RESPOSTA DO RU

Art. 213. Citao o ato pelo qual se chama a juzo o ru ou o interessado a fim de se defender.
1. FORMAS DE DEFESA DO RU: Segundo o CPC: Art. 297. O ru poder oferecer, no prazo de 15 (quinze) dias, em petio escrita, dirigida ao juiz da causa, contestao, exceo e reconveno. Art. 64. Em ambos os casos, o ru requerer a nomeao no prazo para a defesa; o juiz, ao deferir o pedido, suspender o processo e mandar ouvir o autor no prazo de 5 (cinco) dias. Art. 71. A citao do denunciado ser requerida, juntamente com a do ru, se o denunciante for o autor; e, no prazo para contestar, se o denunciante for o ru. Art. 78. Para que o juiz declare, na mesma sentena, as responsabilidades dos obrigados, a que se refere o artigo antecedente, o ru requerer, no prazo para contestar, a citao do chamado. Art. 261. O ru poder impugnar, no prazo da contestao, o valor atribudo causa pelo autor. A impugnao ser autuada em apenso, ouvindo-se o autor no prazo de 5 (cinco) dias. Em seguida o juiz, sem suspender o processo, servindo-se, quando necessrio, do auxlio de perito, determinar, no prazo de 10 (dez) dias, o valor da causa. Art. 325. Contestando o ru o direito que constitui fundamento do pedido, o autor poder requerer, no prazo de 10 (dez) dias, que sobre ele o juiz profira sentena incidente, se da declarao da existncia ou da inexistncia do direito depender, no todo ou em parte, o julgamento da lide (artigo 5). Art. 390. O incidente de falsidade tem lugar em qualquer tempo e grau de jurisdio, incumbindo parte, contra quem foi produzido o documento, suscit-lo na contestao ou no prazo de 10 (dez) dias, contados da intimao da sua juntada aos autos. Da, temos que as formas de defesa do ru previstas no CPC so: contestao (art. 297); reconveno (art. 297); Excees: incompetncia relativa; impedimento e suspeio (art. 297); p

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interveno de terceiros: nomeao autoria (art. 64); denunciao da lide (art. 71); e chamamento ao processo (art. 78); declaratria incidental (art. 325), bem como o incidente de falsidade (art.390); impugnaes ao valor da causa (art. 261) e concesso de justia gratuita (Lei n 1.060/50, art. 4, 2).

2. LIMITES S FORMAS DE RESPOSTA DO RU: No procedimento sumrio, por fora do disposto no art. 278 do CPC, no cabem reconveno, ao declaratria incidental, e interveno de terceiros (salvo a assistncia, o recurso de terceiro prejudicado e a interveno fundada em contrato de seguro art. 280); Nos juizados especiais, por fora do art. 10 da Lei 9.099/95, no cabe interveno de terceiros e todas as defesas devem ser alegadas na contestao, salvo as excees de impedimento e suspeio (arts. 30 e 31).

3. PRAZO E FORMA DE APRESENTAO: O prazo para apresentao das respostas do ru o mesmo prazo para apresentao da contestao, e no procedimento ordinrio este prazo de 15 dias, observando-se que a Fazenda Pblica, o Ministrio Pblico e os litisconsortes com procuradores diferentes gozam de prazo diferenciado (CPC, arts. 188 e 191). Advirta-se ainda que, no procedimento ordinrio, somente ser admitida a resposta escrita. O prazo ser contado sempre do primeiro dia til subsequente juntada aos autos da prova de que a citao se realizou. Se houver vrios rus, conta-se este prazo do ltimo mandado cumprido (CPC, art. 184 c/c art. 241).

CONTESTAO
1. GENERALIDADES: Como j afirmado, no prazo de resposta o ru pode apresentar uma srie de defesas. O art. 297 do CPC prev, especificamente, que o ru pode apresentar contestao (CPC, arts. 300 a 302). A contestao o meio, por excelncia, de resposta do ru na qual devem ser concentrados todos os meios de defesa possveis, alm de indicar os documentos e meios de prova pelos quais se pretende ver afastada a pretenso do autor (CPC, arts. 300 a 302). na contestao que, efetivamente, haver a resistncia do ru ao pedido formulado na inicial. Enquanto na petio inicial busca o autor a procedncia do pedido, na contestao o ru apresentar exatamente as objees ao pedido formulado na inicial. Da porque Fernanda Tartuce afirma que, enquanto na petio inicial o autor pede, na contestao o ru impede. importante destacar, entretanto, que, se na inicial o objetivo nico do autor a procedncia do pedido, na contestao no se fala apenas em improcedncia, visto que ao ru possvel no s requerer a improcedncia do pedido, como tambm, a extino do processo sem resoluo de mrito, conforme o argumento de defesa. A formulao da contestao no uma obrigao do ru, mas um nus processual para ele. Assim, por se tratar de pea de grande relevncia para o ru e para o processo que a sua no apresentao trar graves consequncias, diferentemente do que ocorre com outras formas de defesa. p

