Curso de Redes de Esgotos 591páginas
Curso de Redes de Esgotos 591páginas
Curso de Redes de Esgotos 591páginas
O Senhor Deus colocou o homem no jardim do den para cuidar dele e cultiv-lo.
Referncia ecolgica encontrada em Gnesis 2:15
Titulo: Curso de redes de esgoto Livro eletrnico em A4, Word, 587pginas, 38 captulos julho 2008 Editor: Plnio Tomaz Autor: Plnio Tomaz Reviso: Composio e diagramao: Plnio Tomaz ISBN: 85-905933-3-9
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Apresentao
Este livro nasceu do Curso de Rede de Esgotos ministrado no SAAE de Guarulhos em 2008 com 64 horas de durao. O livro destina-se a engenheiros, arquitetos e tecnlogos que trabalham nos municpios pois fornecem elementos e base para que se faam manuais ou guias para o problema do manejo de guas pluviais Agradeo a Deus, o Grande Arquiteto do Universo, a oportunidade de poder contribuir na procura do conhecimento com a publicao deste livro.
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Captulo 01
Reso de gua
Promover a reciclagem e reutilizao das guas residuais e dos resduos slidos.
Agenda 21
Guilherme de Occam argumentava, em todos os seus escritos, que perda de tempo empregar vrios princpios para explicar fenmenos, quando possvel empregar apenas alguns.
Fonte: Histria da Teologia Crist - Roger Olson
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SUMRIO Ordem Assunto Captulo 1 - Reso de gua 1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7 1.8 1.9 1.10 1.11 1.12 1.13 1.14 1.15 1.16 1.17 1.18 1.19 1.20 1.21 1.22 1.23 1.24 1.25 1.26 1.27 1.28 1.29 1.30 1.31 1.32 1.33 1.34 Introduo Conservao da gua Medidas e incentivos Mercado de gua de reso Mdia de consumo de uma casa Quanto podemos reaproveitar de guas cinzas numa casa? Normas da ABNT Reso Reso de esgotos sanitrios urbanos regionais Onde usar a gua de reso dos esgotos sanitrios? Reso para uso industrial Reso para uso agrcola Reso para o meio ambiente Recarga dos aqferos subterrneos Reso para uso Recreacional Reso urbano Nveis de tratamento de esgotos sanitrios municipais Tratamento preliminar Tratamento primrio Tratamento secundrio Tratamento tercirio Tecnologia de filtrao em membranas Riscos sade pblica Rede dual Guia para reso da gua da USEPA Estado de New Jersey Estado da Gergia Estado da Flrida Estado do Texas Uso da gua de reso Padres de qualidade da gua para reso Normas da ABNT Custos Bibliografia e livros consultados 21 pginas
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Captulo 1- Reso de gua 1.1 Introduo Asano, 2001 diz que o reso o desafio do sculo XXI em que haver uma integrao total dos recursos hdricos. Interpretando as afirmaes de Asano os recursos hidricos no sculo XXI sero: Recursos superficiais Recursos de guas subterrneas Aproveitamento de gua de chuva Reso de esgotos No mundo moderno do seculo XXI o planejamento de recursos hdricos no poder esquecer o aproveitamento de agua de chuva e o reso de esgotos, alm dos tradicionais recursos superficiais e subterrneos. Segundo Asano, 1001 a gua de reso tem duas funes fundamentais: 1. O efluente tratado vai ser usado como um recurso hdrico produzindo os benefcios esperados. 2. O efluente pode ser lanado em crregos, rios, lagos, praias, com objetivo de reduzir a poluio das aguas de superfcie e das guas subterraneas O fundamento da gua de reso baseado em trs principios segundo Asano, 2001: 1. A gua de reso deve obedecer a controle de qualidade para a sua aplicao, devendo haver confiabilidade na mesma. 2. A sade dever ser protegida sempre. 3. Dever haver aceitao pblica Reso o aproveitamento de gua previamente utilizada uma ou mais vezes, em alguma atividade humana, para suprir a necessidade de outros usos benficos inclusive o original. O objetivo deste estudo mostrar as solues para reso de esgoto sanitrio local e regional em reas urbanas. O reso local destina-se a aqueles que se beneficiam na sua origem, como o guas cinzas de uma casa que pode ser usada no prprio local para irrigao subsuperficial de gramados. O reso regional so de grandes reas e geralmente tem sua origem nas estaes de tratamento de esgotos pblicas que atingem o tratamento tercirio e o distribuem at uma certa distncia de onde produzido atravs de redes especiais de gua no potvel (sistema dual de abastecimento: gua potvel + gua no potvel). No trataremos em nenhuma hiptese de reso da gua para fins potveis. Mesmo os processos de infiltrao de guas residurias no solo no so recomendados at o presente momento a no ser quando usado o processo de membranas. No Japo foram feitas pesquisas e chegaram a concluso que para reas construidas maiores que 30.000m2 e/ou consumo maior que 100m3/dia de gua no potvel o reso a melhor opo e mais vantajoso do que se usar gua pblica conforme Figura (1.1). Os custos no Japo so geralmente calculadas para pagamento da obra (amortizao) em 15anos a um juros anuais de 6% e incluso os preos de manuteno e operao do sistema.
Figura 1.1- Custos comparativos para reso usando guas cinzas, guas de chuva e gua pblica.
Fonte: Naes Unidas, 2007
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1.2 Conservao da gua A American Water Works Association - AWWA em 31 de janeiro de 1993 definiu a conservao da gua como as prticas, tecnologias e incentivos que aperfeioam a eficincia do uso da gua. Um programa de conservao da gua constitui-se de medidas e incentivos. 1.3 Medidas e incentivos Medidas so as tecnologias e mudanas de comportamento, chamada de prticas, que resultam no uso mais eficiente da gua. Incentivos de conservao da gua so: a educao pblica, as campanhas, a estrutura tarifrias, os regulamentos que motivam o consumidor a adotar as medidas especficas conforme Vickers, 2001. Como exemplo, o uso de uma bacia sanitria para 6 litros/descarga, trata-se de uma medida de tecnologia e a mudana de comportamento para que o usurio da bacia sanitria no jogue lixo na mesma, uma medida prtica. Os incentivos na conservao da gua so as informaes nos jornais, rdios, televises, panfletos, workshops, etc, mostrando como economizar gua. Uma tarifa crescente incentiva a conservao da gua, um pagamento de uma parte do custo de uma bacia sanitria (rebate em ingls) incentivo para o uso de nova tecnologia, como a bacia sanitria com 6 litros/descarga. Os regulamentos de instalaes prediais, cdigos, leis so incentivos para que se pratique a conservao da gua. O aumento da eficincia do uso da gua ir liberar os suprimentos de gua para outros usos, tais como o crescimento da populao, o estabelecimento de novas indstrias e a melhora do meio ambiente. A conservao da gua est sendo feita na Amrica do Norte, Europa e Japo. As principais medidas so o uso de bacias sanitrias de baixo consumo, isto , 6 litros por descarga; torneiras e chuveiros mais eficientes quanto a economia da gua; diminuio das perdas de gua nos sistemas pblicos de maneira que o tolervel seja menor que 10%; reciclagem; reso da gua e informaes pblicas. Porm, existem outras tecnologias no convencionais, tais como o reso de guas cinzas, muito usado na Califrnia, e o aproveitamento de gua de chuva. 1.4. Mercado da gua de reso McCormick, 1999 in Tsutiya et al, 2001, apresenta a proposta de diviso das guas de reso em trs categorias conforme a qualidade da mesma: 1. Efluentes secundrios convencional: a gua de reso restrito a aplicaes agrcolas e comerciais onde no existe possibilidade de contato humano direto com a gua de reso. 2. gua de reso no potvel: o efluente secundrio de alta qualidade, tais como efluente de reatores de membranas, filtrado e desinfetado com UV, cloro, oznio, ou outro processo. 3. gua de reso quase potvel: a gua de reso no potvel tratada com osmose reversa ou nanofiltrao para remoo dos contaminantes qumicos, orgnicos e inorgnicos. o mesmo que reso potvel indireto. McCormick, 1999 apresenta a seguinte Tabela (1.1) onde existem 4 categorias, sendo a categoria 4 para gua potvel. A categoria 2 onde existe contato com pessoas a mais usada em irrigao de jardins, parques e descargas em bacias sanitrias, observando-se que a turbidez dever ser menor que 2 uT, ausncia de coliformes fecais e DB05 < 10mg/L. A Tabela (1.1) foi feita por dois grandes especialistas dos Estados Unidos que so Slawomir W. Hermanowicz e Takashi Asano.
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Tabela 1.1- Principais mercados para gua de reso e nveis de qualidade de gua estipulados para cada mercado (Hermanowitcz e Asano, 1999)
Padro de qualidade da gua de reso Categoria 1 Mercado Exemplo de aplicao
Filtrao, desinfeco: DBO5 < 30mg/L TSS< 30mg/L Coliformes fecais <200mL/100mL Cloro residual livre: 1 mg/L pH entre 6 e 9
Irrigao de reas com acesso restrito ou controlado ao pblico Produo agrcola de produtos no destinados ao consumo humano ou consumidos aps processamento que elimine patgenos Uso recreacional sem contato direto com a gua Uso industrial
Campo de golfe, cemitrios, reservas ecolgicas pouco freqentadas; Reflorestamento, pastos, produo de cereais e oleaginosas. Rios e lagos no utilizados para natao
Categoria 2
Filtrao, desinfeco: DBO5 < 10mg/L Turbidez <2 uT Coliformes fecais ausentes em100mL Cloro residual livre: 1 mg/L pH entre 6 e 9
Uso urbano sem restries Produo agrcola de alimentos Uso recreacional sem restries Melhoramento ambiental
Irrigao de parques, playgrounds e jardins escolares. gua para sistemas de hidrantes, construo civil e fontes em praas publica. Usos residenciais: descarga de vasos sanitrios, gua para sistemas de ar condicionado. Produtos agrcolas cultivados para consumo humano na forma crua ou sem cozimento. Lagos e rios para uso recreacional sem limitao de contato com a gua. Alagados artificiais, perenizao de rios e crregos em reas urbanas. Reso potvel indireto, barreiras contra intruso de guas salinas em aqferos, maioria dos usos residenciais 0 banho, lavagem de roupa e utenslios de cozinhas, etc). Reso potvel
Reso direto
McCormick, 1999 mostra a Tabela (1.2) onde temos gua potvel, gua no potvel e gua quase potvel em uma residncia. Observar que o termo quase potvel no muito usado no Brasil e nem aplicado. Poucas pessoas tomariam banho e lavariam os utenslios de cozinhas com uma gua quase potvel. Observar tambm que somente 7% da gua necessrio em uma residncia para que seja realmente potvel. Tabela 1.2- Categorias de consumo de gua domstico e nvel de qualidade de gua para cada categoria (Cieau, 2000) Uso Percentual Qualidade
Bebida Preparo de alimentos Lavagem de utenslios de cozinha Lavagem de roupas Bacia sanitria Banho Outros usos domsticos Lavagem de carro/rega de jardim, etc;
Fonte: Tsutiya, et al, 2001.
Potvel potvel Quase potvel Quase potvel No potvel Quase potvel Quase potvel no potvel
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1.5 Mdia de consumo de uma casa Segundo Vickers, 2001 a mdia de consumo interno de uma casa est na Tabela (1.3) onde observamos que o ponto da casa de maior consumo a bacia sanitria com 27%, seguido pela lavagem de roupa que 22%. As torneiras so no total 16% e so fundamentalmente duas: pia da cozinha e lavatrio do banheiro. No esto inclusos os consumos de gua dos gramados, lavagens de carros, etc.
Tabela 1.3 - Mdia de consumo de gua interno de uma casa nos Estados Unidos
Tipos de usos da gua Descargas na bacia sanitria Chuveiro Lavagem de roupa Vazamentos em geral Lavagem de pratos Consumo nas torneiras Outros Total Fonte: adaptado de Vickers, 2001 Porcentagem 27% 17% 22% 14% 2% 16% 2% 100% Consumo residencial no Brasil supondo mdia mensal de 160 litros/dia x habitante (litros) 43 27 35 22 3 26 3 160
Pela Tabela (1.3) podemos verificar que os volumes internos de gua no potvel que pode ser usado somente o gua destinada para bacias sanitrias, que 27% do consumo. Conclumos ento que para o consumo interno de uma casa podemos usar somente 27%, ou seja, 43 litros/dia x habitante. Assim uma casa com 5 habitantes poderemos reaproveitar para reso a quantia de 215litros/dia: 5hab x 43 litros/dia x hab= 215 litros/ dia 1.6 Quanto podemos reaproveitar de guas cinzas numa casa? importante termos uma idia da gua que pode ser usada pelo reso dentro de uma casa, conforme Tabela (1.4).
Tabela 1.4 - Volume de esgotos sanitrios que se pode aproveitar para as guas cinzas
Tipos de usos da gua Chuveiro Lavagem de roupa Consumo nas torneiras (consideramos somente a torneira do lavatrio no banheiro) Total Porcentagem 17% 22% 8% 47% 75 Consumo residencial no Brasil supondo mdia mensal de 160 litros/dia x habitante (litros) 27 35 13
Pela Tabela (1.4) podemos aproveitar somente 75 litros/dia por habitante para o guas cinzas, ou seja, 47%. Observar que podemos utilizar na bacia sanitria somente 43litros/dia x habitante, havendo, portanto um saldo que no sabemos o que fazer. Estudo de casa: casa maior que 300m2 com jardim Uma casa com rea construda igual ou maior que 300m2 e 500m2 de rea de gramado. Consumo interno= 3,5 pessoas/casa x 30 dias x 160 litros/dia x pessoa= 16.800 litros. Jardim: 2 litros/m2 x rega Rega de duas vezes por semana Consumo no jardim mensal= 2 litros/m2 x 8= 16 litros/m2 rea de jardim= 500m2 Consumo= 500m2 x 16 litros/m2= 8000 litros/ms Consumo por semana= 8000litros/4= 2000 litros/semana Para as guas cinzas vo 47% do consumo da casa, ou seja: 0,47 x 16800 litros= 7.896 litros/ms Por semana= 7.896litros/ms /4 = 1974 litros/semana GW= 1974 litros/semana Grama tipo bermuda com coeficiente de cultura Kc= 0,5
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ETo= 35mm/semana LA= GW / (ETo x Kc)= 1974/ (35 x 0,5)= 113m2 Portanto, usando as guas cinzas, somente ser irrigado 113m2, necessitando outra fonte de abastecimento para rega do restante para completar os 500m2 de jardim. 1.7 Normas da ABNT A NBR 5626/ 1998 de Instalao predial de gua fria. Ela prev no item 1.2 que pode ser usada para gua potvel e no potvel. Prev ainda no item 5.2.1.3 que as instalaes devem ser independentes e que a gua no potvel pode ser usada em descarga em bacias sanitrias, mictrios e combates a incndio e para outros usos onde os requisitos de potabilidade no se faa necessrio. necessrio que as normas de Instalaes de gua Fria sejam revisadas, devendo obrigatoriamente os edifcios terem dois reservatrios: um para gua potvel e outro para gua no potvel. 1.8 Reso Definio: reso o aproveitamento da gua previamente utilizada uma ou mais vezes, em alguma atividade humana, para suprir a necessidade de outros usos benficos, inclusive o original. Pode ser direto ou indireto, bem como decorre de aes planejadas ou no (Lavrador Filho, 1987 in Mancuso, 2003). A Resoluo n 54 de 28 de novembro de 2005, publicado em 9 de maro de 2006, estabelece diretrizes para reso direto no potvel de gua e estabelece algumas definies importantes: gua residuria: esgoto, gua descartada, efluentes lquidos de edificaes, industriais, agroindstrias e agropecurias, tratadas ou no. Reso da gua: utilizao de gua residuria. gua de reso: gua residuria, que se encontra dentro dos padres exigidos para sua utilizao nas modalidades pretendidas. Reso direto das guas: uso planejado de gua de reso, conduzida ao local de utilizao, sem lanamento ou diluio prvia em corpos hdricos superficiais ou subterrneos. Reso potvel indireto: caso em que o esgoto, aps tratamento disposto na coleo de guas superficiais ou subterrneas para diluio, purificao natural e subsequente captao, tratamento e finalmente utilizado como gua potvel, conforme Mancuso et al, 2003. O reso direto pode ser para fins: urbanos, agrcolas, ambientais, industriais e aquicultura. A resoluo prev que a atividade de reso de gua deve ser informado ao orgo gestor dos recursos hdricos: identificao, localizao, finalidade do reso, vazo, volume dirio de gua de reso produzida, distribuda ou utilizada. O reso pode ser: urbano ou rural Nos dedicaremos ao reso urbano somente. O reso urbano pode ser: local ou regional O reso urbano local feito no prprio local onde so gerados os esgotos. Assim, o uso do guas cinzas ou fossa sptica (tratamento biolgico) um reso local. Reso local Estudo de caso: Empresa de nibus de Guarulhos localizada no Bairro do Taboo reciclava a gua aps a lavagem dos nibus em caixas de deposio de sedimentos e retirada de leos. O reaproveitamento era de 80%. A gua de make-up era introduzida, ou seja, os 20% restantes. O leo ficava na parte superior e semanalmente era retirado por uma empresa. Postos de gasolina e lava-rpidos podem tambm reciclar a gua. 1.9 Reso de esgotos sanitrios urbanos regionais O reso dos esgotos sanitrios urbanos que saem de uma Estao de Tratamento de Esgotos Esgotos Sanitrios pblicas no so destinados a serem transformados em gua potvel. Geralmente so feitos em lugares onde h problemas de recursos hdricos e existncia de indstrias para consumirem a gua no potvel. Nos Estados Unidos os locais onde mais se faz o reso dos esgotos sanitarios so: Texas, Flrida e Califrnia.
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1.10 Onde usar a gua de reso dos esgotos sanitrios? Os usos mais comuns esto na Figura (1.1) que mostram seis usos: Reso para uso industrial Reso para uso agrcola Reso para o meio ambiente Recarga de aquferos subterrneos Reso para uso recreacional Reso urbano. 1.11 Reso para uso industrial A demanda do uso industrial situa-se em torno de 8% no Brasil Muitas indstrias no precisam de gua potvel, sendo que uma gua de reso pode ser usada sem problemas. As indstrias devero estar prximas das estaes de tratamento de esgotos para diminuir os custos e deve, logicamente, haver uma quantidade de indstrias onde compense fazer os investimentos necessrios. Na Tabela (1.7) apresentamos algumas exigncias nas indstrias em vrios estados americanos, segundo USEPA. Tabela 1.5 - Reso nas indstrias
Fonte: USEPA
1.12 Reso para uso agrcola A agricultura consome de 60% a 70% do consumo total da gua doce. No Brasil no costume usar a gua de esgotos tratada para uso agrcola, o que no acontece com o Mxico. 1.13 Reso para o meio ambiente As guas de esgoto tratado podem ser usadas em wetlands artificiais. 1.14 Recarga de aquferos subterrneos Uma maneira evitar a intruso salina que usado geralmente em litorais. As outras maneiras de recarga so para armazenar as guas de esgotos tratadas para futuro uso ou para controlar a subsidncia, isto , o abaixamento do solo. Existem trs modalidades, conforme Figura (1.2): Bacia de infiltrao Poo de infiltrao que fica na regio no saturada Poo tubular que atinge a regio saturada e de preferncia um aqfero confinado.
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Figura 1.2 - Infiltrao de esgotos tratados em bacia de infiltrao, poo tubular em zona aerada e em zona saturada.
Asano, 2001 que a gua de reso para ser usada nas guas subterrneas apresenta 3 classes de constituintes que devem ser estudados: 1. Virus entricos e outros patgenos emergentes. 2. Constituintes orgnicos que inclui produtos industriais e farmacuticos. 3. Sais e metais pesados. Asano, 2001 alerta ainda quando aos produtos qumicos que produzem disruptores endcrinos e a existncia de antibiticos resistentes achados na gua. 1.15 Reso para uso Recreacional Os esgotos tratados podem ser usados em lagoas para uso de pesca, barcos, etc. 1.16 Reso Urbano O reso urbano dos esgotos tratados podem ser usados em praas pblicas, jardins, etc. Pode ser feito um sistema dual de distribuio como a cidade de So Petersburg, na Flrida, que usa a gua de esgotos tratada desde 1977 com sucesso, havendo uma diminuio no consumo de gua potvel. Pode ser usada para irrigar jardins de cemitrios, grandes parques, etc. Na Tabela (1.6) temos algumas exigncias de vrios estados americanos para o tratamento avanado e se faz a diluio do efluente em um curso de gua, onde haver coleta de gua para tratamento completo.
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Fonte: USEPA
1.17. Nveis de Tratamento de esgotos sanitrios municipais O tratamento dos esgotos uma combinao de trs processos conforme Naes Unidas, 2007: Processos fsicos: as impurezas so removidas por peneiramento, sedimentao, filtraao, flotao, absoro ou adsoro ou ambas e centrifugao. Processos qumicos: as impurezas sao removidas quimicamente atravs da coagulao, absoro, oxido-reduo, desinfeo e e troca inica. Processos biolgicos: os poluentes sao removidos usando mecanismos biologicos, como tratamento aerbico, tratamento anaer[obico e processo de fotossntese, como nas lagoas.
Figura 1.3- Alternativas para reso dos esgotos sanitarios de uma cidade Fonte: Borrows, 1997
O tratamento dos esgotos est assim dividido conforme Figura (1.3): tratamento preliminar, tratamento primrio, tratamento secundrio, tratamento tercirio ( avanado).
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1.18 Tratamento preliminar O tratamento preliminar consiste basicamente em remoo de slidos de tamanho grande e partculas de detritos: 1. Gradeamento 2. Remoo de areia 3. Caixa de reteno de leo e gordura 4. Peneiras Nada mais que o gradeamento para remover os objetos flutuantes de grandes dimenses, mas evitando que os slidos se depositem. feita tambm a remoo fsica da areia e partculas slidas atravs de deposio, telas ou flotao. A remoo de DBO desprezvel no tratamento preliminar. A velocidade do fluxo , em geral, menor que 0,3m/s. 1.19 Tratamento primrio O tratamento primrio consiste basicamente remoo de slidos em suspensos: 1. Decantao primria ou simples 2. Precipitao qumica com baixa eficincia 3. Sedimentao 4. Flotao por ar dissolvido 5. Coagulao e sedimentao A reduo da DBO no tratamento primrio muito baixa variando de 30% a 40%. O tratamento primrio consiste tambm em digestores para tratamento do lodo removido e desidratao do lodo. Os tanques spticos so um tratamento primrio. 1.20 Tratamento secundrio tratamento biolgico e remoo dos poluentes biodegradveis. Remove matria orgnica dissolvida e em suspenso. A DBO removida quase totalmente. Dependendo do sistema adotado, as eficincias de remoo so altas. Os processos de tratamento secundrio, conforme Nunes, 1996 so: Processo de lodos ativados Lagoas de estabilizao Sistemas anaerbicos com alta eficincia Lagoas aeradas Filtros biolgicos Precipitao qumica com alta eficincia a fase do tratamento biolgico. H introduo de ar e se acelera o crescimento de bactrias e outros organismos para consumir o restante da matria orgnica. Aps o tratamento secundrio, cerca de at 98% do DBO foi removida. Depois pode ser usado desinfeco com cloro ou ultravioleta. 1.21 Tratamento tercirio e avanado O tratamento tercirio consiste basicamente na remoo de poluentes especficos como nitrognio, fsforo, cor, odor: 1. Coagulao qumica e sedimentao 2. Filtros de areia 3. Adsoro em carvo ativado 4. Osmose reversa 5. Eletrodilise 6. Troca inica 7. Filtros de areia 8. Tratamento com oznio 9. Remoo de organismos patognicos 10. Reator com membranas O tratamento tercirio vai remover o que restou dos slidos em suspenso, da matrias orgnica, do nitrognio, do fsforo, metais pesados e bactrias. usado quando o tratamento secundrio no consegue remover nitrognio, fsforo, etc. Comumente faz-se coagulao e sedimentao seguido de desinfeco. Geralmente usado quando pode haver contato das guas de reso com o seres humanos.
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Confiabilidade A USEPA, 2004 salienta a importncia de uma unidade de tratamento para reso enfatizando oito regras gerais que so: 1. Duplicar as fontes de energia eltrica. 2. Quando houver queda de energia imediatamente dever entrar a fonte alternativa. 3. Usar mltiplos unidades e equipamentos 4. Fazer um reservatorio de armazenamento de emergncia 5. O sistema de tubulaes e bombeamento dever ser flexvel para mudanas de emergncia 6. Sistema de clorao duplo 7. Controle automtico dos resduos 8. Alarme automtico Enfatiza ainda: 1. Qualificao de pessoal 2. Programa efetivo de monitoramento 3. Programa efetivo de manuteno e operao Avaliaes para escolha do tratamento adequado City Hollister, 2005 para apreciaao das alternativas para a escolha do tratamento de esgoto adequado montou os seguintes fatores: Gerenciamento do efluente do tratamento de esgotos Fora do tratamento, isto , as varias variveis que podem mudar no tratamento. Confiabilidade no processo de tratamento de esgotos O tratamento tem ser facil de ser operado O tratamento de esgoto tem que ser flexibilidade Temos que verificar o espao disponvel Temos que saber onde vamos dispor os resduos do tratamento Temos que ver os problemas de odores Cuidar dos aspectos estticos Verificar os custo de implantao e de manuteno e operao Verificar as leis existentes sobre a disposiao do efluente Facilidade ou dificuldade de ser aprovado pelos orgos ambientais. Ainda segundo City Hollister, 2005 os critrios de um projeto de uma estaao de tratamento de esgotos so: O processo de tratamento deve minimizar os odores. O processo de tratamento deve minimizar os ruidos durante a construao e durante a operaao dos equipamentos. A desidratao do lodo dos esgotos e as instalaes que serao usadas no devem ser esquecidas. Os processos devem ter um longo tempo de reteno para estabilizar o lodo. O nitrognio um fator importante para a remoo.
Standards dos efluentes Vamos analisar alguns standards de alguns pases para se ver eficincia do sistema MBR.
Tabela 1.10- Alguns standards de alguns pases para tratamento municipal de esgotos
Parmetros
DBO5,20 NT PT
Europa EC-1998
25mg/L 10 a 15mg/L 1 a 2 mg/L
Alemanha (2002)
15 a 40 mg/L 13 a 18mg/L 1 a 2mg/L
China
30a 80mg/L
USA
< 1mg/L 1mg/L 0,1
Austrlia
<5mg/L <3 <0,1mg/L
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1.23 Riscos sade pblica Um dos grandes perigos do reso para a sade pblica quando no se faz o tratamento e a desinfeo, podendo ocasionar doenas como: clera, febre tifoide, disenteria, helmintos. Infelizmente alguns pa[ises no mundo usam os esgotos sem tratamento na agricultura. Alguns dos patgenos que se podem encontrar num esgoto bruto so os seguintes: Tabela 1.9- Exemplos de patgenos associados a esgotos municipais Protozorio Giardia lamblia, Crysptosporidium sp Helmintos Ascaris, Toxocara, Taenia, ancylostoma Virus Hepatite A, Rotavirus, Enteroviroses Doenas causadas por Salmonella sp, Vibrio cholerae, Legionellacease bactrias
Fonte: Naes Unidas, 2007
Desinfeco O objetivo da desinfeco matar ou inativar os microorganismos patognicos, vrus e parasitas da gua de esgotos tratadas. Comumente a desinfeco se utiliza de fortes oxidantes como o cloro, oznio, bromo, mas todos eles no deixam inativo os ovos de helmintos, conforme Naes Unidas, 2007. Cloro: o mais usado desinfetante, mas a presena de slidos em suspenso, matrias orgnica ou amnia na gua causam problemas para a sua eficincia. Os slidos em suspensos agem como um escudo para os microorganismos que se protegem do cloro. O cloro pode ter alguns efeitos negativos em certas irrigaes de determinadas culturas e em ambiente aqutico. A retirada do cloro, ou seja, a declorao um processo muito caro para ser usado no reso. Ultravioleta: a radiao UV inativa o microorganismo para reproduo e no cria subproduto. Oznio: um timo desinfetante, mas caro. Devemos ter um tempo correto de contato e uma concentrao adequada de oznio. Deve ser estudado para cada caso qual a melhor soluo. Ovos de Helmintos: os ovos de helmintos possuem dimetro que varia entre 20 m a 80m, densidade relativa entre 1,06 a 1,15 e altamente pegajoso. Somente podem ser inativos com temperaturas acima de 40C. Os processos de coagulao, sedimentao, floculao removem os ovos de helmintos.
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1.24 Rede dual Na cidade de So Petersburgo, na Flrida, existem duas redes: gua potvel e gua no potvel, conforme Figuras (1.15) e (1.16).
A gua no potvel provm do tratamento de esgotos sanitrios e se destina somente a rega de jardins pblicos e gramados privados. Funciona desde 1977. O sistema dual diariamente supre mais de 75.600m3/dia (875 L/s). Na Califrnia 63% do volume de guas de esgotos tratados so usadas na agricultura. Na Tabela (1.8) esto os volumes de esgotos tratados e usados na agricultura nos estados da Califrnia e Flrida. Tabela 1.10 - Volume de esgotos aproveitado na agricultura Estados Volume anual de esgotos tratados que vo para a agricultura Califrnia 6,6m3/s Flrida 3,9m3/s Quando h tratamento e desinfeco das guas cinzas, pode ser feita irrigao com a mesma. A rede dual para transporte de gua de reso geralmente de plstico classe 15 ou classe 20 com coeficiente de rugosidade C=130, dependendo da presso a que se destina. Nos Estados Unidos para irrigao de jardins, lavagem de carros e caladas se usam presso mnima de 35mca, entretanto as presses geralmente atingem um mnimo de 21m conforme Asano, 1998 1.25 Guia para reso da gua da USEPA A USEPA apresenta nas Tabelas (1.9) e (1.10) com orientaes para as vrias modalidades de reso. Por exemplo, para reso urbano necessitamos de tratamento secundrio, filtrao e desinfeco. Os parmetros como pH, DBO, uT, cloro e coliformes fecais devem ser monitorados com espaamentos variados.
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Tabela 1.9 - Orientaes para reso da gua da USEPA Tipo de reso Tratamento Parmetros Monitoramento pH de 6 a 9 Mensal Secundrio DBO 10mg/L Semanal Reso Urbano Jardins, lavagens de Filtrao 2 uT Continuadamente
veculos Descarga em bacias sanitrias
Desinfeco
Coliformes fecais no detectveis Cloro residual mnimo de 1mg/L pH de 6 a 9 DBO 30mg/L 30mg/L TSS 200 Coliformes fecais coli Cloro residual mnimo de 1mg/L
Secundrio Desinfeco
Tabela 1.10- continuao- Orientaes para reso da gua da USEPA Tipo de reso Tratamento Parmetros Monitoramento pH de 6 a 9 Semanalmente Secundrio DBO 10mg/L Semanal Recreacional (contato acidental Filtrao 2 uT Continuadamente
parcial ou total na pesca ou velejamento)
Desinfeco
Coliformes fecais no detectveis Cloro residual mnimo de 1mg/L DBO 30mg/L 30mg/L TSS 200 Coliformes fecais coli Cloro residual mnimo de 1mg/L
Paisagismo
(locais onde o pblico tem contato)
Secundrio Desinfeco
Secundrio Desinfeco
200 Coliformes fecais coli Cloro residual mnimo de 1mg/L Uso Industrial
(once through cooling)
Secundrio Desinfeco
DBO 30mg/L 30mg/L TSS 200 Coliformes fecais coli Cloro residual
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mnimo de 1mg/L pH de 6 a 9 Uso Industrial Secundrio Desinfeco Coagulao qumica e filtrao DBO 30mg/L Semanal.
30mg/L TSS 200 Coliformes fecais coli Cloro residual mnimo de 1mg/L pH de 6 a 9
Uso ambiental
(uso em wetlands, alagados, vrzeas e despejos em crregos
Secundrio Desinfeco
DBO 30mg/L 30mg/L TSS 200 Coliformes fecais coli Cloro residual mnimo de 1mg/L
Continuadamente
1.26 Estado de New Jersey O Estado de New Jersey, 2005 recomenda se utilizar do esgoto sanitrio tratado somente a partir da vazo > 4,4 L/s (380m3/dia) Recomenda ainda que se o reso for usado em reas pblicas Tipo I, isto , aquelas em que o pblico pode ter contato com a gua, deve seguir o seguinte: Desinfeco com 1,0mg/l de cloro com tempo de contato mnimo de >15mim; Se usar desinfeco coml Ultravioileta a dosagem mnima deve ser de 100 mJ/cm2 e neste caso uT<2; Pode tambm ser usado oznio; Os coliformes fecais < 14 /100mL O slido total em suspenso TSS < 5mg/L O nitrognio total (NO3 + NH3) 10mg/L No pode ser irrigado mais de 50mm/semana. 1.27 Estado da Gergia O Estado da Gergia recomenda que o uso das guas de esgotos tratadas (reso) deve obedecer no mnimo: Turbidez 3 uT DBO5 5 mg/L TSS 5mg/L Coliformes fecais 23/100mL pH entre 6 a 9 O desinfetante deve ser detectvel em qualquer ponto. 1.28 Estado da Flrida Em lugares onde ser usada a gua de reso para descargas em vasos sanitrios, se recomenda que; Aplicado a hotis, motis, prdios de apartamentos e locais onde o usurio no tem acesso ao sistema predial de instalaes para reparos e modificaes. No pode ser usado em residncias onde o usurio pode ter interferncia nas instalaes prediais. A gua de reso dever ter cor azul. As tubulaes devero ter cor vermelha.
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1.29 Estado do Texas A gua de reso para descarga em bacias sanitrias deve ter segundo NRRI 97-15 do Estado do Texas: DBO5 5 mg/L Coliformes fecais 75/100mL Cor azul da gua Anlise uma vez por semana Caso a gua fique armazenada mais de 24h dever ser desinfetada. Para irrigao de gramado, isto , paisagismo exigido: DBO5 10 mg/L Turbidez 3uT Coliformes fecais 75/100mL Anlise uma vez por ms Caso a gua fique armazenada mais de 24h dever ser desinfetada. No Estado do Texas proibida a irrigao com gua de esgotos bruta, isto , sem tratamento. necessrio autorizao dos rgos de sade quando as guas cinzas tem vazo maior ou igual 0,2 L/s (17m3/dia) 1.30 Uso da gua de reso A gua de reso pode ser usada em; Fontes decorativas Lagos para enfeite Incndio Lavagem de ruas 1.31 Padres de qualidade da gua para Reso No existe legislao brasileira quanto ao reso, entretanto o Sinduscon- So Paulo, 2005 definiu 4 classes de gua para reso. gua de Reso Classe 1 So para guas tratadas, destinadas a edifcios em descargas de bacias sanitrias, lavagem de pisos, chafarizes, espelhos de gua, lavagem de roupas, lavagem de veculos, etc conforme Tabela (1.12).
