ANO XXXIII - No. 366 - NOVEMBRO DE 1992
ANO XXXIII - No. 366 - NOVEMBRO DE 1992
ANO XXXIII - No. 366 - NOVEMBRO DE 1992
PERGUNTE
E
RESPONDEREMOS
ON-LIME
M Peregrinos do Absoluto
UJ
O "Muito Além do Amor" (D. Lapierre)
I-
|2 O Homossexualismo Perante a Lei Civil
D
O "O Sexo na Fogueira"
Diretor-Responsável SUMARIO
EstévSo Bettencourt OSB
Autor e Redator de toda a materia Peregrinos do Absoluto 481
publicada neste periódico
Empolgante historia:
Impreciso e sarcástico:
ImpressSo e EncadernafSo "O gosto do pecado"
por Angela Mendes de Almeida . 510
NO PRÓXIMO NÚMERO:
ASSINATURA ANUAL (12 números) de P.R.: Cr$ 40.000,00 - n° avulto ou atrasadoCrS 4.000,00
2) Por conseguinte, o cristao olha para o dia final de sua viagem na tér
ra com esperanca e confianca. Cré humildemente que, por misericordia de
Deus, entrará na sua manslo definitiva, onde grande número de irmSos o
aguardam; correram o pareo com galhardia antes de nos, e lograram a coroa
da vida... Urna boa parte da nossa familia já se foi e espera por nos.
481
"PERGUNTE E RESPONDEREMOS"
ANO XXXIII - N9 366 - Novembro de 1992
Empolgante historia:
iftfü
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"MUITO ALÉM DO AMOR'
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i "PERGUNTE E RESPONDEREMOS' 366/1992
NSo é propósito deste artigo repassar quadro por quadro de tá"o inte-
ressante obra, nem isto seria possível em poucas páginas. Importa-nos, antes,
p6r em relevo alguns traeos salientes que caracterizan! a trama do livro e fa-
zem o seu grande valor.'
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"MUITO ALÉM DO AMOR'
Frank quase morreu por duas vezes. Da última vez, os que cuidavam
dele, abandonaran! a luta — todos, salvo Deus e eu. Contínuei ao lado dele
día e noite. Alimentava-o colherada por colherada. Enchi-o de vitaminas, de
fortificantes, de sorvetes, de tudo de que ele gostava. Sobretudo, naoparei
de encorajá-lo a lutar, a esperar, a querer viver. Nos quartos vizinhos, a cada
día. as enfermaras fechavam os olhos de um mono. Mas Frank está aínda af.
Ninguém, na enfermaría, está como ele ferozmente decidido a ganhar a luta
contra a doenca. Ele me fez prometer que, se Ihe acontecesse o pior, eúpas-
saria a ser a máe dos outros doentes. Muiros deles sao abandonados por suas
familias. Muitos país aceitam que seu filho tenha AIDS. mas nao que ele
se/a gay" (p. 298).
"A droga fazia parte dos hábitos de vida de muitos homossexuais hipe-
rativos. De todos os toxicómanos que Gloría se esforcou por domesticar na-
quele outono, nenhum Ihe deu mais sarna para se copar do que fíondy, o an-
tigo interno de Sing Sing. Seus urros e sua vulgaridade faziam com que o
terror dominasse cada vez mais os corredores do Saint-Clare.
Ele nao pesava agora mais do que uns quarenta quilos, mas conservava
aínda urna forca hercúlea. Tentava-me arranhar e me morder cada vez que eu
o tomava nos meus bracos como urna crianca, para levá-lo debaixo do chu-
veiro. Em seis semanas, conseguí fazer dele um cordeiro. Fiz com que ele
descobrísse urna coisa que ele ¡amáis sentirá na vida:alguém o amava. Insta-
lava-o numa cadeíra de rodas e o levava de quarto em quarto. Muito depres-
sa, ele fez urna multidSo de amigos entre os outros doentes e o pessoal. Ele
me chamava Baby. Tinha-se transformado no mais carinhoso dos pacientes
e feu nSo conseguía aceitara idéia de que ele ia morrer. Ele sabia exatamente
o que o esperava. Já assistira á agonía horrfvel de dois dos seus amigos. Ele
me dizia: Eu nao quero morrer desse jeito.
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"PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 366/1992
Ele me mandou comprar brinquedos para sua filha de dois anos, que
só vira urna vez por tras das grades da prisSo. Quería também rever os país,
que nSo abrapava havia qu'tnze anos, pouco antes do seu primeiro assalto.
Me fez convidar também um dos guardas de Sing Sing, de quem gostava.