Por essa razo, a ausncia de contestao acarreta a revelia (CPC, art. 319), que resulta em graves prejuzos para o ru, a saber: presumem-se verdadeiros os fatos alegados pelo autor, na inicial (CPC, art. 319); os prazos correm independentemente de intimao (CPC, art. 322); no havendo controvrsia quanto a um dos pedidos ou parte do pedido, caber, mediante requerimento da parte, concesso de antecipao de tutela da parte no contestada (CPC, art. 273, 6.). 2. PRINCPIO DA EVENTUALIDADE E DA IMPUGNAAO ESPECFICA: importante destacar que, na contestao, o advogado deve atentar a dois aspectos de extrema relevncia: toda matria de defesa dever ser apresentada em um nico momento (princpio da eventualidade), pois caso no haja impugnao de ponto especifico da inicial (nus da impugnao especfica), presumir-se- que tal fato verdadeiro. Esses princpios encontram supedneo nos arts. 300 e 302 do CPC, a saber: Art. 300. Compete ao ru alegar, na contestao, toda a matria de defesa, expondo as razes de fato e de direito, com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir. Art. 302. Cabe tambm ao ru manifestar-se precisamente sobre os fatos narrados na petio inicial. Presumem-se verdadeiros os fatos no impugnados, salvo: I - se no for admissvel, a seu respeito, a confisso; II - se a petio inicial no estiver acompanhada do instrumento pblico que a lei considerar da substncia do ato; III - se estiverem em contradio com a defesa, considerada em seu conjunto. Pargrafo nico. Esta regra, quanto ao nus da impugnao especificada dos fatos, no se aplica ao advogado dativo, ao curador especial e ao rgo do Ministrio Pblico. 3. CONTEDO DA CONTESTAO: A contestao, que a principal pea de defesa a ser apresentada pelo ru, comporta uma diviso em relao ao seu contedo. possvel que o ru, antes de discutir o mrito da causa, impugne os aspectos formais da causa apontando vcios de ordem processual. a chamada defesa processual ou preliminar, na qual o Ru deve suscitar as matrias constantes do art. 301 do CPC. Algumas visam tosomente a retardar o andamento do processo e outras impedem que o juiz conhea do pedido do autor: retardam o processo: inexistncia ou nulidade de citao, incompetncia absoluta, conexo, incapacidade de parte e defeito de representao; extinguem o processo: inpcia da inicial, perempo, litispendncia, coisa julgada, arbitragem e carncia da ao (ilegitimidade de parte, interesse processual e possibilidade jurdica do pedido). Alm de levantar preliminares e independentemente da existncia delas, o ru deve apresentar sua defesa propriamente dita, na qual deve insurgir-se especificamente em relao ao pedido formulado pelo autor, impugnando a relao de direito material sob pena de no o fazendo serem presumidos como verdadeiros os fatos alegados pela parte contrria. Trata-se da chamada defesa de mrito prevista nos arts. 300 e 302 do CPC . Na defesa de mrito, as impugnaes podem ser: p

preliminar (ou prejudicial) de mrito: so a prescrio e a decadncia que, se forem reconhecidas pelo juiz, extinguem o processo e, neste caso, com julga mento do mrito (art. 269, IV), dispensando o juiz de conhecimento das demais matrias alegadas pelo autor e ru; defesa direta: pela qual o ru nega os fatos alegados pelo autor, devendo impugnar e provar cada um dos fatos que o autor tenha narrado na inicial, sob pena de no o fazendo serem presumidos verdadeiros (CPC, art. 302). S excepcionalmente se admite a contestao genrica (ver nico do art. 302); defesa indireta: o ru no nega os fatos, mas contrape a eles alguma causa modificativa, impeditiva ou extintiva do direito do autor. Por exemplo: na cobrana de dvida, o ru no nega que tenha contrado o dbito, porm alega que houve o pagamento (total ou parcial), ou a novao (confisso de dvida, por exemplo), ou ainda a transao.

4. EXERCCIOS DISTINGUINDO AS MATRIAS ALEGADAS NO MRITO E EM PRELIMINAR: Para facilitar a compreenso dos conceitos acima expostos, Fernanda Tartuce (in Manual de Prtica Civil) prope alguns exerccios para que sejam indicadas, a partir da lei, quais das matrias de defesa a seguir relacionadas so de natureza processual (preliminar) ou material (de mrito). Questo 1 - Ao de alimentos da filha, representada pela me, em face do pai: a) ausncia de procurao; b) citao invlida; c) desemprego do pai; d) ajuizamento anterior de outra ao de alimentos, ainda no julgada; e) pagamento da escola da filha, pelo pai. Questo 2 - Investigao de paternidade de filho, em face do pai: a) filho com 17 anos, mas no assistido pela me; b) por ser o pai candidato a vereador, demanda ajuizada perante a Justia Eleitoral; c) filho parecido fisicamente com o vizinho; d) idntica ao anteriormente ajuizada, j julgada improcedente com trnsito em julgado; e) me nunca havia contatado o pai, at o momento em que foi proposta a ao. Questo 3 - Indenizatria decorrente de acidente de trnsito, proposta por Tcio em face de Caio: a) ocorrncia de prescrio; b) na petio inicial, da narrao dos fatos no decorre logicamente a concluso alegada por Tcio; c) os oramentos de conserto do automvel so de concessionrias notrias por apresentarem os preos mais elevados da cidade; d) Caio no estava dirigindo nem dono do carro; e) no recolhimento das custas iniciais. Respostas: Questo 1 - Ao de alimentos da filha, representada pela me, em face do pai: a) ausncia de procurao; preliminar - defeito de representao (art. 301, VIII) b) citao invlida; preliminar - nulidade de citao (art. 301, I) p