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gua de Reso Classe 2 So para guas tratadas destinadas a construo de edifcios como lavagem de agregados, preparao de concreto, compactao de solo, controle de poeira, conforme Tabela (1.12). Tabela 1.12 - gua de reso classe 2
gua de Reso Classe 3 So para guas tratadas destinadas a irrigao de reas verdes e rega de jardins, conforme Tabela (1.13). Tabela 1.13 - gua de reso classe 3
gua de Reso Classe 4 So para guas tratadas destinadas a resfriamento de equipamentos de ar condicionado e com gua a ser usada em torres de resfriamento com recirculao e sem recirculao, conforme Tabela (1.15).
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1.32 Normas da ABNT A norma NB-570 de maro de 1990 trata sobre o Projeto de Estaes de Tratamento de Esgotos Sanitrios, porm desconhecemos normas para estaes de tratamento fsico-qumico de efluentes industriais. 1.33 Custos O custo de gua de reso para maro de 2005 segundo Hespanhol e Mierzwa, 2005 R$ 1,80/m3. Os custos das estaes de tratamento de esgotos esto na Tabela (1.15). Tabela 1.15 - Custos de Estaes de Tratamento em dlares americanos por habitante. Estao de Tratamento de Esgotos Custo (US$ /habitante) Lodo ativado 68 Lagoa de estabilizao 29 Reatores UASB com ps-tratamento 23
1US$= R$ 2,20 setembro de 2006
Segundo Asano, 2001 os custos variam numa faixa muito grande. Por exemplo, na Califrnia o custo da gua de reso provindo dos esgotos sanitrios de US$ 0,50/m3 que muito grande para ser usado na agricultura, mas entretanto pode ser usado em rega de gramados e campos de golfe e praas pblicas. H uma idia errada de que a gua de reso sempre mais barata que a gua potvel. A Califrnia usa para amortizao de capital o prazo de 20anos. Na cidade de Fukuoka no Japo sempre citada nestes assuntos de reuso o custo da gua de reso de US$ 2,00/m3 enquanto que a gua potvel US$ 1,9/m3. O custo para o consumidor na mesma cidade US$ 3,0/m3 para a gua de reso e US$ 3,7/m3 para a gua potvel. No Japo usado 20anos como tempo de amortizao de capital.
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1.34 Sewer Mining Sewer Mining o processo de extrair esgotos de um sistema de esgotos podendo ser antes ou depois da estao de tratamento e depois trat-lo com processos fsicos, qumicos ou biolgico, para produzir esgoto de reso reciclvel para um fim especifico. O rejeito do esgotos do sewer mining so em geral descartados introduzindo novamente na rede pblica de esgotos. Trata-se de reso de esgotos para uso como gua no potvel. Tem sido muito aplicado na Austrlia na cidade de Sydnei efetivamente desde o ano 2006. O objetivo do sewer mining a reciclagem do esgotos, possibilitando que mais usurios possam usar a gua potvel dos servios pblicos.
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1.35 Bibliografia e livros consultados. -ABNT NB- 570/1990 - Projeto de estaes de tratamento de esgoto sanitrio. 11pginas. -ABNT NBR 5626/1998 - Instalaes prediais de gua fria, 41pginas. -ASANO, TAKASHI. Water from (wastewater- the dependable water resource). Lido em Stockholm Water Prize Laureate Lecture em 2001, Sweden. Professor do Departamento de Engenharia Civil da Universidade de Davis na Califrnia. -ASANO, TAKASHI. Watewater reclamation and reuse. Technomic, 1998, 1528 p. ISBN 1-56676-620-6 (Volume 10). -BORROWS, JOHN. Water Reuse: considerations for commissions. The National Regulatory Research Institute. Ohio, june, 1997, acessado em 15 de junho de 2006. -CICEK N. A review of membrane bioreactors and their potencial application in the treatment of agricultural waster. University of Manitoba, Winnipeg, Canada, 2003. -CIEAU: http://www.cieau.com/ . Pgina francesa de informao com dados sobre consumo de gua. -CITY OF HOLLISTER. Long-Term Wastewater Management Program for the dWTP and WTP. December, 2005 -ESTADO DA CALIFORNIA. California Code of Regulation (CCR) chapter 62-610 Title 22, 1978 e 2004. Reuse of Reclaimed water and land applications. -ESTADO DA GEORGIA. Guidelines for Water Reclamation and Urban Water Reuse. 20 de fevereiro de 2002. -ESTADO DE NEW JERSEY. Reclaimed Water for beneficial Reuse- A NJDEP Techical Manual. Janeiro de 2005. -FETTER, C.W. Applied Hydrologeology. 3a ed. Prentice Hall, 1994, ISBN 0-02-336490-4, 691pginas. -JORDO, EDUARDO PACHECO e PESSA, CONSTANTINO ARRUDA. Tratamento de Esgotos Sanitrios. 4 ed. 2005, 906pginas. -MANCUSO, PEDRO CAETANO SANCHES et al. Reso de gua. USP, 2003, 579pginas, ISBN 85-204-1450-8. -MIERZWA, JOSE CARLOS e HESPANHOL, IVANILDO. gua na indstria- uso racional e reso. ISBN 8586238-41-4 Oficina de Textos, 143pginas. -MIERZWA, JOS CARLOS. O uso racional e o reso como ferramentas para o gerenciamento de guas e efluentes na indstria. So Paulo, EPUSP, 2002, Tese de Doutoramento, 399pginas. -NATIONAL REGULATORY RESERCH INSTITUTE (NRRI). Water Reuse.- considerations for commissions, junho de 1997, Ohio University.- Johhn D., Borrows e Todd Simpson. NRRI 97-15, 127pginas. -NUNES, JOS ALVES. Tratamento fsico-qumico de guas residurias Industriais. 1996, 277pginas. -SINDUSCON-SP. Conservao e Reso da gua em edificaes. So Paulo, 2005, 151pginas. -TOMAZ, PLNIO. Conservao da gua. Editora Parma, Guarulhos, 1999, 294 p. -TOMAZ, PLNIO. Economia de gua. So Paulo, Navegar, 2001, 112p. ISBN 85-87678-09-4. -TOMAZ, PLNIO. Previso de consumo de gua. So Paulo, Navegar, 2000, 250 p. ISBN: 85-87678-02-07. -TSUTIYA, MILTON TOMOYAUKI e SCHNEIDER, REN PETER. Membranas filtrantes; para o tratamento de agua, esgoto e gua de reso. ABES, 2001, 234p. -UNEP (UNITED NATIONS ENVIRONMENT PROGRAME). Water and wastewater reuse- a environmentally sound approach for sustainable urban water management. In Colaboration with Japan, 2007. -USEPA (U.S. ENVIRONMENTAL PROTECTION AGENCY). Guidelines for Water Reuse. EPA/625/R-04/108 setembro de 2004 acessado em 15 de junho de 2006 http://www.epa.gov/ -VICKERS, AMY. Handbook of Water use and conservation. Waterflowpress, 2001,446pginas, ISBN 1-93157907-5 www.nrri.ohio-state.edu -YAMAGATA, HIROKI E OGOSHI, MASASHI. On-site insight into reuse in Japan. Jornal Water21. IWA (International Water Association)
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Captulo 02
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Capitulo 02- Membrane Bioreator (MBR) Combinando a tecnologia de membranas com tratamento de esgotos foi desenvolvido nos ltimos 10 anos os bioreatores com membranas que conhecido como o sistema MBR (membrane bioreator) conforme Figura (2.4). Assim num sistema de lodo ativado podemos introduzir as membranas e se obter melhores resultados e sistema mais compactado conforme Figura (2.5).
Figura 2.5- Acima temos o tratamento convencional de lodo ativado e abaixo a introduo de membranas como bioreator denominado de MBR. Fonte: Roger Babcock, 2005 WaterReuse Conference
At o presente o tratamento por lodo ativado era considerado o melhor de todos, mas as membranas introduzidas no processo melhoraram ainda mais a qualidade do efluente tendo sido criado o sistema MBR que o verdadeiro State of Art do tratamento de esgotos. Observar que o sistema MBR pode ser introduzido em reatores anaerobios de fluxo ascendente tambm com sucesso. o que se chama de retrofit. Basicamente num tratamento de esgotos queremos trs fatores fundamentais conforme City of Hollister, 2005: 1. O tratamento deve ser feito para o reso ou reciclagem da gua. 2. O tratamento deve obedecer aos limites impostos pelo nitrato. 3. O tratamento deve ser compatvel com o futuro para remover os slidos dissolvidos. Conforme as Naes Unidas, 2007 com as membranas de filtrao podemos obter uma alta qualidade da gua de esgoto ou da dessalinizaao das guas do mar e das guas salobras.O objetivo do nosso estudo somente do reso de guas de esgotos domsticos municipaIS que pode estar incluso um pouco de esgoto industrial. O esquema geral de um tratamento com MBR est na Figura (2.6) e as membranas podem estar submersas dentro do reator ou externas, isto , separadas do reator: Sistema MBR Submerso -Figura (2.6) esquerda Sistema MBR Externo - Figura (2.6) direita
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Figura 2.6- Reator submerso a esquerda e externo a direita As membranas possuem tamanho dos poros entre 0,035m e 0,4m estando entre microfiltrao e e ultrafiltrao.
Figura 2.8- Mostra as membranas com fibras ocas a esquerda e membranas planas a direita.
Fonte: TSG- making every drop count, dezembro 2005
Existem dois processos bsicos no mundo: o de fibras ocas usado pela firma Zenon e membranas planas usado pela Kubota conforme Figuras (2.8) e (2.9). Ambos so bons, mas existem algumas particularidades. A firma Zenon tem poro de 0,1m (porosidade efetiva de 0,035m e a firma Kubota tm poros de 0,4m (0,1m de porosidade efetiva). Na Zenon temos pulsao automtica e a Kubota no. Na Zenon a pulsao faz o fluxo inverter todo 10min a 15mim para evitar entupimentos. A Kubota no tem fluxo invertido e mecanismo mais simples.
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Figura 2.9- Esquemas bsicos do uso do MBR. Acima o esquema da firma Zenon (Canadense) e abaixo da firma Kubota (japonesa). Fonte: TSG- making every drop count, dezembro 2005
A Figura (2.10) mostra duas estaes compactas de tratamento de esgotos sendo uma da firma Kubota e outra Zenon.
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Na Europa o uso do Reator de Membrana (MBR) comeou em 1999 sendo que as instalaes existentes variam de 25 L/s a 210 L/s. Nos Estados Unidos praticamente o primeiro processo de Reator de Membranas foi feito em 1975 na Califrnia no Condado de Orange com uma instalao de 219 L/s usando membranas de acetato de celulose. Com o passar dos anos as membranas de acetato de celulose foram substitudas por membranas de poliamidas. As membranas de fibras ocas comearam a ser feitas nos anos 1980 e foram testadas em 1992 no Condado de Orange com sucesso. Nos Estados Unidos as instalaes de MBR variam de 41L/s a 440 L/s. O MBR no s elimina a necessidade do clarificador secundrio numa estao de tratamento por lodo ativado, como produz um efluente de alta qualidade, chegando-se a um verdadeiro State of Art dos MBR. As aplicaes de reso por MBR tem sido em: descargas de bacias sanitrias, indstrias txteis, uso no potvel, etc. As membrans so um processo em que a separao das partculas por meio determinada presso em uma dada concentrao conforme Figura (2.11). Os processos de filtrao em membranas podem ser classificados de acordo com a remoo das partculas conforme Figura (2.12): 1. Microfiltraao (MF): a membrana tem poros que variam de 0,1m a 1m de dimetro. Pode remover partculas como bactrias, cistos e oocistos. 2. Ultrafiltrao (UF): variam de 0,01 a 0,1 m e pode remover partculas e molculas grandes, incluso bactrias e virus. 3. Nanofiltraao (NF): neste caso as membranas so similares ao RO e a taxa de rejeio baixa. Entre 0,01 m a 0,001 m 4. Osmose Reversa (RO): neste caso as membranas podem rejeitar at pequenos solutos inicos tais como sais como o que esto livres na gua mineral. <0,001m
Figura 2.12- Processos de filtrao em membranas e os materiais que podem ser retidos. Fonte: Naes Unidas, 2007
A Alemanha e Austrlia usam o tratamento de lodos ativados com membranas que se chama (MBRmembrane bioreactors) para reso de esgotos. As presses aumentam na seguinte ordem: MF<UF<NF<RO
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Assim a presso para Osmose Reversa maior que a nanofiltrao, que por sua vez maior que a ultrafiltrao que maior que a microfiltrao. Na Tabela (2.7) esto as caractersticas de vrios tipos de membranas. Por exemplo, uma membrana UF a presso varia de 0,7atm a 2,0 atm ou seja, 7mca a 20mca sendo que o dimetro do poro chega at 0,1m sendo usado material polisulfona e fibras ocas com fluxo de 26 L/m2 x h a 44 L/m2xh.
Tabela 2.7-Caracteristicas importantes de membranas para aplicaes municipais. Caracteristicas MF UF MBR NF RO submersa Presso (atm) 0,32 a 1,4 0,7 a 2,0 -0,7 a -0,3 4,8 a 8,2 8,5 a 20,4 -4 Dimetro 0,1 a 0,2 0,01 a 0,1 0,0035 a 0,40 0,001 a 0,01 1 xc 10 a 1 -3 poro(m) x 10 Material Polipropileno. Polipropileno Polietileno, Acetato de Acetato de Polisulfona, Polisulfona, PVDF celulosed, celulose e Polivinillidene PVDF poliamida poliamida Fluiride aromtica aromtica (PVDF) Fluxo 2 (L/m x h) Modelos de configurao 35 a 52 Fibra oca Entrada/Saida Dentro para fora Fluxo transversal Fim de linha Osmonics, Dow, Pall, Koch, USfilter 26 a 44 Fibra oca, espiral Entrada/Saida Dentro para fora Fluxo transversal Fim de linha ]Dow, Hydranautics. Koch, Norit, Pall e Zenon 10 a 35 Fibra oca, membrana plana Entrada/Saida Fluxo transversal hibrido Fim de linha Zenon, Kubota, Mitsubishi, USfilter, Hubedr and SegherKeppel 17 a 21 Espiral Entrada e saida Fluxo transversal Dow, Filme Tec, Hydranautics, Tripsep, Osmonics, Toyobo 17 a 21 Espiral Entrada e saida Fluxo transversa Dow, Filme Tec, Hydranautics, Tripsep, Osmonics, Koch, Trisep, Toray
Operao
Firmas fornecedors
Fonte: Werf
Facilmente se consegue que o efluente tenha turbidez <0,2 uT e que a remoo de virus seja de 4log (99,99%) dependendo do dimetro nominal dos poros da membrana. Estas membranas seguramente removem os patognicos como Cryptosporidium e Giardia. Foram usados em tratamento de esgotos at 50 L/s a 116 L/s; As membranas so usadas no tratamento de lodos ativados em lugar dos clarificadores secundrios. um processo de tratamento tercirio. Devero ser estudados os custos de manuteno e operao para o bom funcionamento do sistema de tratamento de membranas devendo observar os seguintes parmetros operacionais (Tsutiya, 2001 et al). Presso de operao das membranas Perda de carga nos mdulos Fluxo do permeado e de concentrado Condutividade eltrica do permeado As Figuras (2.10) a (2.12) mostram os mdulos do chamado sistema MBR (reator em membranas). Temos a apresentao de um mdulo, a superposiao de outro mdulo e a composio com trs mdulos. A Figura (2.13) e (2.14) mostra o corte longitudinal e transversal de um sistema de lodo ativado com membranas, conhecido como MBR (reator com membranas). Trata-se de ultrafiltrao com dimetros de poros menor que 0,1m. Para uma simples casa a membrana ter rea de 6,25m2 pode tratar em mdia 0,17m3/h e no maximo 3 2,73 m /dia para as horas de pico. Normalmente as membranas podem tratar at 98,28 m3/dia (1,14 L/s) com rea de 225m2, sendo que acima de 3000m2 de membranas so introduzidos discos rotativos. A manuteno das membranas feita somente uma vez por ano, onde faz-se uma limpeza com jato de ar das membranas e se retira o lodo acumulado, que dever ser desidratado e encaminhado a um aterro sanitrio. Durante a operao introduzido sulfato frrico para diminuir a quantidade de nitrognio nos esgotos. Pode ser feito em concreto ou material plstico. A qualidade do efluente de esgotos usando reatores de membrana conforme Nocachhis et al conforme Tsutyia,2001conforme Tabela (2.8).
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Tabela 2.8- Qualidade dos efluentes de reatores de membranas Parmetro Valor DBO TSS TKN NH3 PT Turbidez (uT) Coliformes totais Coliformes fecais Virus < 2mg/L Abaixo do limite de deteco < 2mg/L <0,3mg/L <0,1mg/L < 1 uT Abaixo do limite de deteco Abaixo do limite de deteco Reduo acima de 4log e na maioria dos casos abaixo do limite de deteco
Remoo em % > 99% >99% > 96% >97% >96% >99% 100% 100% >99%
A presso de bombeamento baixo, ou seja, somente 2mca que significa baixo custo de energia eltrica na bomba. As membranas de ultrafiltrao so de material plstico denominado polisulfona (PSO). Existem outros materiais como: acetato de celuluse, polietersulfona, polipropileno, poliamida, poliacrilamida e outros Nao nos interessa os grandes tratamento de esgotos com o uso de membranas como os reatores tradicionais produzidos pela Zenon e pela Kubota. O interesse que temos para pequenas estaes de tratamento para uma casa ou centenas de casas usando reatores de membranas submersos novos. O representante das membranas fabricadas na Alemanha (Martin System do Brasil a firma Geasanevita- engenharia e meio ambiente. http://www.geasanevita.com.br localizada na av. Faria Lima, 2894 11andar conjunto 113 So Paulo Telefone 3071-1680.
t
de
Figura 2.13- Um mdulo do MBR (reator em membranas) fornecido pela firma alem SiClaro Fonte:http://www.martin-systems.de/en/produkte/downloads/Membran/siClaro-Membranfilter.pdf
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Figura 2.14- Dois modulos do MBR (reator em membranas) fornecido pela firma alem SiClaro Fonte:http://www.martin-systems.de/en/produkte/downloads/Membran/siClaro-Membranfilter.pdf
Figura 2.15- Trs mdulos do MBR (reator em membranas) fornecido pela firma alem SiClaro
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Figura 2.16- Corte longitudinal de um sistema de lodo ativado residencial com as membranas da siClaro
Fonte:http://www.martin-systems.de/en/produkte/downloads/Membran/siClaro-Membranfilter.pdf
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Figura 2.17- Corte transversal de um sistema de lodo ativado residencial com as membranas da siClaro
Fonte:http://www.martin-systems.de/en/produkte/downloads/Membran/siClaro-Membranfilter.pdf
Em instalaes acima de 139 L/s importante o uso de peneiras e tratamento primrio antes do tratamento propriamente dito. Em plantas abaixo de 22 L/s o peneiramente limpo automaticamente. Salientamos a importncia da desifeco com cloro do efluente devido a facilidade de monitoramento. O lodo estabilizado deve ser compactado antes de ir para o aterro sanitrio existindo equipamentos para isto. Vantagens do MBR O tratamento com MBR cada vez mais est diminuindo os custos das membranas e j est provado que mais eficiente que os tratamentos biolgicos. As vantagens so: Alta qualidade do efluente podendo o mesmo ser usado para resfriamento, descarga em bacias sanitrias, rega de jardins ou outro processo qualquer. Precisa de menos espao, pois, substitui o clarificador secundrio do tratamento dos lodos ativados O tempo de reteno do lodo pode ser completamente controlado. Tempo de 30 a 45h so possiveis de serem atingidos e isto aumentar a biiodegradao dos compostos resistentes e melhorar a performance da nitrificaao conforme EPA, 2004. A biomassa pode ser bem concentrada atingindo 30g/L no MBR. H uma reduo drstica do lodo. A remoo de bactrias e virus feita sem adio de produtos qumicos. O sistema MBR submerso permite que se faa um upgrade em instalaes existentes. Geralmente so MF ou UF e composta de membranas cas ou planas. A turbulncia n o exterior mantido por difuso de ar para evitar a deposio.O vcuo introduzido ao lado das membranas Desvantagens do MBR As desvantagens do MBR so: Custo alto de capital e de operao So tcnicas novas de uso de membranas para tratamento de esgotos sanitrios ainda no conhecidas, prevalecendo ento as tcnicas de conhecimento geral. Os sistemas convencionais atendem a legislao vigente. O processo MBR produz um efluente de melhor qualidade, mas em geral est acima dos padres legais.
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Custos Conforme Tsutiya, et al 2001, os reatores em membranas (MBR) so competitivos com o sistema de lodos ativados convencionais at a vazo de 579 L/s. Nos Estados Unidos os custos estimados possuem uma contingncia de 20%. Existe uma associao internacional de custos- American Association of Cost Engineers (AACE) e normalmente se espera que o custo de uma estao de tratamento de esgotos variem de -30% a + 50% que so os limites de confiabilidade achado nos Estados Unidos e isto no deve ser confundido com a reserva de contingncia (City of Hollister, 2005). A Tabela (2.9) mostra uma adaptao em nmeros das curvas do autor citado.
2-11
Tabela 2.9- Estimativa de custos em dlares por m3 dos reatores em membranas (MBR) e o tratamento convencional por lodo ativado.
Vazo (L/s) MBR US$/m
3
Asano, 1998 apresenta ainda que para vazo em torno de 43 L/s o custo do metro cbico com amortizao de capital em 20anos e juros de 10% anuais de US$ 0,75/m3 e a manuteno e operao do sistema US$ 0,72/m3. O custo global ser US$ 1,47/m3 Aplicaes do MBR Sao inmeras as aplicaes do MBR nestes 30 anos. A reciclagem da gua em edificios e o tratamento de esgotos de pequenas comunidades feito cada vez mais no Japo. Tambm facilmente aceito que os MBR podem ser usados no tratamento das guas cinzas. A tecnologia do MBR pode ser aplicada em tratamento de chorume de aterros sanitrios, que possuem uma alta taxa de DBO. Existem tratamento de chorume na Frana com 50m3/dia; na Alemanha 264m3/dia e 250m3/dia. Na cidade de Zagreb usando ultrafiltrao chegou-se a remoo de 90% da carga orgnica do chorume e se tivessem usado membranas com poros menores a remoao seria maior. Obteve-se remoao de 87% de COD e 93,5% de TOC com nanofiltrao. Existem no mundo mais de 1.200 MBR sendo que 1.000 esto no Japo e o resto na Europa e Estados Unidos. De todas estas instalaes do Japo, 55% so de membranas submersas da firma Kubota e o restante 45% quando as membranas externas. Confome N. Cisek da Universidade de Manitoba em Winnipeg, Canad no ano 2003, pesquisas feitas nos Estados Unidos acharam 95 substncias orgnicas contaminantes em 139 rios de 30 estados. Entre estes os mais frequentes achados so esterides, hormonios, detergentes sintticos e inseticidas que possibilitam os disruptores endcrinos. Conforme Jos Santamarta os disruptores endcrinos interferem no funcionamento do sistema hormonal mediante algum dos trs mecanismos seguintes: substituindo os hormnios naturais: bloqueando a ao hormonal: aumentado ou diminuindo os nveis de hormnios naturais. O livro Nosso futuro roubado de Theo Colborn et al que trata do assunto uma espcie de continuao do livro Primavera Silenciosa de Rachel Carson que falou sobre o DDT. No Canad o Departamento da Justia definiu como disruptor endcrino a substncia que tem a habilidade de alterar a sntese, secreo, transporte, ao ou eliminao de hormnios em um organismo e que responsvel pela manuteno da homeostase, reproduo desenvolvimento e comportamento de um organismo. Nos Grandes Lagos no Canad se acharam disruptores endcrinos que geralmente provem dos esgotos municipais, de pesticidas e herbicidas da agricultura. A boa noticia que o MBR pode propiciar a eliminao dos disruptores endcrinos, bem como os pesticidas e herbicidas.
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Confiabilidade A USEPA, 2004 salienta a importncia de uma unidade de tratamento para reso enfatizando oito regras gerais que so: 1. Duplicar as fontes de energia eltrica. 2. Quando houver queda de energia imediatamente dever entrar a fonte alternativa. 3. Usar mltiplos unidades e equipamentos 4. Fazer um reservatorio de armazenamento de emergncia 5. O sistema de tubulaes e bombeamento dever ser flexvel para mudanas de emergencia 6. Sistema de clorao duplo 7. Controle automtico dos resduos 8. Alarme automtico Enfatiza ainda: 1. Qualificao de pessoal 2. Programa efetivo de monitoramento 3. Programa efetivo de manuteno e operao Avaliaes para escolha do tratamento adequado City Hollister, 2005 para apreciaao das alternativas para a escolha do tratamento de esgoto adequado montou os seguintes fatores: Gerenciamento do efluente do tratamento de esgotos Fora do tratamento, isto , as varias variaveis que podem mudar no tratamento. Confiabilidade no processo de tratamento de esgotos O tratamento tem ser facil de ser operado O tratamento de esgoto tem que ser flexibilidade Temos que verificar o espao disponivel Temos que saber onde vamos dispor os residuos do tratamento Temos que ver os problemas de odores Cuidar dos aspectos estticos Verificar os custo de implantao e de manutenao e operaao Verificar as leis existentes sobre a disposiao do efluente Facilidae ou dificuldade de ser aprovado pelos orgaos ambientais. Ainda segundo City Hollister, 2005 os critrios de um projeto de uma estaao de tratamento de esgotos sao: O processo de tratamento deve minimizar os odores. O processo de tratamento deve minimizar os ruidos durante a construao e durante a operaao dos equipamentos. A desidratao do lodo dos esgotos e as instalaes que serao usadas nao devem ser esquecidas. Os processos devem ter um longo tempo de retenao para estabilizar o lodo. O nitrogenio um fator importante para a remoo.
Standards dos efluentes Vamos analisar alguns standards de alguns paises para se ver eficiencia do sistema MBR.
Tabela 2.10- Alguns standards de alguns pases para tratamento municipal de esgotos
Parmetros
DBO5,20 NT PT
Europa EC-1998
25mg/L 10 a 15mg/L 1 a 2 mg/L
Alemanha (2002)
15 a 40 mg/L 13 a 18mg/L 1 a 2mg/L
China
30a 80mg/L
USA
< 1mg/L 1mg/L 0,1
Austrlia
<5mg/L <3 <0,1mg/L
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2.23 Riscos sade pblica Um dos grandes perigos do reso para a sade pblica quando no se faz o tratamento e a desinfeo, podendo ocasionar doenas como: colera, febre tifoide, disenteria, helmintos. Infelizmente alguns paises no mundo usam os esgotos sem tratamento na agricultura. Alguns dos patgenos que se podem encontrar num esgoto bruto so os seguintes: Tabela 2.9- Exemplos de patgenos associados a esgotos municipais Protozorio Giardia lamblia, Crysptosporidium sp Helmintos Ascaris, Toxocara, Taenia, ancylostoma Virus Hepatite A, Rotavirus, Enteroviroses Doenas causadas por bactrias Salmonella sp, Vibrio cholerae, Legionellacease
Fonte: Naes Unidas, 2007
Desinfeco O objetivo da desinfeco matar ou inativar os microorganismos patognicos, vrus e parasitas da gua de esgotos tratadas. Comumente a desinfeco se utiliza de fortes oxidantes como o cloro, oznio, bromo, mas todos eles na deixam inativo os ovos de helmintos, conforme Naes Unidas, 2007. Cloro: o mais usado desinfetante, mas a presena de slidos em suspenso, matrias orgnica ou amnia na gua causam problemas para a sua eficincia. Os slidos em suspensos agem como um escudo para os microorganismos que se protegem do cloro. O cloro pode ter alguns efeitos negativos em certas irrigaes de determinadas culturas e em ambiente aqutico. A retirada do cloro, ou seja, a declorao um processo muito caro para ser usado no reso. Ultravioleta: a radiao UV inativa o microorganismo para reproduo e no cria subproduto. Oznio: um timo desinfetante, mas caro. Devemos ter um tempo correto de contato e uma concentrao adequada de oznio. Deve ser estudado para cada caso qual a melhor soluo. Ovos de Helmintos: os ovos de helmintos possuem dimetro que varia entre 20m a 80m, densidade relativa entre 1,06 a 1,15 e altamente pegajoso. Somente podem ser inativos com temperaturas acima de 40C. Os processos de coagulao, sedimentao, floculao removem os ovos de helmintos.
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2.35 Bibliografia e livros consultados. -ABNT NB- 570/1990 - Projeto de estaes de tratamento de esgoto sanitrio. 11pginas. -ABNT NBR 5626/1998 - Instalaes prediais de gua fria, 41pginas. -ASANO, TAKASHI. Water from (wastewater- the dependable water resource). Lido em Stockholm Water Prize Laureate Lecture em 2001, Sweden. Professor do Departamento de Engenharia Civil da Universidade de Davis na Califrnia. -ASANO, TAKASHI. Watewater reclamation and reuse. Technomic, 1998, 1528 p. ISBN 1-56676-620-6 (Volume 10). -BORROWS, JOHN. Water Reuse: considerations for commissions. The National Regulatory Research Institute. Ohio, june, 1997, acessado em 15 de junho de 2006. -CICEK N. A review of membrane bioreactors and their potencial application in the treatment of agricultural waster. University of Manitoba, Winnipeg, Canada, 2003. -CIEAU: http://www.cieau.com/ . Pgina francesa de informao com dados sobre consumo de gua. -CITY OF HOLLISTER. Long-Term Wastewater Management Program for the dWTP and WTP. December, 2005 -ESTADO DA CALIFORNIA. California Code of Regulation (CCR) chapter 62-610 Title 22, 1978 e 2004. Reuse of Reclaimed water and land applications. -ESTADO DA GEORGIA. Guidelines for Water Reclamation and Urban Water Reuse. 20 de fevereiro de 2002. -ESTADO DE NEW JERSEY. Reclaimed Water for beneficial Reuse- A NJDEP Techical Manual. Janeiro de 2005. -FETTER, C.W. Applied Hydrologeology. 3a ed. Prentice Hall, 1994, ISBN 0-02-336490-4, 691pginas. -JORDO, EDUARDO PACHECO e PESSA, CONSTANTINO ARRUDA. Tratamento de Esgotos Sanitrios. 4 ed. 2005, 906pginas. -MANCUSO, PEDRO CAETANO SANCHES et al. Reso de gua. USP, 2003, 579pginas, ISBN 85-204-1450-8. -MIERZWA, JOSE CARLOS e HESPANHOL, IVANILDO. gua na indstria- uso racional e reso. ISBN 8586238-41-4 Oficina de Textos, 143pginas. -MIERZWA, JOS CARLOS. O uso racional e o reso como ferramentas para o gerenciamento de guas e efluentes na indstria. So Paulo, EPUSP, 2002, Tese de Doutoramento, 399pginas. -NATIONAL REGULATORY RESERCH INSTITUTE (NRRI). Water Reuse.- considerations for commissions, junho de 1997, Ohio University.- Johhn D., Borrows e Todd Simpson. NRRI 97-15, 127pginas. -NUNES, JOS ALVES. Tratamento fsico-qumico de guas residurias Industriais. 1996, 277pginas. -SINDUSCON-SP. Conservao e Reso da gua em edificaes. So Paulo, 2005, 151pginas. -TOMAZ, PLNIO. Conservao da gua. Editora Parma, Guarulhos, 1999, 294 p. -TOMAZ, PLNIO. Economia de gua. So Paulo, Navegar, 2001, 112p. ISBN 85-87678-09-4. -TOMAZ, PLNIO. Previso de consumo de gua. So Paulo, Navegar, 2000, 250 p. ISBN: 85-87678-02-07. -TSUTIYA, MILTON TOMOYAUKI e SCHNEIDER, REN PETER. Membranas filtrantes; para o tratamento de agua, esgoto e gua de reso. ABES, 2001, 234p. -UNEP (UNITED NATIONS ENVIRONMENT PROGRAME). Water and wastewater reuse- a environmentally sound approach for sustainable urban water management. In Colaboration with Japan, 2007. -USEPA (U.S. ENVIRONMENTAL PROTECTION AGENCY). Guidelines for Water Reuse. EPA/625/R-04/108 setembro de 2004 acessado em 15 de junho de 2006 http://www.epa.gov/ -VICKERS, AMY. Handbook of Water use and conservation. Waterflowpress, 2001,446pginas, ISBN 1-93157907-5 www.nrri.ohio-state.edu -YAMAGATA, HIROKI E OGOSHI, MASASHI. On-site insight into reuse in Japan. Jornal Water21. IWA (International Water Association)
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Captulo 03
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SUMRIO Ordem Assunto Captulo 3 Tanque sptico e spto difusor 3.1 3.2 3.3 3.4 3.5 3.6 3.7 3.8 3.9 3.10 3.11 Introduo Normas brasileiras Sistemas de tanques spticos Septo difusor Efluente do sistema de Tanque sptico + septos difusores Remoo do lodo Custo Reso Estudo de caso Adsoro em carvo ativado Bibliografia e livros consultados
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Captulo 3- Tanque sptico e septo difusor 3.1. Introduo Os tanques spticos eram antigamente chamado de fossas spticas. O tanque sptico pode atender uma residncia ou at 300 unidades (1500pessoas). muito usado na Frana e no Japo, pois conseguem de uma maneira bem econmica e baixssima manuteno, reduo de DB0 de 96%. A Demanda Bioqumica de Oxignio (DBO) varia de >200mg/L a >750mg/L sendo a mdia de 350 mg/L. O chamado sistema tanque sptico tem um tratamento complementar e adotamos o tratamento aerbio com septo difusores devido ao baixo custo de implantao, manuteno e operao. Devido a isto, a escolha que fizemos foi sobre sistema de tanque sptico existente no Brasil, onde o tanque sptico faz a reduo anaerbica e os septos difusores (tecnologia francesa) a reduo aerbica. Devido a altssima reduo de DBO o efluente dos Tanques Spticos podem ser usados como gua de reso. 3.2 Normas brasileiras As normas brasileiras da ABNT sobre Tanque spticos so duas: NBR 7229/93 sobre Projeto, Construo e operao de sistemas de tanques spticos. NBR 13969/97 sobre Tanques spticos-unidades de tratamento complementar e disposio de efluentes lquidos. Construo e Operao. Tivemos a oportunidade de conversamos com o industrial e pesquisador francs sr. Franois Neveux que fabrica 25% dos tanques spticos na Frana. Na Frana no se separa o graywater (gua cinza) do blackwater (esgoto sanitrio), sendo o todo o tratamento feito junto. Informou ainda que para o dimensionamento da caixa de gordura seguem as normas alems da DIN. 3.3 Sistemas de tanques spticos Os sistemas de tanques spticos so basicamente o seguinte: Caixa de gordura que deve ser bem maior que a das normas brasileiras no caso de sistema de tratamento isolado. Tanque sptico propriamente dito, que um tratamento primrio anaerbico que atinge a reduo de DBO de 60%. Septo difusor que tratamento secundrio aerbico que juntamente com o tratamento primrio atinge reduo de DBO de 96%. 3.3A Populao equivalente Vamos usar os conceitos de populao equivalente conforme Dacah, 1984. Primeiramente temos que transformar a DBO medida em laboratrio em quilograma de oxignio necessrio a estabilizao do volume dirio de esgoto, seja em grama de oxignio necessrio estabilizao da matria orgnica do esgoto produzido em mdia de um habitante em um dia. Usamos a formula: Dt= 0,001 x Q x DBO Sendo: Dt= demanda diria de oxignio em kg Q= produo diria de esgoto em m3 DBO demanda em mg/L Sendo Dh= demanda de oxignio por habitante em grama Pe= populao equivalente Pe= Dt (gramas)/ Dh Considerando Dh= 55 gramas dirio de oxignio por habitante de esgoto domestico. Exemplo 3.1 Achar a populao equivalente a 30 porcos que possui DBO5 variando de 4500mg/L a 12000mg/L. Sendo o consumo de gua de cada porco de 12 L/porco teremos: Q= 30 porcos x 12 L/porco= 360 L/dia= 0,36m3/dia Dt= 0,001 x Q x DBO Dt= 0,001 x 0,36m3 x 12000mg/L=4,32kg de oxignio consumido pela DBO por dia Pe= Dt (gramas)/ Dh Pe= 4320g/ 55g/hab=80 hab
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Portanto, a populao equivalente de 30 porcos ser de 80 habitantes. Na prtica se usa comumente 1 porco= 4 pessoas. Consumo de animais O consumo de gua para rebanhos BEDA um consumo mdio igual a equao: BEDA= BOVINOS + EQUI NOS+ 1/5 (OVINOS/CAPRINOS) + SUINOS Observar que o consumo de suinos de 50 litros= 12,5 L/dia x cabea Consumo de ovino ou caprino= 50/ 5= 10 L/dia x cabea Consumo de bovino ou eqino= 50 L/dia x cabea
3.4 Tanque sptico A NBR 7229/1993 trata de Projeto, construo e operao de sistemas de tanques spticos e a NBR 13969/97 que trata de Tanques spticos- unidade de tratamento complementar e disposio final dos efluentes lquidos- Projeto, construo e operao. Nas Figuras (3.5) a (3.7) podemos ver um tanque sptico feito em polietileno, sendo que o volume varia de 1.000litros at 8.000 litros. 3.5 Tabelas bsicas da NBR 7229/03 Vamos apresentar as trs tabelas bsicas da NBR 7229/93 que sero utilizadas na equao para achar o volume do tanque sptico que so: Tabela (3.1) que fornece o perodo de deteno T, Tabela (3.2) que fornece a taxa de acumulao de lodo K e Tabela (3.3) que fornece as contribuies unitrias e o valor do lodo fresco Lf. Tabela 3.1 Perodo de deteno T em funo da vazo afluente (N x C) Contribuio (N x C) Perodo de deteno T (Litros/dia) (horas) (dias) At 1500 24 1,00 De 1501 a 3000 22 0,92 De 3001 a 4500 20 0,83 De 4501 a 6000 18 0,75 De 6001 a 7500 16 0,67 De 7501 a 9000 14 0,58 Mais que 9000 12 0,50
Fonte: NBR 7229/93 N= numero de pessoas ou unidades de contribuio C= contribuio unitria de esgoto L/pessoa x dia ou L/unidadexdia
Tabela 3.2- Taxa de acumulao total de lodos K (dias) Temperatura C <10 10<T<20 94 65 134 105 174 145 214 185 254 225
Tabela 3.3 Contribuies unitrias de esgotos (C) e de lodo fresco (Lf) por tipo de prdios e de ocupantes (L/dia) Prdio Unidade Contribuio de Lodo fresco esgotos Lf C 1- Ocupantes permanentes - residncia padro alto pessoa 160 1,00 -residncia padro mdio pessoa 130 1,00 -residncia padro baixo pessoa 100 1,00 -hotel sem lavanderia e cozinha pessoa 100 1,00 -alojamento provisrio pessoa 80 1,00
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2-Ocupantes temporrios -fbricas em geral -escritrios -edifcios pblicos/comerciais -escolas (externatos) e locais de longa permanncia -bares -restaurante e similares -cinemas, teatros, locais de curta permanncia -sanitrios pblicos
Fonte: NBR 7229/93
70 50 50 50 6 25 2 480
3.6 Formas do tanque sptico As dimenses mais comuns so as de seo retangular e as de seo circular conforme Azevedo Neto, 1988.Quando de seo retangular recomenda-se que o comprimento seja pelo menos o dobro da largura para assegurar boas condies de escoamento.
