha: desculpe.
P 0o tem do Fue se desculpar. "gora saGemos Fue %ossorJ no * o +oss:
certoQ
P Por Fue o teriam matadoQ
P %ossorJ pode ter traido a turma ou coisa assim. Esses reis do crime no
precisam de muitos moti$os para matar. NocC escapou duas $e#es: portanto: o melhor
Fue tem a @a#er * tomar seu TniGus.
P U o mais sensato. %as Fuero aFuele de# na @aculdade.
Coca tamG*m le$ou um susto Fuando souGe do destino de %ossorJ. 'usto
com repiFue V tarde: Fuando a notIcia saiu nos Hornais e apareceu na te$C. %ais uma
$e# o nome de Ton. Lrand $olta$a V cena. "rFuimedes Pessoa @ora um de seus
capangas: pelo Fue @ora preso. Posto em liGerdade: aGriu a Gorracharia e con$enceu
todo mundo de Fue se regenerara. Como no caso de \o*: o trape#ista: sua morte @oi
atriGuida V aDo de Fuadrilhas ri$ais.
P "inda tem coragem de cantarQ P perguntou o @also empres?rio V @alsa
cantora.
P 0o muita: mas H? Fue estou nessa $ou at* o @im. " no ser Fue desista:
LC.
O deteti$e nem respondeu. Pegou o re$Jl$er: a caGeleira e comeDou a
trans@ormar;se em %atias %ateus: o empres?rio.
?F
>5
C"!" NE\ %"1' PE)TO !O +O''
Noltamos V %ontanha de "li naFuela noite e em outras noites: Coca
agradando horrores com seus chachach?s: mamGos: congas: calipsos: Goleros e
rumGas. EnFuanto canta$a tio Palha @ica$a no camarim: com a porta aGerta: $endo
Fuem circula$a no corredor. Ele conhecia +runa sJ de @otos: mas a reconheceu
Fuando ela entrou no Fuarto dos @undos. /uem seria o +ossQ Patro ou patroaQ
P Como Fuem $ai ao Ganheiro e se engana de porta: @ui at* o @im do
corredor P contou tio Palha mais tarde. P /ueria descoGrir mais coisas.
P E o Fue o senhor @e#Q P perguntei ansioso: como Fuem assiste a um
@inal de capItulo de no$ela.
P FiFuei colado V porta com os ou$idos Gem aGertos. Ou$i $o#es: de
mulher e de homem. Certamente +runa e o +oss. Espiei pelo Guraco da @echadura e o
Fue $i @oi sJ um paletJ.
P Ou$iu o Fue di#iamQ P perguntou a secret?ria.
P Falaram di$ersas $e#es o nome de %ossorJ. 0o era um papo tranF^ilo:
discutiam. 'J uma @rase me chegou inteira aos ou$idos: dita por +runa: P "gora
chega: no achaQ P Pode ser Fue ad$ertisse o +oss para o perigo de no$os
assassinatos.
P /uer di#er Fue +runa no * o +oss P concluI.
P %as * um de seus mais diretos colaGoradores. Tem liGerdade at* mesmo
de lhe dar Groncas. 'o Intimos.
%as na $erdade no tInhamos @eito progresso. Entr?$amos e saIamos da
%ontanha de "li sem saGer Fuem era o che@e dos Fuarenta ladrEes das mil e uma
noites. TerIamos de ousar mais ainda.
P Como @a#er para descoGrir Fuem * o +ossQ P perguntei.
Tio Palha ia se dar um tapa na testa mas conte$e o gesto.
P Nou pensar.
Coca nem pensar prometeu. Esta$a lhe @altando o Grilho de sua outra
personalidade: a explosi$a Lu# del 'ol. Esta sim esta$a com tudo. 0aFuela noite: ao
entrar no camarim: encontrou uma GraDada de @lores. E um en$elope. "Griu;o. ACom
os cumprimentos @loridos de seu maior admirador P )e.nold.B
%atias %ateus: entrando em seguida: leu o carto por cima do omGro da
cantora.
P 1sso * Fue * @K Lastou uma @ortuna em @lores.
P EnciumadoQ
P E no * para estarQ
?E
O '1%P9T1CO "!%1)"!O) !E L-\
>S
Lu# del 'ol agradou tanto nessa noite Fue Paola: $endo as @lores: @icou
despeitada. 0o trocou nenhuma pala$ra com ela no camarim e @echou a cara at* para
o empres?rio. 'aiu Gu@ando.
"ssim Fue a rainha do chachach? $oltou ao camarim: +ristol entrou
acompanhado de um homem muito elegante. )aros @reF^entadores da %ontanha
$estiam;se com aFuela classe. O Fue @aria o gentle#an numa danceteria de peri@eriaQ
P Este * o sr. )e.nold P apresentou o gerente;Gandido.
P "h: Fue mandou as @loresK OGrigada: so lindasK
P 'eu )e.nold * um grande amigo da casa.
P Ento gostou do show? P perguntou Coca.
P 'eu repertJrio * do meu tempo P disse )e.nold: Fuarento como Coca
e seu empres?rio. P %exeu com minhas lemGranDas. )ecordar @a# Gem. %as $im
para lhe @a#er um con$ite. "ceita cear comigoQ ConheDo um restaurante muito
reser$ado por aFui.
Coca no espera$a pelo con$ite: hesitou:
P %eu empres?rio...
+ristol:
P !irei a ele Fue @oi cear.
Coca;Lu#: a secret?ria;cantora: esta$a l? para descoGrir a identidade de um
criminoso: no para cear com @s. "l*m do mais: isso pro$ocaria muito cime no
patro;deteti$e.
P /uem saGe outro dia.
)e.nold no gostou do contra e +ristol: mais o@endido ainda: @e# cara de
gerente daFuela Gaica e usou de um argumento irre@ut?$el.
P 'r. )e.nold no * um @reguCs comum. U nosso sJcio.
Coca: mais depressa do Fue Lu#: imaginou: ser? apenas sJcioQ "t* ele: o
+oss: ha$ia gostado de seu show... 0o seriam o +oss e o )e.nold das @lores a
mesma pessoaQ E$itando aparecer: discreto como pedia seu per@il: pre@erira passar
por simples amante dos ritmos latinos.
P Est? Gem: $amos cear.
P %eu carro est? na porta P disse )e.nold. P Le$o as @lores. Namos.
Coca acompanhou )e.nold pelo corredor mas no sairam pela porta
principal. &a$ia outra saIda: uma portinha para a rua lateral: Fue nem ela nem Palha
conheciam.
" namorada do deteti$e at* tremeu Fuando reconheceu o motorista do
%ercedo de )e.nold: o orangotango nd 7: Fue in$adira a agCncia Leo.
EnFuanto isso: no salo de Gaile: %atias %ateus passou por um punk, eu: e
disse sem me olhar:
P Namos sair: Coca H? @oi.
'omente dentro do carro de madame Leni explicou:
P +ristol disse Fue ela saiu com um admirador. %as no a $i passar.
P Estou estranhando. Ela sai com um admirador e nos deixa assim: a@litosQ
P TamG*m estou estranhando. %as $amos esperar por ela no apartamento.
>3
?=
O 10CWL01TO
)e.nold le$ou Coca para um restaurante peFueno e escuro. O 1ncJgnito:
onde no ha$ia nem uma d#ia de @regueses nas mesas. " cantora: dando uma de
atri#: procura$a mostrar;se natural e encantada com a companhia. %as registra$a
tudo Fue $ia. O propriet?rio da casa conhecia )e.nold: @oi atendC;lo pessoalmente.