c) desemprego do pai; mrito d) ajuizamento anterior de outra ao de alimentos, ainda no julgada; preliminar litispendncia (art. 301, V) e) pagamento da escola da filha, pelo pai. mrito Questo 2 - Investigao de paternidade de filho, em face do pai: a) filho com 17 anos, mas no assistido pela me; preliminar - incapacidade de parte (art. 301, VIII) b) por ser o pai candidato a vereador, demanda ajuizada perante a Justia Eleitoral; preliminar - incompetncia absoluta (art. 301, 11) c) filho parecido fisicamente com o vizinho; mrito d) idntica ao anteriormente ajuizada, j julgada improcedente com trnsito em julgado; preliminar - coisa julgada (art. 301, VI) e) me nunca havia contatado o pai, at o momento em que foi proposta a ao. Mrito Questo 3 - Indenizatria decorrente de acidente de trnsito, proposta por Tcio em face de Caio: a) ocorrncia de prescrio; mrito (art. 269, IV - ateno: no se trata de matria processual, luz do CPC, j que o tema no est previsto nos arts. 267 ou 301) b) na petio inicial, da narrao dos fatos no decorre logicamente a concluso alegada por Tcio; preliminar - inpcia da inicial (art. 301, III, e art. 295, pargrafo nico, II) c) os oramentos de conserto do automvel so de concessionrias notrias por apresentarem os preos mais elevados da cidade; mrito d) Caio no estava dirigindo nem dono do carro; preliminar - ilegitimidade (art. 301, X) e) no recolhimento das custas iniciais. preliminar - falta de prestao que a lei exige como preliminar (art. 301, XI) 5.ESTRUTURA DA CONTESTAAO: Tecnicamente falando, uma petio de contestao, alm da apresentao dos argumentos de defesa (os quais so divididos em preliminar e mrito, como j vimos), deve ainda observar alguns aspectos formais que podem ser obtidos a partir do art. 282 do CPC (traando-se um paralelo com a petio inicial) e com a praxe forense. So eles: endereamento: autoridade a quem se deve dirigir a petio, neste caso ao juzo ao qual foi distribuda a petio inicial; Nmero do processo: para que se identifique a que processo se refere a petio; prembulo: constando os nomes das partes, entretanto, os papis agora se invertem: o ru quem ser mencionado primeiro. Neste caso e, independente de ter sido qualificado na inicial, recomenda-se seja feita a regular qualificao do ru. Quanto ao autor, basta mencionar ''j qualificado nos autos epigrafados", porque de se presumir que o autor tenha sido corretamente qualificado quando da propositura da ao; resumo da inicial (ou dos fatos alegados) : neste tpico se faz um breve resumo do que foi alegado pelo autor, sem adentrar no mrito de sua postulao; Preliminares: se houver alguma defesa de matria processual, esse o momento de aleg-la; no mrito: agora sim, o ru dever enfrentar todas as questes suscitadas pelo autor, combatendo-as e dando sua verso para o que realmente aconteceu. Neste tpico se colaciona legislao, doutrina e jurisprudncia que possa ser til para comprovao do direito alegado pelo ru. Algumas vezes se faz necessrio desmembrar este item para p

tratar separadamente, por exemplo, o dano material, o dano moral, o dano esttico etc., ou os fatos e o direito; concluso (se necessrio): um tpico apenas para fazer um fechamento de tudo quanto possa ter sido exposto na petio; requerimentos e pedidos: na contestao o nico pedido cabvel (via de regra) o de IMPROCEDNCIA DA AO, e a consequente condenao da parte contrria nas custas judiciais e honorrios advocatcios. Entretanto, possvel tambm requerer a extino do processo sem julgamento do mrito e/ou a remessa dos autos a outro juzo; provas: necessrio requerer as provas que o ru entenda pertinentes e, mesmo no as desejando, dever protestar genericamente "por todo o tipo de prova em direito admitidas"; encerramento: igual ao encerramento da petio inicial, com local, data e assinatura do advogado.

6. MODELO DE CONTESTAO COMENTADO: Caso Prtico: Tcio, representante comercial autnomo, esteve por nove vezes em determinado hotel, entre dezembro de 2003 e fevereiro de 2004 (trs vezes em cada ms), a trabalho. Em cada pernoite, Tcio assinava um documento comprovando que havia utilizado os servios do hotel, onde constavam to somente a data e o valor da diria (cento e cinqenta reais). No adimplida tal obrigao, ajuizou o hotel, em maro de 2005, ao condenatria colocando no plo passivo Tcio e a empresa para quem este presta servios. Pleiteou o hotel o valor do dbito, acrescido de multa de 10% (dez por cento). A inicial no trouxe procurao. Considerando estas informaes, elabore a contestao de Tcio e da empresa, em uma nica pea. Modelo de Petio EXCELENTSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA X VARA CVEL DA COMARCA DE JOO PESSOA/PB A contestao sempre ser dirigida ao juiz que determinou a citao do ru, ainda que se pretenda alegar sua incompetncia. Processo n Autor: HOTEL Ru: TCIO e EMPRESA fundamental que se indique o nmero dos autos em que tramita o processo, para que a petio seja devidamente anexada. No imprescindvel indicar o nome das partes, mas trata-se de providncia recomendvel, exatamente para facilitar que a petio chegue aos autos do processo TCIO (sobrenome), representante comercial autnomo, (estado civil), portador da cdula de identidade RG n (nmero) e inscrito no CPF sob o n (nmero), residente e domiciliado na (Rua, nmero, bairro, CEP), na comarca de (Comarca) e EMPRESA (nome), pessoa jurdica de direito privado, com sede na (Rua, nmero, bairro, CEP), inscrita no CNPJ sob o n (nmero), p

