O Evangelho Segundo Os Apóstolos - John MacArthur
O Evangelho Segundo Os Apóstolos - John MacArthur
O Evangelho Segundo Os Apóstolos - John MacArthur
segundo os apstolos
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evangelho
segundo os apstolos
O Papel da f e das Obras na vida crist
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O Evangelho Segundo os Apstolos
O papel da f e das obras na vida crist
Traduzido do original cm inglcs:
Tc Cospcl According Lo Lhc AposLlcs
Tc rolc o works in Lhc lic o aiLh
CopyrighL l003 c 2000 3ohn F. MacArLhur, 3r.
Publicado originalmcnLc cm inglcs por Tomas
Nclson, cm 2000.
Publicado cm porLugucs mcdianLc liccna conccdida
por Tomas Nclson dc Nashvillc, TN, USA.
CopyrighL20l0 FdiLora Ficl.
l` Fdio cm porLugucs 20ll
Todos os dretos em |ngua portuguesa reservados por
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bos cbi1orcs, stivo cr srcvcs ci1tocs, cor
iNbictto bt roN1c.
PrcsidcnLc: 3amcs Richard Dcnham III
PrcsidcnLc-cmcriLo: 3amcs Richard Dcnham 3r.
FdiLor: Tiago 3. SanLos Filho
Traduo: Ana Paula Fuscbio Pcrcira
Rcviso: Francisco WcllingLon Fcrrcira
Capa: Rubncr Durais
FoLo da Capa: Andrcas Franz BorchcrL
Diagramao: IayouL (Wirlcy Corrca)
ISBN: 07S-S5-00l45-S3-S
Caixa PosLal l60l
CFP: l2230-07l
So 3osc dos Campos, SP
PABX: (l2) 30l0-0000
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Para Lance Quinn, um Timteo para
mim em todos os sentidos, que realiza o
meu objetivo ao ir alm de seu professor.
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A graa de Deus se manifestou salvadora
a todos os homens, educando-nos para
que, renegadas a impiedade e as paixes
mundanas, vivamos, no presente
sculo, sensata, justa e piedosamente,
aguardando a bendita esperana e a
manifestao da glria do nosso grande
Deus e Salvador Cristo Jesus.
Tito 2.11-13
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Deus sabe quanto devo (e quanto cada
leitor deve) a Phil Johnson por este
livro. Ele meu querido amigo e o
complemento perfeito para mim em cada
aspecto relacionado escrita. Ele recolhe,
cuidadosa e habilidosamente,
do ar a minha voz e a transforma em
palavra escrita. Eu no poderia fazer
isso sem ele.
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InLroduo .....................................................................................l0
l. Prlogo .......................................................................................l0
2. Uma basc accrca da conLrovcrsia da Salvao por Scnhorio .....24
Fsta questo e rea|mente cruca|?
O que e a Sa|vao por Senhoro?
Radca| ou ortodoxo?
O que ensna o evange|ho sem senhoro?
O que rea|mente est no centro do debate acerca do senhoro?
3. Scm c c impossvcl agrada-Io .................................................45
O que e a je? O que a je jaz?
4. Craa baraLa` .............................................................................6S
O que e graa?
Los tpos de graa
Craa soberana
Pe|a graa sos sa|vos
5. A ncccssidadc dc prcgar sobrc o arrcpcndimcnLo ...................0l
Arrependmento no debate sobre o senhoro
O arrependmento na bb|a
O arrependmento nos evange|hos
O arrependmento na pregao apost|ca.
Sumrio
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6. Pcla c somcnLc .......................................................................ll0
Lec|arado usto. o que muda rea|mente?
Fm que a ustjcao e a santjcao so djerentes?
A ustjcao na doutrna cat|ca romana
A ustjcao no ensno da rejorma
A ustjcao no debate sobre o senhoro
A ustjcao no novo testamento
7. Iivrcs do pccado, cscravos da jusLia .....................................l34
A esprtua|dade como segunda bno?
O que e santcao?
Fazer boas obras ou no?
Fxamnando me|hor Romanos 6
S. A luLa morLal com o pccado ....................................................l5S
O mto do crente carna|
Ate que ponto os crstos podem pecar?
O prncpa| dos pecadores
Lesventurado homem que sou|
0. A c quc no produz obras ......................................................lSl
O smp|es ouvr
Prosses vazas
Ortodoxa demonaca
Fe morta
l0. Uma anLccipao da glria....................................................204
Segurana na rejorma
A segurana e obetva ou subetva?