0o entanto: parecia surpreso em $C;lo acompanhado. O orangotango nd 7 no
permaneceu no carro. Ficou GeGendo no Galco: o olhar atento para todos os lados.
P +onito lugarK P exclamou Coca. P Nem sempre aFuiQ
P )aramente. 0o sou muito de sair.
P Ento * sJcio de +ristolQ
O assunto no @oi do agrado de )e.nold: Fue passou depressa por ele.
P 'ou. %as me @ale de $ocC. Em Fue casas tem se apresentadoQ
P Esti$e a@astada dos palcos durante anos. 0os meus tempos canta$a mais
nos paIses $i#inhos.
P Contente na %ontanha de "liQ
>>
P " turma * simp?tica: mas ainda no decidi $oltar a cantar realmente. P
E como era preciso re@erir;se a %atias %ateus para testar reaDTes: disse: P 'e $oltei
a cantar @oi por insistCncia do meu empres?rio. Ele orientou minha carreira Fuando
esta$a no auge.
P U aFuele homem rui$o: gordoQ
Ento ele H? $ira o Palha: emGora at* ento esti$esse Grincando de &omem
1n$isI$elQ
P /uer conhecC;loQ -ma Goa pessoa.
P " parte artIstica est? soG os cuidados de +ristol: Fue H? @oi propriet?rio
de casas noturnas. %as seHa @ranca. 'e no esti$er satis@eita com o acordo mando
doGrar seu pagamento.
P O senhor * muito Gondoso: mas no sei se mereDo.
P 0o me chame de senhor P ele pediu. P +asta )e.nold. %as $ocC
merece: sim. 0o $iu o entusiasmo do pGlicoQ "gradou em cheio.
" ceia: segundo Coca: @oi Jtima e teria sido espetacular se no esti$esse to
ner$osa. Xamais saGoreara pratos to caros e um $inho estrangeiro como aFuele.
)e.nold no tira$a os olhos dela. Lamado.
P Podemos sair outras $e#esQ
>6
P Claro. Nai sempre ao saloQ
P %inha presenDa l? * dispens?$el: mas $ou. E agora irei com mais
@reF^Cncia.
%uito antes da ceia terminar Coca H? en@renta$a um proGlema: AEle
certamente $ai me acompanhar at* meu apartamento: e no * Gom Fue saiGa onde
moro. Pode perguntar por Lu# del 'ol na portaria: e ela no existeKB. PreocupaDo Fue
com goles de $inho e sorrisos conseguiu dis@arDar.
Paga a conta: o orangotango aGriu a porta para Coca e )e.nold e tomou
lugar na direDo do carro. " maneira como o orangotango se porta$a: cur$o e ser$il:
e@iciente guarda;costas: acaGa$a com FualFuer d$ida: )e.nold era o mando: o
che@e: o +oss: o sucessor de Ton. Lrand. 'eu nome certamente no era esse: tal$e#
ti$esse sido in$entado na hora: mas o acaso colocara Coca e a @igura misteriosa @rente
a @rente: na mesma mesa.
O orangotango nd 7 Grecou o carro diante de um peFueno edi@Icio de
apartamentos. )e.nold GeiHou a mo de Coca ca$alheirescamente.
P Adis P disse no idioma de Coca: apressando intimidades.
" cantora;secret?ria aGriu a porta do edi@Icio: entrou e respirou @undo.
!epois: em $o# alta: repetiu os nmeros decorados da placa do carro de )e.nold.
?>
P"OL" !" -% $/*0
FO)" !E CO0T)"TO
Paola: H? humilhada com o mundo de @lores entregue a Lu# del 'ol: no
gostou nem um pouco da @ria recepDo do pGlico naFuela noite. /uem esta$a na
crista da onda era a uruguaia. 0o soGra$am aplausos para ela. +ristol nem @icou V
mesa para assistir ao show, e Fuando se encontraram no corredor @e# Fue no a $iu.
P O Fue est? ha$endo aFuiQ P ela perguntou: irritada. PTodo mundo deu
para me esnoGarQ U por causa da tal Lu#Q 0o sei o Fue $ocCs $Cem nessa @aHuta.
+ristol tinha a resposta na ponta da lIngua.
P 0o esFueDa Fue ela est? aFui porFue $ocC a apresentou. /uem disse Fue
ela era JtimaQ Eu no @ui.
P Ela * um lixo.
P Fala assim de todos os seus amigosQ
P Ela no * minha amiga.
P "h: no *Q
Ento Paola: despeitada: pTs tudo para @ora.
P !isse Fue era minha amiga a pedido do empres?rio. Como tenho um
coraDo de ouro: @i# o Fue me pediu.
+ristol: descon@iado:
>2
P Ento no conhecia essa cantoraQ
P 0unca ou$i @alar dela. E olhe Fue sou $eterana.
P E o empres?rio: conheciaQ
P TamG*m no.
P 0oQQQ
P %as $eHo Fue * outro tapeador. !isse Fue me le$aria pelo mundo a@ora e
agora nem liga pra mim. U gente assim Fue $ocCs prestigiam: *Q
P Espere: nem de nome conhecia %atias %ateusQ
P O senhor di# Fue @oi dono de Goate. Conhecia %atias %ateusQ
Contaram;me Fue o di?logo entre os dois @oi assim mesmo: trans@ormando;
se num monJlogo: H? no camarim: Fuando Paola comeDou a di#er pala$rEes e a dar
pontap*s em tudo Fue $ia pela @rente. /ueGrou at* cadeiras.
+ristol no se interessou por essa parte do espet?culo. !irigiu;se ao Fuarto
dos @undos V espera de algu*m.
??
)EM0OL! 'E)1" %E'%O )EM0OL!Q
Eu e tio Palha ainda dormIamos: na manh seguinte: Fuando tocaram a
campainha insistentemente: Coca: cheia de no$idades.
P /uerem saGer da ltimaQ Xantei com o +oss.
P Como saGe Fue o +oss era o +ossQ P perguntou o deteti$e so@rendo um
impacto.
P U o tal Fue me mandou as @lores.
P Entre: sente e conte tudo P ordenou LC.
Coca entrou: sentou e contou tudo.
P Esse )e.nold sJ pode ser o patro: de acordoQ P concluiu a secret?ria
de caGeleira loira ao terminar sua histJria.
P Tudo indica Fue sim. %as me diga uma coisa: ele le$ou $ocC at* seu
apartamentoQ
P Fui $i$a P respondeu Coca. P Entrei no edi@Icio onde mora uma amiga
minha.
P 1nteligente: CocaK 0o * Gom Fue essa gente saiGa nosso endereDo.
P Ele me le$ou V porta do edi@Icio e GeiHou minha mo. Foi Fuando
apro$eitei para olhar a chapa do carro.
P !ecorouQ
Coca tirou uma tira de papel da Golsa.
P U esta.
P Tenho um amigo no !epartamento de Transito. Nou tele@onar para ele.
/uero saGer Fuem * o dono do carro Fue usa esta chapa. P Consultou uma agenda:
discou e comunicou;se com o amigo. !esligou: di#endo: P Terei a resposta em meia
>8
hora.
EnFuanto esper?$amos a in@ormaDo: Coca conta$a mais detalhes de sua
romantica ceia com o +oss. %as tamG*m Fueria saGer coisas.
P %e $iram sair do saloQ
P 0o $imos P respondi. P !aI nossa preocupaDo. NocCs e$aporaram.