vem presena de V. Exa., por intermdio de seu advogado (procurao anexa), cujo escritrio se localiza na (endereo - CPC, art. 39, I), tempestivamente, nos autos do processo acima indicado, apresentar sua defesa sob a forma de Se a qualificao do ru j estiver correta na inicial, basta indicar "j qualificado", no havendo necessidade de se reproduzir a qualificao novamente CONTESTAO o fazendo com base nos fatos e fundamentos a seguir expostos: 1. SMULA DA ESPCIE (DA SNTESE DA INICIAL) No se trata de requisito obrigatrio em uma contestao, mas, por uma praxe forense, se faz comumente para facilitar a compreenso da causa por parte do juiz/examinador. Na OAB, sempre se deve apresentar este tpico. A parte autora interps a presente ao alegando, em resumo, que: a) O Primeiro demandado, a servio da segunda demandada hospedou-se no HOTEL por nove oportunidades, entre dezembro de 2003 e fevereiro de 2004; b) Por ocasio das estadias, o primeiro demandado assinava documentos comprovando a utilizao dos servios do HOTEL para posterior cobrana das despesa do segundo demandado; c) Frustradas as tentativas amigveis de receber o dbito referente s dirias (que hoje se encontra em R$ 1.350,00), no lhe restou outra alternativa seno ajuizar a presente ao, cobrando o valor acima acrescido de multa de 10%. o breve resumo. A pretenso do Autor no pode prosperar pelos motivos fticos e jurdicos a seguir apresentados: Importante destacar que, nesse momento, ainda no se deve tomar partido, mas simplesmente relatar os fatos trazidos na inicial. Por sua vez, se a verso do ru para os fatos for muito distinta, pode ser aberto um tpico para narrar os fatos sob a perspectiva do ru . 2. PRELIMINARMENTE Tratando-se de contestao e existindo alguma defesa processual, deve ser aberto tpico prprio para apontar as preliminares (CPC, art. 301). a) Da Ilegitimidade Passiva ad causam da Segunda Demandante patente a ilegitimidade passiva ad causam da EMPRESA para figurar no plo passivo da presente demanda. p

A melhor definio para legitimidade a coincidncia entre as partes que figuram na relao processual e aquelas que figuram na relao material. E, no caso, cristalina a ausncia de correspondncia entre as partes deste processo e as partes contratantes. Ora, MM juiz, da prpria inicial j se percebe que quem se valeu dos servios hoteleiros foi Tcio, e no a EMPRESA. Portanto, h relao jurdica material (prestao de servios hoteleiros) somente entre o corru Tcio e o Autor. Alm disso, de se apontar que, como consta da exordial, Tcio representante comercial autnomo, no havendo qualquer liame entre este e a EMPRESA. Aps fundamentar a preliminar, se faz, desde logo, o pedido dela. Destarte, indubitvel que a empresa (parte na relao processual) no parte da relao jurdica material existente, razo pela qual deve ser reconhecida sua ilegitimidade passiva, com a consequente extino do processo sem resoluo de mrito, em virtude da carncia de ao (CPC, arts. 267, VI, e 301, X). b) Do Defeito de Representaco MM. Juiz, conforme se pode perceber dos presentes autos, a inicial no veio instruda com a procurao outorgando poderes ao patrono do HOTEL. Nos termos dos arts. 37 e 254 do CPC, fundamental que o advogado, ao postular em juzo, apresente instrumento de mandato que lhe confere poderes para tanto. Destarte, flagrante o defeito de representao previsto no art. 267, VIII, do CPC, devendo o Autor corrigir tal vcio no prazo legal, sob pena de extino do processo sem julgamento do mrito. Nesses casos, como o defeito sanvel, o correto que se pea a correo do problema e, se ela no ocorrer, a extino do processo. 3. NO MRITO Terminado o tpico da preliminar, parte-se para o mrito. Momento em que sero abordados os aspectos de direito material referentes causa. Superadas as preliminares supra, o que se admite apenas para argumentar, no mrito melhor sorte no socorre o Autor. a) Da Prescrio muito comum ver a prescrio alegada como matria de preliminar. Trata- se de um erro. Nos termos do art. 269, IV, a prescrio acarreta a prolao de sentena COM resoluo de mrito, razo pela qual no se alega em preliminar. Destarte, podese alegar no mrito (como aqui se fez) ou ento, entre a defesa preliminar e o mrito, em um tpico que pode ser denominado prejudicial de mrito Douto julgador, o crdito referente s estadias j se encontra irremediavelmente prescrito. p