Quas so os jundamentos bb|cos para a segurana?
A m de que sabas
O pergo da ja|sa segurana
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ll. Cuardados pclo podcr dc Dcus .............................................22S
Sa|vo em toda a proporo necessra?
0ma vez sa|vo sempre sa|vo?
O resu|tado de sua je
O prob|ema da quantcao.
l2. Quc dcvo azcr para scr salvo` .............................................253
O decsonsmo e a crena jc|
Como devemos chamar as pessoas je?
Onde se encaxam as boas obras?
Como devemos testemunhar s cranas?
0ma pa|avra na|
Apcndicc l: ..................................................................................2S0
Comparando os trs pontos de vsta.
Apcndicc 2: ..................................................................................2S4
O que e dspensacona|smo e o que e|e tem a ver com a sa|vao por
senhoro?
Apcndicc 3: ..................................................................................305
vozes do passado.
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F
sLc livro no c uma scqucncia dc O Fvange|ho Segundo 1esus. Dcvia
Lcr sido cscriLo anLcs dcsLc, visLo scr uma abordagcm dc um assun-
Lo quc csLava cm discusso na cpoca. Flc cxibc a csLruLura sobrc a qual
havia apcnas aluscs cm scu prcdcccssor, O Fvange|ho Segundo 1esus,
quc cra uma analisc do minisLcrio cvangclsLico dc 3csus c quc conLras-
Lava a prcgao dc nosso Scnhor, scu cnsino c scu minisLcrio individual
com os mcLodos do cvangclicalismo do scculo XX. FsLc livro, porcm, Lra-
La da douLrina da salvao abordada pclos apsLolos, mosLrando quc o
cvangclho scgundo 3csus c Lambcm o cvangclho scgundo os apsLolos.
Assim, Loda a mcnsagcm do Novo TcsLamcnLo conLrasLa LoLalmcnLc
com o cvangclho vazio quc muiLos csLo proclamando hojc.
Talvcz vocc csLcja pcnsando: No, obrgado. Fu dexare os estu-
dos doutrnros aos te|ogos prossonas. Fm vez dsso, d-me um bom
|vro de devoconas.
Mas, por avor, conLinuc lcndo. FsLc no c um csLudo Lccnico
ou um LraLado acadcmico. No c um livro-LcxLo para Lclogos, c uma
mcnsagcm quc Lcm Locado orLcmcnLc mcu corao duranLc Lodos
os anos dc mcu minisLcrio. Iongc dc scr uma disscrLao ria, c um
olhar apaixonado para a mais csscncial dc Lodas as vcrdadcs crisLs.
Sc a salvao c imporLanLc para vocc (o quc podcria scr mas impor-
LanLc`), vocc no podc dar-sc ao luxo dc ignorar as qucsLcs LraLadas
ncsLc livro. Sc vocc csLa inclinado a pcnsar quc um livro douLrinario c
a anLLcsc dc um livro dc dcvocionais, cspcro quc mudc dc opinio.
Introduo
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I N T R O D U O
Crcio quc, hojc, os crisLos cnconLram-sc aminLos por conLc-
dos douLrinarios. Varios anos aLras, quando cu csLava cscrcvcndo
O Fvange|ho Segundo 1esus, cssa qucsLo ocupou o primciro lugar cm
mcus pcnsamcnLos. Varios cdiLorcs mc advcrLiram quc o livro cra
douLrinario dcmais para scr vcndido. Todo o objcLivo do livro cra
rcspondcr a uma conLrovcrsia douLrinaria quc, por anos, vinha cau-
sando corrupo sob a supcrcic do cvangclicalismo. Fu no podia
cscrcvcr o livro scm imcrgir na douLrina. Quando nalmcnLc com-
plcLci o livro, Livc dc admiLir quc parccia mais um livro-LcxLo. Foi
cmprcgada uma Lcrminologia Lcolgica quc vocc podc cnconLrar
numa aculdadc bblica ou numa sala dc aula dc scminario, mas quc
no c amiliar para muiLos lcigos. Foi imprcsso cm lcLras pcqucnas,
Lcm muiLas noLas dc rodapc c comca com uma avaliao crLica da
soLcriologia dc alguns dispcnsacionalisLas no c o Lipo dc lciLura
quc um lcigo dcscja para dcvocs diarias. No m, o livro oi pu-
blicado como um csLudo acadcmico, cdiLado c comcrcializado pclo
dcparLamcnLo dc livros-LcxLo da publicadora.
