REPRODUO E DESENVOLVIMENTO DE INSETOS

REPRODUO OVIPARIDADE Tipo mais comum de reproduo, onde as fmeas depositam ovos que do origem s LARVAS OU NINFAS.

Os ovos variam grandemente em APARNCIA (esfricos, ovais, alongados. em forma de barril, em forma de disco etc). Podem ser colocados separadamente ou em massas (unidos uns aos outros) nas plantas (mariposas, percevejos etc.), no solo (gafanhotos, grilos etc.), sobre animais (piolhos), na gua (pernilongos), sobre ou dentro de outros insetos (parasitides) etc.

VIVIPARIDADE O desenvolvimento embrionrio completado dentro do corpo da fmea, que deposita larva ou ninfa em vez de ovos, sendo ela chamada fmea vivpara. A viviparidade pode abranger quatro tipos principais:
OVOVIVIPARIDADE - quando a fmea deposita ovos que contm embries em adiantado estdio de desenvolvimento ou mesmo larvas recm-eclodidas. VIVIPARIDADE ADENOTRFICA - quando, aps a ecloso, as larvas so retidas no corpo da fmea, onde se alimentam de secrees de glndulas hipertrofiadas, sendo depositadas como larvas maduras que logo pupam. VIVIPARIDADE NO HEMOCELE - os ovrios partem-se, os ovos so liberados no hemocele, onde se desenvolvem. e quando o desenvolvimento completado as larvas jovens escapam. VIVIPARIDADE PSEUDOPLACENTRIA - na qual o embrio se desenvolve em uma parte alongada da vagina, sendo nutrido por estruturas parecidas com placentas.

PARTENOGNESE Os vulos desenvolvem-se completamente, sem nunca terem sido fecundados. Ocorre combinada com outros tipos de reproduo, como a VIVIPARIDADE, OVIPARIDADE E PEDOGNESE, e pode tambm ocorrer alternadamente com uma gerao BISSEXUADA. A partenognese ainda pode ser classificada de acordo com o sexo dos indivduos nascidos, sendo TELTOCA, quando origina apenas fmeas (por exemplo, pulges em regies de clima tropical) ; ARRENTOCA, quando d origem apenas a machos (por exemplo, zanges) ou anfitoca, quando origina indivduos de ambos os sexos.

 APOMTICA, quando no h reduo no nmero de cromossomas durante a OOGNESE, originando indivduos diplides, como ocorre nos pulges.

AUTOMTICA, quando acontecem as divises reducionais, mas o nmero diplide de cromossomas do vulo restaurado por FUSO DE DOIS NCLEOS HAPLIDES, o vulo e o segundo corpo polar, como ocorre nos aleiroddeos (moscas-brancas); e REDUCIONAL, quando os descendentes so haplides, como no caso dos zanges.

PEDOGNESE - Insetos imaturos possuem ovrios funcionais. cujos vulos desenvolvem-se partenogeneticamente; assim, a reproduo realizada por um organismo que mantm o aspecto imaturo, como nos dpteros das famlias Cecidomyiidae e Chironomidae. Em muitos casos, a pedognese est tambm associada viviparidade.

NEOTENIA - Reteno dos caracteres imaturos no estgio adulto. As fmeas adultas do bicho-cesto, por ex., so larvas neotnicas que se a casa e depositam ovos dentro do prprio cesto.

POLIEMBRIONIA - Produo de dois ou mais embries apartir de um nico ovo, sendo comum nos microimenpteros. HERMAFRODITISMO - Os dois sexos acham-se presentes no indivduo. O hermafroditismo funcional extremamente raro em insetos.

DESENVOLVIME NTO
O desenvolvimento de um inseto envolve tanto o crescimento no tamanho como a mudana na forma. Pode ser dividido em EMBRIONRIO (fase de ovo) e PS-EMBRIONRIO. DESENVOLVIMENTO EMBRIONRIO O desenvolvimento embrionrio inicia-se aps a fecundao do vulo pelo espermatozide, formando o NCLEO ZIGTICO e termina com a ecloso da forma imatura (larva ou ninfa) para espcies de reproduo sexuada, Por outro lado, para espcies de reproduo partenogentica. O embrio formado por meio de um processo de diviso ordenada do ovo. Para tanto, o ncleo move-se para o interior, iniciando divises em NCLEOS DE CLIVAGEM (ncleos filhos). Em muitos insetos a clivagem do ovo raramente leva formao de uma mrula tpica (clivagem holoblstica), predominando uma clivagem dita MEROBLSTICA ou SUPERFICIAL.