P 'aImos por uma portinha na rua lateral. O che@o no Fuer mesmo ser
$isto. %as @alemos do show. Foi a glJria: noQ
P 0em todos Gateram palmas P garanti. P Ni Paola circulando el*trica
enFuanto $ocC canta$a. 'eu sucesso incomodou a gorducha.
O tele@one tocou. Tio Palha espichou trCs metros de GraDo e ergueu o @one.
P Palha. Fale. )epita. Entendi. OGrigado.
Eu e Coca: ansiosos:
P " chapa est? em nome de FuemQ
P )e.nold '. %illes.
Coca oGser$ou:
P %as ele no tem nada de estrangeiro: Fuero di#er: americano ou inglCs.
0ada mesmo.
P O @ato de ele ter documentos de um carro com o nome de )e.nold '.
%illes no garante Fue se chame assim P disse o deteti$e. P Pode ser at* Fue exista
ou tenha existido um )e.nold '. %illes.
Coca concordou:
P -m cara to preca$ido no andaria por aI com um %ercedes em seu
nome. Estou com $ocC: LC.
P +em P disse LC: P $ou escre$er um relatJrio de todas as nossas
ati$idades e conclusEes para le$ar pessoalmente ao delegado %aranho.
P /uer di#er Fue a misso est? praticamente concluIdaQ Pperguntou o
repJrter: isto *: eu;Edu.
P Est? P disse Leraldo Palha. P %as Fuando a polIcia chegar Fuero estar
presente. &oHe sJ $oltaremos V %ontanha de "li porFue %r. )e.nold: $ulgo +oss:
adora ou$ir os chachach?s de Lu# del 'ol.
E rimos os trCs: encerrando o capItulo.
?@
'"0TO !E-'K
Tio Palha @e# seu relatJrio e le$ou V delegacia. Como o delegado no esta$a
l?: escre$eu no en$elope: -)L`0C1" -)LE0T1''1%": e entregou;o: com
recomendaDEes: ao delegado suGstituto. %ais tarde nos encontramos: os trCs: na
escolinha muito $isitada por alunas Fue pretendiam @a#er o no$o curso de tricT e
crochC. Tio Palha: maroto: continua$a $endendo os m*todos para @inanciar nossas
despesas.
64
_ noite @omos para seu apartamento: e de l? saIram um empres?rio rui$o:
uma cantora de caGelos longos e um punk da peri@eria. O deteti$e: por medida de
seguranDa: decidiu Fue eu pegaria um t?xi para Fue ningu*m nos $isse chegando
Huntos: e me deu algum dinheiro para gastar na danceteria.
Foi o Fue @i#emos. %atias %ateus e sua contratada entraram Huntos. Eu entrei
em seguida e @ui me colocar numa ala onde esta$a a moDada. 1mediatamente pedi um
re@rigerante para Fue no me Hulgassem um penetra. Logo perdi os dois de $ista:
porFue era s?Gado: e a %ontanha esta$a lotadIssima.
!epois eu souGe como tudo aconteceu.
Lu# esta$a em seu camarim Fuando o orangotango nd 7 entrou e disse:
P 'eu )e.nold Fuer @alar com a senhora.
P OndeQ
P 0o Fuarto dos @undos. Nenha.
Coca seguiu o orangotango at* a porta dos @undos do corredor. "Griu e @e#
sinal para Lu# entrar. /uando ela entrou $iu )e.nold e uma mulher. LemGrando da
@oto reconheceu +runa Lrand: grandona para @a#er Hus ao nome e com pinta de Gandi;
da. O orangotango tamG*m entrou.
P +oa noiteK P cumprimentou Coca com a espontaneidade de Lu# del 'ol.
%as no ou$iu outro Goa;noite como resposta. )e.nold e +runa olha$am
@ixamente para ela como se @osse uma peDa de um Hogo de armar.
P Tire a caGeleira P ordenou a irm de Ton..
P Tirar a caGeleiraQ Pra FuCQ
O orangotango nd 7: por tr?s de Coca: arrancou;lhe a caGeleira e a olhou
Gem de @rente: s*rio. Por*m: logo esGoDou um sorriso Gre$e.
P E ela: patro: a moDa da agCncia.
)e.nold @e# uma cara de Fuem pre@eria Fue seu auxiliar ti$esse se enganado.
" sensaDo de ter sido ludiGriado o incomoda$a.
P Ento * a secret?ria de Leraldo PalhaQ
P Fui secret?ria de muita gente P respondeu Coca. P %as $oltei aos
palcos. 'empre cantei pro@issionalmente. %eu $erdadeiro nome * Coca Limene#.
1mpossI$el Fue no se lemGrem. TroFuei;o por Lu# del 'ol porFue no esta$a mais
dando sorte.
P 0o parou aI: continuou @alando na esperanDa de Fue LC: no a
encontrando no camarim: tomasse pro$idCncias. P %as como * Fue souGeram Fuem
eu souQ P perguntou: @alsi@icando uma curiosidade no muito comprometedora.
)e.nold: para mostrar Fue no se deixa$a enganar @acilmente: contou:
P Paola con@essou ter mentido. Xamais conheceu $ocC e seu empres?rio.
Fomos ao edi@Icio onde a deixei ontem e @alamos com o porteiro. !isse Fue l? no
mora$a cantora alguma e Fue a moDa Fue entrara durante a madrugada costuma$a
$isitar uma inFuilina do 27. Fomos procur?;la e ela deu o ser$iDo. 0um minuto disse
seu nome e para Fuem traGalha$a. %as no se preocupe. Namos chamar seu
empres?rio e depois poder? $oltar ao camarim.
O orangotango nd 7: teleguiado: receGeu uma ordem;comando do patro e
saiu.
Falei do medo Fue Coca sentiaQ 1maginem e multipliFuem por mil.
67
Lentil: )e.nold ser$iu;lhe uma GeGida:
P +eGa e acalme;se. Est? tudo Gem.
+runa: a @era: sorriu.
?A
" NE\ !O E%P)E'9)1O )-1NO
!epois de circular pelo salo: %atias %ateus seguiu para o camarim da
cantora. Ela no esta$a: estranhou. 'e Coca demorasse trCs minutos: tele@onaria para
o %aranho. Ou de$eria tele@onar H?Q Era melhor. 'aia do camarim Fuando chegaram
os dois orangotangos.
P Lu# del 'ol est? com o patro P disse um deles. P Nai assinar o
contrato. Namos.
Podia ser mentira: mas tamG*m podia ser $erdade.
Tio Palha acompanhou os orangotangos at* a porta dos @undos: e o
introdu#iram no Fuarto.
P +oa noite: senhor %atiasK P cumprimentou;o )e.nold.
O impacto. L? esta$a +runa: a grandona: e Coca: sem a caGeleira.
Os orangotangos GloFuearam a porta.
P Por Fue no nos disse Fue Lu# de1 'ol * a @amosa Coca Limene#Q P
perguntou )e.nold. P 1sso sJ a $alori#aria.
P Ela Fuis comeDar no$a carreira P respondeu o @also empres?rio.
P 'aGia Fue @oi secret?ria de um not?$el deteti$e particularQ
P 'aGia P respondeu o prJprio. P Ele mudou de pro@isso e a deixou
desempregada.
" um sinal Fuase imperceptI$el de )e.nold: um dos orangotangos Gateu as
mos espalmadas nos Golsos e na cintura do empres?rio. "to contInuo: tirou;lhe a
arma.
O che@o:
P "nda sempre armado: senhor %atiasQ
P 'empre: para me de@ender de assaltos.