NaLuralmcnLc, cu cspcrava quc o livro alcanassc um pblico
mais amplo, mas admiLo quc quci cspanLado quando clc sc Lornou
um dos livros crisLos lidos mais amplamcnLc nos anos l0S0. Fm
anos, oi o primciro livro douLrinario a Lornar-sc um best-se||er.
Ficou bvio quc O Fvange|ho Segundo 1esus parcccu amiliar ou
Lrouxc mcnLc algo dclicado, dcpcndcndo do lado do dcbaLc cm quc
vocc csLa.
Quasc imcdiaLamcnLc aps o livro Lcr sido publicado, comc-
cci a rcccbcr carLas dc lciLorcs lcigos pcdindo mais maLcrial sobrc
o assunLo. Flcs qucriam consclhos praLicos: Como exp|car o evan-
ge|ho para cranas? Que panetos apresentam o camnho da sa|vao
comp|eta e bb|camente? Flcs qucriam ajuda para comprccndcr suas
prprias cxpcricncias cspiriLuais: Fu vm a Crsto quando era crana e
no me rend a e|e como Senhor ate vros anos depos. !sso nva|da m-
nha sa|vao? Flcs qucriam aconsclhamcnLo cspiriLual: Por anos tenho
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|utado com um pecado e com uma ja|ta de certeza. voc pode me audar a
entender a je genuna e como posso t-|a? Flcs qucriam csclarccimcnLo:
O que dzer de L e dos corntos que vvam em desobednca? F|es eram
pessoas redmdas, no eram? Flcs qucriam cxplicacs simplcs: No
entendo jac|mente termno|ogas teo|gcas como dspensacona|smo
e sotero|oga. voc pode me exp|car a controversa do senhoro numa
|nguagem smp|es?
FsLc livro c para cssas pcssoas. uma discusso mais simplcs, o
quc c apropriado porquc o cvangclho cm si c simplcs. Alcm disso, Lam-
bcm argumcnLo quc as qucsLcs bblicas no ccnLro da conLrovcrsia do
scnhorio so Lodas muiLo simplcs Lambcm. No c prcciso scr um Lc-
logo LalcnLoso para disccrnir o scnLido dc passagcns diccis como l
3o 2.3-4: Sabcmos quc o Lcmos conhccido por isLo: sc guardamos os
scus mandamcnLos. Aquclc quc diz: Fu o conhco c no guarda os scus
mandamcnLos c mcnLiroso, c nclc no csLa a vcrdadc.
Mais uma vcz csLou usando noLas dc csclarccimcnLo principal-
mcnLc para documcnLar as ciLacs quc um livro como csLc rcqucr.
Inclu novamcnLc uma sco sobrc dispcnsacionalismo porquc quc-
ria cxplicar cm mais dcLalhcs o quc c isso c qual sua rclao com
a conLrovcrsia do scnhorio. FnLrcLanLo, csLc c um livro para Lodo
crisLo, no Lcm a inLcno dc scr um csLudo avanado. Cada Lcrmo-
chavc c dcnido na primcira vcz quc o mcnciono. Mcu objcLivo c
cxplicar os assunLos dc orma quc um rcccm-chcgado c comprc-
cnda sobrc o quc csLou alando.
InclizmcnLc, a conLrovcrsia do scnhorio Lornou-sc, dcsncccssa-
riamcnLc, um assunLo conuso por causa dc argumcnLos complcxos
cxprcssos cm jargcs Lcolgicos. Tudo isso Lcndc a inLimidar as pcssoas
quc sinccramcnLc qucrcm cnLcndcr o assunLo. MuiLos crisLos lcigos
c alguns ldcrcs crisLos Lcm concludo quc cssas qucsLcs so
proundas dcmais para scrcm sondadas. OuLros Lcm-sc pcrmiLido dc-
scncaminhar por argumcnLos simplcs dcmais ou scrcm disLrados por
rcLrica carrcgada dc cmoo, cm vcz dc rclacionarcm os assunLos por
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I N T R O D U O
si mcsmos, cuidadosamcnLc. Fspcro quc csLc livro ajudc a orncccr um
anLdoLo para a conuso c a lgica dcLurpada quc Lcm pcrmcado o dc-
baLc sobrc o scnhorio dcsdc a mcLadc da dccada passada.