Aps a fecundao , a maioria dos ncleos de clivagem migra para a periferia do ovo, emergindo no periplasma e formando uma camada celular continua denominada BLASTODERMA.

Em seguida, ocorre a formao do DISCO GERMINATIVO apartir de uma rea do blastoderma que se torna mais espessa e alongada.

 As camadas cuticulares so conhecidas como camadas

germinativas primrias e so formadas por GASTRULAO, sendo designado Gastrula o embrio do futuro inseto.

O desenvolvimento embrionrio termina com a ECLOSO da forma imatura.

Quando o EMBRIO adquire completo desenvolvimento, rompe as membranas envolventes e abando o ovo.

DESENVOLVIME NTO PS-EMBRIONRIO

A ECDISE o principal mecanismo de crescimento estando condicionada a mudanas na cutcula.

METAMORFOSE Durante o desenvolvimento ps-embrionrio, a forma geral do corpo em cada estdio pode diferir pouco em relao a estdios precedentes, exceto pelo aumento de tamanho, e assim o inseto pode atingir a maturidade sem sofrer metamorfose (AMETABLICOS). A maioria dos sofrem metamorfose (METABLICOS), e as formas jovens mudam de forma de maneira gradual ou drstica nos estdios finais de desenvolvimento, quando se transformam em adultos.

AMETABOLIA No a mudana de forma.

O inseto recm-eclodido j possui a forma do adulto, apresentando apenas menor tamanho e orgos reprodutores pouco desenvolvidos.
tipica dos insetos primitivos como a traas-dos-livros (Thysanura).

HEMIMETABOLIA O inseto recm-eclodido assemelham-se ao adulto, com a diferena externa da tamanho, ausncia de asas e orgos genitais imaturos. Ocorre uma metamorfose parcial caracterizada pela falta da fase de pupa.

(incompleta),

H diversas ecdises e as fases em desenvolvimento so chamados de NINFAS.

HOLOMETABOLIA Metamorfose completa, que compreende as fases de novo, larva, pupa e adulto. Portanto, h uma transformao drstica nas formas imaturas at atingir o estdio adulto. Passa pela fase de pupa antes da emergncia do adulto. a metamorfose apresentada pelos besouros, borboletas, mariposas, moscas, pernilongos, abelhas, vespas, formigas, pulgas etc. A variao da metamorfose completa chamada HIPERMETABOLIA e ocorre em alguns microimenpteros e besouros.

TIPOS DE LARVA

A fase larval a primeira fase ps-embrionria. Caracteriza-se por ser fase de intenso crescimento, tanto em tamanho como em peso.
Dependendo da sua forma, as larvas podem ser classificadas em DIVERSOS TIPOS. Esses tipos so mais comuns nos besouros. Por esse motivo. a maioria dos tipos de larva denominada em razo do nome da famlia de Coleoptera na qual ocorre com mais freqncia.

VERMIFORME Larva poda (sem pernas torcicas e abdominais), em que muitas vezes a cabea no diferenciada. Geralmente so afiladas e brancoleitosas. Ex.: larvas de moscas.

ERUCIFORME Larva caracterstica dos lepidpteros (borboletas e mariposas) normalmente denominada de lagarta. Apresenta trs pares de pernas torcicas (um em cada segmento do trax) e cinco pares de pernas abdominais, no 3, 4, 5, 6 e 10 urmeros, sendo estas portadoras de colchetes ou ganchos. Esse nmero de pernas varivel, pois o 3, 4 e 5 pares de pernas podem faltar. Nesse caso recebe o nome comum de curuquer ou mede-palmo. Pode ter o corpo revestido por plos urticantes (taturanas), ou, s vezes, com expanses laterais tpicas como na lagarta aranha. Alm de lepidpteros, as larvas de alguns himenpteros possuem pernas abdominais, mas nestas as pernas so em nmero varivel (comumente oito pares) e no possuem colchetes.