Tio Palha sentiu;se nu sem o re$Jl$er: mas a sensaDo de nude# logo seria
total: o orangotango nd 7 arrancou;lhe a caGeleira.
P 1ncrI$el como se parece com Leraldo PalhaK P exclamou o che@e.
62
P !eixemos de Grincadeiras P disse +runa s*ria. P Chega de go#aDEes. O
Fue esta$am Fuerendo descoGrirQ X? no adianta esconder mais nada.
P Locali#ar a sede de $ocCs e descoGrir Fuem manda na Fuadrilha P
respondeu o ex;empres?rio.
P "h: simQ E Fuem * Fue mandaQ P indagou )e.nold apJs uma pausa em
Fue ele e +runa se comunicaram por olhares.
P NocC P respondeu logicamente o prisioneiro. P %as seu nome com
certe#a no * )e.nold.
P E Fual * o meu nomeQ P insistiu o H? no )e.nold.
P 0o sei.
P 0o saGe mesmoQ
P 'e souGesse no estaria aFui.
O +oss sorriu: #omGeteiro:
P Pensei Fue @osse melhor deteti$e.
O interesse de +runa no se limita$a a esse Fuem era Fuem.
P Como nos descoGriu aFuiQ
Tio Palha precisou de algum tempo para pensar.
P Como descoGri $ocCsQ P repetiu.
P Foi o garoto: noQ /ue dica ele deuQ
" curiosidade ansiosa de +runa contaminou o che@e e a dupla de macacTes.
Onde teriam erradoQ Ou Fuem errara e se calaraQ "ntes Fue tio Leraldo respondesse:
ela $oltou;se contra )e.nold.
P NocC errou em soltar o @edelho. Pena Fue no esta$a aFui naFuele dia.
Para criar con@uso entre eles e disso tirar FualFuer pro$eito: o deteti$e
a@irmou:
P O rapa# no deu nenhuma dica.
)e.nold demonstrou maior preocupaDo:
P &a$er? outro traidor entre nJsQ Ter? de di#er Fuem *: deteti$e.
+runa: superligada: @ixou;se no terceiro personagem:
P O @edelho est? aFui com $ocCsQ
P 0o P respondeu meu tio. P NiaHou.
P 0o acreditem nisso P ad$ertiu a @era. P Pode estar aFui: sim.
LourenDo P ordenou ao orangotango nd 7: P @ale com +ristol e procurem o menino
no salo. !epressa.
"ssim Fue LourenDo saiu: o orangotango nd 2 puxou um re$Jl$er e o
mante$e apontado para o deteti$e e para sua Fuerida secret?ria.
Coca contou;me Fue nesse momento: oGrigada a sentar;se num di$ Hunto de
Palha: comeDou a re#ar.
?B
O 1"23 'O\10&O 0O '"L]O
65
Fa#ia algum tempo Fue no $ia meu tio na %ontanha de "li: o Fue me
inFuieta$a. %eus ner$os @icaram ainda mais tensos Fuando $i Paola suGir ao palco no
lugar de Lu# del 'ol. "pesar da di@iculdade: pois o salo esta$a repleto: circulei entre
as mesas V procura do empres?rio rui$o. 0um canto $i um dos macacTes e +ristol
con$ersando ner$osamente. Em seguida separaram;se: cada um para seu lado: como
se procurassem algu*m. Nendo Fue um $inha em minha direDo @ui para o Ganheiro:
onde me demorei alguns minutos: e depois: rente V parede: rumei para a portaria. "
intenDo era sair e tele@onar para o delegado %aranho. !es$iando de uns e
acoto$elando outros cheguei ao saguo. 0o pude sair. Em @rente da estreita porta de
saIda esta$a o altIssimo +ristol: @a$orecido pela sua $iso panoramica.
'e eu tentasse sair: reconhecendo;me ou no: +ristol me seguraria: pois
de$ia estar l? para impedir a saIda de rapa#es suspeitos. AFantasiado de punk,
espertchinho)4
Eu precisa$a chegar V rua para sal$ar duas $idas... ou trCs. !ecidi arriscar e
@ui em @rente.
Esta$a a uns cinco metros da liGerdade Fuando o gigantesco +ristol olhou
@ixamente para mim. Eu: como punk, no con$encia muito. O Fue de$ia @a#erQ
ProsseguirQ 0o: dei meia;$olta e regressei ao salo. "ssim Fue pisei nele: olhei para
tr?s e $i a caGeDa de +ristol: Fue aGandonara seu posto em minha perseguiDo.
"gora tudo era espanto: pesadelo. Por sorte a %ontanha de "li aFuela noite
Gatia recorde de pGlico. Por tr?s de uma coluna $i meu perseguidor @alar com o
orangotango nd 7: Fue correu para o corredor dos camarins enFuanto ele $olta$a para
a portaria. "di$inhei: ia a$isar os outros Fue o soGrinho do deteti$e: um punk, esta$a
no salo.
?C
ELE E'T9 "/-1K
" porta do Fuarto se aGriu e o orangotango citado entrou gritando:
P Ele est? aFuiK
+runa:
P PegaramQ
P 0o. +ristol @oi @echar a saIda. Est? $estido de punk.
)e.nold ao orangotango nd 2:
P N? aHudar.
O orangotango nd 2 passou o re$Jl$er ao +oss e saiu Vs pressas com seu par.
P Ento tinha ido $iaHarQ P disse )e.nold ao prisioneiro.
P 0o de$iam se preocupar com ele: mas com a polIcia Fue est? a
caminho.
6S
)e.nold e +runa no se alarmaram.
P Esperaremos por ela P disse o che@e: imperturG?$el. P"gora me diga:
como nos descoGriu aFuiQ "lgu*m deu a pistaQ 'e h? outro traidor entre nJs de$emos
saGer.
?D
O0!E E'T9 O !1"+O !O 1"23?
Noltei ao Ganheiro da %ontanha de "li: desta $e# no sJ para me esconder.
%eti a caGeDa deGaixo de uma torneira para dissol$er aFuelas torres no caGelo. -m
pente e muita ?gua me alisaram os caGelos: mas ao $er;me no espelho me achei to
parecido comigo mesmo: to eu: Fue no me senti nada tranF^ilo. "@inal: +ristol e os
macacTes saGiam como eu era. 0o encontrando o punk mas me encontrando era a
mesma coisa.
)etornei ao salo Hustamente Fuando Paola canta$a o seu tchimG?;tchimG?:
Fue @reneti#a$a o pGlico. Todos pula$am e canta$am. O Heito era pular e cantar
tamG*m para me tornar massa: @ormar o todo do Golo. Era um nmero comprido:
muito estriGilhado: mas no in@inito. /uando a roFueira gorducha deixou o palco me
senti des$inculado do puGlico: como um homem $estido de preto numa geleira
polar. Ora rente Vs paredes: ora #igue#agueando por entre as mesas: sempre atr?s de
algu*m: cheguei ao hall de entrada. +ristol continua$a na porta. /uem entrasse ou
saIsse teria de lhe pedir licenDa.
Plantado no meio do salo: entre cem ou mais pares de danDarinos: atento a
tudo Fue se mo$ia: o outro: como se procurasse clandestinos num na$io: ia de mesa
em mesa: detendo;se em rostos Ho$ens. Permanecia em pleno salo: sempre onde o
mo$imento era mais intenso: e Fuando soGrou a mo de uma moDa Fue Grinca$a de
roda com um grupo: peguei a mo dela e dancei com a turma: mo$endo GraDos:
pernas e distriGuindo sorrisos.