Figura 3.1- Esquema de tanque sptico de seo circular Fonte: Jordao, 2005
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3.7 Compartimentao Os tanques spticos podem ser de trs tipos principais conforme Azevedo Neto, 1988: Simples no compartimentados Compartimentados com cmaras em srie Com cmaras sobrepostas
Figura 3.2 - Esquema de tanque sptico prismtico retangular de cmara nica. Fonte: Jordo et al, 2005. Os tanques spticos de cmara nica so os mais usuais e econmicos. Os tanques com dois compartimentos em srie so um pouco mais caros, mas oferecem maior proteo contra o arrastamento de slidos suspensos para o efluente, melhorando dessa forma, a remoo de slidos em suspenso conforme Azevedo Neto, 1988. O primeiro compartimento mede a 2/3 e o segundo 1/3 a do comprimento total L. A relao comprimento total sobre a largura (L/B) no deve ser inferior a 1,5 : 1. Os tanques spticos sobrepostos conforme Azevedo Neto, 1988 so basicamente os tanques Imohoff que so econmicos somente a partir de 25 pessoas.
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Figura 3.3- Tanque sptico de forma prismtica retangular de cmaras em srie Fonte: Jordo, 2005
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Figura 3.4- Tanque sptico cilndrico de cmaras sobrepostas Fonte: Jordo, 2005
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3.8 Equao bsica do tanque sptico O volume do tanque sptico deve ser obtido pela equao: V= 1000 + N (C x T + K x Lf) Sendo: V= volume do tanque sptico (litros) N= nmero de contribuintes ou populao equivalente C= contribuio de esgotos em litros por pessoa por dia (Tabela 3.3) T= perodo de deteno em dias (Tabela 3.1) K= taxa de acumulao de lodo em dias de acordo com o intervalo entre limpezas no tanque sptico e a temperatura do ms mais fria (Tabela 3.2) Lf= contribuio do lodo fresco em litros por pessoa (Tabela 3.3)
externo
Exemplo 3.2 Dimensionar um tanque sptico para escritrio com 70 pessoas N= 70 C= 50 litros/dia T= 1dia K= 225 para limpeza de 5 em 5 anos. Lf= 0,20 litros/pessoa V= 1000 + N (C x T + K x Lf) V= 1000 + 70 (50 x 1 + 225 x 0,20)= 7.650 litros Portanto, usaremos um tanque sptico de polietileno com 8.000 litros de capacidade. Os tanques spticos podem atingir at 1500 casas, conforme se pode ver na Figura (3.7), com a vantagem da manuteno ser feita de 5 em 5 anos e de no haver fornecimento de energia eltrica ou peas girantes.
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h1
h2
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Figura 3.7 - Bateria de tanques spticos para 1500casas Exemplo 3.3- Extrado de Jordo, 2005 Seja um prdio onde moram 26 pessoas com nvel socioeconmico mdio. Dimensionar um tanque sptico prismtico de cmara nica. Volume til da fossa V= 1000 + N(CxT + K x Lf) Numero de pessoas contribuintes N=26 Contribuio per capita= 130 litros/habitante x dia (Tabela 3.3) Vazo diria= Q= N x C= 26 x 130= 3.380 L/dia Tempo de deteno T=20h=0,83dia (Tabela 3.1) Taxa de acumulao de lodo para intervalo de 1ano K=57 (Tabela 3.2) Contribuio do lodo fresco Lf= 1,00 L/hab x dia (Tabela 3.3) Dimenses: V= 1000 + N(CxT + K x Lf) V= 1000 + 26(130x0,83 + 57 x 1,0)= 5287 L= 5,28 m3 Profundidade fixada h= 1,5m rea superficial = A= 5,28m3/1,50= 3,5m2 Dimenses em planta= 2,0m x 1,20m Verificao da relao L/B= 2,9/1,2=2,4 3.9 Septo difusor (tratamento secundrio) O septo difusor o tratamento secundrio aerbico e que faz com que todo o sistema tenha reduo de 96% de DBO, conforme Figura (3.8) e (3.9).
Septo difusor-(aerbio)
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Os septos difusores tecnologia francesa e possuem dois modelos (Tipo I e Tipo II) e so feitos em polietileno e bidim. O modelo antigo tinha 250litros/dia de capacidade de tratamento e com dimenses de 1,22m x 0,65m x 0,20m. O novo septo difusor (Tipo II) mais usado para capacidade de 1000 litros /dia e possui as dimenses de 1,20m x 1,00m x0,40m. Tabela 3.4 - Dimenses e capacidade dos septos difusores Dimenses Tipo Capacidade de tratamento 1,22 x 0,65 x 0,20 I 250 l/dia 1,20 x 1,00 x 0,40 (melhor) II (mais usado) 1000 l/dia Exemplo 3.4 Dimensionar a quantidade de septo difusor tipo II para cozinha com 120 empregados. Considerando consumo de 70 litros/dia x empregado Consumo mdio dirio=70 x 120= 8.400 litros/dia Como o septo-difusor Tipo II para 1000 litros/dia, N= 8.400 / 1000= 8,4 septos-difusores Como so em pares, adotamos 10 septo-difusores Tipo II. 3.10 Efluente do sistema do Tanque sptico + septos difusores As normas brasileiras sobre Tanque spticos prevem o uso do efluente em: Rega de jardim Lavagem de ptio Irrigao subsuperficial de jardins Uso em descarga em bacias sanitrias. Poo absorvente Vala de infiltrao Rede Pblica Corpo de gua Jordo et al, 2005 recomenda que a disposio do efluente de um sistema de tanque sptico seja destinado ao sumidouro, vala de infiltrao, vala de filtrao ou filtro de areia. 3.11 Lanamento em curso de gua Para o lanamento do efluente num curso de gua o mesmo dever obedecer a Conama-Resoluo n 357 de 17 de maro de 2005, onde os corpos de gua so classificados em guas doces e guas salinas.
As guas doces so classificadas em: Classe especial Classe 1 Classe 2 Classe 3 Classe 4
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Na Tabela (3.5) esto as exigncias para as guas doces das Classe 1 a Classe 3. Tabela 3.5 - Padres da Resoluo Conama 357/2005 para guas doces
guas doces DBO (Demanda Bioqumica de Oxignio) (mg/L) OD (Oxignio Dissolvido) (mg/L) CF (Coliformes Fecais) ( NMP/100mL)
3 5 10
6 5 4
200 1000
Classe Especial -so as guas destinadas abastecimento humano com desinfeco -preservao do equilbrio natural das comunidades aquticas -preservao dos ambientes aquticos. Classe 1 - so as guas doces para abastecimento humano aps tratamento simplificado; - preservao das comunidades aquticas; - recreao de contato primrio, tais como natao, esqui aqutico e mergulho.
Classe 2 - so as destinadas ao abastecimento humano aps tratamento; - proteo das comunidades aquticas; - recreao de contato primrio, tais como natao, esqui aqutico e mergulho; - irrigao de hortalias, plantas frutferas e de parques, jardins, campos de esporte e lazer, com os quais o pblico possa vir a ter contato direto.
Classe 3 - so as destinadas ao abastecimento humano aps tratamento convencional ou avanado; - irrigao de culturas arbreas, cerealferas e forrageiras; - pesca amadora; - recreao de contato secundrio; - dessedentao de animais.
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O efluente poder ser desinfetado com hipoclorito de sdio, havendo possibilidade de a dosagem ser automtica. Exemplo 3.5- Extrado de Nunes, 1996 Um rio apresenta DBO mdia de 1,0mg/L e vazo crtica de 10m3/s= 36.000m3/h. Aps o lanamento industrial de 24m3/h de DBO de 85mg/L, pede-se calcular a DBO em que ficar o rio aps o lanamento. DBO= (Qrio x DBOrio + Qind x DBO ind) / (Qrio + Qind) DBO= (36.000 x 1,0 + 24 x 85) / (36.000+24)= 1,056 mg/L Exemplo 3.6- Extrado de Nunes, 1996 Um rio apresenta OD mdia de 7,0mg/L e vazo crtica de 10m3/s= 36.000m3/h. Aps o lanamento industrial de 24m3/h de OD de 0mg/L, pede-se calcular a OD em que ficar o rio aps o lanamento. OD= (Qrio x ODrio + Qind x OD ind) / (Qrio + Qind) OD= (36.000 x 7,0 + 24 x 0) / (36.000+24) = 6,99 mg/L 3.12 Remoo do lodo De cada 5 em 5 anos ou conforme o intervalo escolhido ser retirado por caminho tanque o lodo digerido no tanque sptico e encaminhado para uma Estao de Tratamento de Esgoto Pblica. O artigo 19B informa que o lodo proveniente de sistemas como fossa sptica devero ser encaminhado a ETE. 3.13 Custo Os custos de materiais dos produtos da Rotogine esto nas Tabelas (3.6) a (3.8) em dlares americanos do dia 9 de setembro de 2006 (1US$= R$2,33). Tabela 3.6 - Custos dos tanques spticos em polietileno Capacidade Custo do Tanque sptico (litros) 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000
Fonte: 1US$= R$ 2,33 de 8/9/06
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Tabela 3.7 - Custos dos septos difusores em polietileno e bidim Septor difusor Capacidade de tratamento US$ 1,22m x 0,65m x 0,20m (Tipo I) 250 l/dia 123 1,20m x 1,00m x 0,40m (Tipo II) 1000 l/dia 549
Fonte: 1US$= R$ 2,33 de 8/9/06
Tabela 3.8 - Custos das caixas de gorduras em polietileno Capacidade Litros 100 250 500 1000 1500 2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000 Dimenses e dimetro (m) 0,80x0,50 1,04x 0,72 0,82x1,12 1,22 1,22 1,55 1,55 2,3 2,3 2,3 2,3 2,3 rea superfcie (m2) 0,40 0,75 0,92 1,16 1,16 1,87 1,87 4,12 4,12 4,12 4,12 4,12 Altura (m) 0,650 0,740 1,230 1,400 1,800 1,595 2,160 1,700 1,900 2,100 2,250 2,500 Custo da caixa de gordura US$ 74 90 186 261 289 366 784 1130 1356 1381 1495 1609
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3.14 Reso Os efluentes dos sistemas de tanque spticos incluso o septo difusor reduz a DBO em 96% e pode ser aproveitado. Uma aplicao de reso na construo civil, como a feitura de concreto para elaborao de blocos. previsto pela norma brasileira que o mesmo pode ser usado em descarga em bacias sanitrias, mas no fixa parmetros de qualidade que no existiam na poca da elaborao das mesmas. Usando padres americanos da USEPA, conforme Tabela (3.9) e (3.10) para descarga em bacias sanitrias, deve ser obedecido no mnimo a: pH entre 6 a 9, DBO menor que 10mg/L e turbidez menor que 2uT e no sendo detectvel coliformes fecais e com clorao mnima de 1 mg/L. Tabela 3.9 - Orientaes para reso da gua da USEPA Tipo de reso Tratamento Parmetros Monitoramento pH de 6 a 9 Mensal Secundrio DBO 10mg/L Semanal Reso Urbano (jardins, lavagens de Filtrao 2 uT Continuadamente
veculos, Descarga em bacias sanitrias
Desinfeco
Coliformes fecais no detectveis Cloro residual mnimo de 1mg/L pH de 6 a 9 DBO 30mg/L 30mg/L TSS 200 Coliformes fecais coli Cloro residual mnimo de 1mg/L
Secundrio Desinfeco
Tabela 3.10 - Orientaes para reso da gua da USEPA Tipo de reso Tratamento Parmetros Monitoramento pH de 6 a 9 Semanalmente Secundrio DBO 10mg/L Semanal Recreacional (contato acidental Filtrao 2 uT Continuadamente
parcial ou total na pesca ou velejamento)
Desinfeco
Coliformes fecais no detectveis Cloro residual mnimo de 1mg/L DBO 30mg/L 30mg/L TSS 200 Coliformes fecais coli Cloro residual mnimo de 1mg/L
Paisagismo
(locais onde o pblico tem contato)
Secundrio Desinfeco
Secundrio Desinfeco
Dirio Continuadamente
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Secundrio Desinfeco
DBO 30mg/L 30mg/L TSS 200 Coliformes fecais coli Cloro residual mnimo de 1mg/L pH de 6 a 9
Uso Industrial
DBO 30mg/L e 30mg/L TSS 200 Coliformes fecais coli Cloro residual mnimo de 1mg/L pH de 6 a 9
Semanal.
Uso ambiental
(uso em wetlands, alagados, vrzeas e despejos em crregos)
Secundrio Desinfeco
DBO 30mg/L 30mg/L TSS 200 Coliformes fecais coli Cloro residual mnimo de 1mg/L
Continuadamente
Alertamos que se deve tomar muita precauo para o reso de tanques spticos em descargas em bacias sanitrias. Uma das conseqncias que pode ocorrer o mau cheiro na hora da descarga e o problema de se formar um colarinho preto ao nvel da gua na bacia sanitria. Como se v pelos padres americanos, custa caro o monitoramento de anlises dirias e semanais, da deve haver uma certa rea de prdio em que tais custos podem ser absorvidos e havendo boa relao entre benefcio/custo. No Japo obrigatrio o reso e aproveitamento de gua de chuva quando a rea construda for maior que 30.000m2 ou que o consumo de gua no potvel diariamente for maior que 100m3/dia.
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3.15 Estudo de caso Visitei em 20 de dezembro de 2001, a firma FEMAQ - Fundio, Engenharia e Mquinas Ltda, localizada em Piracicaba. Firma que executou as fossas spticas e septo difusor: Rotogine. Existe um restaurante onde os 120 empregados fazem suas refeies e usam os banheiros. O volume da fossa sptica de Piracicaba de 8.000 litros. A reduo de DBO de 96,4%. O efluente lquido usado para fabricar blocos de concreto e lajotas de concreto para pisos. As fossas spticas so feitas em polietileno. Na Tabela (3.11) esto as anlises feitas pelo laboratrio Bioagri na FEMAQ de Piracicaba.
Tabela 3.11 - Anlise feita pelo laboratrio Bioagri em 29.6.01 na FEMAQ -Piracicaba
Parmetros DBO
(Demanda Bioqumica de oxignio)
DQO
(Demanda qumica de oxignio)
TSS
(slidos totais em suspenso)
DBO (Demanda Bioqumica de oxignio) 5% a 10% 25% a 85% 75% a 97% 97% a 100%
TSS (slidos totais em suspenso) 5% a 20% 40% a 90% 70% a 95% 95% a 100% 65%
Bactrias 10% a 20% 25% a 80% 90% a 98% 98% a 100% 98%
Concluso: a fossa sptica de Piracicaba reduz 96% de DBO, reduz 65% de slidos em suspenso e reduz 98% de bactrias e pode o tratamento ser classificado como secundrio. O efluente da indstria FEMAC foi usado na construo civil para fazer blocos de concreto. Observar na Tabela (3.11) que no temos problemas de coliformes e da DBO pelas anlises. Somente o TSS atingiu somente 46 mg/L sendo exigido pela USEPA menor ou igual que 30mg/L. Tambm no foi aplicado dosagem de cloro, mas no caso no vemos necessidade. 3.16 Sumidouro Conforme Jordo, 2005 os sumidouros so conhecidos tambm como poos absorventes, recebendo os efluentes diretamente das fossas spticas conforme Figura (3.10) e (3.11). Embora seja permitido pelas normas da ABNT a USEPA, 2004 no recomenda mais ou uso dos sumidouros sendo muito pouco usado devido ao grande nmero de fracasso de funcionamento. Um dos fracassos no uso do sumidouro adotar valores muitos altos de infiltrao. A melhor maneira para infiltrao do efluente de um tratamento com tanque sptico e septo-difusor atravs de vala de infiltrao, devendo ser a mais rasa possvel conforme Figura (3.12).
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Figura 3.11- Sumidouro cilndrico com enchimento de pedras britadas Fonte: Jordo, 2005 Exemplo 3.7- Dimensionamento de sumidouro Sendo a taxa de infiltrao de 16L/m2 x dia e a vazo a ser infiltrada de 3380 L/dia dimensionar um sumidouro prismtico com 2m de largura e comprimento varivel L. A profundidade admitida de 4,00m 3380L/dia/ 16 L/m2 x dia= 211m3 As reas laterais e do fundo so rea= L x 4 x 2 + 2 x L= 10L= 211m2 L=21,1m
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Exemplo 3.8 Dimensionar uma vala de infiltrao com largura de 0,50m e altura de 0,40m. A taxa de infiltrao de 16 L/m2 x dia e a quantidade de esgoto tratado que queremos infiltrar de 3.380 L/dia. Por metro linear de vala de infiltrao a soma das paredes e do fundo ser: 0,50m + 0,40m+0,40m= 1,30m Portanto, a rea por metro linear infiltrada 1,30m x 16L/m2/dia= 21 L/m x dia Agua a ser infiltrada/ vazo infiltrada/m = 3.380 L/dia / 21L/mxdia = 161m Portanto, precisamos de 161m de vala de infiltrao. Como cada trincheira s pode ter 30m de comprimento no mximo teremos: 161m/ 30m= 5,4 trincheira de 30m ou seja, 6 trincheiras de 30m distante 2,00m uma da outra.
Exemplo 3.9
Escolha da taxa de infiltrao em um loteamento em Campos do Jordo. Foram feitos 24 ensaios de infiltrao na profundidade de 0,30m em toda a rea conforme a norma da ABNT NBR 13.969/97 nas declividades de 0 a 10%; 20% a 30%, 30% a 40% e >40%. A concluso a que se chegou a seguinte: 1) no h variao da taxa de infiltrao em toda a rea mesmo variando a declividade. 2) Usamos coeficiente de segurana igual a 2
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3) a taxa de infiltrao que pode ser adotada de 36mm/h 4) o solo classificado como areias siltosas e areias finas.
Exemplo 3.10 Dimensionar o tanque sptico e septo difusor para uma casa de padro alto com 5 pessoas. A produo de esgoto dirio= 160 L/dia x pessoa x 5 pessoas= 800 Litros/dia K=217 para manuteno em 5 anos T=1,0 Lf=1,0 V= 1000 + N (C x T + K x Lf) V= 1000 + 5 x (160 x 1,0 + 218 x 1,0)= 2.885 Litros > 1250 L mnimo. OK Sumidouro Taxa= 15 L/ m2 x dia Produo diria = 800 Litros /dia 800 L/dia / 15 L/ m2 x dia = 53m2 Supondo dimetro D=2,00m e profundidade H=4,00 temos: rea= PI x D x 4m + PI x D2/4= 28m2 Como precisamos de 53m2 e num sumidouro temos 28m2 ento faremos dois sumidouros de 2,00m de dimetro e 4m de profundidade observando que o fundo do sumidouro dever estar 1,50m acima do lenol fretico. Caso queiramos um sumidouro prismtico com 2,0m de largura e 4m de profundidade teremos: rea total= reas laterais + rea do fundo= L x 4 x 2 + 2 xL = 10 LK 53m2= 10L L= 5,3m Vala de infiltrao Caso optemos por vala de infiltrao de 0,50m de largura e altura de 0,50 teremos: rea por metro= (0,5m + 0,5m+0,50m) x 1,00m= 1,50m2/m 53m2/ 1,5m2= 35 m Como o comprimento da vala de infiltrao mximo de 30m faremos duas valas de infiltrao com 17,5m cada uma espaadas de 2,00m. Septo difusor Como ser infiltrado 800 L/dia e como o septo difusor Tipo I trata 250 L/dia teremos: 800 KL/dia/ 250 KL/dia= 4 septos difusores Tipo I Estimativa de Custo Caixa de gordura de 100 Litros da Rotogine Tanque sptico de polietileno de 3000 Litors 4 septos difusores Tipo I a preo unitrio US$ 123 Total materiais Mo de obra (50%) Total geral No inclumos o custo do sumidouro ou da vala de infiltrao. US$ 74,00 US 601 US$ 492 US$ 1167 US$ 584 US$ 1751
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Exemplo 3.11 30 casas de padro mdio esto numa rua isolada e queremos fazer um tratamento local. 5 pessoas x 30 casas = 150 pessoas 150 pessoas x 130 L/dia= 19.500 LK;/dia de contribuio de esgotos T=0,5 K=217 Lf=1,0 C=130 L/dia N=150 V= 1000+ N x (C x T + K x Lf) V= 1000 + 150 x (130 x 0,5 +217 x 1,0_= 43.300 Litros=43,3m3 Supondo tanque sptico prismtico o conforme Azevedo Neto, 1988 o comprimento deve ser o dobro da largura e teremos: Adotamos profundidade H=2,00 2,0 B x B x 2 = V=43,3m3 B= 3,30m L= 2 B= 2 x 3,30= 6,60m Septo difusor tipo II da Rotogine 1000 Litros/dia 19500 litros/ dia/ 1000 L/dia= 19,5 = 20 septo difusores Tipo II Sumidouro prismtico Largura 2,00m e profundidade 4,00m rea = L x 4 x 2 + 2 L= 10L Taxa admitida = 20 L/m2 x dia 19500 Litros/dia/ 20 L/m2 x dia= 975m2 rea = 10 L= 975m2 L=97,5m Portanto, o comprimento do sumidouro 97,5m Podemos fazer dois sumidouro com 49m cada distante um do outro de 5,00m A distancia deve ser maior que a profundidade 4,0m e portanto 5,00 OK.
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3.17 Bibliografia e livros consultados -AZEVEDO NETTO, JOS M. e MELO, WANDERLEY DE OLIVEIRA. Instalaes prediais Hidrulicas-sanitarias. Blucher, 1988, 185 pginas. -ABNT NBR 13969/97 sobre Tanques spticos-unidades de tratamento complementar e disposio de efluentes lquidos. Construo e Operao. -ABNT NBR 7229/93 sobre Projeto, Construo e operao de sistemas de tanques spticos. -BRITTO, EVANDRO RODRIGUES DE. Tecnologias Adequadas ao Tratamento de Esgotos, ABES, 2004, 161 pginas. -CIDADE OF EUGENE. Eugene Stormwater Basin Plan CIDADE, 2002. -CONAMA, RESOLUO N357 DE 17/03/05. Dispe sobre a classificao dos corpos de gua e diretrizes para o seu enquadramento, bem como estabelece as condies e padres de lanamento de efluentes. 26 pginas. --ESTADO DA CAROLINA DO NORTE. Considerations for the management of discharge of fats, oil and grease (FOG) to sanitary sewer system. Jun, 2002, 73 pginas. -JORDO, EDUARDO PACHECO e PESSA, CONSTANTINO ARRUDA. Tratamento de Esgotos Domsticos. 4 ed., 2005, 906 pginas. -MACINTYRE, ARCHIBALD JOSEPH. Instalaes Hidrulicas. 770 pginas. -METCAL&EDDY. Wastewater Engineering. McGray-Hill, 1991, 1334pginas. -NUNES, JOS ALVES. Tratamento fsico-qumico de guas residurias Industriais. 1996, 277 pginas.
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Captulo 04
guas cinzas
Desenvolver fontes novas e alternativas de abastecimento de gua tais como dessalinizao da gua do mar, reposio artificial de guas subterrneas, uso de gua de pouca qualidade, aproveitamento de guas residuais e reciclagem da gua. Agenda 21
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SUMRIO Ordem Assunto Captulo 04 - guas cinzas 4.1 4.2 4.3 4.4 4.5 4.6 4.7 4.8 4.9 4.10 4.11 4.12 4.13 4.14 4.15 4.16 4.17 4.18 4.19 4.20 4.21 4.22 Introduo Tratamento das guas cinzas Nomenclatura Riscos das guas cinzas Qualidade das guas cinzas rea para irrigao com guas cinzas
Custos Aceitao pblica
Pgina
Soluo tcnica
Clorao
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Captulo 4 - guas cinzas 4.1 Introduo O uso das guas cinzas tambm reso. O cdigo da Califrnia define guas cinzas como a gua de esgoto no tratada que no teve contato com a bacia sanitria. guas cinzas incluem: a gua do chuveiro, banheira, pia do banheiro, lavagem de roupas em mquinas domsticas. No faz parte das guas cinzas: A gua da pia da cozinha Bacia sanitria Mquina de lavar pratos. Para o aproveitamento das guas cinzas no devem ser lanados produtos qumicos ou ingredientes biolgicos e qumicos nos pontos citados. No Arizona as guas cinzas podem ser usadas simplesmente sem autorizao at 1.500 litros/dia (1,5m3/dia) e vedado uso das guas cinzas com gua de pia de cozinha, bacias sanitrias e mquina de lavar pratos. O destino das guas cinzas para irrigao subsuperficial, sendo proibido o uso por asperso (Sprinklers) e recomenda-se ainda que sejam evitadas guas de lavagem de fraldas de criana. 4.2 Tratamento das guas cinzas Na Figura (4.1) temos um modelo de tratamento das guas cinzas para o uso do efluente na irrigao subsuperficial dos jardins usado nos Estados Unidos onde 50% a 60% das casas possuem jardins gramados. Algumas cidades ainda usam o termo light gray para a gua da banheira e do chuveiro e, para gua da torneira da cozinha, usam o nome dark gray.
Figura 4.1 - Tratamento de esgoto (guas cinzas) para uso na irrigao Existem para serem adquiridos na Califrnia cerca de 20 sistemas que usam as guas cinzas cujo custo varia de US$ 200,00 a US$ 1.000,00. 4.3 Nomenclatura Black water :fezes e urina; Dark guas cinzas: pia da cozinha; Yellow guas cinzas: somente urina; Light guas cinzas: chuveiro e lavatrio; Brown guas cinzas: fezes sem urina.
Blackwater especificamente a gua de esgotos sanitrios de uma casa. Inclui todo o tipo de gua no incluindo a adio de produtos qumicos ou qumico-biolgicos que possam causar problemas. Consiste largamente de compostos orgnicos que passam no trato digestivo do corpo humano. Contm fezes humanas, urina, pedao de papel (celulose) etc. Algumas vezes blackwater definido somente como a gua das bacias sanitrias. Na Califrnia o uso das guas cinzas legalizado e usado somente para irrigao abaixo da superfcie atravs de tubulaes enterradas. O uso do guas cinzas reduz o consumo de gua na Califrnia, cerca de 15% a 25%, pois se usa muito a irrigao de jardins o que no acontece no Brasil.
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Com as modificaes do cdigo da Califrnia feitas em 18 de maro de 1997, as guas cinzas podem ser usadas tambm em comrcio, indstria e prdios de apartamentos. Parece ser um conceito geral de que no existe uma soluo universal do uso das guas cinzas que se aplique a tudo. No esquecer tambm que as guas cinzas tem que ser aprovado pelos rgos sanitrios, como a Secretaria da Sade e Cetesb. As Figuras (4.2) a (4.7) mostram esquemas de guas cinzas.
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4.4 Riscos das guas cinzas So basicamente quatro: Riscos nas plantas O risco nas plantas o aumento do sdio que pode descolorir as folhas devido ao ambiente se tornar muito alcalino. Alguns detergentes usados em lavanderias possuem boro, cloretos, perxidos e produtos destilados do petrleo. O boro muito txico e queima as folhas das plantas. Riscos no solo H tendncia do solo ficar alcalinizado, aumentando o chamado ndice SAR, que mede a absoro de sdio pelo solo, causando problema na absoro de gua para as plantas. Ao longo do tempo, conforme o tipo de solo, ser reduzida a permeabilidade e a aerao. Riscos na sade do homem No existe risco a sade do homem e, portanto, no deve ser feita irrigao por asperso devido as bactrias que ficaro no ar. A irrigao ser subsuperficial sempre. Riscos no meio ambiente A vantagem reduzir o uso de gua potvel. A desvantagem aumentar a poluio das guas subterrneas e para isto devemos ter o nvel do lenol fretico no mnimo 1,50 abaixo do fundo da tubulao por onde passam as guas cinzas, conforme recomendado no Arizona. 4.5 Qualidade das guas cinzas Geralmente os estudos sobre as guas cinzas apontam os seguintes parmetros: Demanda Bioqumica de Oxignio a 20C e 5 dias (DBO5 ,20) Slidos totais em suspenso (TSS) Slidos totais dissolvidos (TDS) para salinidade Sdio (Na) Boro (B) Contagem de bactrias Demanda qumica de oxignio (DQO) Fsforo total (PT) Nitrognio total (NT= nitrognio total) Os estudos da Sucia de Olsen, 1967 so os mais conhecidos no mundo. Na Tabela (4.1) esto os valores em grama/dia/pessoa de guas cinzas, blackwater e guas cinzas mais blackwater.