LIMACIFORME
Larva semelhante a certas lesmas achatadas, poda. Ex.: algumas espcies de moscas (Diptera, Syrphidae). CURCULIONIFORME Larva poda, recurvada, com cabea diferenciada e quitinizada, branco-leitosa, tpica da famlia Curculionidae (besouros), mas ocorre em outros colepteros e representantes de outras ordens.

CARABIFORME
Larva alongada com trs pares de pernas torcicas curtas, como as dos besouros da famlia Carabidae. Habita o solo e predadora.

ESCARABEIFORME Larva recurvada em forma de um "C", com trs longos pares de pernas torcicas, branco-leitosa, com muitas dobras no tegumento (plica) e o ltimo segmento abdominal bastante desenvolvido. subterrnea e s vezes chamada de po-de-galinha. Como exemplo, podem ser citadas as larvas dos escaravelhos (Coleoptera, Scarabaeidae).

CAMPODEIFORME

Larva com trs pares de pernas torcicas alongadas. gil, predadora, como as das joaninhas (Coleoptera, Coccinellidae).

ELATERIFORME

Larva alongada, acha ada. com o corpo bastante quitinizado, com trs pares de pernas torcicas curtas. encon ada nos colepteros da famlia Elateridae; habita o solo, sendo algumas vezes chamada de larva-arame.

BUPRESTIFORME

Larva poda, com cabea pequena. segmentos torcicos alargados, destacando a parte anterior do corpo, tpica dos besouros da famlia Buprestidae.

CERAMBICIFORME Larva semelhante buprestiforme, porm com a segmentao mais ntida e a parte anterior do corpo pouco destacada. Encontrada nos besouros da famlia Cerambycidae (serra-pau).

TIPOS DE PUPA
A fase pupal a segunda fase ps-embrionria, que se caracteriza por aparente dormncia. As pupas respiram intensamente, sendo ainda muito sensveis a quaisquer injrias ou perturbaes externas. As pupas so separadas em alguns tipos, dependendo de sua forma.

LIVRE OU EXARADA
Pupa com apndices (por exemplo, antenas, pernas) visveis e afastados do corpo, sendo encontrada nos besouros, abelhas, formigas, vespas etc.

OBTECTA

Pupa com os apndices intimamente aderidos ao corpo, ou seja, a visualizao das antenas e pernas mais difcil. tpica dos lepidpteros e quando brilhante (prateada ou dourada) recebe o nome de crislida.
A pupa obtecta pode no ser envolvida por nenhuma proteo, sendo denominada pupa nua, ou pode ser envolvida por uma proteo, que, quando feita por fio de seda, caracteriza a pupa em casulo e quando, alm do fio, h pedaos de ramos, folhas, detritos etc., tem-se a pupa em estojo.

A pupa nua de vrias mariposas ocorre no solo e a de vrias borboletas fixada por uma estrutura formada por fios (cremaster) secretados pela lagarta antes de pupar. A pupa em casulo incompleto tpica de espcies da famlia Geometridae (mariposa), sendo o casulo pouco resistente, onde facilmente visvel a pupa. Casulos fechados so os do bicho-da-seda, que so bem resistentes. As pupas em estojo so tpicas das mariposas do bicho-cesto (famlia Psychidae) e da traa-das-roupas (famlia Tineidae), esta bastante comum em residncias.

COARCTADA Pupa envolvida pela exvia do ltimo nstar larval, portanto nenhum apndice do futuro inseto visvel. tpica dos dpteros.

CONTROLE DA METAMORFOSE O desenvolvimento de um inseto determinado no tempo de retrao da epiderme, quando esta comea a depositar a nova cutcula. O termo APLISE tem sido proposto para essa retrao, e o nstar considerado como a durao de uma retrao seguinte. A aplise seguida por uma fase farata, na qual o novo estdio envolto pela cutcula do velho. A fase farata usualmente termina com a ecdise.

 Os estdios pr-pupais muitas vezes correspondem

pupa farata. muito difcil identificar, sem dissecao, o estdio de desenvolvimento do organismo dentro da cutcula. Um nstar definido como o perodo entre uma ecdise e outra. A cutcula velha que descartada a cada ecdise denominada de EXVIA. O controle da metamorfose e da ecdise de natureza hormonal, isto , esses fenmenos so governados por hormnios endcrinos produzidos por glndulas desprovidas de duto prprio (glndulas endcrinas), que lanam suas secrees na hemolinfa.

