Neuroanatomia Funcional
Neuroanatomia Funcional
Neuroanatomia Funcional
NEUROANATOMIA FUNCIONAL
Anatomia das reas activveis nos usuais
paradigmas em ressonncia magntica funcional
JORGE RESENDE PEREIRA, ANA MAFALDA REIS, ZITA MAGALHES
Servio Mdico de Imagem Computorizada (SMIC). Porto
RESUMO/SUMMARY
INTRODUO
Com casos demonstrativos da sua experincia em
Ressonncia Magntica Funcional (RMF), os autores
pretendem dar resumidamente uma perspectiva anatmica
das diferentes reas eloquentes, de activao nos
paradigmas mais frequentemente por eles praticados, no
que concerne motricidade, linguagem, audio, viso e
memria.
No sero aqui exemplificados estudos relacionados
com o olfacto, oculomotricidade, leitura, bem como estudo
do sistema vestibular, embora possamos referir alguns
destes aspectos no decurso da nossa exposio.
Todos conhecemos as grandes potencialidades da
RMF na investigao em neurologia, neurocirurgia,
neuropsiquiatria, otorrinolaringologia, etc., e os
arrebatadores estudos que tm sido realizados no que
respeita emoo, s doenas afectivas, activao
enceflica na dor, aos efeitos farmacolgicos das mais
Fig.5 - Foco de
activao dos lbios,
neste plano visvel
direita (obtiveram-se
focos de activao
bilateral). Imagem
EPI sem
sobreposio
anatmica.
Fig.6 - Foco de
activao resultante
da mobilizao da
lngua. Imagem EPI,
sem sobreposio
anatmica.
Fig. 3 - Foco de
activao do p.
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Fig.7 - LOE que desloca a rea motora da mo direita para diante, pelo
efeito de massa que condiciona sobre a circunvoluo frontal ascendente.
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3 AUDIO 6, 9
Intimamente ligado Linguagem funciona o Sistema
Auditivo.
So frequentes as estimulaes auditivas nos
paradigmas sonoros utilizados para o estudo da linguagem
ou da memria.
Os neurnios provenientes do gnglio espiral da cclea
integram o nervo vestbulo-coclear (o VIII nervo craniano).
Este nervo atravessa a cisterna ponto-cerebelosa e os
neurnios sensoriais primrios terminam nos ncleos
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4 VISO E OCULOMOTRICIDADE 3, 6, 9
Apresentamos agora a organizao geral da via sensorial, do tlamo ao crtex, relacionada com a viso.
A viso uma modalidade sensorial complexa que se
divide num certo nmero de subfunes ligadas deteco
da cor dos objectos, do seu contraste, da sua forma ou do
seu movimento, no esquecendo a memria visual, que
so tratadas por diferentes grupos de clulas do sistema
visual. Trata-se pois de um processo igualmente complexo,
que torna consciente a percepo visual, e em que esto
implicados como referimos mltiplos componentes, seja a
forma dos objectos visualizados, a sua cor, o seu
movimento, a orientao do mesmo, a sua localizao
NEUROANATOMIA FUNCIONAL...
espacial, as suas dimenses, a sua concepo tridimensional, enfim, toda uma multiplicidade de estmulos que
ocorre num campo visual.
O crtex visual primrio (V1), corresponde rea 17 de
Brodmann (figura 14), localizada nos lbios da cisura
calcarina, na face medial do lobo occipital (crtex estriado).
O V1 um segregador de sinais visuais no crebro humano,
encontrando-se numa relao dinmica (e no esttica) com
as diferentes reas visuais, enviando-lhes mltiplos sinais.
Marianne Dieterich, no ramo ascendente do sulco temporal inferior (figura 15), corresponder no crebro humano
primeira regio a responder aos padres de movimento.
A rea V5 recebe conexes de outras reas corticais,
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5 MEMRIA 3, 7, 9, 11
De todas as funes que falmos, a MEMRIA talvez
a mais complexa e a que se encontra em fase de mais acesa
discusso.
Apenas nos limitaremos a fazer algumas breves
referncias, no que respeita a uma rea de investigao em
plena evoluo e com aplicaes muito concretas, no que
concerne ao estudo das demncias e epilepsia,
designadamente da esclerose mesial, sendo polmica a
substituio do teste de Wada pela RMF.
Esto implicados neste processo os lobos temporais e
estruturas mesiais, os lobos frontais, mas tambm o
diencfalo, os lobos parietais e o cerebelo (figura 18).
complexo o mapeamento cortical relativamente aos diversos
tipos de memria.
1 - Vrios so os tipos de memria, cujo processo
envolve diferentes etapas, como a recepo de informao,
a sua codificao (organizao e processamento da
informao recebida pelos rgos dos sentidos),
armazenamento (atravs de um processo de consolidao)
NEUROANATOMIA FUNCIONAL...
AGRADECIMENTO
Os autores agradecem a preciosa colaborao prestada
por Belina Nunes, Neurologista e Consultora Clnica do
SMIC, bem como pela Joana Pais, Neuropsicloga, que
dedicaram um extraordinrio apoio ao desenvolvimento da
Ressonncia Magntica Funcional nesta instituio,
sobretudo no que respeita optimizao dos paradigmas
relacionados com o estudo da linguagem e da memria, o
que foi fundamental para a obteno de reas de boa
activao, permitindo assim a realizao deste trabalho
monogrfico.
Agradecem igualmente a Mrio Forjaz Secca, distinto
Fsico, que entre ns teve um papel primordial no arranque
da RMF, pela ajuda concedida nas questes tcnicas que
ao longo deste tempo se nos tm deparado.
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