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Tabela 4.1 - Valores em grama/dia/pessoa de guas cinzas, blackwater e guas cinzas + blackwater. Parmetros guas cinzas Blackwater Gray+black DBO5 (demanda bioqumica de oxignio em 5 dias) 25 20 45 DQO (demanda qumica de oxignio) 48 72 120 Fsforo total (PT) 2,2 1,6 3,5 Nitrognio total (NT) 1,1 11 12,1 Resduo total 77 53 130 Estudos feitos pela bioqumica Margaret Findley esto na Tabela (4.2): Tabela 4.2 - Valores em gramas/dia/pessoa de guas cinzas (gua cinza) e guas cinzas + blackwater (esgoto sanitrio) Parmetro guas cinzas guas cinzas+ blackwater DBO5 34 71 Slidos Totais em suspenso (TSS) 18 70 Nitrognio total (NT) 1,6 13,2 Fsforo total (PT) 3,1 4,6 Um dos problemas das guas cinzas que a quebra das molculas orgnicas se d muito mais rpido do que as guas do blackwater. Portanto, a decomposio do guas cinzas muito mais rpida do que o blackwater conforme se pode ver no site http://www.guas cinzas.com. A quantidade de oxignio necessria para a decomposio do guas cinzas nos cinco dias DBO5 possui 90% do total da demanda de oxignio DO consumido para a decomposio. O DBO5 da blackwater somente 40% do oxignio necessrio no guas cinzas. Numa certa posio o DBO1 40% do DO consumido pela blackwater somente de 8% do DO. Isto significa que a decomposio orgnica do blackwater continuar a consumir oxignio num tempo maior do ponto de descarga do que as guas cinzas. Esta rpida estabilizao das guas cinzas tem a vantagem de prevenir que a matria orgnica se decomponha rapidamente no solo durante da infiltrao havendo menor impacto ambiental. Caso se jogue as guas cinzas num lago, imediatamente se desenvolveram algas perto do ponto de descarga e d uma aparncia que a poluio est pior. Tudo isto mostra as grandes diferenas entre as guas cinzas e blackwater de fezes e urina serem tratados separadamente. As guas cinzas contm cerca de 1/10 do nitrognio contido no blackwater, no esquecendo que o nitrato e nitrito so causadores de cncer e so difceis de serem removidos no tratamento. Alm disso, as guas cinzas contm menos patognicos que o blackwater. No h casos comprovados de doenas causadas pelo uso do guas cinzas. Deve ser evitado o uso de bombas centrfugas devido ao problema da constante limpeza dos filtros de 75m. Por exemplo, em 5 anos poderemos ter 100 vezes limpar com luvas especiais os filtros ftidos, que no nada agradvel. Uma recomendao especial que as guas cinzas no podem ser usadas em rega de jardins, em frutas, verduras e no pode ser lanado no crrego mais prximo. O uso das guas cinzas em bacias sanitrias deve ser feito somente quando houver um tratamento completo do mesmo, o que muito caro, compensando somente para edifcios de apartamentos muito grandes. No Japo obrigatrio o uso das guas cinzas e gua de chuva para prdios com mais de 30.000m2 ou que usem mais de 100m3/dia de gua no potvel. O oxignio dissolvido das guas cinzas diminui, mas os coliformes aumentam aps 2 ou 3 dias, ocasionando problemas de odor. A gua tratada de esgotos sanitrios nos Estados Unidos dever obedecer a Tabela (4.3):
Tabela 4.3 - Parmetros e valores usados nos Estados Unidos para o uso da gua tratada de esgotos sanitrios.
Parmetros Coliformes fecais Coliformes totais em 95% das amostras Vrus Parasitas Turbidez pH Cor Cloro livre
Valores < 1/100mL < 10/100mL < 2 /50L < 1/50L < 2 uT 6,5 a 8,0 < 15 uH < 0,5mg/L no ponto de entrega
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Uso da gua de reso em bacias sanitrias, conforme Texas A gua de reso de esgotos tratados no Texas para ser usada em descarga em bacias sanitrias tem as seguintes condies (Texas chapter 310 Rules: e310,11). DBO5 5mg/L Coliforme fecal 75/ 100ml Para a descarga dever ter cor azul Que seja feita anlise da gua uma vez por semana quando usada para descarga em bacias sanitrias. A desinfeco para remover os coliformes. No Arizona no se usa a gua da torneira da cozinha devido a ser encontrado um nmero muito grande de coliformes fecais: 88400/ 100mL. Fosfatos bom para plantas e usado como fertilizante. Biodegradvel chamado de biodegradvel o complexo qumico que pode ser quebrado em vrios compostos mais simples com a atividade biolgica. Cloreto Muitos detergentes possuem cloro. O cloro bloqueia o processo metablico da planta. Em concentraes abaixo de 142mg/L de cloreto no causa problema. Mas quando o nvel de cloretos est entre 142mg/L a 355mg/L comeam a aparecer os problemas que so muito srios para nveis de cloreto acima de 355mg/L. Alcalinidade uma soluo de sdio, potssio, clcio que age combinado em forma de cloretos, sulfatos e carbonatos. pH Em geral o pH est entre 6,5 a 8,4 conforme Tabela (4.4). Quando o pH for menor que 7 ento o solo ser acido e caso seja igual a 7 o solo ser neutro. Quando o solo tiver pH maior que 7 ser bsico. Tabela 4.4 - Valores de pH Tipo de restrio Sem restrio Com restrio moderada Solo com restrio severa Valores do pH do solo <7 Entre 7 e 8 >8
Na prtica so usados solos sem restrio a solos com restrio moderada. Boro necessrio para as plantas em pequenas quantidades. Abaixo de 0,75meq/L (miliequivalente/litro) de boro no h problemas. Os problemas comeam quando o boro est entre 0,75 a 2,0 e ficam piores quando a quantidade de boro maior que 2,0meq/L. Sdio Age como veneno, pois reduz a habilidade de tirar gua do solo, sendo que o excesso destri a estrutura das argilas, removendo os vazios e prejudicando a drenagem. Uma vez o solo danificado com sdio nunca mais ser recuperado. Quando a quantidade de sdio no solo menor que 69mg/L no h problemas. Os problemas comeam quando o sdio est entre 69mg/L a 207mg/L. Quando o solo tem mais que 207mg/L de sdio os problemas so bastante severos.
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Dureza (Carbonato de Clcio CaCO3) uma medida da capacidade da gua em consumir sabo e formar incrustaes e deve-se a presena de compostos de Ca e Mg, em geral, sob a forma de carbonatos, sulfatos e cloretos conforme Tabela (4.5) (Mestrinho, 1997). So expressos geralmente em ppm de CaCO3. Para irrigao melhor uma gua mole (gua branda) do que uma gua dura. Tabela 4.5 - Classificao da dureza das guas conforme concentrao de CaCO3. Classificao da gua segundo ETP, 1986 Concentrao de CaCO3 gua mole (gua branda) 0 a 75mg/L gua moderadamente dura 75 a 150mg/L gua dura 150 a 300mg/L gua muito dura >300mg
Fonte: Macedo, 2004 guas e guas.
Condutividade Eltrica CE A condutividade eltrica da gua (CE) um indicador da salinidade. Ela mede os sais dissolvidos na gua e quanto maior a concentrao de sais e minerais, maior o potencial de impactos adversos s plantas e ao solo, conforme Tabela (4.6). medida por um aparelho chamado condutivmetro. Conforme Macedo, 2004, a condutividade eltrica a capacidade da gua de transmitir a corrente eltrica. medida em microsiemens/cm (SI) a uma determinada temperatura em graus Celsius. 1mS/m= 10 mhos/cm 1S/cm (microsiems/cm)= 1 mhos/cm (micromhos/cm)
Tabela 4.6 - Classificao da salinidade conforme condutividade eltrica CE.
Classificao da salinidade gua no salina gua ligeiramente salina gua meio salina gua moderadamente salina gua muito salina
Condutividade Eltrica (CE) (mhos/cm) 0 a 2000 2000 a 4000 4000 a 8000 8000 a 16000 > 16000
Segundo Mestrinho 1997, as guas naturais possuem condutividade eltrica entre 5 a 50 S/cm enquanto a gua do mar est entre 50 a 50.000 S/cm. Existe relao entre CE que fornece o TDS, conforme Mestrinho, 1997: TDS (mg/L)= A x condutividade (mohos/cm) Sendo: A= 0,54 a 0,96 Condutividade (mohos/cm)= soma dos ctios (meq/L) x 100 Um valor mdio que pode ser usado nas estimativas de TDS : TDS= 0,64 xCE Sendo: TDS= slidos totais dissolvidos (mg/L) CE= condutividade eltrica (mhos/cm) A classificao da gua conforme os slidos totais dissolvidos (TDS) est na Tabela (4.7).
Tabela 4.7 - Classificao das guas baseado no Slido Dissolvidos Ttotal (TDS).
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Adsoro de sdio (SAR-Sodiumn adsorption ratio) A adsoro de sdio um parmetro importante. O ndice SAR est relacionado com a condutividade eltrica CE. SAR= Na+ / [(Ca2+ + Mg2+)/2]0,5 Geralmente as concentraes so expressas em meq/L. mmol/L= mg/L / peso molecular Molaridade= mol/L = mmol/L / 1000 Miliequivalente/litro (meq/L)= mmol/L= mg/L/peso equivalente (Hounslow, 1995) Peso equivalente= peso molecular / valncia O sdio tem valncia=1, o clcio tem valncia=2 e Mg tem valncia=2, conforme Tabela (4.8). Tabela 4.8 - Peso molecular, valncia e peso equivalente. Peso equivalente Espcie Peso molecular Valncia Peso molecular / valncia Na+ 22,991 1 22,991 Ca 2+ 40,08 2 20,04 Mg 2+ 24,312 2 12,312
Fonte: adaptado de Hounslow, 1995
Exemplo 4.1 Calcular em meq/L de 6 mg/L de Mg. meq/L= mg/L /peso equivalente = 6 mg/L / 12,312= 0,49 meq/L Quando o ndice SAR est entre 2 a 10 indica que no h perigo do sdio. O perigo comea quando SAR est entre 7 a 18 e fica grave quando SAR est entre 11 e 26, conforme Fetter, 1994. Os ndices maiores que 13 reduzem a permeabilidade e aerao dos solos causando problemas na irrigao. Relembremos que a troca catinica muito importante, pois seguem esta ordem: Na+ > K+ > Mg2+ > Ca 2+ Isto significa que o sdio substitui o potssio, o mangans e o clcio ficando no lugar deles. a troca inica que muito importante em argilas que podem remover metais pesados. Clcio (Ca) Em quantidades apropriadas o clcio um micronutrientes para as plantas, mas em quantidade excessivas entopem as pontas dos emissores no gotejamento na irrigao subsuperficial. Altos nveis de clcio tendem a tornar o solo alcalino. O solo medido para estimarmos o valor do SAR. Magnsio (Mg) Em quantidades apropriadas o magnsio um micronutrientes para as plantas, mas em quantidade excessivas entopem as pontas dos emissores no gotejamento na irrigao subsuperficial. Altos nveis de magnsio tendem a tornar o solo alcalino. O solo medido para estimarmos o valor do SAR. Geralmente o nvel de magnsio no solo no apresenta problema. Plantas que no gostam muito de sdio: Jasmim e outras. Plantas que gostam das guas cinzas Grama bermuda, rosas, agapanto, etc. Plantas que no gostam de guas cinzas. Geralmente so plantas que gostam da acidez e no gostam de ambiente alcalino: azlea, begnia, gardnia, camlia, violetas, etc.
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Evapotranspirao Apresentamos na Tabela (4.9) os valores mdios mensais da evapotranspirao de Guarulhos, calculado conforme Mtodo de Penman-Monteith, 1998, recomendado pela FAO. Tabela 4.9 - Valores de evapotranspirao de Guarulhos obtido pelo mtodo de Penman-Monteith FA0, 1998. Evopotranspirao Ms mensal mdia (mm/ms) (mm/ms) (mm/semana) janeiro 140 35 fevereiro 126 32 maro 130 33 abril 107 27 maio 85 21 junho 73 18 julho 81 20 agosto 104 26 setembro 108 27 outubro 130 33 novembro 139 35 dezembro 144 36 A Figura (4.8) mostra a diferena de histogramas de precipitaes mensais da Califrnia e Flrida, bem como da evapotranspirao. Observa-se que na Flrida chove bastante quando h alta evapotranspirao e na Califrnia chove muito pouco. Os grficos servem de alerta para os estudos de precipitao e evapotranspirao.
Figura 4.8- Figuras mostram a precipitao e evapotranspirao 4.6 rea para irrigao com guas cinzas A rea dada pela equao: LA= GW / (ETo x Kc) Sendo: LA= rea para landscap (paisagismo) (m2) GW= estimativa de guas cinzas (mm/semana) Kc= coeficiente da cultura (adimensional), conforme Tabela (4.10) Tabela 4.10 - Coeficiente da cultura Kc Tipo de plantas Kc Planta que consome muita gua 0,5 a 0,8 Planta que tem consumo mdio de gua 0,3 a 0,5 Planta que consome pouca gua Menor que 0,3 Exemplo 4.1 Achar a rea de gramado LA que pode ser usada em uma casa que tenha 160litros/ dia das guas cinzas para o ms de janeiro na cidade de Guarulhos. Em uma semana teremos 1litro/m2= 1mm /m2
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GW= 160 litros/dia x 7 dias= 11.200litros= 11200mm Grama tipo bermuda com coeficiente de cultura Kc= 0,5 LA= GW / (ETo x Kc )= 11200mm/ ( 35 x 0,5) = 63m2 Portanto, podemos irrigar subsuperficialmente 63m2 de grama tipo bermuda usando as guas cinzas. Irrigao por gotejamento A irrigao por gotejamento subsuperficial e dever ter bico de no mximo 115m, ou seja, 0,115mm. Dever haver filtro com capacidade aproximada de 6m3/h. A bomba dever ter vazo mnima de 2,4 m3/h. Os emissores do gotejamento devero ter abertura de 1,2mm, ou seja, 1200m devendo ser resistente contra razes. A presso mxima dever ser de 28mca e os tubos devero estar enterrado cerca de 200mm. A presso mxima no gotejador dever ser de 14mca e caso seja maior, dever haver um redutor de presso. Tubos perfurados Dimetro mnimo de 75mm Material; PVC, PEAD ou outro Comprimento mximo: 30m Espaamento mnimo= 1,20m Declividade mnima do tubo= 0,25% 4.7 Custos Nos Estados Unidos, para uma residncia, o custo aproximado de US$ 1.000 para as guas cinzas serem usadas em bacias sanitrias. Supondo-se uma economia de 19% obtm-se o pay-back em 15 anos, sendo considerada a conta anual de gua de US$ 250. 4.8 Aceitao pblica sempre aconselhvel a educao pblica e estudar as atitudes das pessoas e dos rgos do governo para o uso do guas cinzas. O objetivo obter a aceitao do processo. 4.9 Reservao das guas cinzas Geralmente os reservatrios para armazenar as guas cinzas possuem volumes que variam de 80 L at 600 L, conforme Arizona, 1999. Na Califrnia usado reservatrio sempre maior que 200L. O perodo de deteno da gua servida em reservatrio deve ser sempre menor ou igual a 72h, mas de preferncia deve ser menor ou igual a 24h. Nunca se deve armazenar guas cinzas que no tiver sido tratado.
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4.10 Volume de gua para dimensionamento O cdigo da Califrnia prev: Primeiro quarto: 2 pessoa/quarto Para quarto adicional: 1 pessoa/quarto Chuveiro, banheiro etc: 100 litros/pessoa/dia Lavagem de roupas: 60 litros/pessoa/dia. 4.11 Uso da gua Na Tabela (4.11) temos o uso da gua e porcentagem nos Estados Unidos, Austrlia e Inglaterra.
Tabela 4.11 - Uso da gua em porcentagem nos Estados Unidos, Austrlia e Inglaterra.
Uso da gua Lavagem de roupas Bacias sanitrias gua para beber e cozinhar Rega de jardins Banheira e chuveiro Total
USA 13 29 3 35 20 100
Austrlia 15 19 5 35 26 100
UK 12 35 19 6 28 100
4.12 Uso das guas cinzas Pesquisas cujos resultados esto na Tabela (4.12), mostraram que em 66% dos casos, para obter a chamada guas cinzas, usa-se somente as guas da mquina de lavar roupa. As guas das banheiras e chuveiros so usadas em 15% dos casos. A gua da torneira da cozinha usada em 10% dos casos. A gua da torneira do banheiro usada somente em 5% dos casos e o restante 4% so outros usos. Tabela 4.12 - Porcentagens das varias fontes utilizadas para o guas cinzas. Vrias fontes de que provem Porcentagem das casas que as guas cinzas usam guas cinzas provindo das varias fontes (%) Lavagem de roupas 66 Banheira e chuveiro 15 Torneira da cozinha (no 10 aconselhado) Torneira do banheiro 5 Outros usos 4 Total 100
Nota: o uso do guas cinzas em todos os casos foi para irrigao
4.13 Tcnicas e Tecnologias Para o uso das guas cinzas deve ser considerada a tcnica e tecnologia disponvel. Primeiramente pode-se querer usar as guas cinzas sem nenhum tratamento, o que pode ser feito para uso em irrigao, mas apresenta problemas e no recomendado. Uma maneira mais simples filtrar as guas cinzas para evitar entupimentos e us-lo em irrigao subsuperficial, que muito usado na Califrnia, com sucesso. Outra soluo fazer o tratamento primrio, secundrio e tercirio. Isto inclui carvo ativado, desinfeco e, algumas vezes, at o uso de osmose reversa. Todos estes processos custam muito e somente recomendado aps estudos de benefcio/custo. 4.14 Recomendaes finais O uso das guas cinzas deve ser feito com muita cautela sendo necessrios estudos de benefcio/custo e cuidados na utilizao. Acredito que somente em edifcios muito grandes (da ordem de 30.000m2 de rea de construo) que compense o tratamento completo do guas cinzas e, mesmo assim, o custo ser alto. O uso das guas cinzas com pequeno tratamento pode ser feito para irrigao de jardins e gramados subsuperficial.
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4.15. Exemplo de caso: APEX - reso da gua usando guas cinzas 4.15.1 Introduo O objetivo da APEX o reso dps esgotos sanitrios para uso no domstico, isto , para gua no potvel para os canteiros de obras em todo o Brasil. O projeto elaborado conforme normas tcnicas da ABNT concernentes ao tratamento de esgotos: ABNT 7229/93 e 13969/97. Sero reaproveitadas as guas de lavagem do corpo humano, ou seja, a gua de banho e de lavagem das mos, ambas localizadas nos banheiros. Trata-se do que chamado mundialmente das guas cinzas, que apresentam menos patognicos e 1/10 do nitrognio de um esgoto provindo da bacia sanitria. Mesmo assim, a gua de lavagem que estamos considerando possui pequena quantidade de fezes e de urina, da ser necessrio o tratamento. O reso das guas cinzas ser usado somente para descargas em bacias sanitrias. 4.15.2 Aspecto legal No Brasil ainda no existe norma da ABNT sobre o uso das guas cinzas. Nos Estados Unidos o uso do guas cinzas para irrigao subsuperficial. No Japo usado somente para prdios com mais de 30.000m2 ou que gastem mais de 100m3/dia de gua no potvel. 4.15.3 Soluo tcnica O uso das guas cinzas sem tratamento no possvel. Apesar das guas cinzas ter pouca matria orgnica, existe um problema de odor provocado pela rpida decomposio da matria orgnica existente, aconselhando que o armazenamento seja, no mximo, de 72h e alguns estados americanos aconselham no mximo de 24h. Com o reso da gua certamente ir diminuir a tarifa de gua e esgoto a ser paga concessionria local. A soluo proposta o tratamento completo das guas cinzas para ser usada em bacias sanitrias. Dever haver dois tratamentos, sendo um anaerbio e outro aerbio. No tratamento anaerbio ser feito em tanques de polietileno, fceis de serem instalados e reaproveitveis. Tanque sptico de polietileno para o tratamento anaerbio. Septo difusor tipo II de polietileno para o tratamento aerbio. No h peas girantes. No h motor. Espera-se uma reduo da Demanda Bioqumica de Oxignio (DBO) de 96%, comparando-se ao tratamento de uma estao de lodo ativado e muito superior as fossas spticas tradicionais que reduzem somente 35% a 60% da DBO. A grande vantagem que a limpeza do tanque sptico de um ano, ou seja, o tempo de durao mdia de uma obra e toda a gua que passa nos chuveiros e torneiras de lavatrios sero reaproveitadas. A eficincia do sistema comea a partir dos 3 meses de funcionamento quando a DBO atinge a reduo de 92% e, a partir de 4 meses, atinge 96%. 4.15.4 Clorao No h legislao no Brasil sobre as guas cinzas, mesmo assim aconselha-se fazer a clorao da gua do reso com o mnimo de 0,5mg/L, que poder ser feito atravs de dosador automtico com custo aproximado de R$1.500,00. A clorao feita no reservatrio enterrado aps o efluente sair dos septos-difusores. 4.15.5 Proposta Consideramos que a APEX se utiliza dos seguintes ndices: 1 vaso sanitrio para cada 20 pessoas 1 chuveiro para cada 10 pessoas O dimensionamento foi de canteiro de obras de 10 pessoas at 140 pessoas e foram usadas as normas da ABNT j citadas, considerando manuteno anual e contribuio de 50 litros/pessoa x dia. Propomos a construo modular de Tanque Sptico + Septos difusores na seqncia: a. A gua dos chuveiros e lavatrios dos banheiros encaminhada para o tanque sptico de polietileno; b. No tanque sptico realiza-se o tratamento anaerbio e depois o efluente vai para os septos difusores. c. Nos septos difusores que so de polietileno com colmia interna, realiza-se o tratamento aerbio.
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d. Aps esse tratamento o efluente vai para um, reservatrio enterrado de polietileno de onde a gua de reso ser encaminhada por bombeamento para o reservatrio superior de gua no potvel para abastecer as bacias sanitrias. e. Neste reservatrio inferior dever haver uma canalizao de, no mnimo, 100mm para funcionar como overflow, ou seja, extravazo. O destino da extravazo ser a rede coletora de esgoto sanitrio pblico existente. f. No reservatrio inferior dever ser feita a clorao de, no mnimo, 0,5mg/L. g. Ainda no reservatrio inferior ser instalada bomba simples, tipo Nauger, para encaminhamento da gua de reso para o reservatrio superior ou outro destino como lavagem de ptio, rega de jardins ou lavagem de formas. O sistema de bombeamento dever ser automatizado com sistema de ligadesliga. 4.15.6 Custos O custo fornecido de data de 8 de dezembro de 2003, conforme Tabela (4.13). O prazo de durao dos materiais de 20 anos. A mo de obra para instalao de cerca de 30% a 40% do custo do material e, a mo de obra para retirada de aproximadamente 20%. Tabela 4.13 - Custos dos materiais fornecido pela firma Rotogine- Kne Plast Indstria e Comrcio Ltda com telefone 4611-1379 ou 4611- 2167 e http://www.kneplast.com.br Septo difusor Tanque sptico Caixas d gua Caixas L=1,20m x W= 1,00m x H=0,44m de polietileno (para gua no potvel) e gorduras Custo do Tanque Sptico Polietileno (litros) R$ (litros) 1500 553 315 2000 708 500 3000 1150 1000 4000 1639 1500 5000 1892 2000 6000 2385 3000 7000 2770 5000 8000 2962 7500 10000
Data base: 8 de dezembro de 2003
Material Polietileno Material Tipo R$ (litros) R$ R$ 116 100 142 Tipo I 235,00 144 250 180 Tipo II 1050,00 229 500 356 465 637 946 1328 1949 2260
Resultado final Na Tabela (4.14) e (4.15) esto os tanques spticos e septos difusores em funo do nmero de bacias sanitrias e nmero de chuveiros, bem como os volumes dos reservatrios inferiores e superiores necessrios. Elaboramos quatro grupos de bacias sanitrias e chuveiros para facilitar o dimensionamento. O custo mdio do metro cbico de gua tratada de R$ 0,81/m3.
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Tabela 4.14 - Tanques spticos e nmero de septos difusores em funo do nmero de bacias sanitrias e chuveiros.
Bacias Sanitrias Chuveiros Nmero de pessoas Tanque Sptico (anaerbio) (litros) 2000 3000 4000 4000 5000 5000 6000 6000 6000 6000 7000 7000 7000 8000 Septo difusor Tipo II (aerbio)
2 2 2 4 4 4 4 6 6 6 6 8 8 8
4 4 4 8 8 8 8 12 12 12 12 14 14 14
2 2 2 3 3 3 3 4 4 4 4 4 4 4
Tabela 4.15- continuao- Tanques spticos e nmero de septos difusores em funo do nmero de bacias sanitrias e chuveiros.
Reservatrios de gua no potvel Inferior (litros) 500 500 500 1000 1000 1000 1000 1500 1500 1500 1500 2000 2000 2000 superior (litros) 500 500 500 1000 1000 1000 1000 1000 1000 1000 1000 1500 1500 1500 Volume de gua no potvel disponvel Bacia Sanitria (litros/dia) 300 600 900 1200 1500 1800 2100 2400 2700 3000 3300 3600 3900 4200 Outros fins (litros/dia) 1395 1710 2065 2240 2550 2620 2890 2840 3070 2850 3035 2740 2885 3030
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A Tabela (4.16) e (4.17) apresenta o custo mdio de canteiro. Tabela 4.16 - Custo mdio para canteiro de 70 pessoas
Canteiro de obras para 70 pessoas Material Quantidade R$ Tanque sptico de polietileno 6000 litros Septo difusor Tipo II Reservatrio inferior polietileno 1000 litros Reservatrio superior polietileno 1000 litros Bomba, tubulaes, sistema liga-desliga e timer Dosador automtico de cloro Volume dirio = 4,99m3/dia Numero de dias no ano= Volume anual recuperado(m3)= Custo total (R$)= Juros anuais =8% ao ano Nmero de anos = 20 Amortizao anual (R$)= Custo do reso 5 365 1825 10.040,55 8,00 20,00 1.022,65 R$ 0,81/m
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Curso de esgotos Capitulo 04- guas cinzas engenheiro Plnio Tomaz [email protected] 09/07/08
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4.16 Problemas com as guas cinzas. O maior problema das guas cinzas que no h normas tcnicas brasileiras a respeito e normalmente se adotam solues cujos resultados no baseados em pesquisas feitas no Brasil. Recomenda-se cautela em aplicao de guas cinzas em descargas em bacias sanitrias tendo em vista a falta de norma da ABNT e de responsabilidade tcnica de operao e manuteno do sistema de guas cinzas e o quem ser o profissional do CREA que colocar a Anotao de Responsabilidade Tcnica (ART).
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4.17 Bibliografia e livros recomendados -HOUNSLOW, ARTHUR W. Water quality data- analysis and interpretation. Lewis publishers, 1995 ISBN 087371-676-0, 397pginas. -http://www.csbe.org/guas cinzas/contents.htm -http://www.oasisdesign.net/faq/sbebmudgwstudy.htm -http://www.watercasa.org/ -MANCUSO, PEDRO CAETANO SANCHES ET AL. Reso de gua. Universidade de So Paulo, 2003. ISBN 85204-1450-8, -MESTRINHO, SUELY S. PACHECO. Geoqumica e contaminao de guas subterrneas. Ministrio de Minas e Energia, Departamento Nacional de Produo Mineral em convnio com ABAS- Associao -ROTOGINE- Kne Plast Indstria e Comrcio Ltda. www.kneplast.com.br -TEXAS CHAPTER 310 RULES: e310,11) in -http://www.oasisdesign.net/faq/SBebmudGWstudy.htm
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Captulo 05
Mtodo simplificado para determinao da qualidade da gua em crregos e rios.
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Capitulo 05- Mtodo simplificado para determinao da qualidade da gua em crregos e rios. 5.1 Introduo H duas categorias possiveis de fontes de poluio: Pontual Difusa Vamos estudar somente a poluio pontual com lanamento discreto e que pode ser medido e quantificado. So geralmente contnuos embora variem as vezes de quantidade e so provenientes de uma Estao de Tratamento de Esgotos (ETE) ou de uma indstria poluente. A poluio difusa conforme a gravidade do problema dever fazer parte da anlise da qualidade das guas dos rios e corregos. O lanamento pontual de esgotos em cursos de gua afetam a qualidade dos mesmos, dai ser necessrio prever o que vai acontecer e as medidas que devem serem tomadas. Na Figura (5.1) se v uma estao de tratamento de esgotos lanando os efluentes num rio cujo oxignio dissolvido estava prximo da saturao. Aps o lanamento vai havendo um decrscimo de oxignio dissolvido devido ao consumo do oxignio devido a DBO at chegar um ponto mnimo. Ao mesmo templo sempre existe a aerao que vai fornecendo oxignio agua. No comeo o consumo de oxignio maior que o fornecimento de oxignio pela aerao e o oxignio dissolvido vai dimimnuindo at um limite crtico, que chamado de dficit crtico de oxignio. Depois, comea a prevalecer o oxignio fornecido pela aerao e o rio vai se recompondo de oxignio at chegar ao estado inicial. Tudo isto o que chamamos autodepurao dos cursos de gua.
Figura 5.1- Curso de gua que recebe efluentes Fonte: Aisse, 2000 Em 1925 foi deduzida a equao de Streeter- Phelps para fazer um modelo de demanda de oxignio (OD) para o rio Ohio nos Estados Unidos que avalia o consumo de oxignio dissolvido relativa a DBO e a aerao ao longo do rio. Iremos apresentar uma equao global que torna a equao de Streeter-Phelps um caso particular de somente duas variveis. As variveis mais importantes usadas no balano de oxignio podem ser mostradas esquematicamente conforme Figura (5.2): Reaerao Oxidao de carbonceos (DBO) Oxidao do nitrognio Fotossntese Respirao Demanda de oxignio pelo sedimento Oxigenao devido a presena de barramentos no curso de gua
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Figura 5.2- Variveis importantes para o oxignio dissolvido em cursos de gua Azevedo Neto,1966 destacou trs problemas bsicos conforme Tabela (5.1) Tabela 5.1- Tipo de problemas em balano de oxignio dissolvido em rios Problemas Tipo de problemas Determinao da curva da depresso do oxignio ao longo do rio I Grau de tratamento de esgoto requerido para evitar problemas de oxignio dissolvido OD II III Determinar a populao mxima cujos despejos podero ser recebidos em um curso de gua.
O Banco Mundial em 1998 estabeleceu dois objetivos: Estabelecer prioridades para reduzir as demandas existentes de esgotos sanitrios Prever os impactos para as novas descargas.
5.2 Softwares Podemos usar uma planilha Excel ou usar programas gratuitos como o Qual2e, o Simox II do Centro Panamericano de Engenharia Sanitaria e Ambiental CEPIS/OPS citado por Aisse, 2000 e SISBAHIA (SIstema de base hidrodinmico ambiental), 2005 conforme Ferreira et al, 2006. Os softwares podem fazer os clculos por trechos, como por exemplo, 50m. Os peixes para sobreviverem necessitam de no mnimo 2mg/L de oxignio dissolvido (OD), mas mundialmente aceito que o OD mnimo deve ser 4mg/L ou 5mg/L. Segundo o Banco Mundial existem os seguintes softwares: WQAM, QUAL2E 1987 (USEPA atual QUAL2K), WASP, CE-QUAL-RIV1, HEC-5Q e SIMOX (I, II e III) da OPAS e CEPIS. O programa mais usado no mundo o Qual2e que pode usar 15 constituintes da qualidade da gua de maneira geral ou combinados: 1. Oxignio dissolvido 2. Temperatura 3. Algas 4. Nitrognio orgnico
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Amnia Nitrito Nitrato Fsforo orgnico Fsforo dissolvido Coliformes Constituintes no conservativos (arbitrrio) Trs constituintes conservativos.