Discute-se nestes autos a cobrana da hospedagem por parte dos hospedeiros, matria especificamente tratada no Cdigo Civil, em seu art. 206, 1, I. Aduz o Autor em sua inicial que o primeiro demandante teria se valido dos servios de hospedagem nos meses de dezembro de 2003 e janeiro e fevereiro de 2004. Nos termos do dispositivo j mencionado, o prazo prescricional para hipteses como a presente de 1 (um) ano, sendo certo que a prescrio do ltimo ms se efetivaria em fevereiro de 2005, data anterior distribuio da petio inicial que deu origem ao presente processo. Destarte, nos termos do art. 269, IV, do CPC, deve haver a resoluo do mrito, em virtude da prescrio apontada b) Do Descabimento Da Multa Acaso afastada a prescrio, o que se admite ad argumentandum tantum, impe se o afastamento da multa de 10% pleiteada pelo Autor. Alega-se esta defesa por fora do princpio da eventualidade, j que, se acolhida a prescrio, este tpico sequer ser analisado. Entretanto, se a prescrio for afastada, no haver oportunidade para aditar a defesa. Ora, Emrito juiz, certo que houve, entre o autor e o primeiro demandado , um contrato verbal de prestao de servios hoteleiros. Contudo, no houve a formalizao de qualquer instrumento contratual, em que poderia constar a previso de multa - e tampouco houve qualquer informao a Tcio acerca da existncia de tal multa. Portanto, diante da inexistncia de qualquer acerto prvio entre as partes, impossvel falar na existncia de multa, sob pena de verdadeira insegurana jurdica e violao ao princpio da legalidade (CF, art. 5, II). Assim, conclui-se que a multa pleiteada deve ser afastada. 4. DO PEDIDO (DA CONCLUSAO) Neste momento, deve o advogado sintetizar o que exps na pea, apontando a consequncia especfica para cada uma das alegaes apontadas na contestao. Ante o exposto, requerem os rus a V. Exa.: a) Seja acolhida a Preliminar de Ilegitimidade Passiva da EMPRESA, com a consequente extino do processo sem julgamento do mrito em relao a ela; b) Preliminarmente, seja intimado o Autor para sanar o defeito de representao no prazo legal sob pena de extino do processo sem julgamento do mrito; c) Acaso superadas as preliminares, no mrito, que seja reconhecida a prescrio em relao aos valores cobrados na presente ao ou, na remota hiptese de procedncia do pedido inicial, que seja afastada a multa pleiteada. d) A condenao do Autor nos nus sucumbenciais e honorrios advocatcios no importe de 20% do valor da causa. Apesar de previsto em lei, conveniente lembrar de pleitear a condenao do autor no pagamento da sucumbncia.

Protesta pela produo de todos os meios de prova em direito admitidos, notadamente a via testemunhal e depoimento pessoal do Autor, documental e pericial. Termos em que pede e espera deferimento. local, data. ADVOGADO OAB/PB

EXCEES
1. CONCEITO: Por exceo deve-se entender uma pea especfica, autnoma, separada da contestao, que ser autuada em autos apartados (CPC, art. 299), cujo nico objetivo ser discutir determinado tema, estipulado em lei. Humberto Theodoro Jnior conceitua a exceo como o incidente processual destinado a arguio da incompetncia relativa do juzo, e de suspeio ou impedimento de juiz. Esse conceito traduz a previso legislativa de que devem ser alegados pela via da exceo a incompetncia relativa, o impedimento e a suspeio, retirando do rol da contestaao essas matrias. 2. PRAZOS: O prazo para apresentar a exceo, se suscitada pelo ru que j possua conhecimento de sua ocorrncia, o mesmo da contestao, ou seja, 15 dias (no procedimento ordinrio); se o ru no sabia de sua ocorrncia o lapso temporal se inicia na data do conhecimento do fato. O autor tambm pode se valer da exceo de impedimento ou suspeio. A teor do constante no art. 306, uma vez interposta a exceo, o prazo para apresentao da contestao suspenso, voltando a correr de onde parou, aps o julgamento da exceo (Isso importante porque naquela pea, o ru no se contrape aos argumentos do autor). 3. EXCEO DE IMPEDIMENTO E SUSPEIO: No restam dvidas de que para que o processo atinja o seu objetivo de soluo de conflitos e pacificao social, a imparcialidade do rgo julgador imperiosa. Entretanto, eventualmente, o juiz pode ter algum relacionamento pessoal com as partes do processo ou com seus advogados, colocando dvidas quanto sua iseno para o julgamento da causa. Exatamente para resolver tal situao, e evitar qualquer mcula no processo, que surgem as figuras do impedimento e da suspeio. O art. 138 explica que possvel apontar o impedimento ou a suspeio no s do juiz, mas tambm do MP, de serventurio da justia, do perito e do intrprete. O art. 134 explica que: defeso ao juiz exercer as suas funes no processo contencioso ou voluntrio: I - de que for parte; p