Eu H? esta$a Gastante enturmado com o pessoal: Fuando $i um dos
orangotangos no palco @alando com o maestro. FiFuei todo tenso V espera de uma
GomGa. Logo mais a Ganda interrompia a seF^encia musical e seu lIder pega$a o
micro@one:
P Pessoal: esta noite in@eli#mente $amos acaGar mais cedo de$ido a um
proGleminha com a @iscali#aDo. "manh H? estar? tudo certinho e a %ontanha de "li
@echar? na hora de costume.
&ou$e um AohB de decepDo: seguido dos primeiros acordes da Nalsa da
!espedida: Fue costuma$a anunciar o encerramento da noite. EnFuanto os
@reF^entadores paga$am suas contas: dirigi;me no$amente ao hall e o Fue $i $aleu
por um soco no estTmago: al*m de +ristol: os dois macacEes tamG*m esta$am l?
numa operaDo pente;@ino para Garrar minha saIda.
ComeDaram a apagar as lu#es para apressar a deGandada geral. Ni os msicos
63
aGandonando o estaGelecimento com seus instrumentos. O salo es$a#ia$a;se. Coca
@alara de uma porta lateral. !ecidi tentar.
/uando $oltei ao salo ele H? esta$a Fuase todo escuro. %al dei uns passos e
cinco dedos de aDo me puxaram pelo omGro.
P EsFueceu alguma coisaQ
Era um dos garDons.
P EsFueci um Gon* P disse: me a@undando no escuro. EsGarrando em
mesas e cadeiras cheguei ao extremo do salo. Por onde teria de ir para encontrar a
outra saIdaQ L? esta$a o corredor do camarim com uma lu# acesa e no @inal a porta do
Fuarto. "ndando sem @a#er ruIdo: segui por ele at* topar com uma escada de poucos
degraus. !esci Fuase @lutuando at* um corredor de cimento. Fui indo. 0o @im do
corredor: uma portinha. Ou$i o som incon@undI$el de pneus no as@alto e motores: a
rua. Forcei o trinco para cima e para Gaixo. 0ada. Concentrei toda a @orDa no omGro.
'e a porta cedesse esta$a li$re...
@F
ELE E'C"PO-K
O orangotango nd 7 @oi o primeiro a entrar no Fuarto do +oss.
P Ele escapouK
Todos se agitaram mas a reaDo de tio Palha e de Coca @oi mais @acial:
esperanDa.
P Como escapouQ P Gerrou )e.nold. P 0o $igiaram a saIdaQ
P Todos H? saIram: menos ele. +ristol GoGeou.
P Pode ser Fue o garoto ainda esteHa aFui P opinou +runa. P Continue
procurando.
O macaco tornou a sair: com menos g?s.
P Esse +ristol est? me pondo descon@iado P disse )e.nold. P Era amigo
de %ossorJ: um traidor. Foi Fuem contratou esses dois... "gora deixa o garoto
escapar.
P /uando se uniu a nJs traiu sua antiga Fuadrilha P lemGrou +runa.
)e.nold $oltou;se para o deteti$e disposto a terminar um assunto.
P Como * Fue nos descoGriram aFuiQ ExpliFue ou acaGamos com $ocCs H?.
Tio Palha se deu um tapa na testa. 'er? Fue ia @uncionarQ
P )eceGi um tele@onema e algu*m me deu este endereDo di#endo Fue era o
lugar onde meu soGrinho tinha @icado preso.
P Era a $o# de +ristolQ
P 0o estou certo P respondeu o prisioneiro. P !os outros dois no era.
Ele * estrangeiroQ Parecia.
6>
@E
/-"0!O " L-\ "''-'T" %"1'
/-E " E'C-)1!]O
'e eu @osse um super;homem: ou at* mesmo o mais mixuruca dos herJis dos
Fuadrinhos: teria derruGado aFuela porta. %as para mim era resistente demais. Esta$a
num Geco sem saIda. 'e os Gandidos aparecessem no corredor esta$a @rito. Ti$e de
$oltar pelo mesmo caminho: retornando para onde a escurido: mesas e cadeiras me
protegeriam melhor.
"I aconteceu o pior: acenderam as lu#es. LemGram da imagem do homem
$estido de preto na geleiraQ Noltou: agora com a sensaDo de Fue alguns ursos
polares me aGocanha$am. Xoguei;me no cho ao ou$ir passos.
P NocCs $o at* a porta dos @undos e eu $ou para a co#inha P ou$i +ristol
di#er.
P Espero Fue encontremos esse pi$ete: seno...
P 'eno o FuCQ P replicou +ristol irritado.
P O +oss acaGar? com a gente.
Ou$i passos indo em direDo V co#inha: V esFuerda: e passos em direDo ao
corredor do camarim: V direita. 0ingu*m me $ira estendido no cho: entre as mesas.
Tirei os sapatos e corri: sim: corri para o hall de entrada. " porta de @erro ondulada
esta$a aGaixada. Tentei erguC;la. Fechada.
66
Eu esta$a entre duas portas @echadas: uma em cada extremo da %ontanha:
cercado por alguns dos piores criminosos do paIs. %as no pensa$a sJ na minha pele:
pensa$a em tio Palha e em Coca: em situaDo pior do Fue a minha.
@=
"' FE)"' %O'T)"% O' !E0TE'
Os orangotangos $oltaram ao Fuarto dos @undos com o raGo entre as pernas.
O che@e e +runa os aguarda$am numa ansia sJ.
P O garoto e$aporou P disse o primeiro.
P "cenderam as lu#esQ P perguntou a irm#inha de Ton. Lrand.
P Todas P respondeu o segundo.
)e.nold comeDa$a a perder o eFuilIGrio:
P E +ristolQ
P Foi procur?;lo na co#inha.
62
P X? pensaram no Fue acontecer? se ele @ugiu mesmoQ Pperguntou o +oss:
mas esta$a apressado demais para esperar a resposta. P " polIcia logo estar? aFui. O
garoto H? de$e ter tele@onado.
Os orangotangos no Fueriam nada com o #oolJgico:
P O Fue de$emos @a#erQ
P Pegar a muamGa e cair @ora.
Os macacTes @oram at* o Fuarto ao lado e apanharam dois sacos: o tesouro
da %ontanha de "li.
Ento +runa @e# uma pergunta Fue pro$ocou tremedeira em tio Palha e na
rainha do chachach?.
P O Fue @aremos com elesQ
P !eixem Fue eu passo @ogo P disse um dos orangotangos empunhando
sua arma.
P Tal$e# precisemos de re@*ns P decidiu )e.nold. P NocCs $Cm
conosco.
'eguiam todos pelo corredor Fuando algu*m comentou a demora de +ristol.
P Pode ser Fue esteHa aGrindo a porta para a polIcia P disse )e.nold. P
Foi ele Fuem atraiu estes dois para c? e depois deixou o moleFue @ugir. 0o
costuma$a di#er Fue tinha amigos na polIciaQ P E ordenou: P Namos emGora.
"paguem a lu#.
@>
E-: !E'CO+E)TO
Eu esta$a Hunto V porta de entrada Fuando ou$i passos Fue $inham do salo.
FiFuei atarantado: sem ter para onde ir. "I Gati os olhos num Galco Fue ocupa$a toda
a extenso do hall e tinha uma porta corrediDa. !ecidi e agi: @i# a porta correr e:
aGaixando;me: entrei no Galco. !e dentro dele no consegui @echar a porta: Fuando
P milagreK P as lu#es se apagaram.