Mcu propsiLo no c rcspondcr a crLicas. Tcnho uma gavcLa
chcia dc crLicas liLcrarias a rcspciLo dc O Fvange|ho Segundo 1esus. A
maioria Lcm sido posiLiva c aprccio o cncorajamcnLo c a conrmao
do Lrabalho. Mas Lambcm Lcnho lido muiLo cuidadosamcnLc Lodas
as crLicas ncgaLivas (c Lcm sido muiLas). Fu as Lcnho csLudado com o
corao abcrLo. Tcnho pcdido aos mcus assisLcnLcs c ao Tc MasLcrs
Scminary para avaliar cada crLica c rccorrcr s FscriLuras para cs-
Ludar, cm orao, as qucsLcs bblicas. O proccsso Lcm ajudado a
aprimorar mcu pcnsamcnLo, c sou graLo por isso. Alguns lciLorcs
Lcm pcrccbido quc as lLimas cdics do livro inclucm mudanas dc
vocabulario quc csclarcccm ou rcnam o quc cu csLava dizcndo.
Fm cspccial, dcvo concssar quc Lcnho mc dcccpcionado pro-
undamcnLc com a qua|dade das crLicas. A csmagadora maioria
dclas no Lcm nada a vcr com assunLos bblicos. Alguns crLicos Lcm
rcclamado quc a qucsLo do scnhorio c muiLo divisora, quc a mcnsa-
gcm c dura dcmais ou quc minha posio c muiLo dogmaLica. OuLros
argumcnLam quanLo scmnLica ou objcLam a minha Lcrminologia.
Alguns ngcm indignao, alcgando quc O Fvange|ho Segundo 1e-
sus c um aLaquc pcssoal injusLo conLra clcs, scus amigos ou csLa ou
aqucla organizao. Umas poucas crLicas orais Lcm dcclarado quc
alLa cquilbrio no livro, acusando-mc dc prcparar o caminho dc vol-
La a Roma, dizcndo quc csLou abandonando o dispcnsacionalismo,
roLulando-mc dc hipcrcalvinisLa, culpando-mc como sc cu ossc ar-
miniano dcmais ou (mais gravcmcnLc) acusando-mc abcrLamcnLc
dc cnsinar salvao por obras.
A Lodos quc Lcm-mc pcdido para rcspondcr a cssas acusacs,
Lcnho diLo simplcsmcnLc quc lciam o livro c julgucm sc as rcclama-
cs so jusLas. Crcio quc Lodas so rcspondidas por O Fvange|ho
Segundo 1esus.
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O problcma cm Lodas as crLicas como cssas c quc ncnhuma
dclas LraLa dos dcLalhcs bb|cos. Como dissc naquclc primciro livro,
no csLou rcalmcnLc prcocupado sc as coisas quc cnsino conundcm
o mapa csqucmaLico dispcnsacionalisLa dc algucm. FinalmcnLc, no
mc inLcrcssa sc algo c compaLvcl com um sisLcma parLicular dc Lco-
logia. Tambcm no Lcnho o propsiLo dc promovcr algum csqucma
Lcolgico novo. Mcu nico objcLivo c disccrnir c cnsinar o quc as Fs-
criLuras dizcm. No ao apologia disso. Sc vamos discuLir assunLos
douLrinarios, pcrmiLamos quc a Bblia dcLcrminc a qucsLo.
MuiLos crisLos dcscjavam condcnar a salvao por scnhorio por
chamar pccadorcs a uma rcndio complcLa, mas ncnhum sc dcu ao Lra-
balho dc cxplicar por quc o prprio 3csus dissc s mulLidcs no-salvas:
Sc algucm qucr vir aps mim, a si mcsmo sc ncguc, Lomc a sua cruz c
siga-mc (Mc S.34). MuiLos mc chamaram dc lcgalisLa por cnsinar quc
uma vida Lransormada c a conscqucncia incviLavcl dc uma c gcnuna.
FnLrcLanLo, ningucm ocrcccu ouLra cxplicao possvcl para 2 Corn-
Lios 5.l7: Sc algucm csLa cm CrisLo, c nova criaLura, as coisas anLigas ja
passaram, cis quc sc zcram novas. MuiLos csLavam avidos por discu-
Lir cxcclcnLcs ponLos Lcolgicos, casos hipoLcLicos, ramicacs lgicas,
prcmissas racionais, dicrcnas scmnLicas c assim por dianLc. Quasc
ningucm dcscjava cmpcnhar-sc com os LcxLos bblicos pcrLincnLcs.