Como estávamos pertinho do Natal, sugerí que preparasse um presente para
seus país.
No dia do party, havia urnas vinte pessoas em redor de sua cama. Uns
tinham trazido doces, outros flores e até baldes e guirlandas. Alguém viera
com um gravador. O quarto estava cheio de música de jazz, fíondy tinha ca
da vez mais dificuldade para respirar, cada um dos seus gestos exigía um es-
forco, mas seu rosto brilhava de urna alegría serena. O capelao recitou a ora-
fSo dos agonizantes, e, depois, tracou o sinal da cruz sobre a testa de Rondy
com um algodSo embebido em óleo. Transtornada, sua mae irrompeu em so-
lucos. Ela saiu do quarto. Rondy disse entSo urna palavra de adeus a cada
um, como se ele fosse partir em v'tagem. Sentei sua filha sobre sua cama.
Com sua mSo magra e enrugada, ele Ihe acariciava o rosto. Parecía feliz.
"Nesse outono, nSo havia nem mié, nem familia, nem companheiro
na vida de ñoddy, vinte eseteanos,antigo detento toxicómano da Peniten
ciaria de Sing Sing. Anos de isolamento num pavílhSo de seguranca máxima
tinham transformado esse estivador de Nova Jersey em urna verdadeira fera,
sempre pronto a pular sobre quem quer que entrasse em sua cela. Apesar da
pneumonía que arrasava seus pulmdes, nSo era o fólego que Ihe faltava. Ele
nSo falava, urrava. Quando alguém ocorria. alertado por seus rugidos, era re-
cebido cbm urna saraivada de insultos e ameaeas. Um paciente difícil, que
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'MUITO ALÉM DO AMOR"
"Era um homem maravi/hoso, mas teimoso como urna muía. Ele era
capaz de isofar-se días inteirospor tras de um mutismo total, contará Gloria.
'Se ele sabia ainda segurar um gario entre os dedos, nSo sabia mais que devia
levá-lo á boca em seguida para alimentarse. Fazer com que ele engolisse al-
gumas colheradas era minha obsessio. Cada colherada de comida, cada gole
de líquido absorvidos representavam minhas únicas miseráveis Vitorias sobre
seu mal. Eu ficava horas sentada na beira do seu leito brincando com ele,
contando-lhe historias, distraindo-o para fazer com que ele comesse um pou
co de sorvete ou de iogurte'. No Saint-Clare, cada um fazia o impossível pa
ra animá-los a se alimentar. Máquinas distribuidoras de sopas, de saladas, de
refeicdes leves, de gulodices chegaram a ser instaladas nos corredores, para
que a menor vontade de mastlgar alguma coisa pudesse ser satisfeita a qual-
quer hora do dia e da noite.'
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"PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 366/1992
2. As Missionárias da Caridade
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"MUITO ALÉM DO AMOR" 9
sob o título: "Bañares, India - Outono de 1980: Urna frágil silhueta ñas
margens da imortalidade":
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_10 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 366/1992
Ananda, com seus treze anos de idade, posta em contato com aguas
pútridas e cadáveres de todo tipo, contraiu a lepra, mas guardou o segredo.
Seu pai entá*o prometeu-a em casamento a um "bom" parceiro. Todavía, lo
go que o pai soube da infamante molestia de sua filha, desfez o casamento
e expulsou de casa a menina, diante de toda a familia reunida, dizendo-lhe
com a mSo apontando para a rúa: "Filha, o Deus a amaldicoou. Vocé nao
tem mais lugar aquí. Vá embora!".
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"MUITO ALÉM DO AMOR"
Para a incansdvel irma" Bandona, essa prímeira vitaría foi apenas urna
etapa no grande projeto que ela acalentava: fazer que Ananda compreendes-
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\2 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 366/1992
se que o Cristo a amava aínda mais que a seus outros fílhos. E/a nao perdía
a esperanca de ajudá-la a penetrar no maior dos segredos, esse segredo do
amor de Deus. Também ali, o meto mais seguro de atingir o objetivo era o
exemplo. Mas o valor desse exemplo devería escapar aínda é jovem intocável
por um bom tempo.
— Por que vocéperde tanto tempo fechadd na cápela, sem fazer nada?
- perguntou um dia á irmSBandona — Esse tempo seria mais útilaos lepro
sos]
Irma Bandona sabia que essa nocSo de nupcias divinas era familiar a
todos os indianos. O bhakti, a filosofía religiosa hindufsta, nao casava num
amor apaixonado os adeptos de Vishnu e de Krishna com seus deuses, nSo
os submetia á sua vontade como a amante é submissa a seu amante? Em
conseqüéncia, a necessidade de compartilhar a vida com seu esposo era um
conceito que podía ser entendido fácilmente pela ex-pequena leprosa.