+ristol chegou ao hall e ergueu a porta de @erro com receio de Fue a polIcia
esti$esse chegando. " lu# de @ora: uma ameaDa: iluminou parte do hall e
principalmente o Galco. O Gandido: ou$indo os passos da gangue Fue aGandona$a o
salo: $oltou;se e... $iu minha caGeDa dentro do Galco;arm?rio.
"I ele riu e deu uma pancada na madeira: como Fuem di#: saia.
P Te peguei: espertchinho.
O resto @oram apenas sons. )e.nold e sua turma chegaram ao hall e $iram a
porta ondulada aGerta.
P Est? @ugindo: +ristolQ
P EuQ /ue id*ia * essa: +ossQ FugirQ
P !eixe ele pra mim P disse um dos orangotangos.
P O Fue $ai @a#...
68
TrCs tiros. %elhor: estampidos. 'J uma pala$ra grande: polissil?Gica: @aria
meus tImpanos $iGrarem tanto. %as mesmo tonto consegui @echar a porta do mJ$el
por dentro: no exato momento em Fue o corpo de +ristol despenca$a.
P 'er? Fue ia @ugir mesmoQ P perguntou +runa.
P 0o ha$ia tempo para interrogatJrios P respondeu algu*m: tal$e#
)e.nold.
Fecharam a porta por @ora. Esperei algum tempo e depois saI: H? saGendo o
Fue @aria. &a$ia uma porta san@onada Logo V entrada: pro$a$elmente a gerCncia. %e
dirigi para l? mas tropecei: Fuase caindo soGre o corpo mole e grande de +ristol.
P "i: ai: ai... P gemeu o cad?$er.
Cad?$eres gememQ
P NocC est? $i$oQ P perguntei Gestamente: $endo apenas contornos na
escurido.
P Os malditos me pegaram P murmurou.
P Tem um tele@one na gerCnciaQ P perguntei. P Posso chamar uma
amGulancia.
P Chame tamG*m a polIcia. 'ei para onde de$em ter ido.
Eu saGia de cor o tele@one do delegado %aranho e entrei em contato.
@?
" C"'" !O F1% !" )-"
Tio Palha e Coca me contaram como @oi amarga aFuela $iagem. Os
orangotangos puseram a muamGa no porta;malas e depois um deles sentou;se V
direDo do %ercedes. TamG*m na @rente se acomodaram )e.nold e +runa. "tr?s: o
deteti$e: a secret?ria e o orangotango nd 2: segurando uma arma. !escon@orto e terror.
O nd 2 @e# logo uma pergunta:
P 0o seria melhor nos li$rarmos deles agoraQ
P 0ada de precipitaDEes: Nalter P respondeu o che@e.
P /ue utilidade eles tCm: H? Fue saImos do saloQ
)e.nold @icou pensando mas no se decidiu: olhando a todo instante pela
Hanela com receio de Fue o carro esti$esse sendo seguido.
P E um assunto para $otaDo P disse +runa.
Eram democr?ticos. Tio Palha tamG*m era: mas no se mani@estou para
exigir AeleiDEes H?B: como @i#era no passado. O certo * Fue a $iagem parecia no
acaGar nunca: mostrando aos prisioneiros Fue de @ato um segundo se di$ide em
muitas @raDEes.
Chegaram a uma rua tranF^ila. O carro estacionou em @rente da ltima casa:
um soGradinho isolado e elegante: $i#inho a um terreno escuro.
P NeHo Fue $ocCs no tCm medo de ladrEes P disse o deteti$e. P Eu no
moraria aFui.
24
" piada no @e# sucesso.
P 'aiamK P ordenou o orangotango chamado Nalter.
%eu tio e Coca sairam do carro e: ladeados pela Fuadrilha: entraram na casa.
O orangotango LourenDo le$ou os sacos com a droga. Os prisioneiros sentaram;se em
uma sala muito arrumadinha: tIpica de uma @amIlia de @ino trato.
P Estou com @omeK P disse o orangotango nd 7.
P " gente come depois P replicou o companheiro de #oolJgico. P
Namos decidir o Fue @aremos com o casal#inho. NocC @alou em $otaDo: no: +runaQ
Noto para acaGarmos com eles neste instante.
P Eu tamG*m P $otou a mulher.
Todos os olhos se @ixaram em LourenDo: o orangotango nd 7.
P Notarei em Fuem o che@e $otar P disse ele.
P Puxa;sacoK P resmungou Nalter.
!? para imaginar como tio Palha e Coca se sentiamQ E o pior era a demora
na de@iniDo de )e.nold.
P "inda no P respondeu: a@inal.
P " $otaDo est? empatada P anunciou LourenDo. P !ois a dois.
P Posso desempatarQ P perguntou o prisioneiro. P Noto para Fue no nos
matem.
!esta $e# a piadinha surtiu e@eito: LourenDo: pelo menos: riu: H? saindo da
sala.
P Nou para a co#inha P disse. P Estou morrendo de @ome.
)e.nold tirou seu re$Jl$er do Golso.
P Eu tomo conta deles. Preciso insistir num ponto. Podem ir comer seus
sanduIches. N? tamG*m: +runa.
Tio Palha e Coca: sentados: @icaram diante do che@o e sua arma.
P "gora Fue est? tudo acaGado: diga: a polIcia saGe Fuem eu souQ P
perguntou o Gandido elegante.
P 'aGe seu nome P respondeu o deteti$e. P )e.nold.
P %as saGem Fuem * )e.noldQ
P O $erdadeiro nome acho Fue no.
)e.nold sentiu um ali$io.
P Era tudo o Fue Fueria saGer P disse: pondo o dedo no gatilho.
Tio Palha sentiu Fue )e.nold ia disparar o re$Jl$er. "pesar da $otaDo
empatada: mataria os dois. !eu;se um tapa estalado na testa.
P Espere P lemGrou o deteti$e. P &? algo Fue pode interess?;lo.
)e.nold a@rouxou o dedo no gatilho.
P O FuCQ
P 0o estranhou a pressa do seu amigo Nalter em acaGar com a genteQ "
mesma pressa com Fue atirou em +ristol.
Coca: emGora desconhecendo o plano de LC: acrescentou:
P Conte pra ele: conte...
)e.nold: Fue no perdoa$a traidores: interessou;se:
P 'e tem alguma coisa para @alar: @ale...
O tapa na testa ainda @unciona$a. Tio Palha in$entou uma histJria.
27
P E$idente Fue Fuis se li$rar de +ristol. 'aGe por FuCQ Os dois tinham
contato com um agente da polIcia Fue se plantou V porta da %ontanha de "li
dis@arDado de $endedor de algodo;doce...
P "lgodo;doceQ P exclamou )e.nold. P NaLter apareceu mais de uma
$e# no escritJrio comendo essa coisaK "lgodo;doceK
P Niu sJQ /ueria ter um p* em cada canoa. 'e a polIcia chegasse no
aconteceria nada com ele. P E in$entou mais: P'ouGe Fue a intenDo de Nalter e
+ristol era continuar com o salo sem os tJxicos.
P "lgodo;doce... P repetiu )e.nold. P "lgodo;doce...
" essa altura Nalter $oltou V sala comendo um sanduIche.
P Namos ento: che@e. 'e Fuiser eu @aDo o ser$icinho.
@@
-%" +)ENE P"-'" E O C&O/-E
)e.nold olhou para Nalter @ero#mente.
P O Fue me di# de comermos antes um pouco de algodo;doceQ
O orangotango nd 2 sorriu: no entendendo.
P "lgodo;doceQ
P NocC gosta de algodo;doce: no gostaQ
P +ristol gosta$a mais. Outro dia: perto do salo...