II - em que interveio como mandatrio da parte, oficiou como perito, funcionou como rgo do Ministrio Pblico, ou prestou depoimento como testemunha; III - que conheceu em primeiro grau de jurisdio, tendo-lhe proferido sentena ou deciso; IV - quando nele estiver postulando, como advogado da parte, o seu cnjuge ou qualquer parente seu, consanguneo ou afim, em linha reta; ou na linha colateral at o segundo grau; V - quando cnjuge, parente, consanguneo ou afim, de alguma das partes, em linha reta ou, na colateral, at o terceiro grau; VI - quando for rgo de direo ou de administrao de pessoa jurdica, parte na causa. Como se v pela dico do art. 134, o impedimento se caracteriza por situaes objetivas, em que absolutamente incompatvel o julgamento da causa por parte do magistrado em razo do seu envolvimento concreto com um dos participantes do processo ou com a causa em debate. J a suspeio, prevista no art. 135, ocorre em casos mais subjetivos, que induzem no ser conveniente que o juiz julgue determinada causa. Nesse sentido, dispe: Art. 135 - Reputa-se fundada a suspeio de parcialidade do juiz, quando: I - amigo ntimo ou inimigo capital de qualquer das partes; II - alguma das partes for credora ou devedora do juiz, de seu cnjuge ou de parentes deste, em linha reta ou na colateral at o terceiro grau; III - herdeiro presuntivo, donatrio ou empregador de alguma das partes; IV - receber ddivas antes ou depois de iniciado o processo; aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa, ou subministrar meios para atender s despesas do litgio; V - interessado no julgamento da causa em favor de uma das partes. Pargrafo nico. Poder ainda o juiz declarar-se suspeito por motivo ntimo. 4. EXCEO DE INCOMPETNCIA RELATIVA: A incompetncia alegada por meio de exceo a relativa (CPC, arts. 112 e 307), visto que a incompetncia absoluta deve ser alegada em preliminar de contestao (CPC, art. 301, II). Para que fique claro qual dos instrumentos dever ser utilizado, faz-se necessria uma breve anlise sobre tais modalidades de incompetncia. O art. 111 do CPC, ao explicar que A competncia em razo da matria e da hierarquia inderrogvel por conveno das partes; mas estas podem modificar a competncia em razo do valor e do territrio, elegendo foro onde sero propostas as aes oriundas de direitos e obrigaes, deixa claro que estamos diante de dois tipos de competncia (absoluta e relativa), cada qual apresentando duas espcies de competncia. A incompetncia absoluta, fundada no interesse pblico e inderrogvel (ou seja, inafastvel), compreende a competncia em razo da matria e em razo da funo (ou hierarquia); a incompetncia relativa, fundada no interesse das partes e derrogvel (ou seja, pode ser afastada ou suprida conforme a convenincia das partes), compreende a competncia em razo do territrio e do valor da causa.

A incompetncia relativa prorrogvel, o que significa dizer que, se a parte interessada permanecer inerte (no apresentando a exceo de incompetncia relativa), o juiz, antes relativamente incompetente, passar a ser competente para julgar a causa (CPC, art. 114). H uma exceo, presente no pargrafo nico do art. 112: poder o juiz conhecer de ofcio da incompetncia relativa se o foro de eleio estiver previsto em clusula de contrato de adeso. Acerca do tema, possvel apresentar o seguinte quadro: Tipo de competncia Absoluta Possibilidade de conhecimento de ofcio pelo Juiz Sim (art. 113) Formas de arguio pelo ru Preliminar de contestao (art. 301, II) Consequncias da no arguio Inexiste. Pode ser alegada a qualquer tempo e grau de jurisdio (art. 113), inclusive aps o trnsito em julgado, via ao rescisria (art. 485, II) A competncia prorrogada (art. 114)

Relativa

Em regra no (arts. 113 e 114); excepcionalmente sim (art. 112)

Exceo de Incompetncia relativa (arts. 112, 304 e 307)

5. EXERCCIOS: 1. Ao de alimentos proposta na Justia Eleitoral, por ser o devedor candidato a cargo eletivo nas prximas eleies. Resposta: Incompetncia absoluta, em razo da matria, apontada em preliminar de contestao (causa deve ser julgada pela Justia Estadual, j que no importa qual a profisso do devedor de alimentos, para fins de fixao de competncia). 2. Mandado de segurana contra ato do Superintendente da Receita Federal em trmite perante a Justia Estadual. Resposta: Incompetncia absoluta, em razo da matria, apontada em preliminar de contestao (causa deve ser julgada perante a Justia Federal, j que se trata de autoridade federal - CF, art. 109, I e VIII). 3. Ao anulatria de ttulo ajuizada contra o Banco do Brasil perante a Justia Federal. Resposta: Incompetncia absoluta, em razo da matria, apontada em preliminar de contestao (sociedade de economia mista federal - caso do Banco do Brasil - julgada perante a Justia Estadual; empresa pblica federal que julgada perante a Justia Federal - CF, art. 109, I, e Smula 42, STJ - Compete Justia Comum Estadual processar e julgar as causas p

cveis em que parte sociedade de economia mista e os crimes praticados em seu detrimento). 4. Ao de cobrana ajuizada em Goinia, por autor domiciliado nessa cidade e ru com domiclio em Belo Horizonte. Resposta: Incompetncia relativa, em razo do territrio, apontada via exceo de incompetncia (ao deveria ter sido proposta no domiclio do ru, Belo Horizonte, nos termos do art. 94 do CPC). 5. Despejo por falta de pagamento ajuizado em Maring de imvel situado em tal comarca. Foro de eleio contratual a comarca de Londrina. Resposta: Incompetncia relativa, em razo do territrio, apontada via exceo de incompetncia (como se tratava de competncia territorial, possvel a escolha de foro pelas partes, razo pela qual a ao deveria ter sido proposta em Londrina, foro de eleio constante do contrato - CPC, art. 111, e Lei 8.245/1991, art. 58, II). 6. MODELO DE EXCEO COMENTADO: Caso Prtico: Inadimplemento contratual em que no h ttulo executivo. Ao de cobrana proposta pelo procedimento comum ordinrio ajuizada em Vitria (1 a Vara Cvel, Processo n. 1.234/2008), domiclio do credor. Devedor residente no Rio de Janeiro. Modelo de Petio EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA 1 VARA CVEL DA COMARCA DE VITRIA - ESPRITO SANTO. Ainda que se entenda que este juzo Incompetente, a exceo deve ser endereada a ele. A ser distribudo por dependencia do processo n 1234/2008 Deve-se indicar o nmero do processo ao qual a exceo diz respeito para que ela possa ser apensada a ele. Opcionalmente, pode-se indicar o nome das partes BENTINHO MACHADO, j qualificado nos autos do processo em epigrafe, por seu advogado in fine assinado, vem perante Vossa Excelencia, com fulcro no art. 112 c/c os arts. 304, 307 e seguintes do CPC, tempestivamente, no prazo da resposta, propor a presente Se o Excipiente nao estiver devidamente qualificado, deve-se faze-lo nesse momento. EXCEO DE INCOMPETNCIA RELATIVA