5.3 Classificao do estado trfico Na Tabela (5.2) apresentamos uma classificao do estado trfico.Observar que o oxignio dissolvido est em porcentagem do oxignio dissolvido de saturao que usual esta forma de apresentao. Variavel Tabela 5.2- Classificao do estado trfico Estado trfico Oligotrfico Mesotrfico
Eutrfico
>20 g/L >10 g/L <2m <1%
Fsforo total (g/L) <10 g/L Entre 10 g/L/ e 20 g/L Clorofila-a (g/L Chl-a) <4 g/L Entre 4 g/L a 10 g/L Profundidade no disco de Secchi (m) <4m Entre 2m a 4m Oxignio do hypoliminio em % de >80% Entre 10% a 80% saturao Fonte: http://www.epa.gov/reg3wapd/tmdl/MD%20TMDLs/Urieville%20Lake/urievilleDR.pdf
5.4 Lanamento dos efluentes A anlise simplificada da qualidade podem ser em: Crregos e rios Lagos e reservatrios Esturios Mar. Trataremos neste captulo somente de lanamento de efluentes em crregos e rios. 5.5 Clculo de Lo aps a mistura com o despejo Conforme Metcalf e Eddy, 1993 so apresentadas as seguintes relaes que sero teis nos clculos: Vazo no rio: Qx Descarga de esgotos: QD
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A vazo Q a soma das duas: Q= Qx + QD A DBO do curso de gua Lx e a dos esgotos LD e a DBO da mistura Lo ser: Lo= (Qx . Lx + QD . LD) / Q O dficit de oxignio Do da mistura calculado da seguinte maneira. Do= (Qx . Dx +QD . DD) / Q Exemplo 5.1 Seja um rio onde lanado efluentes de esgotos tratados. Parmetros do rio: Volume dirio= 733.536m3/dia= Qx DBO= 1mg/L OD= 9,0mg/L Temperatura= 15C Parmetros dos esgotos lanados no rio Volume dirio= 113.400m3/dia= QD DBO= 200mg/L OD= 0,0mg/L Temperatura= 20C A vazo total Q= Qx + QD = 733.536 + 113.400= 846.936m3 Vamos agora calcular a DBO da mistura e que denominaremos Lo Lo= (Qx . Lx + QD . LD) / Q Lo= (733536x1,0 + 113400x200) / 846936 =27,6mg/L =DBO da mistura Vamos calcular a temperatura da mistura: Lo= ( Qx . Lx + QD . LD) / Q t= (733536 x 15 + 113400x 20) / 846936 = 15,7C Calculemos o Oxignio Dissolvido da mistura OD Lo= (Qx . Lx + QD . LD) / Q OD= (733536 x 9,0 + 113400x 0) / 846936 = 7,8 mg/L Piveli e Kato, 2006 apresentam as seguintes relaes para as misturas:DBO, OD e Temperatura: Para o clculo da DBO da mistura: DB0mistura = (Qrio x DB0rio + Qcrrego x DB0corrego) / (Qrio + Qcorrego) Para o clculo do oxignio dissolvido da mistura: ODmistura = (Qrio x ODrio + Qcorrego x ODcorrego) / (Qrio + Qcorrego) Para a temperatura da mistura: Tmistura = (Qrio x Trio + Qcorrego x Tcorrego) / (Qrio + Qcorrego) Exemplo 5.2 (Pivelli e Kato, 2006) Dado um rio poludo com vazo de 5 L/s, DBO igual a 50mg/L, concentrao de oxignio dissolvido igual a 32 mg/L e temperatura de 26C, descarrega suas gua em um rio de vazo igual a 45 L/s, DBO igual a 5mg/L, oxignio dissolvido igual a 6,5mg/L e temperatura de 20C. Supondo-se que a 50m a jusante a mistura j tenha sido completada, quais as caractersticas das guas do rio neste ponto? DB0mistura = (Qrio x DB0rio + Qcrrego x DB0crego) / ( Qrio + Qcrrego) DB0mistura = ( 45 x 5 + 5x 50) / ( 45 + 5)= 9,5mg/L ODmistura = (Qrio x ODrio + Qcrrego x ODcrrego) / ( Qrio + Qcrrego) ODmistura = (45 x 6,5 + 5 x 2) / ( 45+5)=6,05mg/L Tmistura = (Qrio x Trio + Qcrrego x Tcrrego) / (Qrio + Qcrrego) Tmistura = (45 x 20 + 5 x 26) / (45 + 5)=20,6C
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5.6 Mistura de diversas guas com pH Vamos seguir o exemplo dado por Piveli e Kato, 2006. Exemplo 5.3 Seja uma cidade que tem uma Estao de Tratamento de gua que produz vazo de 20 L/s e o pH da gua pH=8,0. Existe ainda um poo tubular profundo com vazo de 5 L/s e pH=9,0 e uma fonte de gua que clorada e tem vazo de 5 L/s e pH=6,0. Achar o pH da mistura? Lembremos que o pH= - log (H+) e que (H+)= 10 pH (H+)mistura = ( Qeta x (H+)eta + Qpoo x (H+)poo + Qfonte x (H+)fonte / ( Qeta + Qpoo+Qfonte) (H+)mistura = ( 20 x 10-8 + 5 x 10-9+ 5 x 10-6 / ( 20+5+5) = 0,1735 x 10-6 (pH)mistura= - log(0,1735 x 10-6)= 6,76 5.7 Vazo Q7,10 A vazo Q usada a conhecida vazo ecolgica tambm chamada de Q7,10 com sete dias consecutivas e perodo de retorno de 10anos. A vazo Q7,10 usada como a vazo mnima nos projetos de avaliao das cargas poluidoras. 5.8 Oxignio dissolvido O oxignio dissolvido (OD) encontrado em bolhas microscpicas de oxignio que ficam misturadas na gua e que ficam entre as molculas. um importante indicador para ver a existncia da vida aqutica. O oxignio entra na gua por absoro diretamente da atmosfera ou pelas plantas aquticas e pela fotossntese das algas. O oxignio removido da gua pela respirao e decomposio da matria orgnica e medido em mg/L. A maioria dos peixes no sobrevive quando a quantidade de OD< 3mg/L. Para a criao de peixes o ideal OD entre 7mg/L a 9mg/L. 5.9 Vazo de esgotos Conforme Sperling, 1996 a vazo de esgotos considerada em estudos de autodepurao usualmente a vazo mdia, sem coeficientes para a hora e o dia de menor consumo. A vazo de esgotos obtida atravs dos procedimentos convencionais, utilizando-se dados de populao, contribuio per capita, infiltrao, contribuio especfica (no caso de despejos industriais) etc. 5.10 Oxignio dissolvido no rio, a montante do lanamento O teor de oxignio dissolvido em um curso d'gua, a montante do lanamento dos despejos, um produto das atividades na bacia hidrogrfica a montante. Caso no seja possvel coletar amostras de gua neste ponto, pode-se estimar a concentrao de OD em funo do grau de poluio aproximado do curso d'gua. Se este apresentar poucos indcios de poluio, OD pode ser adotado, por segurana, como 80 a 90% do valor de saturao de oxignio conforme Sperling, 1996. Metcalf & Eddy adotam 90% do valor da saturao. Caso o curso d'gua j se apresente bem poludo a montante, justifica-se uma campanha de amostragem, ou mesmo que os estudos de autodepurao se estendam para montante, de forma a incluir os principais focos poluidores. Em tal situao, o valor de OD ser bem inferior ao teor de saturao. 5.10 Oxignio dissolvido no esgoto Conforme Sperling, 1996 nos esgotos, os teores de oxignio dissolvido so normalmente nulos ou prximos a zero. Isto se deve grande quantidade de matria orgnica presente, implicando em um elevado consumo de oxignio pelos microrganismos decompositores. Assim, adota-se usualmente, nos clculos de autodepurao, o OD do esgoto bruto como zero. Caso o esgoto seja tratado, as seguintes consideraes podem ser efetuadas: - Tratamento primrio. Efluentes de tratamento primrio podem ser admitidos como tendo OD igual a zero. - Tratamento anaerbio. Efluentes de processos anaerbios de tratamento possuem tambm um OD igual a zero. - Lodos ativados e filtros biolgicos. Efluentes desses sistemas sofrem uma certa aerao nos vertedores de sada dos decantadores secundrios, podendo o OD subir a 2 mg/l ou mais. Se o emissrio de lanamento final for longo, este oxignio poder vir a ser consumido, face DBO remanescente do tratamento. - Lagoas facultativas. Efluentes de lagoas facultativas podem apresentar teores mdios de OD elevados, em torno de 5 a 6 mg/l face produo de oxignio puro pelas algas.
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Dica: quando no temos dados podemos adotar para o rio 80% a 90% da saturao de oxignio dissolvido. Dica: quando no se tem dados podemos supor que DO= 1mg/L no runoff. 5.11 DBO5 do esgoto A concentrao da DBO5 dos esgotos domsticos brutos tem um valor mdio da ordem de 250-350 mg/l (mg/l= g/m3). Pode-se estimar tambm a DBO dos esgotos domsticos atravs da diviso entre a carga de DBO (kgDBO/d) e a vazo de esgotos (m3/d). Dica: caso no tenhamos dados sobre DBO podemos adotar DBO entre 1,5mg/L a 3,0mg/L em rios. Para o caso de runoff 3mg/L. Demanda total diria e por habitante Conforme Dacach, 1984 a transformao para se obter oxignio:
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Dt= V x DBO Sendo: V= volume de produo dirio de esgoto (m3/dia) DBO= demanda (mg/L=g/m3) Dt= demanda diria de oxignio (g) Dh= Dt / P Sendo: Dh=demanda de oxignio por habitante (g) P= populao habitantes Exemplo 5.4 Seja uma cidade com P=50 mil habitantes e DBO de 300mg/L. Calcular a produo diria de oxignio consumido pela DBO se o volume V= 10.000m3/dia Dt= V x DBO 300mg/L= 300 g/m3 Dt= 10.000 m3/dia x 300mg/L= 3.000.000g/dia Dh= Dt / P Dh= 3.000.000g/dia / 50.000hab= 60g/habitante por dia A norma da ABNT NB 570/1990 para projeto de Estaes de Tratamento de Esgotos Sanitrios admite 54g/hab x dia de DBO para projetos quando no se tem dados. Populao equivalente Ainda segundo Dacach, 1084 a populao equivalente pode ser definida como: Pe= Di / Dh Sendo: Pe= populao equivalente ao esgoto de uma indstria, por exemplo (hab) Di= demanda diria (g) Dh= demanda de oxignio devido a DBO adotada como mnimo como por exemplo 54g/hab x dia. Exemplo 5.5 Calcular a populao equivalente a uma indstria cuja demanda diria seja de 140.000g de oxignio. Admitir Dh= 54 g/hab x dia Pe= Di / Dh Pe= 140000 / 54 = 2593hab. Caso haja despejos industriais significativos, estes devem ser includos no clculo, principalmente aqueles oriundos de indstrias com elevada carga orgnica no efluente, como as do ramo alimentcio. Tais valores podem ser obtidos por meio de amostragem ou atravs de dados de literatura. A Tabela (5.3) apresenta faixas tpicas de remoo da DBO de diversos sistemas de tratamento de esgotos predominantemente domsticos. Tabela 5.3- Eficincias tpicas de diversos sistemas na remoo da DBO Sistema de tratamento Eficincia na remoo de DBO (%) Tratamento primrio 35 40 Lagoa facultativa 70 85 Lagoa anaerbia-lagoa facultativa 70 90 Lagoa aerada facultativa 70 90 Lagoa aerada de mistura completa-lagoa de decantao 70 90 Lodos ativados convencional 85 93 Aerao prolongada 93 98 Filtro biolgico (baixa carga) 85 93 Filtro biolgico (alta carga) 80 90 Biodisco 85 93 Reator anaerbio de manta de lodo 60 80 Fossa sptica-filtro anaerbio 70 90 Infiltrao lenta no solo 94 99 Infiltrao rpida no solo 86 98 Infiltrao subsuperficial no solo 90 98 Escoamento superficial no solo 85 95
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5.12 DBO5 no rio, a montante do lanamento A DBO5 no rio, a montante do lanamento, funo dos despejos lanados ao longo do percurso at o ponto em questo. So aqui tambm vlidas as consideraes sobre campanhas de amostragem e a incluso dos focos poluidores de montante conforme Sperling, 1996. Klein,1962 in Sperling prope a classificao apresentada na Tabela (5.4) na ausncia de dados especficos. Tabela 5.4- Valores de DBO5 em funo das caractersticas do curso d'gua Condio do rio Bastante limpo Limpo Razoavelmente limpo Duvidoso Ruim DBO5 do rio (mg/l) 1 2 3 5 >10
Na Tabela (5.5) apresentamos anlise dos efluentes de duas lagoas de So Jos dos Campos, sendo uma anaerbia e outra aerbica. Apesar da boa reduo de DBO, o efluente em DBO ainda tem 68,7mg/L o que bastante alto. Tabela 5.5- Efluentes das lagoas anaerobia e aerobia de So Jos dos Campos de 1963 Determinaes Valores mdios do efluente tratato Temperatura ambiente 24,9 C Temperatura da gua 15,0 C Cor 138 Turbidez 121 Oxignio Dissolvido (OD) 3,87 mg/L DBO normal 68,7 mg/L DBO filtrada 41,4 mg/L pH 7,56 Alcalinidade total 135,4 mg/L Nitrogenio amoniacal 13,58mg/L Nitrogenio orgnico 0,82mg/L Nitratos 0,085mg/L Nitritos 0,0070mg/L Cloretos 45,60mg/L NMP coliformes 924 x 103 /100mL Slidos totais 402 mg/L Slidos solveis 284 mg/L Slidos suspensos 113mg/L Slidos sedimentveis 8 ml/L Slidos volteis totais 261mg/L Slidos suspensos volteis 127mg/L Slidos solveis volteis 133mg/L
Fonte: Benoit, 1964
5.13 Legislao As recomendaes mais recentes brasileiras esto na Resoluo Conama n 357 /2005 que classifica os rios em classes estabelecendo limites mnimos e mximos. Nestas condies tm-se os seguintes padres a serem satisfeitos:
Padro de lanamento (padro de emisso, ou seja, a qualidade que os esgotos devem possuir ao serem lanados no corpo receptor) Padro do corpo receptor (qualidade da gua a ser mantida no corpo receptor, em funo de sua classe)
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Para os parmetros analisados no presente estudo, tem-se: Padro do corpo dgua (Classe 3): concentrao de DBO 10 mg/l concentrao de OD 4 mg/l Vamos nos referir ao rio Baquiriv-Guau existente em Guarulhos municpio de So Paulo para efeito de aplicao dos conceitos das leis federais e estaduais. 5.14 Diferenas entre DBO e CDBO A DBO basicamente a quantidade de oxignio dissolvido necessria pelas bactrias durante a estabilizao da decomposio da matria orgnica em condies aerbicas conforme Dezuane, 1997. A DBO tipicamente dividida em duas partes: demanda por oxignio devido aos carbonceos CBDO e outra demanda por oxignio devido a nitrognio NDBO O CDBO (Demanda bioqumica de oxignio devido ao carbonceo) o resultado da quebra de molculas orgnicas como a celulose e acar em dixido de carbono e gua. A demanda de oxignio devido ao nitrognio NDBO o resultado da quebra de protenas. Protenas contem acar ligado ao nitrognio. Depois que quebrada a molcula de nitrognio forma-se usualmente a amnia que rapidamente convertida em nitrato no meio ambiente. DBO = CDBO + NDBO Se medirmos a DBO e CDBO podemos achar NDBO= DBO-CDBO A converso da amnia em nitrato requer quatro vezes mais oxignio do que a converso da mesma quantidade de acar para formar o dixido de carbono e gua. Como temos a DBO5 temos tambm a CDBO5dias para a demanda carboncea de oxignio. O CDBO usado em estudos de analise da qualidade de gua em rios. A DBO um pouco maior que a CDBO e geralmente medido nas guas de esgotos lanados nos cursos de gua. Grau de Tratamento Requerido Para a disposio superficial do esgoto tratado no rio Baquirivu-Guau, a qualidade do efluente no deve modificar a classificao do curso de gua. De acordo com o Decreto do Estado de So Paulo n. 10.755/77, o rio Baquirivu-Guau est enquadrado como corpo de gua pertencente Classe 3, ou seja, guas destinadas ao abastecimento domstico aps tratamento convencional, preservao de peixes em geral e de outros elementos da fauna e da flora e dessedentao de animais e por isso requer tratamento a nvel secundrio. Por meio do Decreto do Estado de So Paulo n 8.468/76, nas guas de Classe 3 no podero ser lanados efluentes, mesmo tratados, que prejudiquem sua qualidade pela alterao dos seguintes parmetros ou valores: I - Virtualmente ausentes: - materiais flutuantes, inclusive espumas no naturais; - substncias solveis em n-hexana; substncias que comuniquem gosto ou odor; II - Demanda Bioqumica de Oxignio (DBO) em 5 dias, a 20C em qualquer amostra, at 10mg/l; III - Nmero Mais Provvel (NMP) de coliforme at 20.000, sendo 4.000 o limite para os de origem fecal, em 100 ml, para 80% de pelo menos 5 amostras colhidas, num perodo de at 5 semanas consecutivas; IV - Oxignio Dissolvido (OD), em qualquer amostra, no inferior a 4 mg/l. A seo II Dos Padres de Emisso, Artigo 18, determina que os efluentes de qualquer fonte poluidora no podero conferir ao corpo receptor caractersticas em desacordo com o enquadramento do mesmo, na Classificao das guas, e somente podero ser lanados, direta ou indiretamente, nas colees de gua desde que obedeam as condies estabelecidas por ndices mximos de vrios parmetros, dos quais se destaca para o presente caso a DBO: -DBO5 dias, 20C no mximo de 60 mg/l. Este limite somente poder ser ultrapassado no caso de efluentes de sistema de tratamento de guas residurias que reduza a carga poluidora em termos de DBO 5 dias, 20C do despejo, em no mnimo 80%. A Resoluo Conama 357/05 mais recente e mais restritiva e dever ser obedecida verificando-se que em rios de Classe 3 o oxignio dissolvido dever sempre ser 4mg/L e que a DBO dever ser 10mg/L.
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Tabela 5.6- Resoluo Conama 357/2005 aplicado a rios e lagos Classe do rio OD DBO Clorofila-a (mg/L) (mg/L) g/L 1 3 <10 6 <0,030 ambientes lnticos 2 5 <0,050 outros 5 3 4
Fonte: adaptado da Resoluo Conama 357/05
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10 No citado
5.14 Temperatura Geralmente os estudos so feitos para trs temperaturas conforme Azevedo Neto, 1966 e Tabela (5.7). Tabela 5.7- Temperaturas de estudos Faixa para estudo Temperatura Azevedo Neto, 1966 Condies extremas de vero 25 C Condices extremas de inverno 15 C Condies mdias 20 C Plnio Tomaz 2007 32 C 13 C 20 C
5.15 Teoria A equao bsica para o balano de oxignio em um curso de gua baseda nos estudos de Thomann e Muller, 1989 que foi obtida atravs da equao de Streeter-Phelps feita em 1925. Os primeiros estudos sobre oxignio dissolvido comearam na Inglaterra em 1870 e nos Estados Unidos em 1912. Dois grandes pesquisadores so Thomann em 1963 e Muller em 1984. Em 1987 Thomann e Muller lanaram o livro Principles of surface water quality modeling and control que um State of Art do assunto.
Sendo: D=dficit de oxignio (mg/L) = Cs C Cs= concentraao de oxignio de saturao na gua numa determinada altitude e numa determinada temperatura (mg/L) C= concentrao numa determinada temperatura (mg/L) e= nmero e= 2,718... K2= coeficiente de aerao( /dia) K1= coeficiente de consumo de oxignio (oxidao) pela DBO (/dia) KN= coeficiente de consumo de oxignio pelo nitrognio (/dia) Ks= coeficiente de consumo de oxignio pelo lodo depositado no fundo de rio ou lago (/dia) H= profundidade mdia do rio (m) pa= oxignio devido a fotossntese das algas (mg O2/L /dia) R= consumo de oxignio pelas algas (/dia) Lo= valor inicial da DBO (mg/L) LoN= valor inicial de oxignio consumido devido ao nitrato numa temperatura determinada t= tempo decorrido em dias Com esta equao poderemos montar um planilha eletrnica tipo Excel onde obteremos o valor mximo do dficit de oxignio que estar a uma certa distncia = velocidade mdia x tempo em dias. A clssica equao de Streeter-Phelps, bastante conhecida fica: D= Do x e K2 x t + { [K1 / (K2-K1)] x (e K1 x t e K2 x t) }x Lo A representao grfica da mesma est na Figura (5.4) onde podemos ver o mximo dficit de oxignio Dc quando somente usamos duas variveis: DBO e aerao.
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Os valores obtidos conforme Metcalf e Eddy, 1993 so: tc= (1 / (K2 K1)) x ln ((K2/K1) x (1-Do x (K2-K1)/(K1 x Lo)) Sendo: tc= tempo onde ocorre o mximo dficit de oxignio, ou seja, o dficit crtico de oxignio Dc (dia) K2= coeficiente de aerao( /dia) K1= coeficiente de consumo de oxignio (oxidao) pela DBO (/dia) Do= o dficit de oxignio no incio (mg/L) Ln= logaritimo neperiano Lo= valor inicial da DB0 (mg/L). a DBO antes da contagem dos 5 dias. Aps 5 dias teremos a DBO5. O valor mximo de Dc ser: Dc= (K1/K2) x Lo x e K1 x tc Sendo: Dc= dficit crtico de oxignio (mg/L). o maior dficit que ocorre no tempo tc em dias. Lo= valor inicial da DB0 (mg/L). a DBO antes da contagem dos 5 dias. Aps 5 dias teremos a DBO5. K2= coeficiente de aerao( /dia) K1= coeficiente de consumo de oxignio (oxidao) pela DBO (/dia) tc= tempo crtico (dias)
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Exemplo 5.6 Calcular o oxignio dissolvido a 20C em um rio que tem DBO=Lo=10,9mg/L DO=7,6mg/L. O coeficiente de desoxigenao da DBO K1=0,2/dia; O rio tem profundidade mdia de 3,0m e velocidade mdia de 0,3m/s. O oxignio de saturao do local 9,1mg/L. Vamos usar o metodo de Streeter-Phelps Do= 9,1 7,6= 1,5mg/L A constante de rearao K2 pode ser obtida de: K2= 3,9 x v 0,5 / H 1,5 K2= 3,9 x 0,3 0,5 / 3,0 1,5= 0,41/dia tc= (1 / (K2 K1)) x ln ((K2/K1) x (1-Do x (K2-K1)/(K1 x Lo)) tc= (1 / (0,41 0,2)) x ln ((0,41/0,2) x (1-1,5 x (0,41-0,2)/(0,2 x 10,9)) = 2,67dias Dc= (K1/K2) x Lo x e K1 x tc Dc= (0,2/0,41) x 10,9 x e 0,2 x 2,67= 3,1mg/L Portanto em 2,67dias o dficit de oxignio no rio ser o maio possvel, isto , 3,1mg/L. 5.16 Coeficiente de oxidao K1 da DBO O coeficiente de oxidao ou desoxigenao denominado K1 varia de 0,1/dia a 4,0/dia sendo um valor tpico K1=0,2/dia. Pode ser obtido de equaes empricas citado por Huber, 1993 in Maidment: K1= 1,89 / Q 0,49 Sendo: Q= vazo do rio (m3/s)= Q7,10 A vazo Q usada a conhecida vazo ecolgica tambm chamada de Q7,10 com sete dias consecutivas e perodo de retorno de 10anos. A Tabela (5.8) apresenta alguns valores de K1 na base e. Esclarecemos o porque da base e pois usou-se h tempos a base 10 dos logaritmos na teoria geral do dficit de oxignio dissolvido. Quando os esgotos forem mais depurados, ento menores sero os coeficientes K1. Pela experincia foi provado que quando o lanamento de esgotos for mais poluentes, maior a oxidao e portanto maior deve ser o K1 adotado. O K1 geralmente na base e mas caso tenhamos K1 na base 10 e queremos passar para a base e basta multiplicar por 2,303. K1 base e= K1 base 10 x 2,303
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Tabela 5.8- Valores de K1 Tipo de tratamento K1 na base e Tratamento secundrio 0,3 a 1,5 Tratamento melhor que secundrio 0,3 a 0,5 Tratamento instvel com sedimentos no fundo 0,2 a 0,4
Fonte: Brown, 1995
Exemplo 5.7 Calcular o coeficiente K1 de oxidao da DBO para um rio com vazo Q7,10= 8,49m3/s. K1= 1,89 / Q 0,49 K1= 1,89 / 8,49 0,49 =0,66/dia Thomann e Mueller apresentaram a seguinte relao que adaptada para unidades SI ficam: K1= 0,44 / H 0,434 quando 0 < H <2,4m K1= 0,30 para H> 2,40m Exemplo 5.8 Calcular o coeficiente K1 de oxidao da DBO para rio com profundidade de 2,0m. K1= 0,44 / H 0,434 quando 0 < H <2,4m K1= 0,44 / 2 0,434 =0,33 5.17 Coeficiente de correo O coeficiente K1 sempre referido a temperatura de 20 C. Caso a temperatura seja diferente de 20C o novo valor de K1 passa a ser calculado da seguinte maneira: K1= K1 x (temperatura20) Os valores de variam de autor para autor conforme se podem ver na Tabela (5.9). Tabela 5.9- Valores dos coeficiente usuais na base e com as referncias Processo Coeficiente Valor de Referncia Oxidao do DBO K1 1,047 Camp Rearao de DO K2 1,024 Camp Oxidao devido ao nitrognio NOD (nitrogenous oxygen KN 1,085 (1,026 a 1,1) Bowie et al demand) Decaimento de bactrias KB 1,07 (1,035 a 1,05) Mancini patognicas e virus Oxignio consumido pelo lodo Ks 1,065 Thomann e Mueller Respirao R R20 1,08 Thomann e Mueller Fotossntese pa20 1,066 Thomann e Mueller
Fonte: adaptado de Huber, 1993
A correo da temperatura no coeficiente K1 tambm aplicada para os coeficientes K2, KN, KB, Ks e valores R20 da respirao e pa20 da fotossntese conforme Tabela (5.8). K1= K1 x (temperatura20) K2= K2 x (temperatura20) KN= KN x (temperatura20) R= R20 x (temperatura20) pa= pa20 x (temperatura20) Coli= Coli20 x (temperatura20) Ks= Ks x (temperatura20) 5.18 Oxignio consumido pelo nitrognio (NOD) A qumica do nitrognio complexa pois o nitrognio se apresenta de 10maneiras, sendo que para o sistema aqutico somente interessa 4 conforme Sawyer, et al 1994. As fezes de animais, as plantas mortas produzem amnia. Protenas (nitrognio orgnico) + Bactrias -> NH3 A amnia com aes de bactrias denominadas nitrosomonas se transformam em nitrito e em presena de bactrias denominadas nitrobactrias se transformam em nitrato. O nitrato no deve ser maior que 10mg/L nas guas de abastecimento pblico de gua potvel, pois causa doena a metahemoglonemia infantil que letal para crianas, pois o nitrato reduzido a nitrito na corrente sangunea, competindo com o oxignio livre, tornando o sangue azul conforme Piveli e Kato, 2005.
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Nitrognio Amoniacal (NH3) A amnia na forma livre NH3, isto , a amnia no ionizada txica aos peixes e na forma ionizada NH4 no txica. A amnia livre em concentraes maiores que 0,2mg/L causam fatalidades a varias espcies de peixes conforme Sawyer et al 1994. Nos Estados Unidos no permitido mais que 0,02mg/L de amnia livre mas guas dos rios. De maneira geral para pH das guas de rio menores que 8, a concentrao de amnia menor que 1mg/L. Nitrognio Kjeldahn (NTK) o nitrognio orgnico com o nitrognio em forma de amnia. O NTK a forma predominante do nitrognio nos esgotos domsticos brutos; da a sua importncia como parmetro qumico na qualidade das guas. A mdia do nitrognio Kjeldhal 1,67mg/L. Nitrato (NO3) O nitrognio em forma de amnia se transforma com o tempo, dependendo das condies fsicas e qumicas do meio aqutico em nitrito e, posteriormente em nitrato. A presena do nitrognio na forma de nitrato no corpo dgua um indicador de poluio antiga relacionada ao final do perodo de nitrificao ou pode caracterizar o efluente de uma estao de tratamento de esgotos sanitrios a nvel tercirio, onde o processo de nitrificao induzido e controlado, com o objetivo da reduo de nutrientes. O nitrato (mg/L) pode sofrer o processo de desnitrificao sendo reduzido a nitrognio gasoso. O nitrito e o nitrato tm em mdia 0,837mg/L. Na converso de nitrognio para NO3 e para NO2 consome oxignio que conhecido como NOD (nitrogenuos oxygen demand). O valor de NOD conforme Huber, 1993 : LoN=NOD= 4,57 x TKN + 1,14 x NO2 Sendo: LoN=NOD= nitrogenus oxygen demand (mg/L) a 20 C NO2= nitrito (mg/L) Os valores de KN variam de 0,2/dia a 0,6/dia, mas podem variar tambm de 0,02/dia a 6,0/dia conforme Huber, 1993. Ver Tabela (5.9) onde temos alguns coeficientes KN. O esgoto domstico contm de 15mg/L a 30mg/L de nitrognio total sendo 60% nitrognio amoniacal e 40% nitrognio orgnico. Nota: Thomann e Muller, 1987 usam: LoN=NOD= 4,57 x (No+Na) Sendo: No=concentrao de nitrognio orgnico Na= concentrao de amnia Para a mdia municipal de entrada de esgotos o NOD de 220 mg/Lm No=20mg/L de nitrognio orgnico e Na=28 mg/L de NH3. LoN=NOD= 4,57 x (No+Na) LoN=NOD= 4,57 x (20+28)=220 mg/L Conforme Thomann e Muller, 1987 temos: O runoff produz Na=0,6mg/L e No=1,7mg/L No Uruguai Na=20mg/L e No=18mg/L New York temos: Na=6,4mg/L e No=6,3 mg/L Los Angeles: Na= 8,3mg/L e No= 6,7mg/L Dica: Quando no se tem dados, adotar em climas quentes 1,5mg/L de NH3 e 0,5mg/L em climas frios. Dica: Quando no se tem dados adotar em rios adotar NOD (demanda de oxignio devido ao nitrognio) entre 0,5mg/L a 1,5mg/L Dica: em runoff adotar NH3=0 Abaixo de 10C a influncia do nitrognio inibida. Quando OD<2mg/L a nitrificao inibida tambm.
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O resultado da nitrificao o nitrato, que causa srias doenas em crianas conforme Chafra in Mays, 1996. Conforme Thomann e Muller, 1987 a presena da amnia em guas naturais se deve a descargas de esgotos ou a decomposio de matria orgnica de varias formas. 5.19 Toxidez da amnia A amnia existe em duas formas naturais: o on de amnia NH4+ e a amnia gs NH3. O on de amnia NH4+ no causa nenhum problema, entretanto a amnia no ionizada em forma de gs NH3 txica a peixes. Conforme Thomann e Muller, 1987 a amnia oxidada sob condies aerbicas e se transforma em nitrito pela ao das bactrias do genus Nitrosomonas. A equao de equilbrio : NH4+ + 1,5O2 ---> NO2 + 2H+ + H20 A reao requer 3,43g de oxignio para 1g de nitrognio oxidado a nitrito. O nitrito ento oxidado para nitrato pela bactria do genus Nitrobacter da seguinte maneira: NO2- + 0,5 O2 NO3Esta reao requer 1,14g de oxignio para 1 g de nitrito para oxidar para nitrato. O total de oxignio utilizado para a inteira nitrificao 4,57g de oxignio por grama de amnia oxidada para nitrato. Quando o pH aumenta a reao tende para o lado direito e conseqentemente um alto nvel de pH da gua resulta num nvel alto de amnia no ionizada conforme Figura (5.6).
Resumindo, o problema do nitrognio em um rio ou crrego tem varias facetas. Primeiramente causa a depleo do oxignio atravs da nitrificao. Isto causa um produto no esperado (byproduct) chamado nitrato que um poluente conforme Chafra in Mays, 1996. Depois forma um on no ionizado que txico a organismos aquticos. Finalmente a amnia e o nitrato so nutrientes essenciais para a fotossntese, que estimular o crescimento de plantas aquticas.
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Exemplo 5.9 Calcular o valor de LoN para um esgoto bruto de So Jos dos Campos de 13 de dezembro de 1960 quando a metade da cidade teve o seu esgoto tratado com duas lagoas em srie que constituam o mtodo Australiano elaborado pelo engenheiro civil Benoit Almeida Victoretti conforme sua tese de doutoramento de 1964. Temperatura = 22,1C DBO= 338 mg/L pH= 6,6 Alcalinidade total= 124,60mg/L Nitrognio amoniacal= 18,90mg/L Nitrognio orgnico= 1,98mg/L Nitritos= 0,25mg/L Nitratos= 0,11mg/L Cloretos= 46,60mg/L Slidos sedimentveis= 157,70 ml/L Slidos suspensos= 318,30mg/L Slidos totais= 641,50mg/L Coliformes totais= 83 x 106 NMP/ 100mL NTK= 18,90+1,98=20,88 mg/L LoN=NOD= 4,57 x TKN + 1,14 x NO2 LoN=NOD= 4,57 x20,88 + 1,14x 0,25 =95,71mg/L de O2 Caso KN=0,4 o valor a ser usado na frmula geral ser igual: LoN =KN x LoN= 0,4 x 95,71= 38,28 Exemplo 5.9B Com os mesmos dados do Exemplo (5.9) calcular usando a equao de Thomann e Muller, 1987: LoN=NOD= 4,57 x (No+Na) No= 1,98 mg/L Na=18,90 mg/L LoN=NOD= 4,57 x (No+Na) LoN=NOD= 4,57 x (1,58+18,90)= 95,2 mg/L de O2
Tabela 5.10- Valores de KN conforme o curso de gua Tipo de curso de gua KN a 20C na base e 20 C Rios fundos 0,1 a 0,3 Rio raso com algumas pedras no fundo 0,3 a 0,5 Rio raso com fundo rochoso 0,6 a 0,8 Rios com sedimento no fundo 0,0 a 0,02 Para corpos de gua grandes e fundos (Thomann e 0,1 a 0,5 Muller, 1987) Para rios pequenos (Thomann e Muller, 1987) 1/dia Nota: entre 5C e 10C (Thomann e Muller, 1987) 0 Um valor tpico de KN=0,3/dia a 20 C. KN= KN x (temperatura20) KN= KN x 1,08 (temperatura20)
Thomann e Muller,1987
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Devemos observar que para o consumo de nitrognio a entrada dos valores na frmula geral entra de uma maneira diferente da respirao R e fotossntese p. D= Do x e K2 x t + + { [K1 / (K2-K1)] x (e K1 x t e K2 x t) }x Lo +{ [Kn / (K2-Kn)] x (e Knx t e K2 x t) }x LoN - (1 e K2 x t) x ( p- R Ks/H)/K2 As transformaes do nitrognio so: NH3 Transforma-se em amnia ionizada NH4 + NH4 + a amnia ionizada com bactrias nitrosomonas transforma-se em nitrito NO2 NO2 - o nitrito com as nitrobactrias transforma-se em nitrato NO3 A Figura (5.7) mostra as transformaes ocorridas com o nitrognio.
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5.19 Respirao Da mesma maneira que a fotossntese a respirao devido ao fitoplncton clorofila a R= aop x r x P Sendo: R= respirao pelo fitoplncton (mg/L x dia). Exemplo: R=0,25 mg O2/ L x dia. aop= razo em mg de DO/ g de clorofila a . Varia de 0,1 a 0,3. r= taxa de respirao do fitoplncton que varia de 0,05/dia a 0,25/dia, sendo usual a taxas de 0,1/dia usada no programa STREADO. P= fitoplncton clorofila-a em g/L Conforme Thomann e Muller, 1987 temos: R= aop x r x P aop=0,25mg/L r=0,1/dia R= 0,25x0,1=0,025 x P Exemplo 5.10 r= 0,1 /dia aop= 0,25 razo em mg de DO / g de clorofila-a que varia de 0,1 a 0,3. Vamos adotar aop=0,25 que a taxa de luz que produz demanda de oxignio saturado. P= clorofila-a em g/L= 10 g/L R= aop x r x P R= 0,25 x 0,1 x 10=0,025x 10= 0,25 mg O2/ L x dia A USEPA, 1985 recomenda para a respirao a equao: R (mg/L/dia)= 0,024 x (clorofila a) (g/L) Geralmente os valores da clorofila-a na faixa de 0,0 a 0,017mg/L obtendo dados de respirao R que varia de 0 a 0,408mg/L/dia. Exemplo 5.11 Dado o valor da clorofila-a de 10 g/L achar a RESPIRAO. R (mg/L/dia)= 0,024 x (clorofila-a) (g/L) R (mg/L/dia)= 0,024 x 10=0,24 mg O2/ L x dia 5.20 Fotossntese Atravs do site http://www.ufrrj.br/institutos/it/de/acidentes/fito.htm expomos uma explicao sobre o que a clorofila-a. Costuma-se utilizar a concentrao de clorofila (em ug/l) para expressar a biomassa fitoplanctnica. Assim, o estudo do fitoplncton e da biomassa (Clorofila-a), associado aos parmetros fsicos e qumicos, pode detectar possveis alteraes na qualidade das guas, bem como avaliar tendncias ao longo do tempo, que se reflitam em modificaes no habitat ou no comportamento dos organismos aquticos. Alm disso, a anlise dos nveis de clorofila pode estabelecer uma correlao entre a ocorrncia das espcies e a biomassa e, desta forma, buscar indicadores biolgicos da qualidade de gua. As algas (e outras partculas em suspenso) contidas numa amostra de gua e retidas em papel de filtro, sero analisadas em laboratrio para a obteno da concentrao da Clorofila-a. Um dos mtodos, consiste na extrao, durante 12 horas, com acetona a 90%, dos pigmentos existentes no resduo da filtrao da amostra de gua. Aps esse tempo, a soluo centrifugada e o lquido obtido tem sua absorvncia determinada, nos comprimentos de onda especficos (Aminot e Chaussepied, 1983).