P NocCs compraram algodo;doce de um tira P disse )e.nold P e
acertaram os ponteiros com a policia. Chegou a sua $e#: Nalter P concluiu ele H?
atirando.
O che@e acertou logo a primeira Gala: mas no em cheio. %esmo @erido: o
orangotango nd 2 saltou pela Hanela da sala com inesperada agilidade.
P Peguem eleK P Gerrou )e.nold V Hanela: atirando.
LourenDo e +runa chegaram apressados.
P O Fue hou$eQ P perguntou o orangotango nd 7.
P "caGe com eleK "caGe com eleK P exigia )e.nold.
LourenDo: sem nenhuma pergunta: saltou pela Hanela e @oi ao encalDo do
companheiro no terreno Galdio. Logo se ou$iram tiros de um lado e de outro. "tentos:
pela Hanela )e.nold e +runa tenta$am enxergar FualFuer coisa na escurido: ele ainda
empunhando sua arma.
NocCs gostam de $asos incasQ "Fueles Fue so @eitos no Peru e imitados
aFui: com @iguras extra$agantes e Gelos e@eitos $isuaisQ Coca ama$a;os e apesar da
22
tensa situaDo apreciou um Fue esta$a soGre a mesinha. 0o meio da con@uso a
secret?ria olhou para a Gonita peDa: pesadona: e tio Palha: homem sensI$el a FualFuer
mani@estaDo artIstica: pegou o $aso com as duas mos: aproximou;se da Hanela e
pumK: na caGeDa do mando.
)e.nold no chegou a ir a nocaute: mas camGaleou: mole: e Fuando
conseguiu $oltar V posiDo normal H? esta$a sem o re$Jl$er: Fue tio LC lhe arrancara
da mo. " seu lado +runa parecia uma menina de Fuem rouGaram sua Goneca de
0atal.
P Namos prendC;la num dos Fuartos P disse o herJi da noite. P O
)e.nold nos acompanha: assim no $ai se atre$er a @ugir.
Le$aram +runa at* o Fuarto de empregada: cuHa Hanela era Gem peFuena. Foi
com pra#er Fue Coca girou a cha$e por @ora. Noltaram depois os trCs para a sala:
onde esperariam pelo $encedor do duelo Fue se tra$a$a no terreno Galdio. )e.nold
sentou;se no di$ soG a mira do prJprio re$Jl$er: agora nas mos do deteti$e:
enFuanto Coca: usando um cordel Fue encontrara na casa: amarra$a;lhe os punhos e
os torno#elos.
P 1sso no $ai acaGar assim P ameaDou )e.nold.
P Claro Fue no P concordou tio Palha. P NocC no permanecer? o resto
da $ida sentado nesse di$. Poder? passear V $ontade pelo p?tio da penitenci?ria.
P !eixe o LourenDo acaGar com o Nalter e $ocC $er?...
P PoGre Nalter P disse o deteti$e. P "ntes Fue me esFueDa: ele no te$e
nenhum contato com o $endedor de algodo;doce: Fue ali?s era eu. Foi apenas um de
meus @regueses.
-m soco no Fueixo de )e.nold e outro em sua $aidade.
P Ento in$entou aFuiloQ
P 1n$entei: aHudado pelas circunstancias. /uanto a +ristol: H? Fue estamos
em @ase de con@issEes: no me consta Fue tenha tele@onado para a polIcia delatando
$ocCs.
O duplo impacto @e# )e.nold perder a caGeDa. %esmo amarrado tentou
saltar soGre o deteti$e: mas deseFuiliGrou;se e tornou a cair soGre o di$. 'J
LourenDo poderia agora limpar a sua honra.
"I algu*m entrou na sala com passos pesados. 'upnhamos Fue @osse
LourenDo: pois o tiroteio l? @ora H? cessara: mas todos se enganaram. 0a @rente deles:
com o GraDo sangrando e segurando uma arma: trCmulo: esta$a Nalter.
P O tiro saiu pela culatra P disse @uriosamente a )e.nold.
P "caGei com o LourenDo. "gora $amos acertar nossas contas.
P Fui ludiGriado por esse deteti$eK P Gerrou )e.nold. PEnganou a todos
nJs. "tire neleK "tireK
Tio Palha nunca atirara em ningu*m e hesitou um pouco. Nalter: $endo
)e.nold amarrado: $oltou;se: dando no$o rumo ao seu Jdio. Ou$iu;se ento um
potente disparo. Em seguida: o orangotango comeDou a desaGar. O deteti$e no
entendeu. 0em Coca: nem )e.nold. /uem dispararaQ
P Chegamos na hora: noQ P disse o delegado %aranho: Fue atirara da
Hanela.
Pela porta deixada aGerta por Nalter: entramos eu e dois policiais.
25
P PuxaK P exclamou tio Palha. P /ue sorteK %esmo se eu atirasse: podia
le$ar uma Gala tamG*m.
Coca in@ormou:
P 0o Fuarto de empregada est? a @era: +runa Lrand: a dona desta casa. Os
dois sacos com a droga esto por aI: em algum lugar.
EnFuanto aGaixa$a;se para pegar a arma de Nalter: o delegado disse:
P Encontramos aI @ora um cara morto.
Eu: tio Palha e Coca nos unimos num sJ aGraDo. 'al$os e $itoriososK /ue
alegriaK
P Como descoGriram este endereDoQ P meu tio Fuis saGer.
P +ristol me deu antes de morrer. !aI liguei para o delegado: Fue @oi me
Guscar na %ontanha de "li.
P NocC ainda esta$a l? dentroQ P Fuis saGer o deteti$e.
P 0o tinha escapadoQ
P %e escondi dentro daFuele Galco na entrada. +ristol tinha me
encontrado Fuando le$ou os tiros. Para mim @oi a sal$aDo.
0ossa atenDo concentrou;se em )e.nold.
P Ento esse * o che@eQ P perguntou %aranho.
P O +oss: o che@o P con@irmou o deteti$e.
P %as no conheDo nenhum tra@icante chamado )e.nold '. %illes.
%inha $e# de atrair atenDEes:
P 0o conhece porFue no existe nenhum )e.nold '. %illles. Esse era
apenas um $iciado Fue @oi morto dentro de um carro e Hogado dentro do rio.
P Ento: como se chama esseQ P Fuis saGer o delegado.
P 'enhoras e senhores: a %ontanha de "li apresenta o ressuscitado TO0M
L)"0!.
Olhos nele. Ton. LrandQ
P 0o parece muito com Ton. P con@eriu o delegado.
P Fe# uma operaDo pl?stica P in@ormei. P %esmo assim: por seguranDa
pre@eriu $i$er recolhido naFuele Fuarto na danceteria e aFui: na casa da irm: para
onde tra#iam a muamGa.
%aranho Fuase encostou seu rosto no de Ton..
P NocC * mesmo Ton. LrandQ
P 'ou P con@irmou o Gandido. P %as H? esta$a me esFuecendo disso.
Ento o delegado: me olhando cheio de admiraDo: perguntou:
P Como souGe disso: rapa#Q
Fa#endo tipo: respondi:
P Para Fuem * soGrinho do melhor deteti$e particular do paIs @oi @?cil
descoGrir tudo.
Ton. Lrand: +runa e Nalter: este muito @erido: @oram le$ados para os carros
policiais: H? cercados de curiosos. Precisa$am $er a cara Fue a @era +runa @e# para
mim.
Tio Palha me puxou pelo GraDo. 0unca o $ira to curioso.