Pode-se nomear a pea, tambm, como: "exceo de incompetncia"; "exceo de incompetncia territorial"; "exceo de incompetncia ratione loci", etc. desse MM. Juzo, na demanda proposta por CAPITU DE ASSIS, igualmente j qualificada nos autos do processo em epgrafe, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos: Pretende a autora, ora Excepta, o recebimento de valores supostamente devidos pelo ru, ora Excipiente. Se o advogado preferir, pode fazer tpicos (V.G.: 1. Sntese da causa; 2. Do foro competente; 3. Concluso). Entretanto, necessrio que se explique a causa, pois somente com base nessa informao ser possvel saber qual a regra aplicvel. No entanto, a demanda foi proposta em foro territorialmente incompetente (ratione loci), visto que se trata, claramente, de ao que fundada em direito pessoal, sendo competente para conhecer e decidir da lide, a teor do art 94 do CPC, o juizo do foro do domicilio do devedor. Destarte, diante da flagrante incompetncia deste Douto Juzo para julgar a presente ao, requer-se seja a presente recebida e mandada autuar em apartado (CPC, art. 299), sendo ordenada a suspenso da causa principal (CPC, art. 265, III, c/c o art. 306), ouvindo-se a excepta em 10 (dez) dias e, se for o caso, designando-se audincia de instruo (CPC, arts. 308 e 309) e, ao fnal deve a competencia ser declinada em favor do foro do domicilio do devedor que, in casu, o da Comarca do Rio de Janeiro. Na conclusao da pea, o excipiente dever, obrigatoriamente, indicar para qual foro pretende a remessa dos autos. Termos em que pede e espera deferimento. Local, data. Advogado OAB.

RECONVENO
1. GENERALIDADES: Na maioria dos processos judiciais, em regra, o pedido formulado pelo autor, em sua inicial, limitando-se o ru, na contestao, em se defender. Imaginando que em alguns casos, simplesmente se defender, no suficiente para o ru, o legislador o dotou com um instrumento no qual possvel, tambm ao ru, formular um pedido em face do autor. Esse instrumento a reconveno. A revonveno , assim, no uma mera pea de defesa, mas um verdareiro contrataque colocado disposio do ru. Imaginemos uma situao de litgio envolvendo um contrato. Ingressa o autor em juzo afirmando que houve descumprimento de determinada clusula pelo ru, pedindo, como p

consequncia, a imposio de certa pena prevista no contrato. Pelo outro lado, decorrente desse mesmo contrato, pode o ru entender que na verdade houve descumprimento pelo autor - e nada impede que se busque em juzo determinada indenizao. Como j mencionado, em regra, no possvel que se formule tal pedido na contestao. Assim, para obter tal condenao, seria necessrio o ajuizamento de uma nova demanda pelo ru. Destaque-se que o manejo da Reconveno no elide o uso da contestao que tambm deve ser apresentada (em petio separada e no mesmo prazo). Assim, ao e reconveno sero processadas nos mesmos autos (e no em apartado) e sero julgadas ao mesmo tempo, na mesma sentena (CPC, art. 318). Vale destacar que a reconveno, apesar de ser inicialmente dependente da ao originria (s h reconveno se existir, inicialmente, uma ao), uma vez ajuizada, passa a ser ao autonoma, desvinculada do resultado da ao originria, de forma que mesmo que haja desistncia da ao originria por parte do autor, ou que haja a extino sem mrito por qualquer razo, a reconveno prosseguir e ser julgada normalmente (CPC, art. 317). 2. REQUISITOS DA PETIO INICIAL DA RECONVENO: Segundo o disposto no art. 315 do CPC, possvel ao ru reconvir somente se houver conexo entre a reconveno e a ao originria ou entre a reconveno e a contestao tambm ofertada pelo ru. Destarte, como requisito de admissibilidade, devem existir a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto (CPC, art. 103) entre a reconveno e alguma pea do processo (petio inicial ou contestao). Estando presentes os requisitos legais, a reconveno seguir basicamente todas as regras j mencionadas acerca da petio inicial. Na verdade, a reconveno , na prtica, uma petio inicial, razo pela qual dever seguir todos os requisitos de tal pea, com algumas peculiaridades: a) No tocante nomenclatura das partes, o autor da reconveno (ru da ao) denominado reconvinte, ao passo que o ru da reconveno (autor da ao) chamado de reconvindo; b) A teor do art. 316, no se requer a citao do ru da reconveno, mas sim em intimao do reconvindo, na pessoa de seu advogado j constitudo nos autos, para contestar a reconveno sob pena de revelia. 3. HIPTESES EM QUE NO CABE RECONVENO: H casos em que, por expressa previso legal, no se mostra possvel a utilizao da reconveno. Nessas situaes, costuma-se falar em pedido contraposto. Assim, nesses casos, se tiver de formular algum pedido em face do autor, dever o ru simplesmente faz-lo em sua contestao. No cabe reconveno no procedimento sumrio, por expressa previso legal (CPC, art. 278, 1), Em tal procedimento, lcito ao ru formular, na prpria contestao, "pedido em seu favor (o pedido contraposto). Tampouco cabe reconveno no procedimento especial dos Juizados Especiais Cveis (Lei 9.099/95, art. 31), sendo possvel ao ru formular pedido em seu favor (pedido contraposto). H ainda outra situao em que no cabe reconveno. No se fala em tal modalidade de defesa nas "aes dplices". Em tais situaes, expressamente previstas em lei (procedimentos especiais), em carter excepcional afirma o legislador que lcito ao ru formular determinados pedidos na prpria contestao. O melhor exemplo o caso das aes p