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Figura 5.8- Mostra coleta de amostra usando garrafa tipo Van Dorn As amostras de superfcie so coletadas diretamente nos frascos conforme Figura (5.8) e as amostras de profundidade, so obtidas com auxlio da garrafa tipo Van Dorn de 2 litros. A concentrao de clorofila-a na gua est diretamente relacionada com a quantidade de algas presentes no manancial. A concentrao excessiva de algas confere aos lagos a aparncia indesejvel de "sopa de ervilha". As caractersticas da qualidade da gua determinam que espcies de algas esto presentes. Lagos com elevados nveis de nutrientes, tendem a suportar um maior nmero de algas do que aquelas com baixo nvel desses elementos. Outros fatores, como: temperatura, profundidade, pH e alcalinidade, tambm influem nas espcies e no nmero de algas encontradas nos lagos. As plantas aquticas e o fitoplncton tm um efeito muito grande na concentrao do oxignio dissolvido num corpo de gua. Fotossntese o processo em que a energia solar se converte em gua e dixido de carbono e glicose. A reao da fotossntese pode ser escrita assim: 6CO2 + 6 H20 C6 H12 O6 + 6O2 A produo do oxignio acompanhada da remoo de hidrognio da gua formando perxido que quebrado em gua e oxignio. Existem dez tipos de clorofila, sendo a mais importante a Clorofila-a seguida da feofitina-a conforme Figuras (5.9) e (5.10). No manancial do Tanque Grande em Guarulhos encontramos 0,97g/L de clorofila-a e 2,3 g/L de Feofitina-a. Conforme Lamparelli, 2004 a relao entre clorofila-a e feofitina-a 1:1 em rios e 2:1 em reservatrios sendo adotado em seu trabalho a clorofila-a corrida para feofitina-a que foi adotada com indicadora de biomassa fitoplanctnica tanto para reservatrios como para rios.
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Figura 5.10- Esquema da transformao da Clorofila-a em feofitina-a. Observar a remoo do Mg. Fonte: Soarez, 2006
Clorofila-a A clorofila est presente nas folhas das plantas, sendo crucial para a fabricao de glicose atravs da fotossntese. A clorofila produzida pela planta atravs dos cloroplastos. a clorofila-a a responsvel pela colorao verde das plantas e pela realizao da fotossntese. A produo de oxignio ocorre atravs da remoo do hidrognio da gua, formando perxido que se quebra na gua liberando oxignio. A produo de oxignio to grande que a gua fica supersaturada chegando at 150% a 200% acima do nvel de saturao conforme Huber, 1993. Vamos utilizar o mtodo baseado na clorofila a, cuja concentrao no muda. Vamos mostrar com um exemplo para facilitar a compreenso do assunto: conforme http://www.epa.gov/reg3wapd/tmdl/MD%20TMDLs/Urieville%20Lake/urievilleDR.pdf Vamos fazer dois clculos: Obteno do OD devido a fotossntese durante o dia Variao do OD durante o dia
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5.20 Clculo do oxignio dissolvido durante o dia. Devido a energia solar, a fotossntese s ocorre durante o dia. pa= ps x G (Ia) Sendo pa= oxignio dissolvido durante o dia (mg O2/ L x dia) ps= produo de luz que produz o oxignio dissolvido saturado. ps=aop x P aop= 0,25 razo em mg de DO / g de clorofila-a que varia de 0,1 a 0,3. Vamos adotar aop=0,25 que a taxa de luz que produz demanda de oxignio saturado. P= clorofila-a em g/L= 10 g/L (admitido: uma quantidade grande) ps=0,25 x P= 0,25x 10= 2,5 g/L = 2,5 mg O2/ L x dia G (Ia)= fator de atenuao da luz de acordo com a profundidade e em um dia H= profundidade (m) G(Ia)= 2,718 x f ( e -1 - e -o) / (Ke x H) G(Ia)= 2,718 x 0,6 ( e -0,55 - e -1,42) / (1,04 x 1,87) =0,29 pa= ps x G (Ia)= 2,5 x 0,29= 0,73 mg O2/ L x dia
Sendo: o= Ia / Is = 500/350=1,42 H= 1,87m = profundidade mdia (adotado) Ke= 1,04 adotado Ke = 1,7 / Ds sendo Ds= profundidade obtida com o disco de Secchi (m) 1= o x e Ke x z= 1,42 x e - 1,04 x 0,914 = 0,55 Sendo: Ke= coeficiente de extino da luz (1/m) = 1,04/dia Ia= mdia da radiao solar durante o dia em Langley/dia=500 Langleys/dia, 1 Langley=grama-caloria/cm2 Nota: Langley/dia (Ly 1caloria/cm2=2,06 w/m2) Is= luz no qual o fitoplncton cresce ao mximo em Langley/dia e que varia de 250 a 500 = 350 Langley/dia. Conforme Branco, 1971 so usados luxmetros ou fotmetros para registrar a intensidade luminosa em unidades langley. f= foto perodo (frao da durao da luz do dia) =0,6 dia o= coeficiente 1=coeficiente z= profundidade de atividade da fotossntese (m) 5.21 Estimativa da variao diurna do oxignio devido a fotossntese Conforme http://www.mde.state.md.us/assets/document/TMDL/adkins/adkins_main_final.pdf acessado em 26 de dezembro de 2006: f= 0,6dias T=1dia Ka=K2=0,5/dia pa= 0,73 mg O2/ L x dia c/pa = [( 1- e Ka x f x T) x ( 1- e Ka x T x (1- f) )] / [f x Ka x (1 e Ka x T)] c/0,73 = [( 1- e 0,5 x 0,6 x 1dia) x ( 1- e 0,5 x 1 x (1-0,6f) )] / [0,6 x 0,5 x (1 e 0,5 x 1dia)] c/0,73 = 0,39 c = 0,39 x 0,73 = 0,29 mg O2/ L x dia O valor c achado mostra que durante o dia oxignio dissolvido aumenta ou diminui de 0,29mg Supondo que o oxignio dissolvido no lago de 5,95mg/L poder haver variao de oxignio de 5,95-0,29=5,66 at 5,95+0,29=6,24mg/L de O2. Thomann e Mueller, 1987 fazem algumas simplificaes: c= 0,5 pa quando Ka < 2/dia Ka=K2 c= 0,3 pa quando 2/dia Ka 10/dia Como Ka =0,5/dia ento: c= 0,5 pa
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c= 0,5 x 0,73=0,365 mg O2/ L x dia Thomann e Muller, 1987 ainda sugerem que: pa= pa x H R= R x H Sendo: H= profundidade (m) Ento os valores de pa e R tero as unidades: g de O2/ m2 x dia pa e R tem as unidades mg O2/ L x dia Os valores de pa variam de 0,3 a 3g O2/m2 x dia conforme Thomann e Muller, 1987 para reas de produo moderada podendo chegar at 10 g O2/m2 x dia para rios onde existe uma biomassa significante. Os nveis de respirao abrangem aproximadamente os mesmos valores. 5.22 Estimativa da quantidade de clorofila a atravs da quantidade de fsforo em um lago. Fsforo total (PT) A presena de fsforo na gua pode dar-se de diversas formas. A mais importante delas para o metabolismo biolgico o ortofosfato. O fsforo um nutriente e no traz problemas de ordem sanitria para a gua. A concentrao elevada de fsforo pode contribuir da mesma forma que o nitrognio para a proliferao de algas e acelerar, indesejavelmente, em determinadas condies, o processo de eutrofizao. O fsforo total tem mdia de 337g/L enquanto que o fsforo solvel tem mdia de 100g/L. Lamparelli, 2004, para rios e lagos concluiu a seguinte relao: Clorofila-a= 0,081 x (PT) 1,24 Sendo: Clorofila-a em g/L Fsforo total (PT) em g/L Exemplo 5.12 Sendo a concentrao de fsforo de 50 ug/l Clorofila-a= 0,081 x (PT) 1,24 Clorofila-a= 0,081 x 50 1,24= 10,4g/L
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5.21 Demanda de oxignio devido ao sedimento A demanda de oxignio devido ao sedimento ocorre: Sedimentao de esgotos Morte de plantas e queda de folhas devido ao runoff Deposio do fitoplncton Criao de bactrias com filamentos devido a slidos orgnicos solveis No fundo do rio com profundidade H o depsito de sedimentos pode variar de localizao desde sedimentao baixa como elevada. O oxignio utilizado pelos sedimentos depende do material orgnico e dos organismos bnticos existentes no local. D= [Ks / (H x K2)] x ( 1 e -k2 x t) ou D= (Ks / H) x ( 1 e -k2 x t)/K2 Sendo: D= dficit de O2 pela demanda bntica (mg/L) H= profundidade do rio (m) Ks= SB=demanda bentnica (grama de O2 / m2 x dia) conforme Tabela (5.11) K2= coeficiente de reaerao (/dia) t= tempo de trnsito da gua do rio (dia) Nota: Ks tambm chamado de SB. O valor de Ks pode ser corrigido conforme a temperatura. Ks= Ks x (temperatura20) Sendo = 1,065. O coeficiente Ks varia de 2g O2/m2 x dia a 10g O2/m2 x dia A USEPA, 1985 apresenta a equao: Ks (g/m2/dia) =0,15x t +0,12 x Ds Sendo : t= temperatura em (C) Ds=profundidade do sedimento (cm) Exemplo 5.13 Dado 1cm de lodo calcular para temperatura de 20C o valor de Ks. Ks (g/m2/dia)= 0,15x t +0,12x Ds 2 Ks (g/m /dia)= 0,15x 20 +0,12 x 1,0= 3,12 g/m2/dia Exemplo 5.14 Sendo Ks= 3,12g O2/dia para temperatura de 20C calcular Ks para temperatura de 30C. Ks= Ks x (temperatura20) Ks= 3,12 x 1,065 (3020)= 3,77g O2/m2 /dia Tabela 5.11- Demanda bentnica de oxignio de acordo com a espessura estimada do depsito bntico conforme vrios autores. Investigadores Depsito bntico Grama de O2 /m2 x dia Ks ou SB Fair et al 1,42 cm 1,056 10,2cm 4,656 Oldaker et al Lama de rio 0,912 Baity Lama de esgotos 0,1cm 0,552 4,0cm 5,16 McDonnel e Hall Lama de rios 2cm 3,4 25cm 6,17 Edwards & Rolley Lama de rios 4,8 O Connel e Weeks Mdia achada nol esturio do 2.5 Rio Potomac
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Conforme Branco, 1971 quando a velocidade do rio for menor que 0,2m/s h deposio de matria orgnica. Quando a velocidade for maior que 0,3m/s a 0,5m/s haver arrastamento do lodo sedimentado. Ainda segundo Branco, 1971 at 2cm de espessura do lodo no h aumento substancial de consumo de oxignio. Futura demanda bntica Para previso da demanda bntica podemos fazer o seguinte: Ks futuro= Ks presente x (TSS futuro / TSS presente) Sendo: Ks futuro= demanda bentnica futura (grama de O2 x m2 x dia) Ks presente = demanda bentnica presente (grama de O2 x m2 x dia) TSS futuro = futura carga de slidos totais em suspenso (mg/L) TSS presente = carga presente de slidos totais em suspenso (mg/L) 5.22 Coeficiente K2 devido a reaerao A rearao aumenta com a turbulncia, aumento da velocidade e da declividade do rio e decresce com o aumento da profundidade. Existem frmulas empricas para se achar o coeficiente K2 conforme Huber, 1993 K2= 4,55 x V 0,703 / H 1,054 Sendo: K2= coeficiente de reareao a 20 C. Varia de 1/dia a 10/dia V= velocidade mdia do rio (m/s) H= profundidade mdia do rio (m) Exemplo 5.15 Seja o rio Delaware com velocidade mdia V=0,11m/s e profundidade mdia H=1,7m. Calcular o coeficiente de reaerao K2. K2= 4,55 x V 0,703 / H 1,054 K2= 4,55 x 0,11 0,703 / 1,7 1,054 K2= 0,55/dia Lagos Sendo: KL= 0,728x U 0,5 -0,31 x U + 0,0372 x U2 U= velocidade do vento (m/s) a 10m de altura. KL= unidades em m/dia Para o caso de lagos conforme Banks e Herrera in Huber, 1993 apresenta a frmula emprica: K2= KL / H
Exemplo 5.16 Seja um lago com velocidade do vento a 10m de altura U=3,0m/s e profundidade do lago H=5,00m. Achar o coeficiente de reaerao K2. KL= 0,728x U 0,5 -0,31 x U + 0,037 x U2 KL= 0,728x 3,0 0,5 -0,31 x 3,0 + 0,037 x 3,02 KL= 1,26 0,93+0,333=0,663m/dia K2= KL / H K2= 0,663 / 5,0 = 0,13/dia
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5.23 Estimativas de K2 Jordo, 2005 apresenta a frmula emprica conforme coeficientes da Tabela (5.12). K2= c x V n / Hm Sendo: V= velocidade mdia do rio (m/s) H= profundidade mdia do rio (m) Tabela 5.12- Valores c, n, m e autores das frmulas empricas de K2 a 20C c n m Autor Velocidade principal (m/s)
3,73 0,50 1,50 1,67 1,85 O Connor Churchill Owens 0,05 a 0,80 e para prof < 0,30m a 0,9m Thomann e Muller, 1987 0,80 a 1,50 Para prof. <0,60m
5,00 0,97 5,3 0,67 Profundidade varia de 0,60m a 4,00m. Fonte: Jordo, 2005
Exemplo 5.17 Calcular o valor de K2 usando a frmula de OConnor, para V=0,11m/s e H=1,7m K2= c x V n / Hm Consultando a Tabela (5.12) obtemos os valores: c=3,73 n=0,50 m=1,50 K2= c x V n / Hm K2= 3,73 x V 0,50 / H1,5 K2= 3,73 x 0,11 0,50 / 1,71,5 K2= 0,56/dia O coeficiente K2 segundo OConnor varia 0,05/dia a 12,2/dia conforme Thomann e Muller, 1987. Para rios rasos com vazes at 8,5m3/s podemos usar a equao de Tsivoglou: K2= C x U x S Sendo: K2= coeficiente de reaerao na base e a 20C; U= velocidade mdia do rio (m/dia) S= declividade mdia do rio (m/m) C= coeficiente que depende da faixa de vazo do rio conforme Tabela (5.13) Tabela 5.13- Coeficientes C de acordo com a faixa de vazo. C=0,37 0 a 0,283m3/s C=0,21 0,283m3/s a 0,71m3/s C=0,18 0,71m3/s a 8,5m3/s Exemplo 5.18 Para um rio raso com declividade mdia S=0,000188m/m. vazo Q=8m3/s e velocidade mdia de 3200m/dia calcular o coeficiente de reaerao K2. C=0,18 devido Q= 8m3/s; K2= 0,18 x 3200 x 0,000188 = 0,10/dia
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5.23 Decaimento de bactrias, vrus e patognicos Vamos exprimir sucintamente os conceitos de Thomann e Muller, 1987. O decaimento de bactrias e patognicos no influi na reduo de oxignio na gua e mostra os perigos do uso da gua a jusante para usos pblicos e banhos. O objetivo a investigao do impacto de bactrias e outros organismos que causam doenas. Existem legislaes que estabelecem os limites para coliformes totais, coliformes fecais, Salmonella etc. Temos duas consideraes bsicas: Decaimento de organismos em rios e crregos Decaimento de organismos em lagos e esturios 5.24 Decaimento de organismos em rios e crregos. Para rios e crregos o decaimento de bactrias pode ser assim representado: N= No . exp ( - KB . t) t= x/U N= No . exp ( - KB . x/U) Sendo: N= concentrao de organismos em nmero/ 100mL, por exemplo. No= concentrao aps a mistura em nmero/ 100mL KB = constante /dia= 2,2 /dia para estimativo de decrscimo de bactrias 12h depois conforme Mancini, 1978 in Thomann e Muller, 1987. Os valores de KB esto na Tabela (5.14) t= tempo t= x/ U x= comprimento desde a origem U= velocidade da gua Valor de KB para outras temperaturas KB= KB 20C x 1,07 (T-20)
Tabela 5.14- Estimativas do coeficiente KB de decaimento de bactrias e vrus Organismos Coeficiente KB Observaes (/dia) Coliformes Totais 1 a 5,5 Na gua doce no vero a 20C 0,8 Mdia gua doce Coliformes fecais 37 a 110 gua do mar a luz do sol Patognicos como salmonella 0,5 a 3 Lago Ontrio, 18C thompson. Vrus (polio tipo I) 0,05 a 0,26 guas marinhas, 4C a 25 C Vrus (entricos) 0,15 a 2,3 Oceano em diferentes ambientes, 0C a 24C
Fonte: adaptado de Thomann e Mueller, 1987.
O tempo t para mortalidade de 90% das bactrias : t90= 2,3/KB Exemplo 5.1 Dado KB= 0,5/dia calcular o tempo em que estaro mortas 90% dos coliformes totais. t90= 2,3/KB t90= 2,3/0,5= 4,6dias Conforme Thomann e Muller, 1987 para gua doce a constante KB aproximadamente 1 /dia enquanto que para a gua do mar de 1,5 /dia, mas pode atingir 84/dia conforme estudos realizados em oceanos. A constante do S. Fecalis da mesma ordem de grandeza do grupo dos coliformes, apesar que foram encontrados valores at 55/dia no oceano sob a luz solar. Os vrus geralmente possuem uma constante KB menor que as bactrias.
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Sendo: KB= taxa de decaimento/dia na temperatura T KB 20= taxa de decaimento /dia a 20C T= temperatura em C
Resoluo Conama 274/2000 Trata-se das exigncias de balneabilidade para guas doces, salinas e salobras. So consideradas guas imprprias para balneabilidade quando a amostra for maior qualquer um das trs restries: >2500 coliformes fecais (termotolerantes)/ 100mL >2000/100mL Escherichia Coli >400/100mL Enterococos Exemplo 5.18A (exemplo de Thomann e Muller, 1987) Um rio tem vazo Q7,10 de 2830 L/s e os coliformes totais TC so de 500organismos/100ml e o coeficiente de decrscimo KB=0,5/dia. Ainda no mesmo rio temos descargas devido ao runoff de 1890 litros/dia que esto distribudas em 805m carregando coliformes totais de 30 x 106 organismos/100ml com coeficiente de decrscimo KB=1,0/dia a 20C. No mesmo rio a 805m do ponto de partida temos uma carga pontual com 1890 litros/dia com carga de coliformes totais TC de 20 x 106 microorganismos/100mL e coeficiente de decrscimo KB= 1,0/dia. Na distncia de 6405m tem um lugar para banhistas. Queremos saber qual a porcentagem de reduo de coliformes totais sabendo-se que adotamos o critrio do Estado de New York que o valor mximo no local de banho seja menor que 2400organismos/100ml. Resoluo do problema Vamos fazer uma superposio, tomando-se primeiramente o impacto da carga a montante, depois, a carga distribuda pelo runoff e finalmente a carga pontual. Impacto a montante A montante do ponto considerado o rio tem coeficiente KB =0,5/dia e velocidade 0,06m/s tem no inicio 500 coliformes totais/100mL. Queremos o impacto no local do banho, isto , a 805m+5600m=6405m.
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Figura 5.10- Esquema do rio A velocidade U=0,06m/s e para um dia ser: U=0,06 m x 86400s= 5184m/dia N= No . exp ( - KB . x/U) N= 500 . exp ( - 0,5 . 6405/5184)= 270 coliformes totais / 100mL Portanto, o impacto de montante no local do banho ser de 29 coliformes totais/ 100ml. Impacto devido a entrada de gua distribuda em 805m Ser calculado por: N(x=805m)= (SD/ KB) x [ 1- exp (-KB. X/U)] Sendo: X= 805m=distncia (m) U= velocidade do rio =5184m/dia KB= coeficiente de decaimento= 1,0/dia SD= valor da carga distribuda em organismos/100ml x dia O valor de SD a razo entre a quantidade de coliformes totais que entra no rio dividido pelo volume de agua da frente de 805m. Lembramos que o rio tem velocidade de 0,06m/s, isto , est se deslocando. SD= w/ V A carga w ser: 1m3 = 1000 litros Em 1 litro temos 10 pequenos volumes de 100mL w= (30 x 106 ) x (18900L/dia x 10)= 5,67 x 1012organismos/100/ ml x dia O volume V ser o deslocamento do trecho de 805m em 5184m/dia. V= (46,5m2 x 805m)] x 104 V= 37432 x 104 =3,7432 x 108 SD= w/V= 5,67 x 1012 / 3,7432x 108=15.150 organismos/ 100mL N(805m)= SD/ KB ( 1- exp ( - KB . x/U) KB= 1,00/dia SD= 15150 organismos/100mL X=805m U= 5.184m N(805m)= (15150/ 1,0) [ 1- exp ( - 1,0 x 805/5184)]=2121organismos/100mL
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No fim da rea distribuda do runoff temos 15150 organismos/100mL e queremos saber a 5600m abaixo onde est a rea de banho. N= No . exp ( - KB . x/U) N= 2121 . exp ( - 1.0 x 5600/5184)=2121 x0,34=721 org/ 100mL Impacto devido a carga concentrada Existe no fim dos 805m uma carga concentrada de 1890 litros/dia. O valor de KB=1,0/DIA. N (805m)= W/Q= 1890x 10 x 30 x 106 / (2830 L/s x 86400s x 10)=231.890 org/100mL Impacto no local de banho a 5600m N= No . exp ( - KB . x/U) N= 231.890 . exp ( - 1.0 x 5600/5184)=231890 x0,34=78843 org/ 100mL No local de banho supondo que o limite mximo seja de 2400 coliformes totais/100mL exigido no Estado de New York temos: 2400 (270+721)=1409/ 100mL Porcentagem de reduo= 100x( 78843- 1409)/ 78843=98,21% Portanto, teremos que remover 98,21% dos coliformes totais da carga pontual da cidade.
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5.24 Reareao devido existncia de uma barragem no rio Conforme Usepa, 1985 as barragens podem mudar o oxignio dissolvido na gua de 1mg/L a 3mg/L em rios pequenos. A equao abaixo foi desenvolvida na Inglaterra em 1958 por Gameson. A Figura (5.11) mostra uma barragem com vertedor que possibilita uma boa aerao. Db= Da { 1 1/ [(1+0,11 a x b (1+ 0,46 x T) x H]} x Da Sendo: Db= dficit de DO a jusante da barragem (mg/L) Da= dficit de DO a montante da barragem (mg/L) T= temperatura da gua do rio (C) H= altura da queda da gua (ft). Cuidado para no errar: a altura em ps! a= fator de correo que depende da qualidade da gua: a= 1,25 para gua limpa a= 1,00 para gua moderadamente poluda a=0,80 para gua muito poluda b= fator de correo do vertedor sendo: b= 1,00 para queda livre no vertedor b= 1,3 para queda com escada
b
Figura 5.11- Barragem com aerao da gua
Existem varias equaes da Usepa, 1985 e apresentaremos uma equao mais simples de se usar que foi desenvolvida por Holler, 1971: r=(Cs-Cu)/ (Cs-Cd)= 1+0,21x H Sendo: Cs: oxignio dissolvido de saturao Cu= concentrao de oxignio dissolvido a montante (upstream) Cd= concentrao de oxignio dissolvido a jusante (downstream) Exemplo 5.19 Calcular a reaerao de uma barragem com 4,5m de altura com dficit de DO antes da barragem de DO=Da= 3mg/L usando a equao de Gameson; 4,5m/0,3=15ft gua muito poluda= a=0,8 Queda com rampa= b= 1,3 Temperatura da gua do rio= 20 C Da= 3mg/L Db= Da { 1 1/ [(1+0,11 a x b (1+ 0,46 x T) x H]} x Da Db= 3,0 { 1 1/ [(1+0,11x 0,8 x 1,3 (1+ 0,46 x 20) x 15]} x 3,0=2,17 mg/L
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Nota: estamos falando o dficit, isto , a diferena do oxignio de saturao e do oxignio dissolvido existente. Cs- D= Db Significa que houve oxigenao, pois o dficit a montante era de 3,0mg/L e a jusante somente 1,3mg/L o que mostra que tem mais oxignio dissolvido graas a reaerao. 5.25 Relao DBO/DBO5 A relao DBO/DB05 conforme por Huber, 1993: Lo=DBO= DB05 / ( 1 e -5x K1) Sendo: Lo=DBO= valor da DBO antes dos cinco dias (mg/L) DB05= valor da DBO a 5 dias depois (mg/L) K1= coeficiente de oxidao da DBO na base e. 5= cinco dias Huber, 1993 apresenta o valor de K1= 1,8/Q0,49 sendo Q (m3/s). Nota: todo o nosso trabalho est baseado em K1 na base e. Conforme dra Mnica Porto, USP os valores de K1 esto na Tabela (5.1): Tabela 5.15a- Valores de K1 conforme o tipo de tratamento Tratamento K1 (20C) /dia DBO5/DBO No tratado 0,35 (0,20 a 0,50) 0,83 Primrio 0,20 (0,10 a 0,30) 0,63 Lodos ativados 0,075 ( 0,05 a 0,10) 0,31
Fonte: Mnica Porto, USP
Exemplo 5.20 Calcular a DBO no primeiro estgio sendo a DBO5, 20C igual a 100mg/L e K1=0,41/dia; Lo=DBO= DB05 / ( 1 e -5x K1) DBO= 100 / ( 1 e -5x 0,41) =115mg/L Azevedo Neto, 1966 apresenta a Tabela (5.15): Tabela 5.15- Valores da relao DBO/DBO5 em funo da temperatura Temperatura DBO/DBO5 10C 1,17 15C 1,32 20C 1,46 25C 1,61
Fonte: adaptado de Azevedo Neto, Revista DAE, 1966, nmero 82 de setembro.
5.26 Cs- saturao de oxignio numa determinada altitude e temperatura Existem tabelas que fornecem o coeficiente de saturao em funo da altitude e da temperatura que ser deseja. Porm Huber, 1993 apresenta uma maneira analtica de se calcular o valor de Cs ao nvel do mar em funo da temperatura e da salinidade. Cso= exp( Co + C1/T + C2/T2 + C3/T3+C4/T4+ salinidade x (C5 + C6/T+ C7/T2) (Equao 5.1) Sendo: Cso= saturao na temperatura T T= temperatura em graus Kelvin= C + 273,15 Co, at C7 coeficiente dado pela Tabela (5.16) 5.26 Definio de salinidade: O efeito da salinidade ou dos cloretos reduzir o valor da saturao do oxignio dissolvido. Quanto maior a salinidade menor o valor da saturao do oxignio. A salinidade pode ser definida como slido total na gua, depois que todos os carbonatos forem transformados em xidos, todos os bromatos e iodetos forem substitudos por cloro e todos os metais orgnicos forem oxidados, conforme Usepa, 1985. A equao usada por Thomann e Muller, 1987 que est baseado no acordo internacional de 1967: Salinidade=1,80655 x clorinidade (ppt= parte por thousand ou parte por mil).
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Clorinidade= fornecido em parte por mil, ou seja, ppt (parts per thousand). Exemplo 5.21 Para o manancial do Tanque Grande em Guarulhos que corresponde a 1,86mg/L de cloreto, temos clorinidade =1,86/1000=0,00186mg/g=0,00186ppt Salinidade=1,80655 x clorinidade (ppt)=1,80655x0,00186=0,00336ppt Nota: aproximadamente 1,86mg/L deve ser transformado em mg/g. Como 1L tem 1000g ento a clorinidade o cloreto dividido por 1000 como vimos acima. 5.27 Para correo da altitude Cs = Cso (1- 0,0001167 x Z) Sendo: Z= altitude ao nvel do mar (m) Tabela 5.16- Coeficientes para oxignio dissolvido de saturao de Cs ao nvel do mar Coeficiente Valor C0 -139,34411 C1 1,575701 x 105 C2 -6,642308 x 107 C3 1,243800 x 1010 C4 -8,621940x1011 C5 -0,017674 C6 10,754 C7 2140,7
Fonte: B.B. Benson e D. Krause in Huber, 1993
Na Tabela (5.17) esto os valores do oxignio saturado para a cidade de So Paulo para diversas temperaturas usando a Equao (5.1). Tabela 5.17- Oxignio dissolvido na saturao ao nvel do mar e para a cidade de So Paulo. Temperatura Ao nvel do mar CidadeOxignio dissolvido Cso So Paulo na saturao Cs Altitude (Z) (C) (mg/L) (m) (mg/L) 0 14,64 760 13,34 1 14,24 760 12,98 2 13,85 760 12,62 3 13,48 760 12,29 4 13,13 760 11,96 5 12,79 760 11,66 6 12,47 760 11,36 7 12,16 760 11,08 8 11,86 760 10,81 9 11,58 760 10,55 10 11,30 760 10,30 11 11,04 760 10,06 12 10,79 760 9,84 13 10,55 760 9,62 14 10,32 760 9,40 15 10,10 760 9,20 16 9,88 760 9,01 17 9,68 760 8,82 18 9,48 760 8,64 19 9,29 760 8,47 20 9,10 760 8,30
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21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35
8,93 8,76 8,59 8,43 8,27 8,12 7,98 7,84 7,70 7,57 7,44 7,31 7,19 7,07 6,96
760 760 760 760 760 760 760 760 760 760 760 760 760 760 760
8,14 7,98 7,83 7,68 7,54 7,40 7,27 7,14 7,02 6,90 6,78 6,67 6,55 6,45 6,34
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Oxignio Dissolvido de saturao Existe uma frmula aproximada para o clculo do oxignio dissolvido de saturao (ODs) ao nvel do mar com a temperatura. ODs= 14,65 -0,41 x T + 0,008 x T 2 Sendo: ODs= oxignio dissolvido de saturao (mg/L) T=temperatura da gua em C Exemplo 5.22 Achar o oxignio dissolvido de saturao aproximado para temperatura de 20C ODs= 14,65 -0,41 x T + 0,008 x T 2 ODs= 14,65 -0,41 x 20 + 0,008 x 20 2= 9,65mg/L de O2 O valor correto para a temperatura de 20C de 9,10mg/L de O2 5.28 Oxignio dissolvido de saturao McCuen, 1998 apresenta a frmula: Cs= 14,57 0,39311 x T + 0,0070695 x T2 0,0000589066x T3 Vlida no intervalo 0 T 40C 5.27 Anlise de sensibilidade Fazemos a anlise de sensibilidade variando os parmetros, K1, K2 etc. Uma maneira prtica de aplicar anlise de sensibilidade variar os coeficientes, um de cada vez colocando-se o seguinte: 1. Coeficiente K adotado (K) 2. Metade do coeficiente K adotado (K/2) 3. O dobro do coeficiente K adotado ( 2 x K) 5.28 Escolha de modelo Como os coeficientes adotados nunca so inteiramente corretos um modelo refinado no ir corrigir o problema segundo USEPA, 1085. Da o fato de se escolher um modelo complexo no significa que ir mudar os resultados. A melhor soluo para o engenheiro e o analista do ecossistema, conforme Usepa, 1985 selecionar um modelo o mais simples possvel que satisfaz a resoluo temporal e espacial necessria para a qualidade da agua e analise do ecossistema. Os rios so considerados de uma dimenso e desejvel que esturios e grandes lagos tenham trs dimenses. Para pequeno lago consideramos dimenso zero, sendo o lago considerado um tanque reator. Consideramos tambm o steady state Quando as variveis no mudam com o tempo, mas as vezes pode adotar o quasi-state quando a variao matemtica muito pequena no ponto escolhido. Calibrao do modelo importante que se aferiam em campo os clculos efetuados fazendo-se o que se chama de calibrao do modelo.