 Principais hormnios envolvidos so: protorcico-trpico, ecdisterides, da ecloso, juvenil e bursicnio. HORMNIO PROTORCICO-TRPICO.
Anteriormente conhecido como HORMNIO DO CREBRO. um polipeptdio produzido por clulas nervosas com funo secretora (clulas neurossecretoras) em uma regio do protocrebro conhecida como PARES INTERCEREBRAIS. Antes de ser liberado na hemolinfa, esse hormnio armazenado em um par de glndulas retrocerebrais chamadas corpos cardacos. A principal funo do hormnio protorcico-trpico estimular as glndulas protorcicas a produzir os ecdisterides.

ECDISTERIDES So esteris com atividade promotora da ecdise, que so produzidos pelas GLNDULAS PROTORCICAS. Essas glndulas esto localizadas na parte posterior da cabea ou no trax na maioria dos insetos. Em geral, a conexo nervosa dessas glndulas se d com o gnglio subesofagiano. O ecdisteride mais comum o ECDISNIO, que no armazenado na glndula protorcica. Seu aparecimento na hemolinfa reflexo imediato de sua sntese na glndula ativada pelo hormnio protorcico-trpico. As glndulas protorcicas degeneram no estdio adulto, exceto em Apterygota. cujos representantes sofrem ecdises continuamente no decorrer de sua vida.

HORMNIO DA ECLOSO

um polipeptdio com grupamento cido produzido pelas clulas neurossecretoras do crebro e armazenado no corpo cardaco.
No ltimo nstar larval, esse hormnio tambm sintetizado e armazenado nos gnglios torcicos e abdominais, e posteriormente liberado a partir desses gnglios antes de ocorrer o estdio de pupa. Regula o comportamento do inseto durante as ecdises.

HORMNIO JUVENIL (NEOTENIM)

um sesquiterpeno produzido por um outro par de glndulas retrocerebrais chamadas CORPOS ALADOS, os quais esto presentes em cada lado do esfago.
Esto conectados com o corpo cardaco a partir do mesmo nervo que parte das clulas neurossecretoras do crebro. H tambm uma conexo nervosa entre o corpo alado e o gnglio subesofagiano. O hormnio juvenil liberado na hemolinfa a partir do corpo alado medida que produzido, no sendo armazenado. Interfere no controle da metamorfose nos estdios imaturos, sendo responsvel pela manuteno dos caracteres larvais ou ninfais dos insetos. No estdio adulto, esse hormnio apresenta importncia na maturao sexual e comportamento.

BURSICNIO um polipeptdio produzido pelas clulas neurossecretoras do crebro, e geralmente liberado por rgos neuroemais associados a gnglios torcicos e abdominais. responsvel TEGUMENTO. pelo ESCURECIMENTO DO NOVO

As clulas da epiderme devem receber informaes para que novos tecidos sejam formados a cada ecdise.
Na fase preparatria da ecdise, as clulas da epiderme exibem um padro complexo de sntese de DNA e RNA. O nvel dos hormnios envolvidos na ecdise varia de acordo com o desenvolvimento do inseto.

Com o aumento do nvel de ecdisnio, ocorre o processo de aplise e as clulas da epiderme produzem a epicutcula. O tipo de cutcula a ser produzido (se larval ou ninfal, pupal no caso de insetos holometablicos ou de adulto) depende de o hormnio juvenil estar presente ou no durante o perodo crtico de cada estdio de desenvolvimento. Se o hormnio juvenil est presente, o inseto mantm suas caractersticas jovens, impedindo assim que sofra uma metamorfose precoce.

Na fase de pupa, o hormnio juvenil est ausente e a produo de ecdisnio leva produo da cutcula do adulto.

Se o hormnio juvenil aplicado na fase de pupa, o inseto forma uma segunda pupa. Logo aps a ecdise, ocorre a expanso da nova cutcula, o escurecimento e endurecimento da cutcula e a deposio da endocutcula. Acredita-se que esses eventos so controlados pelo hormnio bursicnio.