possessrias, em que a lei permite ao ru formular, na prpria contestao, pedido referente proteo possessria e indenizao pelas benfeitorias (CPC, art. 922). 4. MODELO DE RECONVENO COMENTADO: Caso Prtico: Joo foi citado em Ao de Alimentos movida por Maria nos autos do Processo n 12345/2012, que tramita na 7 Vara de Famlia da Comarca de Joo Pessoa. Na ao, Maria, que possui salrio mensal superior a R$ 10.000,00, requer que Joo, que recebe salrio bem inferior, mora na casa dos pais e tem a guarda do filho advindo do casamento com Maria lhe pague penso. Joo acredita que, na verdade ela quem lhe deve pagar penso, estipulando o valor de R$ 1.000,00. Modelo de Petio EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA 7 VARA DE FAMLIA DA COMARCA DA CAPITAL DO ESTADO DA PARABA. Proc. n 12345/2012 Apesar de ser equivalente a uma petio inicial, como ser juntada aos autos, se faz necessrio enderear para o juizo onde corre o processo originrio e indicar-lhe o nmero. JOO, j qualificado nos autos do processo em epgrafe, por seu advogado in fine assinado, vem perante Vossa Excelencia, tempestivamente, no prazo da resposta, propor a presente RECONVENO Em face de MARIA, igualmente qualificada nos autos do processo em epgrafe, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos: Se o Reconvinte e o Reconvindo no estiverem devidamente qualificados, deve-se faz-lo nesse momento. A Reconvinda props em face do Reconvinte a Ao de Alimentos em epgrafe, alegando ter sido casada com este e requerendo, por tal fato que ele seja condenado a lhe fornecer alimentos. Apesar de no ser requisito essencial, sempre interessante, antes de se discutir qualquer assunto, narrar os fatos que resultaram na posio do seu cliente. Ocorre que, diferentemente do que alega a Reconvinda na ao de alimentos proposta, o Reconvinte no possui recursos para arcar com as suas despesas prprias, as de seu filho, sob a guarda dele e da reconvinda.

O reconvinte vive atualmente na casa dos seus genitores, com o filho do casal, sobrevivendo com parcos recursos, advindos de seu emprego, com os quais tem que arcar com todas as despesas de moradia, alimentao e educao de seu filho. A reconvinda, por sua vez, depois da separao do casal passou a viver em uma residncia de propriedade do casal (que lhe foi destinada no divrcio), sem quaisquer despesas de aluguel. Insta salientar que a reconvinda ocupa cargo de alto escalo de uma empresa multinacional, percebendo atualmente salrio superior a R$ 10.000,00 (dez mil reais), que lhe permite arcar com todas as despesas necessrias ao seu sustento. Como se trata de questo que envolve alimentos, deve-se abordar sempre o binmio necessidade X possibilidade. Resta claro ento que o Reconvinte no possui meios de arcar com o seu sustento e de seu filho, sob sua guarda, devendo, por conseguinte, recair sobre a reconvinda a obrigao de prestar alimentos. Ante o exposto, requer: A estrutura do pedido bem parecida com a da petio inicial, guardando, entretanto, algumas peculiaridades prprias da pea. a) Os benefcios da gratuidade judiciria, visto que o reconvinte no possui os meio necessrios para arcar com as despesas necessrias para a presente demanda, sem que isto represente prejuzo do seu sustento prprio e de seus familiares; b) A intimao da Reconvinda, na pessoa de seu advogado (art. 316), para querendo, contestar presente Reconveno no prazo de 15 dias, sob pena de revelia e confisso; c) A intimao do Ministrio Pblico, nos termos do art. 82 do CPC para atuar nos presentes autos como fiscal da lei; d) A fixao de alimentos provisrios em R$ 1.000,00 (hum mil reais), que devero ser descontados em folha e depositados em conta corrente do requerente, Banco..., agncia..., c/c n...; e) Ao final, seja julgada totalmente procedente a presente Reconveno, tornando-se definitivos os alimentos provisoriamente fixados, condenando-se a Reconvinda a arcar com as custas judiciais e honorrios advocatcios. Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos. D-se causa o valor de R$ 12.000,00 (doze mil reais) O valor da causa, nas aes de alimentos equivale a 12 meses do valor mensal requerido. Termos em que pede e espera deferimento. Data e local. ADVOGADO OAB