Como irmS Bandona espera va, essa imagem acabou por perturbar a jo
vem indiana. Urna noíte, quando acaba va de ajoelhar-se na cápela para a sua
hora de adoracao, a religiosa ouviu um rocar de pés sobre o mármore do an-
tigo harem. Voltouse e viu Ananda com a cabeca coberta por um véu de
algodSo brancb. Ela fez sinal para que se aproxímase. Apontandó o Cristo
crucificado na parede, ela disse com urna voz clara:
492
"MUITO ALÉM DO AMOR' 13
Dizem que, para que uma rosa se/a beta, é preciso ás vezes sacrificar
alguns ramos da roseira em Israel. — Desde o acídente que meprivou do uso
de meus membros, nSo sentí brotar em mim a seiva dessa rosa. Ao contra
rio, deíxei-me entregar aos gritos da raiva, aos sofucos da revolta. Mesmo
com a afeicao de todos aqueles que me cercam, nSo conseguí vencer minha
invalidez e encontar em Deus a torga de aceitar o que eu tinha humanamen
te perdido.
Quantas vezes nao tentei reunir minha fé para pensar no Cristo em sua
cruz? Uma voz me dizia entSo: Nao desperdices teu sofrímento. Nao te po
des mexer, nSo podes mais participar do trabalho dos homens mas tens
Deus, e com Ele podes salvar o mundo" (p. 145).
Filipe leu na revista Life Magazine uma reportagem sobre Madre Tere
sa. Em conseqüéncia, escreveu a esta Religiosa, que Ihe respondeu "com
uma letra redonda e bem desenhada":
493
"PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 366/1992
Esse enfermo foi encontrar abrigo e carinho fraterno na casa das Mis-
si onárias fundada por Madre Teresa em Nova lorque. A Irma" Ananda, lotada
nessa comunidade, esmerou-se por tratar o arqueólogo. Este, porém, era re
belde. Após tentar o suicidio, do qual escapou, e viajar para a ilha de Saint-
Martín no Caribe, voltou para o Lar das Missionárias em Nova lorque.
Durante sua visita nessa noite, o Dr. Dehovitz realizou o único ato mé
dico que ele podía aínda oferecer. Ele pos seu estetoscopio sobre o peito do
agonizante. Nao se surpreendeu de nao ouvir nada de verdadeíramente anor
mal. Ele sabia que os parásitas da AIDS, como os tubardes dos mares pro
fundos, destroem sua presa em silencio. De qualquer modo, eu nSo estava ali
para realizar um ato terapéutico, diré o médico. Eu só estava ali. Ele sentirá
o olhar de seu amigo seguir cada um dos seus gestos. NSo esquecerei ¡amáis
sua expressSo, que parecía me dizer: NSo perca seu tempo. Já nSo adianta
mais...
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"MUITO ALÉM DO AMOR
4. Conclusao
0 livro de Dominique Lapierre merece ser lido por todos aqueles que,
no mundo de hoje, nao querem estar alheios á dura sorte que afeta milhSes de
criaturas humanas. O autor, além de narrar os múltiplos aspectos desse sofri
mento, descreve também muito meritoriamente os esforcos titánicos realiza
dos por dentistas e pessoas caridosas empenhados em aliviar as dores físicas
e moráis de seus semelhantes.
495
Documento da Santa Sé:
O Homossexualismo perante
a Lei Civil
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HOMOSSEXUALISMO PERANTE LEÍ CIVIL V7
1.0 Texto
497
_18 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 366/1992
Introducto
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HOMOSSEXUALISMO PERANTE LEÍ CIVIL 19
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HOMOSSEXUALISMO PERANTE LEÍ CIVIL 21
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22 "PERPUNTE E RESPONDEREMOS" 366/1992
com tendénciaa homossexuais, que procuram viver urna vida casta, nao tor-
nam pública a sua tendencia sexual. Por conseguinte, o problema da discri
minacao, em termos de trabalho, de habitacSo, etc., normalmente nao se a-
presenta.
16. Por fim, quando a questao do bem comum entra em jogo, nao é
conveniente que as Autoridades eclesiásticas apoiem, nem que permanecam
neutrais perante legislapoes adversas, mesmo que elas admitam exceeñes ás
Organizacoes e Instituipóes da Igreja. A Igreja tem a responsabilidade de pro
mover a vida familiar e a moralidade pública da sociedade civil inteira, com
base nos valores moráis fundamentáis, e nao únicamente de se defender a si
mesma das aplicacoes de leis nocivas (cf. Ibid. n. 17)."