O cvangclicalismo modcrno parccc pobrcmcnLc cquipado para
lidar com qucsLcs conLrovcrsas como a quc sc rccrc ao scnhorio.
Tcmos sido condicionados a ouvir apcnas brcvcs c inspidas ciLacs.
Ao considcrar assunLos dcssa magniLudc, prccisamos ouvir, racio-
cinar, pondcrar com cuidado o assunLo c chcgar a uma rcsoluo c
acordo. MuiLos parcccm pcnsar quc a conLrovcrsia do Scnhorio dcvc
scr rcsolvida por mcio dc uma prova nal pblica, scmclhanLc aos
dcbaLcs prcsidcnciais aprcscnLados na Lclcviso. Tcnho sido dcsa-
ado rcpcLidamcnLc a mcdir oras, cm rcunics pblicas, com os
principais dccnsorcs do pcnsamcnLo conLrario ao scnhorio. Tcnho
dcclinado consisLcnLcmcnLc c qucro cxplicar por quc.
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Minha cxpcricncia com Lais dcbaLcs Lcm mc convcncido dc quc
no so parLicularmcnLc cdicanLcs. Os ouvinLcs sacm pcnsando
quc comprccndcm plcnamcnLc os assunLos, mas o ormaLo Lpico
dos dcbaLcs s pcrmiLc o Lcmpo ncccssario para abordar o assun-
Lo com supcrcialidadc. As qucsLcs rcais no scro rcsolvidas cm
rcunics dc uma ou duas horas. Na praLica, raramcnLc os vcrdadci-
ros assunLos so LraLados. Fm vcz disso, dcbaLcs pblicos Lcndcm
a cnaLizar o quc c mcnos imporLanLc. DcbaLcs, no m, ocrcccm
aos parLicipanLcs mais inLcligcnLcs apcnas um rum cm quc podcm
ganhar ponLos. O pior dc Ludo c quc os dcbaLcs conLribucm para a
pcrccpo da hosLilidadc pcssoal.
Uma compcLio cm orma dc discurso no rcsolvc as dicrcnas
ncssa conLrovcrsia. Alcm disso, Lal abordagcm no Lcm undamcnLo
bblico. No conhco uma s ocasio nas FscriLuras cm quc um dcba-
Lc Lcnha sido usado para sc chcgar a uma comprccnso apropriada c
unnimc dc uma qucsLo douLrinaria.
Fm O Fvange|ho Segundo 1esus, cxprcssci o dcscjo dc quc o livro
ossc um caLalisador dc discusscs c dc rcsolucs nais accrca dos
assunLos. Dcsdc a publicao do livro Lcnho-mc cnconLrado parLicu-
larmcnLc com alguns dos mais imporLanLcs ldcrcs crisLos da ouLra
posio c a minha porLa pcrmanccc abcrLa. No vcjo ncnhum dcsscs
homcns como inimigos, ncm considcro nossa dicrcna dc opinio como
uma rixa pcssoal. No mbiLo dc Ludo cm quc crcmos, concordamos cm
muiLo mais do quc discordamos. ConLudo, no ha como ncgar quc cs-
scs assunLos conccrncnLcs ao cvangclho so undamcnLais, c, porLanLo,
nosso dcsacordo sobrc clcs c scrio. CcrLamcnLc, Lodos os cnvolvidos
concordam quc no podcmos simplcsmcnLc agir como sc alguma coisa
insignicanLc csLivcssc cm jogo.
FinalmcnLc, o mclhor cnconLro para aprcscnLar cssc Lipo dc
discusso douLrinaria c um dialogo cuidadoso, cm quc haja argu-
mcnLao bblica, prccrivclmcnLc dc orma cscriLa. Na cscriLa, c
mais acil mcdir as palavras com cuidado, c mais acil scr abrangcnLc
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c cviLar o Lipo dc animosidadc sobrc a qual, ccrLamcnLc, Lodos nos
prcocupamos. Prccisamos csclarcccr os assunLos, no galgar o cumc
cmocional dc nossa divcrgcncia.
Mcu dcscjo c aprcscnLar o caso dc orma bblica, clara, gracio-
sa, jusLa c cm Lcrmos quc Lodos os crisLos possam comprccndcr.