P "gora: diga pra mim: como descoGriu Fue )e.nold era Ton. LrandQ
P +em: Fuando me escondi dentro do Galco do hall na %ontanha de "li
2S
toFuei num grande pacote de amendoim. Foi assim.
P "ssim: comoQ
P \o* @oi o nico Fue me deu uma in@ormaDo pessoal soGre Ton..
Losta$a de amendoim.
P +astou isso para concluir Fue um e outro...
P Foi sJ uma pista. EnFuanto espera$a a polIcia na %ontanha: perguntei a
+ristol: H? Fuase morto: P )e.nold * Ton. Lrand: no *Q
+ristol no tinha moti$o para esconder mais nada.
P Est? $i$o... @e# uma operaDo pl?stica. Como descoGriu issoQ
P LemGrei do Fue \o* disse soGre os amendoins e matei a charada.
+ristol: agoni#ando: murmurou:
P +rincadeira do \o*. O pacote de amendoim era meu. Ton. at* implica$a
Fuando eu comia isso. 0o suporta$a amendoim. Entendeu: espertchinho?
@A
E-: )EPW)TE)
0aFuela noite @ui com tio Palha e Coca diretamente para a La#eta da Tarde:
e l? mesmo redigi a reportagem: ou melhor: meu traGalho: sJ Fue... impresso:
sacaramQ _ medida Fue termina$a uma p?gina: ela era le$ada para a re$iso e descia
para as o@icinas. Pus tudo no papel: as tentati$as de seF^estro: a mudanDa para a
escolinha de tricT e crochC: minha priso ao som do in@ernal tchimG?;tchimG?: a
descoGerta da %ontanha de "li: o episJdio do $endedor de algodo;doce: Paola com
AoB: Lu# del 'ol: %atias %ateus: o cerco Fue so@ri no salo e a seF^Cncia em Fue tio
Palha e Coca Limene# @oram le$ados para a casa do @im da rua: onde seriam mortos.
"penas omiti o @ato de Fue Ton. Lrand na realidade no gosta$a de amendoim: e Fue
eu concluIra Fue ele era )e.nold por puro eFuI$oco... Falta$a o tItulo. Pus este:
NE0!E!O) !E "LLO!]O;!OCE !E'%"'C")" /-"!)1L&" !E TO0M
L)"0!: homenagem ao deteti$e Leraldo Palha: aFuele Fue pegou um leo na marra
e en@iou dentro de um t?xi.
@B
" 0OT" 74
23
0a segunda;@eira reiniciaram;se as aulas. Xlio: Laura: Edgar: "naGel e os
outros entregaram os traGalhos. !iscreto: distriGuI um exemplar da Gazeta da Tarde
para cada aluno da classe e um para o pro@essor )uGens. %as a essa altura ningu*m
ignora$a minha participaDo no caso: pois a imprensa toda noticiara e eu dera
entre$ista para muitas emissoras de TN e r?dio.
P NocC no apenas merece de#: como tamG*m os aplausos da classe P
disse o pro@essor. P Le$ou a s*rio at* demais o traGalho. "cho Fue esse @ato @icar?
para sempre na histJria da @aculdade. %eus paraG*ns: EduK
0o pensem Fue @iFuei exultante: dono do mundo. Encarei tudo com
naturalidade: como se no ti$esse @eito nada de not?$el. " mod*stia pode ser tamG*m
uma estrat*gia.
0a saIda "naGel $eio mansinha. 0o tinha pedras nas mos. /ueria pedir
desculpa:
P "cho Fue @ui muito grossa com $ocC no tele@one. 'e Fuiser: podemos
comer um sanduIche: e depois ir a um cinema.
P Lamento: mas estou com mil compromissos. Procure garantir seu lugar
na @ila: t?Q
%eus pais e meu irmo leram a reportagem mas no acreditaram Fue tudo
aFuilo acontecera. E mesmo Fuando tio Palha con@irmou: du$idaram. "cham Fue
2>
in$entei. E tal$e# ti$esse in$entado um pouco. 'aGem como so os Hornalistas...
@C
O )EPW)TE) F"\ -%
+)ENE 0OT1C19)1O
+ristol e LourenDo: como @oi dito: morreram. Nalter: recuperado: @oi para
tr?s das grades depois de con@essar sua participaDo no assassinato de \o* e %ossorJ.
+runa: aFuela gracinha: mora atualmente num Gelo e maHestoso edi@Icio: o presIdio
das mulheres. 0o ter? mais um dia de liGerdade no s*culo XX. " sentenDa de Ton.
Lrand @oi de du#entos e on#e anos: Fue mesmo redu#idos a trinta: como manda a lei:
@aro dele um ancio: se sair da penitenci?ria. /uanto aos @alsos propriet?rios da
%ontanha: o casal de $elhinhos: apenas prestaram depoimentos.
%adame Leni: graDas aos anncios de tio Palha: prosperou. /uis at* @a#er do
deteti$e seu sJcio: no Fue ele chegou a pensar. /uanto a ela: perdoem;me por tC;la
apresentado de maneira suspeita naFuela cena na escolinha. Foi sJ para aumentar o
suspense...
Tio Palha $oltou ao antigo escritJrio da "gCncia Leo de !eteti$es:
recolocou o pTster do leo na parede: e anda com Jtima clientela. "penas guarda uma
certa m?goa do delegado %aranho: Fue mesmo tendo custado tanto a se mexer:
colocou;o em segundo plano nas entre$istas.
Coca Limene# @icou to $alori#ada com o sucesso alcanDado na %ontanha
de "li: Fue Fuase disse adis V agCncia para $oltar aos palcos e micro@ones. "caGou:
por*m: pre@erindo continuar com seu Fuerido LC. "posto Fue um dia se casam. 0o:
melhor no apostar. Os grandes deteti$es como 'herloc, &olmes: &ercule Poirot:
Philip %arlo[e nunca se casaram: e tio Palha costuma apegar;se @ielmente Vs
tradiDEes.
/uanto a mim: Edu: continuo estudando ComunicaDEes: mas nem sempre me
saio to Gem como no caso de Ton. Lrand. "naGel $irou amiga: mas sJ. 9s $e#es:
con@esso: Fuando a $ida cai na mesmice e no pintam no$as emoDEes: sinto saudade
daFueles dias: daFueles medos. 1sso acontece tamG*m com tio Palha e Coca Limene#.
Ento: saGem o Fue @a#emosQ 'aImos V procura de um carrinho: e rindo como GoGos
@icamos comendo intermin?$eis montanhas de algodo;doce.
F1%Q
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Esta oGra @oi digitali#ada pelo grupo !igital 'ource para
proporcionar: de maneira totalmente gratuita: o Gene@Icio de sua leitura
VFueles Fue no podem compr?;la ou VFueles Fue necessitam de meios
eletrTnicos para ler. !essa @orma: a $enda deste e;Goo, ou at* mesmo a
sua troca por FualFuer contraprestaDo * totalmente conden?$el em
FualFuer circunstancia. " generosidade e a humildade * a marca da
distriGuiDo: portanto distriGua este li$ro li$remente.
"pJs sua leitura considere seriamente a possiGilidade de adFuirir o
original: pois assim $ocC estar? incenti$ando o autor e a puGlicaDo de
no$as oGras.
'e gostou do traGalho e Fuer encontrar outros tItulos nos $isite em
http://groups.google.com/group/expressoeliterario/: o Expresso Liter?rio *
nosso grupo de compartilhamento de eGoo,s.
'er? um pra#er receGC;los.
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