2. Refletindo...
502
HOMOSEXUALISMO PERANTE LEÍ CIVIL 23
vontade reta e bem formada do individuo (que pode contar, para tanto, com
a grapa de Deus). Quanto á prática homossexual, é contraria á naturezá; por
isto, aberrante.
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Na revista "Isto é'
tt-ü-ti
1.0 Artigo
504
"OSEXONAFOGUEIRA" 25
505
26 "PERPUNTE E RESPONDEREMOS" 366/1992
dade civil, consciente da índole natural das coisas, observa tal distincáo e
nao aceita oficialmente o homossexualismo. Pois bem; a Igreja apregoa que
se mantenha a distincao e mais nada, no caso em foco.
Como se vé, o texto da Igreja afirma que a tendencia sexual nao é algo
de tafo inocuo quanto a pertenca a determinada raca ou populacao. - Ser
branco ou preto ou amarelo é coisa indiferente do ponto de vista moral;
mas ser homossexual ou heterossexual ná"o é o mesmo no plano da Moral; es
ta diferenca nao é equiparável ás diferencas de raca ou populacád.
"Na sua cega defesa da familia e dos valores a ela ligados, o atual do
cumento acrescenta, entre parénteses, que os casáis sem vínculos matrimo
niáis sio objeto da mesma condenacio, ao menos no que se refere ao direito
de usufruirem de casas populares".
506
"OSEXONAFOGUEIRA" 27
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28 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 366/1992
A propósito observamos:
2. Reflexáío final
A revista "Isto É", fazendo, alias, eco a outras vozes, tacha a Moral
católica de retrógrada e apta a suscitar doencas físicas ou psíquicas...
A respeito ocorrem algumas ponderacoes:
508
"OSEXONAFOGUEIRA" 29
SSo estas algumas reflexoes que o infeliz artigo de "Isto É" pode suge
rir a quem o compare com o texto da Santa Sé, que a revista pretende co
mentar.
509
Impreciso e sarcástico:
ititit
510
"O GOSTO DO PECADO" 31
ra, o livro mesmo vem a ser "um mar de ambigüidades", expressao com que
a Prof? Angela qualifica a teología dos sáculos XVI-XVil (cf. p. 15).'
1.0 Pecado
O que a Prof? Angela diz, nada tem que ver com probabilismo.2 Per-
tence aos fundamentos de qualquer escola de Ética. Com efeito; só tem va
lor ético (ou moral), por conseguinte só é virtude ou pecado o ato praticado
por alguém de maneira consciente e voluntaria; quem faz algo inconsciente
mente (ou dormindo), nao pode ser responsabilizado porque nao sabe o que
está fazendo; portanto fica aquém do plano da Moralidade. Por isto, os mo
ralistas, com razao, distinguem:
511
32 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 366/1992
2. O Sacramento da Reconciliapao
Assim comeca o capítulo 2 do livro:
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"O GOSTO DO PECADO" 33
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34 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 366/1992
"A confissSo passou a ser urna das tres partes componentes do sacra
mento da Penitencia, as duas outras sendo a contricSo (arrependimento) e a
satisfacSo (absolvicSo)" (p. 1f.nota4).
3. Casamento
1. A semelhanca do que ocorre ao tratar da Conf¡ssao, quando a auto
ra aborda o matrimonio religioso, incide em imprecisSes de quem nao co
tí hece bem a materia ou nSo se sabe exprimir. Eis o que diz:
514
"O GOSTO DO PECADO" 35
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"Maridos, amai as vossas mulheres como Cristo amoua Igreja ese en-
tregou por ela, a fim de puríficá-la com o banho da agua e santificá-la pela
Palavra, para apresentar a si mesmo a Igreja gloriosa, sem mancha nem ruga
ou coisa semelhante, mas santa e irrepreens/vel... Por isto deixará o homem
o seu pai e a sua mSe e se ligaré á sua mulher e serSo ambos urna só carne, é
grande este misterio (= sacramento/: refiro-me á relacSo entre Cristo e a sua
Igreja".
516
"O GOSTO DO PECADO" 37
gravam a Cristo, pois estas contraiam uniao nupcial com o Senhor; tanto as
virgens como as mulheres casadas tendiam á plena uniao com Cristo, aquelas
diretamente, estas mediante o marido (cf. Ef 5,25-32).