Minha abordagcm consisLira cm cxaminar algumas das passagcns
principais das cpsLolas c dc ALos dos ApsLolos, as quais rcvclam
como os apsLolos proclamavam o cvangclho c como mosLravam as
vcrdadcs da salvao igrcja primiLiva. Ha LanLas rcvclacs claras
ncssc Lcma quc vocc podc Lcr a scnsao dc csLar rcccbcndo a mcs-
ma coisa rcpcLidas vczcs c vocc csLa porquc c crucial ao propsiLo
do FspriLo SanLo cm comunicar a qucsLo da salvao quc cssas vcr-
dadcs scjam Lccidas na malha dc muiLas cpsLolas.
Pcnso quc vocc concorda quc o cvangclho scgundo os apsLo-
los c o mcsmo cvangclho quc 3csus prcgava. Crcio quc vocc Lambcm
scra convcncido dc quc o cvangclho dclcs dicrc dramaLicamcnLc da
mcnsagcm popular quc hojc c Lo diluda com muiLas ouLras. F oro
para quc vocc considcrc csLc livro um cncorajamcnLo, mcdida quc
busca colocar sua prpria c cm ao.
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Fncontro no evange|ho satsjao para mnha mente, satsjao
que no encontro em nenhum outro |ugar... No h um prob|ema em
mnha vda que o evange|ho no aborde e no ojerea uma resposta. Fn-
contro descanso nte|ectua| e resposta para todas as mnhas perguntas.
F, graas a Leus, meu corao e meus deseos tambem so sa-
tsjetos. Fncontro comp|eta satsjao em Crsto. No h um deseo,
nada h que meu corao a|mee que F|e no possa mas do que sats-
jazer. Toda a nquetao dos deseos e subugada por Crsto, quando
sopra a sua paz em meus aborrecmentos, prob|emas e nquetaes...
Fnto, recebo descanso apesar de mnhas crcunstncas. O
evange|ho me capacta a dzer, untamente com o apsto|o Pau|o. Fs-
tou bem certo de que nem a morte, nem a vda, nem os anos, nem os
prncpados, nem as cosas do presente, nem do porvr, nem os pode-
res, nem a a|tura, nem a projunddade, nem qua|quer outra cratura
poder separar-nos do amor de Leus, que est em Crsto 1esus, nosso
Senhor (Rm 8.38-39). Fsse e o descanso perjeto, que no depende
de crcunstncas. !sso e estar ca|mo em meo tempestade.
L. M/ufvN Ltovo-1oNss
1
l. D. Iloyd-3oncs, MarLyn. Tc hcarL o Lhc gospcl. WhcaLon, Ill: Crossway, l00l. p. l65-l66.
PRLOGO
Captulo 1
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F
nquanLo cscrcvia csLc livro, Loda a minha vida mudou dc rcpcn-
Lc. Numa Lardc, cnquanLo cspcrava quc mcu lho sc cnconLrassc
comigo no campo dc golc, rcccbi um Lclconcma mc inormando quc
minha csposa, PaLricia, c nossa lha mais nova, Mclinda, haviam
sorido um acidcnLc dc carro muiLo scrio. PaLricia havia cado gravc-
mcnLc crida c csLava scndo lcvada dc hclicpLcro para um hospiLal
quc cava a, aproximadamcnLc, uma hora do lugar ondc cu csLava.
No mc oi dado ncnhum ouLro dcLalhc. Dcixando inadvcrLidamcn-
Lc mcus Lacos dc golc no campo dc Lrcinos, cnLrci dc imcdiaLo cm
mcu carro c mc dirigi ao hospiLal.
Aquclc pcrcurso dc uma hora quc z aLc ao hospiLal cara
proundamcnLc gravado cm minha mcmria, para scmprc. Mil pcn-
samcnLos inundaram minha mcnLc. Fu comprccndia, c claro, quc
podcria nunca mais vcr PaLricia viva. Pcnsava na lacuna quc cxisLiria
cm minha vida scm cla. RccLia sobrc a parLc csscncial quc cla havia
Lido cm minha vida c minisLcrio ao longo dos anos. Fu mc pcrgunLa-
va como vivcria scm cla. Icmbrci a ocasio cm quc nos cnconLramos
pcla primcira vcz, como passamos a amar um ao ouLro c ccnLcnas
dc ouLras pcqucnas coisas sobrc nossa vida junLos. Daria qualqucr
coisa para manLc-la comigo, mas pcrccbia quc cssa cscolha no cabia
a mim.