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5.29 Clculo da respirao e produo de oxignio devido as algas seguindo Rutherford, 2005 (RIOS). Existem muitas pesquisas para lagos e poucas para rios para os estudos da respirao, fotossntese e da biomassa das algas. Iremos seguir modelo de Rutherford que nos parece ser simples e prtico. Estes modelos foram testados na Nova Zelndia e um pouco na Austrlia. O modelo de Rutherford, 2005 para rios de guas claras rasos que tenham velocidade menor que 0,7m/s. O leito dever ser de rochas, pedregulho ou com grande quantidade de madeira. Os modelos em rios ainda na atingiram o ponto em que os resultados estejam dentro de um nvel de confiana adequado conforme Rutherford et al , 2005. Perifiton: comunidade complexa de plantas e animais que aderem aos objetos no fundo de corpos de gua doce, como caules de plantas radiculares e rochas. Biomassa: quantia total de todo material biolgico. Epiftica: planta que cresce em outras plantas mas que no parastica, extraindo a sua nutrio do ar e da chuva em vez de faz-lo do hospedeiro que fornece sustentao estrutural. 5.30 Obteno da biomassa algal P em gC/m2 x dia As equaes bsicas so trs: P= ( - + ( 2 + 4 x x G* x x Pmax) 0,5 / ( 2 x x G*) Sendo: P= biomassa das algas (gC/m2) = taxa de crescimento das algas (gC/m2 x dia) = taxa suposta constante=0,2 (m2 /g x dia) G*= biomassa especificado pelo usurio, sendo usual valores entre 0,5 a 3,0gC/m2 Pmax= mxima quantidade da biomassa de algas (gC/m2) Valor de Pmax Os valores de Pmax so obtidos das relaes abaixo devendo ser escolhido a substncia limitante, ou seja, o PT ou NT conforme as relaes sugeridas pela USEPA, 1985: PT= fsforo total (mg/L) ou (g/m3) NT= nitrognio total (mg/L) ou (g/m3) TN/ TP < 7 Neste caso o nutriente limitante o nitrognio total (NT) 7 < TN/ TP < 10 Neste caso o nutriente limitante pode ser o NT ou PT TN/TP>10 Neste caso o limitante o fsforo. Pmax= 50 x (NT/(100+NT) x (1-S)/(1,035-S) quando o nutriente limitante o NT Pmax= 50 x (PT/(14+PT) x (1-S)/(1,035-S) quando o nutriente limitante o PT Sendo: S= frao de sombra. Pode ser calculado ou usado S=0,60 ou S=0,52 (sem dimenso) Fator de Sombra S A frao da iluminao frao da luz que chega s guas dividido pela luz incidente no leito do rio raso, onde no existem barrancos ou sobras devido a vegetao ripariana. Pode ser estimado em conforme exemplo abaixo. Exemplo 5.22B Seja um rio com 2m de largura com algumas curvas, montanha e direo do rio norte-sul. Tabela 5.15B- Clculo do fator de Sombra conforme Rutherford, 1005 Vegetao ripariana Barrancos nas margens Montanha ao lado Fator de iluminao igual Fator de sombra 0,90 0,80 aps correo da direo norte-sul =0,60 0,90 aps correo da direo norte-sul =0,81 0,9 x 0,6 x 0,81=0,44 1-S= 1-0,44=0,56
5.31 Valor do crescimento de algas O valor do crescimento de algas dado pela equao: =0,52 x max x ( 1-S)/(1,035 S) Sendo: max= mxima taxa de crescimento das algas sob luz saturada, sendo usual o valor=5 (gC/m2 x dia)
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Exemplo 5.23 Seja um rio raso com TP=0,04mg/L, TN=1,49mg/L e frao de sombra S=0,52. Calcular a biomassa de algas P em (gC/m2). Primeiramente vamos clculos o valor do crescimento das algas =0,52 x max x ( 1-S)/(1,035 S) Adotando ma = 5 S=0,52 =0,52 x 5 x ( 1-052)/(1,035 0,52)= 2,42 gC/m2 x dia 5.32 Clculo de Pmax. Verifiquemos primeiramente a relao NT/TP NT/TP= 1,49/0,04 = 37 e portanto o fator limitante o fsforo. Usemos ento Pmax para fsforo. Pmax= 50 x (PT/(14+PT) x (1-S)/(1,035-S) Pmax= 50 x (0,04/(14+0,04) x (1-0,52)/(1,035-0,52)=0,13gC/m2 5.33 Clculo de biomassa das algas P (clorofila do fitoplncton) Adotamos G*= 3 gC/m2 (adotado) = 0,2 m2/g x dia Pmax=0,13gC/m2 = 2,42 gC/m2 x dia P= ( - + ( 2 + 4 x x G* x x Pmax) 0,5 / ( 2 x x G*) P= ( -2,42 + ( 2,422 + 4 x 0,2 x 3 x 2,42 x 0,13) 0,5 / ( 2 x 0,2 x 3)=0,13gC/m2 5.34 Respirao das algas As algas produzem oxignio, mas tambm o consomem atravs da respirao. A respirao das algas na temperatura T dada pela equao: Res= x f5 x P Sendo: Res=respirao das algas (gC/m2) = taxa de respirao na temperatura Tref (/dia). Adotamos 0,1/dia f5= (T-Tref) = coeficiente de temperatura variando entre 1,05 a 1,2 usado tanto para respirao como para crescimento das algas (sem dimenso). T= temperatura da gua (C) Tref= temperatura de referncia. Geralmente 20C. Em outras unidades: Res= 2,7x x f5 x P /H Sendo: Res=respirao das algas (gO2/m2xdia) H= profundidade do rio (m) 2,7= converso do carbono para o oxignio (1g de O2 2,7 g de C) Exemplo 5.24 Calcular a respirao das algas durante um dia para massa algal P=0,13C/m2 em rio com profundidade 1,87m. Sendo: Tref= 20C T= 20C f5= (T-Tref) =1,2 (20-20)=1 = 0,1/dia Res= x f5 x P Res= 0,1 x 1,0 x 0,13=0,013gC/m2 Em outras unidades:
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Res= 2,7 x 0,013/ 1,87= 0,02 gO2/m2x dia 5.36 Coeficientes f1, f2, f3, f4 e fs Coeficiente f4 O coeficiente adimensional f4 que mostra os efeitos dos nutrientes nitrognio ou fsforo. Os efeitos da limitao dos nutrientes usado cintica de Michaelis-Menton nas concentraes da gua do rio. f4= N/ ( + N) Sendo: f4=coeficiente adimensional N= o nutriente limitante podendo ser o fsforo ou o nitrognio (g/m3); =coeficiente de meia saturao para o nutriente limitante (g/m3) Quando o nutriente limitante o fsforo =10g PT/m3 Quando o nutriente limitante o nitrognio =100gNT/m3 Exemplo 5.25 Calcular o coeficiente adimensional f4 para PT=0,04g/m3 e TN=1,40g/m3 NT/PT= 1,40/0,04=37 e portanto o limitante o fsforo f4=N/ ( + N) f4= 0,04/ (10 + 0,04) =0,00398 Coeficiente f3 O coeficiente f3 fornece informaes sobre a biomassa de carbono das algas; f3= P / ( +P) Sendo: f3= coeficiente adimensional P= massa algal (gC/m3). Pode ser medido ou estimado. = coeficiente da densidade da biomassa algal que metade da taxa mxima. Geralmente igual a 2,5 (gC/m2) Exemplo 5.26 Calcular o coeficiente f3 sendo dado P=0,13g C/m2 f3= P / ( +P) f3= 0,13 / (2,5 +0,13)= 0,0494 Coeficiente f2 O coeficiente f2 funo da temperatura tima das algas epilticas la aumenta e diminui como se fosse uma distribuio de Gauss assimtrica. So duas equaes bsicas para dois intervalos de temperatura: f2= exp( -((T-Tot)/Tmin)2) quando Tmin < T<Tot f2= exp( -((T-Tot)/Tmax)2) quando Tot < T<Tmax Sendo: Tot= temperatura tima das algas epilticas (C) Tmin= temperatura mnima das algas epilticas (C) Tmax= temperatura mxima das algas epilticas (C) Tmin= (Tot Tmin)/ (ln(20))0,5 Tmax= (Tmax Tot)/ (ln(20))0,5 Coeficiente f1 O coeficiente f1 estimado para 24h tem a mdia depende da fixao da intensidade luminosa e pode ser calculado da seguinte maneira: f1= I/ Ik quando 0 < I < Ik f1= 1 quando I > Ik Geralmente Ik= 230 Sendo: f1= coeficiente adimensional que quantifica os efeitos da luz e varia de 0 a 1 (sem dimenso) I= fotossntese instantnea (mol/m2 x s) Ik= radiao de saturao =230 mol/m2 x s e neste caso =1,035 Imax= 4500 mol/m2 x s e neste caso =0,52
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Entretanto o coeficiente f1 varia de hora em hora e pode ser calculado por: f1= (Hora/12xPI)x ((Imax/Ik ((Imax/Ik)2 -1) 0,5 + PI/2 sen -1( Ik/Imax)) quando Imax>Ik f1= (Hora x Imax)/ (12 x PI x Ik) quando Imax < Ik Coeficiente Iz A quantidade de luz que chega ao perifiton a uma certa profundidade da superfcie usada a equao de Beer-Lambert: Iz= Io x exp( - K x z) Sendo: Iz ou Io= luz na profundidade z (mol/m2 x s) z= profundidade da gua (m) K=atenuao vertical da luz (/m). Para guas claras K varia de 0,1/m a 0,2/m. Para guas com muita turbidez K varia de 5/m a 10/m. Mas Io pode ser calculado aproximadamente por: Io= S x Imax x sem (PI x t / 24) Sendo: S= frao diria da sombra (sem dimenso); Geralmente igual a 0,52 ou 0,60; t= horas do dia variando de 0 a 24h Imax= 4500 mol/m2 Nota importante: o valor de f1 pode ser calculado atravs de Iz ficando f1(Iz) que varia de acordo com o tempo. Exemplo 5.27 Calcular Io para S=0,52 e Imax= 4500 Io= S x Imax x seno (PI x t / 24) Io= 0,52x 4500 x seno (3,1416 x t / 24)= 2340 x seno (0,13099 x t) Variando t de hora em hora de 0 a 24 teremos a variao diria de Io. Exemplo 5.28 Calcular Iz tendo Io e z=1,87m Iz= Io x exp(- K x z) Iz= 2340xseno (0,13099x t) x exp (- 0,1 x 1,87=) Iz= 2340xseno (0,13099x t) x0,83=1942,2 x seno (0,13099x t) Donde podemos observar que variando t de 0 a 24 de hora em hora obtemos valores de Iz. Coeficiente fs Assume valores entre 0 e 1. Adotamos normalmente fs=1. 5.37 Variao do oxignio durante um dia considerando as algas do perifiton Durante um dia a variao do oxignio varia conforme: dO/ dt = 2,7x fs x max x f1 (Iz) x f2 x f3 x f4/ H 1,2 x fs x x f5 x P/H (gO2/m2xdia) Sendo: =0,1/dia H=profundidade do rio = 1,87m, para exemplo f1 (Iz)= varivel f2= 1 adotado f3=0,0494 j calculado f4=0,00398 j calculado f5=1 Notar que o segundo termo da equao refere-se a respirao das algas durante 24h que constante. O primeiro termo da equao mostra o oxignio fornecido pelas algas que varia durante do dia, pois o mesmo depende das horas de sol devido a fotossntese.
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Exemplo 5.29 Seja um rio com NT=1,49g/m3 e PT=0,04g/m3. Calcular a massa de carbono das algas e a respirao das mesmas e o oxignio produzido variando de hora em hora. Na Tabela (5.18) esto os clculos efetuadas em planilha Excell.
mol/m x s Horas do dia 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 seno 0,00 0,13 0,26 0,38 0,50 0,61 0,71 0,79 0,87 0,92 0,97 0,99 1,00 0,99 0,97 0,92 0,87 0,79 0,71 0,61 0,50 0,38 0,26 0,13 0,00 Imax 4500 4500 4500 4500 4500 4500 4500 4500 4500 4500 4500 4500 4500 4500 4500 4500 4500 4500 4500 4500 4500 4500 4500 4500 4500 S 0,52 0,52 0,52 0,52 0,52 0,52 0,52 0,52 0,52 0,52 0,52 0,52 0,52 0,52 0,52 0,52 0,52 0,52 0,52 0,52 0,52 0,52 0,52 0,52 0,52 Io 0 0 0 0 0 0 1655 1856 2027 2162 2260 2320 2340 2320 2260 2162 2026 1856 0 0 0 0 0 0 0 Prof z 1,87 1,87 1,87 1,87 1,87 1,87 1,87 1,87 1,87 1,87 1,87 1,87 1,87 1,87 1,87 1,87 1,87 1,87 1,87 1,87 1,87 1,87 1,87 1,87 1,87
2
g O2/m x dia Total -0,02 -0,02 -0,02 -0,02 -0,02 -0,02 1,94 2,18 2,38 2,54 2,65 2,72 2,75 2,72 2,65 2,54 2,38 2,18 -0,02 -0,02 -0,02 -0,02 -0,02 -0,02 -0,02 1,17 Mdia de g02/m x dia
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5.38 Clculo aproximado da variao diria da biomassa Neste caso no h perifiton ou algas epifticas somente existindo as algas em suspenso. A equao abaixo fornece a variao mdia diria de gC/m2 dP/dt = max x ( x (1-S))/ ( +S) x (P/(+P)) x (N/ ( +N) x (T-20) - x (T-20) x P = PP Sendo: max= 5gC/m2 x dia
=0,52 S= 0,52 admitido =1,035 P =biomassa das algas (gC/m2) =2,5gC/m2 N= nitrognio ou fsforo. Ser aquele que for limitante. =1,05 =100 ou 10 conforme o limitante for nitrognio ou fsforo =0,1/dia (adotado)
Observar que na equao temos o fator f5, f4 e f3 j definidos e calculados. Notar que existe um fator para a influncia da sombra: ( x (1-S))/ ( +S) Se chamarmos a expresso total de PP, podemos achar em oxignio dissolvido bastando multiplicar por 2,7 e dividir pela profundidade H em metros. Variao de oxignio diria= PP x 2,7 / H Exemplo 5.30 Com dados anteriores estimar a variao de oxignio consumido pelas algas, no sendo considerada as algas no perifiton. Fator do sombreamento= ( x (1-S))/ ( +S)= 0,52 (1-0,52)/(1,035+0,52)=0,16 f3=0,0494 j calculado f4=0,00398 j calculado f5=1 P=0,13gC/m2 max=5 gC/m2 xdia dP/dt = max x [ x (1-S)]/ ( +S) x [P/(+P)] x [N/ ( +N)] x (T-20) - [ x (T-20) x P] = PP PP = 5 x 0,16 x 0,0494 x 1 x 0,00398 - 0,1 x 1 x 0,13 = 0,00016 -0,013=0,013gC/m2 Variao de oxignio diria= PP x 2,7 / H H=1,87m (profundidade do rio) Variao de oxignio diria= 0,013 x 2,7 / 1,87 =0,02g02/m2xdia Portanto, a variao de oxignio dissolvido durante o dia ser de 0,02g02/m2xdia
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Anexo A
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Exemplo de anlise para mostrar o nitrognio, fsforo e clorofila-a. Anlise do reservatrio do Tanque Grande em Guarulhos datada de 4/8/2004 efetuada pela CETESB em um dia que no choveu. Tabela 5.18- Anlise do Tanque Grande efetuada pela CETESB Padro conama Anlise do dia Parmetros Unidade 357/05 04/8/04 Classe 1 Colorao Verde pH U:pH Entre 6 a 9 6,8 Temp. gua C 20,8 Temp. ar C 22 Absorb. no UV m 0,048 Aluminio mg/L Mximo 0,1 0,21 Cdmio mg/L Mximo 0,001 i<0,005 Chumbo mg/L Mximo 0,03 i<0,1 Cloreto total mg/L 1,86 Cobre mg/L 0,02 <0,01 COD mg/L 3,61 Condutividade mg/L 54,5 Cor verdadeira mg Pt/L 80 Cromo total mg/L <0,01 DBO (5.20) mg/L 3 <3 DQO mg/L <50 Fenois mg/L 0,001 I<0,003 Ferro total mg/L 0,52 Fsforo total mg/L Mximo 0,025 0,04 Mangans mg/L Mximo 0,01 0,05 Mercrio mg/L Mximo 0,0002 <0,0001 Nitrognio mg/L 0,15 amoniacal N. Nitrato mg/L Mximo 10 1,28 N. Nitrito mg/L Mximo 1 0,06 Nquel mg/L 0,025 <0,02 NKT mg/L 0,53 OD mg/L Mnimo 6 5,78 THM mg/L 127 Res. filtrvel mg/L mximo500 47 Res. Total mg/L 51 Res. voltil mg/L 12 Sulfato mg/L Mximo 250 <10 Turbidez uT Mximo 40 13 Zinco mg/L Mximo 0,18 <0,02 Parmetro Microbiolgico Coliformes termo NMP/100ml Mximo 200 1 Parmetro Ecotoxicolgico Toxicidade No txico Parmetros hidrobiolgicos Clorofila-a g/L 0,97 Feofitina-a g/L 2,3
(i): conformidade indefinida quanto ao limite da classe devido a analise laboratorial no ter atingido os limites legais. UFC= unidade formadora de colnia
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Anexo B Exemplo para mostrar a quantidade de fsforo total, nitrognio total e clorofila-a em alguns mananciais da SABESB localizado na Regio Metropolitana de So Paulo. Alguns resultados de PT, NT e clorofila-a de 1996 Reservatrios e rio PT NT (anlises de 1996) (mg/L) (mg/L) Reservatrio do Guarapiranga (Sabesp) 0,044 0,88 Reservatrio Paiva Castro, Mairipor, 0,023 0,831 Sabesp Reservatrio do Atibainha. Sabesp 0,023 0,901 Rio Tiet
Fonte: Campanelli, 2004
0,914
13,9
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Captulo 06- Balano de fsforo, nitrognio, oxignio em lagos e rios 6.1 Introduo Em lagos rasos e misturados podemos fazer uma anlise simplificada de Oxignio Dissolvido (OD), fsforo, nitrognio e poluentes. Para o caso do fsforo vamos seguir o modelo de Metcalf& Eddy, 1993. Trataremos de lagos rasos onde h uma mistura facilmente atingida pelo vento, pela vazo de entrada, vazo de sada e pela transferncia de calor na interface ar-gua. Em regies tropicais os lagos so monomticos ou politimticos, isto , a mistura ocorre somente uma vez ou quando a mistura ocorre varias vezes. Tudo vai depender do tempo de residncia que o volume do lago dividido pela vazo de sada. 6.2 Fsforo O fsforo um dos nutrientes essenciais a vida de todos os organismos. fundamental no processo da vida como armazenamento e transferncia de informaes genticas, metabolismo celular e fornecimento de energia ao sistema de clulas. Nos lagos o fsforo usualmente encontrado em pequenas quantidades, mas devido ao impacto das atividades do homem, aumenta a quantidade de fsforo.
Figura 6.1- Mistura em lagos O fsforo pode entrar no lago atravs de sedimentos, fertilizantes de gramados ou jardins, despejos de fossas spticas ou ainda por rios que carregam fsforo e o depositam nos lagos conforme http://pearl.maine.edu/windows/community/Water_Ed/Phosphorus/phos_whatisit.htm O fsforo encontrado em lagos pode nos informar como est o crescimento das plantas no mesmo e como esto as atividades humanas ao redor do mesmo. Aumentando o fsforo aumentam as algas. No aumento das algas surgem florescncias (blooms) que formam escumas no topo da gua que muitas vezes produzem odor e que afastam as pessoas do lago. Outro problema que o crescimento muito grande das algas pode quebrar o balano no equilbrio natural do sistema do lago. Por exemplo, uma conseqncia da produo das algas que quando elas morrem, elas caem no fundo do lado como matria orgnica morta. No processo de decomposio da matria orgnica por bactrias no fundo do lago feito com oxignio dissolvido na gua. Muitos lagos com algas pode-se 6-2
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tornar anxido no vero, significando que no mais se adequaro as condies de reproduo ou sobrevivncia. Por outro lado em lugares onde os sedimentos recebem luz solar, as algas so encontradas vivendo nos sedimentos. As algas produzem oxignio, que reduz o escoamento de fsforo do sedimento para a gua. As algas podem consumir ainda quantidade grande de fsforo. A qumica do lago pode afetar as condies de fsforo no lago. Por exemplo, o pH afeta o transporte de fsforo entre o sedimento e a gua. Quando o pH sobe promove a retirada de fsforo dos sedimentos. A produo primria das guas aumenta o pH na gua, aumentando a quantidade de fsforo tirada dos sedimentos. O aumento do fsforo aumenta a quantidade de algas tornando a situao cada vez pior. Uma fonte de poluio como efluente de tratamento de esgotos ou uma fbrica podem aumentar a quantidade de fsforo no lago. O fsforo varia de 1ppb a 110ppb (parte por bilho) com mdia de 14ppb (14g/L ou 0,014mg/L). As pesquisas existentes apontam o fsforo e o nitrognio que so essenciais para o crescimento das algas e cianobactrias e que o limite de quantidade destes elementos usualmente um fator de controle da taxa de crescimento. As experincias tm demonstrado que no acontecem florescncia de algas quando o nvel de fsforo menor que 0,005mg/L conforme Saywer et al, 1994. Nos esgotos o fsforo inorgnico varia de 2 a 3mg/L enquanto que o fsforo na forma orgnica varia de 0,5 a 1,0mg/L. A quantidade de fsforo lanada funo das protenas que o ser humano ingere. Nos Estados Unidos lanado nos esgotos diariamente 1,5g/dia de fsforo por pessoa. Os polifosfatos que foram feitos para substituir os sabes aumentam tambm a quantidade de fsforo na gua dos rios. Os lodos dos esgotos representam 1% de fsforo e o lodo dos estaes de lodos ativados so 1,5% do fsforo. O lodo geralmente vendido por causa do nitrognio e no pelo fsforo. Os polifosfatos so geralmente usados para controle da corroso. O limite para o fsforo total nas guas de 0,025mg/L conforme Conama n 357/05. 6.3 ndice do Estado Trfico (IET) Atravs do fsforo, clorofila-a e do IET (ndice do Estado Trfico) de um rio ou lago o mesmo pode ser classificado pela CETESB conforme Tabela (6.1). Tabela 6.1-Limites para diferentes nveis de estado trfico segundo o sistema de classificao de Carlson modificado por Toledo, 1990. Critrio Estado trfico Transparncia Fsforo total Clorofila-a (m) (mg/L) (g/L) IET 24 Ultraoligotrfico 7,8 0,006 0,51 24<IET44 Oligotrfico 7,7 a 2,0 0,007 a 0,026 0,52 a 3,81 44<IET54 Mesotrfico 1,9 a 1,0 0,027 a 0,052 3,82 a 10,34 54<IET74 Eutrfico 0,9 a 0,3 0,053 a 0,211 10,35 a 76,06 IET>74 Hipereutrfico <0,3 >0,211 >76,06
Fonte: Lamparelli, 2004
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6.4 ndice do estado trfico CETESB Segundo a Cetesb o indice do estado trfico (IET) a mdia do ndice do estado trfico da produo de fsforo com a clorofila-a. O ndice original foi introduzido por Carlson e modificado por Toledo. IET= [IET (P) + IET( Clor-a) ]/ 2 Sendo: IET (P)= 10 { 6 [ ln (80,32 / P) / ln 2 ]} IET (Clor-a)= 10 { 6 [ (2,04-0,695 x ln (Clor-a) / ln 2 ]} P= concentrao de fsforo total medida na superfcie da gua (g/L) Clor-a- concentrao de clorofila-a medida na superfcie da gua (g/L) Ln= logartmo natural Exemplo 6.1 Dados: P= 13g/L e Chl-a= 5,03g/L. Calcular o ndice do estado trfico. IET (P)= 10 { 6 [ ln (80,32 / 13) / ln 2 ]}= 33,7 IET (Clor-a)= 10 { 6 [ (2,04-0,695 x ln (5,03) / ln 2 ]} =55,8 IET= [IET (P) + IET( Clor-a) ]/ 2 =(33,7+55,8)/2 =45 Lamparelli, 2004 props uma classificao para o Estado de So Paulo conforme Tabela (6.2). A Tabela (6.1) foi feita para lagos sendo usada no Estado de So Paulo tambm para rios, que causa algumas vezes certas inconsistncia de resultados conforme apontado por Lam parelli, 2004 e por isto que a dra. Marta Lamparelli apresentou uma proposta mais condizente com a realidade que est na Tabela (6.2).
Tabela 6.2- Proposta para classes trficas da dra. Marta Lamparelli, 2004 para o Estado de So Paulo
Exemplo 6.2 Calcular o ndice do estado trfico para o lago do Nado localizado em Belo Horizonte, Minas Gerais. Dados de Bezerra-Neto e Coelho, 2002 Lagoa do Nado, Belo Horizonte, Estado de Minas Gerais 1500mm por ano de precipitao Comprimento mximo efetivo (Ce)= 290m Vazo mdia= 0,006m3/s rea da bacia: 804.535m2 6-4
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rea da lagoa= 40.562m2 Permetro=1193m Largura mxima efetiva=51,8m Profundidade mxima (Zn)= 7,6m Z= 2,7m profundidade mdia (Z) Z/ Zn= 0,35 Fator de envolvimento (Fe)= 53 Declividade mdia (alfa)= 2,7% ndice de desenvolvimento de permetro (Dp)= 2,75 ndice de desenvolvimento de volume (Dv)= 1,07 Volume= 40.562m3 Clorofila-a= 11 g/L L=NT=1276 g/L= 1,276mg/L PT=50 g/L NT/PT= 1276/50=25,5 Sechi = 1,00m T=tempo de reteno no perodo chuvoso= 2,1 dias T= tempo de reteno no perodo seco= 78 dias Sendo: IET (P)= 10 { 6 [ ln (80,32 / P) / ln 2 ]} IET (P)= 10 { 6 [ ln (80,32 /50) / ln 2 ]} =58 IET (cl-aP)= 10 { 6 [ (2,04-0,695 x ln (Cl-a) / ln 2 ]} IET (cla-a)= 10 { 6 [ (2,04-0,695 x ln (11) / ln 2 ]}= 53 IET= [IET (P) + IET( Clor-a) ]/ 2 IET= (58 + 53) / 2= 55 O ndice do estado trfico do lago do Nado IET=55 Verificando-se a Tabela (6.1) verificamos que o lago Eutrfico. 6.5 Reaerao de lagos Em lagos geralmente as frmulas possuem relao com o vento. Geralmente: K2= KL/ H Sendo: KL= coeficiente de aerao do lago (m/dia) H= profundidade mdia do lago (m) K2= coeficiente de reaerao do lago (dia-1) v= velocidade do vento no lago (m/s) 6.6 Sazonalidade: Lamparelli, 2004 concluiu que para o Estado de So Paulo a sazonalidade pode ser feita em duas partes: - Estao de chuvas (outubro a maro) - Estao de secas (abril a setembro) 6.7 Relaes Lamparelli, 2004 pesquisando rios e lagos no Estado de So Paulo props algumas relaes que podem ser teis em estimativas. 6.8 Relao entre clorofila-a e fsforo total Clorofila-a= 0,081 x (PT) 1,24 6-5
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Sendo: Clorofila-a em g/L Fsforo total (PT) em g/L Exemplo 6.3 Dado um lago com fsforo total PT= 50 g/L. Calcular a clorofila-a do lago. Clorofila-a= 0,081 x (PT) 1,24 1,24 Clorofila-a= 0,081 x 50 = 10,4 g/L 6.9 Relao entre clorofila-a e nitrognio para rios Clorofila-a= 1,34 x (NT) 0,55 Sendo: NT= nitrognio total (mg/L) Clorofila-a em g/L Relao entre clorofila-a e nitrognio para reservatrios Observemos que em reservatrios a quantidade de clorofila-a bem maior do que em rios. Clorofila-a= 8,60 x (NT) 1,47 NT= nitrognio total (mg/L) Clorofila-a em g/L Exemplo 6.4 Em um lago o nitrognio total NT=1,276 mg/L. Calcular a clorofila-a. Clorofila-a= 8,60 x NT 1,47 Clorofila-a= 8,60 x 1,276 1,47 = 11,4 g/L 6.10 Clorofila-a x transparncia S para rios S=transparncia= 0,613 x clorofila -1,28 Clorofila-a x transparncia S para reservatrios S=transparncia= 2,5 x clorofila -0,33 Exemplo 6.5 Calcular a transparncia S de um lago, sendo a clorofila 11 g/L S=transparncia= 2,5 x clorofila -0,33 S=transparncia= 2,5 x 11 -0,33 = 1,13m 6.10 Equao de Salas e Martino, 2001 in Lamparelli, 2004 (PT)= Pin x Tw (3/4) / ( 3 x Z) Sendo: (PT)= concentrao mdia de fsforo (mgP /m3) Pin= carga de fsforo afluente (g/m2 /ano) Tw= tempo de residncia (anos) Z= profundidade mdia (m) Segundo Lamparelli, 2004 esta frmula foi aplicada no lago Parano em Braslia achando-se a concentrao mdia de fsforo (PT) de 40 mgP /m3. No Brasil conforme Lamparelli, 2004 a Conama 357/05 estabelece o limite mximo de fsforo de 0,025mg/L das guas doces Classes 1 e 2 . Conforme o ambiente ltico ou lntico teremos valores diferentes de fsforo.
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6.8 Pesquisas de Lamparelli, 2004 A tese de doutoramento da dra. Marta Lamparelli fornece elementos importantes que esto na Tabela (6.3). Tabela 6.3- Dados das pesquisas de Lamparelli, 2004 para o Estado de So Paulo mg/L mg/L mg/L Mdia Mnimo Mximo Fsforo total rios 0,030 0,070 0,210 Reservatrios 0,020 0,040 0,090 Ortofosfato solvel rios 0,122 0,005 2,55 Reservatrios 0,024 0,004 0,63 Nitrognio Total rios 2,55 0,062 36,48 Reservatrios 2,18 0,071 57,15 Nitrognio amoniacal Rios 1,34 0,01 25,00 Reservatrios 0,63 0,01 32,00 Nitrato Rios 0,47 0,01 6,22 Reservatrios 0,59 0,01 6,10 Nitrognio orgnico Rios 0,75 0,00 22,00 (nitrognio amoniacal+nitrato+nitrito) Reservatrios 0,88 0,00 56,70 Resduo total Rios 140 4,00 801,00 Reservatrios 116 1,00 417,00 Resduo fixo Rios 82 2,00 333,00 Reservatrios 66 0,00 282,00 Clorofila-a Rios 3,62 0,05 169,07 Reservatrios 18,24 0,05 566,57 Temperatura da gua Chuvas (outubro a maro) 25,7C 18,0C 35C Secas (abril a setembro) 21,4C 13,0 C 32C A Tabela (6.4) contm as concentraes basais encontrada nos Estados Unidos. Tabela 6.4- Concentrao basal de nutrientes em riachos nos Estados Unidos conforme USGS Nutriente Concentrao basal em riachos (mg/L) Nitrognio Total 1,0 Nitrato 0,6 Amnia 0,1 Fsforo total 0,1
Fonte: Lamparelli, 2004
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6.9 Razo N/P O conceito de nutrientes limitantes baseado na Lei do Mnimo proposta por Liebig, a qual estabelece que a produo de um organismo determinado pela abundncia da substncia que estiver presente no ambiente na menor quantidade relativa a sua necessidade conforme Wetzel, 1993 in Lamparelli, 2004. As relaes NT/PT segundo Thomann e Muller, 1987 valem para rios, lagos e esturios para poluio pontual e difusa. Quando NT/PT << 10 o fator limitante o nitrognio e Quando NT/PT >> 10 o fator limitante o fsforo. Sendo: NT= nitrognio total PT= fsforo total Os professores da EPUSP do Departamento de Engenharia Hidrulica e Sanitria PHD2460 dr. Rodolfo Martins e Dra. Mnica Porto alertam em suas aula o seguinte: Quando ocorre a limitao por fsforo o processo de eutrofizao estabiliza. Quanto ocorre a limitao por nitrognio, o crescimento das algas prossegue com aquelas que conseguem usar N2. Para N/P < 4 estimula-se o crescimento das guas azuis ou cianofceas que so txicas. Alguns limnologistas consideram que apenas o fsforo limitante; o nitrognio apenas comanda o tipo de alga que se desenvolve. A relao N/P importante para determinar as medidas de controle. 6.10 Teoria sobre carga de fsforo em um lago Conforme Metcalf e Eddy, 1993 a carga M em um lago dada pela equao: M= Qp x Cp + Qs x Cs + Qr x Cr + Qg x Cg + Qw x Cw Sendo: M= carga no lago (mg/s) Qp=vazo devida a precipitao direta na rea Qs= vazo de rio que chega ao lago (m3/s) Qe= vazo devida a evaporao da gua na superfcie do lago (m3/s) Qr= vazo devida ao escoamento superficial (runoff) que cai no lago (m3/s) Qg= vazo devida a contribuio das guas subterrneas (m3/s) Qw= gua que retirada (m3/s) Qws= gua que resposta ao lago (m3/s). Qws = aQw sendo a frao da gua que retorna ao lago Qo= vazo de sada do lago (m3/s) Cp= concentrao de fsforo na precipitao gua de chuva (mg/L) Cr= concentrao de fsforo devido ao runoff (mg/L) Cs= concentrao de fsforo que vem do rio que cai no lago (mg/L) Cr= concentrao de fsforo contido no escoamento superficial (runoff) (mg/L) Cg= concentrao de fsforo da gua subterrnea (mg/L) Cw= concentrao de fsforo de efluente de estao de tratamento de esgotos lanado no lago (mg/L)
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Figura 6.2- Modelo de lagos e reservatrios totalmente misturado Fonte: Metcalf&Eddy, 1993 to= V/Qo Sendo: to= tempo de permanncia (s) ou tempo de deteno ou tempo de residncia V= volume de gua do lago (m3) Qo= vazo de sada do lago (m3/s) = K + Qo/V = K + 1/ to Sendo: =constante do lago para o fsforo K= constante de fsforo= 0,003/dia= 0,003/86400s= 0,000000034/s V= volume do reservatrio (m3). Geralmente a rea multiplicado pela profundidade mdia. Qo= vazo de sada do lago (m3/s) M= Cc x x V Sendo: M= carga presente no lago (mg/s) Cc=concentrao de fsforo no lago (mg/L) =constante do lago para o fsforo V= volume do reservatrio (m3). Geralmente a rea multiplicado pela profundidade mdia.
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Exemplo 6.6 Elaborar a anlise de fsforo em um lago com escoamento superficial mdio anual de 125mm, evaporao anual de 700mm e precipitao mdia anual de 500mm. A rea da bacia do lago tem 2300km2 e a profundidade mdia do lago de 15m. A quantidade de fsforo na gua de chuva Cp=0,01mg/L e retirado do lago 3,8m3/s sendo reposto em forma de esgoto tratado 70% da vazo. A gua de retorno ao lago possui Cw= 2,2mg/L de fsforo. A concentrao de fsforo medida do lago de Cc=0,09mg/L. A rea da superfcie do lago tem 130km2. O volume do lago a superfcie multiplicado pela profundidade mdia, V= 130km2 x 1000 x 1000x 15= 1.950.000.000m3 = 1,95 x 109m3 A vazo mdia Qr que chega ao lago causado pelo runoff (escoamento superficial): Qr= rea da bacia x (125/1000)/ (365x86400s)= 2300x 1000 x 1000 x (125/1000)/ (365x 86400)=9,1m3/s A vazo causada pela precipitao direta na superfcie do lago : Qp= rea do lago x precipitao anual= 130 x 1000 x 1000 x (500/1000) /(365 x 86400)= 2,06m3/s A vazo evaporada da superfcie do lago: Qe= 130 x 1000 x 1000 x (700/1000)/ (365 x 86400)= 2,89m3/s A vazo de sada Qo ser: Adotando as seguintes simplificaes: Qg=0 vazo devido a guas subterrneas. Qs=0 vazo do rio que chega ao lago importante salientar que 70% do volume extrado retorna ao lago e 30% lanado a jusante do mesmo fazendo parte portanto como 0,30 x Qws. Qo= Qr + Qp Qe 0,30 x Qws= 9,1 + 2,06 -2,89 0,30x 3,8= 7,15m3/s = K + Qo/V K= constante de fsforo= 0,003/dia= 0,003/86400s= 3,4 x 10-8/s V= 1.950.000.000m3 =1,95 x 109 m3 Qo= 7,15m3/s = K + Qo/V = 3,4 x 10-8/s + 7,15/1,95x109=3,4 x 10-8/s + 0,36667 x10-8= 3,7667 x 10-8 /s M= Cc x x V =(0,09mg/L x 3,7667x 10-8 x 1,95x109) x 1000= 6610,56 mg/s A carga da concentrao de fsforo devido ao runoff : M= Qp x Cp + Qr x Cr + Qw x Cw=6610,56mg/s Qw=0,7x3,8=2,66m3/s (retorno) 6610,56mg/s= 2,06 x 0,01x1000 + 9,1 x Crx1000+ 2,66 x 2,2x1000 6610,56mg/s= 20,6+9,1x Crx1000+5852=5872,6 + 9,1x Crx1000 9,1x Crx1000= 6610,56 -5872,6=737,96 Cr= 737,96/( 9,1 x 1000)=0,081mg/L Determinar a carga de fsforo que deve ser lanada no lago para que a concentrao de fsforo no lago seja de 0,03mg/L. M= Cc x x V =0,03mg/L x 3,7667 x 10-8 /s x 1,95 x 109= 2204 mg/s Quantidade de fsforo no esgoto retornado para o lago. C= 2,2 - (6610,56 mg/s 2204)/ ( 0,7 x 3,8x 1000) =2,2 1,7= 0,50mg/L Metcalf e Eddy, 1993 salientam que a reduo de 2,2mg/L para 0,50mg/L mostra que o lago muito sensvel s descargas lanadas nele.