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38 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 366/1992
nio. . ." e aspergía as míos dadas; benzia a alianca que o nubente colocava
no dedo da esposa; diziam-se um salmo e urna oracá"o de encerramento. A se
guir, poderia haver a S. Missa.
Este Ritual ficou em uso até 1969. Em nossos dias foi retocado sem
mudanzas essenciais.
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"O GOSTO DO PECADO" 39
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40 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 366/1992
5. Predestinacáb e Gra^a
Que dizer?
520
"O GOSTO DO PECADO" 41
6. O Aborto
7. Ulteriores considerares
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No mundo dos arquetipos:
Nos últimos tempos o mito do Santo Graal tem despertado novo inte-
resse, pois parece corresponder á aspiracSo, ¡nata em todo homem, de desco-
brír o paraíso... o paraíso que sonriente os puros e fortes podem ajtingir.
tr-tftt
Ouve-se, por vezes, falar do Santo Graal, mas nem sempre com clareza.
Tal expressao parece encobrir e revelar "misterios e portentos" que ninguém
conhece bem. Daf a oportunidade de abordarme* o assunto.
1. Etimologia da expressSo
Há quem julgue que vem do termo latino cratalis, por sua vez derivado
do grego kráter = taca para beber. Esta explicacáfo é hipotética.
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O SANTO GRAAL 43
zal. Em 1170 aparece sob a sua forma atual graal em documentos da ICngua
francesa. Designa um recipiente no qual se podem colocar alimentos sólidos
e líquidos. NSo é, pois, um cálice propriamente dito; significa, antes, urna
cuia ou um prato fundo.
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44 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 366/1992
524
O SANTO GRAAL 45
cou na Palestina, ao passo que o Graal foi transportado para Avaron (Ava-
lon-Glastonbury na Inglaterra); nesta nova sede, o Graal teria sido entregue
aos cuidados de Alano, sobrinho de José de Arimatéia, e do filho de Alano
(chamado Perceval?). - Assim a estória do Graal foi, de um lado, associada á
historia da Paixao de Cristo e, de outro lado, conjugada com as origens do
Cristianismo na Inglaterra.
525
46 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 366/1992
Este era, a principio, guardado por anjos neutros, que foram projeta-
dos do céu sobre a térra por nao terem tomado partido contra Lucifer. Tais
anjos, porém, acabaram precipitados no inferno, segundo o enredo do ro
mance, e foram substituidos por cavaleiros escolhidos e puros: os Templa
rios. Todavia o chefe desses guardas - Amfortas (do francés amférté, enfer-
midade) — é atormentado pela lanpa sangrenta, que o castiga por causa de
sua vida pregressa, pouco digna. A contemplacao do Graal o conserva vivo.
A pedra sagrada o pode curar, mas para tanto requer-se que Parzival, um dos
heróis do romance, compadecido, pergunte a Amfortas qual a causa do seu
sofrimento.
6. ConclusSo
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O SANTO GRAAL 47
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48 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 366/1992
A pena de morte voltou mais urna vez á baila, suscitando, como sem
pre, acalorados debates. A propósito deve-se dizer que a Igreja, como tal,
nSo tem pronunciamento oficial. O Antigo Testamento, que promulga a lei
de "nao matar" (cf. Ex 20,13), conhece e aplica a pena de morte (cf. Lv 20.
8-27). O Novo Testamento ná"o trata explícitamente do assunto. A Moral Ca
tólica neto tem sentenca unánime a respeito, f¡cando, pois, a criterio de cada
cristáo pronunciar-se pro ou contra. O grande referencial para julgar a legiti-
midade da pena de morte é o seguinte: será pena medicinal, redundando em
bem da sociedade pelo fato de coibir a criminalidade? Ou será pena mera
mente vingativa, que poderá até ser fonte de mais injusticas, punindo os pe-
queninos e ¡sentando os grandes na sociedade? Se alguém considera mais
sensato este segundo alvitre, seja contrario á pena de morte. Mas, se outra
pessoa julga que o bem comum exige a eliminacSo dos criminosos por nao
haver outro meio de se livrar de injustas agressSes, pode defender e pro
pugnar a pena de morte. Tal discussáo é interminável, porque a sua solucSó
depende da previsto do imprevisível.
Fique, portanto, claro que o novo Catecismo ná"o propSe novos man-
damentos nem ensina tolerancia para com o pecado (seria absurdo!), mas
proclama urna compreensáo mais profunda dos requisitos necessários para
que haja pecado: responsabilidade, participacao consciente e voluntaria da
pessoa no ato mau que ela comete.
EstevSo Bottencourt O. S. B.
528
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