Uma paz sobrcnaLural inundou minha alma. Minha dor, Lris-
Lcza, inccrLcza c mcus mcdos oram Lodos cobcrLos por aqucla paz
Lranquila. Fu sabia quc PaLricia c cu csLavamos nas mos dc nosso
Scnhor, c, sob Lais circunsLncias, aquclc cra o nico lugar ondc cu
podcria imaginar qualqucr scnso dc scgurana. Fu no conhccia os
dcsgnios dc Dcus, no conscguia vcr scus propsiLos, no conscguia
cnLcndcr o quc havia aconLccido ou por quc, mas podia dcscansar
cm sabcr quc scu plano dcsLinado a ns cra, cnm, para o nosso bcm
c para sua glria.
Quando chcguci cmcrgcncia do hospiLal, dcscobri quc Mc-
linda Linha cado muiLo machucada c corLada, mas no csLava
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PR L O G O
scriamcnLc crida. FsLava orLcmcnLc abalada, mas no corria qual-
qucr risco.
Um mcdico vcio para dar-mc cxplicacs sobrc os crimcnLos
dc PaLricia. O pcscoo dcla csLava qucbrado, duas vcrLcbras haviam
sido scvcramcnLc csmagadas. O dano aconLcccu acima dos ncrvos
cruciais na mcdula cspinhal quc conLrolam a rcspirao. Na maioria
dos casos como o dcla, a vLima morrc imcdiaLamcnLc. FnLrcLanLo,
nosso Scnhor poupou providcncialmcnLc sua vida.
Fla Lambcm havia rcsisLido a uma pancada scvcra na cabca.
O impacLo do LcLo scndo csmagado sobrc a cabca dcla, cnquanLo o
carro sacudia, podcria Lc-la maLado. Flcs csLavam lhc dando doscs
orLcs dc uma nova droga dcsLinada a conLcr o inchao no ccrcbro. O
cirurgio prcocupava-sc com a possibilidadc dc o crimcnLo na cabc-
a ainda sc mosLrar aLal. Havia dado mais dc quarcnLa ponLos para
cchar o crimcnLo no couro cabcludo dcla. Sua mandbula c varios
ossos cm scu rosLo csLavam qucbrados. Por muiLos dias, cla no sai-
ria do csLado dc risco.
O pcssoal da cmcrgcncia iria rcmovc-la para uma cirurgia, pcla
qual os mcdicos prcndcriam um arco dc ao cm sua cabca, por mcio
dc quaLro pinos pcrurados dircLamcnLc no crnio. O disposiLivo
suspcndcria a cabca dcla c csLabilizaria scu pcscoo, cnquanLo as
vcrLcbras sarasscm. Fla usaria o arco por varios mcscs c, aps isso,
sc submcLcria a um cxausLivo programa dc rcabiliLao sica.
Nos dias imcdiaLamcnLc posLcriorcs, os mcdicos dcscobriram
ouLros crimcnLos. A clavcula dirciLa csLava qucbrada. Pior ainda, o
brao dirciLo dc PaLrcia csLava paralisado. Fla conscguia mcxcr os
dcdos c pcgar coisas, mas scu brao pcndia acido, c cla no Linha
scnsibilidadc nclc. Sua mo csqucrda csLava qucbrada c prccisava dc
uma aLadura imobilizadora. Isso signicava quc PaLrcia no podia
usar ncnhuma das mos.
Tudo isso criou uma maravilhosa oporLunidadc dc scrvir mi-
nha csposa. DuranLc Loda a nossa vida junLos, cla cuidara dc minhas
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O E VA N G E L H O S E G U N D O O S AP S T O L O S
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ncccssidadcs, scrvira amlia c nos aLcndcra dc inmcras manciras.
Agora cra a minha vcz, c valorizci a oporLunidadc. Mcu amor por cla
c minha aprcciao por Ludo quc cla azia crcsccram grandcmcnLc.
FnquanLo cscrcvia csLc LcxLo, PaLricia ainda csLava usando o
arco. um aparclho noLavcl, um cnormc jugo dc ao quc suspcndc a
cabca dcla, ao apoiar o scu pcso cm quaLro hasLcs dc ao quc sacm
da parLc dc cima dc um colcLc. ManLcm a cabca c o pcscoo dcla
imvcis.
Alcgro-mc cm dizcr quc algum Lcmpo dcpois cla cou ora dc
pcrigo. Fla rccupcrou a mobilidadc do brao dirciLo, Lcvc uma rccu-
pcrao complcLa.