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Exemplo 6.7 Determinar a concentrao da DBO5 em um lago que tem chuva escoamento superficial mdio anual de 0,356m. A rea da bacia do lago tem 25,6km2 e a profundidade mdia do lago de 3,0m conforme exemplo adaptado de Metcalf e Eddy, 1993. A quantidade de DBO na gua de escoamento superficial (runoff) Cp=1,0mg/L. lanado efluente de esgoto tratado na vazo de Qw=0,0425m3/s com DBO=Cw=25mg/L. A rea da superfcie do lago tem 0,20km2. O volume do lago a superfcie multiplicado pela profundidade mdia, V= 0,20km2 x 1000 x 1000x 3,0= 600.000m3 A vazo mdia Qr que chega ao lago causado pelo runoff (escoamento superficial): Qr= rea da bacia x 0,356m/ (365x86400s)= 0,20x 1000 x 1000 x 0,356/ (365x 86400)=0,289m3/s A vazo de sada Qo ser: Qo= Qr + Qws= 0,289+0,0425= 0,3315m3/s = K + Qo/V K=0,3/dia K= constante da DBO= 0,3/dia= 0,3/86400s= 3,472x10-6/s V= 600.000m3 Qo=0,3315m3/s = K + Qo/V = 3,472x10-6/s + 0,3315/600000= 3,472x10-6/s +5,52 x 10-7/s =4,024 x 10-6 /s M= Qr x Cr + Qw x Cw Qr=0,289m3/s Cr= 1mg/L DBO Qw=0,0425 Cw= 25mg/L DBO M=( 0,289x 1,0 + 0,0425x 25) x 1000= 1351 mg/s Cc= M/ x V =1351/ (4,024 x 10-6 x 6 x 105 x 103)=0,56mg/L DBO
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Exemplo 6.8 Dada uma rea da bacia de 97ha de um lago. O lago tem rea superficial de 15.920m2, volume de 38.983m3. A precipitao mdia anual na regio de 1,07m.Calcular a carga de fsforo no lago. Na Tabela (6.5) esto as reas agrcolas, florestas e urbanas da regio, mostrando que 64% da rea agrcola e 21% urbana. Para cada uso do solo foi estimado o coeficiente de runoff C, assim para a rea urbana C=0,73. A carga de fsforo adotada para a rea urbana de 0,792kg de fsforo por ano por hectare e multiplicando pela rea em ha obtemos 16,6kg/ano de fsforo que chegar ao lago. Carga= 0,792 kg/ha x ano x 21ha = 16,6 kg/ano de P . Tabela 6.5- Porcentagem das reas e coeficientes de runoff e cargas de fsforo
Uso do solo Agricultura Floresta Urbana (pavimentada)
rea (ha) Porcentagem C. runoff Carga P (kg/haxano) Carga P (kg/ano)
64 12 21 97ha
Na Tabela (6.6) vamos calcular o coeficiente de runoff ponderado em relao as reas e o obtido foi C=0,43. C= (0,66 x 0,36 + 0,12 x 0,31 + 0,22 x 0,73)/ 1,00 = 0,43 Tabela 6.6- Calcular o coeficiente de runoff ponderado
Uso da terra Agricultura Floresta Urbana (pavimentada) Total=
rea (ha)
64 12 21 97
C. runoff
Na Tabela (6.7) a precipitao mdia anual de 1,07m e considerando o runoff ponderado obtido de 0,44 obtemos 456.676m3. 1,07 m x 0,44 x 97ha x 10000m2 =456.676 m3 Considerando o volume do reservatrio de 38.982m3 fazemos a soma do volume total: Volume total= 456676m3 + 38.982m3= 495.658m3 Conforme Tabela (6.5) a carga total de fsforo que chega ao lago de 120,6kg/ano, ou seja, 120.600 g/ano. Como a rea da superficie do lago As= 15.920m2 vamos achar a carga de fsforo em gramas por metro quadrado por ano. 120.600 g/ ano / 15.920m2 = 7,58 g/m2 ano A concentrao de fsforo ser: 120.600g/ano / 495.6581m3 =0,24 g/m3= 0,24mg/L Nota: este exemplo muito fcil de ser aplicado. Poderia ser incluso tambm o efluente de uma ETE e o volume de lanamento no lago deveria ser usado o mtodo da soluo para a concentrao final fsforo. Somente consideramos a poluio difusa causada pelo escoamento superficial (runoff) e no consideramos as guas subterrneas, que apresentam grande dificuldade de estimativas. De maneira anloga poderiamos fazer aplicar o exemplo para o nitrognio mudando somente as taxas de aplicao do nitrognio. 6-12
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Tabela 6.8- Estimativa da carga total de nitrognio baseado no uso do solo Uso do solo Carga total de nitrognio (kg/ha x ano) Agricultura 20,0 Floresta 1,9 Area urbana 10,9 Exemplo 6.9 Para o exemplo anterior vamos supor que exista uma ETE que produz 756m3/dia de esgotos que so lanados no lago com 0,30mg/L de fsforo total PT. Por ano teremos: 365dias x 756m3/dia=275.940m3/ano O volume anual devido ao runoff foi de 456.676m3 que acrescido aos 275.940m3 resultar em: 456.676m3 + 275.940 m3= 732.616 m3 A carga anual de fsforo da ETE ser: 275.940 m3/ano x 0,30g/ m3= 82.782g/ano de fsforo A carga total ser a soma da carga da poluio difusa mais a carga concentrada da ETE. 82.782 g/ano + 120.600g/ano=203.382g/ano Dividindo pela rea do lago de 15.920m2 teremos: 203.382g/ano/ 15.920m2=12,8 g/m2 x ano A concentrao de fsforo ser: 203.382 g/ano / 732.616m3= 0,28 mg/L de fsforo total
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6.11 Clculo do oxignio dissolvido em LAGO e RESERVATRIOS Conforme Thomann e Mueller, 1987: Sendo: C= concentrao de oxignio dissolvido (DO) na lagoa (mg de O2/ L x dia) Q=vazo de descarga (m3/s) Kd=K1= coeficiente devido deoxidao referente a DBO L= DB0 existente nas lagoas no incio A=rea da superficie do lago (m2) V= volume do lago (m3) cin = concentrao de OD na gua que entra no lago (mg/L) KL= 0,728 x U0,5 -0,317 x U+ 0,0372 x U2 Kr= Ksed + Kd = Ksed + K1 O valor Kr a soma da deposio de DBO no fundo do lago que denominaremos de Ksed e da taxa de desoxigenao da DBO chamado de K1 ou Kd. Wc= a carga de outras origens e consumo de OD podendo ser positivo ou negativo (+fotossntese, respirao, -consumo de oxignio pelo sedimento) Para um lago completamente misturado em condies de equbrio vale: L=DBO= W/ (Q + Kr x V) Exemplo 6.10- Fonte: Thomann e Mueller, 1987 Seja um lago com profundidade mdia H=1,3m e superficie A=15000m2, onde a vazo de entrada e saida so de 0,04m3/s. A temperatura que queremos 23C. A velocidade do vento V=4,5m/s e a taxa de oxignio na entrada do lago cin=8,00mg/L e a DBO de entrada Lin=0. A taxa de consumo de oxignio pelo sedimento SB=0,5 g/m2 x dia que denominamos tambm de Ks. O coeficiente Kr=0,3/dia a 23 C e Kd=K1=0,2/dia a 23C. A carga de DBO lanado por dia W=120 kg DBO/dia. Achar a concentrao de OD da mistura. Resoluo do problema: Clculo do volume do lago V V= A x H= 15000m2 x 1,3m= 19.500m3 Vazo de entrada e de saida Q= 0,04m3/s x 86400s =3460m3/dia Tempo de deteno ou tempo de residncia td= V/Q= 19500m3/ 3460m3/dia= 5,6 dias Coeficiente KL para o lago KL= 0,728 x U0,5 -0,317 x U+ 0,0372 x U2 Sendo: U= velocidade do vento a 10m de altura (m/s) U=4,5m/s KL= 0,728 x 4,50,5 -0,317 x 4,5+ 0,0372 x 4,52= 0,87m/dia (0,6m/dia a 0,9m/dia) OK. Concentrao de saturao cs Podemos achar a saturao do oxigenio usando uma tabela ou calculando. Cs= 8,58mg/L para temperatura de 23C. Concentrao de DBO no lago 6-14
C= ( Q / (Q + KL x A)) x cin + (KL x A / (Q + KL x A))xcs (VxKd / (Q + KL x A))x L+ (Wc / (Q+ KL xA))
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L= W/ (Q + Kr x V)= (120 kg/dia x 1000g/dia) / ( 3560m3/dia +0,3 x 19500m3)= 12,89mg/L Portanto, a concentrao de DBO no lago 12,89mg/L Clculo da concentrao de OD no lago C= ( Q / (Q + KL x A)) x cin + (KL x A / (Q + KL x A))xcs (VxKd / (Q + KL x A))x L+ (Wc / (Q+ KL xA)) Como temos consumo de oxignio pelo sedimento: Wc= SB x A Q+KL x A= 3460m3/dia + 0,87 x 15000m2=16500m3/dia C= ( 3460 / 16500) x 8,00 + (0,87 x 15000 /16500)x8,58 (19500x0,2 / 16500)x 12,89 SB A / 16500 C= ( 1,68 + 6,79 3,05 0,5x 15000 / 16500 C= ( 1,68 + 6,79 3,05 0,45=4,97 mg/L Exemplo 6.11 Lago dos Patos em Guarulhos Consumo de oxignio dissolvido (OD) no lago dos Patos A concentrao de oxignio dissolvido OD dado pelas parcelas referentes a crrego tributrio, saturao do OD, consumo de oxignio devido a DBO e consumo de oxignio devido a sedimentos no fundo do lago. Adotaremos modelo de Thomann e Mueller, 1987. C= ( Q / (Q + KL x A)) x cin + (KL x A / (Q + KL x A))xcs (VxKd / (Q + KL x A))x L (Wc / (Q+ KL xA)) Como temos consumo de oxignio pelo sedimento: Wc= SB x A Sendo: C= concentrao de oxignio dissolvido (OD) na lagoa (mg de O2/ L x dia) Q=vazo de descarga= 184m3/dia K1= coeficiente devido deoxidao referente a DBO= 0,58/dia L= DB0 existente nas lagoas no incio = 2mg/L A=rea da superfcie do lago= 18.800m2 V= volume do lago= 21.390m3 Ks= SB=demanda de oxignio pelo sedimento= 1,056g/m2/dia (adotado) cin = concentrao da gua que entra no lago com OD=7,0mg/L ( vaira de 80% a 90% da Ods) cs= saturao do OD a 20C na altitude 760,00m de Guarulhos =8,3mg/L T= 20C Resoluo do problema: Clculo do volume do lago V V= 21.390m3 Vazo de entrada e de saida Q= 184m3/dia Tempo de deteno ou tempo de residncia td= V/Q= 21.390m3/ 184m3/dia= 116 dias Coeficiente KL para o lago KL= 0,728 x U0,5 -0,317 x U+ 0,0372 x U2 Sendo: U= velocidade do vento a 10m de altura (m/s) U=3,5m/s (mdia de Guarulhos na Estao Climatolgica da UNG) KL= 0,728 x 3,50,5 -0,317 x 3,5+ 0,0372 x 3,52= 0,71m/dia (0,6m/dia a 0,9m/dia) OK. 6-15
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Concentrao de saturao cs Podemos achar a saturao do oxignio usando a Tabela (5.12) ou calculando. Cs= 8,30mg/L para temperatura de 20C altitude 760m em Guarulhos. Clculo da concentrao de OD no lago
C= ( Q / (Q + KL x A)) x cin + (KL x A / (Q + KL x A))xcs (VxKd / (Q + KL x A))x L (Wc / (Q+ KL xA))
Q+KL x A= 184m3/dia + 0,71 x 18.800m2=13.532m3/dia Wc= SB x A SB=Ks= 1,056 g/m2/dia (adotado) Wc= 1,056 x 18.800m2=19853
C= ( 1840 / 13.532) x 7,00 + (0,71 x 18.800 /13.532)x8,30 (21.390x0,58 / 13.532)x 2,0 (19853 / 13532)
C= 0,95 +8,19 -1.83 1,47=5,84 mg de O2/Lx dia Vamos supor para efeito de exemplo que o lago no possa ter menos que 5,0mg/Lx dia de oxignio dissolvido. Portanto, a concentrao de oxigenio no Lago dos Patos de 5,84 mg O2/L x dia.
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6.12 Clculo do oxignio dissolvido durante o dia devido ao fitoplancton. Devido a energia solar, a fotossntese s ocorre durante o dia. pa= ps x G (Ia) Sendo pa= oxignio dissolvido durante o dia em mg O2/ L x dia ps= produo de luz que produz o oxignio dissolvido saturado. ps=aop x P aop= 0,25 razo em mg de DO / g de clorofila a que varia de 0,1 a 0,3. Vamos adotar aop=0,25 que a taxa de luz que produz demanda de oxignio saturado. P= clorofila a em g/L= 10 g/L (admitido: uma quantidade grande) ps=0,25 x P= 0,25x 10= 2,5 g/L = 2,5 mg O2/ L x dia G (Ia)= fator de atenuao da luz de acordo com a profundidade e em um dia G(Ia)= 2,718 x f ( e -1 - e -o) / (Ke x H) G(Ia)= 2,718 x 0,6 ( e -0,55 - e -1,42) / (1,04 x 1,87) =0,29 pa= ps x G (Ia)= 2,5 x 0,29= 0,73 mg O2/ L x dia
Sendo: o= Ia / Is = 500/350=1,42 H= 1,87m = profundidade mdia (adotado) Ke= 1,04 adotado Ke = 1,7 / Ds sendo Ds= profundidade obtida com o disco de Secchi (m) z= profundidade de atividade da fotossntese (m) =0,914m 1= o x e Ke x z= 1,42 x e - 1,04 x 0,914 = 0,55 Sendo: Ke= coeficiente de extino da luz (1/m) = 1,04/dia Ia= mdia da radiao solar durante o dia em Langley/dia=500 Langleys/dia. Nota: Langley/dia (Ly 1caloria/cm2=2,06 w/m2) Is= luz no qual o fitoplncton cresce ao mximo em Langley/dia e que varia de 250 a 500 = 350 Langley/dia f= foto perodo (frao da durao da luz do dia) =0,6 dia
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6.13 Estimativa da variao diurna do oxignio devido a fotossntese (fitoplncton) Conforme http://www.mde.state.md.us/assets/document/TMDL/adkins/adkins_main_final.pdf acessado em 26 de dezembro de 2006:
f= 0,6dias T=1dia Ka=0,5/dia pa= 0,73 mg O2/ L x dia c/pa = [( 1- e Ka x f x T) x ( 1- e Ka x T x (1- f) )] / [f x Ka x (1 e Ka x T)] c/0,73 = [( 1- e 0,5 x 0,6 x 1dia) x ( 1- e 0,5 x 1 x (1-0,6f) )] / [0,6 x 0,5 x (1 e 0,5 x 1dia)] c/0,73 = 0,39 c = 0,39 x 0,73 = 0,29 mg O2/ L x dia O valor c achado mostra que durante o dia oxignio dissolvido aumenta ou diminui de 0,29mg O2/ L x dia. Supondo que o oxignio dissolvido no lago de 5,95mg/L poder haver variao de oxignio de 5,95-0,29=5,66 at 5,95+0,29=6,24mg/L de O2. 6.14 Coeficiente de extino da luz Ke Pesquisas efetuadas por Lee e Rast, 1997 concluram que com 13% de erros temos: Coeficiente de extino de luz: Ke= 2,78 + 0,007 x Cor em uH + 0,036 x turbidez em UT Ke varia de 2,49 /m a 7,93 /m conforme as pesquisa A profundidade euftica z em metros pode ser estimada pela relao: z= 4,6/ Ke que varia de 0,61m a 1,85m conforme as pesquisas efetuadas Exemplo 6.12 Calcular o coeficiente de extino de luz e a profundidade euftica do lago dos Patos em Vila Galvo, Guarulhos sabendo que atravs de anlise de gua a cor foi maior que 150 uH e que a turbidez foi de 83 uT. Coeficiente de extino de luz (Ke ou ) = 2,78 + 0,007 x Cor + 0,036 x turbidez Ke = 2,78 + 0,007 x 150 + 0,036 x 83 = 6,8/m Z= 4,6/ Ke= 4,6/ 6,8=0,67m
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6.15 Clculo da variao de oxignio para rios devido somente ao fitoplncton No captulo 5 fizemos um clculo da respirao e produo de oxignio devido as algas segundo Rutherford, 2005 para rios, mas vamos usar modelo de Thomann e Muller, 1987 pgina 450. Acima fizemos os clculos da variao de oxignio devido a lagos e agora vamos ver a variao de oxignio devido ao fitoplncton devido em rios. Faremos a explicao juntamente com um exemplo. Iniciamos primeiramente com o clculo da respirao R pelo fitoplncton. R= aop x Gp x P Sendo: R= respirao pelo fitoplncton (mg O2/ L x dia) P= clorofila-a (g/L) Gp= fator de atenuao da luz de acordo com a profundidade e em um dia f= foto perodo = 0,5 (dado do problema) H= 0,90m= profundidade do rio (dado do problema) Ke= 1,1/m G (I)= 2,718 x f ( e -1 - e -o) / (Ke x H) G (I)= 2,718 x 0,5 ( e -1,49 - e -4,00) / (1,1 x 0,90) =0,284 Temperatura= 23 C Crescimento e morte de fitoplncton. G(T)= Gmax x 1,066 (T-20) Os valores de Gmax variam de 1,5/dia a 2,5/dia. Adotamos Gmax=1,8/dia que um misto da populao do fitoplancton. Mas G(T)= 1,8 x 1,066( 23-20)= 2,18/dia Gp= G(I) x G (T)= 0,284 x 2,18/dia=0,619/dia Dp= respirao endgena Dp= R x 1,08 (T-20) O valor de R varia de 0,05/dia a 0,25/dia. Adotamos R =0,1/dia Dp= 0,1 x 1,08 (23-20)= 0,126/dia pa= aop x Gp x P= 0,133 x 0,619/dia x P=0,082xP ( mg O2/ L x dia) O valor de R ser: R= aop x Dp x P R= 0,133 x 0,126 x P =0,0168xP (mg O2/ L x dia) Sendo: P=clorofila-a (g/L) Is= 300 ly/dia (dado do problema) Radiao solar diria It= 600 ly/dia (dado do problema) f=foto perodo=0,5 (dado do problema) o= Ia / Is = (600/0,5)/300=4,00 H= 0,90m = profundidade mdia (adotado) Ke= 1,1 dado do problema 1= o x e Ke x H= 4,00 x e - 1,1 x 0,9 = 1,49 aop= 0,25 razo em mg de OD / g de clorofila a que varia de 0,1 a 0,3. Vamos adotar aop=0,133 que a taxa de luz que produz demanda de oxignio saturado para o exemplo que faremos..
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delta c=
Dficit +Deltac/2
Dficit deltac/2
(mgO2/L x dia)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3
(mgO2/L x dia)
Coluna 4 Coluna51
(dias)
Coluna 6
pa/2
Coluna 9 Coluna 10 Coluna 11
1 2 3 4 5
27 34 41 50 59
Ka=K2= coeficiente de aerao Usando equao de OConnor nas unidades SI temos: Ka= 3,73 x V0,5/ H 1,50 V= velocidade=0,15m/s=velocidade mdia do rio, dado do problema H= profundidade mdia do rio (m)=0,90m Ka= 3,73 x 0,150,5/ 0,901,50= 1,69/dia Como o valor de Ka ou K2 para a temperatura de 20C, para 23 temos Ka=K2= 1,69 x 1,024 (23-20)= 1,81/dia A mdia diria de dficit de oxignio dissolvido OD em (mg/L) dada pela equao: Da equao de Streeter-Phelps do captulo 5 deste livro temos: D= Do x e K2 x t + { [K1 / (K2-K1)] x (e K1 x t e K2 x t) }x Lo +{ [KN / (K2-KN)] x (e KN x t e K2 x t) }x LoN - (1 e K2 x t) x ( pa- R Ks/H)/K2 Considerando Ks=0 e no o resto da equaao e sim somente a parte que est nos interessando agora que a produo e o consumo de oxignio pelo fitoplancton temos a equao. Substituimos o valor K2 por Ka D= Do x exp (-Ka x t) ((pa-R)/Ka) x (1- exp(-Ka x t )) (Equao 6.1) Sendo: D= dficit (mg/L) Di= dficit inicial (mg/L) Ka= coeficiente =1,81/dia no exemplo t=horas no trecho Para o primeiro trecho iniciamos com Do=0,02mg/L de dficit de OD. O dficit no fim de cada trecho ser o inicio do trecho seguinte. O dficit dirio ser a mdia diria mais ou menos c/2 sendo: Para Ka< 2/dia ento: c= pa/2= 4,91/2= 2,46 mg/L (Tomamos o maior valor de pa, ou seja, 4,91 a favor da segurana) O resumo dos clculos esto na Tabela (6.9). Vamos explicar coluna por coluna da Tabela (6.9). Coluna 1: esto os trechos do rio, variando de 1 a 5 Coluna 2: esto os valores a clorofila-a conforme amostra extrada de cada trecho. Coluna 3: esto os valores do oxignio consumido durante o dia pa de cada trecho devido as algas Coluna 4: est a respirao das algas de cada trecho Coluna 5: esto os valores de pa-R de cada trecho Coluna 6: esto os tempos em dias de cada trecho, geralmente de 0,50 dias e somente o ultimo de 0,44dia.
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Coluna 7: Na primeira linha est o valor da demanda de oxignio no inicio de 0,02mg/L. Nas demais linhas o valor de Do o valor calculado na linha anterior da coluna 8. Coluna 8: Aplicao da equao (6.1) sendo o Do o do clculo anterior. Coluna 9: So os valores de c de 2,46mg/L considerando o maior valor da coluna 3 que 4,91/2=2,46. Coluna 10: So os valores da coluna 8 + 2,46/2 Coluna 11: So os valores da coluna 8 2,46/2
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6.16 Lanamento de poluentes em um lago. Vamos explicar dando um exemplo seguindo modelo de Thomann e Muller, 1987. Seja um lago misturado de propores moderadas: W= Qe x Se + Qr x Sr + QT x ST + P x As x Sp + Sd x V Sendo: W= entrada de massa Qe x Se = transferncia de massa de esgotos de um efluente Qr x Sr =devido a um rio que entra no lago QT x ST = devido a um tributrio P x As x Sp = devido a precipitao da gua de chuva Sd x V=devido ao sedimento Qe= vazo efluente Qr= vazo do rio que entra no lago Qt= vazo do tributrio P= quantidade de precipitao As= rea da superficie do lago V= volume do lago Se= concentrao do efluente Sr= concentrao do rio ST= concentrao do tributrio Sp= concentrao nas guas de chuvas Sd= concentrao do poluente que sai dos sedimentos td= V/Q Sendo: td= tempo de deteno no lago S = W/ (Q + KV) = (W/Q) / ( 1 + Ktd) Sendo: S= concentrao no tempo t t= tempo em ano K=0,23/ano S=S x{ 1 exp([ -(1 + K x td) x (t/td)]}
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Figura 6.2- Esquema de lago misturado Exemplo 6.13 Adaptado de Thomann e Muller, 1987. Seja um lago com durante 1,5anos vem recebendo um pesticida (Triallate) com 518,4 kg/dia e depois termina. O volume do lago de V= 89.145.000 m3. O valor K=0,23/ano e a vazo mdia anual da sada do lago de 2,83m3/s. Nota: O triallate um pesticida usado para matar vegetao daninha. txica para peixes e outros organismos aquticos. No txico para passarinhos e um pouco txico para o ser humano. Achar a concentrao de equilbrio? Achar a mxima concentrao?
Figura 6.3- Esquema do lago Primeiramente vamos determinar o tempo de deteno td td= V/Q=(89154.000m3/ 2,83m3/s) / (365dias x 86400)= 1,0anos O valor de S S = W/ (Q + kV) = (W/Q) / ( 1 + Kx td) = (528,4kg x 1000 x 1000) / (2,83 x 1000) / ( 1+0,23x0,95)= 1,4mg/L S= 1400 g/L Portanto, a concentrao de equilibrio 1.400g/L Para 1,5 anos quando acaba o poluente repentinamente teremos: S=S x{ 1 exp([ -(1 + k x td) x (t/td)]} S(t=1,5anos)=1400 {1 exp([ -(1 + 0,23x 1,00) x (1,5anos/1,00anos)]} =1178 g/L A mxima concentrao do poluente 1.178 g/L
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6.17 Tipo de anlises No Lago do Nado em Belo Horizone foram feitas anlises longitudinais e mensais ao lago em profundidade: 0 1m 3m 5m 1. 2. 3. 4. 5. 6. Nestes pontos foram retiradas com retiradas amostras com a garrafa de Van Dorn de 2 litros: Fsforo total pelo mtodo de Murphy e Reley Nitrognio total usando autoclave c persulfato de potssio Clorofila-a pelo mtodo espectrofotomtrico usando acetona como solvente orgnico; Oxignio dissolvido Temperatura Disco de Secchi
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6.18 Bibliografia e livros recomendados -BEZERRA NETO, JOSE FERNANDES e COELHO, RICARDO MOTTA PINTO. A morfologia e o estado trfico de um reservatrio urbano: lago do Nado, Belo Horizonte, Estado de Minas Gerais, 2002 Universidade Federal de Minas Gerais, 6pginas. Acessado em 23 de dezembro de 2006. -FERREIRA, ALDO PACHECO et al. Contribuies para o desenvolvimento da capacidade de previso de um modelo de qualidade da gua. Revista Brasileira de Recursos Hdricos volume 11 nmero, ano 2006 http://www.ppg.uem.br/Docs/ctf/Biologicas/2002/02_245_01_Jose%20BezerraNeto%20e%20outro_A%20morfometria.pdf
-HUBER, WAYNE C. Contaminant transport in surface water. In Handbook of Hydrology de David R. Maidment, 1993.
-INTERNET http://www.mde.state.md.us/assets/document/TMDL/adkins/adkins_main_final.pdf acessado em 26 de dezembro de 2006: -LAMPARELLI, MARTA COND: Graus de trofia em corpos de gua no Estado de So Paulo, 2004, 238, Tese de Doutoramento, Instituto de Geocincias da USP. -LEE, ROGER W. E RAST, WALTER. Ligth attenuation in a shallow, turbid reservoir, lake Houston, Texas. U.S. Geological Survey, Austin, Texas, 1997. US Department of the Interior -METCALF & EDDY. Wastewater engineering. Mcgraw-Hill, 3 ed, 1991, ISBN- 0-07-100824-1., 1334pginas. -THOMANN, ROBERT V. MUELLER, JOHN A. Principles of surface water quality modeling and control. Editora Harper Collins, 1987. 644 pginas, ISBN 0-06-046677-4
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Captulo 07
Impacto do nitrognio e do fsforo em lagos e crregos
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Capitulo 07-Impacto do nitrognio e fsforo em lagos e crregos 7.1 Introduo Vamos expor suscintamente o impacto do fsforo e do nitrognio em lagos e rios. As cargas de fsforo e nitrognio, por exemplo, podem ser estimadas em um lago, pois so levadas pelo escoamento superficial das chuvas e das guas subterrneas. Apresentaremos ainda o mtodo Simples de Schueler que muito usado em poluio difusa devido a sua simplicidade. 7.2 Impacto do nitrognio o problema III do Azevedo Neto conforme Tabela (5.1) do Captulo 5 que consiste em determinar a populao mxima cujos efluentes podem despejar no curso de gua. O impacto do nitrognio numa determinada rea muito importante. Na Baia de Buttermilk em Massachusetts, Estados Unidos com rea de 212ha foi determinado por uma comisso em 1990, que a taxa de nitrognio anual no poderia passar de 52.490kg/ano, pois adotada a taxa mxima de 0,24mg/L de nitrognio para que fosse diminuida a quantidade de algas na regio. Volume de gua de recarga= 218.709.000m3/ano 0,24g/m3 x 218.709.000m3/ano / 1000=52.490kg Para estimativa assumimos que o efluente tratado de esgotos sanitrios tenha 40mg/L de nitrognio e que a cota per capita seja de 208 litros/dia x habitante. Na prtica o nitrognio varia de 25mg/L a 45mg/L. Sistemas mecanizados de tratamento de esgoto sanitrio conforme EPA, 2002 podero obter concentraes baixas de nitrognio de 10mg/L a 25mg/L. Qualquer construo que seja feita na regio os efluentes nao podero ultrapassar a carga anual de nitrognio de 52.490kg/ano. Na Tabela (7.1) est uma aplicao prtica do assunto: Tabela 7.1- Cargas de nitrognio na Baia de Buttermilk, Massachusetts
Ordem
Coluna 1
Fonte do nitrognio
Coluna 2
Unidade
Coluna 3
Padro Mass.
Coluna 4
Quantidade
Coluna 5
(%)
Coluna 7
2 3 4 5 6
Tanque sptico e vala de infiltrao 40mg/L Fertilizante no gramado Atmosfera 0,3mg/L Runoff no pavimento 2,0mg/L Runoff no telhado 0,75mg/L Fertilizante em rvores pequenas
kg N/pessoa x ano 208 litros/dia x hab 40 x 208 x 365/1.000.000 kg N/ha x ano kg N/ha x ano kg N/ha x ano kg N/ha x ano kg N/ha x ano
3,02 kg/pessoa/ano 8708 hab 46,00kg/ha 3,41 kg/ha 212 ha 21,00kg/ha 40ha 7,50 kg/ha 40ha 790kg/ha 4ha Total (kg N/ano)= 3.160 37.209 8,49 100,00 300 0,81 840 2,26 723 1,94 128 ha 26.298 5.888 70,68 15,82
Coluna 1: ordem Coluna 2: fonte do nitrognio: tanque sptico e valo de infiltrao, gramado, chuvas, runoff no pavimento e runoff no telhado e fertilizantes de pequenas rvores. Coluna 3: unidade. Geralmente kg de nitrognio /ha x ano. Para os tanques spticos e vala de infiltrao consideramos 208 litros/habitante x dia e considerando que cada pessoa contribuir com 40mg/L de nitrognio teremos: 40mg/L x 208 L/dia x pessoa x 365 dias/ 1000.000= 3,04 Coluna 4: Padro em kg/ha usado em Massachussets. Coluna 5: a quantidade de pessoas, ou seja, 8708hab ou o nmero de hectares estimados. Coluna 6: a multiplicao da coluna 4 pela coluna 5 fornecendo o total de nitrognio em kg por ano. Coluna 7: a porcentagem de contribuio de cada fonte, observando-se que que os tanques spticos com vala de infiltrao contribui com 70,68%do nitrognio anual. A segunda parcela dos fertilizantes usados nos gramados.
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Uma das dificuldades para se avaliar o impacto do nitrognio determinar com preciso a recarga anual de gua subterrnea. Geralmente no se admite mais de 10mg/L de nitrato devido a doena azul de bebs que a methemoglobinemia. a reduo da habilidade do sangue de carregar oxignio e causa problemas na gravidez. 7.3 Balano de massa O balano de massa do nitrognio ou de outro poluente fornecem a concentrao do poluente na gua subterrnea e na gua superficial conforme Usepa, 2002. O balano de massa o quociente entre a carga anual em gramas e o volume anual de recarga em metros cbicos. Carga do poluente mg/L= carga anual em gramas/ volume anual de recarga metros cbicos Para a Tabela (7.1) temos: Carga do polunte= 37.209kg x 1000g/ 218.709.000m3 = 0,17mg/L< 0,24mg/L OK Na prtica o volume de recarga no um dado facil de se achar. 7.4 Impacto do fsforo A Tabela (7.2) fornece a quantidade de fsforo por kg/haxano e por ano de vrios tipos de reas, como reas urbanas, florestas, precipitaes e reas rurais. Existe a influncia do tipo de solo e das declividades. Assim partculas mais finas e terrenos com maiores declividades tero maior aporte de fsforo. Tabela 7.2-Estimativas de exportao de fsforo de acordo com varios tipos de reas Fonte de fsforo rea urbana rea rural ou agrcola Florestas Precipitaes Alto 5,0 3,0 0,5 0,6 Fsforo kg/haxano Mdio Baixo 0,8 a 3,0 0,5 0,4 a 1,7 0,1 0,1 a 0,3 0,0 0,2 a 0,5 0,2
7.5 Impacto do nitrognio e do fsforo Marsh, 1997 apresenta para estimativa da carga de nitrognio e fsforo para os Estados Unidos a seguinte Tabela (7.3). Tabela 7.3- Carga anual mdia de nitrognio e fsforo Uso do solo ou cobertura Nitrognio Fsforo (kg/ha/ano) (kg/ha/ano) Florestas 4,40 0,085 Quasi floresta 4,50 0,175 Quasi rea urbana 7,88 0,300 Quasi rea agrcola 6,31 0,280 Area agrcola 9,82 0,310 Area mista 5,52 0,185 Campo de Golf 15,00 0,410
Fonte: Marsh, 1997
A mdia de 5,1kg/ha x ano de nitrognio total foi achada por Lewis, et al, 1999 em vrias florestas praticamente intocadas, como a da rio Amazonas e do rio Negro. Do nitrognio total 50% nitrognio orgnico e os outros 50% inorgnico. Do nitrognio inorgnico 20% amnia e 80% nitrato. Isto mostra que a Tabela (7.3) no que se refere a floresta pode ser aplicada para o Brasil. Marsh, 1997 define os usos ou cobertura dos solos: rea de floresta quando tem mais de 75% da rea coberta com florestas rea quasi uma floresta: quando a rea coberta por floresta estiver entre 50% a 75% rea agrcola quando mais de 75% da area usada na agricultura
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