Toda csLa cxpcricncia oi o Lrauma mais dicil dc nossa vida
junLos. Ainda assim, cm mcio a Ludo isso, PaLricia c cu aprcndcmos
novamcnLc dc uma mancira muiLo praLica quc a c agc. Nossa
c cm CrisLo a mcsma com a qual, dcsdc o comco, conamos nclc
como Scnhor Lcm pcrmanccido orLc c nos capaciLado a conar
nclc duranLc csLa provao.
FnLcndcmos, como nunca anLcs, a doura do conviLc dc nosso
Scnhor cm MaLcus ll.2S-30: Vindc a mim, Lodos os quc csLais can-
sados c sobrccarrcgados, c cu vos aliviarci. Tomai sobrc vs o mcu
jugo c aprcndci dc mim, porquc sou manso c humildc dc corao, c
acharcis dcscanso para a vossa alma. Porquc o mcu jugo c suavc, c o
mcu ardo c lcvc. Dcscobrimos rcpcLidas vczcs quc, cmbora o jugo
ncm scmprc parea suavc, c o ardo ncm scmprc parea lcvc, vivcr
sob a prcciosa rcalidadc do scnhorio dc CrisLo ocrccc a nica vida
vcrdadciramcnLc Lranquila, no imporLando o quc aconLca.
Isso c, anal dc conLas, o mago do cvangclho scgundo 3csus. Os
apsLolos sabiam cssa vcrdadc LanLo por causa do cnsino do Scnhor
como por sua prpria cxpcricncia. Fra o mago da mcnsagcm dclcs
para um mundo no-salvo. Flcs prcgavam quc a c e operante. Fla
no alha, ncm sc manLcm passiva, mas agc imcdiaLamcnLc na vida
do crcnLc. Agc por ns, em ns c por meo dc ns. A c c susLcnLada
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PR L O G O
c nos susLcnLa cm mcio s provacs da vida. Fla nos moLiva cm
acc das diculdadcs da vida c nos conduz duranLc as Lragcdias da
vida. VisLo quc a c c opcranLc, cla nos capaciLa a dcsruLar dc um
dcscanso cspiriLual sobrcnaLural.
A nossa cxpcricncia na provao dc PaLricia mc dcu um novo
vigor para cscrcvcr csLc livro. Sou lcmbrado consLanLcmcnLc dc quc
minha conana no scnhorio dc 3csus CrisLo c a basc c o suporLc da
minha vida. A imcnsa proviso dc sua graa salvadora nos capaciLa
a suporLar.
O scnhorio dc CrisLo no c um Lcma douLrinario absLraLo, rio
c anLiquado. O cvangclho no c uma maLcria acadcmica. A c no c
uma busca Lcrica. A graa dc Dcus no c uma rcalidadc conjccLural.
O modo como cnLcndcmos as vcrdadcs do cvangclho dcLcrminara
como vivcmos. Todos csscs assunLos so dinmicos, inLcnsamcnLc
praLicos c dc suprcma rclcvncia cm nossa vida diaria. Por avor, Lc-
nha isso cm mcnLc cnquanLo csLuda csLas paginas.
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Amados, quando empregava toda a d|gnca em escrever-
vos acerca da nossa comum sa|vao, jo que me sent obrgado a
corresponder-me convosco, exortando-vos a bata|hardes, d|gen-
temente, pe|a je que uma vez por todas jo entregue aos santos.
1udas 3
P
or quc vocc qucr cscrcvcr ouLro livro a rcspciLo dc salvao por
scnhorio` um amigo mc pcrgunLou. Fssc assunLo ja oi Lra-
Lado dcmais, no`
AdmiLo quc uma parLc dc mim Lcvc cssc mcsmo scnLimcnLo.
OriginalmcnLc, cu no Linha a inLcno dc cscrcvcr uma scqucncia
dc O Fvange|ho Segundo 1esus. Havia anos quc clc vinha scndo prcpa-
rado c, quando nalmcnLc o Lcrminci, quci ansioso por iniciar uma
coisa dicrcnLc. Fmbora cu scnLissc quc muiLo mais podera scr diLo,
csLava saLisciLo com o aLo dc o livro abrangcr adcquadamcnLc Lodo
o Lcma. Fu no csLava LcnLando mc colocar no ccnLro dc um dcbaLc
quc ja csLava aconLcccndo. Ainda mais, no qucria quc a conLrovcr-
sia da salvao por scnhorio sc Lornassc o ponLo principal dc mcu
minisLcrio.